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POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ

DIRETORIA DE ENSINO
ACADÊMIA POLICIAL MILITAR DO GUATUPÊ
CENTRO DE FORMAÇÃO DE PRAÇAS

HISTÓRIA DA PMPR
CFSD - 2010

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS –PR.


2010
POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ
DIRETORIA DE ENSINO
ACADÊMIA POLICIAL MILITAR DO GUATUPÊ
CENTRO DE FORMAÇÃO DE PRAÇAS

CEL QOPM LUIZ RODRIGO LARSON CARSTENS


COMANDANTE GERAL

IZAIAS DE FARIAS
CEL QOPM CHEFE DO ESTADO MAIOR

CEL QOPM MAURO PIROLO


DIRETOR DE ENSINO

CEL QOPM ROBERSON LUIZ BONDARUK


APMG

CAP QOPM ÉRICK WAGNER OSTERNACK


CFAP

ANACLETO ANTONIO WINCK Cap QEOPM

HISTÓRIA DA PMPR

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS – PR.

2009
Trabalho técnico de pesquisa apresentado
Por ocasião da realização do Curso de
Formação de Soldados / CFAP, 2010, na
Disciplina de História da PMPR

“Que o nome do Senhor seja louvado, desde agora e para sempre, pois a ele pertencem a sabedoria e o poder.
Ele modifica os tempos e estações, depõe e entroniza os reis, dá sabedoria aos sábios e ciência aos
inteligentes.” ( Dn 2, 20 – 21 )

SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 2
I – ORGANIZAÇÕES POLICIAIS PRIMITIVAS 3
II – A POLÍCIA MILIAR NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 5
III – EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO PARANÁ 6
IV – CRIAÇÃO DA PMPR 7
V – ESTRUTURAÇÃO HISTÓRICA DA PMPR 10
VI – EVOLUÇÃO DO ENSINO NA PMPR 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25

APRESENTAÇÃO
Servir à sociedade, integrado à Polícia Militar, no constante exercício da dedicação e renúncia, é característica e
privilégio do Profissional Policial Militar.
No entanto, em nenhuma outra atividade humana, um elenco tão específico de valores caracteriza as qualidades
indispensáveis àqueles que acredita ser a carreira Policial Militar a aspiração máxima de suas vidas.
Não que estas características sejam inatas em sua maioria. Na verdade, podem e devem ser aprendidas,
perseguidas e cultivadas, numa prática diuturna, inerente ao ofício Policial Militar.
Do Policial Militar, no desempenho de sua sublime missão de defesa da sociedade, tudo será exigido, acima e
além do esperado de qualquer outro cidadão.
A carreira Policial Militar afigura-se como uma estrada cheia de obstáculos, os quais devem ser sobrepujados, a
todo instante, pela força moral do caráter forjado no cultivo constante dos valores ditados pela ética Policial Militar.
Assim, a primeira e, possivelmente, a mais fundamental das virtudes Policiais Militares, é a precisa noção do
dever Policial Militar, que só pode subsistir na presença de uma disciplina férrea e de um compromisso de servir e de
subordinação, só presentes, em sua real dimensão na alma do verdadeiro Miliciano.
A força viva da Polícia Militar não cresce em razão do número de Policiais Militares e dos meios materiais, mas,
principalmente, em razão do espírito que a anima.
Desta forma, o ideal, a coragem, a iniciativa, a decisão, à vontade, o espírito Policial Militar e o senso de justiça
destacam-se entre muitas outras virtudes que devem ornar o caráter e a personalidade do Miliciano.
A violência e a intensidade de algumas ocorrências atendidas atualmente, tornam extremamente importantes os
esforços concentrado na formação de Policiais Militares capazes de sobrepujar adversidades extremas, motivados,
disciplinados e em condições de resistir às tensões físicas, mentais e o estresse provocado nestas ocorrências.
Este condicionamento só será obtido através do exercício constante das virtudes Policiais Militares, fator
essencial do auto aperfeiçoamento e ferramenta capaz de assegurar a existência de uma Polícia Militar eficaz e apta a
proteger os cidadãos e os interesses da sociedade.
Somente desta forma conseguirá o profissional Policial Militar obter um embasamento sólido de
valores, normas e costumes da atividade Policial Militar, permitindo assim o cumprimento da missão
Constitucional da Polícia Militar para com a sociedade que a organiza e legitima, exercendo na plenitude de sua
grandeza a profissão Policial Militar.

UNIDADE I – ORGANIZAÇÕES POLICIAIS PRIMITIVAS


1. ORGANIZAÇÕES POLICIAIS PRIMITIVAS
1.1 Os Primeiros Tempos – Período Colonial
Tudo começou com os portugueses, do descobridor e colonizador herdamos tudo, idioma, vocação
desbravadora, religião, organização político-administrativa, etc. Herdamos também os princípios jurídico-policiais que,
através dos séculos, modelaram e cristalizaram a nossa concepção de segurança.
A primeira manifestação de uma autoridade policial constituída para zelar pela ordem pública nas vilas recém
criadas no Brasil colônia era denominada de “ALMOTACÉS” - “Almotacé – termo vindo do árabe (almohatect – originado
do verbo haçaba, contar, calcular), designa o funcionário ou autoridade, a que se atribui o dever de fiscalizar a exatidão
dos pesos e medidas, a taxação dos preços estabelecidos e mesmo a distribuição de gêneros expostos ao consumo
público. No regime antigo, o almotacé exercia a função de polícia da cidade, cabendo-lhe vigiar a limpeza pública. (De
Plácido e Silva, Vocabulário Jurídico, Vol. I, p.109.)”, que tinham como função:
 Fiscalizar o cumprimento das leis referentes à proteção de pessoas e bens dos órfãos, dos ausentes,
dos pródigos e furiosos;
 Velar contra o abuso de armas proibidas;
 Zelar pela execução das leis contra vagabundos e jogadores; e
 Fiscalizar os viajantes, os pobres, os mendigos e os teatros.

1.2 Tropas fardadas

1.2.1 Companhias de Ordenanças

A primeira organização que se tem notícia foi criada em 11 de dezembro de 1570, comandadas por capitães-
mores que, juntamente com alferes, sargentos e cabos, eram escolhidos por eleição, do que se lavrava assento nas
Câmaras. As companhias de ordenanças eram constituídas após o arrolamento de todos os moradores com suas armas.
O efetivo era de 250 homens (capitão, alferes, sargentos, meirinho, escrivão, 10 cabos de esquadra e soldados quantos
fossem necessários), repartia-se a companhia em dez esquadras com 25 homens em cada esquadra, estas
comandadas por cabos.
A nomeação para o posto de Capitão-mor da Companhia era feito por indicação das Câmaras das vilas sendo
escolhido em uma lista tríplice entre os três homens mais nobres e ricos, já os alferes, sargentos e cabos deveriam ser
proprietários de terras e ricos enquanto os soldados, na sua maioria voluntária eram de origem pobre, negros, pardos e
índios.
As companhias de ordenanças subsistiram até o fim do primeiro império, em 1831, quando foram extintas pela
Regência Trina e substituídos por Milícias e pela Guarda Nacional.

1.2.2 Ordenanças no Paraná

No período colonial (1722), o atual Estado do Paraná, era a 5ª Comarca da Província de São Paulo. O
Policiamento era executado pelas companhias de ordenanças, sendo que na Vila de Curitiba coube a nomeação de
Capitão-mor de Ordenanças a Francisco Xavier Pássaro, com patente que lhe foi passada em 20 de março de 1721.
Historicamente se destaca no ano de 1767 a participação da companhia de ordenança da então Comarca do
Paraná sob o Comando do Sargento-mor Francisco José Monteiro que marchou em socorro da Província de Viamão/RS
que corria o risco da invasão castelhana, esse fato, pode ser considerado como sendo o primeiro serviço de guerra em
defesa do território realizado pelas as companhias de ordenanças que, formaram os primeiros núcleos policiais do
Paraná.

1.2.3 Companhia de Dragões

Surgiram em 18 de janeiro de 1719, composta em sua maioria de homens oriundos do reino, bem adestrados e,
portanto, mais aptos a impor a ordem interna nas Capitanias. Oriundas inicialmente de Portugal, incorporaram-se em
forma de Companhia de Pedestres anexas as Tropas de Ordenanças em exaurimento, e foram tomando uma
conformação de tropa nativa. Era o advento das Tropas Pagas.
Sua missão era a de realizar o patrulhamento local, rondas, condução de presos e combate a desordens, sob as
ordens do governador da Província.

1.2.4 Regimento Regular de Cavalaria


Em 1775, foram organizados nas Províncias mais desenvolvidas, os Regimentos Regulares de Cavalaria que
também eram Tropas Pagas. Destaca-se que o Alferes Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) pertenceu ao
Regimento Regular de Cavalaria da Província de Minas Gerais.
Sua missão era a de combater os salteadores das estradas, impedir a sonegação das quantidades exploradas e
fiscalizar a posse e administração de escravos.

1.2.5 Corpos de Guardas Municipais Permanentes


Criadas em 1831, tinham como missão principal a proteção de viajantes contra a agressão de indígenas e de
outros quaisquer malfeitores. Em 1840 sua denominação foi alterada para Corpos Policiais, sendo alterado novamente
em 1873 para Brigadas Policiais e em 1891 para Força Pública. Em 1934, pela Constituição Federal, as corporações
passaram a denominar-se Polícia Militar. A maioria das Policias Militares da atualidade se originaram nestes Corpos de
Guardas Municipais.
UNIDADE II – A POLÍCIA MILITAR NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

2. A POLÍCIA MILITAR NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

2.1 Período Imperial

A Constituição do Império outorgada em 25 de março de 1824, não tratava claramente das Corporações que
antecederam as Polícias Militares.

2.2 Após a República


 A Constituição de 1934 pela primeira vez fez referência as Polícias Militares e às considerou reserva do
Exército;
 A Constituição de 1937 não alterou a condição das PPMM;
 A Constituição de 1946 foi mais abundante, fixando os campos de atuação dos organismos policiais
militares;
 A Constituição de 1967 lembrou das Polícias Militares em dois instantes, inovou no fato de as atribuições
das Corporações não mais serem colocadas no Capítulo destinado ás Forças Armadas, inserindo-se na
parte referente à organização dos Estados, ficando a cargo da União legislar sobre os feitos das PPMM,
aparece também referência ao Corpo de Bombeiros;
 A Constituição de 1988 inovou quando inseriu as PPMM no texto que trata da Segurança Pública.
UNIDADE III – EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO PARANÁ

3. PROVÍNCIA DO PARANÁ

3.1 Defensores e Propagadores


O Paraná, até o ano de 1853, não passava de uma simples comarca de São Paulo, vivendo entregue ao
abandono e à inércia devido a grande distância que a separava da metrópole paulista.
Dotada a região paranaense de grande extensão territorial e de cujas possibilidades de desenvolvimento e
riqueza já se falava na época, seus habitantes julgavam-se no direito de administrá-la. A mais ardente aspiração
consistia no natural sentimento de emancipação política, com a criação de uma nova província, cujo governo pudesse
atender, de maneira mais positiva, as imperiosas necessidades locais.
As primeiras idéias de separação surgiram em 1811, quando Paranaguá procurou obter um governo próprio,
encaminhando ao Príncipe D. João, uma representação que não alcançou o sucesso desejado.
Mas outras razões históricas vieram atuar com força ascendente para que o desejo de separação se tornasse
cada vez mais intenso. Assim, novas tentativas foram feitas neste sentido e o assunto voltou a ser amplamente debatido
no Senado.
Foram defensores ardorosos da Emancipação do Paraná o Senador Honório Hermeto Carneiro Leão, futuro
Marquês do Paraná, e o Deputado mineiro Antônio Cândido da Cruz Machado, que elaborou o projeto para o
desligamento da 5ª Comarca de São Paulo. Já os dois maiores propagadores pela libertação do Paraná foram Paulo
Gomes, que era um tropeiro famoso e hábil violinista, mandava imprimir folhetos e os distribuía por onde passava e
Correia Júnior, paranaguara, que pela promessa de emancipação armou um batalhão às suas custas contra a Revolução
Liberal de 1842.

3.2 Lei de Criação da Província e Seu Primeiro Presidente

Em 29 de agosto de 1853, apesar dos embaraços criados por parlamentares paulistas, foi o projeto aprovado e,
ao transformar-se na Lei nº 704, tornou o Paraná a mais nova Província do Império. Esse mesmo ato elevou Curitiba à
condição de capital. Para organizar o governo, dar estrutura jurídica à nova unidade administrativa do Império e dirigir o
seu destino, D. Pedro II indicou o grande estadista baiano Zacarias de Góes e Vasconcellos.

3.3 Instalação Oficial

As solenidades de instalação da Província tiveram lugar no dia 19 de dezembro de 1853 e um dos principais
problemas com que se defrontou Zacarias, tão logo procedeu à instalação, foi o relacionado com a segurança pública,
precária devido à ineficiência dos órgãos incumbidos dessa missão, os quais não tinham a força necessária para sofrear
os impulsos criminosos dos foras da lei que cometiam assaltos e praticavam desordens, desvairando a opinião pública.

UNIDADE IV – CRIAÇÃO DA PMPR

4. CRIAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ


4.1 Origens da Polícia Militar do Paraná

A Polícia Militar do Paraná foi criada em 10 de Agosto de 1854 através da Lei nº 7, como Companhia da Força
Policial, pelo presidente da nova Província, Zacarias de Góes e Vasconcelos que nomeou o Capitão de 1ª Linha do
Exército Imperial, Joaquim José Moreira Mendonça (Primeiro Comandante), para organizar a Corporação, composta
por 67 homens, sendo 03 oficiais e 64 praças. Sua verba anual orçava em pouco mais de quinze contos de réis.
A história da PM paranaense mostra uma honrosa participação em episódios que marcaram a vida nacional,
combatendo na Guerra do Paraguai em 1865, Revolução Federalista em 1893 e na Guerra do Contestado em 1913,
entre outras.
A Polícia Militar do Paraná cresceu junto com o Paraná, adaptou-se aos nossos dias, evoluindo com a
sociedade. Hoje, está voltada aos anseios da comunidade, integrando-se a ela através do Policiamento Comunitário,
garantindo a paz e a proteção de vidas e bens a toda comunidade paranaense, sempre presente nos 399 municípios do
nosso Estado, atuando ostensiva e preventivamente, nas cidades, nas matas e estradas.

4.2 Missão

Subordinada diretamente ao Presidente da Província, a Companhia da Força Policial logo iniciou a sua missão.
Sob a vigilância dos Policiais Militares surgiram as primeiras fazendas; diante de sua proteção ergueram-se as primeiras
chaminés de nossas fábricas e se estenderam os trilhos das primeiras ferrovias rumo ao sertão desconhecido; seus
homens acompanharam os fundadores de numerosas cidades, assistindo o seu crescimento e garantindo a segurança
da população.
Além da sua criação ter sido alicerçada nas tradições seculares de “Assegurar a Paz Pública e Auxiliar a
Justiça”, competia-lhe, de acordo com a legislação vigente, a prisão dos criminosos, o patrulhamento e rondas nas
cidades, vilas e freguesias, estradas, além de outras diligências.
Todos os destacamentos policiais do interior da Província também ficaram a seu cargo, consoante, o disposto no
artigo 1º da Lei nº 7, citada, passando seus integrantes a realizar, diuturnamente, o policiamento ostensivo e
desempenhar, cumulativamente, atividades de polícia judiciária.
E lá, naqueles longínquos lugares, onde a dinâmica vida moderna não levara ainda a estrada e o conforto, já se
achava o Soldado de Polícia que muitas vezes, era o único representante do governo; era o homem mais conhecido e
respeitado do lugarejo; o representante da Lei e da Justiça; era a palavra da ordem e da civilização que, embora de
maneira tosca, se fazia entender.
Como vimos, desde aquela época, a Corporação tinha como exclusividade o exercício do policiamento
ostensivo.
A Polícia Militar se identificou pelo uniforme que usa. E exercia, como até hoje o faz, com mais eficiência – a
polícia preventiva em toda a sua plenitude, evitando, com a sua presença, a perpetração do delito e guardando o
emprego de medida repressiva para a última instância.

4.3 Primeiros Comandantes

 1º Comandante – Cap JOAQUIM JOSÉ DE MOREIRA MENDONÇA, oriundo da Província de Minas Gerais,
Capitão do Exército Brasileiro, deixou o Comando da Corporação em 1856 e em 1861 foi Comandante da
PMMG, faleceu em 1883, com 74 anos de idade;
 2º Comandante – Cap DIOGO PINTO HOMEM, era Capitão do Exército Brasileiro, radicado em São Paulo,
assumiu o Comando em 1856, criou a Banda de Música da PMPR em 1857, foi exonerado após um ano e três
meses frente à Corporação.
 3º Comandante – Ten Cel MANOEL EUFRÁSIO DE ASSUMPÇÃO, nasceu em São Paulo em 1829 e com a
idade de 20 anos ingressou no Regimento de Artilharia daquele Estado, em 1854 com o desmembramento do
Paraná daquele Estado, ocupava a graduação de 1º Sargento do Corpo Provisório da Guarnição Fixa de
Curitiba, com a instalação da Força Policial foi nomeado Alferes pelo Presidente da Província. Em 12 de abril de
1857, foi nomeado para o cargo de Comandante da Companhia da Força Policial, comissionado no Posto de
Capitão, sendo o Oficial que mais tempo permaneceu no Comando da PMPR, ficando no cargo durante 24 anos
seguidos, deixando o Comando da Corporação em fevereiro de 1881, faleceu com 72 anos de idade em 1901.

Brasão da Polícia Militar do Paraná (PMPR)


Criado pelo Decreto nº 15.719 de 23 de junho de 1969, pelo Governador Paulo Pimentel e Publicado no Boletim
do Comando Geral do dia 30 de junho de 1969.

Como agentes da Lei, seus membros têm tombado no solo sem vida, numa demonstração inequívoca
que a missão Policial Militar é árdua, complexa, dignificante e pode até mesmo custar o sacrifício da própria
vida. Não se encontra no mapa do Estado um lugar onde não haja tombado, em holocausto ao dever, o soldado
de polícia, inscrevendo, a sangue vivo, a odisséia magnífica da dor e do sacrifício nessas jornadas de todo o
dia, obscura é verdade, mas de um profundo e belo sentido de defensor da vida e dos bens da gente laboriosa,
das cidades e dos sertões, constantemente ameaçados pelo flagelo do banditismo.

UNIDADE V – ESTRUTURAÇÃO HISTÓRICA DA PMPR

5. ESTRUTURAÇÃO HISTÓRICA

5.1 Participação da PMPR Na Guerra do Paraguai (1865-1870)

Em novembro de 1864, o Ditador do Paraguai Francisco Solano Lopes fecha o acesso pelo Rio Paraguai,
captura o Vapor “Marques de Olinda” e aprisiona o Coronel Carneiro de Campos, Presidente do Mato Grosso. Nesse
mesmo mês, as relações entre Brasil e o Paraguai se romperam e a guerra explodiu.
O governo brasileiro convocou todos os cidadãos maiores de 18 anos e menores de 50 anos de idade, que
voluntariamente quisessem se alistar.
Nessa época, com 11 anos de idade, a Companhia da Força Policial do Paraná, contava apenas com um efetivo
de 71 homens. Mas devido ao conflito, no Paraná, começaram a ser organizados o recrutamento de voluntários, em
Curitiba pelo Tenente Antônio Emílio Vaz Lobo e na Comarca de Castro pelo Alferes Nicolau José Lopes.
Na manhã do dia 02 de março de 1865, a primeira “Companhia de Voluntários da Pátria”, sob a qual se
integraram 18 soldados e alguns músicos da Companhia da Força Policial da Província, seguiu para o teatro de
operações da guerra, totalizando até o final da guerra um total de 65 voluntários oriundos da Força Paranaense.

5.2 A PMPR na Revolução Federalista de 1893/94

No período de 06 de setembro de 1893 até 12 de maio de 1894, a Polícia Militar esteve empenhada na
Revolução Federalista. Durante esse interregno serviu à causa da legalidade onde seus membros com denodo,
dedicação e heroísmo, prontos sempre a marchar para os pontos mais arriscados e defender neles, com a máxima
bravura e intrepidez, os poderes constituídos.
A Polícia Militar do Paraná recomendou-se ainda mais à estima pública e à consideração do governo pela
assídua vigilância e louvável solicitude com que velou pela segurança da vida e propriedade do cidadão e sossego deste
grande Estado durante a longa e angustiosa duração da nefasta revolução, secundando de modo eficaz a ação enérgica
da autoridade em manter a ordem e fazer respeitar tão caras prerrogativas do indivíduo e da sociedade.
Na realidade, foi do maior proveito e de inestimável valor esse concurso da Corporação na quadra excepcional
que atravessou a República, já acudindo, com as armas em punho, a defesa fundamental, já assegurando e guardando
interesses de ordem pública e privada, da mais elevada importância, mantendo as tradições brilhantes do passado pela
atuação diamantina do presente, consignando para o futuro uma página de ouro.
Durante aquela pugna de holocausto, tombou bravamente uma legião de valentes Policiais Militares em defesa
do regime republicano, entre eles o seu comandante Coronel Cândido Dulcídio Pereira, no Cerco da Lapa.
Enobreceu-se, assim, mais uma vez, na rude peleja, o renome da Corporação, cujos soldados souberam se
portar com invejável bravura, merecendo, ao fim da revolução, e mesmo antes, a cada lance heróico que se verificava,
as mais honrosas referências das autoridades federais e estaduais, tendo o inolvidável Marechal Floriano Peixoto
decretado honras de oficiais do Exército a quase todos os oficiais do Regimento de Segurança que tomaram parte na
luta em defesa do novo regime instituído no Brasil.
Finda a campanha, e com a nomeação do coronel Ignácio Gomes da Costa para o comando-geral, um novo
surto de progresso veio beneficiar a Polícia Militar, destacando-se, agora, a aquisição do novo quartel central, a compra
de moderno material e a renovação de seus quadros, então desfalcados em decorrência do movimento revolucionário.
Iniciados esses melhoramentos em 1894, só em 1896 foi possível concluí-los em parte, dado o vulto das honras
que virtualmente terminaram em 1905, sob a gestão do Coronel Joaquim Antônio de Azevedo, o grande benfeitor da
Corporação.
Outros comandos sucederam-se, sempre com o mesmo espírito de manter as gloriosas tradições da Corporação
em nível ascendente de pujança e eficiência.

5.3 A PMPR na Campanha do Contestado

Em 1912, novamente volta o Regimento de Segurança a empenhar-se em sangrentos combates em defesa do


estado e das instituições. Desta vez o seu objetivo foi o de assegurar a ordem e a tranqüilidade públicas ameaçadas nos
sertões de Palmas.
Em 22 de outubro daquele ano, no Combate do Irani, tombaram mortos no campo de luta o valoroso coronel
João Gualberto Gomes de Sá Filho, Comandante Geral, e elevado número de valentes Policiais Militares, ficando ainda
vários outros gravemente feridos, dentre eles o alferes Sarmento, hoje patrono da PMPR.
Mais tarde, os caboclos fanatizados reiniciaram a luta armada nas terras contestadas. Desta vez, houve a
intervenção federal e, de 1913 até o final de 1915, o Regimento tomou parte saliente em vários combates.
A Campanha do Contestado apresentou, para as forças em operação, uma das mais difíceis tarefas, uma vez
em que a zona conflagrada abrangia uma extensão de quase cinqüenta mil quilômetros quadrados, por onde os
fanáticos se espalhavam protegidos pela mata espessa do sertão bravio, e emboscavam as tropas do governo.
A presença heróica da nossa Corporação no Contestado a história não poderá apagar de suas páginas. Seus
notáveis feitos de armas jamais poderão ser esquecidos, porque, como disse o próprio General Setembrino de Carvalho:
...os louros da vitória não foram exclusivamente do Exército: deles compartilhou essa falange de bravos
e dedicados combatentes que constituem o luzido Regimento de Segurança do Paraná e que estiveram ao seu
lado em todas as ações travadas, em todas as operações empreendidas, confundidos com ele pela audácia, pela
coragem e pela resignação...
São ainda do mesmo general estas palavras sobre a Polícia Militar do Paraná:
Os valores, a disciplina desta nobre milícia, não ficarão somente nos anais da vida interna deste nobre
Estado; mas passarão as suas fronteiras, pela pena dos futuros historiadores, para abrilhantar as páginas da
história da Pátria, apresentando-os como exemplo de boa compreensão dos deveres cívicos.
Como reconhecimento a sua denodada atuação, sempre ao lado das Forças Armadas, em 1917, o Regimento de
Segurança passou a denominar-se Força Militar do Estado, incorporando-se à Primeira Linha do Exército Nacional, na
qualidade da Força Auxiliar, face ao acordo firmado entre a União e o Estado.

5.4 Participação da PMPR nas Revoluções de 1924, 1930 e 1932.

5.4.1 Revolução de 1924

Em 16 de julho de 1924, ela estava novamente em ação. Desta vez, marchando para o Estado de São Paulo,
integrada pelo 1º Batalhão de Infantaria sob o comando do então Capitão Joaquim Antônio de Moraes Sarmento, dando
combate às forças revolucionárias paulistas chefiadas pelo General Izidoro Dias Lopes.
O referido Batalhão, logo no início, travou violentos combates com as tropas revolucionárias na entrada de Porto
Feliz, pondo-as em debanda, ocupando a seguir a cidade de Itu. Incorporando-se depois aos destacamentos do Coronel
Abreu de Lima e do General Cândido Mariano da Silva Rondon, combateu em Botucatu, Indiana, Quatá, Porto Velho e
na margem do Rio Paraná.
De São Paulo retornou a Irati, marchando, em seguida, para Catanduvas, onde tomou parte nos combates
travados na Serra dos Medeiros, Arroio Bormann e Formigas. No dia 11 de janeiro de 1925, perdiam a vida heroicamente
os Tenentes Joaquim Taborda Ribas e Fernando Schultz e um grande número de praças. O Comandante do Batalhão e
diversos outros Policiais Militares foram promovidos por ato de comprovada bravura.
De 1926 a 1927, a Corporação participou ativamente nos ataques de Correia e Bandeiras, nas proximidades de
Catanduvas e, ainda neste último ano, dava combate ao bando de jagunços comandados pelo caudilho Fabrício Vieira,
entregando-o às mãos da justiça.

5.4.2 Revolução de 1930

Dá-se o nome de Revolução de 1930 ou Revolução de 30 ao movimento brasileiro que culminou com a
deposição do presidente Washington Luís após o resultado das eleições de 1º de março de 1930 que haviam dado a
vitória ao candidato governista Júlio Prestes. Chefiada por líderes aliancistas e tenentistas, a revolta é articulada entre o
Sul e o Nordeste e tem o apoio de diversos Estados. Começa no Rio Grande do Sul em 03 de outubro, sob o comando
de Getúlio Vargas, Osvaldo Aranha e Goes Monteiro. Em seguida irrompe no Norte e Nordeste, sob o comando do
tenentista Juarez Távora. Sem encontrar resistências, colunas revolucionárias avançam sobre o Rio de Janeiro. Os
ministros militares antecipam-se ao movimento e depõem Washington Luís em 24 de outubro.Getúlio Vargas tornou-se o
chefe do Governo Provisório, dando fim ao período conhecido como República Velha e início a um período de 15 anos
de exercício do poder.
A Polícia Militar do Paraná teve participação importante na obra revolucionária e, sobretudo, na fase de
reorganização de nossa Pátria, ajudou de modo decisivo, aos seus irmãos de outros Estados, figurando em primeiro
plano e concorrendo para que um novo regime de ordem e moralidade imperasse em nossa terra.
5.4.3 Revolução de 1932

Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de 32 ou Guerra Paulista foram os nomes dados ao


movimento armado ocorrido no Brasil entre Julho e Outubro de 1932 visando à derrubada do governo provisório de
Getúlio Vargas e à instituição de um regime constitucional após a supressão da Constituição de 1891 pela Revolução de
1930.
Sem jamais se descuidar de sua missão de mantenedora da ordem pública, em 1932 a Corporação constituiu a
famosa “Coluna Plaisant”, marchando da Capital a 14 de julho a fim de dar combate às forças paulistas rebeldes que
guarneciam a Capela da Ribeira, abrindo, com recursos próprios, uma das portas mais resistentes que possuía a
fronteira de São Paulo. Dali se sucedeu os avanços ininterruptos da tropa Policial Militar, numa seqüência admirável de
conquistas até o Rio das Almas, eloqüente afirmativa de que, acima do cumprimento do dever, haviam os milicianos,
colocado suas atividades a serviço de um ideal.
Durante essa campanha, ficou caracterizado o procedimento altruístico manifestado às populações civis nos
terrenos conquistados e a lhaneza de trato dispensado aos prisioneiros, em sublime demonstração de solidariedade
humana e de efetiva camaradagem que devia reinar entre os filhos de um mesmo país.
Pela sua ação eficiente e brava, dentro e fora do Estado, a Corporação recebeu as mais dignas referências das
autoridades da Nação e, como sempre, a consideração do povo paranaense.

5.4.4 CONFLAGRAÇÃO NO SUDOESTE PARANAENSE (1957-1961)

A conflagração no sudoeste do Paraná, começou em abril de 1957, quando três companhias de terras
resolveram colonizar a região.
Os colonos, sabendo que as terras são de propriedade discutível, recusaram-se, em sua maioria, a comprá-las.
Passaram, então, a ser ameaçados pelos empregados das companhias.
Ou por não suportarem mais as violências dos empregados das entidades colonizadoras, ou por temerem ter de
deixar as terras já cultivadas e preparadas, os posseiros ou pseudo-colonos passaram a reagir.
No dia 14 de setembro foi registrado o mais sangrento episódio de luta entre ambas as partes, quando 7
pessoas morreram num tiroteio, dois foram feridos e quatro desapareceram, além de uma mulher que fugiu.
Logo a seguir os colonos tomaram conta de CAPANEMA, guarnecendo a estrada, não deixando ninguém passar
e o campo de aviação passou a ser o quartel-general dos revoltosos.
Esta era a situação que se apresentava no Sudoeste Paranaense.
Através de um radiograma enviado urgentemente pelo Tenente RICARDO JOSÉ COUTINHO, ao Chefe de
Polícia do Estado, dava conta do que se passava.
A Polícia Militar, incontinente, enviou, então, uma tropa à região, para garantir a ordem, e os Tenentes Coronéis
ALCEBÍADES RODRIGUES DA COSTA e JOSÉ HENRIQUE DIAS para tomarem as providências cabíveis.
O Governo Federal mandou também,. dois emissários como observadores, os quais permaneceram somente um
dia naquela região e depois voltaram, achando que o governo do Estado com a sua Força Policial, estava em condições
de manter a ordem.
E a zona continuava em pé-de-guerra. Boatos de todas as espécies anunciavam ataques dos colonos a SANTO
ANTONIO DO SUDOESTE, os povoados a beira da estrada estavam também na expectativa.
Ninguém nas ruas, a não ser pequenos grupos improvisados em patrulhas, para qualquer emergência.
No dia 12 de outubro a cidade de Santo Antônio Do Sudoeste fora atacada por cerca de quinhentos colonos,
quando houve forte tiroteio entre eles e o destacamento local, saído ferido neste entrevero os policiais: JOSÉ RIBEIRO
DOS SANTOS, OSVALDO VIEIRA NOVAES, ALBARÍ PADILHA e um Delegado Especial.
A Delegacia foi ocupada pelos colonos que interditaram as estradas que demandavam daquela cidade ao
aeroporto.
Com estas ocorrências, novas forças policiais foram enviadas ao local, inclusive através de via-aérea. O nosso
quartel ficou somente com a guarnição e vários destacamentos foram recolhidos para atender a emergência do serviço.
Outra cidade que estava na mira dos posseiros era FRANCISCO BELTRÃO, mas ao tentarem ocupá-la foram
rechaçados pelos integrantes do Destacamento, a frente dos quais estava o 1º Sargento JOSÉ BROBOSKA SUSKO.
Sobre esse feito o Boletim Geral do dia 23 de novembro publicou a seguinte nota:
“Empolga-nos os sentimento e nos alenta, quando se nos deparam ações que dignificam, que enobrecem, com
as que, desinteressadamente, vem a ser praticada, em cumprimento ao sagrado dever, pelos soldados: PEDRO DE
SOUZA PINTO, JOSÉ ALVES VALENTE, EZEQUIAS DE MOURA LIMA, JUVENAL ALVES DE RAMOS,
SEBASTIÃO CADETE DA SILVA e MAURÍLIO LARA, sob o comando do 1º Sgt José
Broboska Susko, no passado mês de outubro do corrente ano, em Francisco Beltrão.

Estes valorosos soldados, embuídos de admirável prudência, de apostolar conduta e de serenidade inaudita,
num arroubo de abnegação, de sacrifício e de coragem, fizeram frente a mais ou menos três mil homens, que
amotinados, afastaram do exercício, autoridades legalmente constituídas, após o que, em aturdida afronta, dirigindo-se
ao quartel do reduzido destacamento policial, tentaram igual façanha, sendo porém repelidos pelos bravos soldados da
lei, que, em defesa da ordem pública e da tradição desta gloriosa unidade, com desassombro invulgar, dando primoroso
exemplo de heroísmo, desprendimento e denodo, sem medir esforços, face a grande superioridade numérica, não
abandonaram o posto, se não renderam, não se acovardaram diante dos rebelicionários.
Pelo magnífico feito, que nos honra, nos ufana, nos enobrece, que reputo meritório ato, há por bem este
Comando, promover a graduação de Subtenente o 1º Sgt José Broboska Susko, à Cabo os Soldados: Pedro de Souza
Pinto, José Alves Valente, Ezequiel de Moura Lima, Juvenal Alves dos Santos, Sebastião Cadete da Silva e Maurílio
Lara.
A presente situação deve constar nos anais da Corporação e do assentamento de cada um dos
recompensados”.
Durante longos dias a tropa miliciana empenhou-se com rigor para impor ordem naquela zona, até que, enfim,
vieram as chuvas e os ânimos começaram a acalmar-se.
Entendimentos mantidos entre colonos e a polícia determinaram a interferência desta, junto às companhias, no
sentido de retirarem todos os seus empregados da região. O pedido foi atendido.
A Polícia Militar, por sua vez, ocupou vários municípios da região conflagrada, mantendo-se em posição de
independência, assegurando a ordem e impedindo novos conflitos.
Em 24 de outubro a situação estava completamente tranqüila.
O Ten Cel PAREDES, que comandava um contingente em Francisco Beltrão, radiografou ao Comando Geral,
expondo “Tropa perfeito estado saúde pt ânimo elevado vg todos satisfeito ter dado cumprimento missão pt reina
perfeita ordem região”.
Para fugirem do terror espalhado pelos jagunços das companhias colonizadoras, perto de duzentas famílias de
colonos brasileiros, passaram para o Território Argentino e com a interferência da Polícia, elas começaram a voltar para
o trabalho.
Através de outro radiograma o Ten Cel Luiz João Mota dava conta da situação: “Entramos em acordo e as
famílias voltam aos seus lares e os revolucionários dispersaram-se pt a PM garante a paz e o respeito às leis pt tomou
todo o controle da região”.
Em 29 de outubro o boletim publicava esta nota: “conforme publicação radiográfica do Ten Cel Luiz João Mota,
está restabelecida a ordem no Sudoeste do Paraná, onde a Polícia Militar está garantindo a ordem, a paz e o respeito
às leis, e instituições, em plena consonância com os colonos que, confiantes, regressaram aos seus lares e ao trabalho
agrícola”.
No decorrer do movimento os integrantes desta valorosa milícia se portaram com bravura e sangue frio,
recebendo as mais dignas referências por parte das autoridades estaduais e federais.
Ao confirmar a normalização total da zona de Capanema e Santo Antônio, o Ten Cel Alcebíades Rodrigues da
Costa, Delegado Especial, assim se expressou:
“Não posso furtar-me ao dever de elogiar e solicitar a promoção ao posto imediato do 2º Sgt Radiotelegrafista
JOÃO HOFFMANN , por ter, com coragem e sangue frio, impedido no seu posto de honra, junto ao seu aparelho que o
mesmo fosse destruído por mais de dois mil colonos em armas, quando do levante aqui efetivado por questões de
terras.
As mesmas referências elogiosas faz-se ao Cabo NOMERIANO GALDINO ALVES, por ter da mesma maneira se
oposto com risco da própria vida que fosse fuzilado em sua presença o soldado do seu comando MANOEL JOSÉ
DE SANTANA e ter ainda se negado a entregar do quartel o armamento de seus comandados. Os fatos narrados são
do conhecimento do Sr. Dr. Pinheiro Júnior, Chefe de Polícia do Estado, quando de sua passagem por aqui”.
No mesmo Boletim que publicou estas referências , o Comando Geral, Cel NERINO SILVA, promoveu-os por
terem praticado atos meritórios.
O Comando Geral também se manifestou, dizendo: “É com a máxima satisfação que este Comando louva e
agradece os Oficiais e Sargentos e Praças que operam e ainda os que operaram no Sudoeste Paranaense, pela
disciplina, abnegação e espírito de sacrifício demonstrado quando a situação naquela zona era de intranqüilidade e
expectativa.
As agitações ocorridas no Sudoeste trouxeram um problema novo para a região: os criminosos profissionais que
para lá ocorreram, à procura de aventuras, em bandos percorriam as terras, ameaçando os colonos e empregados das
companhias.

Assaltavam, matavam e roubavam.


Esses bandoleiros profissionais, vindo de outros Estados, fugidos da Polícia, precisavam ser combatidos. Para
isso, a Polícia Militar, manteve suas tropas, com amplos poderes para a repreensão ao crime.
As Forças Milicianas que ficaram guarnecendo toda aquela zona, foram organizadas iguais as suas congêneres
do Exército Nacional que ali também estavam acantonadas, no núcleo colonial “General Ozório”.
Os bandoleiros que infestavam a região começaram a fazer estrepolias, principalmente depois da retirada das
tropas do Sudoeste.
Em 21 de setembro de 1959, na cidade de REALEZA, sete desses indivíduos, armados de revólveres e
Winchesters, montados a cavalo e em uma carroça, percorriam as ruas desta localidades, afrontando acintosamente o
destacamento local.
A população ficou sobressaltada com o aparato bélico que eles ostentavam.
Não sendo suficiente os dois soldados que ali estava destacados, para repelir os abusos que vinham cometendo
os referidos desordeiros, foram enviados mais cinco soldados de um destacamento das proximidades, sob o comando
de um Sargento, para prendê-los e desarmá-los.
Chegando ao local a escolta foi encontrá-los a um quilômetro da cidade, estacionados com a carroça próxima da
Ponte do Rio dos Porcos.
Surpreendidos com os policiais, uns reagiram, disparando seus revólveres, enquanto os outros apanharam as
Winchesters da carroça e entrincheirando-se no mato resistiram a prisão. Os milicianos revidaram a agressão abrindo
fogo contra os atacantes.
Durante o forte tiroteio foram mortos três dos arruaceiros, além de sair ferido um deles que, a muito custo,
conseguiu evadir-se, levando dois revólveres e uma Winchesters, um dos animais do carro também foi morto.
A escolta fez uso, além dos fuzis, de uma metralhadora INA, que teve o seu cano danificado. Felizmente desta
vez não saiu nenhum policial ferido.
Em julho de 1961, novamente o Sudoeste voltou a preocupar o governo, e a Polícia Militar teve quatro baixas em
suas fileiras, todas elas de emboscadas.

A primeira vítima foi o soldado ERNANI PEREIRA ALVES, que foi morto traiçoeiramente em uma emboscada
feita na localidade de Salgado Filho, na Qual também pereceu o inspetor de quarteirão que o acompanhava.
Os outros bravos milicianos que tombaram, foram: Olívio de Oliveira, Rodolfo Didier Galbano e José Caetano,
saindo ferido os Sargentos Lisboa Costa e o Cabo Antenor Gonzaga Leite.
Eis como ocorreu a morte dos três policiais: “Dia 1º de julho” na localidade denominada Jardinópolis pertencente
ao município de Medianeira, posseiros julgando-se injustiçados prepararam e executaram uma tocaia contra um
advogado da Cia. de Terras proprietárias da Gleba Jardinópolis.
O atentado pelo seu requinte de selvajaria chocou profundamente a opinião pública do Município de Medianeira
e cidades próximas. Felizmente o Causídio embora ferido não sofreu graves conseqüências.
O Cap. Walmor Bindi, brilhante Delegado de Polícia de Foz do Iguaçu ao ter conhecimento do fato, dirigiu-se no
dia seguinte, a fim de tomar declarações do possível implicado e testemunhas oculares do fato. Permaneceu até às 3
horas em Jardinópolis e ao regressar para Medianeira, nas proximidades de Flor da Serra, foi um jeep que conduzia 4
soldados, um Sargento e um Cabo, e dirigido por um civil de nome Dácio Durogetto, atacado violentamente em uma
emboscada preparada pelos posseiros.
O ataque rápido e que pegou desprevenido os elementos que iam no jeep, foi violento. Recebendo tiros dos
lados da estrada, nossos valentes soldados não puderam sequer ter um gesto de defesa.
Faleceram no local os policiais já mencionados.
Os que saíram ilesos e os feridos ante tão grande número de atacantes aproximadamente 150 recuaram e logo
em seguida encontraram com outro jeep que vinha de Jardinópolis com o Cap BINDI e mais elementos e então travou-
se tiroteio cerrado que durou aproximadamente 2 horas. Às 15:30 horas chegou em Medianeira um contingente da PM
composta de 38 elementos comandados pelo Ten Cel LAPA e Ten BÓRIO que imediatamente seguiram para o local das
ocorrências a fim de reforçar a tropa e rechaçar o inimigo. Somente às 17:30 horas é que a situação acalmou e então
pode-se ver a gravidade da ocorrência.
A Polícia Militar perdeu três Praças e os que lá estiveram sentiram profundamente a perda de seus colegas e
lágrimas corriam pelas faces de tão brilhantes soldados.
Homens que momentos antes enfrentaram a morte sempre, com coragem, com desprendimento e com amor a
nossa gloriosa milícia, curvavam-se e choravam ao lado dos corpos inertes dos companheiros.
Vimos então o Cel ÍTALO CONTI, homem acostumado a emoções profundas, tomado pela emoção e sentimento,
vimo-o um Cel POMBO, brilhante Comandante Geral, que esteve no local do ocorrido, dando com a sua presença,
incentivo, coragem e demonstração de apego a farda, aqueles bravos soldados, passado pela emoção, vimos um Cel
LAPA, com lágrimas nos olhos, conter-se para dominar seu impulso de militar valente e brioso.
E, também um Cap BINDI, com a face tomada pelo cansaço e pela emoção do ocorrido momentos antes,
mostrava-se um verdadeiro Comandante e bom condutor de seus subordinados dando exemplo de coragem e bravura.
Felizmente tudo acabou ali. Acalmou-se a situação mas a conduta dos soldados, notada até pelo Sr. Duque
Estrada, Comandante do Batalhão de Fronteiras, foi de fato marcante. Os acontecimentos de Medianeira, sem dúvida
alguma, ficarão marcados na história de nossa Polícia Militar que mais uma vez, cobre-se de crepe”.
Em 13 de agosto de 1964, o Cel João Rodrigues da Silva Lapa, em companhia de alguns policiais, conseguiram
a tempo de evitar que fossem sacrificados onze prisioneiros reféns dos bandoleiros que se encontravam na localidade
de Barras, Município de Cascavel.
Os rebeldes eram posseiros mercenários que já haviam assassinado, covardemente, um tipógrafo, o inspetor do
lugar e um lavrador.
Após rápido tiroteio, sem vítimas de ambos os lados, os policiais conseguiram prender, 43 homens tendo o
restante em número aproximadamente de quatrocentos se evadido, refugiando-se nas matas.
Durante a batida feita foi apreendida grande quantidade de armamento e munições. Este foi o último
acontecimento havido com os colonos na região do Sudoeste do Estado, até o ano de 1968.

5.5 Grandes Vultos da PMPR

5.5.1 Coronel JOAQUIM ANTÔNIO DE MORAES SARMENTO


Patrono da PMPR.
5.5.2 Coronel CÂNDIDO DULCÍDIO PEREIRA

Nasceu em Curitiba em 22 de Novembro de 1869. Foi Comandante do Regimento de Segurança do Paraná,


considerado o bravo entre os mais bravos, pagou com a vida a sua devoção à causa da legalidade, quando ao lado do
Coronel Carneiro, elevou bem alto o nome da Corporação que a comandava, gravando no bronze da história seu nome
imortal, pelos homéricos feitos na guerra durante o cerco da Lapa. O bravo comandante um dia antes de receber o
ferimento que lhe roubaria a vida, foi promovido a capitão pelo heroísmo e bravura praticados no cerco da Lapa. Como
homenagem a este Miliciano em 1968 a Polícia Militar deu seu nome ao Esquadrão de Cavalaria.

5.5.3 Coronel JOÃO GUALBERTO DE SÁ FILHO

Nasceu em Recife, escolhido para prefeito de Curitiba, desistiu do cargo para assumir o Comando do Regimento
de Segurança do Paraná, assumindo em 1912 o Cargo de Comandante Geral da Corporação, comissionado no Posto de
Coronel. Com o agravamento da situação na região Contestada o Governador determinou a intervenção da tropa
miliciana na região de Palmas, durante o confronto com os fanáticos que seguiam o falso monge José Maria o Coronel
João Gualberto heroicamente em defesa do Paraná, perdeu sua vida, sendo que seu corpo ficou totalmente
irreconhecível devido aos vários golpes de facão dos fanáticos, sendo reconhecido somente por sua esposa devido a um
anel que trazia consigo.

5.6 Patrono da PMPR e Patrono das Polícias Militares do Brasil

5.6.1 Patrono da Polícia Militar do Paraná

O Coronel Joaquim Antônio de Moraes Sarmento nasceu no dia 17 de maio de 1882, no Estado do Ceará, vindo
para o Estado do Paraná em 1903. Ingressando em 29 de junho de 1907, aos 25 anos de idade, no, então, Regimento
de Segurança do Estado como 1º sargento.
Tanto no seu posto, quanto em missões mais arriscadas, sempre se destacou no exercício de suas funções. No
oficialato, galgou todos os postos por merecimento ou ato de bravura. Teve sua última promoção decretada pelos
relevantes serviços prestados em defesa da lei e da ordem.
Falecendo em 21 de abril de 1934, dia que está coincidentemente reservado para a lembrança de Joaquim José
da Silva Xavier, o Tiradentes, também patrono e exemplo de abnegação, coragem, civismo e amor à Pátria.
Através do Decreto nº 8871, de 7 de fevereiro de 1968, o coronel Sarmento ingressou no ápice do Panteão dos
Heróis da Corporação, quando foi declarado Patrono Oficial, sendo escolhido o dia de seu nascimento 17 de maio para
homenageá-lo.

5.6.1.1 Promoções

 1908 – Alferes;
 1913 – Tenente (Ato de bravura – Combate do Irani onde foi ferido);
 1916 – 1º Tenente;
 1921 – Capitão (Merecimento);
 1925 – Major (Ato de bravura – março);
 1925 – Ten Cel (Relevantes serviços – julho);
 1926 – Cel (Reforma).
5.6.1.2 Principais Missões

 Campanha do Contestado (1912), seu batismo de fogo, onde foi ferido no combate do Irani, recebendo um
profundo ferimento de facão na face, à altura do olho direito;
 Revolução de 1924, como Capitão comandou o 1º Batalhão de Infantaria.

“O homem que traz consigo a cicatriz de uma arma bandida é um miliciano valente, digno e prestimoso”.
Estas palavras foram dirigidas em 1915, pelo Chefe de Estado, ao Coronel Joaquim Antônio de Moraes Sarmento
– PATRONO DA PMPR. E o Coronel Sarmento trazia consigo esta marca que recebeu durante a luta contra os
jagunços fanáticos na “Campanha do Contestado”, em 1912.

Família do Coronel Sarmento e Autoridades homenageando o Patrono da PMPR

5.6.2 Alferes Tiradentes (Patrono das PPMM)

TIRADENTES (Joaquim José da Silva Xavier) (1746-1792) é considerado o grande mártir da independência do
nosso país e também por ter sido entre os grandes homens da história da Pátria um dos que mais se empenhou pela
manutenção da ordem interna, tendo prestado a segurança pública, patrióticos serviços, os quais estão registrados em
documentos da época, foi declarado Patrono das Policiais Militares do Brasil.
Nasceu na Fazenda do Pombal, entre São José (hoje Tiradentes) e São João del Rei, Minas Gerais. Seu pai era
um pequeno fazendeiro. Tiradentes não fez estudos das primeiras letras de modo regular. Ficou órfão aos 11 anos; foi
mascate, pesquisou minerais, foi médico prático. Tornou-se também conhecido, na sua época, na então capitania, por
sua habilidade com que arrancava e colocava novos dentes feitos por ele mesmo, com grande arte. Sobre sua vida
militar, sabe-se que pertenceu ao Regimento de Dragões de Minas Gerais. Ficou no posto de alferes, comandando uma
patrulha de ronda do mato, prendendo ladrões e assassinos.
Em 1789 o Brasil - Colônia começava a apresentar algum progresso material. A população crescia, os meios de
comunicação eram mais fáceis a exportação de mercadorias para a metrópole aumentava cada vez mais. Os colonos
iam tendo um sentimento de autonomia cada vez maior, achando que já era tempo de o nosso país fazer a sua
independência do domínio português.
Houve então em Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, no Estado de Minas Gerais, uma conspiração com o fim
de libertar o Brasil do jugo português e proclamar a República. Uma das causas mais importantes do movimento de Vila
Rica foi à independência dos Estados Unidos, que se libertara do domínio da Inglaterra em 1776, e também o
entusiasmo dos filhos brasileiros que estudaram na Europa, de lá voltando com idéias de liberdade.
Ainda nessa ocasião não era boa à situação econômica da Capitania de Minas, pois as Minas já não produziam
muito ouro e a cobrança dos impostos (feita por Portugal) era cada vez mais alta.
O governador de Minas Gerais, Visconde de Barbacena, resolveu lançar a derrama, nome que se dava à
cobrança dos impostos. Por isso, os conspiradores combinaram que a revolução deveria irromper no dia em que fossem
cobrados esses impostos. Desse modo, o descontentamento do povo, provocado pela derrama, tornaria vitorioso o
movimento.
A conjuração começou a ser preparada. Militares, escritores de renome, poetas famosos, magistrados e
sacerdotes tomaram parte nos planos de rebelião. Os conspiradores pretendiam proclamar uma república, com a
abolição imediata da escravatura, procedendo à construção de uma universidade, ao desenvolvimento da educação para
o povo, além de outras reformas sociais de interesse para a coletividade.
Uma das primeiras figuras da Inconfidência foi Tiradentes. O movimento revolucionário ficou apenas em teoria,
pois não chegou a se realizar. Em março de 1789, o coronel Joaquim Silvério dos Reis, que se fingia amigo e
companheiro, traiu-os, denunciando o movimento ao governador.
Tiradentes achava-se, nessa ocasião no Rio de Janeiro. Percebendo que estava sendo vigiado, procurou
esconder-se numa casa da Rua dos Latoeiros, atualmente Gonçalves Dias, sendo ali preso. O processo durou 03 anos,
sendo afinal lida a sentença dos prisioneiros conjurados. No dia seguinte uma nova sentença modificava a anterior,
mantendo a pena de morte somente para Tiradentes.
Tiradentes foi enforcado a 21 de abril de 1792, no Largo da Lampadosa, Rio de Janeiro. Seu corpo foi
esquartejado, sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, arrasaram a casa em que morava e declararam infames
os seus descendentes, e em sua homenagem nesta data foi instituído o dia das Polícias Militares e civis.

5.7 Quartéis da PMPR

Desde sua criação em 10 de agosto de 1854, a Polícia Militar do Paraná, até nossos dias, passou por nove
quartéis até se estabelecer em definitivo, no Quartel do Comando Geral (QCG), localizado à Rua Marechal Floriano,
1401 em Curitiba – PR.
 Primeiro quartel – localizado no Largo da Ponte do Rio Ivo depois denominado Largo do Chafariz e atualmente
Praça Zacarias, no local foi construído o Edifício Acácia;
 Segundo quartel – localizado na Rua do Comércio (hoje Marechal Deodoro) esquina com a Rua Ipiranga (hoje
Marechal Floriano Peixoto);
 Terceiro quartel – localizado na Rua do Mato Grosso atual Comendador Araújo;
 Quarto quartel – localizado na Rua do Aquidabem atual Emiliano Perneta;
 Quinto quartel – localizado na Rua Direita atual 13 de maio;
 Sexto quartel – localizado na Rua do Liceu atual Dr. Murici;
 Sétimo quartel – localizado na Rua Travessa da Assembléia atual Cândido Lopes;
 Oitavo quartel – Revolução Federalista
 Nono quartel – Rua São José atual Av. Marechal Floriano Peixoto.

5.7.1 Quarto Batalhão de Polícia Militar (4º BPM)

5.7.1.1 Histórico

Criado em 14 de Março de 1967, através do decreto lei nº 4437, teve suas atividades iniciadas com a publicação
do primeiro Boletim Interno na data de 14 de Maio de 1967.
O Quarto Batalhão de Polícia Militar quando criado foi instalado provisoriamente na Avenida Mauá, nº 2380, em
17 de maio de 1967. A construção das instalações teve início em 1971, no lote nº 580, na Rua Mitsuzo Taguchi, 99,
doado pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, compreendendo inicialmente uma área de 12.098 m2.
Após a doação de uma área situada ao lado da Unidade por parte da Prefeitura Municipal e idêntica área
adquirida pela Polícia Militar do Paraná, a área total do 4º Batalhão passou a ser de 24.200 m2, sendo assim, construído
o novo pavilhão administrativo.
A área de atuação do Quarto Batalhão é de aproximadamente 6.000 Km2 englobando 23 (vinte e três)
municípios, dentre os quais, destacam-se as comarcas de Maringá, Mandaguari, Marialva, Mandaguaçu, Colorado,
Astorga, Sarandi e Paiçandu, ultrapassando uma população de 700.000 habitantes. A Unidade presta diuturnamente
segurança preventiva e repressiva através dos diversos tipos de policiamento.
Nestes 35 anos de existência, o 4º Batalhão teve perdas irreparáveis, as quais jamais serão esquecidas.
Homens que perderam sua vida na luta para a preservação da Ordem Pública, a eles nosso eterno respeito e gratidão,
pois foram honrados e corajosos, cumprindo com sua obrigação para com a comunidade à que serviram, até mesmo
com a doação de suas vidas.
Tais policiais militares, por sua bravura e abnegação, não poderiam deixar de figurar na galeria de heróis da
Polícia Militar e do 4º Batalhão, pois quis o destino que tombassem no cumprimento do dever e em defesa da
comunidade. Amenizando o sofrimento de suas perdas foi erigido um monumento no pátio do 4º Batalhão significando a
separação desses policiais militares do plano físico/espiritual, através do derramamento de sangue, os quais foram
cumprir outra missão com destino ao campo santo.

Brasão do 4º BPM
4º Batalhão de Polícia Militar
5.8 Aviação na PMPR

5.8.1 O Primeiro Aviador paranaense

Cap. João Busse

Considerado o primeiro Ás da aviação paranaense o Capitão do 1º Batalhão de Infantaria João Busse, foi o
primeiro paranaense a conquistar um Brevet de Aviador. Fez o curso de aviação na Escola de Aviação da Força Pública
do Estado de São Paulo, sendo matriculado em janeiro de 1920.
Após a conclusão do Curso e desejando demonstrar sua conquista, marco para a época, retornou ao Paraná
pilotando um avião alugado, o “Caldron”, de 120 HP, sendo que a viagem seria realizada em etapas (Itapetininga –
Itararé – Curitiba) devido às fracas possibilidades da aviação naquela época. Iniciando sua jornada no dia 28 de maio de
1921 às 09h35min na cidade de Campinas - SP.
Infelizmente após ter percorrido 100 km de sua jornada o “Caldron” apresentou uma falha mecânica vindo a cair,
embora o Capitão Busse ainda fosse socorrido com vida, veio a falecer no dia 31 de maio de 1921, para se imortalizar
como um dos grandes milicianos da PMPR.

5.8.1 O Primeiro Avião

“ avião Sargento “

Em 1918, uma comissão de Sargentos do Regimento de Segurança do Paraná, autorizados pelo Comandante
Geral e com a anuência do Governador do Estado, organizou uma subscrição popular a fim de angariar fundos para
compra de um avião, o qual seria o primeiro a ser adquirido no Paraná. A comissão conseguiu angariar a quantia de
18.000 (dezoito mil) contos de réis, a aeronave foi adquirida pelo Sargento PEROTTI, e possuía as seguintes
características, marca de fabricação BOREL, tipo mono-plano-hiplace, equipado com motor GNOME de 7 cilindros, com
80 HP. Como ainda não havia pilotos da Polícia Militar foi contratado o piloto civil Luiz Bermann que levantou vôo com a
aeronave em 17 de fevereiro de 1918 no prado do Guabirotuba em Curitiba, sendo que devido a importante colaboração
dos Sargentos para a aquisição do avião a esposa do Presidente do Estado o batizou com o nome de “Sargento”. Em 11
de janeiro de 1919, os Sargentos Higino Perotti e Miguel Balbino Blasi, concluíram o curso de piloto-aviador na Marinha
do Brasil.

5.9 O Corpo de Bombeiros da PMPR

5.9.1 Criação do Corpo de Bombeiros


O Corpo de Bombeiros foi criado no Paraná pela Lei Estadual nº 1.133 de 23 de março de 1912 e regulamentado
pelo Decreto nº 639 de 17 de junho de 1912. No dia 08 de outubro de 1912, o Corpo de Bombeiros foi instalado
oficialmente, dando início às suas atividades de combate a incêndios e de salvamento em todo o Estado do Paraná.

5.9.2 Primeiro Comandante


No dia 16 de abril de 1912, o 1º Tenente de Infantaria do Exército Nacional Fabriciano do Regos Barros, foi
comissionado no posto de Major, para assumir o cargo de Comandante do Corpo de Bombeiros, tornando-se seu
primeiro Comandante.

5.9.3 Denominações
 1917 – Incorporado à Força Policial denominava-se Companhia de Bombeiros e Pontoneiros;
 1928 – Votou ao caráter de independente com a constituição de Corpo, com duas companhias;
 1931 – Novamente incorporado à Força Policial para fins militares, sendo denominado Batalhão de
Sapadores Bombeiros;
 1932 – Desligado da Força Policial voltou à denominação de Corpo de Bombeiros;
 1936 – Passou à administração do Município da Capital;
 1938 – Voltou à administração do Estado;
 1949 – Voltou a ser parte integrante da Polícia Militar, permanecendo até os dias de hoje.

5.9.4 Missão

O Corpo de Bombeiros, na forma Constitucional, tem como missão à prestação de serviços de prevenção e
combate a incêndios, busca e salvamento e socorros públicos, além das atividades de Defesa Civil.

Brasão do Corpo de Bombeiros do Paraná

5.10 Denominações da Polícia Militar do Paraná Durante sua História

A Polícia Militar do Paraná, desde a data de sua organização até o término da segunda Guerra Mundial, teve as
seguintes denominações:

 COMPANHIA DE FORÇA POLICIAL DA PROVÍNCIA DO PARANÁ, com que foi batizada na Lei nº 7, de 10 de
agosto de 1854.

 CORPO POLICIAL DA PROVÍNCIA DO PARANÁ, pela Lei nº 380, de 30 de março de 1874, constituído por
duas Companhias e uma Seção de Cavalaria.

 CORPO MILITAR DE POLÍCIA DO ESTADO DO PARANÁ, pelo Decreto de reorganização nº 4, de 10 de


dezembro de 1891, composta de três Companhias e um Esquadrão de Cavalaria.

 REGIMENTO DE SEGURANÇA DO PARANÁ, pela Lei nº 36, de 05 de julho de 1892, contando com um
Estado Maior e outro Menor, quatro Companhias, um Esquadrão de Cavalaria e a Banda de Música.

 REGIMENTO POLICIAL DO PARANÁ, denominação que passou a ostentar durante a ocupação do Estado
pelas tropas federalistas, em 1894, voltando posteriormente, a tomar o antigo nome de Regimento de
Segurança.

 FORÇA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ, pelo Decreto de reorganização nº 473, de 09 de julho de 1917,
consoante o acordo firmado entre a União e o Estado para que a Corporação passasse a ser considerada
Força de Primeira Linha, Auxiliar do Exército.
 POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARANÁ, pelo Decreto Lei nº 505, de 25 de Junho de 1932, juntamente
com a Companhia de Bombeiros, isolada, denominava-se segundo esse Decreto-Lei, FORÇA PÚBLICA DO
ESTADO.

 FORÇA POLICIAL DO ESTADO, pelo Decreto-Lei nº 9315, de 26 de dezembro de 1939.

 Após a conflagração mundial, nossa Corporação passou a ostentar o nome de: POLÍCIA MILITAR DO
ESTADO DO PARANÁ, que lhe foi conferido pelo Decreto-Lei nº 544, de 17 de dezembro de 1946.

UNIDADE VI – EVOLUÇÃO DO ENSINO NA PMPR

6. EVOLUÇÃO DO ENSINO NA POLÍCIA MILITAR


6.1 Academia Policial Militar do Guatupê (APMG)

Portão de entrada da APMG

6.1.1 Histórico

A Academia Policial Militar do Guatupê, vinculada à Secretaria de Segurança Pública/Polícia Militar do Paraná,
está localizada no Município de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, às margens da BR 277, KM 72,
com uma área total de 42 (quarenta e dois) alqueires, ou seja, 1.017.000 m 2 .
Este estabelecimento de ensino superior foi fundado em julho de 1931, recebendo sua primeira denominação
como Companhia Escola e, em fevereiro, de 1948 passou a denominar-se Centro de Preparação Militar.
Em dezembro de 1953 formou a primeira turma de Oficiais, já com a denominação de Centro de Preparação
Profissional.
Em 1955, pela Lei 2526, passou a denominar-se Centro de Formação e Aperfeiçoamento.
Em 08 março de 1971, pelo decreto 22.653, passou a denominar-se Academia Policial Militar do Guatupê,
encarregando-se da formação, aperfeiçoamento e especialização de oficiais e praças da Polícia Militar, sendo uma das
maiores academias de polícia da América do Sul.
Seu objetivo de adestrar e treinar recursos humanos da Polícia Militar do Paraná e de co-irmãs dos estados
brasileiros tem sido amplamente atingido mercê à qualidade do ensino que ministra aos seus alunos que,
posteriormente, aplicam na operacionalização da atividade fim.

Escola de Formação de Oficiais (EsFO) Brasão da APMG

6.2 Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP)

6.2.1 Histórico

Foi criado como integrante do sistema de Ensino da PMPR através da Lei Estadual nº 6774/76 passando a
funcionar em data de 10 de março de 1976. Naquele mesmo ano, ocorreria o primeiro curso no CFAP com início em 22
de março, sendo que o primeiro Comandante foi o então Major QOPM WILSON ODIRLEY VALLA. No decorrer da
história do CFAP, vários cursos foram realizados que vão desde a Formação de Soldados, Cabos e Sargentos, passando
pelas especializações, em áreas como Monitoria de Ensino e de Educação Física, Controle de Tumultos, Inteligência
Policial e outras, até o Aperfeiçoamento de Sargentos.
Brasão do CFAP

6.3 Colégio da Polícia Militar (CPM)

6.3.1 Histórico

Criado pelo Decreto nº 24826, de 07 de agosto de 1959, o Colégio da Polícia Militar, está subordinado à Diretoria
de Ensino da Polícia Militar do Paraná, de inicio foi denominado “Ginásio do Centro de Formação da PMPR e em 1960
foi seu primeiro ano letivo”.
Foi criado para atender somente aos policiais militares e seus dependentes, sofrendo adaptações e passou a
atender também a comunidade civil.
Em 30 de dezembro de 1966, foi elevado à categoria de Colégio, através do Decreto Governamental nº 3149.
Mudou-se para sua atual sede em 08 de julho de 1970. Em 1971 já com sua obrar concluídas, recebeu o nome de
Colégio da Polícia Militar, efeito do Decreto nº 686 de 17 de outubro, e neste ano abriu vagas também para meninas.
Somente em 1977, é que passou a funcionar como escola de 1º e 2º Graus.
Desde 04 de agosto de 1981, por obra do Decreto 3992, o Colégio da Polícia Militar passou a denominar-se “Cel
PM Felippe de Sousa Miranda em justa homenagem ao seu primeiro comandante”.
O Colégio da Polícia Militar tem a finalidade de ministrar o Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série e Ensino Médio,
observada a legislação e as normas vigentes.
Esta abertura criou a oportunidade do jovem cidadão conhecer a filosofia militar.
Com isto o CPM passou a desempenhar um papel importante na Corporação Polícia Militar, pois muitos dos
jovens que aqui estudam ingressam na carreira Policial Militar ou Bombeiro Militar.
E já levam para a profissão os ensinamentos da filosofia militar bem como o carinho adquirido nos bancos
escolares do CPM.
Com sua filosofia militar o CPM, graças a Secretaria de Educação e Secretaria de Segurança Pública, através da
Polícia Militar, com a boa qualidade de seus funcionários e professores, tem conseguido oferecer aos seus alunos
condições necessárias para um ótimo aprendizado.
Oferece uma biblioteca com mais de 13000 títulos, além de enciclopédias em CD-ROM, laboratório de
informática com tecnologia de ponta, aulas de ginástica e musculação extracurriculares, aprendizado musical através de
banda e coral e participação efetiva em solenidade cívicas e militares, que proporcionam o desenvolvimento do amor à
pátria.
O CPM está comprometido com a comunidade militar e civil. E toda a sua estrutura e componentes buscam
aperfeiçoar-se cada vez mais, sempre buscando auxiliar a criança a tornar-se um cidadão pleno e capaz de conduzir o
futuro.

Brasão do Colégio da Polícia Militar (CPM)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WINCK, Anacleto Antonio, 1º Ten QEOPM. História do Contestado, trabalho apresentado no Curso de Ciência
Política, FACINTER (Faculdade Internacional de Curitiba), 2205.
 FERNANDES, Rogelho Aparecido, 1º Ten QOPM. Evolução da Polícia Brasileira, trabalho apresentado na
matéria de Metodologia Cientifica. FECEA (Faculdade de Ciências Econômicas de Apucarana), 2000.
 AZEVEDO, Cap PM Rogério de Oliveira. História da Polícia Militar do Paraná. Guatupê, 2002.
 Apostila do atirador do TG 05/009 EB, 1990.
 http://www.pm.pr.gov.br
Imagens do Museu Histórico da PMPR.

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