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Resumo
Este artigo relata uma experiência com o uso da educação semipresencial na disciplina que
trata de Simulação de Eventos Discretos, no mestrado em Engenharia de Produção da
Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI. Descreve resumidamente a forma de
disponibilização de conteúdos e as formas de avaliação adotadas, além da análise das
respostas dos alunos ao questionário de avaliação da disciplina, cujo resultado direciona as
ações de melhoria para os futuros cursos.
Palavras chave: Educação semipresencial. Educação a Distância. Simulação.
1. Introdução
O uso de ferramentas computacionais facilitou e tornou mais confiáveis as análises complexas
de planilhas, a utilização de médias na interpretação de dados probabilísticos, na análise de
dados estatísticos, a representação e o estudo de uma linha de produção (acrescentando mais
máquinas, por exemplo). A simulação permite que, simultaneamente, a realidade possa ser
imitada, com alteração de dados probabilísticos, com o exame de múltiplas metas, com a
possibilidade de múltiplas tomadas de decisão, facilita e agiliza o estudo de uma linha de
produção, entre outras ações. Através de simulações da realidade o analista pode escolher a
melhor opção/solução em tempo mais curto, com a alteração/acréscimo de dados, com
alteração de layouts de produção, com distribuição de tarefas entre outras alterações no
processo em estudo, em um curto espaço de tempo e sem gastos ou perdas excessivas.
Este artigo trata, especificamente, do trabalho desenvolvido no ensino de simulação de
eventos discretos, no programa de mestrado em engenharia de produção da Universidade
Federal de Itajubá (UNIFEI), com o apoio e utilização de um Ambiente Virtual de
Aprendizagem, funcionando como plataforma de interação entre o trabalho presencial e o
trabalho virtual. Resume-se, portanto, a um relato de uma experiência em que o
desenvolvimento tecnológico e o uso de multimeios abrem novos caminhos e permite ao
docente oferecer informação e interagir com os aprendizes (Coutinho, 2003) de forma a
promover a construção conjunta de conhecimentos.
2. Justificativas
Como justificativa para este estudo pode-se destacar:
− A simulação é uma importante ferramenta da pesquisa operacional, e por natureza, não é
composta de conceitos triviais. O aprendizado de softwares de simulação também oferece
relativa dificuldade para o aprendizado solitário por parte do aluno;
− Busca-se, mais do que simplesmente disponibilizar informações e conteúdos aos alunos,
superar as limitações de uma simples leitura, quando feita em um livro ou mesmo a leitura
ou acompanhamento de um tutorial, em prol de uma aprendizagem reflexiva, crítica e
conceitual (AZEVÊDO 2005);
III EMEPRO – Belo Horizonte, MG, Brasil, 07 a 09 de junho de 2007
− O uso da educação semipresencial permite uma melhor preparação dos docentes e a sua
familiarização com os diversos meios educacionais disponíveis, hoje em dia, para o
enriquecimento do trabalho, a divulgação e a troca de experiências entre os alunos.
O Quadro 4 destaca as atividades da etapa final da disciplina que, além de abordar o estudo e
o aprofundamento do conteúdo da disciplina, também foi importante para a orientação e
preparação dos alunos para o Trabalho Final.
A disciplina, além de tratar da temática de simulação de eventos discretos, dos seus conceitos,
terminologias adotadas, aplicações diversas e de como conduzir projetos de simulação, visa,
ao mesmo tempo, preparar os alunos para a utilização do software denominado PROMODEL,
na construção dos modelos de simulação.
Cada um desses modelos usados na disciplina, ao sofrer evoluções no decorrer das aulas
semanais, propiciava ao aluno um aprofundamento nos conceitos e no uso do software. O
Quadro 5 demonstra a lógica progressiva com que são utilizados os modelos de simulação,
bem como os objetivos de aprendizagem a serem alcançados com os mesmos.
tempo do curso
14
12
10
uso no futuro 8 uso da internet
6
4
2
0
metodologia
7. Conclusões
O ensino da simulação de eventos discretos através de uma metodologia híbrida, permite ao
docente, educar com qualidade, utilizando-se de um ambiente virtual como ferramenta de
comunicação e interação que, segundo Moran (2004), auxilia a integração do presencial com
o virtual e assim garante aos alunos uma aprendizagem mais significativa e, ainda, de acordo
com Azevedo (2005, p. 49), a “virtualização de parte da carga horária” se mostra “um ótimo
recurso para oferecer melhores oportunidades de aprendizagem no ensino presencial”.
No que se refere às modelagens de situações reais (uma forma de relacionamento da prática
com a teoria), as mesmas só foram possíveis devido ao intercâmbio com empresas da região e,
obtiveram-se resultados bastante positivos, sejam para os trabalhos acadêmicos dos alunos da
graduação e pós-graduação, como também para as próprias empresas, uma vez que os estudos
geraram propostas de otimização e melhorias em seus processos produtivos.
Enfim, com esse relato de experiência, pretende-se fustigar a outros docentes para que
busquem, num processo denominado por Moran (2005) como ‘Voluntarismo’, conhecer mais
e se aprofundar no uso de meios diferenciados de ensino. As ferramentas usadas na EaD, em
geral, quando usadas na educação presencial, favorecem a dinâmica de interação entre alunos
e docentes e, por conseqüência, tornam o processo de ensino-aprendizagem mais efetivo.
Referências
AZEVÊDO, W., Muito além do jardim de infância. Armazém Digital, Rio de Janeiro, 2005.
COUTINHO, M.M.S.R.C., Fundamentos da EAD e uma forma alternativa de vivenciar e aprender a engenharia
econômica. Dissertação de Mestrado. UNIFEI, Itajubá, MG, 2003.
DRISCOLL, M., Web-based trainning: using technology to design adult learning experiences. Jossey-
Bass/Pfeiffer, San Francisco, United States of America, 2002.
MORAN, J.M., Propostas de mudança nos cursos presenciais com a Educação on-line. XI Congresso
Internacional de EaD, 2004.
___________, A ampliação dos vinte por cento a distância. XII Congresso Internacional de EaD, 2005.
MOLINA, C. E. C., Avaliação do blended learning na disciplina de Pesquisa Operacional em cursos de pós-
graduação em Engenharia de Produção. Dissertação de Mestrado. UNIFEI, Itajubá, MG, 2007.
NUNES, I.B. Noções de educação a distância. Revista Educação a Distância, Nº 4/5, Instituto Nacional de
Educação a Distância, Brasília, 1994.