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CAFÉ Manual de Procedimentos

SECRETÁRIA
DA FAZENDA
Departamento
de Administração
Tributária - DAT
Gerência
de Comércio
Exterior
- GECEX
CAFÉ
Manual de
Procedimentos

Governador
CÉSAR AUGUSTO RABELLO BORGES

Secretário
ALBÉRICO MACHADO MASCARENHAS

Subsecretário
LUCIANO SANTOS DE SOUZA

Diretor do Departamento de Administração Tributária


EUDALDO ALMEIDA DE JESUS

Diretor de Fiscalização
ANTÔNIO EXPEDITO SANTOS DE MIRANDA

2
Gerente de Comércio Exterior
ELÍSIA MEDEIROS PINTO
CAFÉ
Manual de
Procedimentos

APRESENTAÇÃO
A dinâmica econômica
mundial tem originado uma nova
diferenciação entre países,
organizações e indivíduos,








do contexto, tem possibilitado a


análise acurada de toda a cadeia
de agregação de valor.

baseada na capacidade de A disseminação dos



responder criativamente às conhecimentos para toda a



oportunidades e necessidades organização, dotando a




que hoje se apresentam em fiscalização de fontes



ritmo acelerado, como especializadas de consulta, é a



conseqüência da globalização. próxima etapa a ser alcançada



pelo Departamento de


Percebendo tal cenário, a Administração Tributária,



Secretaria da Fazenda do através da Diretoria de



Estado da Bahia vem Fiscalização e de suas



desenvolvendo um programa de Gerências.




modernização, tendo como



objetivo o aprimoramento O “Manual de Procedimentos –



contínuo da organização e de Café” insere-se neste contexto,



seus profissionais. O representando um novo produto




estabelecimento de núcleos de disponibilizado pela Gerência de



excelência, focados em Comércio Exterior, que tem se



segmentos ou atividades caracterizado pelas constantes



específicos, tem sido uma contribuições ao




experiência de sucesso, uma aperfeiçoamento dos



vez que, conservando a noção profissionais da fiscalização.



3
HISTÓRIA DO CAFÉ...................................................................7

ESPÉCIES DE CAFÉ CULTIVADAS NO BRASIL................8

CAFÉ BRASIL - POPULAÇÂO CAFEEIRA........................................8

Manual de CULTIVO DA LAVOURA............................................................9 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○


Procedimentos

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Clima...................................................................................9
Limpeza do Terreno e Preparo do Solo..........................9
Plantio.................................................................................9
TRATOS NA LAVOURA...........................................................10
FLORADA E FRUTIFICAÇÃO.................................................11
SUMÁRIO

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
COLHEITA...................................................................................11

PREPARO DO CAFÉ................................................................12
Via Seca...........................................................................12
Via Úmida........................................................................12
Secagem..........................................................................13

ARMAZENAMENTO..................................................................13

PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE.........................................13

BENEFICIAMENTO...................................................................14

REBENEFICIAMENTO.............................................................15
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

CLASSIFICAÇÃO DO CAFÉ...................................................15
ANÁLISE FÍSICA.......................................................................16
Classificação por Peneiras............................................16
Classificação por Tipo....................................................16
Tabela de Classificação Oficial Brasileira ...................17
Classificação por Cor.....................................................17
Torração............................................................................17
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

OS TIPOS DE DEFEITOS........................................................18
ANÁLISE ORGANOLÉPTICA.................................................19
Classificação por Bebida...............................................19

ARMAZENAMENTO DO CAFÉ REBENEFICIADO............19


*Esquema de Preparo pós Colheita

TORRAÇÃO E MOAGEM.........................................................20
Compra do Café..............................................................20
Torração............................................................................20
Ponto de Torra.................................................................20
Moagem...........................................................................20
Embalagem......................................................................20

COMERCIALIZAÇÃO DO CAFÉ.............................................21
comercialização Interna..................................................21
comercialização Externa................................................21

CLASSIFICAÇÃO DE CAFÉ PELA


BOLSA DE NOVA YORK.........................................................21
Tabela de Equivalência dos Grãos Imperfeitos...........21
Tabela Oficial de Nova York ...........................................22
4
CAFÉ
Manual de
Procedimentos

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
CORRELAÇÃO ENTRE A TABELA
OFICIAL DO BR E N.Y..............................................................22

TERMINOLOGIA EMPREGADA
NO MERCADO DO CAFÉ........................................................22

LEGISLAÇÃO DE ICMS...........................................................23
Incidência.........................................................................23
Não Incidência Fato gerador..........................................23
Fato Gerador....................................................................23
Contribuinte......................................................................23
Local da Operação.........................................................23
Alíquota.............................................................................23
Base de Cálculo..............................................................23
Suspensão.......................................................................23
Diferimento.......................................................................24
Substituição Tributária....................................................24
Crédito Fiscal..................................................................24
Circulação de Café Cru..................................................24
Prazo de Recolhimento..................................................24
Outras Hipóteses.............................................................24

DOCUMENTAÇÃO....................................................................24

PONTOS A OBSERVAR..........................................................25
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

GLOSSÁRIO...............................................................................26

*Esquema de Preparo pós Colheita.........................................28


Termo de deslacração de café..................................................29
Controle de saídas interestaduais de café...............................29

ÓRGÃOS DE APOIO.................................................................30

BIBLIOGRAFIA..........................................................................30

SUMÁRIO 5
D
CAFÉ
Manual de
Procedimentos

ando continuidade aos tra- representar 5,19 % em 1997, do


INTRODUÇÃO

balhos de especialização desen- total das exportações brasileiras.


volvidos pela gerência de comér-
cio exterior, e considerando os
efeitos da Lei Complementar 87/ Procuramos dar uma visão glo-
96, a partir de setembro/96, mo- balizadora do produto, fazendo
mento em que foram desoneradas uma abordagem desde o cultivo,
do ICMS as exportações de pro- limpeza, descascamento, ventila-
dutos semi-elaborados (aqueles ção, rebeneficiamento, classifica-
até então tributados) e primários, ção até a fase da comercialização.
sentimos a necessidade de dar
prosseguimento ao trabalho publi-
cado recentemente e intitulado Enfatizamos, também, a impor-
como Manual de Fiscalização do tância do conhecimento das fases
ICMS na Importação e Exporta- intermediárias da produção do
ção. café como forma de subsidiar a
fiscalização na aplicação da nor-
ma tributária, eis que, o café pro-
Desta feita, pretendemos ela- duzido no país e que é exporta-
borar Manuais de Conhecimentos do, obedece padrões definidos
Específicos voltados para as ex- por cada mercado importador.
portações de produtos primários,
iniciando pelo café, por ser um
produto de extrema relevância na Esperamos com este manual
economia nacional e baiana. Este contribuir para um maior nível de
produto, isoladamente, chegou a eficiência fiscal.

INTRODUÇÃO
6
CAFÉ
Manual de
Procedimentos

Café
catuaí
amarelo

O
História do café
cafeeiro planta de origem africa- tância foi tão marcante que o Estado veio a
na, foi introduzido na Arábia por se tornar o maior centro exportador de café
volta do ano de 1500, tendo sido do mundo.
classificado por Linneu como Co- O café exerce importante função social
ffea arábica. Irradiou-se por vári- na criação de empregos, não só na colhei-
os países, sendo importante mar- ta mas durante todo o ano, por se tratar de
co na história de suas culturas, uma atividade quase que totalmente arte-
inclusive no Brasil. sanal. É também uma importante fonte ge-
Os efeitos da infusão prepara- radora de renda e
da com o café difundiu-se rapidamente a emprego no país:
partir do século XVI, época em que a bebi- na lavoura, na in-
da era fartamente utilizada no Oriente. Con- dústria e no comér-
ta-se que o café foi torrado pela primeira vez cio. Se constitui um
na Pérsia, influenciando a cultura de vários importante fator de
países como os maometanos que toma- desenvolvimento:
vam-no em suas cerimônias para ficarem muitas proprieda-
mais espertos. des têm no café
No Brasil foi introduzido em 1727, quan- sua principal fonte
do o Governador do Maranhão e Grão Pará, de renda, exploran-
João da Maia da Gama outorgou ao Sargen- do as terras, fixan-
to-Mor Francisco de Melo Palheta uma mis- do mão-de-obra,
são oficial, com o propósito de solucionar criando riqueza e
problemas de fronteiras com a Guiana Fran- bem estar social.
cesa. De volta de Caiena este trouxe para Assim, quanto mai-
Belém do Pará muitas sementes e algumas or for a renda nas
mudas que ali se desenvolveram bem. Do propriedades, maior será a arrecadação dos Visão
Pará o café foi para o Maranhão e daí se Municípios e Estados e maior a participa- panorâmica
de uma
irradiou por pequenas plantações nos Es- ção nas divisas de exportação. plantação de
tados vizinhos, atingindo no período de 1743 Atualmente, a produção no Brasil (safra café
a 1750 o Ceará, Pernambuco e Bahia, che- de 1997/98) está em torno de 28 milhões
gando ao Rio de Janeiro em 1760 de onde de sacas. Na Bahia a produção está esti-
se expandiu para toda a zona cafeeira do mada em 1 milhão de sacas.
Brasil. Por volta de 1780 a 90 atingiu o Vale O Brasil é o maior produtor vindo em
do Paraíba, alcançando os Estados de São seguida a Colômbia, Indonésia, Costa do
Paulo e Minas. O café foi tomando o lugar Marfim e México. Os Estados Unidos é o
da mata, abrindo estradas, fixando povoa- maior consumidor seguido do Brasil.
dos e criando riquezas. A penetração do café A cultura do café já foi responsável por
com características econômicas, deu-se 80% da receita cambial do Brasil, hoje re-
em meados do século XIX, segundo algu-
mas pesquisas. Em São Paulo sua impor-
presenta de 4 a 5%, em função de novas
culturas e desenvolvimento da indústria. 7
N
Especies de café cultivadas no Brasil
o Brasil a quase totalidade dos igualada e precoce.
cafeeiros plantados é da espé- Em algumas regiões do Brasil se planta
CAFÉ cie Cofeea arabica, planta ca-
racterística de clima tropical de
uma outra espécie de café - Coffea canepho-
ra variedade Kouillou, conhecido como Coni-
altitude, adaptada a clima úmi- lon também chamado de Robusta, é uma es-
Manual de do com temperaturas amenas. pécie largamente difundida nas regiões quen-
Procedimentos A espécie Coffea arabica é de tes, com lavouras bastante produtivas.
grande significação econômi- O Conilon não proporciona bebida de
ca para as regiões que a culti- boa qualidade mas apresenta alta produti-
vam, uma vez que seu produto é de quali- vidade e maior percentagem de sólidos so-
dade superior (aroma e sabor mais apreci- lúveis que o arábica. O seu preço mais re-
ado no mundo), e de maior aceitação em duzido e sua utilização na formação de li-
gas na indústria de café solúvel, o faz ter
boa aceitação no mercado norte-america-
no e europeu. Representa cerca de 15% da
produção nacional.
Na Bahia a variedade predominante é o
Catuaí com aproximadamente 77% do par-
que, o Mundo Novo participa com 11%, o
Conillon com 11% e outras com 1%.
A variedade Catuaí predomina em quase
todas as regiões, a exceção do extremo sul
adequada ao Conillon.

BRASIL - PO-
PULAÇÃO CAFE-
EIRA
Estima-se que
hoje existe no Bra-
sil uma área planta-
Café da de café de 2,41
cereja todos os mercados consumidores. O café milhões de hectares. Os estados de Minas
arábica, como é chamado, deu origem por Gerais, Espírito Santo, Paraná, São Paulo,
mutação a outras variedades, sendo mais Bahia, Goiás e Rondonia são os maiores
difundido e de maior valor comercial o Mun- produtores de café do País, com predomi-
do Novo, o Catuaí Amarelo e o Catuaí Ver- nância da espécie arábica.
melho.
O Catuaí tem boa
produtividade, é de
baixo porte e de es- Brasil: população cafeeira, área plantada e produção
trutura compacta,
sofrendo menos a



cafeeiros bilhões

ação dos ventos e


milhões de scs


Área plantada
População de

Rend. scs/ha

das estiagens, per-




milhões ha

manecendo sempre


Cafeeiros

Produção


enfolhado. A colheita


por ha

é mais fácil, permitin-




do o plantio em espa- Ano safra




çamento mais aden-




sado, mas a matura- 1991/92 4,23 3,50 1.209 28,5 8,38




ção é desigual e tar-


1992/93 3,46 2,45 1.412 24,0 10,91



dia. O Mundo Novo



1993/94 3,12 2,31 1.351 28,5 12,67


tem boa adaptação




nas regiões cafeeiras 1994/95 3,17 2,33 1.361 26,0 11,82




do País, no entanto

1995/96 3,08 2,26 1.363 16,8 9,08



apresenta altura ele-



1996/97 3,40 2,34 1.051 27,5 11,96


vada, o que dificulta




sua colheita; perde 1997/98 3,55 2,41 1.481 28,0 11,86




8 saia no período seco


tem maturação mais
Fonte: FAS/USDA - Circular Séries FTROP/95 e 27/jun e AGR nº BR 7029
Na Bahia existem em torno de 3.000 pro- entre 22º e 26º C.
priedades agrícolas de cultivo de café, que Com o desenvolvimento da irrigação nos
representa uma população cafeeira de cafezais os parâmetros de altitude e clima
aproximadamente 119,14 milhões de pés, estão sendo alterados.
correspondendo a uma área de 83,4 mil hec-
tares. Limpeza do terreno e pre- CAFÉ
Regiões produtoras no Esta- paro do solo - no prepa-
do ro do solo para a ins- Manual de
Planalto de Conquista – talação de uma la- Procedimentos
28.040 hectares voura de café, a
Jequié – Santa Inês – PIEMONTE DA primeira opera-
19.380 hectares BARREIRAS DIAMANTINA ção consta da
Chapada Diaman- limpeza da
tina – 32.670 hectares CHAPADA PARAGUAÇU área. Essa
Extremo Sul – DIAMANTINA limpeza a
7500 hectares depender do
Barreiras – 2.500 SERRA GERAL SUDOESTE uso anterior
hectares SALVADOR do solo, in-
O “Diagnóstico clui opera-
da Cafeicultura na PLANALTO DA ções diferen-
CONQUISTA
Bahia 1995 - 96” con- tes; se havia
LITORAL SUL
clui que, se comparada mata natural ou
ao período 84/85, houve artificial, cerrado
redução do parque cafeei- ou capoeira, cultu-
ro, a exceção do Extremo Sul EXTREMO SUL ras permanentes,
e de Barreiras, que é uma re- pastagens, etc.. Essa
gião nova na cultura do café. operação pode envolver des-
A safra prevista para 98/99 é de 1,030 bravagem (roçada, derrubada, quei-
milhão de sacas, com produtividade de 12 mada), aração, gradagem, calagem, e sub-
sacas/hectare, considerada baixa em rela- solagem, que tem por finalidade a uniformi-
ção aos padrões aceitáveis (> 20 sacas/ zação do terreno para que apresentem con-
hectare), devido ao fator climático. dições adequadas para o plantio. A limpeza
Tentando melhorar a produtividade estão do terreno deve
sendo incorporadas novas técnicas como: ser feita na esta-
correção de solo, espaçamento mais raci- ção seca.
onais, adubações equilibradas, tratos mais
adequados e irrigação dos cafezais, o que Plantio - De-
poderá elevar ao dobro a capacidade de pro- pois de prepara-
dução do Estado. do o solo, o pró-
Na região de Barreiras, cuja implantação ximo passo é a
da cultura do café começou em torno de demarcação do
1994, está sendo adotada a irrigação. O par- terreno que se
que nessa região já conta com 2.550 hecta- constitui na mar-
res de café implantados, correspondendo a cação das nivela-
aproximadamente 20 milhões de covas, dis- das básicas,
pondo de um potencial de mais 100 mil hec- ruas de café, co-
tares para desenvolvimento da cafeicultura vas e carreado-
irrigada. Estima-se para este ano colher em res. O cafezal
média 100 sacas beneficiadas por hectare, deve ser plantado
índice de produtividade superior a qualquer em espaçamento
outra região produtora do país. que possibilite o
trânsito de equi-

C
pamento pelas
Cultivo da lavoura ruas de café, per-
mitindo a meca-
lima - em geral a espécie arábi- nização das ca-
ca se desenvolve melhor em pinas, tratos fitos-
regiões com altitude entre 400 e sanitários, adu-
1200 metros e que apresentem bação, etc.
temperaturas anuais na faixa de O espaça-
18º a 22º C com chuvas bem mento depende
distribuídas. Uma variação mui- de uma série de
to abaixo ou acima desta média fatores como: variedade a ser plantada, de-
pode ser prejudicial à produtivi- clividade e exposição do terreno, número de
dade do cafeeiro. covas a serem formadas, clima da região,
A espécie conilon se desenvolve em áre- etc. De modo geral são os seguintes espa-
as com altitudes abaixo de 600m e está
9
çamentos mais comuns nas lavouras de
adaptada a temperaturas médias anuais café do País.
Variedades Espaçamento Espaçamento Nº mudas
entre linhas entre covas na cova

Mundo Novo 4,0 metros 1,5 a 2,0 metros 2


CAFÉ 0,8 a 1,0 metro 1
Catuaí Vermelho 3,5 metros 1,5 a 2.0 metros 2
Manual de ou Amarelo 0,8 a 1,0 metro 1
Procedimentos

O sistema de espaçamento não é rígido, tas a “veranico” em épocas mais ou menos


cada região ou mesmo propriedade é um constantes, deve-se evitar esses períodos.
caso. O espaçamento padrão de 3 a 4 m É muito importante que no primeiro ano de
entre linhas e 1 a 2 m entre covas, permite plantio seja feito uma cultura intercalar anual
aproximadamente 1.500 a 2.000 covas por de porte alto, que funcione como quebra-ven-
hectare. A densidade média atual é de 3.000 to, evitando o tombamento do cafeeiro novo e
covas por hectare. a brotação excessiva. A implantação de gre-
Outro modelo de espaçamento que vem vília como arborização de cafezais, tem dado
sendo utilizado é o adensado, que consiste bons resultados.

O
em espaçamentos menores entre linhas e

Tratos na lavoura
covas, onde as mudas são plantadas em es-
paçamentos de 2 x 1m e 1,20 x 0,80m no
modelo superadensado. Esse sistema per- s tratos culturais recebidos pela
mite a utilização de menor área para a lavou- lavoura durante o período de de-
ra (pode-se plantar de 5.000 a 10.000 plantas senvolvimento, florada e frutifica-
por hectare) e, portanto menor investimento ção da lavoura, influem na pro-
em terras, possibilitando maior economia nas dutividade de um cafeeiro. Os
operações de trato após o plantio e o aprovei- principais tratos aplicados ao
tamento de áreas não mecanizáveis, muitas cafezal são:
vezes mais bem situadas. Tudo isso permite Capinas – tem como objetivo
um retorno mais rápido dos recursos investi- eliminar as ervas daninhas que
dos, resultando em alta produtividade por área retiram água e nutrientes dos
a curto prazo. cafezais. Os produtores combi-
nam os métodos manuais, me-
Viveiro
de cânicos e químicos. Em geral
mudas são realizadas de cinco a seis
capinas por ano.
Podas – entre outros objetivos
tem a finalidade de facilitar a co-
lheita, a pulverização e fortalecer
a planta ou mesmo recuperá-la.
Com a poda promove-se um
melhor arejamento e insolação
da lavoura, criando-se um ambi-
ente desfavorável ao ataque de
pragas e doenças. Nos plantios
adensados a poda é obrigatória
para evitar o fechamento da la-
voura.
Adubações – esse trato tem
início trinta a quarenta dias após
o plantio, repetindo-se três a qua-
tro vezes por ano. O cafezal pode
O espaçamento tradicional representa receber adubo orgânico e quími-
78% do parque cafeeiro baiano vindo a seguir
o renque mecanizado (3,5 – 4,5 x 0,5 a 1,0 m)
com 8%; este sistema só vem sendo adota- Plantio novo
modelo
do nos últimos dez anos. tradicional
A lavoura de café tem início com a prepa-
ração das mudas em viveiros de meia-som-
bra, com cobertura alta ou baixa, usando-se
o sistema de semeio direto. Quando as mu-
das atingem de 4 a 6 pares de folhas (após 6
meses a 1 ano), é transportada para a cova.
O plantio deve ser feito durante o período chu-
voso (na Bahia de maio a junho). Quanto mais
10 próximo do final das chuvas, maior a probabi-
lidade de perda do plantio. Em regiões sujei-
CAFÉ
Manual de
Procedimentos

co no solo além de pulverizações, princi- As flores fecundadas dão origem aos fru-
palmente para correção de deficiências de tos de cor verde (chumbinhos). Como a flo-
micronutrientes. ração não é toda por igual (repete-se mais
Pulverizações – destinam-se ao con- ou menos por quatro vezes), a frutificação
trole de pragas e doenças entre as quais, o e o amadurecimento dos frutos também não
bicho mineiro, a broca, os nematoides e a são homogêneos. Na Bahia as plantas flo-
cigarra. O bicho mineiro ataca as folhas do rescem de novembro a março, frutificam 30
cafeeiro, a broca ataca os frutos, os nema- dias depois e maturam entre maio e junho.

E
tóides e a cigarra atacam o sistema radicu-
lar da planta. A principal doença é a ferru-
gem, um fungo que ataca as folhas, provo- Colheita
cando sua queda prematura e afetando a m média leva-se 6 meses, em
produtividade do cafeeiro. condições climáticas normais,
Conservação do solo – tem como ob- para a maturação. O período
jetivo o combate à erosão. A capina é a prá- de colheita varia de região para
tica vegetativa mais comum. Entre os mé- região, dependendo da altitude,
todos mecânicos utiliza-se a subsolagem latitude e condições climáticas
para quebrar a compactação do solo e a locais. Quanto maior a altitude
construção de terraços. e menor a temperatura numa
mesma latitude, mais tarde
Florada e será a maturação. A ocorrên-

O
cia de chuvas durante a fase de maturação
frutificação prolonga o período de colheita. No centro-
sul do país a colheita abrange os meses de
ciclo da florada e frutificação na abril a agosto. Na Bahia a colheita regular-
produção do café é essencial. A mente é iniciada em maio, podendo se es-
floração ocorre em etapas de cres- tender até setembro, uma vez que a matu-
cimento e dormência. Os botões ração não é uniforme e exige de 2 a 3 re-
crescem até cerca de 6 a 8 milí- passes, sendo que no último é feita a “ra-
metros e cessam seu crescimen- pagem”, ou seja, a colheita de todos os fru-
to entrando em dormência; per- tos remanescentes.
manecendo nesse estado até que Predominantemente a colheita é feita
haja um período seco seguido de pelos seguintes processos: derriça no chão,
chuva para então continuarem a crescer ra- derriça no pano, colheita a dedo e colheita
pidamente até sua abertura em flores, cer-
ca de dez dias após a chuva.
mecânica.
Derriça no chão - é o mais comum e 11
CAFÉ
Manual de
Procedimentos

Terreiro de secagem

envolve as seguintes fases:


arruação - é a operação de lim-
peza do solo em volta e em baixo
do cafeeiro para que o café derriça-
do não se misture aos ciscos e de-
tritos
varrição - é o recolhimento do
café que cai naturalmente antes da
colheita
derriça - é a colheita propriamen-
te dita, e consiste na
derrubada manual de
todos os frutos do
ramo, ainda que ver-
des, verdoengos, Preparo

A
maduros e secos no
chão
rastelação - é o
do café
recolhimento do café pós a colheita
derriçado, realizado o café pode
com vassoura ou ras- ser preparado
telo por dois pro-
abanação - é a cessos: via
operação realizada seca ou via
com peneira, tendo úmida.
por finalidade eliminar Via seca - é
paus, pedras, folhas. o método mais
Derriça no pano - utilizado.
é um processo seme- Quando chega do campo o
lhante à derriça, em café passa por uma limpe-
que se coloca panos za para eliminar a terra e
ou plásticos sob o fragmentos diversos atra-
cafeeiro, para que os vés de seletores especiais,
frutos não se mistu- que ainda separa os grãos
rem às impurezas mais pesados (verde e ce-
tais como pedras e reja) dos mais leves (bóia).
torrões, e nem tenham contato com os Em seguida o café é levado separadamen-
grãos já caídos. te para os terreiros e/ou secadores, resul-
Colheita a dedo - é um processo feito tando no café em coco.
com peneira ou cesto e consiste na cata Na Bahia 46% das propriedades apre-
dos grãos maduros; como a maturação não sentam terreiros pavimentados e 27% ter-
é uniforme implica em duas ou três cata- reiros de chão; as tulhas estão presentes
ções na lavoura. Por ser um processo one- em 25% das propriedades, os armazéns
roso não é muito utilizado. em 39%, principalmente nas médias e gran-
Colheita mecânica - é feita através de des propriedades.
12 máquina sendo mais utilizada nas grandes
propriedades e em regiões de topografia
Via úmida – esse processo também é
denominado despolpamento, dando origem
ao café despolpado, exigindo uma colheita para ser armazenado até a comercializa-
cuidadosa de frutos maduros. A limpeza é ção. Os médios e grandes produtores em
feita em lavadores que também separa o geral, armazenam a colheita em suas pró-
café cereja e verde do maduro. O café ce- prias tulhas até ser comercializada.
reja pode ser seco em terreiro , secador ou
CAFÉ
Produção e
ser encaminhado para despolpamento. Nes-
te processo a polpa é retirada quando a

N
produtividade
cereja passa pelo despolpador mecânico. Manual de
Em seguida o café é colocado em tanques Procedimentos
próprios para fermentar (tanques de dego-
a lavoura de café, a produtivi-
magem) sendo depois lavado em água cor-
dade nem sempre está vincu-
rente e posto para secar. Com o despolpa-
lada ao tamanho da proprieda-
mento elimina-se a casca e a mucilagem
de, outros fatores influenciam
restando apenas o pergaminho, resultando
diretamente tais como: climá-
um produto de alta qualidade.Somente de 7
ticos, econômicos e tecnoló-
a 10% das propriedades possuem lavado-
gicos.
res e despolpadores.
A primeira carga de frutos
Secagem – é uma das mais importan-
ocorre no segundo ano após o
tes operações, pois, se mal conduzida, po-
plantio, crescendo até o quarto
derá acarretar grandes prejuízos ao cafei-
ano, quando tende a se estabilizar, já que a
cultor; para se obter um produto de boa
planta atinge a fase adulta. A partir de então
qualidade o café precisa ser seco de modo
as safras começam a se alternar entre um
correto, tanto em terreiro como em seca-
ano de alta com outro de baixa safra, desde
dores mecânicos. Um café seco em dema-
que não ocorram alterações climáticas.
sia perde peso e se torna quebradiço du-
O café em regra geral tem uma vida útil
rante o beneficiamento. O ponto ideal é
de 25 anos, podendo atingir até 40 anos.
aquele que deixa o café com aproximada-
Dentro dessa vida útil, atinge o pico de pro-
mente 11% de umidade para o café em
dução no período que vai dos 8 aos 15 anos.
coco e 12% para o café pergaminho.
Uma boa média para um cafezal adulto é
de 20 sacas beneficiadas por 1.000 covas
ou 30 sacas beneficiadas por hectare, com

T
eficiência hídrica de1.200 ml/ano.
Armazenamento Na Bahia 82% do parque cafeeiro situa-

erminada a
secagem,
no terreiro
ou em se-
cadores,
tanto o
café em
c ô c o
como o
café em
pergaminho são ar-
mazenados a granel
em tulhas (comparti-
mento revestido de Recpeção de café cereja para despolpamento Visão panorâmica do despolpador
madeira), normal-
mente próximas ao
terreiro em áreas en-
solaradas e bem dre-
nadas para evitar a
umidade dos grãos.
O armazenamento
tem como finalidade
homogeneizar a umi-
dade dos grãos e re-
gular a alimentação
da máquina de bene-
ficiamento.
Cafés de diferen-
tes tipos, procedênci- Tanques de degomagem Despolpador

as e secagens, devem ser armazenados se na faixa de 10 a 20 anos de idade (cafe-


separadamente. zais adultos); 8% da lavoura apresenta mais
A maioria dos pequenos produtores só de 20 anos (lavoura velha) e 10% cafezal
dispõem de terreiros. Após colherem e se-
carem o café, levam-no às cooperativas
em formação. Quanto à produtividade, 66%
do parque cafeeiro baiano apresenta pro- 13
dutividade inferior a 10 sacas/hectare, 28% operativas que concentram a produção ca-
do parque produz de 10 a 20 sacas/hectare feeira de uma região e a preparam, esto-
e somente 6% tem produtividade acima de cam e comercializam. Existem ainda em-
20 sacas/hectare. A maior parte de cafeei- presas que possuem maquinário e prestam

CAFÉ ros nos padrões de boa produtividade é en-


contrada no Extremo-Sul para o Conillon e
serviço de beneficiamento.
Limpeza - a limpeza do café inicia na
na região da Chapada Diamantina para o bica de jogo que se compõe de um conjun-
Manual de arábica. to de peneiras planas oscilantes que rece-
Procedimentos Com a implantação do parque cafeeiro be o café em coco ou pergaminho, separa
de Barreiras e as técnicas de irrigação, a as impurezas leves, terras e torrões.
tendência é o aumento da produtividade mé- Em seguida o café passa para o catador
dia, com experimentos que estão atingindo de pedras que separa as impurezas pesa-
a média de 100 sacas/ha. das, completando o serviço de limpeza.

Beneficiamento Secadores e
pré-secadores

É
o ato de descascar e também
o primeiro processo de prepa-
rar o grão de café para comer-
cialização ou consumo. Após
essa etapa o café é denomina-
do bica corrida. Esse processo
se constitui na eliminação de
impurezas, pedras, torrões e o
próprio descasca-
mento do grão,
constando das
seguintes opera-
ções: limpeza-bica de jogo, Catadores
catador de pedras, descasca- de pedra
mento-descascador e classi-
ficação-classificador. Descas-
Tanto o café em coco como camento -
pergaminho passam pelas há dois tipos
mesmas operações de bene- básicos de
ficiamento, variando somente equipamen-
a intensidade tos para
de algumas descascar o
etapas. Para café: o des-
se obter 1 kg cascador
de café bene- por fricção e
ficiado são por percus-
necessários são. O café
2 kg de café em pergami-
em coco. No nho por não
despolpado ter casca,
para se ob- apenas um
ter 1 kg de pergaminho,
café benefi- é processa-
ciado são necessários do mais rápido e delicadamente que o café
1,250 kg de café em per- em coco. No primeiro as cascas são retira-
gaminho das pelo atrito dos grãos entre si e contra
O momento mais as partes internas do descascador, é o mé-
oportuno para se realizar todo mais utilizado. Quanto ao descasca-
o beneficiamento é, dor por percussão a retirada da casca é fei-
sempre que possível, ta por meio de pancadas consecutivas so-
quando o café já estiver bre a massa de grãos. Em seguida o café
próximo de ser comercializa- vai para a ventilação onde as cascas leves
Descascador do pois, em coco ou pergaminho, armaze- são eliminadas da máquina (as vezes são
nados nos teores de umidade recomenda- aproveitadas como adubo nas plantações
dos conserva-se melhor. Pode ser feito nas de café).
grandes propriedades que tenham máqui- O café vai então para a sururuca que tra-
nas apropriadas ao processo, nos compra- balha acoplada ao descascador, que con-
dores de café, nas máquinas de benefício siste numa peneira redonda dotada de
volantes instaladas sobre um caminhão que movimento circular excêntrico, tendo por fi-
14 percorrem as propriedades beneficiando
pequenas quantidades de café, ou nas co-
nalidade separar o café descascado do não
descascado. Essa separação é feita pela
diferença do peso es-
pecífico e pela força Catador
centrífuga. O café be- de pedra
neficiado vai para a
periferia e é levado
para a fase seguinte CAFÉ
de classificação, en-
quanto as impurezas Manual de
vão para o centro da Procedimentos
sururuca e voltam ao
descascador.
Ventilação - o
café descascado se-
gue para a máquina
classificadora, cons-
tituída por um conjun-
to de peneiras com
crivos circulares e
oblongos de dimen-
sões que variam de 8
duais ou em esteiras rolantes. É um pro-
a 19/64 de polegada e colunas de ventila-
cesso que rende pouco.
ção, de modo a selecionar os grãos pela
No processo de rebenefício, o grau de
dimensão e forma, e separar dos cafés
aproveitamento do café é bastante variável,
mais leves chamados escolhas (brocados,
pois depende de diversos fatores como os
malgranados e conchas).
tratos culturais, climáticos e das circunstân-
cias em que foram realizadas o beneficia-
Rebeneficiamento mento.

É
Normalmente são as empresas exporta-
o segundo estágio do benefício doras ou comerciantes intermediários que
de padronização de um lote de fazem essa etapa, padronizando lotes para
café. É uma operação mecâ- os mercados demandantes.
nica para uniformização do ta-
manho dos grãos, podendo
promover a diminuição parcial Classificação do café

É
dos defeitos existentes no café um conjunto de análise que
beneficiado, melhorando assim leva em conta as propriedades
a classificação comercial do físicas (classificação por pe-
café. neira e tipo) e organolépticas
O rebenefício dar-se-á sob (classificação por bebida) do
diversas formas: pela elimina- café.
ção parcial dos principais defeitos; pela eli- Remontam-se a 1836, as
minação parcial dos grãos leves, impure- primeiras classificações de
zas, grãos pretos e ardidos; pela padroni- café no Brasil, levavam em
zação parcial ou total do tamanho dos grãos conta o aspecto, a cor e o ta-
( lote corrido ); e pela formação de uma liga manho dos grãos. Em 1855, a
que na literatura inglesa dá-se o nome de Bolsa de Café de Nova York
blend , que é a mistura de vários lotes, com criou uma tabela de classificação de café
o intuito de obter um único lote homogêneo por tipo, fundamentada na contagem de de-
e com as qualidades desejadas. feitos da amostra. Em 1917, com a instala-
A separação por tamanho é realizada por ção da Bolsa Oficial de Café e Mercadoria
peneiras e ventiladores para separar os ca- de Santos, surgiu no Brasil a prova da xíca-
fés mais leves tais como: brocados, mal ra, desde então empregada para classificar
granados, conchas, cascas, etc. o café segundo as características de aro-
Na separação por densidade, que consi- ma e sabor de sua bebida.
dera o peso específico dos grãos, o café é Existem várias classificações em vigor,
submetido a movimentos vibra- sendo as mais im-
tórios. portantes as clas-
Na separação mecânica uti- Sulton sificações por pe-
liza-se imãs para eliminar cor- neira, por tipo e
pos metálicos eventualmente por bebida. Na ex-
existentes no café. portação também
A separação pela cor é feita se leva em conta
por processo eletrônico, pela a cor, a torração,
ação de células fotoelétricas, e a descrição dos
que permite a eliminação dos grãos, bem como
grãos verdes, pretos e ardidos. a forma de prepa-
Existe ainda a catação ma-
nual, feita em bancadas indivi-
ro – via seca ou
úmida.
15
C
Análise física
ficação de café, provida de boa iluminação;
cata-se e separa-se os defeitos encontra-
dos, em seguida conta-se os defeitos se-
lassificação por peneiras -
gundo a Tabela de Equivalência dos Defei-
a classificação é executada
CAFÉ por um jogo de peneiras que
separa os grãos pela forma
tos, e de acordo com o número, determina-
se o tipo de equivalência.
A base para se definir a equivalência dos
e tamanho. As peneiras têm
Manual de defeitos é o grão preto, que é considerado
crivos circulares e oblongos
Procedimentos o padrão dos defeitos ou defeito capital. O
de dimensões que variam de
defeito preto é caracterizado pela cor pre-
8 a 19/64 de polegada e co-
ta-opaca do grão, o ardido pela cor parda
lunas de ventilação. Há pe-
ou marrom do grão e os verdes pela cor
neiras com crivos oblongos
verde-cana da película prateada.
para a separação dos cafés
Tabela de classificação oficial brasi-
mocas, e com crivos circulares para medi-
leira - para se
ção dos cafés chatos. As peneiras para se-
determinar o tipo
parar os mocas, comumente são intercala-
de café é preciso
das entre as demais, de forma a efetuar a
analisar uma
separação simultaneamente por tamanho
amostra de 300 g
e forma. As favas são classificadas de acor-
de café benefici-
do com as dimensões dos crivos das pe-
ado ou rebenefici-
neiras oficiais que as retenham. Essas pe-
ado e que a
neiras são designadas por números, os
amostra seja re-
quais divididos por 64, fornecem a medição
presentativa do
do tamanho dos furos, expressos em fra-
lote. Para se ob-
ção de polegada. A seleção das favas é
ter um amostra
muito importante pois a separação de acor-
fiel, faz-se ne-
do com o tamanho permite uma torração
cessário retirar
mais uniforme.
uma pequena
O vazamento máximo permitido para
quantidade de cada saco que compõe o lote
cada peneira é de 10%, acima disso passa
total.
a se constituir nova peneira.
O passo seguinte é separar os grãos
De acordo com a peneira utilizada, os
defeituosos e impurezas em grupos, depois
cafés podem ter a seguinte classificação:
contabilizá-los pela equivalência dos grãos
imperfeitos e impurezas, chegando-se as-
sim, a uma somatória de defeitos. Com
CLASSIFICAÇÃO POR PENEIRAS esse número total de defeitos, busca-se na
Tabela o tipo correspondente ao total de
Chato grosso...........................................peneiras 17 e acima defeitos apurados na análise física do grão.
Exemplo: após a análise física do grão, en-
Chato médio...................................................peneiras 15 a 16 contra-se 12 defeitos, o que significa ser um
Chatinho..........................................................peneiras 12 a 14 café do tipo 3. Caso encontre 64 defeitos
Moca grosso...................................................peneiras 11 a 13 chegar-se-á a um tipo 5-25, ou 5/6, pois 64
defeitos está entre o tipo 5 e o tipo 6.
Moca médio...............................................................peneira 10
Moquinha............................................................peneiras 8 e 9
EQUIVAÊNCIA DE GRÃOS

Classificação por tipo - esta classifica- Grãos imperfeitos Defeitos


ção obedece à Tabela Oficial Brasileira para e impurezas
Classificação, de acordo com a qual cada 1 grão preto 1
tipo de café corresponde um maior ou me- 1 pedra, pau ou torrão grande 5
nor número de defeitos (grãos imperfeitos
1 pedra, pau ou torrão regular 2
ou impurezas). Admite-se sete tipos de va-
lores decrescentes de 2 a 8 , resultante da 1 pedra, pau ou torrão pequeno 1
apreciação de 300g de café beneficiado. 1 coco 1
Os defeitos podem ser de natureza in- 1 casca grande 1
trínseca, representados pelos grãos alte- 2 ardidos 1
rados (os pretos, os ardidos, os verdes, os 2 marinheiros 1
chochos, os mal granados, os quebrados e
2 a 3 cascas pequenas 1
os brocados). Os de natureza extrínseca
são representados pelos elementos estra- 2 a 5 brocados 1
nhos ao café beneficiado tais como cascas, 3 conchas 1
coco, marinheiro, paus e pedras. 5 verdes 1
Na prática, para se determinar o tipo de 5 quebrados 1
16 café, a partir da amostra de 300g recolhida,
espalha-se em mesa própria para a classi-
5 chochos ou mal granados 1
Classificação por cor - a coloração dos
TABELA OFICIAL grãos é de grande importância, influindo de-
PARA CLASSIFICAÇÃO cisivamente no aspecto, pois varia de acor-
do com o envelhecimento do café. Contri-
DEFEITOS
4
TIPOS
2-
PONTOS
+ 100
buem para a variação da cor: o grau de se-
cagem, o tempo de exposição ao ar livre e CAFÉ
a luz solar, o método de preparo, as condi-
4 2–5 + 95 ções de armazenagem, etc. São as seguin- Manual de
5 2 – 10 + 90 tes denominações empregadas para defi- Procedimentos
6 2 – 15 + 85 nir tonalidades do café: verde (café novo),
7 2 – 20 + 80 verde-claro, esverdeado; amarelo (café
8 2 – 25 +75 muito velho), amarelado, chumbado, barren-
9 2 – 30 +70 to, claro (café velho).
10 2 – 35 + 65 Torração - a prova de torração é de fun-
11 2 – 40 + 60 damental importância na classificação do
11 2 – 45 + 55 café. Defeitos que não são observados no
12 3 + 50 café cru, aparecem na torração. Nesse pro-
13 3–5 + 45 cesso os grãos verdes e ardidos ficam
15 3 – 10 + 40 amarelados e os grãos pretos quebrados;
17 3 – 15 + 35 os quebrados, conchas e mal granados tor-
18 3 – 20 + 30 nam-se mais escuros.
19 3 – 25 + 25 A tor-
20 3 – 30 + 20 ração é
22 3 – 35 + 15
c la s s if i-
23 3 – 40 + 10
cada de
25 3 – 45 +5
acordo
26 4 +5
com o as-
26 4 BASE
pecto ou
28 4–5 -5
pela con-
30 4 – 10 - 10
tagem de
32 4 – 15 - 15
grãos que
34 4 – 20 - 20
deixaram
36 4 – 25 - 25
de torrar ou
38 4 – 30 - 30
40 4 – 35 - 35 de mostrar
42 4 – 40 - 40 a cor carac-
44 4 – 45 - 45 terística dos
46 5 - 50 despolpa-
49 5–5 - 55 dos.
53 5 – 10 - 60 A torra-
57 5 – 15 - 65 ção de café
61 5 – 20 - 70 de terreiro
64 5 – 25 - 75 poderá ser
68 5 – 30 - 80 considerada:
71 5 – 35 - 85 fina – apre-
75 5 – 40 - 90 senta cor ho-
79 5 – 45 - 95 mogênea e
86 6 - 100 sem imperfei-
93 6–5 - 105 ção na totalida-
100 6 – 10 - 110 de dos grãos;
108 6 – 15 - 115 boa – apre-
115 6 – 20 - 120 senta poucas
123 6 – 25 - 125 irregularidades
130 6 – 30 - 130 na cor e no aspecto do grão do café (máxi-
138 6 – 35 - 135 mo de 2% de imperfeições);
145 6 – 40 - 140 regular – apresenta maiores irregularida-
153 6 – 45 - 145 des na cor e no aspecto (máximo 10% de
160 7 - 150 imperfeições);
180 7–5 - 155 má – apresenta irregularidades acima
200 7 – 10 - 160 desses limites.
220 7 – 15 - 165 A torração do café despolpado é carac-
240 7 – 20 - 170 terística quando a maioria dos grãos apre-
260 7 – 25 - 175 senta a membrana prateada clara e bem
280 7 – 30 - 180 nítida no sulco ventral do grão.
300 7 – 35 - 185 Deve-se considerar ainda as seguintes
320 7 – 40 - 190 caraterísticas decorrente de falha do agri-
340 7 - 45 - 195 cultor, como também de beneficiamento :
360 8 - 200 mofado, podre, mal seco, fermentado, chu-
vado, escuro, barrento, etc. 17
CAFÉ
Manual de
Procedimentos
OS TIPOS DE DEFEITOS

Grão preto Ardidos Marinheiros Conchas


Black bean Sour beans In parchment Shells

Verdes Chôchos Quebrados Brocados limpos


Unripe beans Quakers Broken Beans Bored beans

Brocados rendados Verdes pretos Casca Grande Casca regular


Well bored beans Dark green Large husk Medium husk

Cascas pequenas Côco Pau grande Pau regular


Small husks Pod Large twig Mediun twig

Pau pequeno Pedra grande Pedra regular Pedra pequena


Small twig Large stone Mediun stone Small stone

OS TIPOS DE DEFEITOS
18
Análise Armazenamento do

C A
organoléptica café rebeneficiado
lassificação por bebida - a
boa aparência de um lote de
rmazenar corretamente o
café é guardar o produto por
CAFÉ
café nem sempre implica um determinado período, pre-
numa boa bebida. Através da servando suas característi- Manual de
prova da xícara o provador cas originais. O armazena- Procedimentos
avalia as características de mento tem por finalidade
gosto e sabor. Essa prova é compensar as variações cí-
de fundamental importância clicas ou eventuais da produ-
para se conhecer a qualida- ção agrícola, assim como,
de do café a ser comerci- nas intervenções dirigidas
alizado e definir as ligas ou blends que va- para um equilíbrio de preços ou combate à
lorizam os lotes de café. A classificação especulação. Normalmente o café é arma-
do café por bebida é um trabalho que exige zenado em armazéns gerais ou cooperati-
bastante conhecimento, grande prática e vas de produtor.
principalmente paladar apurado, a fim de Na construção de um armazém deve ser
se poder distinguir com precisão as varia- levado em consideração a temperatura,
ções da bebida. condições climáticas e umidade relativa do
O café brasileiro apresenta a seguinte ar. É importante salientar que no armaze-
escala de bebidas : namento o café não deverá conter mais que
mole – sabor agradável, suave e doce; 11 a 12% de umidade, se preparado por via
as demais classificações são dadas em seca e 12 a 13%, se preparado por via úmi-
função da mole; da. O excesso de umidade nos grãos facili-
estritamente mole – requisitos de aroma tará o ataque de fungos e bactérias, que pre-
e sabor da bebida mole, porém mais acen- judicam a qualidade.
tuados; A boa impermeabilização dos pisos evi-
apenas mole – sabor levemente suave, ta a deterioração dos lastros. A iluminação
inferior aos anteriores, sem adstringências controlada, a ventilação, a cobertura são
ou asperezas ao paladar; alguns fatores a serem observados para
duro - gosto acre, adstringente e áspero, uma boa conservação do café. A norma téc- Balança para
sem apresentar paladar estranho; nica brasileira reco- ensacamento
riado – leve sabor de iodofórmio; menda que os ar- de café
rio – cheiro e gosto acentuado de iodo- mazéns tenham um
fórmio; pé direito de 6,00
rio zona – características bem mais acen- metros.
tuadas que a da bebida rio. A estocagem

MESA DE PROVA

19
do café beneficiado, que aguarda o supri- Na composição da liga, cafés semelhan-
mento dos mercados interno e externo, é tes podem ser homogeneizados antes da
feita em sacaria de juta de 60 kg líquidos torração, pois terão o mesmo ponto de tor-
(60,5 kg brutos), sob forma de blocos tran- ra, o que não ocorre com os de caracterís-

CAFÉ çados. Nos emblocamentos não se reco-


mendam pilhas acima de 20 sacas de altu-
ticas diferentes que devem ser torrados se-
paradamente, pois tem ponto de torra dife-
ra quando o processo de empilhamento for rentes, e só depois misturados.
Manual de manual e 25 para o empilhamento mecâni- Ponto de torra - o ponto de torra pode
Procedimentos co. Estima-se em 30 sacas de café benefi- ser determinado por instrumentos eletrôni-
ciado por metro quadrado de área útil de cos ou por um especialista, através de aná-
armazenagem. lise visual de diversas amostras com base
na cor dos grãos. Ao alcançar o ponto de-
sejado, interrompe-se o processo e o café

C
será imediatamente resfriado em uma câ-
Torração e moagem mara, mesa ou peneira giratória.
Após o resfriamento o café precisará de
ompra do café - em geral as um período de repouso para eliminar o gás
torrefações compram café carbônico e evitar o inchamento e deforma-
das cooperativas, dos ma- ção da embalagem. O resfriamento pode
quinistas, das empresas que ocorrer em câmaras ou no próprio resfria-
comercializam café e do pró- dor, desde que fechado. Todo esse cuidado
prio produtor. Ainda que o ta- é para impedir que o oxigênio comprometa
manho da empresa não seja a qualidade do café, e também, que acres-
fundamental, as grandes tor- cente umidade, superando os 2 a 4% dese-
refadoras, pelo volume de jável.
café que compram, têm Na indústria de café solúvel a torração
mais possibilidade de adquirir um produto utilizada é a clara pois permite uma extra-
de melhor qualidade, e de buscá-lo em di- ção maior de substâncias solúveis; as tor-
ferentes regiões mantendo relativamente rações média e escura são utilizadas no
constantes o aroma e sabor de seu café, preparo de café caseiro. Em média perde-
enquanto as pequenas que se abastecem se de 14 a 16% de peso na torração clara,
nas suas vizinhanças, sofrem as influênci- 16 a 18% na torração média e 18 a 20% na
as de secas e geadas da região. torração escura.
Para atender o mercado consumidor Moagem - existem dois processos de
quanto as características de aroma e sa- moagem: o moinho de disco ou de martelo
bor, e ainda objetivando reduzir o custo da e o sistema de roletes ou Melg.
matéria prima, as torrefadoras fazem uma No moinho de discos ou de martelo os
mistura de diferentes grãos são triturados
tipos de café; essa até serem transfor-
composição é dada mados em pó. Tem
por uma liga também como desvantagens
chamada blend. a possibilidade de pro-
O café pode ser vocar um aquecimen-
comprado já previa- to no pó e a dificulda-
mente classificado de em se controlar a
por peneira, tipo, be- granulometria.
bida ou o bica corrida No sistema de ro-
(sem classificação); letes ou Melg os grãos
entretanto, ao adquirir o café a torrefadora são amassados através dos roletes chan-
faz sua própria classificação para conhe- frados, resfriados por circulação contínua
cer o seu valor comercial. de água. Nesse sistema a granulometria é
Na torrefação o café passa por novo be- controlada pelo círculo intermediário forma-
neficiamento para retirada de impurezas, para do por peneiras.
não prejudicar a bebida e não danificar os equi- Após moído o café precisa de repouso
pamentos; após esse rebeneficio é classifi- para liberar gás carbônico; esse descanso
cado e armazenado para aguardar a torração. segue as mesmas especificações do ante-
Torração - na torração o café perde rior após a torrefação.
peso devido a evaporação total da água, O café caseiro em geral é moído fino, o
tendo início as reações químicas nas quais café expresso médio e o café destinado à
são formados os componentes responsá- industrialização grosso.
veis pelo aroma e sabor do café. Para se Embalagem - na embalagem do café tor-
obter uma torração uniforme, o café deve rado e moído utiliza-se sacos de papel ou
ser agitado constantemente e não pode celofane, que conservam as características
sofrer aquecimento direto. de aroma e sabor do produto por um perío-
O torrador é um grande forno em forma do de 10 dias até embagagens mais mo-
de tambor giratório, provido de furos onde o dernas para empacotamento a vácuo, que
20 ar quente entra em contato com os grãos
de café.
são mais eficazes na conservação das ca-
racterísticas do produto.
Comercialização
padronizado pela catação eletrônica.

O
As despesas que oneram a venda do

do café
café em coco e beneficiado são:
1 - 2,7% de Funrural;
café é comercializado nas vári-
as etapas de produção, desde o
2 - frete;
3 - 0,5% corretagem; CAFÉ
4 - sacaria;
café em coco até o solubilizado.
5 - armazenagem; Manual de
A comercialização ocorre entre
6 - despesas de manipulação. Procedimentos
o circuito do produtor ao comer-
Comercialização externa - para o mer-
ciante intermediário, passando
cado externo são reservados os cafés de
pelas empresas exportadoras e
melhor qualidade. A comercialização é fei-
podendo finalizar no consumo
ta através de empresas exportadoras, que
interno ou no mercado externo.
compram café do produtor, de maquinistas
Os preços, como qualquer mercadoria são
ou de cooperativas. São rigorosas as exi-
regidos pela variação do mercado - lei da
gências para o café destinado ao mercado
oferta e da procura e pelo tipo do café a ser
externo com relação aos aspectos de bebi-
comercializado. Além dessas regras de
da, defeito, peneira e cor, respeitando a
mercado ainda está sujeito as variações cli-
equivalência da tabela de Nova York.
máticas, ocorrências de geada, períodos
As empresas exportadoras devem ser
prolongados de secas e ainda, a ataques
registradas na SECEX e a exportação do
de pragas.
café segue os trâmites normais de uma
A história mostra que a cafeicultura bra-
exportação, obedecendo à legislação vigen-
sileira tem evoluído em ciclos – de expan-
te. O preço mínimo de registro do café é
são e retração, onde influem os níveis de
fixado em dólar americano por libra-peso
preços, a produção e os estoques. Baixas
(unidade de medida equivalente a 0,453 kg),
produções e estoques escassos geram
e variam de acordo com a cotação das Bol-
uma elevação de preço do café, que esti-
sas Internacionais de Café : Nova York prin-
mula novos plantios e melhores tratos nas
cipalmente para o café arábica e Londres
lavouras, ocorrendo após 4 ou 5 anos au-
para o conillon.
mento da produção de café. Com o aumen-
Os cafés colombianos (suaves da espé-
to da oferta ocorre uma reversão no pro-
cie arábica) são considerados os melhores
cesso, e o ciclo é fechado com queda nos
e os robustas africanos são os menos va-
preços e desestímulo à lavoura.
lorizados. O café brasileiro ocupa uma po-
Atualmente do café produzido no Brasil,
sição intermediária.
70% sai para exportação e 30% fica para
consumo no mercado interno. O consumo
no Brasil equivale a aproximadamente
12.000.000 sacas. CLASSIFICAÇÃO DE CAFÉ
Comercialização interna - no mercado PELA BOLSA DE NOVA YORK
interno a comercialização pode ser feita
com o café em coco ou já beneficiado. TABELA DE EQUIVALÊNCIA DOS GRÃOS IMPERFEITOS
A comercialização do café em coco é
menos usual, pois o café beneficiado alcan-
ça um melhor preço no mercado. O café GRÃOS IMPERFEITOS E IMPUREZAS DEFEITOS
em coco é comercializado em sacas de 40
kg líquidos, com preço estipulado em fun- 1 Pau, Pedra, Torrão Grande...............................................2/3
ção do rendimento e da classificação por 2/3 Paus, Pedras Pequenas.......................................................1
tipo e por bebida. Tanto para quem compra 5 Grãos Brancos........................................................................1
café nessa modalidade, como para o pro-
dutor que quer estocar o café para a co- 5 Verdes Claros...........................................................................1
mercialização futura, faz-se necessário 1 Ardido.......................................................................................1
saber a renda do café. A renda é obtida pelo 1 Coco.........................................................................................1
descascamento de uma amostra de 400 g
de café em coco, encontrando-se a relação 2 Marinheiros..............................................................................1
em quilo, entre o café em coco e o café 2 Meio Pretos..............................................................................1
beneficiado. 2 Cascas Médias........................................................................1
Para se obter 1 kg de café beneficiado,
são necessários aproximadamente 2 kg (ou 3 Conchas..................................................................................1
4l) de café em coco, podendo variar em fun- 5 Grãos Quebrados....................................................................1
ção de fatores climáticos e das técnicas do 2/5 Grãos parcialmente quebrados............................................1
preparo na fazenda.
O café beneficiado é comercializado em 5 Verdes Escuros........................................................................1
sacas de 60 kg líquidos, sendo considera- 10 Grãos Brocados.....................................................................1
da sua classificação através de uma amos-
tra de 300 g para que possa ser analisada
por tipo, peneira, bebida, torração entre ou-
tras características. A comercialização
ocorre desde a fase de bica corrida até o 21
CORRELAÇÃO ENTRE
TABELA OFICIAL DE NOVA YORK TABELA OFICIAL BRASILEIRA E
TABELA DE NOVA YORK
Ao analisar a Tabela COB e a Tabela Ofi-

CAFÉ
DEFEITOS TIPO cial de Nova York, observa-se que há dife-
6..................................................NY. 2 rença entre as duas tabelas. Por exemplo,
9.............................................NY. 2/3 enquanto na Tabela COB o tipo 4 é formado
Manual de por 26 defeitos, na Tabela de Nova York o
13................................................NY. 3 tipo 4 é formado por 30 defeitos. O tipo 6
Procedimentos
21...........................................NY. 3/4 COB é constituído de 86 defeitos, já a de
30................................................NY. 4 Nova York registra 120 defeitos e assim
sucessivamente.
45...........................................NY. 4/5
60................................................NY. 5 TERMINOLOGIA
90...........................................NY. 5/6 EMPREGADA NO
MERCADO DE CAFÉ
120..............................................NY. 6 São expressões empregadas para defi-
180.........................................NY. 6/7 nir as variações do mercado nas cotações,
240..............................................NY. 7 que são feitas diariamente, tomando-se por
base o preço médio pelo qual se negociou
no dia o café.
mercado firme – indica preço em alta
com procura acentuada do produto;
mercado estável – indica bom movimen-
to, com equilíbrio entre a oferta e a procura;
calmo – indica pequena oscilação no pre-
ço;
frouxo – indica acentuada baixa no pre-
ço ou elevada oferta, sem a corresponden-
te procura;
paralisado – não registra negócios;
normal – não define cotação quer pela
falta, quer pela abundância do produto.

Maquina
eletrônica

22
LEGISLAÇÃO DE ICMS
APLICÁVEL NAS OPERAÇÕES
COM CAFÉ CAFÉ
(VIGENTE EM SETEMBRO DE 1997)
Manual de
INCIDÊNCIA do café para a cobrança do ICMS é aquele Procedimentos
O ICMS incide nas operações de circu- onde se encontrar a mercadoria no momen-
lação de café nas seguintes hipóteses: to da ocorrência do fato gerador.
– saída de estabelecimento torrefador e
moageiro; ALÍQUOTA
– saída para outras unidades da Federa- As alíquotas do ICMS nas operações
ção; com café são as seguintes:
– saída do produtor. – 17%, nas operações internas com café
cru;
NÃO INCIDÊNCIA – 7%, nas operações internas de café tor-
Não incide o ICMS nas operações com rado ou moído;
café destinadas ao exterior. – 12%, nas operações interestaduais.
A não incidência se aplica também às
operações realizadas com o fim específico BASE DE
de exportação (exportação indireta), desti- CÁLCULO DAS
nadas a: OPERAÇÕES
– empresa comercial exportadora, inclu- INTERNAS E IN-
sive trading company; T E R E S TA D U -
– outro estabelecimento da mesma em- AIS COM CAFÉ
presa; CRU
– armazém alfandegado ou entreposto Nas opera-
aduaneiro. ções interestadu-
Nas exportações indiretas de café em ais com café cru
grão e café despolpado somente se aplica a base de cálcu-
o benefício da não incidência na saída do lo para as saídas
produto deste Estado já rebeneficiado pronto que ocorrem de
para a exportação, admitindo-se apenas re- segunda-feira a
acondicionamento para embarque. Para ob- domingo de cada
tenção de credenciamento para exportação semana é o valor
através de intermediário é necessário Re- resultante da mé-
gime Especial dirigido ao diretor do DAT, de- dia ponderada
vendo ser protocolizado na repartição fis- das exportações
cal do seu domicílio. efetuadas do pri-
Ressalte-se que nas operações com fim meiro ao último
específico de exportação as prestações de dia útil da segun-
serviço de transporte não estão desonera- da semana ime-
das do ICMS, tem tributação normal, salvo diatamente ante-
para armazém alfandegado. rior, através dos
Observar as normas orientadoras refe- portos de Santos,
rentes às operações de importação e ex- Rio de Janeiro,
portação constantes no Manual de Fiscali- Vitória, Varginha e
zação de Importação e Exportação. Paranaguá, relati-
vamente aos ca-
FATO GERADOR fés arábica e conilon.
Considera-se ocorrido o fato gerador, no Compete à Secretaria da Fazenda de
momento das saídas internas e interesta- São Paulo a divulgação da base de cálculo
duais de café. acima referida (pauta fiscal).
Nas operações que destine café cru di-
CONTRIBUINTE retamente a indústria de torrefação e moa-
É qualquer pessoa física ou jurídica que gem e de café solúvel situada neste ou ou-
realize operações com café, tais como: tro Estado, a base de cálculo do ICMS é o
– produtores; valor da operação.
– compradores; Em se tratando de café em coco é o va-
– beneficiadores; lor previsto acima, à proporção de três sa-
– torrefadores; cas de 40 kg de café em coco para uma
– moageiros; saca de 60 kg de café em grão da melhor
– exportadores. qualidade.

LOCAL DA OPERAÇÃO
O local da operação relativo à circulação
SUSPENSÃO
Não está suspensa a incidência do ICMS 23
nas saídas interestaduais de café com o fim antes do início da remessa, mediante guia
de industrialização. própria. Se não houver imposto a recolher,
a nota fiscal será acompanhada de guia
DIFERIMENTO negativa emitida pela unidade federada de
CAFÉ É diferido o lançamento do ICMS nas su-
cessivas saídas de café cru, dentro do Es-
origem, salvo existência de regime especi-
al.
tado, para o momento em que ocorrer a À vista do comprovante de pagamento
Manual de saída: do ICMS, a fiscalização deverá confrontar
Procedimentos – da mercadoria para outra unidade da a documentação com a mercadoria, lacrar
federação; a carga, emitir o Controle de Saídas Inte-
– da mercadoria para o exterior; ou restaduais de Café (CSIC) na forma da le-
– dos produtos resultantes de sua indus- gislação e anotar os números dos lacres
trialização inclusive torração e moagem. utilizados no campo de Informações Com-
Deve-se observar que, para a fruição do plementares nas notas fiscais e no espaço
benefício é indispensável que o adquirente próprio do CSIC.
ou destinatário requeira e obtenha, previa- Cabe à repartição fiscal do domicílio do
mente, sua habilitação para operar nesse contribuinte destinatário a deslacração da
regime. carga, confrontando a mercadoria com a
documentação fiscal, conferindo o lacre e
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA POR lavrando o Termo de Deslacração de Café.
ANTECIPAÇÃO Quando houver necessidade de desla-
As operações internas com café torrado cração intermediária, essa providência será
ou moído, estão sujeitas a substituição tri- adotada pelo fisco da unidade federada onde
se encontrar a mer-
cadoria, devendo pro-
ceder nova lacração.

DO PRAZO DE
RECOLHIMENTO
DO IMPOSTO NAS
OPERAÇÕES COM
CAFÉ CRU
O prazo de reco-
lhimento do ICMS nas
operações com café
cru, em coco ou em
grãos, será o previs-
to na legislação.

OUTRAS HIPÓ-
TESES
Das vendas de
café cru ao governo
butária por antecipação. federal e das vendas de café em grãos lei-
loado em bolsa pelo governo federal - nas
CRÉDITO FISCAL vendas de café ao Governo Federal, a base
Constituirá crédito fiscal do adquirente o de cálculo é o preço mínimo de garantia.
ICMS destacado na nota fiscal, desde que Nas vendas de café cru em grão efetua-
acompanhado do formulário Controle de da em bolsa de mercadorias ou de cereais
Saídas Interestaduais de Café (CSIC) e da pelo Ministério da Indústria do Comércio e
guia própria de recolhimento do ICMS (Conv. do Turismo com a intermediação do Banco
ICMS 71/90). do Brasil S. A., este é o responsável pelo
recolhimento do ICMS, em prazos determi-
DA CIRCULAÇÃO DE CAFÉ CRU, IN- nados pela legislação.
CLUSIVE EM TRÂNSITO PELO TERRI-
TÓRIO BAIANO DOCUMENTAÇÃO
Nas operações internas de circulação de A documentação estadual necessária
café cru, em cocos ou em grãos, deverá para as operações com café destinadas ao
constar na nota fiscal o número da habilita- mercado interno, interestadual e externo é:
ção para operar no regime de diferimento.
Caso o contribuinte não tenha habilitação Nota fiscal - nas saídas diretamente
para operar no regime de diferimento, a nota do produtor, nota fiscal de entrada do ad-
fiscal deverá estar acompanhada do DAE. quirente ou nota fiscal avulsa e nas de-
Na circulação de café cru, em coco ou mais operações, nota fiscal emitida pelo
em grãos, tanto nas saídas como nos re- remetente. Nas operações interestaduais
cebimentos ou simples trânsito das merca- deve constar no quadro “Dados Adicio-
24 dorias pelo território deste Estado, nas ope-
rações interestaduais, o ICMS será pago
nais” o número dos lacres utilizados na
lacração da carga.
DAE (Documento de Arrecadação Es- CSIC (Controle de Saídas Interesta-
tadual) - nas saídas interestaduais e nas duais de Café) - documento emitido em 3
internas, no caso de não haver habilitação vias na forma de etiqueta adesiva, devendo
para operar no regime de diferimento. cada qual ser colada, respectivamente, no

Guia negativa - documento emitido pela


verso da 1ª, 2ª e 3ª vias da nota fiscal, sen-
do obrigatória a sua autenticação. Para que CAFÉ
unidade federada de origem, que deverá o adquirente usufrua o direito ao crédito fis-
acompanhar a nota fiscal, na hipótese de cal destacado na nota, é obrigatório que a Manual de
não haver imposto a recolher. mesma esteja acompanhada do formulário Procedimentos
CSIC e do DAE pago.
Habilitação para operar em regime de
diferimento - habilita o contribuinte a ope- TDC (Termo de Deslacração do Café)
rar com diferimento. O número da habilita- - documento utilizado na deslacração da
ção deve constar na nota fiscal que dá trân- carga pela repartição do domicílio tributário
sito às sucessivas saídas de café cru den- do contribuinte destinatário, ou no caso de
tro do Estado. deslacração intermediária.

DMD (Declaração de Movimentação Quanto às normas de controle e circula-


de Produto com ICMS Diferido) - deverá ção de café, além das citadas neste manu-
ser apresentado à Secretaria da Fazenda al, observar os Regimes Especiais conce-
até o dia 10 do mês subsequente ao das didos, bem como as demais normas orien-
operações. tadoras.

Pontos a observar na
fiscalização de operações com café
Toda a circulação de café deverá ser Café) pela repartição fiscal do domicílio do
acompanhada de nota fiscal. Em se tra- contribuinte destinatário, conferindo a do-
tando de operações interestaduais, a nota cumentação com a mercadoria.
fiscal deverá estar acompanhada do docu- No caso de deslacração intermediária,
mento de arrecadação ou guia negativa e o fisco da unidade federada onde se en-
do CSIC. O RICMS permite o trânsito sem contrar a mercadoria, deverá confrontar a
nota fiscal do produtor até o primeiro posto documentação fiscal com a mercadoria,
fiscal do percurso. proceder nova lacração, anotando nas vias
Nas operações internas desoneradas de da nota fiscal a ocorrência e o número dos
ICMS, verificar se o contribuinte está habi- novos lacres utilizados.
litado para operar no regime de diferimen- Nas exportações indiretas, vendas inter-
to. nas equiparadas a uma exportação, que
Nas saídas interestaduais com café cru, são desoneradas do ICMS, verificar se o
observar se a base de cálculo adotada obe- contribuinte possui regime especial ativo e
dece à pauta fiscal. se o número deste consta da nota fiscal.
Para usufruir o crédito fiscal destacado Nas exportações indiretas observar se
em nota fiscal, é obrigatório que a mesma as especificações do café contidas na nota
esteja acompanhada do CSIC e do docu- fiscal, correspondem a um café rebenefi-
mento de arrecadação do ICMS ou certifi- ciado, pronto para a exportação, pois o
cado de crédito. mesmo não pode sofrer no estabelecimen-
Quando da lacração das saídas de café to exportador nenhum outro benefício, sal-
cru em coco ou em grãos, deverá ser con- vo reacondicionamento para embarque.
ferida a documentação com a mercadoria, Nas exportações indiretas verificar se o
observando os dados referentes a quanti- conhecimento de transporte que acoberta
dade, peso e especificações do café. o trânsito da mercadoria está com impos-
Os números dos lacres deverão cons- to destacado, pois a não incidência só al-
tar dos documentos CSIC e nota fiscal no cança a operação de exportação e remes-
campo “Informações Complementares”. sas para armazém alfandegado, sendo a
Na deslacração deverá ser lavrado o
termo TDC (Termo de Deslacração de
prestação de serviço de transporte tributa-
da normalmente. 25
A
Café verde – fruto de café ainda não maduro.
Catação eletrônica – eliminação dos defei-
tos do café pela cor dos grãos, feita em máqui-
nas eletrônicas através de células fotoelétricas.

CAFÉ Abanação – operação realizada após a co-


lheita, na qual o café é colocado em peneira e
Catação manual – eliminação manual dos
principais defeitos encontrados no café.
lançado várias vezes para o alto, para que o ven- Catador a vento – o mesmo que coluna de
Manual de to retire as impurezas tais como paus, pedras e ventilação.
Procedimentos torrões nele contido. Catador de pedra – componente da bica de
Alinhamento em contorno ou curva de jogo que separa o café das impurezas maiores.
nível – espaçamento adotado para a plantação, Catador do torrão – cilindro de aço imanta-
na qual a linha básica é determinada de acordo do, sob o qual passam os cafés provenientes da
com a declividade do terreno e o tipo de solo, bica de jogo; os torrões com magnetita são atra-
GLOSSÁRIO

sendo as demais traçadas paralelamente às pri- ídos pela imantação.


meiras. Chocho: grão de café conseqüente de adu-
Ardido: grão de café proveniente da fermen- bação mal feita ou ainda, de pouca irrigação. O
tação sofrida quando do contato com o chão. chocho prejudica o aspecto e a torração do café.
Prejudica o aspecto, a torração e a bebida. Colheita a dedo – colheita apenas dos fru-
Arruação – limpeza do terreno em baixo e tos já maduros, que são recolhidos numa penei-
nas proximidades do cafeeiro, para evitar que o ra ou cesta.
café ao ser derriçado se misture a impurezas. Colheita de pano – derriça do café em pa-

B
nos ou plásticos colocados sob o cafeeiro, pro-
porcionando um produto mais limpo.
Colheita mecânica – colheita realizada por
máquinas apropriadas.
Balanceiro – responsável pela pesagem das Coluna de ventilação – maquinário através
sacas e manutenção da balança. do qual o café separado no classificador recebe,
Balão – máquina onde é feita a mistura ou em sentido contrário a sua queda, um jato contí-
liga de café. nuo de vento.
Bica – calha ou canal por onde escoa o café Concha - grão de café proveniente do café-
beneficiado, após ter passado por uma coluna cabeça, que é conseqüente da fecundação de
de vento. dois óvulos em uma só loja. A concha prejudica
Bica corrida – café beneficiado que não foi o aspecto e a torração do café.

D
separado por peneiras.
Bica de jogo – maquinário localizado na par-
te inferior das tulhas, que recebe o café e o con-
duz através de canaletas com movimentos osci-
latórios, separando as impurezas. Defeitos – soma dos grãos imperfeitos e
Blend - mistura de vários lotes de café. das impurezas encontradas em uma amostra
Bloco – conjunto de pilhas de café. de café.
Bóia – fruto de café seco que com a perda do Defeitos extrínsecos – decorrentes da pre-
peso específico, flutua na água. sença de elementos estranhos ao café benefici-
Brocados: grão de café atacado pela broca. ado, como cascas, paus, pedras.
O grão brocado prejudica o aspecto do café. Defeitos intrínsecos – existentes nos pró-
Brunimento – polimento que se dá ao café prios grãos de café, tais como grãos pretos, cho-
beneficiado. chos, quebrados ou brocados.

C
Derriça – retirada dos frutos pela sua derru-
bada no chão ou em panos.
Descascador – maquinário que recebe o café
proveniente do catador de pedra e o descasca
por fricção ou por percussão.
Café cereja – nome dado ao fruto do café Despejo – retirada do café da sacaria.
quando maduro. Despolpamento – retirada da polpa ou mu-
Café chato – grão normal do café que se cilagem do grão do café pela passagem do fruto
apresenta com a forma plana e convexa. em despolpadores mecânicos, após o que o grão
Café despolpado – café que é preparado por fica envolto em uma membrana chamada perga-
via úmida, do qual foi retirado a casca e a muci- minho ou endocarpo.

E
lagem, ficando apenas uma membrana fina (en-
docarpo ou pergaminho), envolvendo o grão.
Café em coco – nome dado ao fruto do café
após ser seco.
Café moca – grão de café arredondado, dife- Emblocamento – arrumação das sacas de
rente do normal. café formando blocos.
Café passa – fruto do cafeeiro que já passou Empilhar – arrumação das sacas de café em
do estágio de maduro. fiadas.
Café pergaminho – grão de café preparado Endocarpo – membrana que envolve o grão
26 por via úmida, que apresenta endocarpo ou per-
gaminho.
de café, também chamada pergaminho.
Escolha – grão mais leves de pior qualidade.
F R
CAFÉ
Fiada – disposição horizontal das sacas de Rastelo – espécie de rodo para revolver o café
café de uma pilha. espalhado no terreiro na fase de secagem.
Renda - relação entre o café beneficiado e o

L
café em coco. Manual de
Procedimentos

Lastro – disposição dada às sacas na primei-


ra fiada para formação e sustentação das pilhas.
Liga – mistura de cafés diferentes também
S
Sacaria – saca qualificada de acordo com
chamada de blend (em inglês). seu estado de conservação em : nova de expor-
Lote corrido – lote de café em que não hou- tação, 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª viagem.
ve separação por peneiras. Sururuca – peneira acoplada à máquina de
benefício, que trabalha com movimentos oscila-

M
tórios, separando os grãos descascados dos não
descascados.

Mal granado - grão de café proveniente do


café-cabeça, que é conseqüente da fecundação
de dois óvulos em uma só loja. O mal granado
prejudica o aspecto e a torração do café.
T
Tulha – compartimento para armazenar os
Maquinista – pessoa especialista no manu- grãos de café, enquanto aguardam beneficiamen-
seio de máquinas de beneficiamento e rebenefi- to.
ciamento de café que, geralmente vende seu pro-

V
duto para firmas exportadoras, torrefadores ou
cooperativas.
Marinheiro – grão de café que não foi total-
mente descascado.
Meia-seca – estágio em que o café ainda não Varrição – recolhimento do café caído natu-
completou a secagem. ralmente após a arruação e antes da derriça.
Moca – grão de café que sofreu abortamento Ventilador – equipamento que separa a cas-
em uma de suas lojas do ovário e desenvolveu ca dos grãos através do fluxo de ar.
um grão arredondado diferente do normal. Verde - grão de café conseqüentes de co-
lheita prematura, por derriça. O verde prejudica o

P
aspecto, a torração e a bebida do produto.

Peneira cilíndrica – peneira acoplada ao des-


polpador para separar o café despolpado do ver-
de ou separá-lo de acordo com o tamanho dos
grãos dos cerejas.
Pergaminho – membrana fina também cha-
mada endocarpo que envolve o grão do café pre-
parado por via úmida, da qual foi retirado a casca
e a mucilagem.
Pilha – conjunto de sacas de café dispostas
horizontalmente sobre o lastro, em várias fiadas.
Plantio em renque – plantação com menor
espaçamento entre as linhas.
Preto - grão de café conseqüente de fermen-
tação prolongada, quando do contato com o
chão. O grão preto é defeito capital, pois, é o
último estágio de decomposição que um grão de
café pode atingir, estando praticamente podre. O
preto prejudica o aspecto, a torração e a bebida.

Q
Quebrado –grão de café quebrado em con-
sequência da má regulagem do descascador ou
do excesso de secagem. 27
Esquema de preparo pós-colheita
CAFÉ
COLHEITA MECÂNICA
Manual de
Procedimentos COLHEITA MANUAL
Þ



DERRIÇA NO PANO ○ ○ ○ ○
DERRIÇA NO CHÃO


Þ Þ






○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
LAVADOR/SEPARADOR




Þ




DESPOLPADOR


Þ





DEGOMAGEM



Þ




LAVAGEM

Þ




PRÉ-SECAGEM

Þ



SECAGEM


Terreiro ou Secador

Þ




ARMAZENAMENTO


Tulhas

Þ



BENEFICIAMENTO

Þ



REBENEFICIAMENTO

Þ



CLASSIFICAÇÃO

Þ



COMERCIALIZAÇÃO

Þ


○ ○ ○ ○
EMPRESAS ○ ○ ○ ○


Þ Þ


MERCADO INTERNO MERCADO EXTERNO

Torrefações Grandes Dealers/Torrefações

28
CAFÉ
Manual de
Procedimentos

29
ORGÃOS DE APOIO À CAFEICULTURA
CAFÉ
Manual de
Procedimentos

ABIC - Associação entidade mantida recursos.



Brasileira das pelas cooperativas


Indústrias de Café e associações de UESB -



- organiza o setor produtores de Universidade


da indústria de café. Estadual do


torrefação do café. Sudoeste -



Defende o DENAC - desenvolvimento



consumidor Departamento de pesquisa.



brasileiro, Nacional do Café -


BIBLIOGRAFIA
estabelecendo é vinculado ao



padrões de Ministério da


qualidade inclusive Indústria e



o “Selo Pureza”. Comércio.


Cultivo de Café



ABICS - EBDA - Empresa na Bahia –


Associação Baiana de Instruções



Brasileira das Desenvolvimento Técnicas Sobre a


Indústrias de Café Agrícola S/A - Cultura do Café no



Solúvel - organiza assistência e Brasil


o setor da indústria pesquisa aos Ministério da



de café solúvel. produtores. Indústria e do


Comércio- Instituto



ABCAFÉ - EMBRAPA - Brasileiro do Café


Associação Empresa Brasileira (fevereiro de



Brasileira dos de Pesquisa 1989).


Exportadores de Agropecuária - Cultura do Café



Café - defende os coordena o no Brasil –

interesses dos Consórcio Pequeno Manual



exportadores de Brasileiro de de

café. Pesquisa e Recomendações



Associações Desenvolvimento Ministério da


Regionais do Café. Indústria e do



Comércio -

CDPC - Conselho FEBEC - Instituto Brasileiro



Deliberativo da Federação do Café – Diretoria


Política do Café - Brasileira dos de Produção



define Exportadores de (1986).


financiamentos, Café - defende os Diagnóstico da



pesquisas, interesses dos Cafeicultura na


marketing e exportadores de Bahia 1995 – 1996



diretrizes gerais café. Ministério da


para a Agricultura –


cafeicultura. FUNCAFÉ - PROCAFÉ


Composto de 6 Fundo Nacional do ASSOCAFÉ –



membros do Café - recursos Associação dos


governo e 6 da provenientes do Cafeicultores da



iniciativa privada. confisco cambial e Bahia


do estoque de Manual de


CNA - café do antigo Conhecimentos -


Confederação IBC. Financia a Café



Nacional da cafeicultura , Secretaria da


Agricultura - pesquisa, Fazenda do



defende os recuperação de Estado de São


interesses de todo cafezais e novos Paulo



o setor rural plantios. É gerido Regulamento do


pelo CDPC e ICMS - BA



30 CNC - Conselho determina a aprovado pelo


Nacional do Café - aplicação dos Decreto 6.284/97




CAFÉ
Manual de
Procedimentos

CAFÉ
Manual de procedimentos
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

FOTOGRAFIA
Fotos cedidas pela AGRIBAHIA S/A

AGRADECIMENTOS
AGRIBAHIA S/A
ASSOCAFÉ
(Associação de Produtores de Café)
EBDA
(Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S/A)

EQUIPE TÉCNICA
ISMÊNIA MAJDALANI DAMASCENO
ZILMAR DA SILVA VIEIRA

JOSÉ CARLOS DE JESUS LOPES


(Consultor Técnico) 31
32

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