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III EMEPRO – Belo Horizonte, MG, Brasil, 07 a 09 de junho de 2007
Análise da utilização do sistema toyota de produção em uma montadora
Nayara Franciele Silva (UFOP) nayara_fram@yahoo.com.br Irce Fernandes G. Guimarães (UFOP) profirce@yahoo.com.br 
Resumo
O presente trabalho tem como preocupação identificar e analisar os princípios básicos do Sistema Toyota de Produção existente em uma empresa montadora de automóvel. A partir daí, procura-se estabelecer a conceituação dos termos principais deste sistema, e para análise tem-se como referência básica os princípios gerais do Sistema Toyota de Produção (STP). A análise do estudo é feita através de um estudo de caso realizado em uma empresa montadora de automóvel. Para a coleta dos dados necessários foi feita uma pesquisa qualitativa, utilizando-se de recursos da metodologia científica como entrevista e questionário. Esses instrumentos de coleta de dados foram aplicados à pessoa responsável desta área. Neste contexto, avalia-se a importância da utilização do STP e as principais vantagens do uso deste sistema. Palavras chave: Sistema toyota de produção, Empresa montadora de automóvel, Produção enxuta.
 
1. Introdução
Durante o passar dos anos, inúmeras mudanças nas áreas do setor produtivo ocorreram. Tais mudanças representaram uma quebra de paradigmas mundiais no plano social, econômico, técnico e organizacional, tornando significativa a adoção de novos padrões de produção e marcando fortes transformações alterando as formas de atuação e integração entre os meios produtivos. A fim de sobreviver nestes cenários, que trazem elevadas pressões competitivas, as empresas estão tentando se tornar “enxutas” eliminando os desperdícios e flexibilizando os seus meios de produção e de serviços. Para isto, muitos meios industriais vêem adotando os conceitos trazidos pelo Sistema Toyota de Produção, pois este busca redução de gastos, agilidade no  processo e redução de tempo na fabricação do produto. Estes princípios trouxeram uma enorme credibilidade ao sistema, visto que este nasceu da sistematização da prática nas empresas e vêem sendo implantado em diversos meios industriais. Por isso, é importante saber, quais são os princípios básicos deste sistema e quais são os meios que as empresas empregam de forma a cumprir todas as etapas exigidas por esse sistema. Entretanto, faz-se necessária a compreensão dos princípios do Sistema Toyota de Produção, caso queira-se aplicá-lo corretamente, pois simplesmente copiá-lo em técnicas superficiais, poderia resultar num fracasso.
2. Definição sobre o Sistema Toyota de Produção
O novo sistema de produção que se revelou no Japão foi denominado Sistema Toyota de Produção, ou toyotismo por ter sido primeiramente desenvolvido
 
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nas indústrias Toyota, ou Produção Enxuta, dada a sua filosofia de produzir cada vez mais com menos. Krafcik citado por Santos (2003) os batizou de
lean production
 (produção enxuta) em oposição a
buffered production
 que, segundo o autor, caracterizaria a produção em massa. Para Ohno (1978), o espírito Toyota consiste na produção em séries pequenas de produtos com muitas diferenciações. Segundo Okubaro (2001), “a produção enxuta combina as vantagens da  produção artesanal e em massa, evitando os altos custos da primeira e a rigidez desta última. Com essa finalidade, a produção enxuta emprega equipes de trabalhadores multiqualificados em todos os níveis da organização, além de máquinas altamente flexíveis e cada vez mais automatizadas, para produzir imensos volumes de ampla variedade”.
3. Princípios do sistema toyota de produção
A seguir, serão apresentados os princípios do Sistema Toyota de Produção:
3.1 Mecanismo da função produção
Shingo (1996), criador do mecanismo da função produção, define-o como uma rede de processos e operações. Um mecanismo utilizado para visualizar as  perdas no setor produtivo, mapeando todo o processo do setor produtivo. Conforme Antunes Júnior (1998), a análise do mecanismo da função produção  permite:
 
 
Compreender a lógica de concepção do STP;
 
Esclarecer um método de análise de produção que possibilita a construção de outros sistemas alternativos ou complementares ao STP;
 
Analisar os conceitos de perdas, propostos por Taylor, Ford, Ohno e Shingo.
3.2 Princípio do não-custo
Shingo (1996) considera que lucro é igual ao preço menos o custo. Sendo o  preço determinado pelo mercado, a única maneira de aumentar os lucros se dá  por meio da redução de custos. Para redução de custos, o único meio é a eliminação total das perdas. Ohno e Shingo propõem sete classes de perdas para sustentar o processo sistemático de identificação e eliminação de dessas (GHINATO, 1996): 1) Perda por Superprodução: Usada para prevenção de defeitos que possam vir a acontecer, fabricando-se produtos a mais e produzidas antecipadamente e estocadas até serem processadas (SHINGO, 1996); 2) Perda por Transporte: O transporte ou movimentação de materiais é um  processo que não agrega valor ao produto (SHINGO, 1996); 3) Perda por Processamento em si: Perdas presentes na forma de parcelas do  processamento; 4) Perda por Fabricação de Produtos Defeituosos: Segundo Ghinato (1996), essa é a perda mais comum e visível nas empresas;
 
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5) Perda por Movimentação: Decorrente de todo movimento desnecessário realizado pelos operadores com a finalidade de realizar uma tarefa; 6) Perda por Espera: Perda no qual nenhum processo ou operação é realizado, ficando a peça na espera para seguir o processo. 7) Perda por Estoque: Devido à manutenção de estoques de matérias-primas, materiais em processo ou produtos acabados.
4. Pilares do sistema toyota de produção
Além da eliminação de desperdício, outros dois pilares sustentam o STP, sendo essenciais para o seu funcionamento: o Just-in-time e a Autonomação.
4.1 Just-in-time (JIT)
O conceito Just-in-time, através do qual somente peças certas, na quantidade certa e no momento certo são fornecidas de um posto de trabalho para outro, foi desenvolvido, aperfeiçoado e ampliado por Ohno e Shingo, baseados nas idéias de Kiichiro Toyoda de manter as peças necessárias para a montagem de um automóvel ao lado da linha de montagem (GHINATO, 1996). Segundo Motta (1993) o JIT é uma técnica de gerenciamento que pode ser aplicada tanto na área de produção quanto nas outras áreas da empresa.
4.2 Autonomação (JIDOKA)
O conceito de Autonomação foi disseminado por Ohno e inspirado nos mecanismos de parada automática, instalados em teares inventados por Sakichi Toyoda (GHINATO, 1994). Ela elimina a superprodução e evita a fabricação de defeituosos, já que faculta à máquina ou ao operador a autonomia de interromper a produção sempre que algo anormal seja detectado ou quando a quantidade planejada tenha sido atingida. O que possibilita uma melhoria na qualidade, pois permite que a linha seja parada no caso de detecção de peças defeituosas, gerando uma ação imediata de correção.
5. Técnicas do Sistema Toyota de Produção
Para Ghinato (1996), a estrutura o Sistema Toyota de Produção pode ser feita interligando seus princípios, métodos e técnicas. Segundo Antunes Júnior (1998), as técnicas foram articuladas em uma relação de causa-efeito-causa, gerando o Sistema Toyota de Produção. Suas principais técnicas são:
5.1 Controle da qualidade total (TQC):
Para Tubino (2000), o TQC é uma filosofia voltada para a identificação, análise e solução de problemas, já que considera que qualquer problema é  perda de qualidade.
5.2 Atividades por pequenos grupos
Segundo Monden (1984), o processo de melhoria de atividades, movido pela ação de todos os funcionários (grupos), através dos círculos de controle da qualidade (CCQ), e do sistema de sugestões, são capazes de permitir a melhoria contínua da qualidade.

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