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Resumo
O presente trabalho tem como preocupação identificar e analisar os princípios básicos do
Sistema Toyota de Produção existente em uma empresa montadora de automóvel. A partir
daí, procura-se estabelecer a conceituação dos termos principais deste sistema, e para
análise tem-se como referência básica os princípios gerais do Sistema Toyota de Produção
(STP). A análise do estudo é feita através de um estudo de caso realizado em uma empresa
montadora de automóvel. Para a coleta dos dados necessários foi feita uma pesquisa
qualitativa, utilizando-se de recursos da metodologia científica como entrevista e
questionário. Esses instrumentos de coleta de dados foram aplicados à pessoa responsável
desta área. Neste contexto, avalia-se a importância da utilização do STP e as principais
vantagens do uso deste sistema.
Palavras chave: Sistema toyota de produção, Empresa montadora de automóvel, Produção
enxuta.
1. Introdução
Durante o passar dos anos, inúmeras mudanças nas áreas do setor produtivo
ocorreram. Tais mudanças representaram uma quebra de paradigmas mundiais
no plano social, econômico, técnico e organizacional, tornando significativa a
adoção de novos padrões de produção e marcando fortes transformações
alterando as formas de atuação e integração entre os meios produtivos.
A fim de sobreviver nestes cenários, que trazem elevadas pressões
competitivas, as empresas estão tentando se tornar “enxutas” eliminando os
desperdícios e flexibilizando os seus meios de produção e de serviços. Para
isto, muitos meios industriais vêem adotando os conceitos trazidos pelo
Sistema Toyota de Produção, pois este busca redução de gastos, agilidade no
processo e redução de tempo na fabricação do produto.
Estes princípios trouxeram uma enorme credibilidade ao sistema, visto que
este nasceu da sistematização da prática nas empresas e vêem sendo
implantado em diversos meios industriais. Por isso, é importante saber, quais
são os princípios básicos deste sistema e quais são os meios que as empresas
empregam de forma a cumprir todas as etapas exigidas por esse sistema.
Entretanto, faz-se necessária a compreensão dos princípios do Sistema Toyota
de Produção, caso queira-se aplicá-lo corretamente, pois simplesmente copiá-
lo em técnicas superficiais, poderia resultar num fracasso.
5.4 Poka-yoke
Dispositivo à prova de erros, destinado a evitar a ocorrência de defeitos em
processos de fabricação e/ou na utilização de produtos.
Para Shingo (1996) há duas maneiras nas quais o Poka-yoke pode ser usado:
− Método de controle: quando o Poka-yoke é ativado, a máquina ou a linha de
processamento pára, de forma que o problema pode ser corrigido;
− Método de advertência: quando ativado, um alarme soa, ou uma luz sinaliza, visando
alertar o trabalhador.
5.6 Kanban
O Kanban é um sistema de informação visual que permite o STP fluir
suavemente, sem ser necessário a manutenção de estoque extra, pois indica
claramente o que, e quanto é preciso da fase anterior; assim como transmitir a
informação sobre apanhar ou receber a ordem de produção.
Para Ohno citado por Shingo (1996), a ferramenta empregada para operar o
sistema toyota de produção é o Kanban. As funções do Kanban são:
− Conter o desperdício pelo excesso de produção: produzindo só a quantidade a ser utilizada
no processo posterior;
− Fornecer informações para a produção e para a retirada: como “o que”, “quando”, e
“quanto” produzir e transportar;
− É um instrumento de controle visual: Permite decidir rapidamente sobre a anormalidade;
− É um instrumento para melhoria contínua: É utilizado como contramedida no aumento do
estoque e na detecção das causas de variações de estoque.
5.8 Shojinka
É a capacidade do sistema em responder às variações de demanda através da
flexibilização da mão-de-obra. Três pré-requisitos são necessários para a
realização do Shojinka: Layout de máquinas adequado; Operadores
multifuncionais; Operações padronizadas.
5.9 Nagara
“O nome Nagara vem de uma expressão japonesa que indica a simultaneidade
de duas ações”.(SHINGO, 1996)
Para o mesmo autor, o sistema Nagara proporciona um fluxo unitário de
peças, ao longo dos processos devido à simultaneidade entre operações
principais e secundárias.
5.10 Kaizen
É uma palavra de origem japonesa que significa “melhoramento”. Este
conceito tem seu foco na melhoria contínua, com destaque na maneira como
as coisas são feitas, isto é, o sistema ou processo, sendo o resultado uma
conseqüência natural da maneira com que se melhora o processo.
6. Estudo de Caso
O método de estudo de caso, segundo definição de Lakatos & Marcone
(2003), é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior
segurança e economia, permite alcançar o objetivo traçando o caminho a ser
seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. Portanto,
através desse caso prático deseja-se aprofundar os conceitos apresentados
pela literatura, explorá-lo criticamente, estabelecer uma hipótese, investigar
fontes e verificar como as principais variáveis são abordadas em um contexto
industrial. Para este fim, utilizou-se de recursos da metodologia científica
como entrevista e questionário. A Empresa estudada foi a Toyota do Brasil,
localizada em Indaiatuba, interior de São Paulo.
Seu mercado fornecedor é 60% nacional, 10% fora do país, mas dentro da área
econômica do Mercosul e 30% fora dessa área econômica. Sendo que de 51%
a 75% do valor total do produto acabado é importado.
O modelo produzido na empresa foi desenvolvido na matriz no exterior,
porém passou por adaptações locais. Entretanto, todas suas especificações de
design e de processo de fabricação são repassados pela montadora à seus
fornecedores, cabendo a esses somente sua produção. Porém, a montadora
oferece-lhes ajuda com fornecimento de informações técnicas e tecnológicas,
empréstimo de equipamentos para testes e moldes, e cessão de pessoal
especializado, além de apoio logístico e com o treinamento de pessoal.
Os estoques da empresa são direcionados para, aproximadamente, um dia para
matérias-primas e componentes, 0,25 para produtos em processo e 0,5 para
produtos acabados.
Para o gerenciamento de dados, a empresa conta com o uso de um ERP
próprio da Toyota, chamado TOIOS e do Just-in-time/Kanban.
A entrega de produtos acabados aos clientes é 100% realizada em uma base no
JIT, e a entrega de matérias-primas e componentes para a produção é, em
média, 95% realizada dessa forma.
A inspeção realizada na empresa é feita através da auto-inspeção, onde o
trabalhador inspeciona os produtos que ele próprio processa, pelo método de
inspeção Poka-Yoke e, com inspeção na fonte. Entretanto, em caso de
ocorrência de erros em uma máquina ou na linha de produção, o funcionário
tem autonomia para pará-la.
Para os próximos três anos, a empresa considera de fundamental importância
a melhoria da conformação na produção e a qualidade e confiabilidade de
produto, a redução do tempo de produção e os custos de compras, aumentar a
produtividade da mão-de-obra, o giro de estoques e a utilização de sua
capacidade, além de melhorar o desempenho ambiental.
Para um melhor atender a seus principais clientes, a empresa considera de
grande importância, ter preços de venda mais baixos, oferecer entregas mais
confiáveis e mais rápidas, além de ampliar sua gama de produtos; e de
fundamental importância, oferecer projeto de produto e qualidade superiores e
produtos ambientalmente corretos e, ter um serviço ao cliente superior.
7. Conclusão
A partir dos procedimentos realizados neste estudo, pode-se observar os
principais conceitos, no que diz respeito ao Sistema Toyota de Produção.
Também foi possível verificar como uma empresa utiliza destes
conhecimentos para estruturar sua forma de produção. De posse dessas
informações, foi possível confrontar a teoria com a prática.
Esta pesquisa, realizada na Toyota do Brasil, localizada em Indaiatuba, visava
identificar os princípios do sistema de produção enxuta implantados na
empresa. Concluindo-se que por ser a empresa pesquisada filial da empresa
criadora das técnicas de produção enxuta, ela utiliza todas as ferramentas
desse sistema de maneira eficaz, o que é de suma importância para uma
empresa inserida na atual conjuntura de mercado, que está cada vez mais
III EMEPRO – Belo Horizonte, MG, Brasil, 07 a 09 de junho de 2007
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