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Versatilidade do Osprey
O Osprey é um convertiplano de decolagem e aterrissagem vertical (VTOL) com rotor
inclinável. O conceito VTOL é uma antiga idéia derivada da força aérea alemã no final
da Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, a marinha americana desenvolveu duas
aeronaves de combate experimentais com sistema VTOL, a Pogo e a Salmon. Porém, os
programas foram cancelados devido a dificuldades técnicas. Em 1958, a força aérea
americana desenvolveu o Bell XV-3, que foi a aeronave VTOL que conseguiu flutuar
com sucesso (ela não foi testada em um vôo de avião).
O Osprey possui dois rotores grandes de três lâminas que giram em direções opostas e
produzem sua força de ascensão. Como os rotores giram em direções opostas, não há
necessidade de um rotor de cauda para fornecer estabilidade como acontece com um
helicóptero. A asa inclina os rotores entre os modos avião e helicóptero e gera força de
sustentação no modo avião. O tempo que o Osprey leva para se converter do modo
helicóptero para o modo avião é de 12 segundos e a conversão é feita de modo bastante
suave.
As principais vantagens do Osprey sobre um helicóptero comum são:
autonomia de vôo maior - ele pode atingir distâncias de 453 e 933 km;
velocidade maior - a velocidade máxima do Osprey é de 507 km/h, duas vezes
mais rápido do que a velocidade máxima de um helicóptero;
maior capacidade de carga - o Osprey pode transportar 4.536 kg de carga ou
24 tropas.
A vantagem do Osprey sobre um avião é que ele pode decolar, pairar e aterrissar como um
helicóptero, o que o torna mais versátil do que um avião para missões que requerem
transportar tropas para áreas remotas, especialmente aqueles locais sem pista de pouso
ou para missões de resgate em pontos distantes do mar.
Na próxima seção, vamos dar uma olhada nos sistemas do Osprey.
No interior do Osprey
Assim como qualquer outra aeronave, o Osprey tem os seguintes sistemas:
propulsão - gera energia e força de ascensão para impulsionar a aeronave
combustível
controles da cabine
comunicações - permitir a comunicação com os controladores de tráfego e
operações militares
carga útil - transportar carga
acondicionamento - especialmente importante quando armazenado em um
porta-aviões
Propulsão
Como mencionado anteriormente, o Osprey tem dois rotores com hélices de 11,6 metros e
três lâminas. Cada hélice é controlada por um motor turboeixo Allison AE 1107C capaz de
produzir mais de 6 mil cavalos de potência. Cada motor impulsiona seu próprio rotor e
transfere uma quantidade de energia para uma caixa de mudanças, que é a responsável
pelo controle do mecanismo de inclinação. Caso haja alguma falha no motor, a Osprey
consegue continuar seu vôo com somente um motor, pois há a redistribuição da energia
do motor restante para os dois rotores através de um eixo de transmissão interconectado.
Combustível
O Osprey tem 16 tanques de combustível - 10 integrados nas asas e 6 na fuselagem. Os
tanques de abastecimento alimentam os motores diretamente com o combustível dos
outros tanques e a transferência de combustível também é automática. Conforme o
combustível flui dos tanques, gás nitrogênio pressurizado enche os tanques para reduzir
a possibilidade de incêndio. Dependendo da configuração do Osprey, ele pode
armazenar de 5,5 a 13,5 mil litros de combustível.
Foto cedida por U.S. Navy
Tanques de combustível do Osprey
Controles da cabine
A cabine da Osprey abriga um piloto e um co-piloto. Além disso, há um assento reclinável
no centro, logo atrás dos pilotos, para um engenheiro de vôo. Os painéis de instrumentos
possuem mostradores multifuncionais, de maneira semelhante à nova cabine de vidro do
ônibus espacial. Esses mostradores exibem informações sobre os motores (pressão e
temperaturas do óleo, pressões hidráulicas) e sobre o vôo (dados de combustível,
posição e desempenho do motor). Além disso, também há teclados usados para interagir
com o computador de bordo e manches usados para controlar as manobras de vôo.
Comunicações
O Osprey é equipado com rádios de múltiplas faixas (AM, FM, UHF, VHF) para
transmissão de voz e recepção de rádio, rádios e sinais de navegação, altímetros de radar
e um sistema de rádio/comunicação interna para que as tropas e tripulação a bordo
possam se comunicar.
Foto cedida por U.S. Navy
Painéis de controle do Osprey
Carga útil
O Osprey é capaz de transportar até 24 tropas e pode transportar uma quantidade máxima
de 9.000 kg no seu compartimento de carga, que tem 1,72 m de largura por 1,68 m de
altura por 6,35 m de extensão. O compartimento de carga também tem assentos dobráveis
nas paredes e uma rampa que é usada para carregar ou descarregar carga e tropas. A
liberação de carga e tropas também pode ocorrer no ar com o uso de pára-quedas. Além
dos 9.000 kg do compartimento de carga, o Osprey possui um sistema de gancho e
guindaste externo que o permite transportar mais 6.800 kg de carga.
Acondicionamento
Quando o Osprey aterrissa no deque de um navio, tanto suas lâminas quanto suas asas
podem ser dobradas. A seqüência é mostrada abaixo.
Foto cedida por U.S. Navy
As lâminas dobram-se para dentro (esquerda e direita
superior), as asas giram para cima (esquerda inferior) e as
asas dobram-se para trás (direita inferior)
Quando o Osprey está pronto para a decolagem, seus rotores ficam na posição vertical.
Como os rotores ficam montados sobre as asas, parece que estamos vendo um
helicóptero de duas hélices. Quando ele está no modo helicóptero (decolagem,
aterrissagem e planando) são os rotores que geram força de ascensão. Por outro lado,
quando está voando, os rotores descem até ficar na posição horizontal, permitindo que a
força de ascensão seja criada pelas asas, como em um avião tradicional, e os rotores
funcionam como em um avião a hélice. Na hora de aterrissar, o Osprey, novamente como
um helicóptero, faz o processo inverso, elevando os rotores da posição horizontal para a
vertical.
Para entender melhor como o Osprey voa, dê uma olhada em Como funcionam os
helicópteros e Como funcionam os aviões.
Para obter mais informações sobre o Osprey e outros veículos militares, confira os links na
próxima página.