You are on page 1of 47

Química do Petróleo

1
Sumário
1. Um Breve Histórico sobre os primeiros usos do
Petróleo
2. A história do Petróleo no Fundamentos da
Geologia do Petróleo
3. Composição Química do Petróleo
4. Classificação do Petróleo
5. Química Analítica do Petróleo e Derivados
6. Parâmetros de Caracterização.

2
1. Um Breve Histórico Sobre os Primeiros
Usos do Petróleo

3
Petróleo (Latim – Petroleum)

Palavra: Latim Petra (pedra)


+
Oleum (óleo).

“Óleo
Proveniente da
Pedra”
4
Relatos sobre o Petróleo (asfalto e o betume)
nos primórdios das civilizações.

5
Relatos sobre o Petróleo (asfalto e o betume) nos
primórdios das civilizações.

Ex. 1 - Nabucodonosor, por exemplo, usou o betume como


material de liga nas construção dos Jardins suspensos da
Babilônia (Séc.VI a. C).
Ex. 2 - Betume foi utilizado para impermeabilizar a Arca de
Noé.
Ex. 3 – Egípcios (3150 a. C) o usavam para embalsamar os
mortos e na construção de pirâmides, enquanto gregos
e romanos o empregaram com fins bélicos.

6
A Indústria do Petróleo
 Só no século XVIII, porém, é que o petróleo
começou a ser usado comercialmente, na
indústria farmacêutica e na iluminação. Até a
metade do século XIX, não havia ainda a idéia,
ousada para a época, de perfuração de poços
petrolíferos.

 As primeiras tentativas aconteceram nos


Estados Unidos, com Edwin L. Drake,
que enfrentou diversas dificuldades
técnicas. Após meses de perfuração,
Drake encontra o petróleo, a 27 de
agosto de 1859.
7
 Após cinco anos, achavam-se
constituídas, nos Estados Unidos, nada
menos que 543 companhias entregues ao
novo e rendoso ramo de atividade de
exploração de petróleo.

 Na Europa, paralelamente à fase de Drake,


desenvolveu-se uma reduzida indústria de
petróleo, que sofreu a dura competição do
carvão, linhita, turfa e alcatrão.

 Naquela época, as zonas urbanas usavam


velas de cera, lâmpadas de óleo de baleia e
iluminação por gás e carvão. Enquanto isso,
a população rural não dispunha de
iluminação noturna, despertando com o sol
e dormindo ao escurecer.

8
2. Fundamentosda Geologia
do Petróleo

9
Definição Genérica: Mistura sólida, líquida ou gasosa
de compostos orgânicos e inorgânicos em que
predominam os hidrocarbonetos, desde os alcanos
mais simples até os aromáticos mais complexos.

Definição ASTM – American Society for Testing and


Materials: “O petróleo é uma mistura de ocorrência
natural, consistindo predominantemente de
hidrocarbonetos e derivados orgânicos sulfurados,
nitrogenados e/ou oxigenados, o qual é, ou pode ser,
removido da terra no estado líquido”.

1
0
Principais Compostos Encontrados no
Petróleo
Hidrocarbonetos Hidrocarbonetos
Saturados Heteroatômicos
NSO

Hidrocarbonetos
Insaturados Resinas &
Asfaltenos

Hidrocarbonetos
Aromáticos

11
Características Predominantes •Negro
Mistura inflamável de
hidrocarbonetos e impurezas, •Marrom
de coloração que varia entre
amarela e preta. •Castanho
Cheiro característico (de
derivados). •Marrom
Elevada viscosidade.
•Amarelado
Iridescência sobre água.
•Quase Incolor

•Etc.

O “Ouro Negro” poucas vezes é


1 negro.....
2
Processo de Formação Espontânea e
encontrado em muitos lugares da crosta
terrestre e em grandes quantidades.

Encontrada nas rochas de bacias


sedimentares e originada da decomposição
da matéria orgânica depositada no fundo de
mares e lagos que sofreu transformações
químicas pela ação de temperatura, pressão,
pouca oxigenação e bactérias.

1
3
Características Predominantes

Mistura inflamável, de coloração que varia entre


amarela e preta.

Transformações prosseguem em maior ou menor


grau até o momento da descoberta da jazida e extração
do petróleo nela contido.

Dessa forma, é virtualmente impossível a obtenção


de amostras de petróleo com a mesma composição
química, até mesmo em um mesmo campo produtor.

1
4
Teoria de Formação

15
Teoria de Formação

 Com a ação de temperatura e pressão e ainda com a ação de


bactérias ao longo do tempo, a massa de detritos se
transformaria em gases e compostos solúveis em água e em
material sólido remanescente, que continuaria a sofrer a ação das
bactérias até passar para um estado semi-sólido (pastoso).

 Através de um processo de craqueamento catalisado por


minerais contidos na rocha-matriz, este material sólido passaria
para o estado líquido.

1
6
Teoria de Formação

 Quase todos os petróleos conhecidos mostram atividade ótica,


sendo a maioria dextrógira. Conseqüentemente, ele deve ser
oriundo de organismos vivos, pois apenas estes são oticamente
ativos.

 No petróleo bruto estão presentes compostos que se decompõem


acima de 200°C, dos quais a porfirina é o mais conhecido. Isto nos
leva a admitir que ao longo de seu processo de formação, a
temperatura não tenha sido superior a este valor.

1
7
Teoria de Formação
Esta substância líquida separar-se-ia da água do mar que restava
nestes sedimentos, e flutuaria em função de sua menor densidade.

Com a pressão das camadas da rocha-matriz, o óleo fluiria no


sentido da pressão mais baixa através dos poros da rocha, até
encontrar uma posição de equilíbrio em que a pressão por ele
exercida seja igual a da água também presente nos poros.

O petróleo se esconderia nestes poros e ainda poderia sofrer


pequenas variações em sua composição através de processos físicos,
até sua descoberta na fase exploratória.

1
8
3. Composição Química
do Petróleo

1
9
Principais Constituintes
 O petróleo cru tem uma composição centesimal com pouca
variação, à base de hidrocarbonetos de série homólogas.

 As diferenças em suas propriedades físicas são explicadas pela


quantidade relativa de cada série e de cada componente
individual.

 Os hidrocarbonetos formam cerca de 80% de sua composição.

 Complexos organometálicos e sais de ácidos orgânicos


respondem pela constituição dos outros elementos orgânicos.

2
0
Hidrocarbonetos Parafínicos
Normais
 São os alcanos de cadeias lineares.

METANO ETANO PROPANO BUTANO

• Fórmula Geral : CnH2n+2

• Nas condições de 1 ATM a 25oC:


– C1 – C4 : Gasoso;
– C5 – C15 : Líquido;
– C16 em diante: Sólido
Hidrocarbonetos Parafínicos Ramificados
 São os alcanos que apresentam ramificações em um ou
mais átomos de carbono; também são conhecidos por
Isoparafinas, isoalcanos ou parafinas ramificadas;
Destaque para os hidrocarbonetos isoprenóides.

(C5) 2-metil-butano (C15) 2,6,10-trimetil-dodecano

(C10) 2,6- dimetil-octano (C16) 2,6,10-trimetil-tridecano

(C17) 2,6,10- trimetil-tetradecano


(C10) 2-metil-3-etil-heptano
(C18) 2,6,10-trimetil-pentadecano

(C19) Pristano
2,6,10,14-tetrametil-pentadecano

(C20) Fitano
2,6,10,14-tetrametil-hexadecano
Hidrocarbonetos Parafínicos Cíclicos
 São compostos de cadeias carbônicas cíclicas ou fechadas;
Fórmula Geral : CnH2n
 São conhecidos por ciclo-parafinas ou hidrocarbonetos
naftênicos.
 Família dos Esteranos

H H

Colestano (C27) Ergostano (C28)

Sistostano (C29) 24-n-propil-colestano (C30)


Hidrocarbonetos Insaturados

 Na matéria orgânica...
 Presentes em estruturas moleculares
 No petróleo cru.... da matéria orgânica precursora do
 São instáveis e muito reativos. petróleo.

 São encontrados em pequena  São biologicamente metabolizados e


quantidade. dificilmente preservados na natureza.

 Precursores de compostos saturados e


aromáticos do petróleo.
Hidrocarbonetos Aromáticos

 São compostos que


apresentam ligações
duplas e simples que
se alternam em 6
átomos de carbono; Tolueno
Benzeno (Metil-Benzeno) Nafteno
 Apresentam alta C6H6 C7H8 C10H8
estabilidade devido
ao fenômeno da
ressonância;

 Apresentam odor
acentuado.... Antraceno
C14H10 Fenantreno
C14H10
Resinas e Asfaltenos

 As resinas e os asfaltenos constituem uma fração pesada do


petróleo, que engloba diferentes compostos:

O
(CH2)7
N
(CH2)6 CH3
N

o S

2 Estrutura hipotética da resina de


um óleo americano.
Estrutura hipotética do asfalteno
de um óleo californiano.
Exemplos de Hidrocarbonetos Aromáticos

Tolueno
Benzeno (Metil-Benzeno) Nafteno
C6H6 C7H8 C10H8

Antraceno
C14H10 Fenantreno
C14H10
Compostos Heteroatômicos

• Os compostos heteroatômicos de interesse para a


geoquímica do petróleo são aqueles que contém um ou
mais átomos de nitrogênio, enxofre e oxigênio (NSO).
• Gás sulfídrico (H2S) e enxofre elementar respondem pela
maior parte de sua constituição em elementos inorgânicos.
• Geralmente, gases e água também acompanham o
petróleo bruto.
• Os compostos que não são classificados como
hidrocarbonetos concentram-se nas frações mais pesadas
do petróleo.
Principais Constituintes

3
0
Principais Constituintes

3
1
Principais Constituintes

3
2
Parâmetros de Caracterização - Impurezas

Enxofre: teor de enxofre da amostra, tem-se a


seguinte classificação para o óleo bruto:

•Petróleos “Doces” (sweet): teor de enxofre < 0,5 % de


sua massa

•Petróleos “Ácidos” (sour): teor de enxofre > 0,5 % em


massa
Parâmetros de Caracterização - Impurezas

Outras grandezas também definem um tipo de óleo bruto. Entre elas,


citam-se:

•Teor de sal: Podendo ser expresso em miligramas de NaCl por


litro de óleo, indica a quantidade de sal dissolvido na água
presente no óleo em forma de emulsão;

•Ponto de fluidez: Indica a menor temperatura que permite que


o óleo flua em determinadas condições de teste;

•Teor de cinzas: Estabelece a quantidade de constituintes


metálicos no óleo após sua combustão completa.
Sumário
1. Um Breve Histórico sobre os primeiros usos do Petróleo
2. A história do Petróleo no Fundamentos da Geologia do
Petróleo
3. Composição Química do Petróleo
4. Classificação do Petróleo
5. Química Analítica do Petróleo e Derivados
6. Impurezas do Petróleo
7. Parâmetros de Caracterização.

35
Parâmetros de Caracterização - Pela Base
 CLASSE PARAFÍNICA (75% ou mais de parafinas) : A maior parte dos
petróleos produzidos no Nordeste brasileiro é classificada como parafínica. Este tipo
de petróleo produz subprodutos com as seguintes propriedades:

-Gasolina de baixo índice de octanagem.


-Querosene de alta qualidade.
-Óleo diesel com boas características de combustão.
-Óleos lubrificantes de alto índice de viscosidade, elevada estabilidade química
e alto ponto de fluidez.
-Resíduos de refinação com elevada percentagem de parafina.

3 Raquel G Gonçalves – Introdução a Engenharia do Petróleo , UNISUAM


6
Parâmetros de Caracterização - Pela Base
 CLASSE PARAFÍNICO-NAFTÊNICA (50 – 70% parafinas,
>20% de naftênicos) : Os óleos desta classe são os que apresentam
densidade e viscosidade maiores do que os parafínicos, mas ainda são
moderados. A maioria dos petróleos produzidos na Bacia de Campos
(RJ), é deste tipo.

3 Raquel G Gonçalves – Introdução a Engenharia do Petróleo , UNISUAM


7
Parâmetros de Caracterização - Pela Base
 CLASSE NAFTÊNICA (>70% de naftênicos) : Nesta classe
enquadra-se um número muito pequeno de óleos. Originam-se da
alteração bioquímica de óleos parafínicos e parafínico-naftênicos. Alguns
óleos da América do Sul, da Rússia e do Mar do Norte pertencem a esta
classe. O petróleo do tipo naftênico produz subprodutos com as seguintes
propriedades principais:

- Gasolina de alto índice de octanagem.


- Óleos lubrificantes de baixo resíduo de carbono.
- Resíduos asfálticos na refinação.
- Baixo teor de enxofre.

3 Raquel G Gonçalves – Introdução a Engenharia do Petróleo , UNISUAM


8
Parâmetros de Caracterização - Pela Base
 CLASSE AROMÁTICA INTERMEDIÁRIA (>50% de
hidrocarbonetos aromáticos) : Alguns óleos do Oriente Médio
(Arábia Saudita, Catar, Kuwait, Iraque, Síria e Turquia), África
Ocidental, Venezuela, Califórnia e Mediterrâneo (Sicília, Espanha e
Grécia) são desta classe.

3 Raquel G Gonçalves – Introdução a Engenharia do Petróleo , UNISUAM


9
Parâmetros de Caracterização - Pela Base

 CLASSE AROMÁTICO-NAFTÊNICA (>35% de naftênicos) :


Óleos deste grupo sofreram processo inicial de biodegradação, no qual
foram removidas as parafinas. Eles são derivados dos óleos parafínicos
e parafínico-naftênicos. Alguns óleos da África Ocidental são deste
tipo.

4 Raquel G Gonçalves – Introdução a Engenharia do Petróleo , UNISUAM


0
Parâmetros de Caracterização - Pela Base
 Nafta Petroquímica ou Nafta Não-energética
A nafta (líquido incolor) é um derivado do petróleo utilizado principalmente como matéria-
prima da indústria petroquímica na produção de eteno e propeno, além de outras frações
líquidas, como benzeno, tolueno e xilenos.
A nafta energética é utilizada para geração de gás através de um processo industrial
(reformação com vapor d'água) que será utilizado na produção do gás canalizado doméstico. A
Petrobras é a única produtora de nafta petroquímica no Brasil, atendendo parcialmente à
demanda nacional com produção própria e com importações.

 Centrais Petroquímicas
Braskem (Bahia), Copesu l (Rio Grande do Sul) e Petroquímica União (São Paulo)
Produtos: eteno, propeno, butadieno e correntes aromáticas.

4 Raquel G Gonçalves – Introdução a Engenharia do Petróleo , UNISUAM


1
Parâmetros de Caracterização - Pela Base
E também, segundo a razão dos componentes químicos presentes no óleo, pode-se
estabelecer a seguinte classificação:

 Óleos Parafínicos: Alta concentração de hidrocarbonetos parafínicos, comparada

às de aromáticos e naftênicos;
 Óleos Naftênicos: Apresentam teores maiores de hidrocarbonetos naftênicos e

aromáticos do que em amostras de óleos parafínicos;


 Óleos Asfálticos: Contêm uma quantidade relativamente grande de compostos

aromáticos polinucleados, alta concentração de asfaltenos e menor teor relativo de


parafinas.
Parâmetros de Caracterização - Curva de Destilação
Parâmetros de Caracterização - Frações ou Cortes

4 Raquel G Gonçalves – Introdução a Engenharia do Petróleo , UNISUAM


4
Parâmetros de Caracterização - Frações ou Cortes
Parâmetros de Caracterização - Grau API
Parâmetros de Caracterização - Fator KUOP

Fator proposto pela Universal Oil Products – UOP

KUOP = (Tb/d)1/3

Tb = Ponto de ebulição médio molar em graus rankine (F+460)


d = densidade 60/60oF

KUOP ≥ 12 (petróleo predominantemente parafínico)


KUOP ≤ 10 (petróleo predominantemente aromático)
KUOP ≤ 11,8 (caráter naftênico)

You might also like