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III EMEPRO – Belo Horizonte, MG, Brasil, 07 a 09 de junho de 2007
A percepção de alunos da pós-graduação em relação ao ensino semipresencial da Simulação de Eventos Discretos
Carlos Eduardo Corrêa Molina (UNIFEI) molinaead@gmail.com José Arnaldo Barra Montevechi (UNIFEI) montevechi@unifei.edu.br Mabel Maria Silva de Resende Chaves Coutinho (UNIFEI) mabelcoutinho@gmail.com 
Resumo
 Este artigo relata uma experiência com o uso da educação semipresencial na disciplina que trata de Simulação de Eventos Discretos, no mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI. Descreve resumidamente a forma de disponibilização de conteúdos e as formas de avaliação adotadas, além da análise das respostas dos alunos ao questionário de avaliação da disciplina, cujo resultado direciona as ações de melhoria para os futuros cursos. Palavras chave: Educação semipresencial. Educação a Distância. Simulação.
1. Introdução
O uso de ferramentas computacionais facilitou e tornou mais confiáveis as análises complexas de planilhas, a utilização de médias na interpretação de dados probabilísticos, na análise de dados estatísticos, a representação e o estudo de uma linha de produção (acrescentando mais máquinas, por exemplo). A simulação permite que, simultaneamente, a realidade possa ser imitada, com alteração de dados probabilísticos, com o exame de múltiplas metas, com a  possibilidade de múltiplas tomadas de decisão, facilita e agiliza o estudo de uma linha de  produção, entre outras ações. Através de simulações da realidade o analista pode escolher a melhor opção/solução em tempo mais curto, com a alteração/acréscimo de dados, com alteração de
layouts
 de produção, com distribuição de tarefas entre outras alterações no  processo em estudo, em um curto espaço de tempo e sem gastos ou perdas excessivas. Este artigo trata, especificamente, do trabalho desenvolvido no ensino de simulação de eventos discretos, no programa de mestrado em engenharia de produção da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), com o apoio e utilização de um Ambiente Virtual de Aprendizagem, funcionando como plataforma de interação entre o trabalho presencial e o trabalho virtual. Resume-se, portanto, a um relato de uma experiência em que o desenvolvimento tecnológico e o uso de multimeios abrem novos caminhos e permite ao docente oferecer informação e interagir com os aprendizes (Coutinho, 2003) de forma a  promover a construção conjunta de conhecimentos.
2. Justificativas
Como justificativa para este estudo pode-se destacar:
 
A simulação é uma importante ferramenta da pesquisa operacional, e por natureza, não é composta de conceitos triviais. O aprendizado de softwares de simulação também oferece relativa dificuldade para o aprendizado solitário por parte do aluno;
 
Busca-se, mais do que simplesmente disponibilizar informações e conteúdos aos alunos, superar as limitações de uma simples leitura, quando feita em um livro ou mesmo a leitura ou acompanhamento de um tutorial, em prol de uma aprendizagem reflexiva, crítica e conceitual (AZEVÊDO 2005);
 
III EMEPRO – Belo Horizonte, MG, Brasil, 07 a 09 de junho de 2007
 
O uso da educação semipresencial permite uma melhor preparação dos docentes e a sua familiarização com os diversos meios educacionais disponíveis, hoje em dia, para o enriquecimento do trabalho, a divulgação e a troca de experiências entre os alunos. A exposição detalhada da dinâmica adotada no desenvolvimento da disciplina e das atividades  presenciais e não presenciais que compuseram a mesma, é uma forma de relatar/ divulgar a experiência que não deixa de ser um grande desafio aos professores e equipe de formadores de algumas disciplinas da graduação e pós-graduação da UNIFEI, para unir o melhor do ensino tradicional presencial com o melhor da Educação a Distância (EaD).
3. Educação semipresencial ou blended-learning
A educação semipresencial no Brasil começou a adquirir certa proeminência nos últimos anos, particularmente, em decorrência das portarias 2.253/2001 e 4.059/2004, ambas tratando da legalização do uso de até 20% da carga-horária à distância, em cursos presenciais. Para Moran (2004), o
blended learning
 ou educação semipresencial é a forma de ensino que combina o melhor do presencial com as facilidades do virtual. O autor enumera quatro espaços em que o professor deve estar bem situado para poder educar com qualidade: uma nova sala de aula (bem estruturada e com disponibilidade de recursos áudio-visuais na medida certa), o espaço do laboratório conectado (computadores suficientes e conectados à internet), a utilização dos AVA (permitindo produção e comunicação à distância) e a inserção de ambientes experimentais e profissionais (teoria e prática). Para Driscoll (2002), dentre os diversos significados dados à expressão
blended learning
, um deles preconiza o uso de diferentes formas de tecnologias educacionais, à distância ou não, que podem ser combinadas com as tradicionais aulas presenciais. Vão desde o vídeo-cassete, CD-ROM, filmes, rádio, TV, material impresso, até as tecnologias baseadas na internet. A partir dessa reflexão, passa-se a usar, os termos blended learning e educação semipresencial como sinônimos, embora o primeiro possa ser bem mais amplo. Para as atividades à distância, a ênfase aqui adotada é de uma educação
online
, ou seja, que utiliza prioritariamente a internet (MOLINA, 2007).
4. Desenvolvimento
Os recursos tecnológicos estão em constante alteração e ampliação e sua funcionalidade se torna cada vez mais necessária, na educação e, nos demais segmentos que fazem parte do dia a dia das pessoas. Desta forma, ao se iniciar um planejamento é necessário que o foco esteja voltado primeiramente aos objetivos educacionais para, depois então, selecionar o tipo de modelo que se vai utilizar e as quais ferramentas serão necessárias (DRISCOLL, 2002). Para o trabalho com simulação faz-se necessário o conhecimento em quatro áreas: o
sistema
, o qual se vai modelar; a
simulação
, quer dizer, o que se vai estudar, como será este estudo; a existência ou não de
dados
 
estatísticos
, como se dará sua distribuição; e, o
software
 que se fará uso. O trabalho desenvolvido pelo professor da disciplina visa preparar os alunos para a utilização de um software entre os disponíveis, no mercado, denominado PROMODEL. A metodologia de trabalho constou de apresentar e discutir os temas do programa levando o aluno a participar ativamente, através de aplicações práticas e resolução de exercícios. Para melhor compreensão do assunto foram oferecidas aos alunos leituras de artigos visando enriquecer o conteúdo e oferecer mais opções de situações nas quais poderiam trabalhar. Seguindo a premissa discutida por Coutinho (2003), o professor, como um facilitador da aprendizagem, busca permitir ao aluno mais autonomia de aprendizagem, orientando-o quanto as formas de pesquisa e clareando-lhe os caminhos a serem seguidos a fim de propiciar-lhe
 
III EMEPRO – Belo Horizonte, MG, Brasil, 07 a 09 de junho de 2007
um maior aproveitamento do conteúdo trabalhado. Foram oferecidas oportunidades de se trabalhar em grupo, através da aplicação do conteúdo estudado em empresas reais. Estas foram visitadas, tiveram seus processos mapeados e,  portanto, serviram como estudos de caso práticos para o enriquecimento da disciplina. O uso de um AVA permitiu aos alunos, professor e formadores estarem em constante contato,  para troca de informações, colocação de dúvidas e consulta aos materiais. Esse ambiente é que permite o benefício de um tempo ‘esticado’ conforme define Azevedo (2005), em que ocorre uma continuidade das atividades, mesmo sem simultaneidade. A disciplina foi oferecida a um público diversificado (alunos de graduação, mestrado e doutorado). Diante deste fato, procurou-se trabalhar atividades distintas, respeitando o nível de cada aluno. O Quadro 1 permite verificar a forma como foi desenvolvida cada atividade.
Atividade/ categoria graduandos mestrandos doutorandos
Apresentação de capítulos de livros selecionados. Apresentação de artigos Tarefas extras
Atividade Dourada
Leitura e resenha de artigos selecionados
Atividade prata
Realização de exercícios durante o curso
Participação no TelEduc
Acompanhamento do curso, participação no fórum de discussão,  preenchimento da ferramenta Perfil, diário de bordo, entre outras.
Exame
Realização do exame no final do curso. Quadro 1 – Atividades aplicadas a cada categoria de alunos.
As atividades em grupo fora realizadas para preparação, seleção e aprofundamento em estudos de caso que pudessem subsidiar trabalhos de iniciação científica, mestrado e doutorado, assim como a produção de artigos para submissão em importantes eventos e/ou revistas da área da pesquisa. A formação das equipes preconizava a participação de alunos dos diferentes níveis, com menos um aluno de doutorado, um de mestrado e um de graduação em cada uma delas e, ainda, um ‘consultor padrinho’ (orientados de mestrado do professor responsável pela disciplina, que já tinham conhecimento prévio do conteúdo da disciplina). A avaliação dos trabalhos desenvolvidos se deu conforme a apresentação na Tabela 1. Os exercícios realizados em sala foram designados por ‘atividade prata’. As participações no AVA também influenciaram na nota final do aluno, e foram designadas por “atividade dourada”, tendo sido realizadas pelos alunos de diferentes formas, conforme a categoria de cada participante (aluno de graduação, de mestrado e de doutorado).  Na avaliação final (exame) foram observados: a qualidade da apresentação, a relevância do trabalho, o relatório realizado, e, o conhecimento demonstrado sobre o assunto.
Avaliação
Exame Exercícios Participação no TelEduc Trabalho em Grupo
Porcentagem
35% 20% 10% 35% Tabela 1 – Distribuição de notas

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