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Renato Costa
Uma que gostamos muito diz respeito a uns sacerdotes que tinham ouvido falar
que, em uma determinada ilha, havia um homem que queria aprender a orar.
Tocados pela necessidade do pobre homem, os sacerdotes demandaram à tal
ilha e, em lá encontrando o homem, este lhes disse que era muito ignorante e
que tudo o que sabia dizer como oração era ficar repetindo “Deus, Deus, Deus”
monotonamente.
Mesmo entendendo o relato acima como uma alegoria e não um fato real, ele é
correto quando mostra que a fé simples, pura e inocente, é de um poder
imenso, pois de nada duvida, permitindo ao Espírito encarnado o exercício de
potencialidades que um outro, dotado de grande conhecimento, nem pensaria
em exercer por ignorar seu funcionamento. No relato evangélico vemos que
Pedro, ao tentar seguir o Mestre, que caminhava sobre as águas, começou
conseguindo e, depois, afundou. Quando isso ocorreu, o Mestre repreendeu-o
por sua pouca fé. Sim, ao raciocinar sobre o que Jesus tinha feito, ele não
encontrou explicação e, com isso, perdeu a sustentação que a fé simples lhe
havia dado para os primeiros passos.
Foi com essa fé, ao mesmo tempo simples e raciocinada, que Espíritos,
praticamente saídos do anonimato da sociedade, fizeram obras magníficas
registrando-se para sempre na história humana como ícones de ação colocada
a serviço do bem. Se Madre Teresa, Ghandi, Irmã Dulce, algum deles tivesse
submetido cada ação do bem que fizeram a um raciocínio prévio quanto à sua
factibilidade, pouco ou nada teriam feito.