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Sumário

1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 2
2 – O QUE É ESCLEROSE MÚLTIPLA? ............................................................................... 3
3 - ETIOLOGIA: .......................................................................................................................... 4
3.1 - Fator Imune .................................................................................................................... 4
3.2 - Fator Ambiental ............................................................................................................. 5
3.3 - Fator Hereditário ............................................................................................................ 5
3.4 - Infecções Virais ............................................................................................................. 5
3.5 - Fatores de risco: ............................................................................................................ 5
4 - SINAIS E SINTOMAS .......................................................................................................... 6
5 – DIAGNÓSTICO .................................................................................................................. 10
5.1 - Os critérios básicos para diagnosticar a EM são: ...................................................... 11
 Evidência de múltiplas lesões no Sistema Nervoso Central (SNC). ........................ 11
6 – TRATAMENTO................................................................................................................... 11
6.1 - Uso de derivados da Cannabis na esclerose múltipla........................................... 13
6.1.1 - A descoberta do sistema endocanabinóide ..................................................... 13
6.1.2 - Indicações de canabinóides na esclerose múltipla......................................... 14
6.1.3 - Perspectivas futuras ............................................................................................ 15
6.1.4 -Tratamento Sintomático ....................................................................................... 16
7 – CUIDADOS DA ENFERMAGEM ..................................................................................... 17
7.1 - Mobilidade física comprometida relacionada à fraqueza muscular,espasticidade
e falta de coordenação. ....................................................................................................... 18
7.2 - Fadiga relacionada ao processo patológico e ao estresse daadequação ......... 19
7.3 - Minimização dos Efeitos da Imobilidade.................................................................. 19
7.4 - Estimulação do Controle Vesical e Intestinal .......................................................... 19
7.5 - Dificuldades da Fala e Deglutição ............................................................................ 20
7.6 - Alterações das Funções Sensoriais e Cognitivas .................................................. 20
7.7 - Disfunção Sexual Relacionada ao Processo da Doença...................................... 20
8 - CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 22
9 - REFERÊNCIAS................................................................................................................... 23
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1 – INTRODUÇÃO

A esclerose múltipla é uma doença neurológica crônica, inflamatória,


autoimune que acomete o sistema nervoso, causando destruição da bainha de
mielina, proteína fundamental na transmissão do impulso nervoso.

Embora se saiba muito sobre os mecanismos envolvidos no processo da


esclerose múltipla, sua causa permanece de difícil compreensão. As causas
desta doença, os fatores que direta ou indiretamente podem contribuir para a
determinação da evolução clínica, como fatores imunológicos e genéticos, a
influência ambiental, têm sido,objetos de pesquisas em diversos países.

No presente trabalho serão abordadas a etiologia, diagnóstico, as


alternativas de tratamento para a doença e os devidos cuidados da equipe de
enfermagem.
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2 – O QUE É ESCLEROSE MÚLTIPLA?

A esclerose multiplica é uma doença neurológica também conhecida


como doença desmielinizante disseminada e em placas recebe essa
nomenclatura devido à característica das lesões encontradas. De origem
desconhecida, atinge o sistema nervoso central e periférico, com
comprometimento variável ocasionado pela localização das lesões, as mesmas
ocorrem com a destruição da bainha de mielina que reveste os neurônios,
causando tecido cicatricial devido ao ataque das células de defesa do próprio
organismo, onde altera as sinapses sofrem total ou parcial incapacidade de
transmitir os sinais de funcionamento para todas as partes do corpo.
Como sua localização é esparsa, os sintomas variam entre um paciente e
outro, os mais comuns são alteração da visão, diplopia, neurite ótica,
debilidades de locomoção, tontura, fraqueza nos membros inferior bilateral ou
unilateral, comprometimento urinário e vesical, diminuição da força dos
membros superior bilateral ou unilateral, lesões cervicais, dores difusas
(cefaleia, dor ocular, dor nas articulações, entre outras), alterações de
sensibilidade, queimação no dorso, pode ocorrer déficit cognitivo, afasia,
disfagia. Um sintoma bem incapacitante é a fadiga crônica, caracterizada por
um extremo cansaço podendo ocorrer mesmo ao acordar sem
causas aparentes e geralmente é agravada pelo calor.
Outro fator importante e de grande relevância é o aspecto psicológico, pois o
paciente pode desenvolver depressão com risco de suicídio em consequência
do próprio diagnostico da doença, com frequência os pacientes costumam
desenvolver síndrome do pânico incapacitando sua socialização, agravando
ainda mais os sintomas decorrentes da EM.

É uma doença que atinge mais mulheres do que homens, exatamente


em sua fase mais produtiva, que é dos 20 aos 40 anos. Por ter multiplicidade
de sintomas seu diagnostico nem sempre é feito de forma rápida, pois é
necessário excluir varias outras patologias tais como lúpus, fibromialgia,
doenças reumáticas, outras alterações neurológicas, síndrome de Guilanbaré e
dentre outras.
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Ela é dividida como Esclerose Múltipla Primária, Esclerose Múltipla


Recorrente Emitente, Esclerose Múltipla Recorrente Progressiva e Esclerose
Múltipla Progressiva, podendo haver algumas alterações em diferentes
literaturas. A EM primária é aquela onde existem as lesões, mas os sintomas
não são acentuados, não interferindo tanto na vida do paciente. A EM
Recorrente Emitente é aquela onde há lesões com sintomas agravados que
podem ocorrer por dias ou semanas e sumirem sem deixar sequelas. A EM
Recorrente Progressiva caracteriza-se pela presença de surtos com pequenas
sequelas no decorrer dos anos. De acordo com os estudos, decorrido 10 anos
de diagnostico, o paciente provavelmente passará a EM Progressiva que é
aquela onde a cada surto ocorrido deixa sequelas sem possibilidade de
regeneração.
O paciente que apresenta a EM Progressiva no inicio do diagnostico tem
evolução rápida e sequelas permanentes a partir do primeiro surto.

Pela sua multipluralidade o tratamento deve ser multidisciplinar


abrangendo desde o medicamentoso quanto o psicológico, o mesmo se
estende aos seus familiares ou cuidadores. Suas particularidades serão
discutidas em outros tópicos.

3 - ETIOLOGIA:

As causas da doença não são muito bem conhecidas. Acredita-se que


vários fatores influenciam o aparecimento da EM, tais como a imunidade,
o local onde a pessoa vive, hereditariedade e Infecções virais.

3.1 - Fator Imune


O sistema imunológico das pessoas que sofrem de esclerose múltipla
não reconhece a mielina como sendo um tecido da própria pessoa, mas como
sendo um corpo estranho, sendo assim, o sistema imunológico a ataca e a
destrói, da mesma forma que ele faria com qualquer bactéria ou célula
cancerígena.
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3.2 - Fator Ambiental


Há mais relatos da doença em países temperados, mas as pessoas que
vivem fora desta zona também podem ser afetadas. Estudos mostram que a
maior parte dos doentes passou a infância nestas regiões, por isso acreditamos
que o fator ambiental deve ser considerado, apesar de ainda não existirem
provas que comprovem esta informação.

3.3 - Fator Hereditário


Se o pai ou a mãe de uma determinada pessoa tiver esclerose múltipla,
o risco de seu filho desenvolver a doença será maior.

3.4 - Infecções Virais


As infecções virais atuam em indivíduos com susceptibilidade genética,
onde provocando a resposta auto-imune, surge a desmielinização. Portanto, a
infecção por vírus pode ser um fator que leve a causa inicial da desmielinização
e depois surgem reações inflamatórias, síntese de anticorpos contra o próprio
SNC em resposta à infecção primária.

3.5 - Fatores de risco:

 Idade: a esclerose múltipla pode ocorrer em qualquer


idade, mas mais comumente afeta as pessoas entre 20 a 40 anos.
Nessa faixa etária são feitos 70% dos diagnósticos
 Gênero: mulheres são mais propensas que os homens a
desenvolver a esclerose múltipla. A proporção real é de três mulheres
para cada homem
 Histórico familiar: se um de seus pais ou irmãos tem
esclerose múltipla, você tem uma chance de 1 a 3% de desenvolver a
doença em comparação com o risco na população em geral
 Etnia: os caucasianos, em especial aqueles cujas famílias
se originam do norte da Europa, estão em maior risco de desenvolver
esclerose múltipla. As pessoas de ascendência asiática, africana ou
americana têm menor risco.
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 Regiões geográficas: a esclerose múltipla é muito mais


comum em áreas como a Europa, sul do Canadá, norte dos Estados
Unidos, Nova Zelândia e sudeste da Austrália.
 Outras doenças auto-imunes: você pode ser um pouco
mais propenso a desenvolver esclerose múltipla se tiver outra doença
que afeta o sistema imune como distúrbios da tireóide, diabetes tipo I ou
doença inflamatória intestinal.

Embora a causa ainda seja desconhecida, a esclerose múltipla tem sido


foco de muitos estudos no mundo todo, o que tem possibilitado uma constante
e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes.

4 - SINAIS E SINTOMAS

A Esclerose Múltipla é uma doença com sinais e sintomas muito


variados, ou seja, duas pessoas diagnosticadas com EM podem ter sintomas
completamente diferentes uma da outra, mesmo que o seu tempo de evolução
ou atividade da doença seja semelhante. O curso clínico da EM é imprevisível,
ou seja, os sintomas ocorrem a qualquer momento e sem aviso, embora em
muitos casos o médico consiga estabelecer quais portadores têm maior
atividade (mais probabilidade de surtos) ou menor atividade da doença (menor
probabilidade de surtos) em determinado momento. Além disso, suas
manifestações podem ser muito semelhantes aos de outras doenças
neurológicas, o que justifica a dificuldade do diagnóstico.

De modo geral, os chamados surtos (sintomas neurológicos agudos)


ocorrem em episódios, que se instalam repentinamente, podem piorar de
intensidade por um determinado período (alguns dias), voltando a diminuir em
seguida. As alterações visuais, de sensibilidade, da força muscular,
coordenação ou equilíbrio são as mais comuns e as que ocorrem mais
precocemente. Os distúrbios esfincterianos (urgência ou retenção urinária),
embora importantes, são menos frequentes no início da Esclerose Múltipla.
Para ser considerado surto, o sintoma deverá persistir por um período mínimo
de 24 horas, na ausência de alguma infecção no organismo.
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Usualmente, os pacientes recém-diagnosticados tendem a considerar


cada nova sensação como um novo surto e o reaparecimento de queixas
prévias podem assustar. Existem vários fatores que podem causar o
reaparecimento destes sintomas, como infecções e atividades que causem o
aumento da temperatura do corpo, como os exercícios físicos, ambientes muito
quentes, fatigabilidade, entre outros. É importante que na presença de uma
queixa neurológica que dure mais de 24 horas, seja ela nova ou a piora de um
sintoma pré-existente, o paciente entre em contato com o seu neurologista para
que a suspeita seja ou não confirmada. Começar o tratamento precocemente é
fundamental para prevenir a ocorrência de sequelas neurológicas.

As manifestações mais comuns da EM são:

 Fadiga: (fraqueza ou cansaço);


 Sensitivas:parestesias (dormências ou formigamentos);
nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face);
 Visuais: neurite óptica (visão borrada, embaçada ou perda
visual), diplopia (visão dupla);
 Motoras: perda da força muscular, dificuldade para andar;
 Ataxia: (falta de coordenação dos movimentos): tonturas e
desequilíbrio;
 Esfincterianas: dificuldade de controle da bexiga (retenção
ou perda de urina) ou intestino;
 Espasticidade (rigidez muscular);
 Cognitivos: problemas de fala e memória ou alterações do
humor;
 Fadiga: A fadiga é o sintoma mais comum da EM, relatado
por cerca de 50% a 90% dos pacientes. Esse sintoma pode se
apresentar de diversas maneiras: sendo classificado em primário, ou
seja, causado pela própria atividade da EM, ou secundário, quando é
causado por outros sintomas da doença, como espasticidade, alterações
do sono, do humor ou também do efeito da medicação utilizada no seu
tratamento. A fadiga também ocorre durante tarefas que exijam atenção
prolongada, mesmo que não ocorra fadiga física, e em geral é agravada
pelo calor. Pode estar presente em qualquer momento ou forma clínica
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da doença, sem correlação com incapacidade física ou cognitiva. A piora


ou surgimento de fadiga não é considerado como um novo surto de EM.
 Parestesia (formigamento ou dormência nos membros): É
uma queixa comum, tanto como sintoma inicial da doença quanto em
sua fase evolutiva. Como todos os demais sintomas, ela pode regredir
por completo ou permanecer com intensidade muito menor que a do
início do surto.
 Alterações da visão: A neurite óptica (inflamação do nervo
óptico) é um dos sintomas mais comuns no início da doença. Muitas
vezes a neurite ocorre meses ou anos antes das demais manifestações
neurológicas. O portador de EM, em geral, descreve o episódio de
neurite como embaçamento ou turvação da visão em um dos olhos,
precedida ou junto à dor ocular que se acentua com a movimentação
dos olhos. Raramente há comprometimento dos dois olhos
simultaneamente. Outra manifestação ocular comum é a visão dupla
(diplopia), que ocorre quando a motricidade ocular é prejudicada.
 Tonturas: Sensação de que os objetos estão girando ou o
ambiente esta balançando, provocando geralmente desequilíbrio. Às
vezes, a sensação é acompanhada de náuseas e/ou vômitos.
 Alterações esfincterianas:Dificuldade de controle urinário
e intestinal. A queixa mais comum é em relação ao funcionamento da
bexiga, como sensação de bexiga cheia ou vontade de urinar mesmo
com pouco volume de urina no seu interior (urgência urinária), ou perda
involuntária de urina (incontinência urinária). Com a progressão da
doença, a incontinência urinária (urina solta) tende a ocorrer com mais
frequência – sendo que mais de 90% dos pacientes apresentam
problemas na bexiga após 10 anos do diagnóstico de EM. Os
transtornos intestinais ocorrem com menos frequência. Em alguns
casos, o neurologista pode achar necessário encaminhar o portador de
EM para um especialista (urologista ou gastroenterologista) para melhor
avaliação e acompanhamento. Existem diversos exercícios e
medicamentos para os problemas urinários. Já os sintomas de
constipação (prisão de ventre) podem ser minimizados se o paciente
tiver uma rotina que inclua uma dieta rica em fibras (farelos, grãos, frutas
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frescas, legumes); ingestão de líquidos e rotina em relação ao horário da


ida ao banheiro. Apesar de incômodos, esses sintomas, se tratados,
podem dar ao paciente uma vida normal.
 Alterações cognitivas: Afetam cerca de 50% a 65% dos
portadores de EM. Essas alterações podem ocorrer a qualquer momento
durante o curso da doença, mesmo no seu início. A progressão
geralmente é lenta, o que contribui para que o problema passe
despercebido pelo médico e o próprio portador em muitos casos, sendo
por isso importante a opinião dos familiares e outras pessoas que
convivem com o paciente. Na maioria dos casos, essas alterações são
leves e não interferem significativamente no cotidiano do paciente e em
suas atividades diárias. Os sintomas mais comuns dessas alterações
são: problemas de memória, lentidão no processamento da informação,
dificuldades para manter a atenção. É frequente o relato de dificuldade
ou demora para realizar tarefas que antes eram facilmente executadas.
 Falta decoordenação motora: Conhecida como ataxia, se
manifesta como alterações dos movimentos voluntários (tremores,
inabilidade manual, incoordenação), alterações no modo de andar
(desequilíbrio, tropeços), dificuldade de articulação das palavras
(disartria), tremores involuntários, entre outros.
 Espasticidade: Também um sintoma frequente da EM, a
espasticidade está associada à rigidez involuntária dos músculos,
limitando os movimentos dos membros. As sensações mais descritas
são braços e pernas “duros” ou “travados”, ou então “solavancos” em
algum grupamento muscular. Ela pode ser desencadeada por
movimentos ou por algum estimulo e ocorre por respostas inadequadas
do tônus muscular dos pacientes, que ao invés de relaxarem a
musculatura, a contraem de forma rápida e involuntária.
 Transtornos emocionais: Transtornos do humor, como
depressão e ansiedade, são muito comuns nos portadores de EM. Mais
da metade dos pacientes apresenta episódios depressivos no decorrer
da doença. Além da depressão, outras alterações emocionais também
podem ocorrer como ansiedade, euforia, pessimismo, sentimento de
culpa ou desamparo, distúrbios do sono, diminuição ou aumento do
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apetite, aumento da fadiga, inquietação, irritabilidade, diminuição da


capacidade de concentração ou de tomar decisões. Algumas vezes
pode ocorrer um quadro importante de instabilidade emocional com
choro, mesmo quando o paciente não está triste, ou risos em alguma
situação inapropriada; isto é causado por lesões desmielinizantes
difusamente distribuídas pelo sistema nervoso. Pacientes que já
apresentavam os sintomas de depressão antes de serem diagnosticados
com EM são mais propensos a desenvolver um quadro depressivo no
decorrer de sua vida com a Esclerose Múltipla.
 Disfunções sexuais: A prevalência de alterações da
função sexual em portadores de EM é maior quando comparada à
população geral. Os resultados variam de acordo com o grupo estudado
ou com a metodologia adotada, mas em todos os casos ela é
sensivelmente maior. Cerca de 60% das mulheres e 40% dos homens
apresentam algum tipo de disfunção sexual durante o curso da doença.
Os sintomas podem ocorrer precocemente, mas são mais comuns nos
casos onde a incapacidade é maior ou nas formas progressivas. As
disfunções sexuais na EM podem estar relacionadas a lesões em áreas
diretamente relacionadas à função sexual (alteração da lubrificação
local, distúrbios da sensibilidade genital), a outros sintomas neurológicos
(espasticidade, déficit motor), a efeitos colaterais de medicamentos e a
questões psicológicas – ou provavelmente seja resultado do conjunto
destes fatores.

5 – DIAGNÓSTICO

A variação ampla de sintomas da EM podem levar os pacientes a buscar


vários tratamentos e especialistas até chegar ao diagnóstico correto, que em
geral é feito por um médico neurologista. Deve-se analisar que há várias
doenças inflamatórias e infecciosas com sintomas semelhantes, dificultando o
diagnóstico. O mais importante é aliar os aspectos: conhecimento médico, a
história da pessoa e exames físicos, neurológicos e laboratoriais.
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5.1 - Os critérios básicos para diagnosticar a EM são:

 Evidência de múltiplas lesões no Sistema Nervoso


Central (SNC).
 Evidência (clínica ou para clínica) de pelo menos
dois episódios de distúrbio neurológico num indivíduo entre 10 e
59 anos de idade.
Alguns outros indícios podem ajudar a comprovar o diagnóstico de
esclerose múltipla, como por exemplo a punção lombar. Neste exame são
retirados com uma agulha o fluído espinhal também chamado de líquor. Se
houver presença maior do que o normal de leucócitos (células de defesa) pode
significa que o sistema está em alerta.

A ressonância magnética é um dos exames prioritários para o


diagnostico, ao ser identificada lesões no cérebro e na medula, a partir de um
único surto. Antes só eram necessários dois surtos e sucessivos exames da
ressonância.

6 – TRATAMENTO

Infelizmente não há um tratamento que venha trazer a cura para a


esclerose múltipla. Mas há várias formas de aliviar os sintomas e prevenir e
degeneração acelerada do cérebro (atrofia cerebral) causada pela doença.
Além de abordagem ampla envolvendo estilo de vida, nutrição, atividade física
e aspectos emocionais – que vale para todos – para aqueles com as formas
recorrentes da esclerose múltipla estão aprovados para uso medicamentos
denominados imunomoduladores (drogas modificadoras de doença), assim
chamados por atuarem no desarranjo existente no sistema imune.
Esses imunomoduladores diminuem a ocorrência dos surtos e muitos
indivíduos deixam inclusive de apresentá-los após o início da medicação,
sendo alguns destes candidatos a terem seus medicamentos suspensos após
cinco ou mais anos de tratamento.
Em outros casos, entretanto, o medicamento pode não surtir qualquer efeito,
sendo em geral substituído após um período de 6 a 12 meses de uso. O
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médico irá trabalhar em colaboração para encontrar o medicamento que


funcionará melhor no caso, tentando evitar possíveis efeitos colaterais
pertinentes a cada um deles.
Existem imunomoduladores considerados medicamentos de primeira linha,
empregados por injeções intramusculares e subcutâneas. Mas foram
desenvolvidos recentemente imunomoduladores para uso por via oral.

Há também drogas que são consideradas modificadoras da doença, são assim


chamadas, pois podem realmente retardar a progressão da esclerose múltipla
e prevenir recaídas. Elas funcionam moderando o sistema imunitário de modo
que não ataque o revestimento protetor (mielina) que envolve os neurônios.

Algumas drogas modificadoras da doença disponíveis no Brasil:

 Interferona beta 1a (Avonex, Rebif)


 Interferona beta 1b (Betaferon)
 Acetato de glatiramer (Copaxone)
 Natalizumabe (Tysabri)
 Mitoxantrona (Novantrone)
 Fingolimode (Gilenya)
 Teriflunomida (Aubagio)*
 Alemtuzumabe (Lemtrada)*

*Fármacos ainda não disponíveis para dispensação na rede pública (SUS).

Outro tratamento também utilizado é a correção adequada a deficiência do


hormônio Vitamina D, que pode contribuir para o processo inflamatório.

Há também terapias que ajudam na adesão ao tratamento, que é fundamental


para o controle de surtos e a redução do acúmulo de incapacidade.
É importante destacar que a escolha pela terapia deve ser criteriosa, levando
em consideração que cada paciente tem um perfil próprio e individual, para que
se faça a melhor abordagem.Um componente importante que pode se aliar ao
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tratamento medicamentoso e terapêutico é a fisioterapia, devido a pacientes


que apresentam sintomas como a dificuldade de movimento e equilíbrio.
Alguns exercícios melhoram o quadro e as funções, além de um preparo mais
adequado para surtos inesperados.

6.1 - Uso de derivados da Cannabis na esclerose múltipla

O uso de derivados da Cannabis (maconha) tem sido tema de grande


interesse em virtude do seu potencial terapêutico medicinal, especialmente
para doenças neurológicas e, dentre estas, a esclerose múltipla (EM).
Recentemente, o uso do canabidiol (principal componente não psicoativo da
planta) foi liberado para prescrição médica, tendo a ANVISA permitido a
importação para vários casos, exigindo-se, para tanto, prescrição e laudo
médicos e ainda termo de responsabilidade específico.

A utilização da maconha na forma inalada, por indivíduos saudáveis,


está associado a efeitos deletérios, como pior desempenho cognitivo, seja de
forma aguda ou crônica, afetando diferentes aspectos da memória, atenção e
tomada de decisões. (1, 2) Tais alterações podem persistir por horas, dias,
semanas ou mais, após o último uso. Desta forma, o que se discute é o uso de
doses terapêuticas de seus principais componentes, ou seja, o delta-9-
tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), ou, ainda, de derivados
canabinóides sintéticos, produzidos industrialmente.

6.1.1 - A descoberta do sistema endocanabinóide

O interesse pelo assunto cresceu a partir da descoberta do THC como o


principal componente psicoativo da maconha e da existência de receptores
canabinóides no nosso sistema nervoso, que são estimulados também pelo
próprio THC.

Paralelamente, a descoberta que possuímos nossos próprios


canabinóides (chamados de endocanabinóides, os “primos” do THC e do CBD),
levou à identificação deste sistema bastante complexo, chamado de “sistema
endocanabinóide”, muito importante na regulação da dor, da memória, da
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espasticidade e do controle motor. Quando estimulado corretamente por


quantidades fisiológicas destes canabinóides, trabalha a nosso favor,
regulando positivamente tais funções.

6.1.2 - Indicações de canabinóides na esclerose múltipla

Como mencionado nas recomendações feitas pela Academia Brasileira


de Neurologia, alguns cuidados devem ser tomados quanto à indicação de
canabinóides na forma oral na esclerose múltipla, pois seus efeitos adversos
podem ser agravados em função das características da própria EM. Sintomas
como comprometimento cognitivo, fadiga e alterações humor devem ser
avaliados antes da indicação destas substâncias na EM, pois podem
eventualmente até piorar com o uso dos canabinóides.

Importante salientar que existem produtos à base de canabinóides com


diferentes composições e apresentações no mercado e, até o momento,
apenas um deles foi testado na esclerose múltipla, com o nome de Sativex®.

6.1.2.1 – Espasticidade

Sativex (nabiximols) é um preparado comercial já aprovado em diversos


países para tratamento da espasticidade moderada a severa decorrente da
esclerose múltipla, ou seja, para a dificuldade de locomoção devido às pernas
“presas”, “pesadas”. É o primeiro medicamento legal à base de Cannabis do
mundo, contém uma mistura de THC e CDB na proporção de 1:1, de uso
exclusivamente oro-bucal na dose de máxima de até 12 puffs (pulverizações)
ao dia. Cada pulverização de 100 microlitros contém 2,7 mg de THC e 2,5 mg
de CBD.
No tratamento da espasticidade, os estudos com naxibimols (Sativex ®)
demonstraram melhora nas escalas de auto-avaliação (quando os próprios
pacientes se avaliaram) aplicadas após 1 mês e meio de uso da medicação. As
doses são aumentadas gradativamente ao longo de 14 dias, até o máximo de
5 puffs de manhã e 7 à noite.
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Após um ano de estudo, os resultados indicaram uma melhora também


nas escalas objetivas de mensuração da espasticidade (ou seja, quando
avaliada pelos médicos do estudo). Estes resultados sugerem que esta opção
terapêutica pode vir a ser considerada nos pacientes com EM, embora faltem
estudos de segurança com uso por longos períodos. (1) Sativex não deve ser
usado em caso de alergia aos extratos de Cannabis ou a qualquer outro
componente da fórmula, em mulheres que estejam amamentando e em
pacientes que têm esquizofrenia, psicose ou outra doença psiquiátrica, ou têm
familiares próximos com estes problemas.

6.1.2.2 - Dor neuropática

Na dor neuropática ou central, os estudos foram realizados em períodos


curtos, com eficácia variável. Os naxibimols, os preparados com THC/CBD e o
extrato de Cannabis apresentaram resultados conflitantes, e embora não seja
possível concluir de forma definitiva quanto à sua eficácia, os dados sugerem
que esta pode ser uma opção terapêutica em pacientes que não responderam
aos tratamentos convencionais.

6.1.2.3 - Outras indicações

No tratamento dos tremores e da disfunção vesical, o uso de naxibimols


ou de preparados orais de THC, CBD ou THC/CDB mostrou-se ineficaz, não
havendo neste momento indicação para o seu uso no alívio deste sintoma.

6.1.3 - Perspectivas futuras

As expectativas em relação à novas terapias são enormes na


comunidade de EM, e assim tem sido com relação aos derivados da Cannabis.
As evidências de efeitos benéficos dos canabinóides em distúrbios do sistema
nervoso carecem de estudos de longo prazo, com maior número de pacientes e
eficácia medida por instrumentos objetivos.
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6.1.4 -Tratamento Sintomático

6.1.4.1 - Novas Medicações


– Anticorpos monoclonais:

Um grupo medicamentoso muito utilizado em reumatologia e oncologia.


Atualmente, muitas substâncias vêm sendo testadas para Esclerose Múltipla.
No mercado, já esta disponível o natalizumabe (Tysabri®), a primeira produzida
especificamente para Esclerose Múltipla, cuja indicação é para doença grave,
de evolução rápida, refratária a outras terapêuticas. Age na atividade
inflamatória, reduzindo surtos e as incapacitações.

6.1.4.2 – Medicações vias orais:


Fingolimode, cladribina, laquinomod, teriflunomide, fumarato. O
fingolimode (Gilenya®) já está disponível no SUS.

Todos esses medicamentos são indicados para minimizar surtos quanto


frequência, taxa anual e concomitante acúmulo de incapacitações. Porém,
muitas perguntas ainda precisam ser respondidas: quantos efeitos adversos
em longo prazo, efeito preventivo, reparador, neuroprotetor, comparativo com
tratamentos atuais.

6.1.4.3 - Neurorreabilitação
Aliado ao tratamento medicamentoso, o tratamento reabilitacional é
fundamental para reduzir a espasticidade, espasmo, fadiga, depressão entre
diversos outros sintomas.

A neurorreabilitação é uma aliada importante do tratamento da Esclerose


Múltipla. Além disso, colabora na adaptação e recuperação, quando possível, e
prevenção ao longo do tempo de complicações como as deformidades ósseas.

Entre as terapias de neurorreabilitação estão: psicologia,


neuropsicologia, fisioterapia, arteterapia, fonoaudiologia, fisioterapia,
neurovisão e terapia ocupacional.
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6.1.4.4 - Terapias de apoio e complementares


Além das terapias de neurorreabilitação, existem terapias de apoio muito
importantes que podem auxiliar no tratamento do paciente de Esclerose
Múltipla, aumentando a qualidade de vida. Entre elas, estão: neurologia,
psiquiatria, medicina preventiva e urologia.

Já as terapias complementares promovem a harmonia física e espiritual,


tratamento o paciente de EM como um todo e auxiliando na melhora da
capacidade de realizar atividades do dia a dia. Contribuem com o paciente no
aspecto psicológico, melhorando a autoestima, autoconfiança e aceitação. Já
no aspecto físico, ajuda a aliviar as dores, melhorando a força e a flexibilidade.

6.1.4.5 - Transplante autólogo de células-tronco


O transplante autológico de células-tronco hematopoiéticas (TACT) é um
tratamento de imunossupressão de altas doses, ou seja, ele praticamente
interrompe a atividade ou a eficiência do sistema imunológico para impedir que
o mesmo ataque o sistema nervoso. Após isso, o paciente passa pelo
transplante com células-tronco para construir um novo sistema imunológico.
Esse novo sistema imunológico fica frágil e o risco de infecções é muito
grande. Além disso, o procedimento é extremamente delicado, podendo levar o
paciente a óbito.

Por esse motivo, é considerado um tratamento de exceção, indicado em


apenas poucos casos. Outro ponto que ainda está em discussão são os seus
efeitos em longo prazo, ou seja, ainda não se sabe sobre a frequência dos
surtos ou progressão da EM após um tempo considerável da realização do
transplante. Também é preciso esclarecer que o TACT não cura a EM, e sim,
estabiliza a doença.

7 – CUIDADOS DA ENFERMAGEM

O cuidado de Enfermagem é baseado em algumas etapas da


SAE(Sistematização da Assistência de Enfermagem), começando com a
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Avaliação de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem para EM, Intervenção


de Enfermagem, e a Avaliação dos Resultados de Enfermagem.

Avaliação de Enfermagem consiste na observação e avaliação da força


muscular, coordenação, marcha, nervos cranianos, função de eliminação,
exploração adequada sobre atividades e funções sexuais, adaptação e ajuste
do paciente e da família assim como colher informações sobre os sistemas e
materiais de apoio disponíveis para auxiliar o paciente com EM seja na fase
aguda ou crônica.

O diagnostico de enfermagem, consiste em avaliar o paciente a procura


de alterações que podem ou não ser causadas pela EM, para que possa ser
elaborado um plano de ação, ou seja, a intervenção de enfermagem. Dando
um especial enfoque as possíveis alterações próprias de que tem a EM, dentre
elas é comum encontrar:

7.1 - Mobilidade física comprometida relacionada à fraqueza


muscular,espasticidade e falta de coordenação.

Os exercícios de relaxamento e coordenação provem a eficiência


muscular. Assim, a caminhada pode melhorar a marcha, principalmente
quando existe a perda de sensibilidade das pernas e pés. Quando
determinados grupamentos musculares são afetados de forma irreversível,
outros músculos podem ser treinados para assumir sua função. A instrução no
uso de dispositivos de assistência pode ser necessária para garantir o uso
correto e seguro.

A espasticidade muscular é comum e, em seus estágios mais tardios,


caracteriza-se por contrações súbitas e involuntárias(espasmos), dos adutores
do quadril. Quando os espasmos não são aliviados, os resultados são ulceras
por pressão sobre o sacro e os quadris. Devem-se evitar banhos quentes por
causa do risco de lesão por queimadura e perda sensorial, porém, as
compressas quentes podem ser benéficas.

Uma rotina de alongamento, manutenção, relaxamento, é valiosa para


relaxar e tratar a espasticidade muscular.
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7.2 - Fadiga relacionada ao processo patológico e ao estresse


daadequação

Não é aconselhável muito exercício físico, pois pode haver o aumento da


temperatura corporal e o agravamento dos sintomas. É importante evitar a
exposição excessiva ao sol e usar roupas leves. O paciente é aconselhado a
fazer vários períodos de repouso, preferencialmente na posição de decúbito. A
fadiga em excesso pode proporcionar mais complicações da EM, entretanto,
deixamos bem claro que é muito importante que seja praticado exercícios
físicos, mas com moderação nunca forçando além dos limites, que desenvolva
uma vida saudável com dieta, repouso, exercícios, relaxamento e sono
equilibrados.

7.3 - Minimização dos Efeitos da Imobilidade


Devido à diminuição da atividade física, em decorrência da EM, podem
aparecer várias complicações como úlceras por pressão, fraqueza da
musculatura respiratória e acúmulo de secreções brônquicas. As medidas para
prevenir essas complicações incluem a avaliação emanutenção da integridade
da pele e os exercícios de tosse e respiração profunda.

7.4 - Estimulação do Controle Vesical e Intestinal


Serão feitas intervenções no sentido de implementar medidas que
proporcionem uma dieta e hidratação equilibrada, e a reeducação de hábitos
promovendo a regulação regular. Os sintomas vesicais podem situar-se em
três categorias, são elas: primeira(incapacidade de armazenar a urina, hiper-
reflexia);segunda (incapacidade de esvaziar a bexiga,hiporreflexia); terceira
(uma mistura da primeira coma a segunda categoria). Sempre que o paciente
estiver com a necessidade de urinar, o mesmo deve ser atendido
imediatamente, de modo que a comadre e o urinol devem estar sempre
disponíveis. Deve-se aconselhar o paciente a beber certa quantidade de agua
a cada 2horas e após 30minutos, deve tentar urinar. Usar um relógio de pulso
com alarme pode ajudar o paciente que não possuem sensação suficiente para
sinalizar no esvaziamento da bexiga. Os problemas intestinais podem ser
minimizados com a ingestão de líquidos adequados, inclusão de fibras na dieta
e um programa de educação intestinal.
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7.5 - Dificuldades da Fala e Deglutição


Quando os nervos cranianos que controlam os mecanismos da fala e
deglutição são afetados, podem ocorrer problemas da articulação (disartria). A
pronuncia indistinta, baixo volume da fala e dificuldade de fonação, além de
distúrbios da deglutição (disfagia). O fonoaudiólogo irá instruir a família e ao
paciente quanto aos cuidados, já que a deglutição prejudicada aumenta o risco
de aspiração pelopaciente, portanto a equipe de enfermagem deve ter um
aspirador disponível, o paciente deve ter uma alimentação cuidadosa e
posicionamento adequado.

7.6 - Alterações das Funções Sensoriais e Cognitivas


A visão pode ser afetada, por isso deve aconselhar o paciente a procurar
um oftalmologista, fornecer um ambiente seguro, mantendo a disposição do
mobiliário, e as coisas pessoais inalteradas permitindo a melhor familiarização
com sua localização. O chão dever ficar livre de obstáculos, como tapetes,
vasos de flor. O paciente deve ser sempre incentivado a se locomover sozinho.

O comprometimento cognitivo e emocional pode acontecer


precocemente na EM. A maneira como cada paciente se adapta a EM é
diferente, alguns podem se isolar, serem mais hostil, se tornarem depressivos e
negarem a doença. Portanto, é importante o suporte a família e ao paciente.
Deve estimular o dialogo familiar sobre os problemas, exteriorizando os
sentimentos, sugerir a divisão nos afazeres e responsabilidades, para que o
paciente seja mais independente e não se sinta um peso, além de incentivar a
todos a participarem direta ou indiretamente do tratamento.

7.7 - Disfunção Sexual Relacionada ao Processo da Doença.


Os distúrbios de ereção e ejaculatório nos homens, e a disfunção
orgásmica e os espasmos adutores dos músculos da coxa, em mulheres,
podem dificultar a relação sexual. As infecções urinárias e as incontinências
vesical e intestinal, também são outros fatores que prejudicam a relação.

Estimular a comunicação entre o casal e se julgar necessário, sugerir


aconselhamento com terapeuta sexual, é muito importante. Compartilhar e
comunicar os sentimentos, planejar métodos alternativos da expressão sexual,
pode abrir uma ampla gama de prazer e experiências sexuais. A EM não afeta
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diretamente a fertilidade de homens e mulheres, portanto o planejamento


familiar deve ser considerado, inclusive com a utilização de métodos
contraceptivos. Mulheres que desejam engravidar devem conversar com seu
médico sobre os efeitos teratogênicos dos medicamentos.
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8 - CONCLUSÃO

Concluímos que esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o


cérebro, nervos ópticos e a medula espinhal (sistema nervoso central). Isso
acontece porque o sistema imunológico do corpo confunde células saudáveis
com "intrusas", e as ataca provocando lesões. O sistema imune do paciente
corrói a bainha protetora que cobre os nervos, conhecida como mielina. Os
sintomas variam amplamente, dependendo da quantidade de danos e os
nervos que são afetados. A esclerose múltipla (EM) se caracteriza por ser uma
doença potencialmente debilitante. Pessoas com casos graves de esclerose
múltipla podem perder a capacidade de andar ou falar claramente. Nos
estágios iniciais da doença, a esclerose múltipla pode ser de difícil diagnóstico,
uma vez que os sintomas aparecem com intervalos e o paciente pode ficar
meses ou anos sem qualquer sinal da doença.

A esclerose múltipla atinge cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo.


A doença não tem cura, mas os tratamentos podem ajudar a controlar os
sintomas e reduzir a progressão da doença. Não se conhece sobre a causa da
EM, mas acredita-se, que fatores tais como imunidade, hereditariedade,
infecções aguda, sobrecarga de trabalho podem influenciar no início da
Esclerose Múltipla.

Não é possível prevenir a esclerose múltipla. No entanto, com


diagnóstico precoce e tratamento adequado, o paciente consegue viver sem
grandes complicações decorrentes da doença, por isso quando se percebe
alguns dos sintomas o mais importante é procurar um especialista.
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9 - REFERÊNCIAS

ABEM. Atlas da esclerose múltipla 2013. Disponível em:


<http://abem.org.br/esclerose/atlas-da-esclerose-multipla-2013/>. Acesso em:
13 jun. 2017.

ABEM. O que é esclerose múltipla?. Disponível em:


<http://abem.org.br/esclerose/o-que-e-esclerose-multipla/#o-que-e-esclerose-
multipla>. Acesso em: 13 jun. 2017.

ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROLOGIA. Recomendações


esclerose múltipla. Disponível em:
<http://neurologiahu.ufsc.br/files/2012/08/manual-de-
recomenda%c3%a7%c3%b5es-da-abn-em-esclerose-m%c3%baltipla-
2012.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2017.

BLOG ESCLEROSE MULTIPLA. O que é esclerose múltipla?.


Disponível em: <https://esclerosemultipla.wordpress.com/2006/02/24/o-que-e-
esclerose-multipla/>. Acesso em: 13 jun. 2017.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria 493, de 23 de setembro de 2010.


Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2010/prt0493_23_09_2010.html
>. Acesso em: 13 jun. 2017.

MORALES, R. D. R. et al. Qualidade de vida em portadores de esclerose


múltipla. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v. 65, n. 2, jun./mai.
2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2007000300018>.
Acesso em: 13 jun. 2017.

PORTAL DA SAÚDE. Ministério incorpora nova tecnologia para


tratar esclerose múltipla. Disponível em:
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-
saude/14430-ministerio-incorpora-nova-tecnologia-para-tratar-esclerose-
multipla>. Acesso em: 13 jun. 2017.
24

SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G.. Tratado de enfermagem


médico-cirúrgica. 10 ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A, 2005.

JUNQUEIRA, Thiago. Uso de derivados da Cannabis na esclerose


múltipla. Disponível em: <http://esclerosemultipla.com.br/2015/06/24/uso-de-
derivados-da-cannabis-na-esclerose-multipla/>. Acesso em: 19 jun. 2017.

DA SILVA, Patrick Leonardo Nogueira; SANTO, Silas; DE FREITAS,


Efigênia Aparecida Maciel. Sistematização da assistência de enfermagem
ao portador de esclerose múltipla. Disponível
em: <http://www.efdeportes.com/efd172/assistencia-ao-portador-de-esclerose-
multipla.htm>.Acesso em: 19 jun. 2017.

TRATAMENTO da EM. Disponível


em: <http://abem.org.br/esclerose/tratamento/>. Acesso em: 19 jun. 2017.

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