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FACULDADE DO AMAZONAS – IAES

CURSO DE ODONTOLOGIA

MEDO E ANSIEDADE FRENTE AO ATENDIMENTO


ODONTOLÓGICO NA UBSF – L045 – MANAUS

Orientadora: Prof.ª MSc. Regina Cristina Lima da Silva


Coorientadora Prof.ª MSc. Rafaela Cardoso de Sá
Graduando: José Luiz Dórea Raposo

Manaus (AM)
2017
MEDO E ANSIEDADE FRENTE AO ATENDIMENTO
ODONTOLÓGICO NA UBSF – L045 – MANAUS

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Curso de Odontologia da
Faculdade do Amazonas – IAES como
requisito à obtenção de título de Cirurgião
Dentista.

Orientadora: Prof.ª MSc. Regina Cristina Lima da Silva


Coorientadora: Prof.ª MSc. Rafaela Cardoso de Sá

Manaus-AM
2017

i
RESUMO

Ao longo dos anos mesmo com o avanço tecnológico na odontologia, novas técnicas,
materiais e conceitos surgiram mudando formas de tratamento e diagnóstico. Com essa
evolução pensou-se que o medo e a ansiedade rotulados ao tratamento odontológico
fossem diminuídos devido o surgimento de técnicas e condutas mais polidas, porém, as
reações de medo e ansiedade continuam tão presentes como antes. O objetivo deste
trabalho foi identificar quais são os fatores que levam os pacientes da Unidade Básica
de Saúde da Família frente ao atendimento odontológico a terem medo e ansiedade.
Participaram do estudo pacientes com a faixa etária em torno de 14 a 70 anos. A
metodologia utilizada nesta pesquisa foi de caráter exploratório e descritivo através da
aplicação de um questionário conciso referente as manifestações do medo e ansiedade
na Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) L045, bairro São José Operário. Os
resultados sintetizaram que 61% dos entrevistados responderam que não tem medo do
dentista. Quanto ao medo e ansiedade antes do tratamento odontológico, 61% dos
pacientes responderam que sim. Os principais fatores causais das reações de defesa
medo e ansiedade foi medo da agulha e instrumentos. Portanto conclui-se que a
principal causa da reação de medo e ansiedade dos pacientes é devido ao medo da
agulha e outros instrumentos, essa atitude pode ser de fácil percepção quando é
realizada a etapa anestésica, o desconforto do paciente é visivelmente claro.

Palavras-chave: Medo. Ansiedade. Saúde Mental. Odontologia.

ii
ABSTRACT

Over the years even with technological advances in dentistry, new techniques,
materials and concepts have emerged by changing forms of treatment and diagnosis.
With this evolution it was thought that the fear and anxiety labeled to the dental
treatment were diminished due to the emergence of techniques and more polished
conducts, however, the reactions of fear and anxiety remain as present as before.
The objective of this study was to identify the factors that lead the patients of the
Basic Family Health Unit to face dental care with fear and anxiety. Patients with the
age range of 14 to 70 years participated in the study. The methodology used in this
research was exploratory and descriptive by applying a concise questionnaire
regarding the manifestations of fear and anxiety in the Basic Family Health Unit
(UBSF) L045, São José Operário neighborhood. The results synthesized that 61% of
the respondents answered that they are not afraid of the dentist. As for fear and
anxiety before dental treatment, 61% of patients answered yes. The main causal
factors of the fear and anxiety defense reactions was fear of the needle and
instruments. Therefore it is concluded that the main cause of patients' fear and
anxiety reaction is due to the fear of the needle and other instruments, this attitude
can be easily perceived when the anesthetic stage is performed, the discomfort of the
patient is clearly clear.

Keywords: Fear. Anxiety. Mental health. Dentistry.

iii
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 5
2 REVISÃO DE LITERATURA 6
3 MATERIAIS E MÉTODOS 8
3.1 Método de pesquisa para identificação dos estudos 8
3.2 Estratégia para pesquisa 8
3.3 Critérios de Inclusão 9
3.4 Critérios de Exclusão 9
3.5 Seleção e extração dos dados 9
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 9
5 CONCLUSÃO 15
REFERÊNCIAS 16
APÊNDICE 1 – Questionário para pesquisa exploratória e descritiva 18
APÊNDICE 2 – Termo de consentimento livre e esclarecido 20

iv
1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos o atendimento odontológico foi associado a experiências


desagradáveis e dolorosas seja por falta de conhecimento, crenças, cultura e até
mesmo como uma forma de corrigir ou inibir condutas errôneas praticadas por
crianças, filhos, parentes ou qualquer outro que tenha que se submeter a alguém e
resultou a uma série de reações negativas, de esquiva e experiências traumáticas
nos pacientes frente ao atendimento odontológico (Fiori 1999; Kanegane et al., 2003;
Kanegane, 2007).
O medo é uma reação de defesa de algum perigo concreto que possa ser
realizado e a ansiedade uma reação de defesa de algum perigo abstrato. Essas
reações citadas participam dos instantes pré e transoperatório do cirurgião-dentista.
Na visão do profissional as diferentes técnicas de manejo e comportamento na
presença dos pacientes e a cobrança por um bom resultado clínico e atualizações na
sua ciência pode transfigurar o seu cotidiano e torná-lo estressante (Kanegane,
2007; Possobon et al., 2007; Medeiros et al., 2013).
Apesar da evolução ao longo dos anos, com o avanço tecnológico e as
técnicas mais apuradas, o medo e ansiedade continuam presente na maioria dos
pacientes. Ainda que positivo o atendimento odontológico, ele tem o potencial de
causar ansiedade tanto no paciente quanto no cirurgião dentista, o que pode
interferir no atendimento e afetar a qualidade de vida do paciente, isso requer do
cirurgião dentista uma habilidade para manejo do medo e ansiedade do paciente,
também controlando a sua própria ansiedade (Possobon et al., 2007; Kanegane,
2007; Murrer et al., 2015; Teles et al., 2016).
Compreender o medo, suas raízes e suas características e interagir com o
paciente como um todo não focando somente nos problemas bucais, mas no seu
lado humano e emotivo é uma forma de dessensibilizar o paciente dessas reações.
O uso das técnicas anestésicas e alta rotação nos procedimentos odontológicos são
fatores que causam ansiedade nos pacientes, frente a essas situações a frequência
cardíaca também é elevada (Possobon, et al., 2007; Medeiros et al., 2013; Ulhoa et
al., 2015).
Para este trabalho o medo é uma reação de defesa a um perigo concreto e
real, já a ansiedade é uma reação de defesa a um perigo abstrato.

5
O assunto abordado neste trabalho é de notável importância para identificar
as causas dessas reações de defesa afim de evitar transtornos durante o
tratamento, ter um bom prognóstico e alcançar resultados clínicos satisfatórios.
O trabalho em questão teve como objetivo geral identificar os principais
fatores que levam os pacientes a sofrer medo e ansiedade frente ao atendimento
odontológico, através de uma pesquisa de campo realizada na Unidade Básica de
Saúde da Família - L045, localizada na zona leste da capital Manaus no período de
junho até outubro de 2017 utilizando como base um questionário para análises
posteriores da coleta de dados.

2 REVISÃO DE LITERATURA

O medo é uma das sensações primárias da nossa vida, uma reação de


defesa que pode ser constatada desde o princípio e nos mantém vigilante em
situações que representam perigo. Foi desenvolvido como um mecanismo de defesa
animal e é uma ferramenta de grande importância contra lesões ou a algo que
ameace a integridade vital, pois a experiência negativa de dor tem como
consequência o medo, e experiências cruciantes temos a tendência natural de evitá-
las (Kanegane, 2007; Murrer et al., 2015; Teles et al., 2016).
É despertado diante de algum estímulo de ameaça à integridade vital ou que
provoque algum tipo de desconforto somático, e é associado a uma série de fatores,
como por exemplo, ruídos fortes e repentinos, ausência de apoio corporal, pessoas
desconhecidas ou por alguma situação que esteja vinculada a dor. Desta forma o
medo é uma aversão ao desconhecido concreto. Portanto, o medo é uma reação de
defesa do indivíduo, presente desde o advento da vida a algo que pode ser um
perigo real (Wolf 2002; Medeiros et al., 2013; Teles et al., 2016).
Sendo assim, o perigo quando identificado, é causador do medo que é
produzido no cérebro, ele nos mantém vivos, aptos, fortes e diligentes às situações e
aos diferentes acontecimentos ao nosso redor nos tornando capaz de lutar ou fugir,
dispostos para reagir, porém quando é exacerbado nos atrapalha (Kanegane, 2007;
Lopes, 2009; Ulhoa et al., 2015).

6
A ansiedade é uma reação fisiológica do ser humano, é caracterizada como
uma reação de defesa a um perigo abstrato e tem uma definição identificada por
sensações de angústia, tensão, ânsia, inquietação, preocupação e nervosismo que
antecede momentos de possíveis perigos. A fisiologia do ser humano responde essa
reação de maneira desconfortável e desfavorável provocando respostas
psicossomáticas inconscientes. Portanto a ansiedade e uma reação de defesa de
algo abstrato (Medeiros et al., 2013; Murrer et al., 2015; Teles et al., 2016).
Em níveis regulares a ansiedade é completamente normal, uma de suas
funções é regular o organismo para possíveis situações. Suas reações são
equivalentes aos estímulos exercidos, porém haverá associação de um pequeno
desconforto (Kanegane et al., 2007; Teles et al., 2016).
É considerada patológica a ansiedade demasiada, ela intensifica as reações
fisiológicas do soma de formas variadas, por exemplo, frequência de batimentos
cardíacos elevada, sistema respiratório e tensionamento muscular exacerbados.
Relacionado aos aspectos físicos, acontece uma série de alterações, como falta de
ar, náuseas, sensação de secura na boca, sudorese, tremor, dores de cabeça entre
outras sintomatologias. Devido a este conjunto de sintomas o paciente se torna
apreensivo, angustiado, intranquilo e com uma certa tensão (Kanegane, 2007).
O medo relacionado ao tratamento odontológico, comumente tem o seu
início na infância ou na juventude e está associado a experiências desagradáveis,
negativas e dolorosas, o ambiente odontológico e até mesmo comentários e ideias
negativas que foram retratadas por outras pessoas. Esse medo converte-se em uma
espécie de círculo vicioso. Quando o tratamento preventivo é negligenciado e
postergado, a condição de saúde oral deste paciente se torna pobre e acaba por si
só exigindo tratamentos emergenciais invasivos e incômodos, tendo como resultado
o medo e a esquiva do tratamento odontológico sendo assim o círculo está
instaurado (Bottan et al., 2007; Murrer et al., 2015; Teles et al., 2016).
A ansiedade relacionada ao tratamento odontológico, é bastante específica do
que a ansiedade geral e também é considerada como um bloqueio durante o
atendimento clínico odontológico dos pacientes que necessitam de tratamento,
provocando uma repercussão negativa na saúde oral e como resultado prejudicando a
higiene bucal, pois a ansiedade tem como consequência a procrastinação da consulta
odontológica, tem grande domínio sobre o paciente e está intimamente ligada

7
a satisfação com o cirurgião dentista e o seu desempenho (Kanegane 2007;
Medeiros et al., 2013; Murrer et al., 2015; Teles et al., 2016).
O medo e a ansiedade são reações próximas e corriqueiras a estes
pacientes; a sua diferenciação é, que o medo é uma reação que provoca o corpo
para uma resposta rápida e a ansiedade provoca um aumento e intensificação das
recepções de estímulos, a expectativa de sentir dor ou não, pode ocasionar uma
protelação na visita ao dentista, portanto pode ocorrer a formação de um obstáculo
na visita a consulta odontológica (Kanegane, 2007; Bottan et al., 2007; Teles et al.,
2016).
Para modificar essa real situação se faz necessário que o profissional saiba
identificar essas reações no paciente. É necessário que, quando acadêmico possa
entender como se forma o medo odontológico e manobras para contorná-lo, e a
comunicação entre dentista/paciente devido ao atendimento, é uma importante
ferramenta nessa dessensibilização dessas reações (Bottan et al., 2007).

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Método de Pesquisa para Identificação dos Estudos

A metodologia utilizada no presente trabalho foi uma pesquisa de caráter


exploratório e descritivo devido à alta rotatividade de pacientes nas unidades básicas
de saúde e as diferenças sociais desses pacientes, através da aplicação de um
questionário (Apêndice 1) conciso referente as manifestações do medo e ansiedade
no ambiente odontológico, bem como suas experiências em atendimentos
anteriores, noções básicas de higiene bucal, fatores causais do medo e ansiedade e
frequência nas consultas odontológicas, apresentando análises qualitativas e
quantitativas.

3.2 Estratégia para Pesquisa

Foi realizado a formulação de um questionário para pesquisa manual,


conforme o anexo 1, efetuada no período de junho de 2017 até outubro de 2017 na

8
unidade básica de saúde da família – L045 localizada na zona leste, bairro São José
Operário no município de Manaus-Amazonas.

3.3 Critérios de Inclusão

Para compor a amostra foram entrevistados pacientes da unidade básica de


saúde – L045 levando em consideração os pacientes com idades de 14 a 70 anos,
tanto do gênero masculino quanto feminino sem levar em considerações as
diferenças sociais desses pacientes.

3.4 Critérios de Exclusão

Pacientes com idade inferior a 14 anos.

3.5 Seleção e Extração dos Dados

Foi utilizado um questionário de 8 perguntas de múltipla escolha direcionada


aos pacientes da unidade básica de saúde da família no período junho de 2017 até
outubro de 2017. Os pacientes foram informados que se tratava de uma pesquisa e
assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Todos os questionários
foram feitos pelo mesmo pesquisador para análises posteriores da coleta de dados.
A seguir foi feita uma seleção manual e tabulação das informações utilizando o
Microsoft Excel através de tabelas e gráficos.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram do estudo 70 pacientes com a faixa etária em torno de 14 a 70


anos, destas, 59 (84%) do gênero feminino e 11 (16%) do gênero masculino. Não foi
possível estabelecer um padrão de idade e gênero devido mínima participação do
gênero masculino conforme gráfico 1 e tabela 1, esses resultados são similares ao
trabalho de Murrer et al., 2015, e também refletem a pesquisa de Gomes et al.
(2007), onde ficou claro que a busca do gênero masculino pelos serviços de saúde é

9
mínima comparado ao gênero feminino. Existem vários fatores responsáveis pela
ausência do gênero masculino, porém o mais citado é as crenças culturais, onde a
ideia do “ser homem” está vinculada ao aspecto forte, vigoroso e destemido, se em
segundo plano este for associado a idéia de cuidados preventivos aspira-se em
fragilidade, podendo ter a sua imagem vinculada ao medo, fraqueza e insegurança o
aproximando de possíveis representações do ambiente feminino, e essa atitude teria
como consequências a dúvida da sua masculinidade perante a sociedade,
impossibilitando a prática do cuidado com o corpo e saúde.
Braz (2005), também apontou que o gênero masculino buscou menos o
atendimento do que o gênero feminino, seu nível de morbimortalidade é maior
quando comparado ao gênero feminino devido a construção da subjetividade
masculina que é algo bastante complexo, pois se justifica em formar uma oposição
contra ideias do ambiente feminino. Portanto nessa pesquisa não foi possível
estabelecer um padrão quanto a gênero masculino e feminino devido à pouca
participação masculina na pesquisa.

Gráfico 1 – Gênero dos Pacientes entrevistados

16%

84%
Masculino

Feminino

10
Tabela 1 – Representação da porcentagem dos gêneros envolvidos.

Gênero Quantidade %
Feminino 59 84,29%
Masculino 11 15,71%
Total Geral l70 100,00%

Em relação ao medo do dentista, de todos os entrevistados 61%


responderam que não tem medo do dentista, e 39% afirmaram ter medo, conforme o
(Gráfico 2) e a tabela 2, representado abaixo. Esse resultado é similar ao estudo de
Colares, et al. (2004), nesta pesquisa uma pequena porção, porém significante dos
entrevistados (23%), relataram ter adiado ou faltado a consulta odontológica devido
as reações de medo e/ou ansiedade enquanto os outros entrevistados (77%)
relataram nunca ter adiado ou faltado a consulta odontológica por motivos de medo
e/ou ansiedade.

Gráfico 2 - Você tem medo de dentista?

Não
39%

Sim Não
61% Sim

11
Tabela 2 – Representação sobre o medo de dentista.

Pergunta Quantidade Porcentagem


Não 43 61,43%
Sim 27 38,57%
Total Geral 70 100,00%

Quanto ao medo e ansiedade antes do tratamento odontológico 61% dos


pacientes responderam que sim, enquanto 39% afirma que não. Diante do contexto
da pesquisa torna-se evidente que o fator causal do medo e ansiedade dos
pacientes envolvidos na pesquisa não é o cirurgião dentista propriamente dito e sim
o tratamento odontológico a ser realizado. Igualmente ao trabalho realizado por
Bottan et al., 2007) onde os resultados de ansiedade se apresentaram altos e os
pacientes que não realizaram a consulta ao serem questionados informaram que a
principal causa foi o medo do tratamento odontológico.

Gráfico 3 - Você fica com medo ou ansioso antes do tratamento odontológico?

Não
39% Não
Sim

Sim
61%

12
Tabela 3 – Representação da porcentagem sobre o medo ou ansiedade antes do
tratamento odontológico

Pergunta Quantidade Porcentagem


Não 27 38,57%
Sim 43 61,43%
Total Geral 70 100,00%

No que diz respeito aos principais fatores causais das reações de defesa
medo e ansiedade são: medo da agulha ou instrumentos 34%, os barulhos
realizados 30%, experiências desagradáveis 17%, meus conhecidos dizem ser ruim
10%, falta de confiança no diagnóstico do dentista 7%, e 2%, relataram o medo de
“falsos dentistas”. Portanto fica claro que a principal reação de medo e ansiedade
dos pacientes é desencadeada devido ao medo da agulha e outros instrumentos,
essa atitude pode ser de fácil percepção quando realizamos a etapa anestésica, o
desconforto do paciente é visivelmente claro.
Este resultado coincide com a pesquisa de Costa et al. (2012), onde é
relatado que a ansiedade é um fator determinante para a dor e está intimamente
relacionada ao procedimento de anestesia local, onde mais utilizamos agulha.
No trabalho de Bottan et al., (2007) os resultados foram diferentes, os
pesquisadores relataram como fator desencadeador das reações de medo e
ansiedade a cadeira odontológica, cirurgião dentista, brocas e seringa/agulha.
Os resultados foram parecidos na pesquisa de Marques et al., (2010) onde o
instrumento de alta rotação foi indicado como o maior desencadeador das reações
de medo.
Diferentemente do que foi relatado anteriormente no trabalho de Locker et
al. (1995), onde a ansiedade e o medo estavam associados a experiências
anteriores desagradáveis.
No trabalho de Singh et al., (2000) é relatado que os pacientes que já
realizaram tratamento odontológico com anestesia são mais temerosos do que os
pacientes que realizaram tratamento sem anestesia.

13
Gráfico 4 – Possíveis fatores que desencadeiam o medo e a ansiedade.

Em caso de "sim". Por quê?


falsos dentistas
2%
Falta de
confiança
no
diagnóstic

Tive experiências
o do
dentista
falsos dentistas
7%

desagradáveis
17%

Falta de confiança no
diagnóstico do dentista

Medo da agulha ou
Medo da agulha ou instrumentos
instrumentos
Os barulhos 34% Meus conhecidos dizem ser
30% ruim

Meus Os barulhos
conhecidos
dizem ser
ruim
10% Tive experiências
desagradáveis

Tabela 4 – Percentual de fatores que desencadeiam o medo e a ansiedade

Fatores Quantidade %
Medo da agulha ou instrumentos 20 33,90%
Os barulhos 18 30,51%
Tive experiências desagradáveis 10 16,95%
Meus conhecidos dizem ser ruim 6 10,17%
Falta de confiança no diagnóstico
do dentista 4 6,78%
Falsos dentistas 1 1,69%
Total Geral 59 100,00%

14
5 CONCLUSÃO

Baseado nos dados obtidos nesta pesquisa, podemos concluir que:

 O medo e a ansiedade dos pacientes estão relacionados ao


tratamento odontológico e não ao profissional cirurgião dentista em si.

 As reações de defesa medo e ansiedade estão presentes desde o
advento de nossa vida e sempre que necessário elas irão vir a tona
como uma maneira de regular e proteger nosso organismo.
 As principais causas que desencadearam o medo e a ansiedade
foram a presença de agulhas, etapas anestésicas, alta rotação e
qualquer outro instrumento que pareça agressivo.

 Sobre os gêneros masculino e feminino, não foi possível estabelecer
uma proporção devido a participação mínima do gênero masculino.

 Proponho que sejam realizadas mais pesquisas neste âmbito pois foi
verificado que existem poucas informações sobre o assunto abordado.

15
REFERÊNCIAS

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17
APÊNDICE 1 – Questionário para pesquisa exploratória e descritiva

MEDO E ANSIEDADE FRENTE AO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO

Nome: ______________________________________________________________

Idade: _____

Gênero:_____________________________________________________________

Profissão:___________________________________________________________

Telefone:____________________________________________________________

Escolaridade:________________________________________________________

1) Você tem medo de dentista?


( ) SIM ( ) NÃO

2) Em caso de sim. Por quê?


( ) Tive experiências desagradáveis
( ) Meus conhecidos dizem ser ruim
( ) Os barulhos
( ) Medo da agulha ou instrumentos
( ) Falta de confiança no diagnóstico do dentista
( ) Outros:__________________________________________________

3) Você já recebeu instruções de higiene bucal?


( ) SIM ( ) NÃO

4) Você fica com medo ou ansioso antes do tratamento odontológico?


( ) SIM ( ) NÃO

5) Você costuma pesquisar sobre procedimentos e possíveis diagnósticos antes


do tratamento odontológico?
( ) SIM ( ) NÃO

6) Você observa quais instrumentais o dentista utiliza durante o tratamento


odontológico?
( ) SIM ( ) NÃO

7) Qual a frequência que você vai ao


dentista? ( ) 1 vez ao ano
( ) Cada 6 meses
( ) Só quando tenho dor
( ) Nunca fui

18
8) Marque os procedimentos odontológicos abaixo, que você já realizou
ao decorrer da vida.

( ) Profilaxia “Limpeza” ( ) Restauração “Obturação”


( ) Endodontia “Canal” ( ) Aparelho ortodôntico
( ) Exodontia “Extração” ( ) Outros:_________________

___________________________________ _____/_____/_____
Assinatura do Entrevistado Manaus - AM

19
APÊNDICE 2 – Termo de consentimento livre e esclarecido

Dados de identificação

Título da Pesquisa: MEDO E ANSIEDADE FRENTE AO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO


Pesquisador Responsável: José Luiz Dórea Raposo
Nome do participante:
Idade: R.G.:
Responsável legal (quando for o caso): R.G.:

Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário, do projeto de pesquisa
“Medo e ansiedade frente ao atendimento odontológico”, de responsabilidade do
pesquisador José Luiz Dórea Raposo.
Leia cuidadosamente o que segue e me pergunte sobre qualquer dúvida que você tiver. Após
ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso aceite fazer parte do estudo, assine ao
final deste documento, que consta em duas vias. Uma via pertence a você e a outra ao
pesquisador responsável. Em caso de recusa você não sofrerá nenhuma penalidade.

Declaro ter sido esclarecido sobre os seguintes pontos:

1. O trabalho tem por objetivo identificar quais os fatores causais das reações de medo e
ansiedade frente ao atendimento odontológico;

2. A minha participação nesta pesquisa consistirá em responder um questionário conciso


referente as manifestações do medo e ansiedade no ambiente odontológico, bem como
experiências em atendimentos anteriores, noções básicas de higiene bucal, fatores causais do
medo e ansiedade e frequência nas consultas odontológicas. As entrevistas serão realizadas nas
dependências da unidade básica de saúde da família – L045.

3. Ao participar desse trabalho estarei contribuindo para a identificação e estudo dessas reações
e para o desenvolvimento de novos trabalhos a respeito deste assunto.

4. Não terei nenhuma despesa ao participar da pesquisa e poderei deixar de participar ou retirar meu
consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar, e não sofrerei qualquer prejuízo.

5. Fui informado e estou ciente de que não há nenhum valor econômico, a receber ou a pagar,
por minha participação.

20
6. Meu nome será mantido em sigilo, assegurando assim a minha privacidade, e se eu desejar
terei livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas
consequências, enfim, tudo o que eu queira saber antes, durante e depois da minha
participação.

7. Fui informado que os dados coletados serão utilizados, única e exclusivamente, para fins
desta pesquisa.

8. Qualquer dúvida, pedimos a gentileza de entrar em contato com José Luiz Dórea Raposo,
pesquisador responsável, telefone: (92) 991285345, e-mail: contatoraposoluiz@gmail.com.

Eu, __________________________________________, RG nº _____________________ declaro ter sido informado


e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.

Manaus-Am, _____ de ___________________ de 2017.

_________________________________________________________________________
Assinatura do participante

_________________________________________________________________________________
Nome e assinatura do responsável por obter o consentimento

21

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