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LUCAS RIBEIRO DOS SANTOS

ESTABILIZAÇÃO DE SOLOS COM O ADITIVO


ESS-XZYME® EM SINOP-MT PARA FINS RODOVIÁRIOS

Sinop-MT
Julho/2013
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LUCAS RIBEIRO DOS SANTOS

ESTABILIZAÇÃO DE SOLOS COM O ADITIVO


ESS-XZYME® EM SINOP-MT PARA FINS RODOVIÁRIOS

Projeto de Pesquisa apresentado


à Banca Examinadora do Curso
de Engenharia Civil – UNEMAT,
Campus Universitário de Sinop-
MT, como pré-requisito para
obtenção do título de Bacharel
em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Dr. Flavio
Alessandro Crispim

Sinop-MT
Julho/2013
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Relação de aditivos de acordo com fabricantes e origens.......................... 20

Tabela 2 - Caracterização geotécnica dos Solos 1 e 2 ............................................... 28

Tabela 3 - Parâmetros de compactação e ISC dos Solos 1 e 2 .................................. 29


4

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Representação das camadas de um pavimento flexível ............................. 14

Figura 2 - Propriedades dos solos de acordo a granulometria .................................... 17

Figura 3 – Embalagem do aditivo ESS-XZYME® em perspectiva ............................... 23

Figura 4 – Embalagem do aditivo ESS-XZYME® em vista frontal ............................... 23

Figura 5 - Local de coleta do Solo 1............................................................................ 26

Figura 6 – Coleta do Solo 1. ....................................................................................... 27

Figura 7 – Local de coleta do Solo 2 ........................................................................... 27

Figura 8 - Local de coleta do Solo 2. ........................................................................... 28

Figura 9. Representação esquemática da curva de compactação dos solos. ............. 31

Figura 10. Esquema dos ensaios de resistência à compressão não confinada. .......... 31

Figura 11. Resistência à compressão não confinada (RCNC), no respectivo wot e γd max.
................................................................................................................................... 32

Figura 12. Determinação da absorção de água, no respectivo wot e γd max. ................. 32

Figura 13 - Procedimento dos ensaios da amostra de solo natural ............................. 33

Figura 14 - Procedimentos dos ensaios da amostra de solo com aditivo .................... 34


5

LISTA DE ABREVIATURAS

AASHTO - American Association of State Highway and Transportation Officials

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres

CaO - Óxido de Cálcio

CBR - California Bearing Ratio

CP’s - Corpos de Prova

CNT - Confederação Nacional dos Transportes

DNIT - Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes

DNER - Departamento Nacional de Estradas e Rodagem

EUA - Estados Unidos da América

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IG - Índice de Grupo

IP - Índice de Plasticidade

ISC - Índice Suporte Califórnia

HRB - Highway Transportation Board

LL - Limite de Liquidez

m - metros

MCT - Miniatura, Compactado, Tropical

MERCOSUL - Mercado Comum do Sul

NBR - Norma Brasileira

RCNC - Resistência à Compressão Não-Confinada

SUCS - Sistema Unificado de Classificação dos Solos

TRB - Transportation Research Board


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SUMÁRIO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ....................................................................................... 7


1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 8
2. JUSTICATIVA ...................................................................................................... 10
3. PROBLEMATIZAÇÃO ......................................................................................... 11
4. OBJETIVOS ........................................................................................................ 12
4.1 Objetivos Gerais ................................................................................................ 12

4.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 12

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 13


5.1 O Solo ............................................................................................................... 13

5.2 Pavimentação ................................................................................................... 13

5.3 Estabilização de Solos ...................................................................................... 15

5.3.1 Métodos de Estabilização ............................................................................... 16

5.3.2 Estabilização Mecânica .................................................................................. 16

5.3.4 Estabilização Química .................................................................................... 17

5.3.5 Estabilização de Solo com Aditivos ................................................................ 18

5.3.5 Estabilização de Solo com ESS-XZYME®...................................................... 22

6. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 26


6.1 Materiais............................................................................................................ 26

6.1.1 Solos .............................................................................................................. 26

6.1.2 Aditivo ............................................................................................................ 29

6.2 Métodos ............................................................................................................ 30

7. RECURSOS HUMANOS ..................................................................................... 35


8. CRONOGRAMA .................................................................................................. 36
9. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ....................................................................... 37
7

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1. Título: 3.01.00.00-3 - Engenharia Civil

3. Delimitação do Tema: 3.01.03.05-3 - Pavimentos

4. Proponente: Lucas Ribeiro dos Santos

5. Orientador: Prof. Dr. Flavio Alessandro Crispim

6. Estabelecimento de Ensino: Universidade do Estado do Mato Grosso -


UNEMAT

7. Instituições: Universidade do Estado do Mato Grosso

8. Público Alvo: comunidade acadêmica, empresas de terraplenagem e


pavimentação, institutos de pesquisa.

9. Localização: Avenida dos Ingás, nº 3.001, Jd. Imperial – Sinop – Mato


Grosso, CEP 78.550-000

10. Duração: 2 semestres.


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1. INTRODUÇÃO

O modal rodoviário é o meio preferencial para transporte de cargas e


deslocamento urbano no Brasil, havendo necessidade constante de
pavimentação e recuperação de vias rurais e urbanas.

Conforme ressalta a Companhia Nacional de Abastecimento


(CONAB, 2011), o estado de Mato Grosso é o terceiro em área e o segundo
maior produtor de grãos, correspondendo por cerca de 20% da produção
agrícola nacional.

De acordo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no ano


de 2008 apenas 10% da extensão total de rodovias do Estado estavam
pavimentadas, sendo que destas, conforme pesquisa realizada pela
Confederação Nacional do Transporte (CNT) no ano de 2012, cerca de 60%
das rodovias do Estado foram avaliadas em situação entre regular a péssima,
evidenciando a necessidade de grandes investimentos tanto na pavimentação
quanto na recuperação das rodovias.

Pesquisas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


(IBGE) apontam que o município de Sinop-MT tem a quarta população do
Estado (113.099 habitantes em 2010), apresentou expressivo crescimento na
última década, sendo da ordem de 50% o crescimento populacional entre 2000
e 2010 e de mais de 150% o crescimento do PIB municipal entre 2003 e 2008.
Há então grande demanda por pavimentação das vias urbanas atendendo a
crescente população no município.

A pavimentação de vias implica em expressivo impacto econômico e


ambiental, com este último ganhando importância cada vez maior nas últimas
décadas. Tanto o impacto da obra em si quanto a extração de materiais virgens
tem grande impacto ambiental. A extração de materiais granulares e muitas
vezes do próprio solo de fundação implica em elevados custos de
licenciamento ambiental e de transporte.

Nem sempre o solo natural apresenta características técnicas suficientes


para atender a um determinado fim, sendo nestes casos necessária a sua
substituição ou uma intervenção a fim de melhorar suas características. A
substituição do solo implica em aumento dos custos de construção e do
impacto ambiental da obra, com a remoção do material, extração de materiais
de outras áreas (muitas vezes em locais distantes), aumento das distâncias de
transporte e a definição e o tratamento de locais para bota-foras. Dessa forma,
surge como alternativa a utilização de solos locais que submetidos a processos
de estabilização, tem suas características melhoradas, podendo então ser
enquadrados nas especificações técnicas.
9

É neste contexto que a engenharia rodoviária pode contribuir com


técnicas economicamente e ambientalmente viáveis procurando otimizar o uso
dos recursos existentes. A Universidade do Estado do Mato Grosso, Campus
de Sinop tem desenvolvido pesquisas relacionadas à estabilização de solos
mecanicamente (MACHADO, 2012; UIENO, 2011) e quimicamente com cal e
cimento (SIMIONI, 2011; FRIOZI e CRISPIM, 2012; SILVA e CRISPIM, 2012),
buscando opções para serem utilizadas nas rodovias que venham atender os
critérios técnicos, econômicos e ambientais defendidos por Trindade (2006).
Neste sentido o presente trabalho, tem o objetivo de estudar a técnica de
estabilização de solo com o aditivo químico orgânico ESS-XZYME® aplicado a
duas amostras de solo em Sinop-MT.
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2. JUSTICATIVA

A estabilização de um solo tem a finalidade de melhorar suas


propriedades mecânicas contribuindo para melhor resistir às ações climáticas e
aos esforços e desgaste induzidos pelo tráfego.

O uso adequado das técnicas de estabilização, pode resultar em


vantagens significativas nos tempos de execução de obras, bem como do
processo construtivo (LIMA, 1981).

Além dos tradicionais aditivos cal, cimento e betume, vários fabricantes


têm desenvolvido produtos químicos relacionados à estabilização de solos,
surgindo então à necessidade de avaliar os aditivos, quanto a viabilidade
técnica. Neste contexto têm sido elaboradas pesquisas com diferentes aditivos,
dos quais pode-se destacar no Brasil: Trindade (2006) e França (2003) que
desenvolveram trabalhos que avaliaram a eficiência do aditivo RBI Grade 81®;
Gregório (2010) que fez uma análise da utilização do aditivo PZ SOLUTION®;
Bresciani (2009) que abordou em seu trabalho a viabilidade de se utilizar o
aditivo Permazyme® e Silva (2007) que em sua dissertação de mestrado fez
uma análise de solos reforçados e melhorados com aditivos químicos.

O aditivo ESS-ZYME® (também conhecido como ESS®, ou até mesmo


como baba do cupim), já foi utilizado comercialmente no estado de Mato
Grosso na rodovia MT-486 no trecho de Primavera do Leste à Vila União
(“Rodovia da União”) e no trecho partindo da Rod. MT-486 sentido Fazenda
Galheiros (“Rodovia Um novo tempo”), além de diversos trechos de
pavimentação urbana em loteamentos. Até o presente momento a sua
aplicação tem apresentado resultados positivos.
No entanto, estudos quantitativos relacionados a sua utilização com
solos de Mato Grosso ainda são incipientes, justificando o presente projeto de
pesquisa. Este busca quantificar o efeito do aditivo ESS-ZYME® na
estabilização de um solo tropical, do Estado de Mato Grosso.
11

3. PROBLEMATIZAÇÃO

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA, 1999)


afirma que ao considerar a grande variabilidade de solos existentes nenhum
método de estabilização será eficaz a todo tipo de solo, portanto deve-se ter
em conta que a eficácia de um aditivo para um determinado solo pode ser
bastante inferior para outro. Isto ocorre devido às diferenças físicas, químicas,
mineralógicas, biológicas e morfológicas entre tipos de solo, em razão de
estarem submetidos à influência de fatores genéticos e ambientais variados,
como o próprio material de origem, a topografia, o clima e a ação de macro e
microorganismos.
Dentro deste contexto, analisando os aspectos econômico, sustentável e
técnico, o presente trabalho visa responder se a utilização do aditivo ESS-
XZYME® fornece a dois solos de SINOP-MT melhorias suficientes em suas
propriedades físicas e mecânicas para utilização em pavimentação.
12

4. OBJETIVOS

4.1 Objetivos Gerais

Fazer a análise laboratorial de características físico-mecânicas de dois


solos do município de SINOP-MT, com a utilização do aditivo químico ESS-
XZYME®, a fim de verificar a viabilidade técnica do mesmo para uso em
pavimentação.

4.2 Objetivos Específicos

 Verificar a eficiência do aditivo ESS-XZYME® quando adicionado a dois


solos de Sinop-MT;
 Comparar a resistência mecânica das amostras com aditivo e sem
aditivo;
 Verificar através dos resultados esperados, a viabilidade técnica de se
utilizar este aditivo em pavimentos regionais;
 Contribuir para um banco de dados direcionado à estabilização de solos
para a região do município de Sinop-MT.
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5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 O Solo

Ortigão (1993, p. 11) afirma que a definição de um solo, depende de em


muitos casos de quem está o utilizando, para os agrônomos, por exemplo, o
solo é um material de fixação das raízes e um enorme armazém de águas e
nutrientes para as plantas, já para os geólogos de mineração o solo é a capa
sobrejacente aos minérios e, para os engenheiros civis os solos são vistos
como um aglomerado de partículas resultantes da decomposição das rochas,
que podem ser escavados com facilidade, sem o emprego de explosivos e
podem ser utilizados como material de construção e/ou de suporte para as
estruturas.

Senço (2011, p. 42) dá uma definição global do solo definindo-o como


uma formação natural, de estrutura solta e removível e de espessura variável,
resultante da transformação de uma rocha-matriz, pela influência de diversos
processos físico, físico-químicos e biológicos.

5.2 Pavimentação

De acordo Senço (2001, p. 6-7) o pavimento é uma estrutura construída


sobre a terraplanagem, sendo destinada, técnica e economicamente para:

 Resistir aos esforços verticais provenientes do tráfego e distribuí-los;


 Melhorar as condições de rolamento na via, quanto ao conforto e
segurança;
 Resistir aos esforços horizontais de desgaste, tornando mais durável
a superfície de rolamento.

O DNIT (2006, p. 95) classifica os pavimentos em flexíveis, semirrígidos


e rígidos, sendo:
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 Flexível: Este tipo de pavimento é aquele que todas as suas


camadas sofrem deformação elástica acentuada sob o
carregamento aplicado e, portanto a carga vai se distribuindo em
parcelas aproximadamente equivalentes entre as camadas do
pavimento; A Figura 1 representa este tipo de pavimento.
 Semi-rígido: É caracterizado por uma base cimentada por algum
aglutinante que possui propriedades cimentícias como, por exemplo,
uma camada de solo-cimento que possui um revestimento de capa
asfáltica;

 Rígido: O pavimento rígido possui em seu revestimento um elevado


índice de rigidez, em relação às camadas inferiores e, portanto,
absorve praticamente todos os esforços provenientes do
carregamento aplicado. Um exemplo bem usual: pavimento que é
constituído por lajes de concreto de cimento Portland.

Figura 1 – Representação das camadas de um pavimento flexível


Fonte: BERNUCCI et al (2008, p. 10)

Bernucci et al (2008, p. 9) reforça que os revestimentos asfálticos são


compostos basicamente por uma mistura de agregados e ligantes asfálticos. O
pavimento flexível é composto por quatro camadas principais: revestimento
asfáltico, base, sub-base e reforço do subleito. Ainda, segundo a autora a
camada de revestimento asfáltico pode ser composta por camada de rolamento
(onde há o contato direto com as rodas dos veículos) e pelas camadas
intermediárias ou de ligação, por vezes denominadas de binder, embora este
nome produza certa confusão, uma vez que esse termo é utilizado na língua
inglesa para se designar o ligante asfáltico.
15

5.3 Estabilização de Solos

A estabilização de um solo, conforme defendidos por Lima et al


(1993, p.7) representa toda e qualquer modificação artificial, que é introduzida
no comportamento dos solos, fornecendo melhorias em características, como
os parâmetros de resistência ao cisalhamento, absorção de umidade,
deformação sob cargas, etc. Os autores concluem que tratando-se de estradas,
estabilizar um solo, é conferir-lhe a capacidade necessária para resistir ações
erosivas naturais e que o mesmo resista aos esforços resultantes do tráfego,
sob as mais diversas considerações do projeto. Chatrada (2009, p. 6) elenca
algumas melhorias obtidas com a estabilização dos solos:

 Redução da permeabilidade dos solos;


 Aumento da capacidade de suporte de fundação solos;
 Aumento da resistência ao cisalhamento do solo;
 Melhora a durabilidade sob condições de umidade, stress e
condições adversas que podem surgir durante a vida útil de um
pavimento;
 Melhora dos solos naturais para a construção de estradas e
aeródromos;
 Controle da classificação dos solos e agregados para a construção
de bases e sub-bases das rodovias e aeródromos.
16

5.3.1 Métodos de Estabilização

Cristelo (2001, p. 214) classifica a estabilização de solos em três


principais métodos:

 Estabilização mecânica: Esta tem a finalidade de melhorar as


características do solo, via compactação, através de uma melhor
“arrumação” das partículas do mesmo e/ou recorrendo a sua
composição granulométrica;
 Estabilização física: Este tipo de estabilização é feito através de
alterações nas propriedades do solo, através da ação do calor,
eletricidade, etc.
 Estabilização química: Modifica permanentemente as propriedades
dos solos através de aditivos.
Entretanto França (2003, p. 7) aborda que dentro das inúmeras
possibilidades teóricas de estabilização de solos em estradas, as
estabilizações químicas e mecânicas são as mais utilizadas na prática.

5.3.2 Estabilização Mecânica

A estabilização mecânica faz com que as propriedades dos solos sejam


modificadas através da estabilização granulométrica e/ou pelo processo de
compactação.

Pode-se dizer que na compactação é estabelecida uma condição de


densificação máxima diretamente relacionada com uma energia de
compactação e um teor de umidade ótimo.

Quando a estabilização mecânica é dita por correção granulométrica


então os materiais constituintes do solo devem ser enquadrar dentro de uma
determinada especificação, para isso ocorrer poderá haver o emprego de um
ou vários materiais (grãos) no solo a fim de se obter os melhores resultados
possíveis, com menor índice de vazios nos arranjos físicos dos grãos do solo.
17

Const (2010, p. 21) aborda em sua pesquisa que os principais fatores


que afetam a estabilização granulométrica, consistem na resistência mecânica
do agregado (a qual deve ser suficiente para reter aproximadamente a mesma
distribuição granulométrica durante o processo de compactação e também
posterior utilização pelo tráfego), a distribuição granulométrica, composição
mineral dos agregados, propriedades do solo como limite de liquidez e sua
plasticidade. De acordo a Figura 2 pode se perceber de que forma a
granulometria dos solos influi nas propriedades do mesmo.

Figura 2 - Propriedades dos solos de acordo a granulometria


Fonte: Medina (1997) apud CONST (2010, p.21)

5.3.4 Estabilização Química

França (2003, p. 07) destaca a importância da estabilização química,


ressaltando que as alterações na estrutura de um solo poderá ser feita após a
introdução de certa quantidade de aditivo, o qual influenciará positivamente nas
melhorias das propriedades físicas e mecânicas, possibilitando o seu emprego
para fins de projeto.

Em sistemas de terraplenagem Correia (1996) apud Cristelo (2001, p.


236-237), reforça que a utilização de aditivos químicos possui dois objetivos: o
primeiro de melhorar os solos úmidos quer seja para solos “in situ” ou quer seja
para solos que serão reutilizados e, o segundo objetivo é fazer com que as
camadas de solos sejam suficientemente rígidas e estáveis às variações
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hídricas, afim de que possam resistir o tráfego e suportar as camadas


superiores.

De acordo as considerações de Rauch et al (2003, p. 1), tratamentos


químicos no pavimento em sub-base e subleito são realizados para melhorar a
operacionalidade durante o processo de compactação, para aumentar a
resistência de rigidez da camada da base e reduzir o potencial de encolhimento
e inchamento (variações volumétricas do solo), devido às variações de
umidade e, por último reduzir poeiras em estradas não pavimentadas.

5.3.5 Estabilização de Solo com Aditivos

Silva (2001, p.44) cita em seu trabalho que os aditivos foram utilizados
pela primeira vez pelos romanos, quando eles usavam nas suas obras algumas
substâncias, as quais nos dias atuais podem ser chamadas de aditivos, como
por exemplo, a albumina (formada por sangue e clara de ovos) e a cal.

Para Trindade (2005, p. 36), a importância de se aplicar aditivos, no que


diz respeito às pavimentações é que nas construções de estradas vicinais, há
um aumento na resistência e redução do desgaste, juntamente com a redução
da formação de pó das camadas de subleito e do revestimento primário.

Brazetti (1998) apud Silva (2007, p. 44) diz que essa aplicação não é
nova, sendo que muitos aditivos já foram patenteados para essa função.
Portanto, tendo a sua principal utilização, desde o início do século, a fim de
evitar a formação de lama e poeira em estradas de terra. Entretanto, hoje em
dia sua aplicação também serve para reforçar solos pouco resistentes.

Teixeira et al (2010, p. 3-4) afirmam que dentre as mais variadas formas


de se estabilizar um solo que corresponda as especificações de projeto, a
utilização de estabilizantes orgânicos, tais como as bioenzimas têm
aumentado de forma significativa ao longo dos últimos anos, proporcionando
um grande campo de aplicação nas construções rodoviárias.

Os aditivos destinados à estabilização de solos, conforme determina


Silva (2007, p. 47) devem atender as questões ambientais, embora ainda
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existam muitos que não sejam produzidos com esta preocupação. Segundo a
autora o aditivo ideal é aquele que possui características satisfatórias para sua
aplicação, tais como:

 Solúvel em água;
 Resistente à oxidação;
 Resistente ao ataque de micro-organismos;
 Deve possuir baixa viscosidade,
 Possuir um custo-benefício ideal quanto a sua aplicação e
rendimento.
Nos dias atuais, existem vários fabricantes comercializando os mais
diferentes tipos de aditivos, fornecendo aos engenheiros geotécnicos uma
gama de opções para se projetar uma rodovia eficiente. Na Tabela 6 estão
elencados alguns dos mais conhecidos:
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Tabela 1 - Relação de aditivos de acordo com fabricantes e origens

Aditivo Produtor Composição Origem

EMC® SSPco Bioenzima EUA

Terrazyme® Natureplus – INC Enzima natural EUA

International
Permazyme® Bioenzima EUA
Enzymes INC
Soil Bond
Clay Pack Enzima EUA
International Texas
Composto metálo
DS-328® Dynasolo Brasil
orgânico
Composto metálo
Dynacal® Dynasolo Brasil
orgânico

Ecolopavi® Idesa Amazônia Sal orgânico Brasil

Rheocem 30® Rogertec Sílica e quartzo Brasil

Composto metálo
Homy solo GB® Homy química Brasil
orgânico
Anyway Solid
Composto metálo
RBI Grade 81® Environmental Israel e Canadá
orgânico
Solutions LTD

Enzymatic® Enzymatic Bioenzima Austrália

Acido sulfônico
Conaid® Conaid Plus África do Sul
aromático
Fonte: Adaptado de Brazetti (1998) apud Silva (2007, p. 46)

No ano de 2008, foi apresentado na Conferência Internacional: Terra


2008, um estudo sobre a utilização da saliva de cupins para estabilização de
estruturas compostas de solo, de acordo apresentado por Pereira
(2008, p. 251) a tecnologia da saliva de cupim tem sido extensivamente
utilizada e testada para melhorar o desempenho dos materiais utilizados em
barragens, estradas e aeroportos, apresentando bons resultados quanto à
coesão, estabilidade, compactação e controle de erosão.

Shankar et al (2009, p.143) elaborou um estudo demonstrando que a


utilização de um aditivo químico (proveniente de enzimas) em um solo laterítico
foi capaz de melhorar as propriedades do solo em análise, principalmente
21

quando se determina uma dosagem ideal de 200 ml/2 m³ de solo, para


dosagens mais elevadas pode-se concluir que o valor do Índice de Suporte
Califórnia (ISC) do solo pode aumentar 300% após 4 semanas de cura, porém
os autores recomendam sempre avaliar em laboratório a reação do solo com
aditivos enzimáticos, antes dos testes reais de aplicação no campo.

Brazetti e Murphy (2001, p. 450-459) elaboraram um estudo de mais de


sete meses para avaliarem a eficiência de um aditivo orgânico em três ruas da
cidade de Curitiba – Paraná, e puderam concluir que:

 Houve um aumento significativo do ISC, fazendo com que o solo


tenha capacidade de suportar as cargas de tráfego a mais de 15
vezes, se comparado com o solo não tratado com o estabilizador;
 Foi preservada a integridade estrutural da superfície de
rolamento, não havendo deformação permanente ou efeitos
plásticos, justamente pelo fato de ter aumentado a coesão do
material da camada de base e consequente aumento do ISC;
 Foi minimizado o surgimento de poeiras, que causam dificuldades
de visibilidade para os motoristas;
 Houve eliminação de ondulações ou deformações nos
pavimentos, principalmente nos locais em que havia intensa
aceleração e desaceleração dos veículos;
 Foi conservada a seção transversal inicial do pavimento, não
havendo evidências de perda de material por erosão e/ou abrasão
do tráfego.

Conforme Shankar et al (2009, p.144) elenca em sua pesquisa as


camadas de argila possuem íons que são carregados positivamente (cátions)
que estão presentes em torno de suas partículas, formando assim a criação de
uma película de água nas partículas que permanece absorvida sobre a
superfície da mesma. Esta película de água, também conhecida como dupla
camada é o fator responsável pela plasticidade das argilas.

Uma vez que a água adsorvida não pode ser extraída mecanicamente
das argilas, em alguns casos conforme afirma a Fistec Engenharia (2012, p. 5),
22

a força do enlace eletroquímico entre as partículas pode ultrapassar as 20.000


atmosferas permanecendo uma atração muito forte entre elas.

Em virtude disso a fim de melhorar as propriedades do solo com a


redução da espessura da dupla camada fez se necessária à busca de
alternativas químicas com uso de enzimas. As enzimas apresentam se
eficientes no processo de troca catiônica onde se faz através de processos de
fermentação, nos quais os micro-organismos específicos de um estabilizador
enzimático agem sobre as partículas da argila fazendo com que ocorra essa
troca catiônica, diminuindo a interação entre as partículas de argila e
consequente redução da dupla camada.

5.3.5 Estabilização de Solo com ESS-XZYME®

O aditivo ESS-XZYME® é desenvolvido pela OTP International, uma


empresa verticalizada em fornecer soluções à base de enzimas, tanto no ramo
de construção quanto em infraestrutura. A OTP International tem estabelecido
alianças estratégicas com organizações privadas respeitáveis em todo o
mundo e atendendo com confiança os setores públicos. Possui sede em San
Diego – Califórnia, recentemente a empresa focou seu mercado de
investimentos em países latino-americanos, compostos pelos países do
MERCOSUL (Brasil, Chile, Argentina, Bolívia, Uruguai e Paraguai), subsidiando
estes países com novos investimentos em estradas, rodovias, gestão de água
e solos, sendo sua principal missão ajudar esses países em desenvolvimento.
23

Figura 3 – Embalagem do aditivo ESS-XZYME® em perspectiva


Fonte: Comercial e Importadora Veneza LTDA

A OTP International ao longo dos seus 10 anos de experiência


desenvolve produtos a base de enzimas que estabilizem o solo. O ESS-
XZYME já foi utilizado em trinta e seis países diferentes, inclusive no Brasil,
onde possui uma equipe consolidada de engenheiros e geotécnicos.

Figura 4 – Embalagem do aditivo ESS-XZYME® em vista frontal


Fonte: Comercial e Importadora Veneza LTDA
24

Em caso de armazenamento e transporte do aditivo, conforme a ficha de


segurança do produto verifica-se que não são necessárias precauções
especiais não exigindo, portanto rotulações especiais e/ou qualquer sinalização
especial.

O fabricante não revela o processo de fabricação do produto, mas sabe-


se que de acordo a sua composição, o mesmo é derivado de enzimas contidas
na saliva de cupins. Ao longo do tempo, através de pesquisas foi possível
descobrir que com a fermentação dessas enzimas foi possível desenvolver
este aditivo.

As principais vantagens aqui citadas foram elaboradas pelo fabricante do


produto, através de estudos elaborados pela OTP International:

 Pode funcionar como um substituto do cascalho, eximindo a


necessidade de se extrair cascalhos em lugares de cerrado, beiras de
córregos, rios e encostas;
 Resulta na eliminação de 100% do uso de caminhões para o transporte
de cascalho, reduzindo os custos de pavimentação;
 É de fácil aplicação, por ser altamente concentrado, sendo diluido em
água em um caminhão pipa ou pulverizador e lançado no material
quando se deseja adquirir o ponto de umidade ótima, resultando em
eficiência e rapidez;
 Quando se compacta o cascalho, por mais compactado que esteja, pode
vir a desagregar-se com o tempo, porém ESS – XZYME® não causa
este problema.
Diante do exposto, verifica-se que de acordo com as caracteristicas e
vantagens fornecidas pelo fabricante, o ESS – XZYME® atenderia às
condições de utilização defendidas por Silva (2007, p. 47) e Trindade
(2006, p.3), que elencam a necessidade dos aditivos atenderem as condições
ambientais, técnicas e econômicas. Porém as informações sobre os uso do
produto no Brasil se resumem a informações do fabricante ou de usuários
baseados em resultados práticos, havendo necessidade de avaliar
tecnicamente as suas qualidades (eficiência) em estabilização com solos
locais, para utilização deste aditivo na região.
25

Conforme informações do fabricante o produto pode ser utilizado em:


 Sub-bases e bases de estradas, podendo também ser revestido de
capa asfáltica;
 Estradas vicinais e secundárias;
 Sub-bases e bases de acostamentos de rodovias;
 Trilhas ecológicas e carreadores em reservas ambientais;
 Lastro e sublastro de ferrovias
 Urbanização de loteamentos;
 Caminhos em fazendas, sítios e chácaras;
 Ciclovias e pistas de cooper;
 Pistas e pátios de pouso de aeronaves;
 Estradas em áreas de mineração e reflorestamentos;
 Caminhos e acessos dos mais diversos tipos.

Em situações práticas de aplicação a representante matogrossense do


produto, indica que o rendimento da enzima estabilizadora é de 1 litro para
cada 30 m³ de solo (proveniente de bota-dentro ou caixa de empréstimo). De
acordo com o manual fornecido pela empresa é possível destacar que pelo fato
de a enzima ser um produto superconcentrado, a mesma deverá ser diluída em
água dentro de um caminhão-pipa para que ocorra a mistura da fonte de
captação até ao trecho onde será aplicado o produto, o ideal é que se aplique a
solução quando o solo estiver ainda seco ou com baixa umidade, pois com as
aplicações de água+enzima nesse estado atingirá de forma eficaz o ponto de
umidade ótima.

Segundo o fabricante, o aditivo é indicado principalmente para solos


coesivos finos (plásticos) e os requisitos ideais para que o ESS-XZYME
corresponda com boa estabilização é que o material de construção deve ser
composto com pelo menos 15%, mas não mais do que 65% de finos passando
na peneira de 4,2 mm (n º 200) e com pelo menos 6% de argila. Os limites de
liquidez deve ser inferior a 40% e o indice de plasticidade deve estar entre 5 e
18%.
26

6. MATERIAIS E MÉTODOS

6.1 Materiais

6.1.1 Solos

Serão utilizados dois solos contrastantes em termos genéticos e


granulométricos, coletados em Sinop-MT. Ambos foram coletados em 2011 e
levados ao Laboratório de Engenharia Civil da UNEMAT, Campus de Sinop,
sendo secos ao ar, peneirados e estocados.

O Solo 1, utilizado na pesquisa de Uieno (2011), foi coletado na Jazida


de Cascalho da Prefeitura Municipal de SINOP – MT próximo a MT-220 e ao
Rio Teles Pires, em profundidades entre 0,40 e 2,00 m, nas coordenadas
geográficas: 11º53’21,60”S e 55º38’25,19”O. As Figuras 5 e 6 mostram o local
de coleta.

Figura 5 - Local de coleta do Solo 1

Fonte: Google Earth apud Machado (2012, p. 44)


27

Figura 6 – Coleta do Solo 1.


Fonte: Uieno (2011, p. 34)

O Solo 2 foi coletado em uma profundidade entre 0,20 e 0,40 m, no


Bairro Jardim das Nações do município de Sinop-MT, nas coordenadas
geográficas 11º51’25,64”S e 55º31’35,08”O.

As Figuras 7 e 8 mostram a localização e o local de coleta do Solo 2.

Figura 7 – Local de coleta do Solo 2


Fonte: Google Earth apud Simioni (2011, p. 26)
28

Figura 8 - Local de coleta do Solo 2.


Fonte: Simioni (2011, p. 27)

A caracterização geotécnica dos solos 1 e 2 é apresentada na Tabela 2.

Tabela 2 - Caracterização geotécnica dos Solos 1 e 2

Areia Grossa Areia Média Areia Fina ϕ ≤ 0,074 mm LL IP USCS TRB


Solo
(%) (%) (%) (%) (%) (%) - -
1* 1 2 67 30 NL NP SM A-2-4 (0)
2** 2 0 28 70 32 6 ML A-4 (7)
Fonte: * Uieno (2011) e ** Simioni (2011).

O solo 1 é um solo SM segundo a Classificação USCS e A-2-4 (0)


segundo a Classificação TRB-AASHTO, sendo então definido como solo areno-
siltoso, com um comportamento de excelente á bom para subleitos de rodovias.
O Solo 2 é classificado pela USCS como ML e pelo TRB-AASHTO como A-4
(7), sendo então definido como solo silto-argiloso, com um comportamento ruim
para subleitos de rodovias.

Os parâmetros de compactação dos solos, bem como os respectivos


ISC, são apresentados na Tabela 3.
29

Tabela 3 - Parâmetros de compactação e ISC dos Solos 1 e 2

Solo wot γd max ISC


(%) (kN/m³) (%)
1* 11,22 19,05 35,47
2** 23,40 14,89 12,50
Fonte: * Uieno (2011) e ** Simioni (2011).

6.1.2 Aditivo

De acordo com o fabricante, o aditivo ESS-XZYME® não contém


componentes perigosos, é um produto seguro ao meio ambiente, natural, não
cancerígeno, não mutagênico, não contém metais pesados e/ou compostos
poluentes, possui solução à base de água, e é composto por enzimas que
promovem a estabilização/ligação dos solos. Suas principais características
são:

 Produto seguro e ecológico;


 Não fornece perigo no manuseio do mesmo, sendo desnecessário
o uso de equipamentos de proteção individual;
 Pode ser usado para o solo local disponível, uma vez que evita o
impacto ambiental ao material existente e evita a contaminação
do lençol freático;
 Minimiza a erosão;
 Possui vida útil de 30 a 36 meses de armazenamento se mantido
em sua embalagem original.

O ESS-XZYME® é um aditivo que não possui reagentes com compostos


orgânicos voláteis, fazendo com que o mesmo se adeque facilmente às
condições naturais do solo, possuino um pH variável entre 3,2 a 5,1, com ponto
de ebulição á 100 ºC e ponto de congelamento à 0 °C. O aditivo possui a
aparência de um líquido acastanhado com odor doce leve.

As amostras de aditivo utilizadas para este projeto de pesquisa foram


gentilmente cedidas pela representante mato-grossense do produto: Comercial
Importadora Veneza LTDA, empresa focada no desenvolvimento de rodovias.
30

De acordo com a ficha de segurança do ESS-XZYME® é possível obter as


seguintes informações:

 O aditivo é muito estável, sendo necessário evitar altas


temperaturas para que não haja neutralização das enzimas. Evitar
também mistura com substâncias de pH relativamente alto ou
baixo, tais como: ácidos e substâncias cáusticas, para que o
mesmo não perca sua eficiência.
 Como o aditivo é solúvel em água e biodegradável, o mesmo não
prejudica o tratamento com micro-organismos em redes de
esgoto, portanto deve-se se eliminar o produto seguindo os
parâmetros vigentes das leis local, estadual e federal.
 Em uma escala de 0 a 4 (zero não oferece risco quando ao uso e
4 é classificado como produto perigoso), para ensaios de
avaliação de risco, o aditivo recebeu as seguintes conclusões:
o Saúde: zero;
o Fogo: zero;
o Reatividade: zero;
o Especiais: Nenhum.

 O aditivo não necessita de ventilação especial durante o seu uso.

6.2 Métodos

Os Solos 1 e 2 preparados conforme a NBR 6457/1986 da Associação


Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) serão misturados ao aditivo nas
proporções de 1/150 (recomendado pelo fabricante), 1/300 e 1/600,
respectivamente. Optou-se por utilizar concentrações menores a recomendada
pelo fornecedor para verificar o quanto de resistência mecânica que o solo
ainda poderá ter com concentrações mais baixas.

Para cada uma das misturas será obtida a curva de compactação na


energia do Proctor normal, seguindo as recomendações da NBR 7182/1986 da
31

ABNT, obtendo os respectivos parâmetros ótimos de compactação wot e γd max.,


conforme mostrado na Figura 9.

wot, γd max
γd max

wot
Figura 9. Representação esquemática da curva de compactação dos solos.

Obtidos os parâmetros ótimos serão compactados três corpos de prova


para cada mistura que serão levados à ruptura para determinação da
Resistência à Compressão não Confinada (RCNC), conforme o procedimento
determinado pela NBR 12770/1992 da ABNT e esquematizado nas Figuras 11
e 12. Serão adotados como valor de RCNC a média de três determinações,
considerando tempos de cura de 7 e 28 dias.

Figura 10. Esquema dos ensaios de resistência à compressão não confinada.


32

Figura 11. Resistência à compressão não confinada (RCNC), no respectivo wot e γd max.

A partir dos resultados de RCNC serão realizados ensaios para


determinação de ISC com a mistura com maior RCNC de cada solo. Os
ensaios ISC serão realizados conforme a NBR 9895/1987 da ABNT.

Também será determinada a absorção d’água das misturas solo-aditivo


compactadas, realizada conforme a norma ABNT (1996a). Neste caso também
serão consideradas duas repetições como mostrado na Figura 12.

Figura 12. Determinação da absorção de água, no respectivo wot e γd max.

A pesquisa obedecerá aos fluxogramas apresentados nas Figuras 13 e


14.
33

Amostras de Solo Natural

Determinação das curvas de Compactação


(Energia de Proctor Normal)*

Elaboração dos CP’s para o


ensaio de RCNC*

ISC*

*Somente em solos que não foram elaborados os ensaios necessários.

CP’s = Corpos de prova.

Figura 13 - Procedimento dos ensaios da amostra de solo natural


34

Amostra de solo com aditivo

Preparação da solução

Determinação das curvas de compactação


(Energia de Proctor Normal)

Elaboração dos CP’s para o


ensaio de RCNC

Compactação de 3 Compactação de 3 Compactação de 3


CP’s na concentração CP’s na concentração CP’s na concentração
de 1/150 de 1/300 de 1/600

Períodos de cura Ensaios de absorção d’agua

Cura de 7 dias Cura de 28 dias Período de 7 dias

Determinação do ISC para o CP que


apresentar maior resistência

CP’s = Corpos de prova.

Figura 14 - Procedimentos dos ensaios da amostra de solo com aditivo


35

7. RECURSOS HUMANOS

O presente trabalho será realizado no Laboratório de Engenharia Civil da


Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, Campus de Sinop,
contando com o apoio da diretoria técnica da Comercial Importadora Veneza
LTDA, dos pesquisadores e acadêmicos do Campus Universitário de Sinop.
36

8. CRONOGRAMA

Cronograma para execução deste projeto de pesquisa.

2013
Atividades
JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO
Revisão bibliográfica
Preparação das amostras de solo
Ensaios de compactação das misturas solo + aditivo (com diferentes dosagens)
Ensaios de RCNC das misturas solo + aditivo (com diferentes dosagens)
Ensaios ISC da mistura solo + aditivo no teor de umidade ótima
Análise e discussão dos resultados
Apresentação das conclusões obtidas e correção
Entrega do Artigo Científico
37

9. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6457:


Amostras de solo – Preparação para ensaios de compactação. Rio de
Janeiro, 1986.

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_____.NBR 7182: Ensaios de compactação. Rio de Janeiro, 1982.

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compressão não confinada - Método de ensaio. Rio de Janeiro, 1992.

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