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tomar melhores decisões gerenciais, visto que dispõe-se de uma medida do quanto falta para
que o usuário perceba a excelência na qualidade do serviço.
2. Materiais e métodos
2.1 Serviço e suas peculiaridades
Existem vários conceitos na literatura relativos a serviço, como por exemplo, considerá-lo
como um tipo de produto que tem dominância de aspectos intangíveis. Suas características
são:
a) Intangibilidade: serviços não podem ser vistos, provados, sentidos, ouvidos ou
cheirados antes da compra, “não têm amostra grátis”; então os clientes procuram
“sinais” de qualidade através da observação das instalações físicas, equipamentos,
aparência dos prestadores de serviço, etc. (KOTLER,1988).
b) Inseparabilidade: serviços não podem ser separados de seus fornecedores (sejam
máquinas ou pessoas), produção e do consumo. Ocorre quase que simultaneamente a
produção e a entrega do serviço.
c) Variabilidade: os serviços são altamente variáveis. Sua qualidade depende de quem os
proporciona, quando, onde e como são proporcionados. Existe quase sempre uma
grande dependência do trabalho humano.
d) Perecibilidade: serviços não podem ser estocados para venda ou uso futuro; então
deve-se administrar muito bem a demanda. (CZINKOTA et al., 2001).
2.2 A escala SERVQUAL
Zeithaml, Parasuraman e Berry (1990) definiram e estabeleceram uma forma de quantificar a
qualidade percebida do serviço pelo cliente. Em seus estudos, qualidade foi definida como o
resultado da comparação entre as expectativas do consumidor em relação à oferta de um
serviço específico, com a percepção do serviço recebido, ou seja: Q = P – E. Em que: Q – é a
qualidade do serviço; P – é a percepção sobre o serviço recebido; E – é a expectativa em
relação ao serviço, antes de recebê-lo. Na última versão da escala SERVQUAL os autores
trataram a expectativa em dois níveis: adequada e desejada. Dando origem a 2 importantes
medidas de qualidade dos serviços: a medida de adequação do serviço (MAS) que é a
diferença entre a percepção e expectativa adequada que corresponde ao nível mínimo de
serviço que o cliente está disposto a aceitar (serviço adequado), e a medida de superioridade
do serviço (MSS) que é a diferença entre a qualidade percebida e qualidade desejada do
cliente (o serviço que o cliente gostaria de receber). Na pesquisa de marketing realizada em
2005 no laboratório foram usadas as duas medidas, mas nas anteriores usou-se somente a
MSS.
Do trabalho de Zeithaml, Parasuraman e Berry (1990) resultaram as chamadas dimensões
genéricas da qualidade percebida em serviços que são: tangibilidade, confiabilidade, presteza,
segurança e empatia definidas genericamente como:
a) Tangibilidade: dimensão que enfoca os objetos que existem no local de prestação dos
serviços como equipamentos, aparência das instalações físicas, além da aparência das
pessoas e materiais associados com o serviço, como os de comunicação.
b) Confiabilidade: reflete a consistência e a fidedignidade do desempenho da empresa no
que se refere à capacidade de prestar o serviço prometido com competência,
cumprindo as promessas feitas aos clientes (prazo) e com precisão (registros sem
erros).
III EMEPRO – Belo Horizonte, MG, Brasil, 07 a 09 de junho de 2007
3
5,0 4,96
4,92
4,92 4,91
4,89 4,88 4,89
4,9 4,86 4,86
4,844,85
4,85 4,85 4,84
4,84
4,77
Avaliação Média
4,8
4,69
4,7 4,68
4,63
4,59
4,6
4,5
4,4
Tangibilidade Presteza Empatia
Dimensões
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
Tangibilidade Presteza Empatia
Dimensões
Pesquisa Set/02 Pesquisa out/03 Pesquisa nov/04 Pesquisa out/05
Avaliação Média
3,0
2,0
1,0
0,0
-1,0 -0,43-0,59
-0,70
-2,0 -1,18
IQD IQP MSS
Dimensões
Pesquisa Set/02 Pesquisa out/03 Pesquisa nov/04 Pesquis
4. Considerações Gerais
Este estudo teve a finalidade de mostrar a aplicação do modelo SERVQUAL juntamente com
a técnica de Análise de Componentes Principais na construção de índices de qualidade para
serviços no setor público na área de saúde. Os dados analisados referem-se ao laboratório de
análises clínicas do HGIP/IPSEMG de Belo Horizonte, MG. Convém salientar que os índices
de qualidade propostos constituem apenas uma primeira solução para quantificar a qualidade
global dos serviços oferecidos pelo laboratório. A metodologia apresentada deverá ser
aperfeiçoada para o setor público de saúde incorporando na escala certas singularidades
aparentemente relevantes para o setor, algo que requer uma pesquisa mais meticulosa e
prolongada, que ultrapassaria os objetivos propostos neste estudo.
5. Referências Bibliográficas
CZINKOTA, M. et al. Marketing: as melhores práticas. Porto Alegre: Bookman, 2001. 559p.
JOHNSON, R. A; WICHERN, D.W. Applied multivariate statistical analysis. 3. ed. New
Jersey: Prentice Hall International, 1992. 607p.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 7a ed. Rio de Janeiro: LTC, 1988.
527p.
MACIEL, C. E.C; TEIXERIA, L.; VEIGA, R. T. Adaptação da escala servqual: um estudo
em um laboratório de analises clinicas de Belo Horizonte. 2000.124p. Dissertação (Mestrado
em Administração) - Centro de Pós-graduação e Pesquisas em Administração, UFMG, Belo
Horizonte, 2000.
PEREIRA, J.C.R. Análise de Dados qualitativos. São Paulo: Edusp, 1999.
MINGOTI, Sueli Aparecida. Análise de dados através de métodos de estatística
multivariada: uma abordagem aplicada. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2005. 295 p.
VEIGA, R.T. Um exame empírico do modelo de conseqüências comportamentais da
qualidade de serviços. 2000. 420 p. Tese (Doutorado em Administração) - Centro de Pós-
graduação e Pesquisas em Administração, UFMG, Belo Horizonte, 2000.
ZEITHAML,V.A.;PARASURAMAN, A.; BERRY,L.L. Delivering quality service: balancing
customer perceptions and expectations, The Free Press,1990.