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Fichamento – Livro: A Biografia Humana – uma nova metodologia a serviço da

indagação pessoal
Autora: Laura Gutman

Capítulo – A semente do sofrimento humano

“Quero dizer exatamente isto: não é cultura nem condicionamento. Trata-se do


desenho original da espécie humana: todas as crias de mamífero humano nascem
com sua capacidade de amar intacta e, obviamente, esperando ser amparadas,
nutridas e cuidadas, já que o início da vida é a única maneira de viver o amor. O
impacto de não receber algo que era natural durante a vida intrauterina –
traduzida na experiência permanente de contato corporal e alimento, de ritmo e
movimento, sob a cadência da respiração da mãe – é feroz.

“À medida que vamos crescendo, as coisas não melhoram. Ainda que, ao


crescermos, vamos afinando as ferramentas de sobrevivência.”

“ É verdade que cada criança vai desenvolver recursos diferentes, mas há algo
que todos nós compartilhamos: a certeza de que o mundo é perigoso e temos que
estar sempre em alerta.”

“Isto é, queridos leitores, o discurso materno. É disso que se trata. Não só como
nossa mãe nomeou suas tristezas, necessidades ou desejos, mas também como
nossa mãe nos nomeou.”

“ As crianças aprendem precocemente que ninguém é digno de confiança.”

Capítulo – A apropriação da verdade

“ Em todo caso, é fundamental descobrir se isso que nomeamos hoje, com


respeito a nós mesmos, coincide coma realidade ou se continuamos repetindo o
que escutamos até a exaustão durante a infância.”

O que a autora fala neste momento é que teríamos uma infância com mais
consciência se nossos pais tivessem a coragem de se enfrentar e serem francos
consigo mesmos.
“O que teríamos precisado, para sermos criados com consonância com nosso ser
essencial, e em conexão profunda com o nosso si mesmo, é que nossa mãe nos
compreendesse. Se não tivemos uma mãe adulta e madura, compreensiva de
seus estados emocionais e da sua trama, então essa sabedoria ela não pôde
derramar sobre nós. Por isso, é pouco provável que nós, desse modo, tenhamos
abordado nossa vida em estado de total consciência.”

“Olhar para os filhos, olhar para os cônjuges, olhar para os irmãos, olhar para os
vizinhos, somente é possível se previamente fomos capazes de olhar para nossos
próprios cenários, se tivemos a coragem de questionar os discursos oficiais e se
tomamos a decisão de sairmos nus da nossa prisão para nos libertarmos das
estruturas infantis. Então, talvez, possamos perguntar às crianças o que elas
precisam de nós, em lugar de impor autoritariamente que elas se adaptem às
nossas necessidades e as obriguemos a carregar indefinidamente as pesadas
mochilas do desejo alheio.”

“ Sinto muito se alguém se decepciona com isso, mas até agora não conheci
indivíduo algum que não carregasse sobre si a incapacidade materna de
responsabilizar o filho pelo próprio desamparo. Por isso – justamente por isso -,
os adultos hoje têm uma nova oportunidade. A oportunidade de se indagarem e
de acessarem aquilo que ainda não conhecem sobre si mesmos.”

Capítulo – O “eu enganado”

“ Só podemos ajudar um indivíduo se fizermos juntos um percurso honesto da


sua vida – e, se for possível, da vida dos seus antepassados e das pessoas
próximas –, os integrantes de sua sombra.

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