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Capítulo 1
Para criar uma empresa é necessário saber qual o tipo de produto que queremos vender.
Neste caso vamos criar uma empresa de vendas de limonadas.
Montado o nosso espaço é preciso fabricar o produto e para isso necessitamos de dinheiro.
Para o inicio da empresa arranjamos 5€.
O objetivo da contabilidade é registar o dinheiro que entra e que sai de uma empresa.
Aos 5€ que inicialmente arranjei vamos chamar de investimento inicial. O investimento inicial
pertence ao dono.
Criamos um quadro com o “que temos” e com “a quem pertence” que posteriormente vai alterar
o nome para “ativos” (capital que entra) e “passivos” (capital que sai, as nossas dividas).
Como 5€ não me chegam para abrir a minha empresa vou pedir um empréstimo de 10€ á
minha mãe. Embora os 10€ passem a ser meus, eu contraio uma divida porque vou ter de
devolver os 10€ mais tarde. Os 10€ vão para a coluna dos passivos e entram como outros
financiadores. O total da coluna dos passivos tem de ser sempre igual á coluna dos ativos.
A parte do negócio que é detida pelos donos pode se chamar capital próprio, capital do dono,
capital dos sócios/acionistas ou valor contabilístico.
Depois de ver que o custo unitário de cada copo será de 0,20€ chego a conclusão que devo
vender o copo de limonada por 0.50€.
Vendi 50 copos e ganhei 25€. Para produzir os 50 copos gastei 10€. Fiquei com 15€ de lucro.
Agora na caixa tenho 30€ (15€ iniciais + 15€ do lucro), mas os 15€ do lucro não fazem parte do
capital inicial. Então tenho de criar outra coluna no capital próprio. Os 15€ representam assim
os resultados líquidos.
Tive de pagar os copos que utilizei, a publicidade que mandei fazer e o local onde introduzi a
minha empresa, que são os meus gastos.
Os gastos são os custos fixos, ou seja, os custos de se ter um negocio que não aqueles
inerentes à própria produção do produto. Terei de pagar estes custos, independentemente da
quantidade de limonada que produzir ou vender. Os copos, a publicidade, a renda e outras
questões que não estão diretamente relacionadas com o custo de fazer o seu próprio produto
pertencem a essa categoria. Pagarei estes a partir da caixa, logo, os gastos vão reduzir os
resultados líquidos.
Assim sendo, a finalidade do balanço é unir as coisas ás pessoas. Mostra-nos as coisas que
eu tenho e uso no meu negócio, posteriormente fazemos a ligação entre essas coisas e as
pessoas a quem elas pertencem ou que têm direito sobre elas. Contudo o balanço não nos diz
tudo em relação ao que aconteceu no meu negócio. Preciso então de algo mais concreto e que
indique o que aconteceu no negócio, para isso tenho a demonstração de resultados.
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Capítulo 2
A demonstração de resultados tem início e fim. Os resultados surgem a partir das vendas. O
Custo de Vendas relaciona-se com o nosso produto.
Se às vendas subtrairmos o custo das vendas (mas não todas as coisas que gastámos em
dinheiro) ficamos com os resultados brutos. Os resultados brutos são iguais ao valor das
vendas menos o custo dessas mesmas vendas.
A palavra “bruto” designa algo que está inteiro ou que ainda não foi trabalhado.
Às vendas retiramos o custo das vendas obtendo os resultados brutos. E se agora subtrairmos
todos os outros gastos obtemos os resultados líquidos ou bottom line.
A finalidade da demonstração de resultados é ter um registo das vendas menos o custo das
vendas, o que nos permite saber os valores dos resultados brutos. Depois, subtraímos todos
os outros custos e obtemos os resultados Líquidos.
As expressões lucros, resultados líquidos e bottom line referem-se todas a mesma coisa.
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Quantidade disponível para venda = Inventários iniciais + Compras
O balanço é um plano muito amplo, sem grandes detalhes. Focando-me no ponto do balanço
que são os resultados líquidos, vemos que a demostração de resultados mostra como
chegamos aos resultados líquidos. O balanço só nos diz que os resultados líquidos foram de
10€. A demonstração de resultados mostra-nos 25€ em vendas, 10€ no custo das vendas e 5€
nos custos fixos.
Existem dois tipos e balanços, o balanço inicial e o balanço final. O balanço inicial mostra-nos
onde começamos, o balanço final mostra-nos onde terminamos e a demonstração de
resultados mostra-nos como lá chegamos. O balanço final de uma semana é sempre o balanço
inicia da semana seguinte (neste caso é semana, mas poderia ser dia, mês, ano, etc..).
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Capítulo 3
Para converter o balanço final da semana passada no balanço inicial desta semana temos de
ter em conta os resultados líquidos. Em contabilidade chamamos resultados transitados aos
resultados do período contabilístico anterior. No caso de estes resultados serem positivos, isto
é, lucros, só podemos fazer com eles uma de duas coisas: ou ficam na própria empresa, ou
são distribuídos pelos seus donos. Se os donos forem acionistas, a distribuição dos lucros dá
lugar ao pagamento de dividendos. Para esta semana, os resultados irão para os resultados
líquidos, que dizem sempre respeito ao período em que estamos a fazer o registo.
No inicio de cada nova semana, para atualizar o balanço final transformando-o num balanço
inicial, temos de passar os resultados líquidos para os resultados transitados e converter os
inventários finais em inventários iniciais.
Os empréstimos bancários têm a ver com o dinheiro que se deve a alguém que no-lo
emprestou, enquanto a categoria fornecedora c\c tem que ver com coisas que recebemos para
o nosso negocio, pelas quais também temos que pagar. Pelos empréstimos recebemos
dinheiro, dos fornecedores recebemos bens ou serviços.
De modo geral, um empréstimo de um banco e uma conta num fornecedor têm prazos de
reembolso diferentes. Uma é a curto prazo e outra a mais longo prazo. Fornecedores c\c
prende-se com um reembolso a curto prazo, o qual se traduz tipicamente por pagamentos a
30, 60 ou 90 dias. Os empréstimos bancários apresentam pagamentos a mais longo prazo, por
vezes, vários anos. É por isso que os fornecedores c\c surge em primeiro lugar no passivo. A
organização segue a seguinte ordem: primeiro devem surgir as contas com menos prazo de
pagamento.
Os juros são cobrados na conta dos empréstimos bancários. Normalmente, não há juros
cobrados em fornecedores c\c, desde que não haja atrasos nos pagamentos. Em ambos os
casos estão a conceder-nos créditos.
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Capítulo 4
As remunerações aumentam o valor dos inventários e, assim, o que há a fazer é reduzir o valor
da caixa num determinado montante (da remuneração) e aumentar o valor dos inventários no
mesmo montante.
Como pudemos ver o custo de produção “remunerações” está “amarrado” aos inventários. O
euro pago à minha irmã (pela confeção da limonada) não pode ser reconhecido como um custo
enquanto a limonada não for vendida. Essa é uma das razões pelas quais as empresas
monitorizam cuidadosamente as quantidades de inventários e querem sempre vender
rapidamente os stocks.
Dividas incobráveis- São aquelas em que são registadas perdas por já não existir qualquer
possibilidade de se cobrar a totalidade do seu montante. As dividas incobráveis são uma das
despesas de ter um negocio. Registamos a divida incobrável na demonstração de resultados.
Resultados líquidos - O resultado líquido é o lucro que a empresa apresenta num dado
período, ou seja, aquilo que resta da sua receita, depois de considerados todos os custos do
exercício que têm que ser deduzidos a esta.
Quando fazemos um seguro temos de pagar uma apólice. Neste caso, tive de pagar uma
apólice de 3€ que correspondem a 3 anos, correspondendo 1€ por ano. Contudo tive de pagar
logo os 3€ da apólice em adiantado. A isto chamamos gasto a reconhecer.
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Cada vez que se fala de custos, temos sempre visto que eles reduzem os lucros. O que faz de
um custo um ativo é quando o que pagamos adiantado terá valor em períodos contabilísticos
futuros. Neste caso, se voltarmos ao escritório da seguradora e dissermos que vamos sair do
negócio de venda de limonada, iram devolver-nos 2€, então um gasto a reconhecer tem valor e
é um ativo. O euro relativo a este ano, como o vamos usar agora, é um gasto corrente.
Vamos sempre ao balanço final da semana anterior para achar os inventários iniciais desta
semana.
O método dos fluxos de caixa irá contabilizar as transações só quando acontece uma
transferência de dinheiro. O método dos fluxos de caixa é, pois, muito diferente do método da
especialização do exercício, onde se contabilizam as operações independentemente de haver
ou não transferência de dinheiro.
Neste caso, quando comparamos os dois métodos vemos que os resultados são diferentes.
Com o método da especialização do exercício tivemos um lucro de 10€ enquanto com o
método dos fluxos de caixa registamos um prejuízo de 4€. Neste caso preferíamos utilizar o
método da especialização do exercício, só usaríamos o método dos fluxos de caixa para fins
fiscais. Qualquer empresa que tenha inventários no balanço não poderá usar o método dos
fluxos de caixa. No fim de cada ano, se visse que tinha lucros e que pagaria impostos sobre
esses lucros, tudo o que teria de fazer era comprar uma grande quantidade de inventários,
pagando em dinheiro. Contabilizaria essa compra como custo das vendas par assim reduzir os
lucros e, portanto, pagar menos impostos, mas o fisco não permite que seja assim.
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métodos dos fluxos de caixa. As empresas que têm inventários não poem usar o método dos
fluxos de caixa.
Em empresas de serviços, é possível utilizar o método dos fluxos de caixa para fins fiscais,
mas usar o método da especialização do exercício para mostrar aos bancos ou aos
investidores. Usar dois métodos contabilísticos é o que chamamos à “contabilidade criativa”.
O fisco permite às empresas mudarem do método dos fluxos de caixa para o da especialização
do exercício (provavelmente, os impostos a pagar irão subir), mas mudarem no sentido inverso
já não é possível. Logo, se abrir uma empresa de serviços e quiser usar o método dos fluxos
de caixa, terei que o usar desde o primeiro ano.
Quanto às empresas que têm alguns inventários para vender (exemplo: setor da educação) o
fisco perguntará: “os inventários são importantes para a geração dos lucros da empresa?”, se a
resposta for “sim” terá que usar o método da especialização do exercício. Se a respostas for
“não” pode utilizar o método dos fluxos de caixa. Com efeito, muitos empresários poderão
consultar um Técnico oficial de contas (TOC) sobre este assunto, mas, na realidade, não é
preciso muito para os inventários se tornarem “importantes”.
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Capítulo 5
A empresa de serviços não tem inventários, pelo que podem ganhar uma vantagem fiscal
usando o método dos fluxos de caixa nas relações com o fisco. Por isso, decidi criar uma
empresa – a Limonada Mesmo Boa Consultores. Os únicos inventários dos consultores são, de
facto, o seu tempo. Para ganhar dinheiro é preciso apresentar serviços aos clientes e, para
isso, é preciso criar uma tabela de preços à hora ou ao dia.
Algumas pessoas podem dizer que a comissão deveria ir para o custo dos serviços, visto que é
um custo direto das vendas. Mas não faz parte da prestação do serviço, podendo por isso
também ser um custo fixo. O custo de deslocação poderá ser outra área que suscita algumas
dúvidas. Esse custo está no custo dos serviços porque faz parte, por contrato, da prestação do
serviço. Na realidade, muitos consultores cobram o custo das deslocações aos clientes. Se for
assim, a deslocação não faz parte das vendas e encontra-se numa categoria diferente.
As remunerações dos meus empregados aparecem em duas contas diferentes porque só são
inscritas no custo da prestação de serviços quando eles estão a trabalhar num projeto. O
tempo que eles gastam em I&D ou tarefas administrativas é uma medida de eficiência no gasto
do tempo. Nem todas as empresas de serviços têm I&D mas, para as que têm, tratar os seus
custos separadamente permite-lhes medir o esforço de investimento em novos produtos, o que
é útil para depois lhes determinar o preço.
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