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MINISTÉRIO DA SAÚDE

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ)

TÍTULO DO PROJETO:

ANÁLISE DO IMPACTO DOS MODELOS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA


CONVENCIONAL E AGROECOLÓGICO NA SAÚDE E NO AMBIENTE
E SUAS IMPLICAÇÕES NOS MODOS DE VIDA E NAS POLÍTICAS
PUBLICAS NO ESTADO DO CEARÁ

Impact analysis of conventional and sustainable agriculture productive models in


health and the environment and its implications in livelihoods and public policies in
the state of Ceará, Brazil

Instituição de execução do projeto (proponente): Fundação Oswaldo Cruz – Ceará


(Fiocruz)
Coordenador do projeto: Fernando Ferreira Carneiro

Vínculo empregatício: Pesquisador. Quadro Efetivo da Fiocruz, lotado na Fiocruz


Ceará.

Endereço Profissional: Avenida Santos Dumont, 5753 – 13º andar – sala 1303–
Papicu – Fortaleza, CE
Telefone: (85) 32651832
E-mail para contato: fernando.carneiro@fiocruz.br

FORTALEZA, 2016
1
RESUMO

A saúde humana está relacionada aos aspectos ambientais, trabalho, lazer, renda,
educação, moradia, comunicação, transporte, cultura, e também aos serviços de saúde. O
Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil deve atuar compreendendo a saúde das
populações de forma ampla e complexa, que envolve o modelo de desenvolvimento
econômico, a produção agrícola, o processo de trabalho, as condições ambientais, os
riscos, as doenças, os modos de vida, saberes e cultura.
As populações do campo no Brasil são predominantemente usuárias do SUS, e tem
o modo de vida atrelado à convivência com o ambiente e o trabalho na agricultura,
estando expostas a diversos riscos à saúde e doenças. Destaca-se que ainda permanecem
desconhecidos diversos agravos a saúde destas populações por ausência ou insuficiência
de acesso a serviços de saúde, como também de pesquisas, principalmente as que
relacionam o trabalho e o ambiente como categorias centrais para a saúde humana.
Neste cenário do Brasil rural é hegemônico a produção agrícola dependente dos
agrotóxicos. Em relação a este tema a maioria das pesquisas analisa de forma isolada a
exposição a um único ingrediente ativo e, geralmente, sob uma única via de exposição,
situação que não condiz com o contexto de exposições a múltiplos produtos que é
vivenciado no cotidiano do trabalho pelos agricultores.
Ao analisar a toxicidade decorrente da exposição a produtos químicos deve-se
considerar as condições em que acontece a exposição humana aos agrotóxicos, em que
estão presentes múltiplas exposições e uma grande diversidade de outros condicionantes
bio-sócio-ambientais que podem interferir no fenômeno de toxicidade.
Esse modelo químico-dependente reveste-se de um processo de insustentabilidade
ambiental, sendo produtor de situações de vulnerabilidades e nocividades, gerando danos
à saúde das populações, em especial à dos trabalhadores, expostos com maiores
frequência e intensidade a esses produtos, além de danos ambientais e elevados custos
econômicos e sociais.
Por outro lado, a transição agroecológica e a agroecologia vem sendo praticada por
diversas comunidades camponesas, representando um novo paradigma na agricultura
brasileira, baseada na sustentabilidade ambiental, econômica e social, onde as relações de
gênero, etnia e cultura passam a ser elementos valorizados e cultivados. A agroecologia,
além de ser uma ciência ou técnica, representa um novo modo de vida defendido pelas
comunidades e que vem ganhando espaços nas políticas públicas no Brasil.
Este projeto visa analisar o impacto do modelo de produção agrícola convencional,
baseado no uso intensivo de agrotóxicos, e da agricultura agroecológica no ambiente e na
saúde da população no Maciço do Baturité – Ceará, identificando suas implicações para as
políticas públicas e para os modos de vida na região estudada. O Maciço do Baturité, onde
convivem o modelo de agricultura agroecológica e o convencional, é composto por 13
municípios, sendo reconhecido como um importante produtor de hortaliças, frutos e flores
no estado do Ceará. As práticas utilizadas na agricultura (convencional e agroecológica)
promovem impactos diferentes na saúde da população, principalmente dos trabalhadores
envolvidos no processo produtivo. Neste território, os riscos e a magnitude das
intoxicações causadas pela exposição a agrotóxicos nas comunidades afetadas e nos
grupos de trabalhadores envolvidos nestas atividades são pouco conhecidos, com poucos
estudos que abordem aspectos epidemiológicos e toxicológicos destas exposições.
Analisar a situação de saúde dos trabalhadores e as comunidades expostas a
múltiplos ingredientes ativos de agrotóxicos neste território, buscando identificar a
exposição, os perigos, os riscos, a magnitude das intoxicações e as doenças relacionadas
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ao trabalho pode contribuir com a estruturação de ações e serviços de atenção, promoção,
prevenção e vigilância em saúde, dando suporte ao SUS na sua atuação como política
pública. Mapear as experiências agroecológicas e o processo de trabalho, bem como as
implicações destas práticas na saúde das famílias pode subsidiar e indicar inovações no
cuidado a saúde e ao ambiente para as populações camponesas.
Este estudo irá contribuir com o fortalecimento da Política Nacional de Saúde
Integral das Populações do Campo, da Floresta e Águas (PNSIPCFA), da Política
Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO); da Política Nacional de
Atenção Básica (PNAB), da Política Nacional da Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora
(PNASTT), no desenvolvimento de metodologias participativas e de instrumentos de
abordagem das relações produção, ambiente e saúde no território; no fortalecimento da
parceria técnico-científica entre a Fiocruz-CE, a Universidade da Integração Internacional
da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e a Secretaria Estadual de Saúde, os Centros
Regionais de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), a Escola de Saúde Pública
do Ceará, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, a Secretaria Estadual de Ciência e
Tecnologia e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com
os movimentos sociais do campo da região como o Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST).

Palavras-chave: agrotóxicos; agroecologia; exposição ambiental; fatores de risco; saúde da


população rural; toxicologia.

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ABSTRACT

Human health is related to environmental aspects, work, leisure, income, education,


housing, communications, transportation, culture, and health services. The Brazilian
National Health System (NHS) must comprise the complexity of the health determination
process, with involves the economic development model, agricultural production, work
process, environmental conditions, risks, diseases, lifestyles, knowledge and culture.
Rural populations in Brazil are predominantly users of NHS, and their way of life
are associated to coexistence with the environment and work in agriculture, leading to
multiple health risks and diseases. It is noteworthy that many diseases in rural populations
remain unknown due to lack or insufficient access to health services, as well as research,
particularly those relating labor and the environment as central categories to human
health.
In Brazilian rural scenario the use of pesticides in agricultural production is
hegemonic. A large number of researches analyzes individually the exposure to a single
active ingredient and usually considers only one route of exposure, a situation that is not
consistent with the exposure to multiple products on daily routine of farmers.
Nevertheless, in chemical poisoning scenario is essential to consider the conditions
under which happens the human exposure to pesticides, where there are multiple
exposures and a wide variety of other bio-socio-environmental conditions that can
influence the toxicity phenomenon.
This chemical-dependent model is of a process of environmental unsustainability
and produces situations of vulnerability and harmfulness, causing damage to the health of
people, especially to the workers, which are more often exposed to pesticides than the
general population and in greater intensity to these products, as well as environmental
damage and high economic and social costs.
On the other hand, the agro-ecological transition and sustainable agriculture has
been practiced for several rural communities, representing a new paradigm in Brazilian
agriculture, based on environmental, economic and social sustainability, where gender
relations, ethnicity and culture become valued and cultivated elements. Besides being a
science or technique, sustainable agriculture is a new way of life advocated by
communities and which is achieving novel spaces in public policies in Brazil.
This project aims to analyze the impact of conventional agricultural production
model and sustainable agriculture on the environment and health of the population in the
“Maciço do Baturité” territory, state of Ceará – Brazil, identifying their implications for
public policy and for the livelihoods. The thirteen municipalities of Maciço do Baturité
territory, where coexists both agro-ecological and conventional agriculture models, are
recognized as important producers of vegetables, fruits and flowers in the state of Ceará.
The methods used in agriculture causes different impacts on the health of the population,
especially to the workers involved in the production process. In this territory, the risks and
the extent of poisoning caused by exposure to pesticides in the affected communities and
groups of workers involved in these activities are not well known, with few studies
addressing epidemiological and toxicological aspects of these exhibitions.
To analyze the health situation of workers and communities exposed to multiple
active ingredients of pesticides in this area in order to identify the exposure, dangers,
risks, magnitude of poisoning and diseases related to work can contribute to the
development of programs and services focused attention, promotion, prevention and
health surveillance, supporting the NHS in its role as public policy. The mapping of
sustainable agriculture experiences and work process, and the implications of these
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practices on the health of families can support and display innovations in the healthcare
and environmental protection for rural populations.
This study will contribute to the strengthening of the National Policy of Integral
Health of the Populations of the Field and the Forest; the National Policy for Agroecology
and Organic Production; the National Primary Health Care Policy; and the Occupational
Health National Policy. Also, it will reinforce the development of participative
methodologies andt the strengthening of technical and scientific partnership between
Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz), the University of International Integration of the
Afro-Brazilian Lusophony, the State Department of Health, the Reference Centers in
Occupational Health, the Public Health School of Ceará State, the State Department of
Environment, the State Ministry of Science and Technology, Brazilian Agricultural
Research Corporation, and rural social movements as the Brazil's Landless Workers
Movement.

Keywords: pesticides; sustainable agriculture; environmental exposure; risk factors; rural


health; toxicology.

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1. IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA

Nos últimos anos o Brasil vem se estabelecendo como um dos maiores produtores
de commodities provenientes do agronegócio como soja, milho, café e açúcar. A produção
de bens primários, de baixo valor agregado e baixo teor tecnológico tem aumentado
sistematicamente sua participação na geração de renda e atração de investimentos no país,
em detrimento dos produtos manufaturados. Esta especialização da pauta de exportações
brasileira tem se concentrado, em termos de valor, em commodities agrícolas e minerais
(CARVALHO; CARVALHO, 2011; SILVA, 2013; TEIXEIRA, 2013).
Esta inserção da economia brasileira surge como uma resposta à estagnação
econômica de décadas precedentes, e a estratégia estruturada para a saída dessa crise é
articulada pelo Brasil como uma nova forma de inserção na divisão internacional do
trabalho (DELGADO, 2012). O país desponta como provedor de bens primários no
comércio mundial, reestruturando a aliança das cadeias agroindustriais, da grande
propriedade fundiária e do Estado, promovendo um estilo de expansão agrícola, porém
sem reforma social.
Tal dependência política e econômica tornou o país o maior consumidor de
agrotóxicos do mundo. O crescente consumo de agrotóxicos e fertilizantes químicos pela
agricultura brasileira é proporcional ao aumento das monoculturas, cada vez mais
dependentes dos insumos químicos e do cultivo de transgênicos. Desde 2005, ano em que
o Brasil aprovou sua Lei de Biossegurança, a área plantada com sementes geneticamente
modificadas mais do que triplicou, de 9,4 milhões para 32 milhões de hectares
(CARNEIRO et al., 2012; FREITAS, 2012).
O consumo de agrotóxicos está diretamente relacionado ao aumento de agravos
agudos, subcrônicos e crônicos relacionados à exposição química. Nos EUA são
registrados de 10 a 15 mil novos casos de câncer por ano associados ao uso de
agrotóxicos. Os custos decorrentes da contaminação por agrotóxicos ultrapassam o valor
de um bilhão de dólares/ano, distribuídos em hospitalização, tratamento, mortes e perdas
de capacidade laboral (PIMENTEL; BURGESS, 2014).
Vários estudos têm evidenciado a contaminação ambiental e de populações rurais
em todo Brasil, expondo em detalhes os mecanismos e as consequências desse processo
de contaminação ampliada e suas interações, limites e desafios para as políticas de
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promoção da saúde no campo (CARNEIRO et al., 2012; RIGOTTO; VASCONCELOS;
ROCHA, 2014).
De acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN), entre 2007 e 2011 houve um crescimento de 67,4% de novos casos de acidentes
de trabalho não fatais devido a agrotóxicos no Brasil, e a incidência de intoxicações
aumentou em 126,8% (RIGOTTO; VASCONCELOS; ROCHA, 2014).
Apesar das estimativas apontarem uma situação grave, diversos estudos evidenciam
subnotificação dos casos de intoxicação no Brasil (ALBUQUERQUE et al., 2015;
SILVA, 2015; MALASPINA; LISE; BUENO, 2011; JORGE; LAURENTI; GOTLIEB,
2010; BOCHNER, 2007; FARIA; FASSA; FACCHINI, 2007; PERES; OLIVEIRA-
SILVA; DELLA-ROSA; LUCCA, 2005). Entre os casos notificados existem diferentes
problemas nos Sistemas de Informação em Saúde (SIS) como não identificação de casos
crônicos, dados incompletos, inadequados e informações que não possuem capacidade de
subsidiar ações (ALBUQUERQUE et al., 2015; SILVA, 2015; JORGE; LAURENTI;
GOTLIEB, 2010; FARIA; FASSA; FACCHINI, 2007; MORAES; SANTOS, 2001;
BRANCO, 1996).
No estado do Ceará, estudos revelam a contaminação da água para consumo
humano em Limoeiro do Norte, mostrando a presença de até dez ingredientes ativos de
agrotóxicos diferentes em cada amostra analisada, evidenciando a exposição múltipla aos
agrotóxicos (MARINHO, 2010). A análise do consumo de agrotóxicos em hortaliças
mostrou que a concentração de agrotóxicos por hectare poderia chegar de 8 a 16 vezes
mais que na cultura da soja (ALMEIDA, CARNEIRO, VILELA, 2009).
Mesmo diante da existência de evidências inequívocas quanto aos riscos, perigos e
danos provocados à saúde pelas exposições agudas e crônicas aos agrotóxicos, estudos
analisam de forma isolada a exposição a um único ingrediente ativo, geralmente, sob uma
única via de exposição, não refletindo o cenário de exposições a múltiplos produtos,
vivenciado na prática pela população (CARNEIRO et al., 2012; FRIEDRICH, 2013).
Pesquisas se baseiam na falsa premissa que o corpo humano pode ingerir, inalar ou
absorver certa quantidade de resíduos de agrotóxicos sem acarretar consequências à
saúde, considerando existir doses seguras de exposição ou então do risco aceitável
(AUGUSTO, 2011). A contaminação e a mistura de agrotóxicos são frequentes no
trabalho agrícola, embora não se considere a interação que os diversos compostos
químicos podem estabelecer entre si e sistemas biológicos orgânicos, o que pode
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modificar o comportamento tóxico do produto e acarretar efeitos diversos sobre a saúde
dos trabalhadores expostos (SILVA et al., 2005).
Em contraponto ao modelo de produção baseado no uso de agrotóxicos, podem ser
observadas no Brasil diversas experiências produtivas em transição agroecológica, sendo
crescente o consumo destes produtos pela população. A produção de base agroecológica
não tem como foco central o mercado consumidor externo e envolve, em sua maioria,
pequenos agricultores, ou agricultores familiares que produzem alimentos para consumo
local e regional, sejam eles organizados em associações ou não. Este modelo produtivo é
particularmente expressivo na região Nordeste e no estado do Ceará.
Um exemplo é o Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica do
Maciço de Baturité (NEA), implantado na Universidade da Integração Internacional da
Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) na Fazenda Piroás, localizada, no distrito de Barra
Nova, zona rural de Redenção, um dos municípios desse estudo. Com uma área total de
33,5 hectares e distando 16 km da sede do município de Redenção, sua implantação faz
parte de Projeto financiado pelo CNPq.
Os movimentos sociais do campo, da floresta e das águas tem lutado para fortalecer
este modelo de produção, e nos últimos anos observa-se a consolidação da Política
Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), lançada em 2012. Essa política
visa integrar, articular e adequar políticas, programas e ações indutoras da transição
agroecológica e da produção orgânica e de base agroecológica, contribuindo para o
desenvolvimento e a qualidade de vida da população por meio do uso sustentável dos
recursos naturais e da oferta e consumo de alimentos saudáveis (BRASIL, 2012).
A agroecologia tem suas raízes nos métodos e práticas tradicionais de manejo
produtivo dos ecossistemas que se baseiam na valorização dos recursos naturais
disponíveis em cada localidade. Assim, contrapõe-se aos processos tecnológicos impostos
que desprezam os saberes que se apoiam nos conhecimentos acumulados ao longo de
várias gerações especialmente junto aos agricultores familiares e populações tradicionais
(SANTOS; CURADO, 2012).
Apesar do conhecimento de que práticas agroecológicas guardam características
promotoras de saúde, estudos relacionando agroecologia e saúde são pouco frequentes.
Esse modelo, quase sempre de base familiar e comunitária, pode contribuir para fortalecer
laços culturais, ampliando o acesso a alimentos saudáveis e nutritivos. O
produtor/agricultor gerencia seu modo de trabalho considerando o tempo, a carga de
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trabalho e a matéria-prima do seu trabalho, não trazendo riscos imediatos à saúde. Nesse
sentido, estudos que aprofundem as análises das situações de saúde destas populações
camponesas que tem o modo de vida alicerçado nesta estreita relação do ambiente-
trabalho, com vistas a indicar os riscos e agravos como também aspectos promotores da
saúde relacionados a agroecologia se fazem necessários.
A convivência dos modelos produtivos convencional e de base agroecológica se
materializa no estado do Ceará na região do Maciço de Baturité, que possui população de
230.523 mil habitantes (IBGE, 2010) e contempla treze municípios: Aratuba,
Guaramiranga, Pacoti, Palmácia, Mulungu (sub-região Serrana), Baturité, Capistrano,
Itapiúna, Aracoiaba, Redenção e Acarape (sub-região dos Vales/Sertão), Barreira e Ocara
(sub-região de Transição).
Os municípios que compõem este território são importantes produtores de
hortaliças, frutos e flores, destacando-se algumas culturas tradicionais como café, banana,
caju, cana-de-açúcar (para a produção de cachaça), e culturas em expansão como flores,
frutas tropicais irrigadas, sorgo, mel e hortaliças. Nessa região o baixo nível tecnológico e
o uso de agrotóxicos reduzem a competitividade da região e aumentam a pressão
ambiental (CEARÁ, 2004). No território, fontes locais relacionaram o aumento dos casos
de câncer que se verifica nos últimos anos na região do Maciço de Baturité, à
contaminação dos alimentos e água por agrotóxicos (BRASIL, 2010).
Ainda em relação ao câncer, um estudo ecológico realizado em alguns municípios
do estado do Ceará no período de 2000 a 2010 mostrou tendência de aumento
estatisticamente significante (p = 0,026) nas taxas de internações por neoplasias, que foi
1,76 vezes maior nos municípios com expansão do agronegócio e uso intensivo de
agrotóxicos em relação aos municípios de agricultura familiar tradicional (p < 0,001)
(RIGOTTO et al., 2013).
No Ceará, os riscos e a magnitude dos danos causados pela exposição a agrotóxicos
nos grupos de trabalhadores da horticultura e floricultura são pouco conhecidos, inexistem
estudos que abordem aspectos epidemiológicos e toxicológicos na região do maciço de
Baturité, bem como o impacto que essas intoxicações trazem ao SUS.
Diante do exposto, a presente pesquisa tem como pergunta condutora “Como os
modelos de produção agrícola convencional e agroecológico impactam na saúde da
população e no ambiente na região do Maciço do Baturité – CE?

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2. QUALIFICAÇÃO DO PRINCIPAL PROBLEMA A SER ABORDADO

As populações rurais/camponesas no Ceará vivem em um cenário de


vulnerabilidade socioambiental, destacando-se entre os diversos riscos e agravos a saúde a
exposição aos agrotóxicos. Vários fatores participam da determinação da intoxicação
humana decorrente da exposição a agrotóxicos, dentre eles aqueles relativos às
características químicas e toxicológicas do produto, fatores relacionados ao indivíduo
exposto, às condições de exposição e condições gerais do trabalho.
Analisar a exposição a múltiplos ingredientes ativos e os contextos de
vulnerabilidade socioambiental relacionados à exposição química a agrotóxicos
considerando o modelo de produção agrícola adotado torna-se fundamental para entender
o impacto na saúde humana.
A compreensão dos efeitos tóxicos, em especial os crônicos, decorrentes da
exposição a múltiplos agrotóxicos, decorrentes dessa atividade, possibilitarão
compreender a complexidade envolvida na exposição multirresíduo, especialmente em
grupos populacionais vulnerabilizados.
Por outro lado, abordar o modelo de produção de base agroecológica possibilita
identificar formas inovadoras adotadas pelas comunidades na construção da
sustentabilidade ambiental e da justiça social, gerando impactos na saúde, e
consequentemente nas políticas públicas, promovendo cidadania.
No contexto de reprimarização da economia brasileira centrada no modelo químico
dependente causador graves problemas de saúde pública, é de fundamental importância
abordar modos de produção de base agroecológica que possibilitam identificar e
visibilizar formas inovadoras adotadas pelas comunidades na construção da
sustentabilidade ambiental e da justiça social, gerando impactos positivos na saúde, a fim
de subsidiar e estratégias de promoção da saúde e da cidadania por meio das políticas
públicas intersetoriais.
A Fiocruz no Ceará tem como um de seus objetivos estratégicos “fortalecer a
saúde promovendo a sustentabilidade para as populações do campo, das florestas, das
águas e das zonas urbanas vulneráveis mediante uma construção participativa”. Nesse
sentido, busca-se realizar pesquisas, atividades de ensino e inovação tecnológica visando a
promoção da equidade e da justiça social e ambiental.
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3. OBJETIVOS E METAS A SEREM ALCANÇADOS

a. Objetivo geral

Analisar o impacto dos modelos de produção agrícola convencional e agroecológico na


saúde da população e no ambiente e suas implicações para as políticas públicas e os
modos de vida na região do Maciço Baturité – Ceará.

b. Objetivos específicos

a) Delinear o perfil ecosociosanitário, histórico e a morbimortalidade da população na


região estudada com destaque para o câncer e os transtornos mentais;
b) Caracterizar os modos de vida e os sistemas de produção de base agroecológica e
convencional;
c) Identificar os contextos de vulnerabilidades e riscos socioambientais relacionados
à exposição aos agrotóxicos e os contextos promotores de saúde relacionados à
produção de base agroecológica no Maciço de Baturité;
d) Caracterizar os processos de trabalho e as formas de exposição dos trabalhadores
aos múltiplos ingredientes ativos de agrotóxicos;
e) Identificar os ingredientes ativos, classificação toxicológica e indicação do uso dos
agrotóxicos utilizados nas culturas estudadas;
f) Identificar os agrotóxicos presentes nas matrizes ambientais e em alimentos;
g) Avaliar o risco aditivo para a saúde humana decorrente da exposição simultânea a
múltiplos ingredientes ativos de agrotóxicos;
h) Mapear de forma participativa ações e estratégias no âmbito das políticas
territoriais que promovam o direito a saúde e a alimentação saudável;
i) Elaborar planos de ação considerando os elementos promotores e ameaçadores da
saúde, ambiente e da vida;
j) Estudar e propor alternativas para o uso dos agrotóxicos na região de estudo.
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4. INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO E METAS

Indicador (n; %)
Metas
Objetivos específicos Ano
Descrição (pt) Descrição (Eng) 1 2 3
Delinear o perfil eco-sócio-sanitário, histórico Design the profile of the resident
Delineamento do perfil da população
e a morbimortalidade da população na região population and workers of 13
residente e dos trabalhadores dos 13 40% 60% *
estudada com destaque para o câncer e os municipalities of the Maciço do
municípios do Maciço do Baturité
transtornos mentais Baturité
Caracterização de 02 modelos de Characterization of 02 production
Caracterizar os modos de vida e os sistemas produção: agrícola convencional models: conventional agriculture
de produção de base agroecológica e (pequeno e grande produtor) e de base (small and large producer) and 30% 30% 40%
convencional agroecológica e modos de vida sustainable agriculture and its
associados livelihoods

Identificar os contextos de vulnerabilidades e 02 mapeamentos das vulnerabilidades


02 mapping of vulnerabilities and
riscos socioambientais relacionados à e riscos socioambientais, sendo um
environmental risks (conventional
exposição aos agrotóxicos e os contextos para a agricultura de base 30% 30% 40%
and sustainable agriculture production
promotores de saúde relacionados à produção agroecológica e um para o modelo de
model)
de base agroecológica no Maciço de Baturité produção agrícola convencional

Caracterização dos processos de


Characterization of work processes in
Caracterizar os processos de trabalho e as trabalho nos 02 modelos de produção
02 production models: conventional
formas de exposição dos trabalhadores aos estudados: agrícola convencional 30% 30% 40%
(small and large producer) and
múltiplos ingredientes ativos de agrotóxicos (pequeno e grande produtor) e de base
sustainable agriculture
agroecológica

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Identificar os ingredientes ativos, Identificação de 100% dos
Identification of 100% of pesticide
classificação toxicológica e indicação do uso ingredientes ativos de agrotóxicos
active ingredients formally 50% 50% *
dos agrotóxicos utilizados nas culturas comercializados formalmente no
commercialized
estudadas Maciço do Baturité
Identificar os agrotóxicos presentes nas 144 amostras analisadas (solo, água, 144 samples analyzed (soil, water,
* 72 72
matrizes ambientais e em alimentos alimentos) food)
Avaliar o risco aditivo para a saúde humana 100% dos ingredientes ativos
100% of identified pesticides
decorrente da exposição simultânea a identificados e cadastrados no sistema * 50% 50%
analyzed
múltiplos ingredientes ativos de agrotóxicos analisados
Mapear de forma participativa ações e
estratégias no âmbito das políticas territoriais
01 mapeamento regional realizado 01 regional mapping conducted 30% 30% 40%
que promovam o direito a saúde e a
alimentação saudável
Elaborar planos de ação considerando os
elementos promotores e ameaçadores da 02 Planos de Ação elaborados 02 Action Plans elaborated * 30% 70%
saúde, ambiente e vida
Estudar e propor alternativas para o uso dos Realização de 10 treinamentos 10 formative processes performed * 05 05
agrotóxicos na região de estudo

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5. METODOLOGIA A SER EMPREGADA

A pesquisa utilizará a abordagem quantitativa e qualitativa com vistas a uma


análise multidimensional da saúde (acesso a serviços e situação de saúde da população em
estudo), do ambiente e da produção/trabalho.
No eixo quantitativo será realizada análise documental (pesquisas bibliográficas e a
revisão de literatura), clínica, epidemiológica descritiva e toxicológica, que considerará a
exposição a múltiplos ingredientes ativos de agrotóxicos nos contextos de
vulnerabilidades socioambientais.
No eixo qualitativo será realizada pesquisa-ação que utilizará técnicas como:
oficinas, rodas de conversa, elaboração de mapas e cartografia social que serão
conduzidas em grupos. Também serão realizadas visitas exploratórias ao território,
avaliação documental, aplicação de questionários e observação do processo de trabalho.
Os dados coletados de fontes primárias e secundárias constituirão o material de
análise por meio de uma triangulação de métodos e técnicas.
A área do estudo será o Maciço de Baturité – CE, região composta por 13
municípios em que coexistem os modelos de agricultura agroecológica e convencional,
tendo como foco os territórios afetados pelas cadeias produtivas relacionadas ao consumo
de agrotóxicos e nas áreas de produção agroecológica. O período do estudo será de 36
meses, iniciados a partir da aprovação do financiamento.
Os sujeitos da pesquisa serão os trabalhadores expostos a múltiplos ingredientes
ativos de agrotóxicos e comunidades residentes no entorno das áreas de produção agrícola
no Maciço do Baturité; os produtores/agricultores e comunidades agroecológicas; gestores
do SUS; trabalhadores da Estratégia Saúde da Família (ESF), Núcleo de Apoio a Saúde da
Família (NASF); representantes de entidades da sociedade civil e de movimentos sociais,
a serem definidos na fase exploratória da pesquisa.

Objetivos específicos a, b, c, d, e, h, j
Para a pesquisa bibliográfica, revisão da literatura e análise documental serão
utilizados periódicos indexados (MEDLINE, LILACS, SCIELO, EMBASE,
COCHRANE), livros, dissertações e teses. Também serão consideradas produções
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técnico-científicas de organismos nacionais e internacionais como a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), Agência de Proteção Ambiental (EPA/USA) e Agência
Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC).
Adicionalmente, a análise considerará as fontes disponibilizadas pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Sindicato Nacional da
Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (SINDIVEG), Instituto de Pesquisa e
Estratégia Econômica do Ceará (IPECE); Anuário Estatístico do Ceará; Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); Portal do
Governo do Estado do Ceará – Agência de Desenvolvimento do Ceará (ADECE); e da
Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (SESA), dentre outros de livre acesso.
Em relação à caracterização da região e do território, investigar-se-ão: história e
identidade da região/território; potencialidades e vulnerabilidades, tradições, cultura,
valores e hábitos; características demográficas da população, sua distribuição no sócio
espaço e condições socioeconômicas; organização social e política (processos de
mobilização e liderança, associações e grupos, temas e objetos de ação), qualidade e
condições de vida; atividades produtivas e econômicas (formais e informais); obras de
infraestrutura; projetos de desenvolvimento em implantação ou previstos para o território;
projetos comunitários; políticas públicas sociais e de saúde existentes; equipamentos
públicos; saneamento ambiental (abastecimento de água, esgoto doméstico, resíduos
sólidos domésticos); saneamento básico (águas superficiais e profundas, drenagem); áreas
preservadas; mobilidade segurança e qualidade dos alimentos; perfil de morbimortalidade;
problemas e desafios; conflitos – de poder, de uso e ocupação do território, culturais,
étnicos, ambientais e outros (SANTOS; RIGOTTO, 2011).
Os dados secundários serão utilizados para caracterizar o perfil social, econômico e
demográfico dos trabalhadores e comunidades rurais expostas à agrotóxicos; para
identificar os ingredientes ativos, classificação toxicológica e indicação do uso dos
agrotóxicos utilizados nas culturas estudadas; e para identificar os contextos de
vulnerabilidade no território estudado e seus conflitos socioambientais, permitindo a
elaboração do quadro das vulnerabilidades sociais, institucionais e ambientais
relacionadas com a exposição química a agrotóxicos.

15
Será analisado o perfil das intoxicações por agrotóxicos, especificamente em
trabalhadores e na população como um todo notificadas nos Sistemas de Informação em
Saúde (DATASUS), com destaque para: Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN), Sistema de Informações Hospitalares (SIH), Sistema de
Informações de Mortalidade (SIM), Sistema Nacional de Informações Tóxico-
Farmacológicas (SINITOX), Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária
(NOTIVISA). Buscar-se-ão dados relacionados às doenças e agravos relacionados aos
agrotóxicos em geral, com destaque para câncer e transtornos mentais.
Inicialmente serão realizadas visitas exploratórias para conhecimento do território e
identificação de informantes-chaves representantes do SUS, dos movimentos sociais e
sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais com vistas a uma aproximação com o
território. Seguir-se-á um mapeamento participativo (PESSOA et al., 2013), com o uso da
cartografia social para problematizar o território em suas dimensões socioeconômicas,
geográficas, históricas e culturais, na perspectiva dos atores envolvidos. Além de
reafirmar a relação de pertencimento a um território, a cartografia social desperta nas
comunidades o interesse pela solução de seus problemas (CARVAJAL, 2005).
Nesse sentido, será constituído um grupo de pesquisa-ação (THIOLLENT, 2008)
formado de camponeses/agricultores que trabalhem na agricultura convencional e no
modelo agroecológico, representantes de associações comunitárias, membros do conselho
de saúde local, representantes de entidades da sociedade civil organizada, movimentos
sociais ambientalistas, setores e seus respectivos órgãos e instituições relacionados à
saúde (atenção básica, vigilância em saúde do trabalhador e saúde ambiental) ambiente,
trabalho, educação, cultura, agricultura, dentre outros.
Com o processo participativo de mapeamento espera-se que sejam levantadas as
potencialidades, problemas e vulnerabilidades do território, que subsidiarão a elaboração
de um plano de ação que destaque: a) O acesso a saúde e as necessidades sociais e de
saúde dos trabalhadores e das comunidades do território estudado; b) Atores envolvidos
na sua construção; c) Responsáveis pela implementação das ações – trabalhadores,
comunidades, profissionais de saúde e outros, instituições e órgãos; d) Prazos para
execução das ações; e) Critérios e indicadores de avaliação e monitoramento da
implementação das ações (PESSOA, 2010; TEIXEIRA; RIGOTTO, 2013).
O contexto de exposição dos trabalhadores aos agrotóxicos e o processo de
trabalho dos trabalhadores vinculados a agroecologia no Maciço do Baturité serão
16
investigados mediante observação direta com a aplicação de roteiro adaptado de Santos e
Rigotto (2011), para estudo do processo de trabalho em sua relação com o ambiente
interno e externo à atividade produtiva, abordando os seguintes aspectos: a) Identificação
da empresa (razão social, localização, ramo de atividade); b) Aspectos históricos da
organização da empresa; c) Trabalhadores e relações de trabalho; d) Instalações da
empresa; e) Processo de produção; f) Organização do trabalho; g) Condições ambientais
de trabalho e atenção à saúde; h) Relação com o meio ambiente; i) Relações institucionais
com o município, o Estado, órgãos fiscalizadores do trabalho e do ambiente, o sindicato
dos trabalhadores.
Para complementação do estudo do processo de trabalho in loco, será formado um
grupo de pesquisa-ação de trabalhadores do território em pauta, a fim de que seja
elaborado um fluxograma do processo de trabalho e um mapa do processo de produção e
trabalho nas empresas (técnica da cartografia social) de modo que sejam problematizados
os riscos ocupacionais, as medidas de prevenção coletiva e individual adotadas, a
organização e as condições de trabalho, assistência à saúde dos trabalhadores ofertada
pelas empresas com foco no modelo de produção convencional e a adotada pelo modelo
de produção de base agroecológica do Maciço de Baturité, bem como a visão dos
trabalhadores dos dois modelos produtivos sobre o processo de trabalho que desenvolvem
e a influência que este exerce sobre sua saúde, vida social e familiar. Ao final desta fase,
será elaborado um plano de ação que aborde as questões citadas seguindo a estrutura do
plano de ação elaborado como produto do mapeamento do território.
Será realizado um estudo epidemiológico do tipo descritivo, por meio da aplicação
de um questionário semiestruturado visando à caracterização demográfica e
socioeconômica da população de trabalhadores exposta às múltiplas classes de
agrotóxicos e os trabalhadores vinculados a agroecologia no território estudado, segundo
as variáveis “tempo”, “espaço” e “pessoa”, bem como as dimensões relacionadas à
exposição aos agrotóxicos e possíveis danos e agravos (efeitos agudos e cônicos) à saúde
dos trabalhadores.
Serão realizadas rodas de conversa com os trabalhadores do SUS, das demais
políticas públicas relacionadas ao tema, entidades e movimentos sociais para mapear de
forma participativa as estratégias e mecanismos de atenção, promoção e proteção da
saúde.

17
Haverá o estudo das intoxicações entre os trabalhadores expostos por meio da
anamnese ocupacional, realizada em parceria com a SESA/CE.

Objetivo específico f
A análise de agrotóxicos em água e solo será realizada por cromatografia a gás
e/ou a líquido, usando como metodologia de preparo da amostra microextração em fase
sólida por contato direto e/ou extração em fase sólida com cartuchos de C18 e Florisil. A
análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos será realizada por cromatografia a gás
e/ou a líquido usando como metodologia de preparo da amostra o método Quechers
(extração rápida com acetonitrila) (ANASTASSIADES, 2007; PRESTES et al., 2009).

Objetivo específico g
Será realizada a caracterização do risco aditivo para a saúde humana decorrente da
exposição simultânea a múltiplos ingredientes ativos presentes em matrizes ambientais e
alimentos contaminados com resíduos de agrotóxicos mediante a determinação do risco
total de desenvolvimento de câncer e da toxicidade sistêmica (sobre diferentes órgãos e
sistemas) para os efeitos não carcinogênicos. No estudo da exposição crônica serão
utilizados os resultados das análises dos resíduos de agrotóxicos detectados nas amostras
analisadas no Maciço do Baturité no período considerado pelo estudo.
A determinação do risco aditivo para os efeitos carcinogênicos e da toxicidade
sistêmica para os efeitos não carcinogênicos será feita mediante o uso de um sistema
baseado na web, disponibilizado gratuitamente pelo Departamento de Energia dos EUA –
Sistema de Informação de Avaliação de Risco (RAIS). Trata-se de uma aplicação
localizada em um servidor que pode ser acessada por meio de um browser que utiliza
equações aditivas para estimar o risco total.
Para os efeitos não carcinogênicos, essa abordagem individual baseia-se no
estabelecimento do quociente de perigo (HQ – hazard quotient), baseado na Dose de
Referência (RfD-reference dose). A Dose de Referência é a estimativa da exposição diária
(mg/Kg dia) em que uma população humana não está sujeita a efeitos adversos
observáveis durante uma vida de exposição, associada à dose de ingestão diária média
pelo receptor, expressa pelo produto entre o NOAEL (Non Observed Adverse Effect
18
Level) e um fator de incerteza. Já o incremento na probabilidade de desenvolver câncer é
estimado a partir da potência ou fator de carcinogenicidade (SP – Slope Factor),
calculado para carcinógenos ou substâncias potencialmente carcinógenas.

Objetivo específico j

Para delinear alternativas ao uso de agrotóxicos nas lavouras, as ações serão


divididas em quatro etapas: levantamento de campo; estudo de alternativas ao controle
químico; treinamento de grupos de agricultores no manejo integrado de pragas, doenças e
plantas daninhas; avalição das ações executadas. No levantamento de campo quatro
comunidades serão escolhidas, onde em uma série de entrevistas com os moradores, serão
identificadas as principais culturas da comunidade. Os dados também serão obtidos por
meio da cartografia participativa socioambiental. Em seguida cada uma das culturas será
visitada para identificação do sistema agrícola empregado na região. Serão escolhidas dez
(10) áreas em duas comunidades para avalição da situação atual, com visitas semanais
durante o período produtivo para verificação da tecnologia empregada e dos problemas
enfrentados nos locais. Todas as áreas serão georreferenciadas e dados secundários de
clima, solo e relevo serão pesquisados, para auxiliar nas escolhas de estratégias a serem
indicadas.
Nos estudos de alternativas ao controle químico e de posse dos dados, uma série
de estratégias serão levantadas para todos os problemas vistos em campo, com base nos
vários trabalhos já publicados na literatura especializada (ANDRADE, 2001; FONTES,
2003; VARGAS, 2003; EPAMIG, 2009 PEREIRA, 2012). Em seguida ensaios e material
de apoio serão executados na Fazenda Pioras, para afeição das metodologias escolhidas,
com apoio do Núcleo de Estudos Agroecológicos (NEA), da UNILAB. Serão
considerados programas já apoiados pelo governo estado do Ceará, como uso de controle
biológico da lagarta do cartucho do milho, desenvolvido pela Secretaria de
Desenvolvimento Agrário. Serão aplicados treinamentos inicialmente antes dos métodos
escolhidos para serem indicados às comunidades, a exemplo do mercado de produtos
orgânicos, recolhimento de embalagens, uso de EPIs. Outros treinamentos serão
escolhidos com base nos princípios do manejo integrado de pragas, doenças e plantas
19
daninhas (MI), totalizando 10 treinamentos durante 18 meses de ação. Para o treinamento
de grupos de agricultores no manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas
serão usadas estratégias típicas da extensão rural para o treinamento das comunidades
escolhidas como uso de cartilhas, apresentações orais, palestras, rodas de conversa e se
possível dias de campo com auxílio das entidades rurais da região previamente
convidadas.
A avaliação das ações executadas será feita com base nos dados das análises
realizadas para as amostras de solo e água da região das comunidades escolhidas.
Também será feita a pesquisa de adesão as técnicas e satisfação dos assistidos no trabalho.
Com base em testes estatísticos adequados serão comparados os grupos com e sem
treinamento quanto aos níveis de contaminação do solo e da água, bem como nas
respostas de incremento e redução dos níveis de contaminação ambiental local.
Todo o equipamento necessário para as análises relacionadas a este objetivo
(microscópio, lupa estereoscópica, Phmetro, condutivimetro e balança analítica digital)
será disponibilizado pela Unilab, uma das instituições colaboradoras do projeto, como
contrapartida para a execução deste. Espera-se uma redução sensível das contaminações
ambientais de solo, água e alimentos na medida em que as intervenções sejam aceitas e
aplicadas pelas comunidades.
Para sensibilizar os trabalhadores quanto ao processo de transição agroecológica e
produção orgânica, serão realizadas duas oficinas para os agricultores familiares, uma
para a transição agroecológica e a outra para a produção orgânica, sendo cada uma delas
de 40h, modulada em quatro fases. Nestas oficinas, serão realizadas rodas de conversa
dentro do princípio de que cada participante exerça sua capacidade de reflexão, seus
conhecimentos e seus saberes, de pensar, de descobrir, com base na experiência, vivência
e conhecimento, abordando-se questões relativas ao manejo de solo, água, planta e
ambiente desde o modelo de agricultura convencional até a transição para o modelo
agroecológico e produção orgânica para os municípios que contemplam o Maciço de
Baturité.
Nas oficinas serão trabalhadas a vivência, a experiência, as ansiedades e o
conhecimento de cada um dos participantes, sendo fundamental o trabalho das diversas
concepções educacionais com o cotidiano presente e prática passada de cada um, e das
instituições que conhecemos que atuam no meio rural. Buscar-se-á preservar a
diversidade biológica para manter o equilíbrio ecológico do ambiente vivido além de
20
valorizar a diversidade étnica e cultural da espécie humana e fomentar diferentes formas
de manejo produtivo da biodiversidade, em harmonia com a natureza.

Após a coleta dos dados haverá a sistematização das informações de modo a


permitir identificação e organização das categorias de análise. Serão criados quadros e
tabelas para a análise dos dados quantitativos.

Aspectos éticos
O estudo será realizado segundo a Resolução do Conselho Nacional de
Saúde/CNS nº 466/2012, que estabelece Diretrizes e Normas Reguladoras de Pesquisas
envolvendo Seres Humanos.
Para todos os sujeitos envolvidos na pesquisa proposta, será obtido o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), esclarecendo-se na oportunidade a
justificativa, os objetivos, os procedimentos que serão utilizados, os possíveis
desconfortos e riscos decorrentes da participação na pesquisa, além dos benefícios
esperados.
Às instituições envolvidas nos territórios pesquisados serão solicitadas anuências
formais.
A pesquisa será realizada após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).

Riscos e benefícios
Os riscos relacionados à participação dos sujeitos na pesquisa podem ter
constrangimentos perante pessoas e instituições, caso dados sobre sua identidade venham
a público. No entanto, será garantido que isso não ocorrerá sob hipótese alguma.
As informações obtidas poderão ser utilizadas em eventos científicos, como
congressos, seminários e outras atividades científicas, no entanto, estando resguardada a
identidade de cada sujeito envolvido.
Os benefícios relacionados com a participação dos membros da comunidade são
no sentido de contribuir para o conhecimento e percepção dos aspectos relacionados à
saúde e ambiente, na divulgação dos problemas enfrentados pelas comunidades, e na
articulação com o SUS e outros setores para construção de ações e políticas mitigadoras
dos danos.

21
6. ETAPAS DO PROJETO

Objetivos Etapas Início Conclusão Prazo


Realização de pesquisa bibliográfica: análise
documental, revisão da literatura, coleta em 01/ano 1 12/ano 2 24 meses
Delinear o perfil ecosociosanitário,fontes de dados secundárias
histórico e a morbimortalidade da Análise das doenças e agravos notificados no
população na região estudada com 01/ano 1 12/ano 2 24 meses
território
destaque para o câncer e os transtornos
mentais Aplicação de questionário semiestruturado 01/ano 2 12/ano 2 24 meses
Mapeamento participativo com o uso da
01/ano 2 12/ano 2 24 meses
cartografia social
Realização de pesquisa bibliográfica: análise
documental, revisão da literatura, coleta em 01/ano 2 12/ano 3 24 meses
Caracterizar os modos de vida e os fontes de dados secundárias
sistemas de produção de base
agroecológica e convencional Mapeamento participativo com o uso da
01/ano 2 12/ano 3 24 meses
cartografia social

Realização de pesquisa bibliográfica: análise


Identificar os contextos de 01/ano
documental, revisão da literatura, coleta em 12/ano 3 36 meses
vulnerabilidades e riscos 01
fontes de dados secundárias
socioambientais relacionados à
exposição aos agrotóxicos e os Realização de visitas exploratórias para
contextos promotores de saúde conhecimento do território e identificação de
01/ano
relacionados à produção de base informantes-chave representantes do SUS, dos 12/ano 1 12 meses
01
agroecológica no Maciço de Baturité movimentos sociais e sindicatos de
trabalhadores rurais

22
Mapeamento participativo com o uso da
01/ano 2 12/ano 3 24 meses
cartografia social
Realização de estudo do processo de trabalho
01/ano 2 12/ano 3 24 meses
e anamnese ocupacional
Mapeamento participativo com o uso da
01/ano 2 12/ano 3 24 meses
cartografia social
Caracterizar os processos de trabalho e
as formas de exposição dos Realização de estudo do processo de trabalho 01/ano 2 06/ano 3 18 meses
trabalhadores aos múltiplos e anamnese ocupacional (roteiros)
ingredientes ativos de agrotóxicos Elaboração de fluxograma do processo de
trabalho e mapa do processo de produção e 01/ano 2 06/ano 3 18 meses
trabalho
Identificar os ingredientes ativos,
Realização de pesquisa bibliográfica: análise
classificação toxicológica e indicação
documental, revisão da literatura, coleta em 06/ano 1 06/ano 2 12 meses
do uso dos agrotóxicos utilizados nas
fontes de dados secundárias
culturas estudadas
Identificar os agrotóxicos presentes nas Análise de agrotóxicos em água, solo e
01/ano 2 12/ano 3 24 meses
matrizes ambientais e em alimentos alimentos
Avaliar o risco aditivo para a saúde Determinação do risco total de
humana decorrente da exposição desenvolvimento de câncer e da toxicidade
01/ano 2 12/ano 3 24 meses
simultânea a múltiplos ingredientes sistêmica para efeitos crônicos não
ativos de agrotóxicos carcinogênicos
Mapear de forma participativa ações eRealização de pesquisa bibliográfica: análise
estratégias no âmbito das políticas documental, revisão da literatura, coleta em 07/ano 1 12/ano 3 18 meses
territoriais que promovam o direito afontes de dados secundárias
saúde e a alimentação saudável Realização de rodas de conversa 07/ano 1 06/ano 3 12 meses
Elaborar planos de ação considerando Realização de oficinas 07/ano 2 12/ano 3 18 meses

23
os elementos promotores e Mapeamento participativo com o uso da
ameaçadores da saúde, ambiente e vida cartografia social 01/ano 2 12/ano 3 24 meses

Levantamento de campo 01/ano 1 06/ano 1 06 meses


Estudar e propor alternativas para o uso Estudo das alternativas ao controle químico 01/ano 1 12/ano 1 12 meses
dos agrotóxicos na região de estudo
Treinamento de trabalhadores no manejo
01/ano 2 06/ano 3 18 meses
integrado de pragas

24
7. RELEVÂNCIA DA PROPOSTA

Desde 2008 o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo devido


especialmente ao uso intensivo destes produtos na agricultura convencional, que tem
gerado impactos significativos no modo de vida e de trabalho, bem como na saúde das
populações expostas a água, solo, ar e alimentos contaminados; e aos trabalhadores
expostos nos processos de trabalho, geralmente a múltiplos ingredientes ativos. Dado os
riscos associados à exposição, há um consenso de que o consumo desses produtos tem
produzido significativas consequências socioambientais.
Poucos são os estudos sobre essa problemática realizados no Nordeste, uma das
regiões mais pobres do país, e, particularmente, no Ceará, onde se concentram
importantes áreas de expansão do modelo de produção agrícola convencional, a exemplo
dos Agropolos situados na serra da Ibiapaba e no Cariri, das monoculturas de frutas na
chapada do Apodi e da produção de flores, frutas e hortaliças no Maciço de Baturité,
havendo poucas informações sobre os impactos socioambientais, sanitários e a magnitude
das intoxicações causadas pela exposição aos agrotóxicos das comunidades e
trabalhadores.
No Maciço de Baturité convivem os modelos de agricultura convencional e de
produção de base agroecológica. Uma das principais contribuições deste estudo será
caracterizar esses dois modelos de produção, analisar seus impactos para a saúde e
implicações para as políticas públicas, dimensões pouco estudadas no Brasil, e
particularmente no Ceará.
O presente estudo toma como base um referencial interdisciplinar, utilizando-se de
métodos e instrumentos ancorados em campos do conhecimento diversos, envolvendo
vários setores do Estado no âmbito das políticas públicas, das instituições de pesquisa e da
sociedade organizada. Trata-se de uma proposta de pesquisa inovadora no sentido da
construção coletiva, interdisciplinar e intersetorial, que certamente trará uma contribuição
relevante ao campo científico. Nessa perspectiva, o presente projeto proposto pela
Fundação Oswaldo Cruz Ceará (Fiocruz Ceará) foi concebido em parceria com instâncias
dos setores do governo ligados a saúde, ambiente, ciência e tecnologia; Instituições de
pesquisa e ensino superior; e movimentos sociais do campo.

25
Outro aspecto inovador do presente estudo é a caracterização do risco aditivo para a
saúde humana decorrente da exposição simultânea a múltiplos ingredientes ativos
presentes em matrizes ambientais e alimentos contaminados com resíduos de agrotóxicos.
Neste tipo de avaliação, considera-se não somente a exposição isolada aos agrotóxicos,
havendo a determinação do risco total de desenvolvimento de efeitos crônicos
carcinogênicos e não carcinogênicos.
Espera-se que esta pesquisa contribua para elucidar os problemas advindos da
exposição aos agrotóxicos e os benefícios relacionados à produção de base agroecológica
para a saúde, segurança alimentar e nutricional das comunidades e trabalhadores, bem
como seus modos de vida promotores de saúde, como vistas a contribuir para o
fortalecimento da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da
Floresta e Águas (PNSIPCFA), da Política Nacional de Agroecologia e Produção
Orgânica (PNAPO); da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), da Política
Nacional da Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNASTT); e para subsidiar o
debate em torno dos projetos de lei que dispõem sobre o disciplinamento do uso de
agrotóxicos e sobre o fortalecimento da produção de base agroecológica, atualmente em
formulação no Ceará.
Tendo como princípio a produção compartilhada de conhecimentos mediante a
adoção de metodologias participativas e de instrumentos de abordagem das relações
produção, ambiente e saúde no território, este projeto contribuirá para fortalecer a
autonomia das comunidades e trabalhadores na luta pela soberania e segurança alimentar
e nutricional; o acesso universal aos serviços de saúde resolutivos e o ambiente saudável.

8. PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS OU TECNOLÓGICAS


DA PROPOSTA

a) Produção de conhecimentos aprofundados sobre o contexto socioambiental dos


territórios vulnerabilizados, apontando as principais questões relacionadas à
exposição a múltiplos ingredientes ativos de agrotóxicos de forma a subsidiar o
desenvolvimento e organização da atenção à saúde no estado;

26
b) Identificação dos contextos de vulnerabilidade e dos promotores de saúde
associados à cadeia produtiva da agricultura do modelo convencional e de base
agroecológica, respectivamente;
c) Mapeamento das experiências agroecológicas e a identificação de formas
inovadoras adotas pelas comunidades e agricultores na construção da
sustentabilidade ambiental e da justiça social, que geram impactos na saúde, e
consequentemente nas políticas públicas;
d) Produção de livros e artigos científicos com os resultados da pesquisa para
divulgação do conhecimento produzido;
e) Produção de material educativo (vídeos, cartilhas e/ou outros) com base na
sistematização do conhecimento produzido pela pesquisa a fim de que possa ser
utilizado em processos de ensino-aprendizagem;
f) Apresentação de subsídios para o desenvolvimento de ações de vigilância à saúde
de grupos populacionais vulnerabilizados no âmbito do SUS
g) Desenvolvimento de estratégias de produção compartilhada de saberes com os
grupos mais vulneráveis às intoxicações por agrotóxicos e com grupos vinculados
à produção agrícola de base agroecológica na região estudada;
h) Elaboração de plano de ação como produto do processo de mapeamento do
território, identificando questões prioritárias para a comunidade, SUS, Ambiente e
Agricultura;
i) Apoio ao estado nas áreas de saúde e ambiente e trabalho na perspectiva da
vigilância e da promoção da saúde;
j) Identificação de tecnologias promotoras de saúde.

9. ORÇAMENTO

O custo total do presente projeto é de R$ 119.907,00 (cento e dezenove mil,


novecentos e sete reais), conforme detalhamento do custeio de despesas apresentado
nesta sessão.

27
Quadro 1. Detalhamento das despesas de custeio do projeto.
Valor
ITENS Unidade Qtde Unitário Total (R$)
(R$)
CUSTEIO
Material de Consumo
Cartolina colorida 240g/m³ unidade 100 3,00 300,00
Fita adesiva unidade 5 10,00 50,00
Pincel atômico caixa 6 42,00 252,00
Etiqueta adesiva pacote 6 5,00 30,00
Lápis de cor caixa 5 15,00 75,00
Serviços de terceiros pessoa física
Serviços de transcrição hora 60 80,00 4.800,00
Sistematização da pesquisa com
unidade 1 10.000,00 10.000,00
produção de material educativo
Serviços de terceiros pessoa jurídica
Serviços de impressão gráfica unidade 1.000 5,50 5.500,00
Produção de cópias unidade 5000 0,10 500,00
Produção de livro unidade 500 20,00 10.000,00
Análise de resíduos de agrotóxicos
unidade 72 250,00 18.000,00
(GCMS)
Análise de resíduos de agrotóxicos
unidade 72 250,00 18.000,00
(LCMSMS)
Passagens e diárias
Passagens 18 500,00 9.000,00
Diárias diária 120 320,00 38.400,00
CAPITAL
Equipamentos e material permanente
Notebook unidade 1 2.200,00 2.200,00
Câmera fotográfica unidade 1 1.000,00 1.000,00
Gravador unidade 2 400,00 800,00
Material bibliográfico
Livros unidade 10 100,00 1.000,00
Total 119.907,00

28
10. CRONOGRAMA

Meses
1º Ano 2º Ano 3º Ano
Atividades
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Realização de pesquisa
bibliográfica
Análise das doenças e agravos
notificados no território
Mapeamento participativo com
o uso da cartografia social
Realização de visitas
exploratórias
Realização de estudo do
processo de trabalho e
anamnese ocupacional
Elaboração de fluxograma e
mapa do processo de produção
e trabalho
Determinação do risco aditivo
Realização de rodas de
conversa
Elaboração de planos de ação
Realização de oficinas
formativas
Estudo das alternativas ao
controle químico

29
Treinamento de trabalhadores
no manejo integrado de pragas
Oficina de sistematização dos
dados
Conclusão da pesquisa e
Relatório final
Divulgação em eventos
científicos
Produção de livro, artigos,
material educativo

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11. IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROJETO

Proponente/Coordenação Formação, vinculação


Fernando Ferreira Carneiro Biólogo, doutor em Epidemiologia (UFMG), pós doutor em
Sociologia pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de
Coimbra, pesquisador e diretor da Fiocruz Ceará
Pesquisadores
Aline do Monte Gurgel Biomédica, mestre e doutoranda em Saúde Pública
(CPqAM/Fiocruz), pesquisadora da Fiocruz Ceará
Ana Cláudia de Araújo Teixeira Farmacêutica, doutora em Educação (UFC), pós doutora em Saúde
Coletiva – Produção, Ambiente e Saúde (UFC), pesquisadora da
Fiocruz Ceará
Vanira Matos Pessoa Enfermeira, doutora em Saúde Coletiva (UFC/UECE/UNIFOR),
pesquisadora da Fiocruz-Ceará
Alice Maria Correia Pequeno Geóloga, doutora em Saúde Pública (USP), pesquisadora da Escola
Marinho de Saúde Pública do Ceará
Idê Gomes Dantas Gurgel Médica Sanitarista, doutora em Saúde P ública, pesquisadora do
Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz-PE)
Karen Friedrich Biomédica, doutora em Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), Tecnologista
do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana/
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fundação Oswaldo
Cruz (CESTEH/ENSP/Fiocruz-RJ)
Marcia Sarpa Campos Mello Graduada em Ciências Biológicas (Modalidade Médica), doutora em
Vigilância Sanitária (Toxicologia) (Fiocruz), Tecnologista do Instituto
Nacional de Câncer/Ministério da Saúde (INCA/MS)
Vicente Eduardo Soares de Engenheiro Agrônomo, mestre em Planejamento e Gestão Ambiental
Almeida (Universidade Católica de Brasília), pesquisador em Impactos
Ambientais da Embrapa Hortaliças
Joaquim Torres Filho Engenheiro Agrônomo, doutor em Agronomia (Fitotecnia/UFC),
docente da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira (UNILAB)
Ana Carolina da Silva Pereira Engenheira de alimentos, doutora em Ciência e Tecnologia de
Alimentos (UFC), docente da Universidade da Integração
Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
Daniela Queiroz Zuliani Química, doutora em Agronomia, Solos e Nutrição de Plantas
(UFLA), docente da Universidade da Integração Internacional da
Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
Luís Gustavo Chaves da Silva Engenheiro Agrônomo, doutor em Fitopatologia (UFRPE), docente
da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-
Brasileira (UNILAB)
Edenilo Baltazar Barreira Geógrafo e Bacharel em Direito, doutor em Saúde Coletiva (UFC),
Filho coordenador da Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do
Estado do Ceará
Rubens Carius de Castro Engenheiro de alimentos, analista instrumental no Laboratório
Instrumental de Alimentos da Fundação Núcleo de Tecnologia
Industrial do Ceará (NUTEC)
Crisiana de Andrade Nobre Química, mestre em Química (UFC), química da Fundação Núcleo de
Tecnologia Industrial do Ceará (NUTEC)
Paulo Henrique Ferreira de Tecnólogo de Alimentos, técnico em processos químicos da Fundação
Brito Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (NUTEC)

31
Cleidiane Gomes Lima Tecnóloga de Alimentos, técnica em processos químicos da Fundação
Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (NUTEC)
Franderlan Campos Pereira Sociólogo, especialista em Agroecologia, Desenvolvimento
Sustentável e Educação do Campo (UFC), Técnico da Cooperativa
Central das áreas de Reforma Agrária do Estado do Ceará (CCA/CE),
militante do MST Setor de Produção
Francisca Clarice Rodrigues de Administradora, especialista em Desenvolvimento Sustentável do
Sousa Semiárido e Educação do Campo (UFC), mestranda do Mestrado
Profissional em Saúde, Trabalho e Ambiente (ENSP/Fiocruz),
Militante do MST Setor de Saúde
Josiano Macedo de Lima Médico, especialista em Medicina de Família e Comunidade
(UVA/Escola em Saúde da Família Visconde de Saboia de Sobral).
Médico de Saúde da Família em Aracatiaçu/Sobral/CE, membro do
Setor Saúde do MST e da Rede Nacional de Médicas e Médicos
Populares
Maria da Paz Feitosa de Sousa Médica, pós-graduação em Medicina de Família e Comunidade
(Sistema Municipal de Saúde Escola de Fortaleza), trabalhadora do
SUS em equipe de Equipe de Saúde da Família, membro do Setor
Saúde do MST e da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares
Ana Paula Dias de Sa Médica, pós-graduação em Saúde Coletiva. Atuação atual em clínica
médica e supervisão no Programa Mais Médicos, membro do Setor
Saúde do MST e da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares

Francisca Cleane Rodrigues de Medica em Saúde da Família e Comunidade, membro do Setor de


Sousa Saúde do MST e da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares
João Antônio de Almeida Médico, residente em Medicina de Família e Comunidade (ESP/CE),
membro do Setor Saúde do MST e da Rede Nacional de Médicas e
Médicos Populares
Leandro Araújo da Costa Médico, Especialista em Medicina de Família e Comunidade (RMFC),
Preceptor da Residência de MFC, membro do colegiado da
coordenação da RMFC, supervisor do Programa Mais Médicos para o
Brasil e do PROVAB, membro do Setor Saúde do MST e da Rede
Nacional de Médicas e Médicos Populares
Marcelo Bezerra Nogueira Médico Veterinário, Mestre em Saúde Pública (UFC), Coordenador
do Núcleo de Atenção à Saúde do Trabalhador da Secretaria de Saúde
do Estado do Ceará (NUAST/SESA)
Maria de Fátima Duarte Bezerra Psicóloga (UFC), Especialização em Saúde, Trabalho e Meio
Ambiente para o Desenvolvimento Sustentável (UFC); Diretora do
Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador
Severino Ferreira Alexandre Mestre em Saúde Pública (UFC), Médico da Secretaria de Saúde de
Horizonte, Professor do Centro Universitário Christus
Anna Erika Ferreira Lima Licenciada, Bacharel em Geografia (UFC), doutora em Geografia
(UFC), docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia (IFCE-Campus Baturité)
Vera Lucia de Azevedo Médica, doutora em Educação (UFC), integrante da Articulação
Dantas Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde
(ANEPS/CE)
Gláucia Bosso Lima Nutricionista, doutora em Saúde Coletiva (UECE), diretora do Centro
de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

32
12. INDICAÇÃO DE COLABORAÇÕES OU PARCERIAS JÁ
ESTABELECIDAS COM OUTROS CENTROS DE PESQUISA NA ÁREA

Esta pesquisa proposta pela Fundação Oswaldo Cruz Ceará (Fiocruz Ceará) foi
concebida em parceria com a) Instituições de pesquisa e ensino – Universidade da
Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Instituto Federal de
Ciência e Tecnologia (IFCE) campus Baturité, Universidade Estadual do Ceará (UECE –
Campus Experimental de Educação Ambiental e Ecologia em Pacoti), Fundação Núcleo
de Tecnologia Industrial do Ceará (NUTEC), Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães
(CPqAM/Fiocruz-PE), Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana/
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fundação Oswaldo Cruz
(CESTEH/ENSP/Fiocruz); b) com instâncias dos setores do governo do estado do Ceará,
destacando a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará por meio do Núcleo de Vigilância
Ambiental (NUVAN), Núcleo de Atenção à Saúde do Trabalhador (NUAST), Centro
Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) e Escola de Saúde Pública
do Ceará; c) com o Instituto Nacional de Câncer (INCA/MS); d) a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA); e) os movimentos sociais do campo como o
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra; f) e entidades que atuam no campo da
educação popular em saúde, a exemplo da Articulação Nacional de Movimentos e
Práticas de Educação Popular e Saúde (ANEPS/CE).
Também está integrado ao projeto o Observatório da Política Nacional de Saúde
das Populações do Campo, Floresta e das Águas – Teia de Saberes e Práticas (OBTEIA),
sediado no Núcleo de Estudos de Saúde Pública da Universidade de Brasília. O OBTEIA
constitui-se um grupo de pesquisa certificado pelo CNPq, cujo líder é o proponente desse
projeto e atual diretor da Fiocruz Ceará. A presente proposta poderá ser potencializada ao
se inserir em uma teia de pesquisa nacional e internacional, que envolve mais de dez
territórios em todas as regiões do Brasil, articulada no âmbito do OBTEIA (ver
www.saudecampofloresta.unb.br).

33
13. DISPONIBILIDADE EFETIVA DE INFRAESTRUTURA E DE APOIO
TÉCNICO PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

A colaboração e apoio das instituições, entidades e movimento social parceiros dar-


se-á de diferentes formas e em momentos distintos, conforme seus objetos de trabalho e
atuação, suas potencialidades técnicas e especificidades organizacionais de modo a
efetivamente contribuírem para o alcance dos objetivos e metas definidas nesta proposta,
conforme descrito a seguir:

Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)


A UNILAB participará do projeto por meio do seu Núcleo de Estudos em
Agroecologia e Produção Orgânica (NEA), com vinculação de estudantes e docentes das
áreas de Agronomia e Saúde.
A parceria com a UNILAB possibilita que estudantes dos cursos de agronomia e
enfermagem possam colaborar em diversas ações do projeto como voluntários. Os
estudantes do curso de agronomia, em especial dos últimos trimestres do curso, estão
bastante preparados para trabalhos em comunidades rurais. O curso de agronomia da
UNILAB apresenta em sua grade curricular um conjunto de treze disciplinas denominadas
Práticas Agrícolas (I a XIII), nas quais o estudante tem a oportunidade de desenvolver
atividades de experiências de imersão no contexto social, político, agrícola, econômico e
cultural do Maciço do Baturité, articulando teoria e prática. Destaca-se também a
oportunidade para que os alunos provenientes dos países parceiros da UNILAB
participem das diversas etapas do projeto de forma que os oportunize a refletir sobre
condições similares em seus países de origem. Desta forma todas as vivências e
aprendizagem colaboram para despertar o interesse ao estudo da saúde das populações
camponesas e seus modos de produção agrícola em seus países de origem.
A UNILAB também conta com uma estrutura de apoio logístico de transporte
(ônibus, vans e carros).
A Fazenda Piroás, no distrito de Barra Nova, zona rural de Redenção (CE) e
propriedade da UNILAB, sedia o NEA, espaço onde são realizadas aulas práticas,
pesquisas e atividades de extensão. A fazenda possui uma área total de 33,5 hectares, que

34
é usada como um campo de estudos e pesquisas da universidade, especialmente das
atividades desenvolvidas pelo Instituto de Desenvolvimento Rural. O laboratório de
informática e o agroecossistema agroecológico e orgânico será disponibilizado para
oficinas e treinamentos. Entre as linhas de pesquisa desenvolvidas, destacam-se as que
estão no escopo desta proposta: pesquisa sobre agrotóxicos utilizados, pesquisa sobre
manejo solo x água x planta; identificação de sistemas agrícolas convencionais,
agroecológicos e orgânicos; sensibilização e capacitação para agroecologia e produção
orgânica; técnicas alternativas para tratar a planta e não a doença.

Instituto Federal de Ciência e Tecnologia (IFCE) – Campus Baturité


O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE – Campus Baturité),
localizado no Município de Baturité, possui três Cursos de Tecnologia e um de
Licenciatura, dentre os quais, o Curso de Tecnologia em Gastronomia apresenta nas
disciplinas que compõe a matriz curricular a discussão da questão alimentar e da saúde,
tomando como pauta a problemática da utilização dos agrotóxicos em práticas agrícolas
convencionais e de base agroecológica. É nessa direção que o Núcleo de Estudos Afro-
Brasileiros e Indígenas (NEABI-Campus Baturité) tem buscado dialogar com as
comunidades da Região do Maciço de Baturité, oferecendo cursos de curta duração e
oficinas relacionadas a educação alimentar e consumo.
O NEABI-IFCE-Campus Baturité, possibilitará a articulação junto às comunidades
tradicionais do Maciço de Baturité, as quais são diretamente ligadas ao sistema produtivo
da agricultura convencional e ao sistema produtivo de base agroecológica. O IFCE
proporcionará a participação de cinco bolsistas voluntários que contribuirão com a
aplicação dos instrumentos de coleta de dados, destacando a técnica de cartografia social.
O quadro de pesquisadores e bolsistas do IFCE tem realizado a cartografia social em duas
comunidades da região, o que proporcionará uma melhor aplicação desta metodologia nas
demais comunidades a serem definidas na fase exploratória do projeto. O IFCE dispõe de
uma infraestrutura dotada de computadores, laboratório de Análise Sensorial, três
cozinhas didáticas, sala de vídeo conferência, máquina digital profissional, gravador,
filmadora, impressoras; além de biblioteca com acervo para pesquisa bibliográfica, bem
como de estrutura de auditório e salas para realização de atividades, encontros, seminários
e oficinas de trabalho que forem requisitados pela pesquisa.

35
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
A UECE dispõe de um Campus Experimental de Educação Ambiental e Ecologia
em Pacoti, Maciço de Baturité, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão que objetiva
contribuir para o desenvolvimento científico no Maciço de Baturité e nesse sentido
disponibilizará sua estrutura para realização de encontros e seminários para divulgação
dos resultados da pesquisa ao longo do desenvolvimento do projeto, bem como para
realização de oficinas de capacitação e troca de experiência entre os trabalhadores e
comunidades vinculadas ao sistema produtivo da agricultura convencional e de base
agroecológica da região do Maciço de Baturité.

Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (NUTEC)


O NUTEC contribuirá com o aporte de seu corpo técnico e de sua estrutura
laboratorial de alta complexidade na realização de cromatografia gasosa e cromatografia
líquida de alta performance, na identificação dos agrotóxicos presentes nas matrizes
ambientais e em alimentos. O laboratório dispõe dos seguintes equipamentos:
CG-MS- Cromatográfo a gás Trace GC acoplado com analisador íon trap e detector de
espectro de massa - ITQ 1100-Marca Thermo
CG-FID- Cromatógafo a gás com detector de ionização em chama
CG- NPD/ECD- Cromatógrafo a gás com detector de ECD e NPD- Marca Thermo
LC-MS/MS- Comatógrafo líquido com analisador triplo quadrupolo e detector de
espectrometria de massa. TSQ-QUANTUM Marca- Thermo.

Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz-PE); Centro de Estudos


em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana/ Escola Nacional de Saúde Pública
Sergio Arouca/Fundação Oswaldo Cruz (CESTEH/ENSP/Fiocruz)
O CPqAM/Fiocruz-PE e o CESTEH/ENSP/Fiocruz dispõem de pesquisadores da
área de saúde, trabalho e ambiente e de toxicologia, que terão uma contribuição relevante
na análise do perfil ecosociosanitário, histórico e da morbimortalidade da população na
região estudada com destaque para o câncer e os transtornos mentais; na caracterização
dos processos de trabalho e as formas de exposição dos trabalhadores aos múltiplos
ingredientes ativos de agrotóxicos; na identificação dos ingredientes ativos, classificação
toxicológica e indicação do uso dos agrotóxicos utilizados nas culturas estudadas; e na

36
avaliação do risco aditivo para a saúde humana decorrente da exposição simultânea a
múltiplos ingredientes ativos de agrotóxicos.
A Fiocruz possui um Grupo de Trabalho sobre agrotóxicos, e vários de seus
integrantes estão vinculados ao presente projeto de pesquisa.

Secretaria de Saúde do Estado do Ceará


A Secretária da Saúde do Estado do Ceará (SESA), por meio do Núcleo de
Vigilância Ambiental/COPROM, do Núcleo de Atenção à Saúde do Trabalhador
(NUAST), Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador e Escola de Saúde
Pública do Ceará –terá participação ativa na presente proposta, contribuindo com o
engajamento dos técnicos dos setores citados nas atividades de campo e desenvolvimento
do projeto; transporte, em conformidade com a regulação do setor responsável, para o
deslocamento dos técnicos na execução das atividades de campo; disponibilização de
equipamentos de GPS e maquinas fotográficas para o cadastramentos das comunidades do
projeto; interlocução política intersetorial com secretarias e demais órgãos do governo do
estado do Ceará, bem como com os gestores e técnicos dos serviços de saúde municipais e
regional, no Maciço de Baturité. A Escola de Saúde Pública, autarquia vinculada a
SESA/CE, dispõe de biblioteca com acervo e bases de dados para pesquisa bibliográfica,
bem como de estrutura de auditórios e salas para realização de atividades, encontros,
seminários e oficinas de trabalho que forem requisitados pela pesquisa.

Instituto Nacional de Câncer (INCA/MS)


O INCA é órgão do Ministério da Saúde vinculado à Secretaria de Atenção à
Saúde, que auxilia o desenvolvimento e a coordenação de ações integradas para a
prevenção e controle do câncer no Brasil. Tais ações são de caráter multidisciplinar e
compreendem a assistência médico-hospitalar, prestada direta e gratuitamente aos
pacientes com câncer, no âmbito do SUS, e a atuação em áreas estratégicas como
prevenção e detecção precoce, formação de profissionais especializados, desenvolvimento
de pesquisa e informação epidemiológica. Todas as atividades do INCA têm como
objetivo reduzir a incidência e a mortalidade por câncer no Brasil.
A Unidade Técnica de Exposição Ocupacional, Ambiental e Câncer da
Coordenação de Prevenção e Vigilância (CONPREV) do INCA está desenvolvendo
estudos cujos resultados permitem a identificação dos perfis de exposição aos agrotóxicos
37
e seus potenciais efeitos sobre a indução de tumores e cânceres. O INCA poderá
contribuir com o desenvolvimento do desenho epidemiológico, bem como com
informações relacionadas aos registros de câncer hospitalar e de base populacional
buscando o nexo causal com as exposições ocupacionais e ambientais.
Atualmente o INCA coordena a Rede de Pesquisas em Agrotóxicos no Brasil,
juntamente com a Fiocruz, e vários de seus integrantes estão vinculados ao presente
projeto de pesquisa.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)


A Embrapa Hortaliças contribuirá com pesquisadores e técnicos especializados em
Avaliação de Impacto ambiental e Transição Agroecológica, utilizando metodologias de
análise de impacto validadas internacionalmente e adaptadas a realidade local. Também
contribuirá na elaboração de uma estratégia de planejamento ambiental das atividades
agrícolas, de modo a obter um percurso tecnológico para transição agroecológica, visando
especialmente a redução e eliminação de uso de agrotóxicos nas propriedades rurais
alcançadas por esse estudo.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra


O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) tem
atuação na região do Maciço do Baturité, nos municípios de Itapiúna e Aratuba onde
acompanha diversos Assentamentos Federais e Estadual e Acampamentos, e coordena a
Cooperativa Centra das Áreas de Reforma Agrária do Estado do Ceará (CCA), que presta
serviços de Assistência Técnica nos Assentamentos com sede em Itapiúna. Entre as
comunidades camponesas de atuação do MST neste município destacam-se: os
Assentamentos Touro, São José, Boa Vista, Vila Nova, Cupira, Tartajuba, Poço da Pedra,
Curu Pati, Barra, Sabiaguaba, Malícia e Massapê e os Acampamentos São Francisco e
Frei Humberto. No Município de Aratuba se encontra os Assentamentos Jardim e Videl.
O MST contribuirá com a articulação junto às comunidades camponesas e
trabalhadores vinculados ao sistema produtivo da agricultura convencional e ao sistema
produtivo de base agroecológica, visando fomentar a participação desses segmentos nas
diversas etapas da pesquisa. Sua contribuição dar-se-á ainda por meio do aporte técnico
de seus militantes do setor de produção e com o quadro de profissionais médicos que
atuam no setor saúde e na Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares para
38
delineamento do perfil ecosociosanitário, histórico e a morbimortalidade da população na
região estudada com destaque para o câncer e os transtornos mentais; e identificação dos
contextos de vulnerabilidades e riscos socioambientais relacionados à exposição aos
agrotóxicos e os contextos promotores de saúde relacionados à produção de base
agroecológica no Maciço de Baturité.

Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde


(ANEPS/CE)
A ANEPS/CE atua em várias regiões do estado na articulação de experiências de
educação popular em saúde participando da produção de processos pedagógicos com
movimentos, trabalhadores de saúde, especialmente Agentes Comunitários de Saúde e
Agentes Sanitaristas, na construção da Política Nacional de Educação Popular em Saúde e
contribuído na produção de pesquisas em educação popular em saúde. As possibilidades
de contribuição neste projeto estão na cooperação metodológica tendo em vista a
abordagem qualitativa pautada no diálogo de saberes e no processo de sensibilização e
mobilização comunitária.

14. BOLSAS DE IC E/OU AT: PLANO DAS ATIVIDADES A SEREM


DESENVOLVIDAS PELO BOLSISTA

a. Plano de atividades do bolsista – AT

Perfil exigido
O bolsista deverá ter o terceiro grau completo para exercer atividades técnicas de
nível superior, envolvendo técnicas e métodos específicos. O profissional deverá ter
experiência na área de Saúde Coletiva e em projetos de pesquisa, além de disponibilidade
de tempo de 20 horas semanais.

39
Plano de atividades segundo etapas do processo de trabalho
Etapas Atividades
Realização de pesquisa 1.1 Levantamento dos documentos nas fontes de dados;
bibliográfica: análise documental, 1.2 Organização de banco de dados secundários;
revisão da literatura, coleta em 1.3 Leitura dos documentos oficiais e documentos públicos;
fontes de dados secundárias 1.4 Organização das informações para a identificação das
categorias de análise;
1.5 Apoio às atividades de análise dos dados eco-sócio-
sanitários e de morbimortalidade dos trabalhadores e das
comunidades;
1.6 Inclusão dos resultados no relatório parcial e final.
Análise das doenças e agravos 1.1 Participação nas atividades de análise dos dados dos
notificados no território Sistemas de Informação em Saúde;
1.2 Inclusão dos resultados no relatório parcial e final.

Realização de visitas exploratórias 1.1 Apoio às atividades de organização dos trabalhos de


para conhecimento do território e campo;
identificação de informantes-chave 1.2 Identificação de atores-chave para participação na
representantes do SUS, dos pesquisa;
movimentos sociais e sindicatos de 1.3 Agendar visitas ao território;
trabalhadores rurais 1.4 Inclusão dos resultados no relatório parcial e final.
Mapeamento participativo com o 1.1 Apoio na identificação dos contextos de vulnerabilidade a
uso da cartografia social partir da análise dos dados;
1.2 Apoio na realização de estudo do processo de trabalho e
anamnese ocupacional;
1.3 Apoio na análise dos dados;
1.4 Inclusão dos resultados no relatório parcial e final.
Atividades comuns a todas as 1.1 Participação na elaboração de artigo científico que deverá
etapas ser submetido a um periódico da área do estudo, bem
como em demais produções técnicas;
1.2 Participação em eventos científicos correlatos ao tema
estudado;
1.3 Apresentação dos resultados da pesquisa em eventos
científicos;
1.4 Inclusão dos resultados no relatório parcial e final.

b) Plano de atividades do bolsista – IC

Perfil exigido
O bolsista deverá estar regularmente matriculado em curso de nível superior, não
podendo ter reprovação em qualquer disciplina, tendo disponibilidade de trabalho para 20
horas semanais.

40
Plano de atividades segundo etapas do processo de trabalho
Etapas Atividades
Realização de pesquisa 1.1 Levantamento dos documentos nas fontes de dados;
bibliográfica: análise documental, 1.2 Organização de banco de dados secundários;
revisão da literatura, coleta em 1.3 Leitura dos documentos oficiais e documentos públicos;
fontes de dados secundárias 1.4 Organização das informações para a identificação das
categorias de análise;
1.5 Apoio às atividades de análise dos dados para
caracterização dos sistemas de produção de base
agroecológica e convencional;
1.6 Inclusão dos resultados no relatório parcial e final.

Realização de visitas exploratórias 1.1 Apoio às atividades de organização dos trabalhos de


para conhecimento do território e campo;
identificação de informantes-chave 1.2 Identificação de atores-chave para participação na
representantes do SUS, dos pesquisa;
movimentos sociais e sindicatos de 1.3 Agendar visitas ao território;
trabalhadores rurais 1.4 Inclusão dos resultados no relatório parcial e final.
Levantamento de campo 1.1 Realização de visitas semanais nas áreas do estudo para
avalição da situação e verificação da tecnologia
empregada e dos problemas enfrentados no território;
1.2 Apoio no georreferenciamento das áreas;
1.3 Realização de pesquisas de dados secundários de clima,
solo e relevo;
1.4 Inclusão das análises no relatório parcial e final.
Estudo das alternativas ao controle 1.1 Apoio à realização de ensaios;
químico 1.2 Inclusão das análises no relatório parcial e final.
Treinamento de trabalhadores no 1.1 Apoio no planejamento e organização das oficinas;
manejo integrado de pragas 1.2 Inclusão das análises no relatório parcial e final.
Atividades comuns a todas as 1.1 Participação na elaboração de artigo científico que deverá
etapas ser submetido a um periódico da área do estudo, bem
como em demais produções técnicas;
1.2 Participação em eventos científicos correlatos ao tema
estudado;
1.3 Apresentação dos resultados da pesquisa em eventos
científicos;
1.4 Inclusão dos resultados no relatório parcial e final.

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