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Introdução

Os helicópteros têm utilizações militares e civis, como


transporte de tropas, apoio de infantaria, transporte de
empresários, transportes de bens, etc. O helicóptero
Apache é um desenvolvimento revolucionário na história
da guerra. Ele é essencialmente um tanque voador. É
projetado para resistir a ataques pesados e para atingir o
inimigo causando fortes danos. Ele consegue mirar em
alvos específicos, de dia ou de noite, mesmo em
condições atmosféricas críticas.
Neste artigo, conheceremos os sistemas de vôo do
Apache, assim como os sistemas de armamentos, de
sensores e de blindagem. Individualmente, esses componentes já são peças notáveis em
matéria de tecnologia. Combinadas, formam uma máquina voadora inacreditável - o mais
letal helicóptero criado até hoje.
Basicamente, um Apache funciona da mesma maneira que qualquer outro helicóptero: ele
tem dois rotores que giram várias pás. Uma pá é um aerofólio inclinado, como se fosse
uma asa de avião. À medida que acelera pelo ar, cada lâmina gera uma sustentação
(consulte Como funcionam os aviões para descobrir como é gerada a sustentação).

O rotor principal, preso à parte superior do helicóptero, gira quatro pás de 6 m. O piloto
manobra o helicóptero ajustando o mecanismo da placa oscilante, que modifica o passo
de cada pá para aumentar a sustentação. Ajustando o passo igualmente para todas as
pás, eleva ou baixa o helicóptero. Alterando o passo à medida que as lâminas percorrem
seu caminho ao redor do ciclo de rotação, é criada uma sustentação desigual, fazendo
com que o helicóptero se incline e voe em uma determinada direção (consulte Como
funcionam os helicópteros para uma explicação detalhada).
Quando o rotor principal gira, ele exerce uma força de rotação sobre o helicóptero como
um todo. As pás do rotor traseiro trabalham contra essa força, pois empurram a cauda na
direção oposta. Alterando a inclinação das pás traseiras, o piloto pode girar o
helicóptero em qualquer direção ou mantê-lo numa determinada. O Apache tem dois
rotores na cauda, cada um com duas pás.
Foto cedida pelo Departamento de Defesa Americano
O conjunto do rotor do Apache AH-64A

O novo Apache usa dois motores turboárvore General Electric T700-GE-701C (em inglês),
de aproximadamente 1.700 cv de potência cada um. Cada motor gira uma árvore que é
conectada a uma caixa de transmissão simples. A caixa de câmbio muda o ângulo de
rotação em aproximadamente 90 graus e passa a potência para a transmissão. A
transmissão transmite a potência para o conjunto do rotor principal e para uma árvore
longa que vai até o rotor na cauda. O rotor é otimizado para fornecer mais agilidade do que
em um helicóptero comum.
A estrutura central de cada pá consiste em cinco braços de aço inoxidável chamados de
traves, os quais são circundados por um esqueleto de plástico reforçado com fibra de
vidro. O bordo de fuga de cada pá é coberto com um compósito de grafite maciço,
enquanto o bordo de ataque é feito de titânio. O titânio é forte o suficiente para
aguentar pequenos toques em árvores e outros objetos menores, o que é desejável em
voos de baixa altitude (rentes ao solo, "copiar o terreno"). Os Apaches precisam voar
dessa forma para espreitar os alvos e evitar ataques. A asa traseira da cauda ajuda a
estabilizar o helicóptero durante os vôos de baixa altitude e também ao pairar.

Foto cedida pelo Departamento de Defesa Americano


As pás e as asas do Apache são desmontadas para facilitar o
transporte

Quem usa o Apache e quem o fabrica?


O Apache é o principal helicóptero de ataque do arsenal dos
Estados Unidos. Outros países, incluindo o Reino Unido, Israel e
Arábia Saudita, também acrescentaram Apaches à sua frota.
A primeira série de Apaches, desenvolvida pela Hughes
Helicopters nos anos 70, entrou em operação em 1985. O exército
dos Estados Unidos está trocando gradualmente esse projeto
original conhecido como Apache AH-64A pelo Apache Longbow
AH-64D, mais avançado. Em 1984, a McDonnell Douglas comprou
a Hughes Helicopters e, em 1997, a Boeing (em inglês) fez uma
fusão com a McDonnell Douglas. Hoje, a Boeing fabrica os
helicópteros Apache e a GKN Westland Helicopters (em inglês),
com base no Reino Unido, fabrica a versão britânica do Apache, o
WAH-64.

Mísseis Hellfire
A principal função do Apache é atingir alvos terrestres fortemente blindados, como tanques
e casamatas. Para realizar essa função, é necessária artilharia pesada, além de
um sistema de mira extremamente sofisticado para atingir o alvo.

A arma principal do Apache, o míssil Hellfire, atende a essas exigências. Cada míssil
possui seu próprio computador guia, controle de direção e sistema de propulsão. O
míssil é uma ogiva altamente explosiva carregada com cobre e poderosa o bastante para
destruir o tanque de blindagem mais forte que possa existir.

Foto cedida pelo Departamento de Defesa Americano


Um Apache dispara dois mísseis Hellfire em um exercício de
treinamento
Um Apache carrega os mísseis em quatro trilhos de disparo presos a suportes
montados em cada asa. Existem dois suportes em cada asa e cada um pode sustentar
quatro mísseis, portanto, - o Apache pode carregar até 16 mísseis de cada vez. Antes do
lançamento, cada míssil recebe instruções diretamente do computador do helicóptero.
Quando o computador transmite o sinal de disparo, o míssil libera o propelente. Quando o
propelente quente gera aproximadamente 230 kg de força, o míssil é lançado do trilho. À
medida que o míssil acelera, a força de aceleração dispara o mecanismo de armar.
Quando o míssil faz contato com o alvo, um sensor de impacto libera a ogiva.
O projeto do Hellfire original usa um sistema de orientação a laser para atingir seu alvo.
Nesse sistema, o canhoneiro do Apache aponta um feixe a laser de alta intensidade em
direção ao alvo (em algumas situações, forças terrestres podem operar o laser em vez do
canhoneiro). O laser pulsa, ligando e desligando em um determinado padrão codificado.
Foto cedida pelo Exército Americano
Cada conjunto de trilhos suporta quatro mísseis Hellfire

Antes de dar o sinal de disparo, o computador do Apache informa o padrão de pulso


específico do laser ao sistema de controle do míssil. O míssil tem um buscador de laser
em sua ponta, que detecta a luz do laser refletida pelo alvo. Desse modo, o míssil pode
"ver" onde está o alvo. O sistema de orientação calcula que caminho o míssil deve fazer
para ir diretamente em direção à luz de laser refletida. Para mudar o curso, o sistema de
orientação movimenta as aletas de direção de vôo do míssil, da mesma maneira que
num avião.

Foto cedida pelo Exército Americano

O sistema Hellfire guiado por laser é bastante eficaz, mas tem alguns problemas que
devem ser considerados:
 ocultação por nuvens ou obstáculos podem bloquear o feixe de laser, fazendo
com que o míssil não consiga chegar até o alvo;
 se o míssil passar através de uma nuvem, ele pode perder o alvo de vista;
 o helicóptero (ou a equipe terrestre que está monitorando o alvo) tem que
manter o laser fixo no alvo até o míssil fazer contato. Isso significa que o
helicóptero tem que ficar descoberto, vulnerável ao ataque.
O Hellfire II, usado nos helicópteros Apache Longbow, corrige essas falhas. Em vez de um
sistema de busca a laser, o míssil tem um sistema de busca através de radar. O radar do
helicóptero localiza o alvo e os mísseis apontam para ele. Como as ondas de rádio não
são ofuscadas pelas nuvens ou obstáculos, o míssil tem maiores chances de atingir o alvo.
Como ele não tem que manter o laser focalizado sobre o alvo, o helicóptero pode disparar
o míssil e imediatamente procurar cobertura.
Foguetes e canhão automático
Os Apaches geralmente voam com dois lançadores de foguetes Hydra, em lugar
dos dois conjuntos de mísseis Hellfire. Cada lançador de foguete carrega 19 foguetes
aéreos de aleta dobrável de 7 cm, presos a tubos de lançamento. Para disparar os
foguetes, o lançador dispara um acendedor na parte de trás do tubo. O canhoneiro do
Apache pode disparar um foguete por vez ou lançá-los em grupos. As aletas de vôo se
abrem para estabilizar o foguete quando este deixa o lançador.

Foto cedida pelo Departamento de Defesa Americano


O lançador de foguetes Hydra (à direita) e os trilhos do míssil
Hellfire (à esquerda) no helicóptero Apache AH-64A

Os foguetes trabalham com variedades de modelos de ogivas. Por exemplo: podem ser
armados com explosivos de alta potência ou apenas com materiais que produzem fumaça.
Em uma configuração, a ogiva entrega diversas submunições, pequenas bombas que se
separam do foguete no ar e caem sobre os alvos abaixo.
O canhoneiro mira alvos de pequeno alcance com um canhão automático M230 de 30
mm preso a uma torre embaixo do nariz do helicóptero. O canhoneiro mira o canhão
usando um sofisticado sistema computadorizado na cabine. O computador controla o
mecanismo hidráulico que movimenta a torre de um lado para outro e de cima para
baixo.
Foto cedida pelo Departamento de Defesa Americano
O canhão automático M-230A1 de 30 mm em um Apache AH-
64A

O canhão automático é um modelo de canhão de corrente, movido por meio de um motor


elétrico. O motor gira a corrente, que desliza o conjunto do prendedor para frente e para
trás, de forma a carregar, disparar, extrair e ejetar cartuchos. Isso é diferente de uma
metralhadora comum, que usa a força da explosão do cartucho.
Os cartuchos viajam do pente acima do canhão através de uma rampa, até chegar à
câmara. O pente aceita 1.200 balas no máximo e o canhão pode disparar de 600 a 650
balas por minuto.Os canhões disparam cargas altamente explosivas projetadas para
perfurar blindagem leve.
Na próxima página, daremos uma olhada no sistema de localização de alvos do canhão,
bem como os outros principais controles do Apache.

Controles e sensores
A cabine do Apache é dividida em duas seções, uma diretamente atrás da outra. O piloto
senta na seção traseira e o co-piloto/canhoneiro senta na seção frontal. Como era de se
esperar, o piloto manobra o helicóptero e o canhoneiro mira e dispara as armas. As duas
seções da cabine incluem controles de vôo e de disparo, caso um piloto precise assumir
o comando total.

Foto cedida pelo Departamento de Defesa Americano


O Apache tem duas seções na cabine: o piloto senta na parte
traseira e o canhoneiro na dianteira. A seção traseira fica mais
alta em relação à seção dianteira para que o piloto possa ter
melhor visão.

O piloto comanda o Apache usando controles coletivo e cíclico, similares àqueles que
se encontra em qualquer outro helicóptero. Os controles agem nos rotores usando um
sistema hidráulico-mecânico e um sistema de estabilização digital. O sistema de
estabilização digital ajusta o potente sistema hidráulico para que o helicóptero se
mantenha voando suavemente. O sistema de estabilização também pode manter o
helicóptero pairando no ar, automaticamente, por curtos períodos de tempo.

No Longbow Apache, três painéis com mostradores fornecem ao piloto as informações


principais sobre navegação e voo. Esses mostradores digitais são mais fáceis de ler do
que os tradicionais. O piloto simplesmente aperta botões na lateral do mostrador para
achar a informação que necessita.

Foto cedida pelo Exército Americano


Interior da cabine do Apache Longbow

Uma das coisas mais interessantes do Apache é o sofisticado equipamento sensor. O


Longbow Apache detecta forças terrestres, aviões e prédios circunvizinhos usando uma
cúpula de radar montada no mastro. A cúpula de radar utiliza ondas de rádio milimétricas
que podem perceber o formato de qualquer coisa dentro do seu alcance. O processador
do sinal do radar compara esses formatos com um banco de dados de tanques,
caminhões, outros aviões e equipamentos, para identificar a classe de cada alvo
potencial. O computador localiza esses alvos nos painéis mostradores do piloto e do
canhoneiro.
Foto cedida pelo Departamento de Defesa Americano
O Apache Longbow tem uma cúpula de radar diferente
montada em seu mastro

O piloto e o canhoneiro usam sensores de visão noturna para operações realizadas


durante a noite. Os sensores de visão noturna trabalham com um sistema de observação
adiante por radiação infravermelha (FLIR), que detecta a luz infravermelha liberada por
objetos aquecidos (consulte Como funciona a visão noturna para obter mais informações).
O sensor de visão noturna do piloto é preso a uma torre giratória na parte de cima do nariz
do Apache. O sensor de visão noturna do canhoneiro é preso a uma torre separada no
lado inferior do nariz. A torre inferior também suporta uma câmara de vídeo comum e um
telescópio, que o canhoneiro utiliza durante o dia.

Foto cedida pelo Exército Americano


A disposição do sensor em um helicóptero Apache

O computador transmite a visão noturna ou a imagem de vídeo para um pequeno monitor


no capacete de cada piloto. O monitor de vídeo projeta a imagem em uma lente monocular
na frente do olho direito do piloto. Os sensores infravermelhos da cabine rastreiam o modo
como o piloto posiciona o capacete e repassam essa informação ao sistema de controle da
torre. Cada piloto pode mirar os sensores com apenas um simples movimento da cabeça.
É claro que os controles manuais também estão disponíveis (consulte esta página - em
inglês - para obter mais informações sobre o sistema de mira pelo capacete).
O sistema de mira pelo capacete em um helicóptero Apache

Veja a seguir, alguns dos sistemas que protegem o piloto e o canhoneiro durante uma
batalha.
Fuga e blindagem
A primeira linha de defesa do Apache contra o ataque é manter-se fora do alcance. Como
vimos anteriormente, o helicóptero é projetado, especificamente, para voar perto do chão,
escondendo-se atrás de cobertura sempre que possível. O Apache também é projetado
para escapar da varredura do radar do inimigo. Se os pilotos captam sinais de radar com o
scanner a bordo, eles podem ativar um embaralhador de radar para confundir o inimigo.

Foto cedida pelo Departamento de Defesa Americano

O Apache também é projetado para escapar de mísseis guiados pelo calor reduzindo sua
marca de infravermelho (a energia do calor que ele libera). O sistema de supressão de
infravermelho dissipa o calor da descarga do motor misturando-o com o ar que flui ao
redor do helicóptero. A descarga resfriada, então, passa por meio de um filtro especial que
absorve mais calor. O Longbow também tem um embaralhador de infravermelho, que
gera energia de infravermelho com freqüências variadas para confundir os mísseis em
busca de calor.
O Apache é fortemente blindado por todos os lados. Algumas áreas também são
circundadas com uma blindagem leve feita com Kevlar (em inglês) para proteção extra. A
cabine é protegida por camadas de blindagem reforçada e por vidros à prova de balas.
Segundo a Boeing (em inglês), cada parte do helicóptero pode sobreviver a projéteis de
12,7 mm e os componentes do rotor e do motor podem resistir a disparos de 23 mm.
A área em volta da cabine é projetada para deformar durante uma colisão, mas a capota
da cabine é extremamente rígida. Em uma queda, as áreas de deformação funcionam
como as de um carro: absorvem a maior parte da força de impacto para que a colisão
não seja tão severa para a tripulação. Os bancos do piloto e do canhoneiro são equipados
com uma forte blindagem de Kevlar, que também absorve a força do impacto. Com
esses sistemas avançados, a tripulação tem ótimas chances de sobreviver a um acidente.

Foto cedida pelo Exército Americano

Pilotar um Apache em uma batalha é extremamente perigoso, mas com todas as suas
armas, blindagem e sensores, ele torna-se um grande oponente para quase tudo em
batalha. Ele é uma combinação letal de força, agilidade e poder de fogo.
Para mais informações sobre os helicópteros Apache e outras armas, confira os links na
página a seguir.

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