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Recurso administrativo - intempestividade. Retificação administrativa de registro.

Título - alteração de
conteúdo. Nulidade.

RECURSO ADMINISTRATIVO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. INVALIDADE DA DECISÃO ADMINISTRATIVA


RECONHECIDA DE OFÍCIO. ILEGALIDADE DA MODIFICAÇÃO DO CONTEÚDO DO TÍTULO REGISTRADO EM SEDE DE
RETIFICAÇÃO DE REGISTRO IMOBILIÁRIO - RECURSO NÃO CONHECIDO, NULIDADE DA DECISÃO RECONHECIDA E
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO IMOBILIÁRIO.

CGJSP - PROCESSO: 72802/2011 CGJSP - PROCESSOLOCALIDADE: Jundiaí CIRC.: 1º


DATA JULGAMENTO: 06/10/2011
Relator: Maurício Vidigal íntegra:
PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA

Proc. n° 2011/00072802

(343/2011-E)

RECURSO ADMINISTRATIVO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. INVALIDADE DA DECISÃO ADMINISTRATIVA


RECONHECIDA DE OFÍCIO. ILEGALIDADE DA MODIFICAÇÃO DO CONTEÚDO DO TÍTULO REGISTRADO EM SEDE DE
RETIFICAÇÃO DE REGISTRO IMOBILIÁRIO - RECURSO NÃO CONHECIDO, NULIDADE DA DECISÃO RECONHECIDA E
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO IMOBILIÁRIO.

Excelentíssimo Senhor Corregedor Geral da Justiça:

Trata-se de recurso administrativo interposto pelo Condomínio ......... contra decisão do MM. Juiz Corregedor Permanente do 1º Oficial
de Registros de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de Jundiaí que decidiu pela retificação da
matrícula n........ para constar a natureza jurídica do empreendimento como loteamento fechado e não condomínio de lotes, pugnando
pela reforma da decisão em virtude da natureza jurídica encerrar condomínio de lotes, como consta em sua matrícula (a fls. 472/503).

A Dra. ........... , requerente do expediente administrativo, pugnou pela manutenção da sentença (a fls. 509/514).

A Douta Procuradoria Geral da Justiça opinou pelo provimento do recurso (a fls. 526/530).

Foi apensado ao presente processo administrativo, mandado de segurança recebido como pedido administrativo e encaminhando à
Corregedoria Permanente, na qual foi mantida a decisão, ora objeto do presente recurso.

É o relatório.

Passo a opinar.

Apesar do recurso haver sido denominado apelação, substancialmente cuida-se de recurso administrativo previsto no artigo 246 do
Código Judiciário do Estado de São Paulo, cujo processamento e apreciação competem a esta Corregedoria Geral da Justiça; assim,
por meio da aplicação dos princípios da instrumentalidade e fungibilidade ao processo administrativo, passamos a seu exame.

O prazo para interposição deste recurso administrativo é de quinze dias (art. 246 do Decreto-lei Complementar n. 03, de 27/08/1969),
cujo termo inicial é o conhecimento da decisão objeto do recurso. Em 19.08.2010 houve juntada de petição do recorrente aos autos no
qual relatava ciência do decidido e requeria retirada dos autos (a fls. 172/174), o que foi deferido por meio de despacho prolatado em
20.08.2010 (a fls. 274). Seguiu-se impetração de mandado de segurança perante a Corregedoria Geral da Justiça em 24.09.2010 (a fls.
02 do apenso específico), recebido como pedido administrativo e remetido à Corregedoria Permanente (a fls. 839/843 do apenso
específico), a qual manteve o decidido, consoante decisão prolatada em 25.11.2010 (a fls. 466).

Considerado o fato da decisão administrativa recorrida ter sido prolatada em 05.04.2010 (a fls. 151), o recorrente ter ingressado nos

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autos declarando ciência daquela em 19.08.2010 (a fls. 172/174), bem como do mandado de segurança impetrado (recebido como
pedido administrativo) não haver concedido qualquer efeito suspensivo para o exame do pedido administrativo, a conclusão inexorável
é da intempestividade do recurso administrativo protocolado em 05.04.2011 (a fls. 472).

Nestes termos, compete o não conhecimento do recurso administrativo por sua intempestividade.

Não obstante, a decisão, de natureza administrativa, proferida pelo MM Juiz Corregedor Permanente está sujeita ao dever-poder
genérico de controle interno da Administração em decorrência do vínculo hierárquico de subordinação existente, permitindo revisão de
ofício dos atos administrativos decisórios dos órgãos hierarquicamente inferiores.

Nesse sentido, há precedente administrativo específico, como se tem de trecho do parecer do Dr. Marcus Vinícius Rios Gonçalves, MM
Juiz Auxiliar da Corregedoria, constante do processo n. 85.818/2010, j. 30/09/2010, aprovado pelo Exmo Sr. Des. Antônio Carlos
Munhoz Soares, Corregedor Geral da Justiça à época, conforme segue:

O recurso apresentado contra a decisão do MM. Juiz Corregedor Permanente é manifestamente intempestivo. De acordo com reiterada
jurisprudência, o prazo para recurso de terceiro é igual ao da parte (STJ - 3ª Turma, REsp 74.597-BA, rel. Min. Costa Leite, RJTJESP
65/170 e 104/316). A decisão foi disponibilizada no Diário de Justiça Eletrônico em 19 de agosto de 2009 (fls. 121), e a publicação
considera-se feita no primeiro dia útil subsequente. A partir de então passou a fluir o prazo de recurso, para as partes e terceiros
interessados. O recurso administrativo só foi interposto em 22 de fevereiro de 2010.

Ademais, por petição protocolada em 26 de outubro, os recorrentes manifestaram inequívoca ciência da decisão judicial, postulando ao
MM. Juiz Corregedor o reconhecimento de nulidade absoluta.

Tal petição foi apresentada quase quatro meses antes da interposição do recurso, e não teve o condão de suspender ou interromper o
prazo para a interposição.

Posteriormente, os recorrentes apresentaram embargos de declaração, datados de 04 de dezembro de 2009, mais de 90 dias após a
publicação da sentença, e quase quarenta dias depois da petição em que manifestaram inequívoca ciência da decisão. Os embargos
eram, pois, intempestivos, já que o prazo de apresentação é de cinco dias. Sendo intempestivos, não interromperam o prazo de outros
recursos. Nesse sentido, "Interpostos intempestivamente, os embargos de declaração não suspendem o prazo para interposição de
outro recurso (STJ. 4ª Turma, AgRgAg 38051-3-RJ, Rel. Min. Fontes de Alencar).

A tempestividade é requisito de admissibilidade do recurso que, interposto fora do prazo, não pode ser conhecido.

Há, no entanto, possibilidade de rever a decisão administrativa do MM. Juiz Corregedor Permanente, no exercício da revisão
hierárquica decorrente do controle de legalidade dos atos administrativos. Nesse sentido, o parecer proferido no Processo 1.125/2005,
da lavra do MM. Juiz Auxiliar da Corregedoria Roberto Maia Filho:

"Intempestividade do recurso não obsta a reapreciação da questão controversa - Poder de revisão hierárquica decorrente do controle da
legalidade dos atos administrativos".

Além do poder de revogação do ato administrativo fundado no poder hierárquico, presente nulidade e impossível a convalidação, é
dever do superior a invalidação do ato administrativo contrário ao princípio da legalidade, recompondo a legalidade administrativa.

A Invalidação, conforme Celso Antônio Bandeira de Mello, encerra a supressão de um ato administrativo ou da relação jurídica dele
nascida, por haverem sido produzidos em desconformidade com a ordem jurídica (Curso de direito administrativo. São Paulo:
Malheiros, 2011, p. 466).

Assim, passamos ao exame da decisão administrativa no aspecto de sua legalidade.

A decisão do MM Juiz Corregedor Permanente, em conformidade ao conteúdo da petição inicial e também do parecer da representante
do Ministério Público, versou sobre retificação do registro imobiliário.

A retificação de registro imobiliário é prevista no art. 212 e 213 da Lei n. 6.015/73, consoante alterações determinadas pela Lei n.
10.931/04. Os procedimentos de retificação podem ser classificados em (i) retificação ex officio, (ii) retificação unilateral e (iii) retificação
bilateral, consoante disposições do art. 213, inc. I, da Lei n. 6.015/73 quanto as duas primeiras e o inc. II, do mesmo dispositivo legal,
relativamente à última.

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De forma geral, a retificação de registro imobiliário, nos termos da norma jurídica incidente, destina-se somente à correção das
hipóteses de erro de registro, no que é expresso o art. 212, caput, da Lei dos Registros Públicos, ao dispor:

Se o registro ou a averbação for omissa, imprecisa ou não exprimir a verdade, a retificação será feita pelo Oficial do Registro de Imóveis
competente, a requerimento do interessado, por meio do procedimento administrativo previsto no art. 213, facultado ao interessado
requerer a retificação por meio de procedimento judicial.

A questão foi suscitada pelos MM Juízes Auxiliares da Corregedoria Geral da Justiça, Drs. José Marcelo Tossi Silva e Luís Paulo
Aliende Ribeiro, em parecer exarado no Protocolado n. 36.477/2004 e 37.314/2004, aprovado pelo Excelentíssimo Senhor
Desembargador José Mário Antônio Cardinale, Corregedor Geral da Justiça à época, como se observa do seguinte extrato:

Deve-se ter em mente que retificar significa tornar reto, corrigir (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Novo Dicionário da Língua
Portuguesa, Ed. Nova Fronteira, 1ª edição, pág. 1229). A retificação não cria direito real novo e não extingue direito já existente, mas
apenas serve para fazer com que o teor do registro exprima a verdade, como exige o artigo 1.247 do Código Civil.

Francisco Eduardo Loureiro (In: Peluso, Cezar (coord.)- Código civil comentado. Barueri: São Paulo, 2009, p.1209) ao comentar o art.
1.247 do Código Civil, afirma: Pode ocorrer, em casos excepcionais, que o registro não reflita a realidade, caso no qual poderá o
interessado pleitear sua retificação ou, em casos mais graves, até mesmo seu cancelamento. O erro pode dizer respeito ao direito ou
aos fatos constantes do registro. Tome-se como exemplo erro de direito o registro da escritura de doação, com omissão da reserva de
usufruto. Poderá o interessado pleitear ao oficial que proceda ao registro do direito real de usufruto. Já a retificação de fato, no dizer de
Narciso Orlandi Neto, "destina-se a corrigir imprecisões relativas às características do imóvel ou à identificação das pessoas envolvidas
no registro" (Retificação do registro de imóveis. São Paulo: Oliveira Mendes, 1997, p. 81).

A pretensão de retificação deduzida perante a Douta Corregedoria Permanente não refere à ocorrência de omissão (conteúdo
incompleto) ou imprecisão (equívoco ou incompletude nos elementos constantes do registro), mas sim expressão da verdade, pois o
registro conteria qualificação jurídica indevida (condomínio quando, conforme a inicial, cuidar-se-ia de loteamento).

Walter Ceneviva (Lei dos registros públicos comentada. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 483/484) em comentários ao conteúdo do art. 212,
caput, da Lei n. 6.015/73, ao discorrer acerca desse aspecto da retificação (verdade), refere:

O conceito de verdade, ao qual o artigo se refere, não é jurídico. Trata-se de palavra equívoca, do ponto de vista do direito. É razoável
entendê-la como a perfeita consonância entre o negócio jurídico declarado, a intenção de seus signatários e a realidade
consubstanciada no respectivo instrumento. No momento do registro, a verdade se refere ao imóvel ou ao direito real pertinente, em
perfeito ajuste com a exigência legal. Imperfeito o ajuste, falta à verdade. Cabe a retificação de que cuida, com maior amplitude, o art.
213.

A esta altura, em conformidade ao disposto nos artigos 212 e 213 da Lei dos Registros Públicos, é possível concluir que a retificação de
registro não permite alteração do conteúdo do título, mas sim a correção dos "erros" existentes em consideração ao conteúdo do título e
o registro efetuado na matrícula.

Nessa linha, Elaine Harzheim e Ricardo Sehbe (Retificação do registro imobiliário e inovações da Lei n. 10.931/04. In: Moderno direito
imobiliário, notarial e registral. Tutikian, Cláudia Fonseca. São Paulo: Quartier Latin, 2011, p. 31) após exporem a presença do erro
como fundamento da retificação de registro imobiliário, dele tratam nos seguintes termos:

Em sede de registro imobiliário, o juízo posto em discussão como errado, à luz dos arts. 212 e 213 da Lei n. 6015/73, é o juízo
constante da descrição do imóvel registrado, erro esse que pode ir da mais simples valoração (nome de rua, número de quadra,
referência às orientações cardeais) às mais complexas, que afetem as medidas lineares e/ou a área do imóvel, ou que definam o titular
do direito. (...)

Na essência, o que a lei pretende adequar, corrigir, regularizar (afastando o erro) é exatamente que a descrição registral e o imóvel
objeto dela correspondam a uma harmonia que dê segurança ao próprio sistema registral.

O título apresentado, qualificado positivamente e registrado em 09.03.1977 (R.4 da matrícula 3.728, fls. 118-verso), encerrava
incorporação de condomínio especial nos termos do art. 8º, alínea "a", da Lei n. 4.591/64 e não loteamento.

Nessa quadra, sem ingressar no exame da validade do negócio jurídico, o ponto que nos interessa é a absoluta coincidência entre o
conteúdo do título e o registro. Portanto, a hipótese jurídica não é de retificação de registro imobiliário, pois, o que consta no fólio real

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tem absoluta correlação com o título. Enfim, não há erro bastante para justificar a procedência do presente processo administrativo.

Desse modo, apesar do conteúdo jurídico da pretensão apresentada ter sido acolhida pelo MM Juiz Corregedor Permanente, seus
fundamentos não são atinentes ao registro em si, o qual seguiu o título apresentado, mas sim à validade do negócio jurídico de
incorporação imobiliária, situação que não pode ser conhecida na presente via administrativa, mas sim na via jurisdicional com
eventuais consequências relativamente aos registros públicos realizados com base no ato em questão.

Tanto isso é verdade que a eventual procedência do presente processo administrativo repercutiria na modificação da situação jurídica
dos proprietários das unidades autônomas, os quais, deve ser frisado, sequer foram notificados da existência deste processo
administrativo. Nesse sentido foi a manifestação do Sr. 1º Oficial de Registro de Imóveis de Jundiaí para fins de cumprimento da
decisão da Corregedoria Permanente (a fls. 168/169).

Há precedente administrativo semelhante no qual se pretendia por meio de retificação de registro imobiliário decisão acerca da
titularidade dominial pública ou privada de área de loteamento, sendo a decisão pela necessidade da busca da via jurisdicional; a
ementa do parecer da lavra do Dr. José Marcelo Tossi Silva, MM Juiz Auxiliar da Corregedoria, no processo n. 384/2004, é a seguinte:

Registro de Imóveis - Retificação de registro de loteamento e abertura de matrícula - Informações contraditórias contidas no memorial
do loteamento - Disputa envolvendo o domínio de imóvel reivindicado tanto pela recorrente como pela Prefeitura Municipal de Mogi das
Cruzes que alega tratar-se de bem público que lhe foi transmitido com o registro de loteamento - Necessidade de solução do litígio em
ação jurisdicional - Pedido indeferido - Recurso não provido.

Tampouco a hipótese seria de nulidade do registro na forma do art. 214 da Lei n. 6.015/73, pois, além de ser exigida a notificação de
todos os interessados (nos temos do parágrafo primeiro do referido artigo), consoante entendimento pacífico desta Corregedoria Geral
da Justiça, a nulidade deve ser analisada em relação ao registro e não ao título, nesse sentido, entre muitos, consultem-se os
Processos n. 73.372/2010 (registro de formal de partilha inexistente), 82.595/2010 (averbação efetuada com base em CND tida por
falsa) e 128.155/2009 (escritura pública falsa), nos quais não houve reconhecimento da nulidade do registro a par dos possíveis vícios
dos quais os títulos padeciam, as decisões foram pela necessidade da propositura de ação judicial específica para exame do título
originário do registro.

Nessa ordem de raciocínio não há previsão legal que possibilite, em sede de retificação do registro imobiliário, alteração do conteúdo do
título a ser registrado, apenas é possível o exame da conformidade do conteúdo do registro em relação ao título, alteração do título, no
caso dos autos - negócio jurídico, depende de ação judicial.

Nestes termos, cabe o reconhecimento da nulidade da decisão administrativa, julgando-se o pedido improcedente.

Ante o exposto, o parecer que respeitosamente submeto ao elevado critério de Vossa Excelência é no sentido de que a apelação
interposta pelo recorrente seja recebida como recurso administrativo, na forma do artigo 246 do Código Judiciário do Estado de São
Paulo, e que não seja conhecida por intempestividade; seguindo-se do reconhecimento da invalidade (nulidade) da decisão
administrativa ante a impossibilidade legal de retificação de registro imobiliário fundada na alteração do título a ser registrado, julgado o
pedido improcedente.

Sub censura.

São Paulo, 23 de setembro de 2011.

MARCELO BENACCHIO

Juiz Auxiliar da Corregedoria

CONCLUSÃO

Em 4 de outubro de 2011, faço estes autos conclusos ao Desembargador MAURÍCIO VIDIGAL, DD. Corregedor Geral da Justiça do
Estado de São Paulo. Eu, (Letícia), Escrevente Técnico Judiciário do GATJ 3, subscrevi.

Aprovo o parecer do MM. Juiz Auxiliar a Corregedoria e, por seus fundamentos, que adoto, recebo a apelação interposta como recurso
administrativo, na forma do art. 246 do Código Judiciário do Estado de São Paulo, e não o conheço por intempestividade.

Reconheço a nulidade da decisão administrativa ante a impossibilidade do exame do título em processo administrativo de retificação do

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registro imobiliário e julgo improcedente o pedido de retificação.

Publique-se.

São Paulo, 6/10/11.

MAURÍCIO VIDIGAL

Corregedor Geral da Justiça

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