You are on page 1of 19

COMISSÃO EUROPEIA

DIRECÇÃO-GERAL
FISCALIDADE E UNIÃO ADUANEIRA
Política aduaneira
Gestão do risco, segurança e controlos específicos

Bruxelas, 13 de Junho de 2006

DOCUMENTO DE TRABALHO

TAXUD/2006/1452

OPERADORES ECONÓMICOS AUTORIZADOS

MODELO COMPACT OEA


ÍNDICE
1 METODOLOGIA ....................................................................................................... 2

2 ETAPAS DO ENQUADRAMENTO ......................................................................... 5


2.1 Pedido de estatuto OEA .................................................................................... 5
2.2 Condições formais conexas ............................................................................... 5
2.3 Orientações sobre normas e critérios ................................................................ 5
2.3.1 Teor das orientações............................................................................ 5
2.3.2 Duplo objectivo das orientações ......................................................... 5
2.4 Processo de cartografia dos riscos..................................................................... 6
2.4.1 Introdução............................................................................................ 6
2.4.2 ETAPA 1: Compreender a actividade empresarial ............................. 8
2.4.3 ETAPA 2: Clarificar os objectivos...................................................... 9
2.4.4 ETAPA 3: Identificar os riscos ......................................................... 10
2.4.5 ETAPA 4: Avaliar os riscos .............................................................. 11
2.4.6 ETAPA 5: Responder aos riscos ....................................................... 15
2.5 Concessão do estatuto OEA ............................................................................ 17
2.6 Classificação de risco inferior para os OEA ................................................... 17
2.7 Plano de auditoria (abordagem de controlo) ................................................... 18
2.8 Avaliação......................................................................................................... 18

-1-
MODELO COMPACT OEA
Em 2002, foi criado o Grupo de Projecto “Alfândegas 2002” para revisão do catálogo de indicadores
de riscos relativo aos operadores económicos e para o desenvolvimento de um enquadramento comum
de avaliação de riscos para os operadores económicos, designado COMPACT (Compliance
Partnership Customs and Trade – parceria entre as alfândegas e os operadores económicos para fins
de conformidade).

1 METODOLOGIA

As alfândegas são um domínio com uma longa tradição na execução de controlos de expedições de
mercadorias. Além disso, na segunda metade do século XX, a quase totalidade dos produtos
declarados era ainda verificada por um funcionário aduaneiro. No entanto, devido ao enorme fluxo de
mercadorias e à globalização do comércio, o papel das actuais administrações aduaneiras encontra-se
em contínua evolução. Já não é possível a um funcionário aduaneiro verificar todas as declarações
devido à falta de capacidade em relação à carga de trabalho. E mesmo que tal fosse possível, não seria
nem necessário nem desejável. O trabalho incidiu na utilização de métodos modernos de análise de
riscos e em controlos baseados em auditorias, reduzindo-se assim os custos de conformidade para o
comércio legítimo. Ao fazê-lo, as alfândegas contribuirão para a competitividade dos operadores da
UE no mercado mundial e poderão simultaneamente afectar os recursos das alfândegas às actividades
mais necessárias.

Uma das principais tarefas das alfândegas é avaliar os riscos na circulação de mercadorias. Os riscos
são os factores que poderiam influenciar os objectivos aduaneiros. Na prossecução desses objectivos, é
importante ter um bom conhecimento dos riscos que enfrentamos e do impacto que estes poderiam ter
nos objectivos. As administrações aduaneiras nos Estados-Membros optaram por basear o controlo dos
operadores económicos na gestão dos riscos. O objectivo da utilização da gestão dos riscos é fazer
incidir as actividades de controlo aduaneiro nos riscos e não em declarações ou aspectos seleccionados
de forma aleatória.

Ao utilizar a gestão dos riscos, as alfândegas têm em conta as medidas que os próprios operadores
adoptaram para prevenção dos riscos nos seus processos empresariais. As administrações aduaneiras
querem orientar a sua capacidade limitada especialmente para os riscos não abrangidos ou
insuficientemente abrangidos por medidas adoptadas pelo operador económico. Para seguir essa
abordagem é necessário ter uma boa visão do operador económico, dos seus processos empresariais e
das medidas que o operador tomou para reduzir os riscos em processos fiscais e não fiscais, incluindo
a cadeia de abastecimento. Por conseguinte, as alfândegas têm de avaliar, nomeadamente, a
organização, processos, procedimentos e administração do operador económico. Em suma, deve
proceder-se à avaliação da organização administrativa do operador e do seu sistema de controlo
interno.

O enquadramento “COMPACT” é uma metodologia que permite a execução desse tipo de


avaliação. Não só a nível nacional, mas também a nível internacional, quando estão envolvidos
vários países.

É uma ferramenta flexível que pode ser utilizada não só na protecção dos interesses fiscais de
um Estado-Membro ou da Comunidade, mas também na protecção de interesses não fiscais
como a protecção das fronteiras externas da Comunidade (por exemplo, segurança da cadeia de
abastecimento e combate ao contrabando).

-2-
Partes integrantes do modelo COMPACT OEA são o método de cartografia dos riscos descrito
no presente documento e as orientações sobre normas e critérios. O operador económico que
solicita o estatuto de OEA implementará, em conformidade com o seu modelo empresarial e
análise de riscos, os sistemas, procedimentos, condições e requisitos estabelecidos no Código
Aduaneiro Comunitário e nas orientações sobre normas e critérios.

As alfândegas e o operador económico trabalharão em cooperação, para fins do cumprimento do


compromisso do requerente, no âmbito do trabalho de avaliação dos riscos descrito no presente
documento. As autoridades aduaneiras devem verificar que o requerente satisfaz os requisitos
relevantes para a sua actividade e estabelecidos no Código Aduaneiro Comunitário.

¾ O enquadramento pode ser utilizado pelos funcionários aduaneiros para determinar se


os riscos potenciais são relevantes (ou não) em relação a um determinado operador
económico e aos seus processos empresariais.

¾ O enquadramento constitui igualmente uma ferramenta para determinar a conformidade


do operador e o nível de controlo que as alfândegas devem consequentemente realizar
para controlar esse operador económico.

¾ O enquadramento está concebido para a realização de uma pré-auditoria. O objectivo de


uma pré-auditoria pode ser investigar a possibilidade de deferimento de um pedido de
estatuto de operador autorizado e das simplificações e facilidades possíveis.

-3-
MODELO COMPACT OEA
ACÇÕES DE MELHORIA

PRÉ-AUDITORIA
Normas/critérios Compreender a
das orientações actividade
OEA empresarial

N
Cartografia
Cartografia Cartografia Riscos Sem
Pedido de Riscos potenciais Identificar os Estatuto
S riscos
dos riscos
dos riscos comum dos remanescentes concedido
ESTATUTO OEA Condições jurídicas realizada pelas
relevantes nas riscos estatuto OEA
aferentes alfândegasng
alfândegas

N
Autorização/ Plano de
Sem estatuto OEA certificado auditoria

Avaliação
facilitação

ACÇÕES DE MELHORIA

-4-
2 ETAPAS DO ENQUADRAMENTO

O enquadramento COMPACT está dividido numa série de fases diferentes, que são
descritas nos parágrafos seguintes. A fase descrita infra poderia dar a impressão de que
cada fase é um fenómeno isolado. Na prática, estas fases fundem-se frequentemente entre
si, por exemplo no que diz respeito ao diálogo entre alfândegas e empresas.

2.1 Pedido de estatuto OEA

A completar quando for acordado o texto jurídico final.

2.2 Condições formais conexas

A primeira etapa no processo de tratamento do pedido é a determinação pelas autoridades


aduaneiras do preenchimento ou não das condições formais relacionadas com o processo
ou com a facilitação em causa. Esta etapa pode ser executada com uma relativa rapidez. Se
o candidato não puder satisfazer as condições formais, o pedido deve ser indeferido. Nesse
caso, as autoridades aduaneiras já não têm de dar seguimento a todo o processo de
avaliação.

2.3 Orientações sobre normas e critérios

2.3.1 Teor das orientações

Conforme já referido, os quadros apresentados no presente documento que enumeram os


riscos e requisitos constituem uma parte integrante do enquadramento COMPACT OEA.
As orientações contêm normas e critérios divididos em cinco secções:
1) Informações relativas à empresa
2) Registo de conformidade
3) Sistema contabilístico e logístico da empresa
4) Solvência financeira
5) Requisitos de segurança e de protecção
Cada secção está dividida numa série de subsecções. Por exemplo, a secção V - Requisitos
de segurança e de protecção - é composta pelas subsecções: 5.03 Áreas de segurança física;
5.07 Armazenagem de mercadorias e 5.11 Segurança do pessoal. Em cada uma das
subsecções são enumeradas uma ou mais áreas a considerar.
Todos os indicadores de riscos estão ligados a uma descrição do risco e a aspectos a
considerar que devem guiar os funcionários aduaneiros, bem como os operadores, na
execução de uma avaliação adequada dos riscos. Os aspectos a considerar podem ser
utilizados para detectar se os riscos são efectivamente relevantes para um determinado
operador e para investigar quais foram as medidas que o operador tomou para lidar com
esses riscos. No processo de pré-auditoria, as orientações são um instrumento de grande
importância.
2.3.2 Duplo objectivo das orientações

As orientações sobre normas e critérios podem ser utilizadas de duas formas.

A primeira possibilidade é enviar as orientações ao operador, o qual poderá então efectuar


uma auto-avaliação e preparar um perfil dos seus processos empresariais e dos aspectos da
cadeia de abastecimento em especial. As autoridades aduaneiras podem então comparar o
perfil com a situação real. A efectiva aplicação desta opção depende da especialização e
competências do pessoal do operador. A segunda possibilidade é as autoridades aduaneiras
utilizarem as orientações para determinar quais os aspectos que devem ser investigados na
pré-auditoria. Neste caso, é o próprio auditor das alfândegas que procura a resposta às
perguntas.

Embora as orientações tenham sido desenvolvidas como um instrumento comum, são tão
flexíveis que é possível acrescentar riscos nacionais específicos aos riscos comuns. Desse
modo é possível contemplar diferenças relacionadas com aspectos locais ou regionais.

2.4 Processo de cartografia dos riscos

2.4.1 Introdução

Conforme já referido, a avaliação dos riscos do operador é a pedra angular do


enquadramento COMPACT. Esta avaliação pode ser efectuada utilizando o método de
cartografia dos riscos. No mundo das empresas, o método de cartografia dos riscos é
bastante utilizado. As alfândegas podem também beneficiar desenvolvendo um método de
cartografia dos riscos a utilizar como um método sistemático para a avaliação e aferição
dos riscos. Além disso, é igualmente necessária uma abordagem sistemática para
determinar o modo como um operador certificado deve ser controlado e avaliado
posteriormente.

O método tem como objectivo classificar os riscos por ordem de prioridade mediante a
avaliação da probabilidade e impacto que os riscos terão nos objectivos aduaneiros.
Trata-se de um método que estrutura e apoia a ponderação e aferição dos riscos. Ao utilizar
a abordagem de cartografia dos riscos em conjunto com medidas previstas no
enquadramento COMPACT, dispõe-se assim de uma abordagem estruturada que incide na
identificação e avaliação dos riscos, na abordagem de controlo e na avaliação para fins de
melhoria contínua.

O processo de cartografia dos riscos é originalmente composto por cinco etapas básicas:

Etapa 1: Compreender a actividade empresarial (de um operador),


Etapa 2: Clarificar os objectivos aduaneiros,
Etapa 3: Identificar os riscos (quais os riscos que podem influenciar os objectivos
aduaneiros)
Etapa 4: Avaliar os riscos (quais são os riscos mais significativos)
Etapa 5: Responder aos riscos; o que fazer quanto aos riscos (remanescentes).

-6-
ETAPA 3 ETAPA 4
Identificar os Avaliar os
riscos riscos

ETAPA 5
Responder aos
riscos

ETAPA 1 ETAPA 2
Compreender Clarificar os
a actividade objectivos
empresarial

-7-
2.4.2 ETAPA 1: Compreender a actividade empresarial

ETAPA 3 ETAPA 4
Identificar os Avaliar os riscos
riscos

ETAPA 5
Responder
aos riscos

ETAPA 1 ETAPA 2
Compreender Clarificar os
as actividades objectivos
empresariais

As autoridades aduaneiras devem obter uma visão da actividade empresarial do operador. Uma
componente essencial da compreensão da actividade empresarial é ter uma visão clara dos
processos do operador (cadeia logística de remessas de mercadorias) e do ambiente empresarial
em que este opera (por exemplo, mercadorias, procedimentos utilizados).
Para facilitar a compreensão da actividade empresarial do operador que solicita o estatuto OEA,
estão disponíveis diversas fontes. Podem ser utilizadas fontes internas ou externas.
ƒ Exemplos de fontes internas a que as alfândegas têm acesso, naturalmente em função da
situação local/nacional: As fontes podem ser, o IVA ou outra informação dos serviços fiscais;
bases de dados Intrastat; informação recolhida no passado através de sistemas aduaneiros de
importação e/ou exportação; relatórios de auditoria anteriores; registos sobre autorizações
aduaneiras e bancos de dados de informação.

ƒ Exemplos de fontes externas: Câmaras de comércio, estatísticas, relatórios anuais publicados,


o sítio web do operador e, por último mas não menos importante, informações do próprio
operador.

Em especial, a primeira secção das orientações fornece os indicadores para a recolha de


informações adequadas que permitam obter uma visão da actividade empresarial do
operador. Outras formas para a obtenção de informações são o desempenho em entrevistas
e a pesquisa de provas documentais na administração do operador.

É importante que a informação obtida seja correctamente documentada e registada.

-8-
2.4.3 ETAPA 2: Clarificar os objectivos

ETAPA 3 ETAPA 4
Identificar os Avaliar os
riscos riscos

FASE 5
Responder
aos riscos

ETAPA 1
Compreender ETAPA 2
a actividade Clarificar os
empresarial objectivos

Nem todos os requisitos e subsecções das orientações são de interesse para todos os
operadores. Na parte introdutória das orientações, são descritas as diferentes
responsabilidades das partes na cadeia de abastecimento.

Regra geral: a relevância dos riscos deve ser aferida em função dos objectivos da
organização aduaneira e do tipo de facilitação e benefícios que o operador solicita.

Os objectivos da organização aduaneira são, em primeiro lugar, constituídos pela garantia


que as alfândegas desejam ter sobre a implementação dos requisitos fiscais e de segurança.
Estes são objectivos comuns estabelecidos no Código Aduaneiro Comunitário. Os
objectivos tornam-se mais específicos consoante a facilitação e os benefícios que o
operador solicita.

Ao clarificar os objectivos aduaneiros do processo OEA ao operador económico, as autoridades


aduaneiras podem decidir trabalhar com uma equipa que pode ser criada para a realização do
trabalho em conjunto durante o processo de certificação. A equipa deveria ser constituída por
peritos, por exemplo, em matéria jurídica e de auditoria (em meio informatizado).

Depois da clarificação dos objectivos, estes podem ser explicados ao operador económico
a fim de determinar se as expectativas deste estão em conformidade com o que o programa
OEA exige e oferece.

-9-
2.4.4 ETAPA 3: Identificar os riscos

ETAPA 4
ETAPA 3 Avaliar os
Identificar os riscos
riscos

ETAPA 5
Responder
aos riscos

ETAPA 1 ETAPA 2
Compreender a Clarificar os
actividade objectivos
empresarial

Por "risco" entende-se a probabilidade de ocorrência de um acontecimento, relacionado com a


entrada, saída, trânsito ou utilização final de mercadorias que circulem entre o território
aduaneiro da Comunidade e países terceiros, bem como a presença de mercadorias que não
disponham de estatuto comunitário, que:
– impeça a correcta aplicação de medidas comunitárias ou nacionais, ou
– comprometa os interesses financeiros da Comunidade e dos seus Estados-Membros, ou
– constitua uma ameaça para a protecção e segurança da Comunidade, a saúde pública, o
ambiente ou os consumidores.

Quando têm um operador em vista e os objectivos são claros, as autoridades aduaneiras podem
determinar se riscos potenciais são relevantes para esse operador específico. Podem igualmente
formar uma opinião sobre as medidas que o próprio operador adoptou para lidar com esses riscos.

Riscos potenciais são riscos que existem a nível teórico. Quando falamos de riscos potenciais,
estamos a falar de um ponto de vista geral. Os riscos potenciais não estão relacionados com um
operador individual. Não há um operador individual em vista. O inventário de riscos potenciais
não tem de ser repetido caso a caso. Pode ser efectuado uma vez e utilizado então em todos os
casos subsequentes. O Grupo de Projecto procedeu a esse inventário. Os indicadores de riscos e
as correspondentes questões a considerar constantes das orientações constituem, em conjunto, os
riscos potenciais.

Na continuação do processo, é importante identificar os riscos que estão relacionados com


um operador específico e os seus processos empresariais. É, por conseguinte, essencial
compreender em pormenor os processos empresariais do operador. De quem e para quem
importam/exportam, o que importam/exportam, quem são os seus parceiros comerciais e
em que níveis da cadeia de abastecimento operam. Deve ser prestada atenção às
informações relevantes e deve-se relacionar a informação com os riscos que podem ocorrer
na situação/procedimento escolhido pelo operador.

- 10 -
2.4.5 ETAPA 4: Avaliar os riscos

ETAPA 4
ETAPA 3 Avaliar os
Identificar os riscos
riscos

ETAPA 5
Responder
aos riscos

ETAPA 1 ETAPA 2
Compreender a Clarificar os
actividade objectivos
empresarial

Os riscos identificados na Etapa 3 devem ser avaliados classificando os riscos por ordem de
prioridade mediante a avaliação do impacto nos objectivos aduaneiros e da probabilidade de
materialização dos riscos.

Esta abordagem permite agregar o risco numa imagem vasta (e global) e estabelecer a sua
importância relativa. Nesta fase, é essencial determinar a que ponto o próprio operador adoptou
medidas para cobrir os riscos identificados e de que modo o operador classificou, por ordem de
prioridade, os diferentes tipos de riscos (o operador tem também todo o interesse em seguir uma
abordagem estruturada para a identificação e avaliação dos riscos e para a resposta a riscos).
Conforme já referido, a participação de especialistas, como por exemplo no domínio jurídico e de
auditoria (em meio informatizado) é essencial/desejável nesta etapa. Os conhecimentos e
perspectivas variarão especialmente entre pessoas com funções diferentes na administração
aduaneira. Depois de os riscos serem identificados como relevantes e avaliados, estes podem ser
inseridos num perfil de riscos a fim de proporcionar uma visão global de todos os riscos
significativos. Os diferentes riscos são cartografados em termos do seu impacto e probabilidade
de ocorrência.

Embora a avaliação dos riscos nem sempre seja quantitativa, o mapa dos riscos introduzirá, no
que diz respeito à facilitação aduaneira, um determinado grau de transparência no ambiente de
riscos do operador.

- 11 -
P
A
R
RISCO 3
O
B
RISCO 4
A
B
I M
L RISCO 2
RISCO 1
I
D
A
D
B
E
B M A
IMPACTO
B = Baixo M = Médio A = Alto

Uma vez criado o perfil de riscos, é importante um certo recuo e reflexão.


9 Faz sentido de um ponto de vista intuitivo? Cobre todas as áreas de risco relevantes na
lista de verificação?
9 É necessário quantificar alguma das avaliações relativas a riscos específicos?
9 A visão global de todos os riscos significativos mudou drasticamente em relação a mapas
precedentes do operador e, em caso afirmativo, por que razão?
Após a avaliação interna, é necessário partilhar o respectivo resultado com o operador a
fim de assegurar a exactidão dessa avaliação.

Ao utilizar a abordagem de cartografia dos riscos de uma forma tão simples e, por
conseguinte, tão eficaz quanto possível, é desejável dividir o método de cartografia dos
riscos em duas acções, executando primeiro a cartografia interna (nas alfândegas),
seguida de uma cartografia comum (em conjunto com o operador) na qual as alfândegas
têm eventualmente de tomar uma decisão sobre a fixação dos riscos e o modo de resposta.

As razões para a divisão do método de cartografia dos riscos são as seguintes:

ƒ Facilitar a formação de uma opinião própria.

- 12 -
Os funcionários aduaneiros têm a oportunidade de formar a sua própria opinião sem
necessidade de passar imediatamente por todas as etapas que compõem o processo.

ƒ Maior estruturação.

- 13 -
Proporciona uma forma estruturada de documentação do modo como os riscos se deslocam
numa ou noutra direcção entre a etapa de cartografia inicial e a etapa final de cartografia
comum.

ƒ Facilitar o trabalho dos funcionários.


Facilitará a obtenção de conhecimentos pelos funcionários aduaneiros sobre o modo como o
enquadramento funciona e o que fazer nas diferentes etapas, evitando qualquer confusão
potencial.

ƒ Incentivar a transparência e a parceria.


Ao dividir o método, tanto as alfândegas como as empresas são incentivadas a trabalhar em
conjunto, dado que ambas as partes têm vantagens em adoptar as acções adequadas
relativamente aos riscos identificados e em dispor de uma documentação transparente das
mesmas.

É necessário organizar uma documentação estruturada e adequada do teor da avaliação


efectuada, devendo em especial ser documentada a razão pela qual um risco específico foi
avaliado a um determinado nível, a fim de permitir o seguimento da evolução
(positiva/negativa) de um risco.
Para a validação do risco, é importante que os processos descritos por escrito sejam
verificados na prática, relativamente a aspectos financeiros que podem cobertos por
verificações aleatórias de amostras na administração do operador, mas a maioria dos
aspectos relativos à segurança deveria ser verificada através de verificação física, uma vez
mais de forma aleatória.
Uma vez cartografados e plenamente documentados todos os riscos relevantes na etapa de
cartografia dos riscos realizada pelas alfândegas, pode proceder-se à cartografia comum dos
riscos. Esta etapa inicia-se com a apresentação e discussão com o operador do resultado da
cartografia dos riscos efectuada pelas alfândegas. Seguidamente, deve determinar-se se a
avaliação efectuada nas alfândegas corresponde à situação real (ou seja, determinação final de até
que ponto o próprio operador adoptou medidas para cobrir os riscos identificados e também do
modo como o operador classificou internamente, por ordem de prioridade, os diferentes tipos de
riscos).
Finalmente, deve ser tomada uma decisão sobre os pontos fortes e fracos da organização
interna e do sistema de controlo interno do operador em termos dos aspectos gerais bem
como processuais, bem como situar cada risco identificado em termos do seu impacto e
probabilidade.

Uma vez avaliados todos os riscos relevantes, incluindo as próprias medidas do operador
relativas a esses riscos, poderão subsistir alguns riscos que não estão (suficientemente)
cobertos. Estes riscos são designados riscos remanescentes.

- 14 -
2.4.6 ETAPA 5: Responder aos riscos

ETAPA 4
ETAPA 3 Avaliar os riscos
Identificar os
riscos
ETAPA 5
Responder
aos riscos

ETAPA 1 ETAPA 2
Compreender a Clarificar os
actividade objectivos
empresarial

Os riscos são inerentes à actividade empresarial. A intenção é que a administração aduaneira


compreenda os riscos significativos, fixe limites para a tomada de riscos e aplique respostas a
riscos (por medida).

O estatuto OEA, com a consequente facilitação/simplificação, pode teoricamente ser concedido


se todos os riscos puderem ser cobertos. Caso contrário, deve ser efectuada uma avaliação a fim
de determinar se o pedido de concessão de estatuto deve ser indeferido ou se o operador deve
introduzir melhorias para cobrir o risco ou reduzi-lo para um nível aceitável.

As respostas a riscos utilizam uma ou várias das seguintes estratégias:


ACEITAR = importância relativa aceitável
TRATAR = plano de auditoria
TRANSFERIR = garantia
ELIMINAR = indeferir o pedido de facilitação

Aceitar o risco
Em certa medida, existe uma gradação em qualquer resposta aos riscos mais significativos.
Alguns riscos não podem ser evitados e a probabilidade e impactos de alguns riscos podem ser
praticamente reduzidos a zero, a um custo aceitável. Por exemplo, é fisicamente impossível
verificar todas as expedições de exportações para países terceiros. Sempre que a tomada de riscos
seja significativa, esta deveria ser explicitamente declarada, compreendida e aprovada por um
nível de gestão adequado.

Tratar o risco

Dado que a resposta a um risco significativo será activa, em lugar de passiva, haverá um certo
grau de tratamento na resposta a riscos significativos. No tratamento dos riscos, o objectivo é
alterar a probabilidade e/ou impacto de um risco reconhecido a fim de atingir os objectivos
aduaneiros. Na avaliação que estabelece a possibilidade de concessão de facilitação aduaneira,
pode considerar-se que riscos significativos podem ser (eficazmente) reduzidos por medidas
administrativas ou de auditoria específicas a realizar pelas alfândegas. Estas devem ser descritas e
programadas num plano de controlo/auditoria.

Transferir o risco

- 15 -
Por vezes é possível transferir os riscos para outra parte. Por exemplo, um operador pode
transferir o risco de acesso não autorizado para uma empresa de segurança. Os acordos
celebrados entre a empresa e terceiros envolvidos têm de ser examinados e avaliados.

Eliminar o risco

O risco pode evitar por controlos intensos e/ou auditorias regulares ou mesmo pela não concessão
do estatuto.

Uma resposta aos riscos "adaptada à finalidade" combinará várias estratégias e


mecanismos para alcançar os resultados desejados.

- 16 -
2.5 Concessão do estatuto OEA

Depois de completadas as cinco etapas do processo de pré-auditoria, são possíveis as


seguintes conclusões:

(1) Não há riscos remanescentes ou os riscos remanescentes podem ser eficaz e


eficientemente cobertos por medidas de controlo adicionais, pelo que o estatuto OEA
pode ser concedido. Quando após a (primeira ou segunda) pré-auditoria, for tomada a
decisão de que é possível conceder o estatuto OEA, as alfândegas emitem a
autorização/certificado ao operador. Se necessário, serão acrescentadas à
autorização/certificado modalidades específicas.

(2) O número de riscos remanescentes é demasiado elevado ou os riscos remanescentes são


demasiado grandes para serem cobertos, de forma eficiente e eficaz, por medidas de
controlo adicionais, mas é possível que o operador (e o operador está disposto a isso)
empreenda acções de melhoria em relação à organização administrativa e ao sistema de
controlo interno, pelo que, nesse caso, não é possível conceder o estatuto nessa altura,
mas poderá ser possível fazê-lo após o operador ter realizado as acções de melhoria.
Essas acções de melhoria devem ser verificadas pelas alfândegas numa (segunda)
pré-auditoria (incluindo o procedimento de cartografia comum dos riscos) a fim de
estabelecer se os riscos remanescentes da primeira pré-auditoria já estão cobertos de
forma suficiente, pelo que finalmente o estatuto pode ser concedido.

(3) O número de riscos remanescentes é demasiado elevado ou os riscos remanescentes são


demasiado grandes para serem cobertos, de forma eficiente e eficaz, por medidas de
controlo adicionais e o operador não terá possibilidade (ou não está disposto) a
empreender as acções de melhoria em relação à organização administrativa e ao sistema
de controlo interno, pelo que nesse caso o estatuto não será concedido.

É desejável efectuar essa avaliação final em equipa. Aspectos de importância vital são uma
boa documentação das razões por que os riscos foram fixados, qual a sua posição no mapa
e/ou a razão por que os riscos se deslocaram numa ou noutra direcção.

2.6 Classificação de risco inferior para os OEA

Nos futuros processos de controlo aduaneiro será necessário identificar um operador


económico como OEA, o que por fim poderá resultar numa classificação de risco inferior.
A base de dados OEA não está ainda pronta, pelo que será carregado um documento no
sítio AEO do CIRCA, no qual os Estados-Membros podem mencionar o número de
certificado OEA.

Os pontos de contacto nacionais têm de transmitir estes números aos centros nacionais de
análise de riscos, os quais podem incluir os números nos seus sistemas de análise de riscos,
consequentemente com uma classificação de risco reduzido.

- 17 -
2.7 Plano de auditoria (abordagem de controlo)

As alfândegas devem elaborar um plano de auditoria descrevendo o modo como tencionam


responder aos riscos identificados. Todas as medidas de controlo, verificações das
declarações, inspecções físicas de mercadorias e/ou auditorias pretendidas, a realizar pelas
alfândegas, deveriam ser descritas e programadas no plano de auditoria. Os resultados das
actividades de controlo devem ser documentadas.
Quando uma empresa obtém o estatuto OEA, deve ser nomeado um coordenador de
clientes para tratamento contínuo da gestão dos riscos. A supervisão pode, por exemplo,
consistir em exames regulares dos dados gerais e específicos da empresa. Caso se
verifiquem mudanças no comportamento da empresa ou no modelo empresarial, o
coordenador de clientes avalia se a empresa deveria ser contactada.

2.8 Avaliação

É muito importante que o estatuto e benefícios concedidos ao OEA sejam avaliados


regularmente. Há alguns elementos que devem ser considerados quando da realização da
avaliação:

ƒ Os resultados das actividades de controlo tal como descritos no plano de auditoria.


Estes resultados podem dar uma indicação de que os riscos já não estão suficientemente
cobertos pelo operador. As autoridades aduaneiras deveriam avaliar os resultados das
actividades de controlo regularmente. Tal pode levar a ajustamentos da abordagem de
controlo ou da facilitação concedida.

ƒ Sinais do operador sobre mudanças nas suas actividades, organização, procedimentos, etc.
O OEA está legalmente obrigado a informar a estância aduaneira competente de todos os
acontecimentos importantes que possam afectar o seu certificado, designadamente em caso de
alteração das condições de acesso às informações e da forma como as informações são
disponibilizadas.

ƒ Outras informações gerais ou específicas que podem ter impacto na facilitação concedida ao
operador.

ƒ É necessário que as autoridades aduaneiras verifiquem minuciosamente se o operador se


encontra ainda em situação de controlar os riscos. Há novos riscos? A qualidade da
organização administrativa e do sistema de controlo interno continua a ser tão boa como no
momento da pré-auditoria?
Por esta razão, as autoridades aduaneiras devem efectuar periodicamente uma auditoria de
avaliação.

ƒ Se (um dos elementos da) a avaliação levar a concluir que o operador não está ou já não está
em posição de controlar um ou mais dos riscos, as alfândegas informam o operador dessa
conclusão. O operador deve então realizar acções de melhoria. Cabe novamente às alfândegas
a missão de avaliar essas acções de melhoria. Em último caso, tal poderá levar à conclusão de
que o estatuto OEA deve ser suspendido ou retirado.

- 18 -

You might also like