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MEDICINA
O afastamento da Noção
de Vida e Natureza
ISBN 978-85-312-1017-8
Imago Editora
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“(...) Deve-se ter respeito pelo organismo humano, no sentido de
querer entendê-lo. A pior ameaça que o nosso organismo pode
sofrer é uma intervenção externa em termos de supressão do
próprio homem com suas invenções... A indústria da “farmapoder”
comprometida com capitais de investimento...
Na verdade, ele está sempre lutando pela vida nele contida. Aos
médicos cabe desenvolver a consciência desse fato com
humildade, pois o organismo é mais sábio do que qualquer
medicina.
Capítulo I
O elo 13
A arte 17
Capítulo II
A matemática 27
O endereço (in)certo da doença 35
Diga “trinta e três” 39
Germe, que bicho é esse? 45
A tarja preta 57
O nó gordiano 69
Os sinais de trânsito de nosso organismo 75
Uma verdade sobre os hospitais 79
Capítulo III
O náufrago idiota preguiçoso 91
O médico e a fé 99
A célula é o alvo errado 113
De onde viemos 123
Alergia e matriz 131
Nós e a água 139
Nós e a Terra 147
O chimpanzé, o homem e a máquina 151
O obeso e a grávida 161
Quantum. O psíquico e os campos 173
O corpo energético 183
Envelhecimento. Doenças crônicas.
Processo degenerativo 211
A arte médica e a natureza 239
Apresentação
O físico americano Richard Feynman (1918-1988), laureado com o
Nobel em 1956, disse em seu livro “Lectures On Physics”, 1963, o
seguinte: “Não faz diferença o quão inteligente você é, quem
produziu tal pensamento, ou qual é o seu nome... se isto (o que
você produz) estiver em desacordo com os processo da vida real,
estará errado. Isso resume tudo”. Poderíamos acrescentar que a
realidade precede o conhecimento.
Se transpuséssemos essa concepção para a medicina,
poderíamos dizer que toda a produção de conhecimento que
estivesse em desacordo com os princípios da vida, com as
dinâmicas que mantêm a vida, estaria errada. Como a vida do ser
humano é um produto do universo e da natureza, podemos dizer
que, quando um conhecimento agride ou está em desacordo com
os processos da natureza, certamente ele está errado.
Esse foi o fio condutor do que está apresentado neste livro.
Queremos mostrar o quanto a medicina atual está afastada da idéia
de natureza. Tornou´se uma apologista das vias antinaturais,
quando sucumbiu à terapêutica com substâncias químicas
estranhas ao organismo (quimioterapia). Tornou-se refém da
Indústria Quimiofarmacêutica. Perdeu completamente o seu
vínculo com a vida e a natureza, e só fala da sua construção maior
– a doença.
Isso não quer dizer que a medicina oficial não tenha avançado, e
proporcionado benefícios importantes aos usuários. A física
newtoniana também produziu conhecimentos que permitiram e
ainda permitem avanços e contribuições para a humanidade,
embora esteja completamente superada pela física quântica. Mas,
quando se avança orientado pelos saberes reducionistas,
precocemente se esbarra nos seus próprios limites. Esses limites
devem ser identificados e a superação, buscada.
O problema é que o saber e a prática estão organizados
institucionalmente, como no caso da Ordem Médica. Aqui, passa a
vigorar outra dinâmica e, assim, os limites, as insuficiências, as
falhas, os erros, não são percebidos ou, se percebidos, perdem
importância diante dos aspectos positivos. Mais do que isso, o
processo de medicalização radical da vida moderna está
estruturado quase que como uma questão de fé. Ainda é incipiente
o movimento social crítico de base cultural à medicina oficial. O
aparelho de estado, através de suas agências, tende a impor o
modelo único alopático, com restrições ativas às demais medicinas
e modalidades terapêuticas. Desse modo, na prática, o cidadão
perde a sua liberdade de escolha terapêutica.
É preciso chamar a atenção da sociedade de que a liberdade de
escolha terapêutica é uma questão da democracia, que evoluiu para
além dos direitos políticos. Para viabilizar a liberdade terapêutica, é
necessário que haja produção de conhecimento e oferta de serviços
no campo das medicinas não oficiais. Não adianta haver liberdade e
o cidadão não conseguir exercitá-la. Nas democracias mais
avançadas, já existe essa consciência e os setores interessados
fazem alianças sociais (usuários e profissionais) no sentido de
viabilizar o seu direito de escolha terapêutica.
Não reivindicamos qualquer monopólio de verdade; pelo contrário,
pretendemos quebrar o monopólio da doutrina oficial médica, e
mostrar para o leitor que qualquer conhecimento é parcial. Que
qualquer conhecimento é uma contribuição da cultura e tem a sua
filiação em termos de paradigma, concepções, ideologia. Não existe
uma só medicina, mas várias medicinas e sistema médicos,
porque temos várias culturas e uma pluralidade incrível de
pensamento na evolução da humanidade. Não temos também
qualquer pretensão em desmontar ou demolir o grande edifício da
medicina ocidental contemporânea, que se expandiu para todo o
planeta. Queremos simplesmente mostrar o elo essencial perdido
da arte da medicina, os limites dessa doutrina, e indicar possíveis
caminhos já disponíveis para superação.
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Capítulo I
A arte médica e a natureza na medicina,
história remota e contemporânea
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O elo
Tomemos o sexo – no exato momento do clímax – como
ponto de partida para discutir a medicina. A ciência já
especula que ele não será mais necessário para o
surgimento de uma nova vida humana,, o instante mágico
da fecundação convencional.
Antes, porém, uma afirmação para nortear o nosso
caminho neste livro: o organismo é um sábio. Deve-se ter
respeito por ele, para querer entendê-lo. A pior ameaça
que o nosso organismo pode sofrer é uma intervenção
externa do próprio homem com suas invenções, sem a
consciência de que o organismo sempre faz o melhor para
si mesmo, pois está programado há milhões de anos para
manter a vida.
A doença e o sofrimento são as melhores respostas que o
organismo arranja para uma ameaça que se lhe abate, e
aos médicos cabe desenvolver a consciência desses fatos
com humildade, pois o organismo é mais sábio do que
qualquer medicina.
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do êxtase no acasalamento. Curiosamente, neste momento, homem
e mulher perdem a conexão com o mundo terreno, transcendem
para um lugar atemporal. Podemos chamar esse lugar de felicidade
plena, daí, talvez, a nossa procura pelo orgasmo. Ao encontrá-lo,
haveria a abdicação total ao trabalho e a perda do medo de cair
num abismo. Hora em que o poeta dentro de nós diz: “morrer um
para o outro”. Mas essa é outra história...
Outro momento de vida plena seria o acontecimento fantástico da
fecundação. No instante seguinte, já seríamos apenas uma onda se
formando e prestes a desabar.
Ambos os momentos são demasiadamente breves.
Fora desses lugares, a vida é um espaço maravilhoso de
oportunidades, enquanto o organismo humano fica sujeito a toda a
sorte de interação, interna e externa. Trabalhando sem parar,
suscetível, portanto, ao estresse e ao adoecimento que são
combatidos por um poderoso sistema integrado de defesa: o
sistema neuroimunoendócrino; “neuro” do sistema nervoso central;
“imuno” de imunidade; e “endócrino” de glandular. Sistema esse que
passa informações de pai para filho, desde o começo da vida
humana neste mundo. Conhecimentos acumulados e influenciados
por ressonâncias diversas e adversas.
Interpretar esse organismo incrivelmente complexo, dinâmico e
individualizado é o que se chamou de Ars, arte médica. Aqui,
poderíamos apontar a primeira hipótese do elo perdido da arte
médica ou melhor dizendo, um elo ideal que nunca existiu: o caso
do médico não ater-se somente aos doentes, até pelo contrário.
Desta forma, o bom médico, o bom artista da medicina, é aquele
que se encanta diante de cada
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organismo humano, desse mistério que é a vida em franco
progresso. Mas, em determinado momento histórico de nossa
civilização, o médico perdeu contato com essa arte, rompeu o elo
principal, perdeu mesmo o interesse por ela, passou a dedicar-se
ou delegar seus poderes em detrimento dos seus dons, à ciência.
Coisa menor, ainda que fabulosa também.
Gostaríamos que essa idéia de arte envelopasse tudo o mais que
narraremos a partir de agora. Pois era assim no início.
Sempre que possível, daremos exemplos reais; revelaremos fatos
conhecidos da classe médica – mas aparentemente caídos no
esquecimento; conhecimentos do público em geral – mas,
negligenciados por um equivocado estilo de vida moderno – uma
falsa idéia de progresso; fatos sobre o empresariado, formadores de
opinião e tomadores de decisão nas esferas públicas e privadas e
até sobre educadores; fatos esses desprestigiados pela mídia, e
que, uma vez contemplados, o são fora de um contexto mais amplo,
no que diz respeito à saúde humana, à qualidade de vida – pois é
só isso que interessa ao homem. Ou não é?
Aceitemos. Não somos educados para representarmos a nós
mesmos. Por isso, desempenhamos muito mal nossos papéis. Até
mesmo na intimidade, diante do espelho, nunca levamos a sério a
frase encontrada por Sócrates na entrada do Santuário de Delfos:
“conhece-te a ti mesmo”.
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A arte
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do desconforto e dor, ao bombardeio de raios X, periodicamente,
sem questionar se há outro método de vigiar a saúde de suas
mamas. Ou, ainda, basta uma consulta médica, com ou sem
sintoma algum aparente, e crianças, jovens, adultos e idosos de
ambos os sexos são encaminhados cada vez mais para laboratórios
e clínicas de exames radiológicos e eletroeletrônicos que
demandam contrastes de substâncias químicas, algumas tóxicas,
circulando no nosso organismo. Sem falar do custo em dinheiro.
Porque o médico, como mediador entre a natureza e o organismo,
perdeu o lugar para a medicina como ordem médica. A medicina
perdeu para os equipamentos e laboratórios, estes, para a
tecnologia, e esta, para a indústria e o capital. Quão distantes da
natureza nos tornamos.
Não há dúvida, algo está errado neste cenário. Mas onde isso
tudo começou, onde foi que erramos? Quando perdemos esse elo
com a natureza? Perguntas sugestivas numa época (século XXI)
em que constatamos quão adoecido está o ambiente total, o
planeta.
* * *
Na base da medicina chinesa estão as categorias de percepção do
tempo, do ambiente, das influências externas sobre o organismo
humano. Um sistema de pensamento que concebe o cosmo, a
totalidade e as diferentes expressões dessa totalidade. O Tão que
se expressa em todas as coisas.
No pensamento indiano tem-se a consciência superior, ou
consciência cósmica, que estaria na origem de todas as coisas.
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Na tradição mais próxima de nós, a grega, sobretudo na tradição
da medicina hipocrática, que é dita matriz da medicina ocidental, a
noção de natureza é aprendida através do conceito de physis. Uma
noção grega em que se concebiam as coisas pelo movimento, pela
sua dinâmica, pela dinamis. Os gregos diziam que a “qualidade” das
coisas seria mais bem percebida no processo, na dinamis, no
movimento. Não prestavam atenção à matéria, mas sim aos
movimentos dela e em torno dela. O médico hipocrático, na sua
arte, deveria ser um especialista em identificar o que no
adoecimento era dinâmico da physis, dinâmica que levaria ao
estado de equilíbrio, o movimento próprio do organismo no sentido
da cura. Ou o que era a dinamis contra natural, ou dinamis pathos,
dinâmica da influência antinatural.
O médico buscava inibir os processos do movimento antinatural e
estimular os movimentos da physis curativa (natureza medicatrix).
Esse conceito ganha força na época da medicina galênica, do
mundo romano, em que se vai centrar quase todo o foco de
entendimento médico em torno da natureza medicatrix, ou seja, a
noção de dinamis, o movimento de cura, ou de regulação própria do
organismo.
Esse deveria ser o grande foco de atuação do médico, fortalecer,
respeitar, entender, monitorar a dinamis da natureza medicatrix,
também conhecida como vis medicatrix naturae.
E essa noção de medicina foi tão forte que determinou a
nomenclatura do praticante da arte médica. Em inglês o médico é o
physician, seguidor da physis. De outra maneira, em latim, médico
vem de mediar, medicare (trazer para o meio, para o equilíbrio). Em
ambas o médico era o artista, o portador
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da arte de intermediação entre a natureza e o indivíduo, o ser vivo
adoecido.
Sempre uma noção de um agente de intermediação, de
interlocução, de mediação. Essa noção domina por cerca de 20
séculos a chamada medicina ocidental, que nasce com Hipócrates1
e segue com os 17 séculos de galenismo2.
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É claro que esse caminho nunca foi retilíneo. Ele oscilava de
acordo com as influências sociais, da cultura e os avanços no
conhecimento. O que é bem nítido é uma oscilação entre a vertente
racionalista e uma tendência empírica, que valorizava a observação
e experiências médicas.
Mas era claramente hegemônica a noção vinculada à tradição
hipocrática e galênica. A exploração médica do campo da physis ou
da natureza era fortemente marcada pelo saber de base empírica,
pela experiência, pelos sentidos, pela percepção. Isso dava à
medicina um caráter de arte, ars médica. Fruto do acúmulo de
conhecimento, da observação, do uso da sensibilidade, de definição
de indícios, do processo do adoecimento.
Por outro lado, o pensamento racionalista tendia a minimizar a
observação individual, seguia a máxima de Galileu, individuum est
inefabile, sobre o indivíduo não se pode falar, isto é, a ciência se
baseia na repetição para estabelecer as suas leis. Isso realçou a
falha do observador, as falhas das avaliações de caráter empírico.
Crescia a preferência pelas teses apriorísticas e quase sempre
reducionistas.
Façamos o mesmo jogo, isto é, observemos as falhas desta nova
medicina sem elos com a natureza que começou a surgir: não é um
incrível e perigoso atalho a ingestão de uma droga sintética de
supressão de um pseudo-sintoma de adoecimento, de uma dor, de
um mal-estar? A submissão a exames por máquinas não é, no
mínimo, uma ação tempestiva que fazemos em nosso organismo?
colocaremos isso em uma perspectiva nítida mais adiante.
* * *
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Na Renascença, houve o grande movimento de resgate da
tradição hipocrática, a volta à natureza. Era um movimento de
valorização da vertente observacional. Da vertente focada na
experiência, na observação da dinamis do organismo.
Hoje em dia, destaca-se Paracelso3, um médico criativo que
rompeu radicalmente com as teorias médicas de então. Ele pode
ser considerado o principal precursor da medicina energética, das
forças sutis do organismo, na concepção da tendência vitalista, cujo
principal expoente foi Hahnemann4. Mas devido à sua forte crítica
contra o establishment médico foi perseguido, odiado, e tido como
irresponsável e sofreu toda forma de depreciação do seu trabalho
visionário. A partir do século XX, vem sendo recuperado através de
diversas obras. Vários médicos de hoje são admiradores e
seguidores de Paracelso. Várias clínicas da Europa, de medicina
natural, integral e biológica recebem o nome de Paracelsus Clinic,
na Alemanha, Áustria, Suíça, de tal forma que Paracelso hoje está
completamente reabilitado.
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A propósito, com relação à Renascença e à lembrança histórico-
cultural, a medicina não era considerada uma área das ciências, e
muitas das suas maiores descobertas não foram feitas por médicos,
mas por artistas, tais como Leonardo da Vinci e Michelangelo.
Cabe aos médicos desatarem o nó gordiano em que estamos
amarrados, desastrosamente longe da natureza em todos os
sentidos. Mas é preciso ter coragem e amor à arte.
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Capítulo II
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A matemática
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Nas suas várias vertentes, o vitalismo dominou 20 séculos da
medicina ocidental. O vitalismo só começa a entrar em xeque com a
incorporação das ciências clássicas pela medicina, no século XVIII.
Esse século marcou a manifestação, no campo médico, da
revolução das ciências clássicas, sobretudo da física mecanicista
de Galileu e, mais adiante, de Newton. Mas também, concepções
filosóficas, especialmente o positivismo comtiano5, tiveram grande
impacto na nova medicina delineada a partir do século XVIII.
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5 O Positivismo é uma corrente filosófica cujo iniciador principal foi Augusto
Comte (1798-1857). Propõe à existência humana valores completamente
humanos, afastando radicalmente teologia ou metafísica. Assim, o Positivismo
– em sua versão comtiana, pelo menos, pois há teorias em outras áreas do
conhecimento humano que utilizam a palavra “positivismo” – associa uma
interpretação das ciências e uma classificação do conhecimento a uma ética
humana. O Positivismo fez grande sucesso na segunda metade do século XIX,
mas, a partir da ação de grupos contrários (marxistas, comunistas, fascistas,
reacionários, católicos, místicos), perdeu influência no século XX. Ao elaborar
sua filosofia positiva, Comte classificou as ciências que já haviam alcançado a
positividade: a Matemática, a Astronomia, a Física, a Química, a Biologia e a
Sociologia (esta última estava sendo formulada pelo próprio Comte).
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Embora a noção, o conhecimento e a idenficação da presença
das células no organismo, ou dos elementos micorcópicos, sejam
descobertas do século XVII, trouxeram pouco impacto para a
medicina. Porque a medicina não trabalhava com uma teoria
médica que se beneficiasse dessa descoberta. Ela ainda buscava
compreender o organismo através de sua dinâmica vital, dos
humores. Não buscava compreender o organismo decompondo sua
matéria corporal em pequenas partes.
A teoria celular só será utilizada pela medicina em outro ambiente
de conhecimento, em outra época, em outro paradigma, que não o
vitalista. Isso se dá, poranto, no século XVIII, sob a influência de
Descartes e Newton.
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nada que aprender com o morto, cessava a vida, acabava a
curiosidade médica.
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6 O estudo anatômico-clínico do cadáver tem registro a 330 a.C., mas como
meio mais seguro de estudar as alterações provocadas pela doença, foi
introduzido por Giovan Battista Morgani no século XIX, quando surgiu a
anatomia patológica.
Morgani continuou suas pesquisas, estudos, trabalhos e
divulgação, e demorou quase 50 anos para que suas teorias fossem
pouco a pouco incorporadas à medicina. Morgani propunha que o
médico aprendesse com a morte, para ele, no interior do cadáver
estava a verdade sobre o adoecimento, aquilo que iria explicar o
que aconteceu na vida daquele sujeito. Nasce, então, a teoria
médica que vai romper com toda a tradição médica da physis, da
dinâmica da natureza. A teoria médica anatomoclínica.
Não é por acaso que os grandes anatomistas não foram médicos.
Leonardo da Vinci, por exemplo, dissecou pelo menos quatro
cadáveres.
Quer dizer, o conhecimento médico, ou sobre as doenças, deveria
ser estabelecido através de uma correlação entre um elenco de
sintomas e sinais, que o médico observaria em vida de um paciente,
e o que ele verificaria ao abrir o cadáver, para explicar as
manifestações clínicas daquele indivíduo.
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“Fique mais jovem a cada ano” Chege aos 80 anos com a saúde,
o vigor e a forma física de um cinqüentão; Chris Croeley e Henry S.
Lodge, M.D. – Editora Sextante, 2007.
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