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CAM 5: A Igreja das Américas O dom da vocação

se encontra na Bolívia presbiteral


Serviço de Informação Missionária
Ano 46 - No1 janeiro a março de 2018

Cristãos leigos e leigas, sujeitos


na "Igreja em saída", a serviço do Reino
Editorial

Índice
Editorial.................................. 3
Rápidas................................... 4 Serviço de Informação Missionária
Ano 46 - No1 janeiro a março de 2018

Destaque................................. 5
Ano Nacional do Laicato e missão
Laudelino Augusto

Nossos Missionários.................. 6
Um padre, muitos jovens e uma mochila
Pe. Roberto Cesar

POM........................................ 8 O SIM é uma publicação trimestral das POM,


organismo oficial de animação, formação e coope-
Brasil no CAM 5 ração missionária universal da Igreja Católica, em
quatro ramos específicos:
Pe. Maurício da Silva Jardim
• Pontifícia Obra da Propagação da Fé

Aprofundando a Missão........... 10 • Pontifícia Obra da Infância e


Adolescência Missionária
O dom da vocação presbiteral • Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo
Dom Jaime Spengler
• Pontifícia União Missionária

Testemunhos.......................... 12 Expediente
Desafios da missão Direção:
Antônia Helena Lima Santos Pe. Maurício da Silva Jardim
(diretor nacional das POM)

Conhecer é passar pelas coisas


Conselho Editorial:
Maria de Lourdes Vieira
Pe. Badacer Ramos de Oliveira Neto (secretário
nacional da Obra da Propagação da Fé e

Propagação da fé.................... 14 Juventude Missionária)


Ir. Patrícia Souza (secretária nacional da Obra da
A experiência da III Missão Sem Fronteiras da JM Infância e Adolescência Missionária)
Pe. Badacer Ramos de Oliveira Neto Pe. Antônio Niemiec (secretário nacional da
Pontifícia União Missionária)

Missão em Contexto................ 16 Jornalista: Fabrício Preto (Mtb 15907)


Revisão: Cecília Soares de Paiva
A busca por sobrevivência dos imigrantes venezuelanos (Jornalista DRT/MS 280)
Ir. Osnilda Lima Projeto Gráfico e diagramação: Wesley T. Gomes
Capa: Cartaz do Ano Nacional do Laicato

IAM....................................... 18 Impressão: Cidade Gráfica e Editora Ltda.


Tiragem: 12 mil exemplares.
Celebrando a vida - Memória dos 175 anos da IAM
Ir. Patrícia Souza
SGAN 905 - Conjunto B
70790-050 Brasília - DF
Pontifícia União Missionária.... 20 Caixa Postal: 3.670 - 70089-970 Brasília-DF
Conselho Missionário de Seminaristas Tel.: (61) 3340-4494
Fax: (61) 3340-8660
Vida em missão Site: www.pom.org.br
Thiago Henrique da Silva Guimarães de Freitas E-mail: imprensa@pom.org.br

Para pedidos de material, entre em


contato pelo e-mail: material@pom.org.br

2 janeiro a março 2018


Editorial

Comunhão e missão
Nossa primeira edição do ano de 2018 traz como destaque o Ano do
Laicato, celebrado de 26 de novembro de 2017, na Solenidade de Cristo
Rei, à 25 de novembro de 2018. O tema escolhido para animar a mística
deste ano foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a servi-
ço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14.
É justamente neste espírito que as Pontifícias Obras Missionárias
apresentam esta publicação, trazendo nestas páginas testemunhos da
vida de missionários que dedicam seu serviço na evangelização dos po-
vos pelo mundo todo. O Ano do Laicato apresenta como objetivo ge-
ral: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos
cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua

Divulgação
identidade, vocação, espiritualidade e missão; e
testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na socieda-
de”. Os desafios, alegrias, descobertas e encon-
tros da vida missionária em meio ao povo foram
partilhados nesta edição, alimentando a força da
sinodalidade e da comunhão.
Papa Francisco, em seu quinto ano de pon-
tificado, convida os pastores do Povo de Deus a
assumirem os desafios da Evangelização, tanto em
âmbito religioso como no social. Inspirados pela
nova Ratio Fundamentalis Institutionis sacerdotalis
do Papa Francisco, a Igreja no Brasil reunida em
III Missão Sem Fronteiras – Viamão (RS)
Assembleia Geral da CNBB terá como tema cen-
tral a atualização das Diretrizes para a Formação dos Presbíteros. Nesta
edição, Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente
da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida
Consagrada da CNBB, apresenta reflexões deste processo. O documento
da Congregação para o clero, publicado no dia 8 de dezembro de 2016,
explicita às Igrejas locais como realizar a formação dos futuros presbí-
teros e a necessidade de formação permanente. Em sua essência está a
importância do acompanhamento do clero nas quatro dimensões do pro-
cesso formativo: humana, espiritual, intelectual e pastoral.
Complementa a edição uma síntese sobre a preparação do 5º Con-
gresso Missionário Americano (CAM 5), que reunirá na Bolívia, na cidade
de Santa Cruz de la Sierra, entre os dias 10 a 14 de julho de 2018, mis-
sionários da Igreja das Américas. Leigos e leigas, sacerdotes, diáconos,
bispos, religiosos e religiosas e seminaristas dos 18 regionais da CNBB
formarão a delegação de 250 brasileiros que irão participar do CAM 5.
Como diz o decreto Ad Gentes “A atividade missionária é a principal e
mais sagrada atividade da Igreja” (n.29). Nesta tarefa eclesial, somos todos
convidados a ser sal da terra e luz do mundo. Boa leitura!

2018 janeiro a março 3


Rápidas

Juventude e missão ad gentes foram os temas da Assembleia dos Diretores


A cidade de Atyra no Paraguai recebeu a 14ª edi- cia Episcopal Paraguaia, que apresentou o tema sob
ção da Assembleia dos Diretores das Pontifícias Obras uma perspectiva pastoral, com elementos fundamen-
Missionárias das Américas, entre os dias 26 de fevereiro tais para a evangelização da juventude e a proposta do
e 2 de março. A 14ª Assembleia oportunizou um espa- Evangelho da Vida que desejamos fazer como Igreja e,
ço de formação sobre o tema juventude, no contexto em particular, como POM. As abordagens foram de or-
eclesial do próximo “Sínodo da Juventude” convocado dem sociológica, cultural e religiosa, discutindo formas
pelo Papa Francisco, a ser realizado em 2019 sob o lema e espaços para entrar no mundo dos jovens, ouvi-los,
“Com os jovens, vamos levar o Evangelho a todos”. acompanhá-los e gerar dinamismo de escuta.
Os diretores ouviram as contribuições de Dom Pedro A assembleia também foi espaço para aprofundar
Jubinvill, bispo encarregado da área social da Conferên- a discussão e organização do 5º Congresso Missionário
Americano (CAM 5), que irá ocorrer
nos dias 10 a 14 de julho em Santa
Arquivo POM

Cruz de la Sierra, na Bolívia.


Brasil acolhe a próxima Assem-
bleia dos Diretores
Ao final do encontro, foi de-
finido que a 15ª Assembleia será
em Brasília (DF), de 18 a 23 de fe-
vereiro de 2019. Padre Maurício
Jardim, diretor nacional das POM
do Brasil, destaca a importância de
acolher esse encontro no próximo
ano, oportunizando apresentar aos
diretores dos diferentes países o
trabalho junto às comunidades e
Diretores Nacionais das POM das Américas em encontro no Paraguai grupos, para uma Igreja em saída.

POM de países de língua portuguesa promovem formação em Roma


Missionários de sete países de língua portuguesa

Observatório Romano
se encontram, entre os dias 24 de janeiro e 2 de feve-
reiro, no Centro Internacional de Animação Missionária
(CIAM), em Roma, para vivenciar o curso de atualização
em missiologia. Padres, religiosos e leigos de Angola,
Moçambique, Cabo Verde, Brasil, Guiné-Bissau, Timor
Leste e Portugal têm a oportunidade de partilhar suas ex-
periências junto às Pontifícias Obras Missionárias (POM).
No dia 29 de janeiro, os participantes foram recebi-
dos na sede da Congregação para a Evangelização dos
Povos e das Obras Missionárias Pontifícias. A recepção foi
realizada por padre Fabrizio Meroni, secretário geral da
União Missionária; Irmã Roberta Tremmarelli, secretária
geral da Infância Missionária; padre Fernando Domingues,
secretário geral da Obra de São Pedro Apóstolo; e padre
Tadeusz Jan Nowak, secretário geral da Obra da Propaga-
Participantes da formação na audiência geral com Papa Francisco
ção da Fé. Os secretários puderam apresentar o carisma,
a missão e os projetos desenvolvidos pelas Obras Ponti- secretário nacional da Propagação da Fé; Antônio Nie-
fícias. Na programação da quarta, dia 31, houve também a miec, secretário da União Missionária; a irmã Patrícia
participação do grupo na audiência com o papa Francisco. Souza, secretária da IAM; o seminarista da arquidioce-
O Brasil esteve representado pelos padres Mau- se de Mariana (MG) João Luiz da Silva; e o jornalista
rício da Silva Jardim, diretor das POM; Badacer Neto, Fabrício Preto.

4 janeiro a março 2018


Destaque

Ano Nacional
do laicato
e missao
O Documento 105 da CNBB, texto-base do Ano
Nacional do Laicato, apresenta a Igreja como “Comuni-
dade missionária” e insiste: “Igreja em ‘chave de missão’
que significa estar a serviço do reino, em diálogo com o
mundo, inculturada na realidade histórica, inserida na
sociedade, encarnada na vida do povo” (170). Refere-se
a todo o Corpo Eclesial, portanto, aos cristãos leigos e
leigas que constituem a “imensa maioria do povo de
Deus” (EG, n. 102), bem como aos consagrados e con-
sagradas e aos ministros ordenados.
Nossos bispos afirmam: “A missão é o máximo
desafio, é a primeira de todas as causas, é paradigma
de toda a vida da Igreja. (...) A vida é uma missão. Moti-
vados pelas orientações do Papa Francisco que convo- Ao longo deste ano, acontece a “Visitação da Ima-
ca para uma ‘Igreja em saída’, os cristãos leigos evan- gem ou Estandarte da Sagrada Família” pelas Comuni-
gelizarão com ardor, dinamismo, ousadia, criatividade, dades e Paróquias, com forte presença e manifestação
coragem e alegria. Não terão medo de se sujar com a de religiosidade popular, com o terço, ladainha, procis-
lama da estrada. Antes, terão medo de ficar fechados sões e Celebrações da Palavra de Deus.
nas estruturas que criamos” (173). Como frutos da mobilização, foram propostos:
O Ano Nacional do Laicato, iniciado na Solenida- “Para o âmbito da sociedade: Promover a participação
de de Cristo Rei de 2017, prosseguirá até Cristo Rei de popular... (Conselhos de Direitos, Grupos de Acompa-
2018. Tem como objetivo geral: “Como Igreja, Povo de nhamento ao Legislativo, Iniciativas Populares, entre
Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos outros); Mobilizar a sociedade brasileira para a rea-
leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, lização da auditoria cidadã da dívida pública. Para o
vocação, espiritualidade e missão e testemunhar Jesus âmbito eclesial: criar programas de formação de minis-
Cristo e seu Reino na sociedade.” térios leigos e animação de comunidades, pastorais e
Uma das ações será a “Semana Missionária ‘Igre- movimentos; fortalecer a articulação das redes de co-
ja em Saída’, nas Igrejas locais”. Além das visitas às munidades (Doc. 100 da CNBB); criar e/ou fortalecer os
casas, haja um círculo bíblico em cada rua e nos am- Conselhos Regionais e Diocesanos de Leigos”.
bientes de trabalho, refletindo a cada dia um campo Outras ações estão sendo realizadas. O importante
de missão do laicato: família, trabalho, política, cul- é que todos se envolvam nas atividades, como afirmam
tura, educação, comunicação, arte, ciência, etc. Em os nossos bispos: “Não é mais possível pensar uma
outubro, tem também o Mês Missionário, numa di- Igreja que não incentive a participação e a correspon-
nâmica integrada aos trabalhos das Pontifícias Obras sabilidade dos cristãos leigos e leigas na missão.” (160).
Missionárias – POM, em que serão retomadas e di-
vulgadas experiências concretas de missão dos cris- Laudelino Augusto, membro da
tãos leigos e leigas. Comissão Especial para o Ano do Laicato
2018 janeiro a março 5
Nossos Missionários

Um padre, muitos jovens e uma mochila


A experiência vivenciada no III Missão Sem Fronteiras
Durante os dias 25 e 28 de nos dias 11 a 21 de janeiro de 2018, nas rodas de conversa, de música,
fevereiro de 2017, período de fes- na cidade de Viamão (RS), com de brincadeiras e do tal chimarrão,
tividades carnavalescas, dezenas de sentimento de gratidão e de comu- com momentos enriquecedores e
jovens do Regional Sul II (Estado nhão na missão. E posso dizer que de integração ocorridos na Chá-
do Paraná) e uma jovem missioná- assim foi o meu Diário de Viagem cara dos Padres da Rede de Co-
ria de Santa Catarina reuniram-se na III Missão Sem Fronteiras… munidades Santa Cecília. Eu já vivi
para a realização da II Missão Inte- outras experiências missionárias
restadual da Juventude Missioná- muito profundas como seminarista
ria, na Paróquia Nossa Senhora das
“… eu ganhei a minha e mesmo como padre. Porém, nes-
Graças. Havia decorrido apenas primeira mochila!” sa missão eu ganhei a minha pri-
seis meses desde a implantação Estar com os jovens missio- meira mochila! Algo simples, mas
da Juventude Missionária, quan- nários do meu estado como com- com um sentido muito forte, pois
do três jovens assessores vieram a panheiros de viagem não me in- no pouco tempo de acompanha-
mim, na casa paroquial, com algo quietava, pois já os estimava como mento dos trabalhos da Juventude
de especial no seu ser Igreja. Era bons amigos. Ir para outra cidade, Missionária, pude sentir a grandeza
algo totalmente novo na minha ser acolhido fraternalmente por ir- e o sentido da mochila na vida de
vida de sacerdote, ao ver, naqueles mãos sacerdotes e também ter uma um jovem missionário… símbolo
rostos jovens, a decisão de sacrifi- família que fez de seu lar o meu lar, de despojamento e de valorização
car a alegria das festas de Carna- também já era algo que eu conhe- daquilo que é essencial para a vida
val, em vista do anúncio da Alegria cia e que não me causava estranhe- e para a missão… Receber a mo-
do Evangelho, e assim contemplar za. Entretanto, eu sentia uma in- chila foi como comungar do mes-
neles o rosto da Igreja em Saída. quietude: como seria um sacerdote mo sentimento, sentir-se acolhido
Desse intervalo de seis meses, mais (na fase adulta) missionário entre na vida desses jovens.
uma vez nossa paróquia acolhia as dezenas de jovens das diversas
lideranças da Juventude Missioná- regiões do Brasil e do além-fron-
ria, para a sua formação anual. teiras, jovens em missão vindos do
“E o tempo de
Assim esses jovens missioná- Paraguai? encher a mochila”
rios, agradáveis intrusos, entraram Bastaram alguns dias para que Tudo aquilo que vivi nos dez
na vida deste sacerdote que vos es- esta inquietude cessasse, devido à dias da experiência missionária em
creve, dando a razão para eu parti- convivência antes do início oficial da Viamão, eu partilho como fruto es-
cipar da III Missão Sem Fronteiras, missão, sob a sombra das árvores, sencial do que colhi. Pude trazer
6 janeiro a março 2018
Nossos Missionários

a mochila para minha casa. Nela, plástico que não deixou a enfer-

Fotos: Arquivo POM


trouxe famílias que abriram suas midade impedi-lo de manifestar a
casas para fazer, do tempo da mis- sua arte, mesmo estando longe das
são, uma vida num lar de amor e grandes exposições e o exemplo de
fraternidade, concedendo um lugar um casal, que buscam manter vivos
para o repouso na noite e também os sonhos na vida de crianças ca-
momentos agradáveis de partilha rentes da periferia de Porto Alegre
do pão e do chimarrão, de histó- e que tem uma bela inspiração num
rias, de sonhos e de vida. Trouxe pequeno riacho, que faz parte do
em minha mochila, os frutos de um quintal de sua casa.
retiro, simplificados no colocar-se
no caminho, no olhar que me pos-
sibilita o encontro com o próximo
“E trouxe um pouco da
e com Deus, na partilha da própria fonte da vida juvenil”
vida e no envio a um povo, com E falando em riacho, trouxe
uma história tão rica e peculiar, que comigo a água da fonte da vida
vive em Viamão. Trouxe a experiên- que jorra do coração missionário
cia das visitas missionárias nas áre- da Juventude, cujo rosto eclesial
as rural e urbana, no Assentamento encheu ainda mais a minha mo-
Filhos de Sepé e na Paróquia Santa chila. Sendo padre, a experiência
Isabel: com suas cruzes, como a na Chácara Quinta da Estância
como foi possível um jardim tor-
marca que a insegurança e a vio- me permitiu ver que o jovem quer
nar-se belo novamente, pela ação
lência deixam na vida das famílias, um pastor que caminhe com ele e
solidária desses jovens, no último
fazendo com que elas se isolem que comungue do seu ideal, e que
dia de visitas às famílias.
tanto dos inimigos como também para um sacerdote acompanha-lo
dos “amigos”, como nos diz a Igreja é sempre necessária a coragem de
na Campanha da Fraternidade des- se lançar às águas mais profundas, “E eu continuo a
te ano; também as grandes alegrias, com um sim constante, mesmo que
como a acolhida simples e fraterna, seja num bote improvisado so-
levar a mochila”
A mochila se tornou plena de
a fé de quem rezou e partilhou sua bre duas boias e alguns bambus,
tantas alegrias, sentimentos, cru-
vida conosco. sendo o mais importante o remar
zes. E a III Missão Sem Fronteiras
Algumas experiências en- juntos. Sendo companheiros de
continua no meu sacerdócio. Mui-
cheram mais a mochila, como a outros jovens acolhidos em famí-
to mais que dez dias cronológicos,
acolhida e a partilha de fé e amor lias diversas, trouxe em minha mo-
os frutos dessa experiência mis-
fraterno com pessoas de outras chila a certeza de que os jovens são
sionária se eternizam no tempo
experiências religiosas como a um- capazes de transfigurar a realidade
(Kairós) de Deus. Por isso, cabe a
banda, a superação de um artista na qual estão inseridos e podem
mim e a cada jovem missionário,
dar um rosto jovial a toda a Igreja.
fazer com que seus frutos conti-
Era notável a alegria e o brilho no
nuem a multiplicar. O lema “Pro-
olhar das famílias que acolheram
cura ser um exemplo para quem
os jovens missionários e se fizeram
crê” (1Tm 4,12) foi um mandamen-
missionárias junto a eles, entre ho-
to entregue a cada missionário
mens e mulheres admirados ao en-
e missionária nessa missão sem
contrar jovens que tinham tempo
fronteiras. E ao encerrar este rela-
para ouvi-los e para lhes transmitir
to, continua ecoando em mim, este
uma palavra amiga.
lema, no qual rezei e rezo a cada
Também trouxe a certeza de
dia: Padre, procure ser um exem-
bons profissionais que saberão co-
plo ao jovem que crê! Que Deus
locar a sua vida e o seu conheci-
abençoe a todos e muito obrigado
mento a serviço dos irmãos pelas
por esta bela experiência de vida.
oficinas realizadas. Enfim, eu trouxe
JOVENS MISSIONÁRIOS, SEMPRE
comigo o ardor missionário, a fé
SOLIDÁRIOS!
que inquieta, o testemunho de uma
esperança concreta, uma porção de
Pe. Roberto Cesar,
amigos e a possibilidade de sonhar
Diocese de Campo Mourão (PR)
com um mundo melhor, assim

2018 janeiro a março 7


POM

Brasil no CAM 5
A Igreja das Américas se
encontra em julho na Bolívia
Com a temática “A Alegria do Evangelho, coração
da missão profética, fonte de reconciliação e comu-
nhão”, as Igrejas particulares das Américas foram con-
vocadas para o 5º CONGRESSO MISSIONÁRIO AME-
RICANO (CAM 5), a ser realizado de 10 a 14 de julho
de 2018 na cidade de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia.
A delegação brasileira contará com 250 participan-
tes de todos os 18 regionais da CNBB. Dentre eles, leigos
e leigas, sacerdotes, diáconos, bispos, religiosos e reli-
giosas e seminaristas. O critério básico para compor a
delegação é a participação no 4º Congresso Missionário
Nacional e a presença ativa nos Conselhos Missionários.
O objetivo geral do CAM 5 é fortalecer, nas Igre-
jas das Américas, a identidade e o compromisso com a
Missio Ad Gentes, anunciando a Alegria do Evangelho a
todos os povos, com particular atenção às periferias do
mundo de hoje, a serviço de uma sociedade mais justa,
solidária e fraterna.
Um dos objetivos específicos é fortalecer a identi-
dade e o compromisso missionário de nossas Igrejas
na América para responder com coragem, generosida-
de e eficácia aos desafios da Nova Evangelização.
Os eixos temáticos do CAM 5 serão: O Evangelho;
A alegria; A Missão e Profecia; A Reconciliação e Co-
munhão e a Missão Ad Gentes.
O 5º Congresso Missionário Americano (CAM 5)
será uma graça de Deus para todas Igrejas particulares
do continente; um sinal do amor do Senhor que nos
cativa e faz seus discípulos missionários. Fará memória
do testemunho de missionários e missionárias, motiva-
dores do nascimento das Igrejas nas Américas.

Saiba mais sobre o CAM 5


Metodologia: Programação:
Antes do Congresso: Estudo e reflexão do docu- 8 e 9 de julho: Chegada das delegações.
mento base do 4º Congresso Missionário Nacional e 10 de julho: Celebração de abertura na praça da
a publicação pós-congresso: Missão Permanente, Re- Catedral de Santa Cruz.
flexões e Propostas. 11, 12 e 13 de julho: Realização do Congresso.
Durante o Congresso: Conferências Centrais; Sub 14 de julho: Jornada Missionária nas Paróquias
Assembleias, Testemunhos Missionários; Fóruns Mis- e Missa de Envio.
sionários; Oficinas; Partilhas; Celebrações Litúrgicas
e Experiências Missionárias. Local do congresso: Colégio Dom Bosco. Rua Gual-
Depois do Congresso: Assumir, comprometer-se berto Villarroel, 1133, Santa Cruz de la Sierra/Bolívia.
e pôr em prática as conclusões do 5º Congresso Mis-
sionário Americano (CAM 5), animando e renovando o Organização: Conferência Episcopal Boliviana. Pontifí-
trabalho missionário da Igreja no continente. cias Obras Missionárias e Arquidiocese de Santa Cruz.
8 janeiro a março 2018
POM

A história dos
Congressos Missionários V ORAÇÃO DO 5º CONGRESSO
MISSIONÁRIO AMERICANO (CAM 5)

Os Congressos Missionários Latino-Americanos Pai de bondade, criador de todas as coisas, conce-


carregam uma história de mais de quarenta anos. O de-nos tua misericórdia
1º Congresso Missionário Latino-Americano (COMLA para que nos liberte da tristeza egoísta que brota
1) aconteceu em 1977 no México, Torreón. Lá, surgiu do coração voraz,
a proposta de repetir a experiência por toda a Amé- de uma vida doentia de caprichos e de consciência
rica Latina, a cada cinco anos. Neste ano, chegamos fechada aos demais.
à décima edição, embora desde 1999 os congressos Ajude-nos no encontro com Teu Filho Jesus Cristo.
tenham ultrapassado as fronteiras da América Latina, Que Ele cative nosso coração, de modo que Seu
sendo considerados Congressos Missionários Ameri- olhar sereno
canos (CAM), por isso que na cidade de Santa Cruz de nos fortaleça na fé e nos abra aos irmãos e irmãs.
la Sierra, Bolívia, celebraremos o CAM 5. E apesar de nossos limites, sejamos capazes de
mostrar ao mundo
Pe. Maurício da Silva Jardim, a alegria de uma vida nova que surge de Seu divino
diretor das Pontifícias Obras Missionárias coração.
Que tua Igreja, motivada pela doce e confortadora

Linha do tempo alegria de evangelizar


e fecundada por novos filhos e filhas,

CAM - COMLA possa contemplar agradecida, na força renovadora


do Espírito Santo,
sua expansão, origem e crescimento na bondade,
verdade e beleza.
1977 – COMLA 1 Que a Virgem Maria, Estrela da Nova Evangelização,
Torreón (México) nos faça descobrir a força da humildade e da ter-
nura,
1983 – COMLA 2 nos momentos áridos e difíceis.
Tlaxcala (México) Sua materna intercessão nos conforte e ensine a
depositar em Ti toda nossa confiança,
1987 – COMLA 3 sustentando-nos uns aos outros com a oração.
Bogotá (Colômbia) Amém.

1991 – COMLA 4

Arquivo POM
Lima (Peru)
1995 – COMLA 5
Belo Horizonte (Brasil)
1999 – CAM 1 - COMLA 6
Paraná (Argentina)
2003 – CAM 2 - COMLA 7
Cidade da Guatemala (Guatemala)
2008 – CAM 3 - COMLA 8
Quito (Equador)
2013 – CAM 4 - COMLA 9
Maracaibo (Venezuela)
2018 – CAM 5
Santa Cruz de la Sierra (Bolívia)
Informações: Site oficial do CAM 5 (www.vcambolivia.com)
e site das POM (www.pom.org.br )
2018 janeiro a março 9
Aprofundando a Missão

O dom
da vocação
presbiteral
A nova Ratio Fundamentalis Institutiones Sacerdotalis
O papa Francisco recebeu em audiência, no dia da graça do Senhor (Lc 4, 18-19.21); sabedores de ser
21 de outubro, a comunidade do Colégio Pio Brasilei- profundamente amados por Deus e acompanhados por
ro. Dirigindo-se aos presbíteros presentes disse que Ele; ensinando para as suas comunidades o caminho
“o povo de Deus gosta e precisa ver que seus padres de saída de si mesmos para ir ao encontro de Cristo e
se amam e vivem como irmãos. Isto é ainda mais ver- dos irmãos; oferecendo a própria vida com generosida-
dadeiro pensando no Brasil e nos desafios tanto de de e dedicação pelo anúncio do Evangelho; animados
âmbito religioso como no social que lhes esperam ao por uma sadia inquietude que os mantém a caminho;
retorno. De fato, neste momento difícil da sua história atentos para que o hábito e a mediocridade não esfriem
nacional, em que tantas pessoas parecem ter perdido a o dom recebido do Senhor; sustentados pela força do
esperança num futuro melhor por causa dos enormes Evangelho e da oração; deixando-se ensinar pela vida
problemas sociais e de uma escandalosa corrupção, o pastoral e pelo Povo de Deus; vigilantes para que as
Brasil precisa que os seus padres sejam um sinal de fragilidades e contradições da condição humana não se
esperança. Os brasileiros precisam ver um clero unido, sobreponham à graça recebida. Ou ainda, “com o olhar
fraterno e solidário, em que os pa- e os sentimentos de Jesus, que con-
dres se unem para enfrentar juntos templa a realidade não como juiz,
os obstáculos, sem ceder à tenta- mas como bom samaritano; que
ção do protagonismo ou do car- reconhece os valores do povo com
reirismo. Estejam atentos com isso! quem caminha, bem como as suas
Tenho a certeza de que o Brasil vai Ensinando para as feridas e pecados; que descobre o
superar a sua crise, e confio que sofrimento silencioso e se comove
nisso vocês serão protagonistas”.
suas comunidades perante as necessidades das pes-
O Santo Padre exorta os pas- o caminho soas, sobretudo quando estas se
tores do Povo de Deus a assumirem encontram oprimidas pela injustiça,
os desafios da evangelização, tanto
de saída de si a pobreza indigna, a indiferença ou
em âmbito religioso como no social. mesmos para ir ao pela ação perversa da corrução e da
Isso pressupõe homens tocados violência” (Papa Francisco, Medellin,
pela experiência do encontro com
encontro de Cristo 09/09/2017).
o Crucificado-Ressuscitado; ungi- e dos irmãos Os presbíteros, inseridos no
dos para anunciar aos pobres o ano cotidiano da vida de inúmeras
10 janeiro a março 2018
Aprofundando a Missão

comunidades, trabalham muito, anunciando e tes-

CNBB
temunhando o amor Daquele que nos amou por
primeiro (cf. 1Jo 4,10). São homens desapegados,
dedicados, despojados, cheios de alegria e genero-
sidade, com espírito de serviço e obediência, em co-
munhão com seus bispos e irmãos no presbitério,
dispostos a promover, animar e coordenar junto às
comunidades a obra da evangelização.
Num contexto de mudança de época, o presbítero
é um discípulo a caminho; é um homem que busca no
cotidiano seguir fielmente o Senhor que não veio para
ser servido, mas para servir (cf. Mc 10,45), oferecendo,
generosa e gratuitamente a própria vida para que outros
“tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Grupo estuda a formação de Presbíteros
A nova Ratio Fundamentalis Institutionis Sacer-
dotalis, publicada em 8 de dezembro de 2016, propõe preensão. Compreender não é um entender qualquer,
indicações para a formação, inicial e permanente, dos geral, indefinido, sem determinação, mas sim essencial.
presbíteros. Como entender o termo Ratio? Usualmente Trata-se, pois, da compreensão da essência da ‘institutio-
ratio se traduz para o português como razão, o porquê, nis sacerdotalis’. A palavra essência na sua formulação é
o móvel, o motivo, finalidade, meta, fundamento, princí- semelhante à paciência, tendência, obediência, e significa
pio, causa. Todos esses termos procuram apontar para o a dinâmica (-ência), o vigor, a vitalidade do ser (esse-ên-
mesmo, sem poderem dizê-lo por completo, num úni- cia), o móvel, o fundamento da ‘institutionis sacerdotalis’.
co termo. Sintetizando, podemos traduzir o termo Ratio Esse novo documento que trata da questão da
por compreensão essencial. Trata-se, pois, de uma com- formação dos presbíteros aponta, pois, para o pró-
prio da ‘intituitionis sacerdotalis’. Podemos afirmar
que o documento expressa a identidade do ser pres-
Arquivo POM

bítero. Identidade aqui é compreendida, não estática,


mas dinamicamente: o que determina e move o ser
humano, a partir do fundo dele mesmo (fundamen-
to), qual uma fonte borbulhante (princípio, causa),
determinando-o à ação da busca de uma meta (fina-
lidade) que o realiza plenamente enquanto presbíte-
ro. Ratio, na Tradição do Ocidental é tradução latina
da expressão grega LogV (logos) ou NouV (nous),
que significa não apenas uma das “faculdades da
alma”, hoje denominada razão, unilateral ao lado das
outras também unilaterais, denominadas vontade e
sentimento, mas sim o vigor de fundo do ser huma-
no no que ele tem de mais próprio: a liberdade ou na
nossa linguagem hodierna autonomia. Ratio Funda-
mentalis nessa acepção significa então a dinâmica,
o fundamento, o núcleo, a essência do ser presbítero,
da participação pessoal na ‘institutionis sacerdotalis’,
ancorada na força, na vigência da liberdade ou da
autonomia humana.
A Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis é,
pois, indicação vigorosa a respeito do quê e do como
ser presbítero. Ela exprime o cuidado e o acompanha-
mento dos presbíteros e de sua formação, enquanto
vocacionados a fazer próprios os sentimentos de Cris-
to Jesus (Fil 2,5), no exercício cotidiano da caridade
pastoral, no seio de uma fraternidade presbiteral.

Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto


Alegre (RS) e presidente da Comissão para os Ministérios
Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB.
Dom Jaime no Congresso Missionário de Seminaristas em 2015
2018 janeiro a março 11
Testemunhos

Fotos: Arquivo Pessoal


Desafios
da missão
Deus se faz na vida de oração,
fraterna e convivência com os pobres

C
heguei em Moçambique nos. Junto com as crianças, come- por parte de Deus e de todos que
em fevereiro de 2014, na cei a me encontrar com seus pais me cercavam. Eram momentos de
realização de um sonho que falavam da alegria de ver seus profunda angústia e desespero e
muito antigo. Esse sonho até havia filhos lendo e escrevendo e isso foi ainda pensava: Ao morrer eu iria
abandonado, mas foi possibilita- me dando força e alegria para viver para onde mesmo se Deus tinha
do a partir do curso do Profolider nesse lugar. me abandonado? Me sentia à bei-
(Centro Cultural Missionário), além Fui participando de outros tra- ra do abismo. Confesso que passei
de muito esforço e confiança no balhos também importantes, como no vale da morte muitas vezes, mas
Senhor. a pastoral carcerária pela qual con- sempre busquei me disciplinar na
Quando cheguei em Moçam- seguimos, com ajuda de parceiros, vida de oração, na vida fraterna e
bique na pequena cidade do Gurué, criar uma associação chamada “As- na convivência com os pobres.
na Província da Zambézia, era tem- sociação Witxala” onde trabalhamos Pequenas luzes iam acenden-
po chuvoso e estava frio. Eu, como com costura. Depois veio o trabalho do em meu coração e fui compre-
muitos nordestinos, nunca gostei com círculos bíblicos e vi que a pa- endendo que ter malária era conse-
de frio e foi um sofrimento que lavra de Deus tem muito a nos ensi- quência de minhas escolhas, sendo
não tinha data para terminar. Junto nar diante da cultura africana. impossível viver com os pobres
com o frio veio a solidão, longe das Todas as dificuldades foram sem sentir suas dores, suas neces-
irmãs de caminhada, dos amigos sendo superadas, menos uma: A sidades. Não existe vacina contra
e familiares, a saudade do país, da malária. Essa foi uma doença que a malária e Deus seria injusto se
minha cultura, me sentia sozinha me aproximou da morte. Senti mui- criasse uma só para mim.
no mundo. Como se não bastas- tas vezes a sensação de que a mi- Essa compreensão fez com
se, não havia trabalho, com uso do nha hora já havia chegado e que que eu me sentisse amada por
tempo só para conhecer a realida- tinha sido abandonada por Deus. Deus e perdesse o medo da ma-
de, de observar. Achava que um Deus amor não lária, sentindo-me entregue nas
Confesso que foi difícil e, so- podia deixar uma filha sua sofrer mãos amorosas de Deus e deixan-
mente depois, ganhei uma mis- assim e não conseguia perceber do-me ser guiada por ele. Até onde
são: alfabetizar crianças de várias seu amor. eu pude chegar junto à morte, sinto
idades. Foi um grande presente a Tive muitas malárias e cada que Deus com seu divino Espírito
que me dediquei de corpo e alma. vez que surgiam vinha o senti- me fez vencê-la e me associar à
Usei o método de Paulo Freire e mento de profundo abandono cruz de Cristo e, junto a Ele, a mor-
senti muita alegria em realizar esse te foi vencida totalmente.
trabalho, sendo um momento de A esse Deus que me criou, me
muito aprendizado também para quis e me consagrou, a ele todo
mim, pois aprendia com as crian- meu louvor e minha eterna grati-
ças muitas coisas da cultura e nos dão. Me sinto realizada como con-
tornamos parceiros, amigos. Fize- sagrada e como pessoa. Percebo
mos de nossas aulas momentos de que a missão, quanto mais desafia-
aprendizado, de convivência com dora, é mais reveladora do rosto de
passeios, cantorias, danças e mui- Cristo nos pobres e nas circunstân-
tas alegrias. cias que a vida nos oferece.
Aos poucos esqueci o frio e a
saudade, tornando-me parte desse Antônia Helena Lima Santos
mundo tão esquecido dos peque- Missionária Capuchinha
12 janeiro a março 2018
Testemunhos

OSUWELA OVIRA VARAYA’VO


Conhecer é passar pelas coisas
S
ou de São José dos Campos, interior do Estado vam e o amor foi o primeiro gesto de comunicação. Para
de São Paulo. Desde jovem participei na vida da mim, aquilo não era vida, mas sobrevivência. As casinhas,
paróquia, nas Cebs, conselhos pastorais, Teolo- a água, as condições de vida, tudo era tão diferente que
gia para leigos... Agora venho partilhar um pouquinho de não cabia em mim. Depois de alguns meses começamos
nossa experiência missionária. a fazer pomada de sabão para desinfetar feridas, depois
Em 1996, conheci um jovem que se apresentava veio a campanha de vacinação junto a longínquas casinhas
como Leigo Missionário Comboniano e então senti uma destinadas à saúde. Eu e um nativo saíamos de bicicleta
grande vontade de saber o que significativa ser missioná- carregando caixas de sabão e alguns quilos de açúcar e
rio. Embora estivesse envolvida na pastoral paroquial, sen- óleo para a fabricação da pomada. O sabão para limpar,
tia falta de alguma coisa. Ao aproximar-me daquele jovem o açúcar para cicatrizar e o óleo para umedecer! Estive do-
recém-chegado para os trabalhos com a APAC (Assistên- ente e foste me visitar. Eram essas as palavras de conforto
cia e Proteção aos Encarcerados), no meu dia a dia; Eis que estarei
descobri que ainda não havia um contigo até o fim.

Arquivo Pessoal
grupo formado de Leigos Missio- Certa vez fiz um parto no
nários Combonianos. Começamos chão, dentro de uma casinha escu-
então a dar andamentos e chama- ra. Mais uma vez a mão e a clari-
mos pessoas para a formação do dade dos olhos de Deus tomaram
grupo. Deus nos chama e a aten- conta do meu ser missionário: A
ção ao chamado é sutil e delicada. criança nasceu em cima de uma
Ainda bem que consegui ouvir, es- capulana (pano) suja de terra. A
cutar, pois Deus se serviu daquele África e o milagre da vida. Fiquei
jovem para consolidar a missão. por três anos e meio nesse local.
Ali tudo começou e em 2000 viajei Depois veio a hora de partir
para Contagem, em Minas Gerais, para a Província de Nacala, junto à
para a formação. Em 2001, já es- missão de Carapira, próxima à ci-
tava na periferia de Contagem; em dade de Nampula e Nacala Porto.
2002 fui para aldeia indígena com Uma missão totalmente diferente,
os povos WURU-EU-WAU-WAU, onde tínhamos uma Escola Indus-
onde atuei como auxiliar de enfer- trial, hoje Instituto.
magem; em 2003 chegou a vez da Fiquei por oito anos e meio
África. em África, dando um pouquinho
Era junho de 2003 quando de mim para os que Deus me
parti para o Niassa, norte de Mo- presenteou. Hoje estou de volta
çambique. Mas desde que pousei em Maputo, ao Sul, já ao Brasil, atuando em Contagem na formação de outros
sentia uma forte e inexplicável emoção. Em Niassa, no vila- missionários que querem experimentar este Deus que se
rejo de Nipepe, fomos recebidos segundo os costumes do faz três e nos dá a possibilidade de continuarmos a obra
povo Macua daquela região e no domingo seguinte, meu começada por Jesus: Ide e Anunciai! Com gestos, palavras
coração parecia explodir de alegria ao ouvir as palavras do e silêncios, sobretudo na simplicidade que muitas vezes
animador da comunidade, senhor papa Bernardo, ao nos parece que nada estamos fazendo.
apresentar: a lega Lourdes (lega mesmo, para dizer leiga) Também em Contagem, na Vila Ipê Amarelo, atuo na
tem o rosto da África, foi roubada de nós no tempo dos casa Comboniana Justiça e paz, colaborando na medicina
antepassados, agora Muluku (Deus) nos devolve e vamos alternativa com massoterapia, Reik e magnetismo (rastre-
aceitar na família. Meus deus, ali acontecia o kairós!! Tudo amento com ímã pelo corpo humano). Assim foi a alter-
se misturava: amor a Deus, a missão ao povo, éramos três nativa para ajudar as pessoas que não tem acesso a esse
num só coração. Quando chegou a hora de conhecer a tipo de tratamento milenar. Por todas as atuações, termino
realidade das comunidades, vi leprosos, feridas expostas, dizendo que vale a pena viver a missão!
crianças a carregar moscas nos cantos dos olhos, malárias, Muluku òkhala! Muluku òhavo! KÒRÉRIWA. (Deus
falta de medicamentos, e mais uma vez tudo se confundia está, temos sorte)
dentro de mim.
Meus olhos vislumbravam somente sofrimento! Eu Maria de Lourdes Vieira,
ainda não sabia a língua local, mas nossos olhos se fala- Leiga Missionária Comboniana

2018 janeiro a março 13


Propagação da fé

A experiência da III Missão Sem Fronteiras da JM


A novidade traz espanto e temor e, ao mesmo as. Um passo pequeno foi dado lá no Norte, em terras
tempo, desperta curiosidade e atração. Nela, estão as paraenses, nas periferias onde a Igreja (cristãs e cris-
experiências ainda não vividas, onde não há seguran- tãos) luta diariamente para que não lhe seja tirada a
ça, trazendo um universo de possibilidades... O ano de imagem e semelhança de Deus que carrega consigo,
2018 é uma novidade que se abriu para nós e, diante na dignidade de cada um. Peregrinou pelo sertão, pela
dele, como nos colocar? O que dizer? Permitamos eco- secura onde os fortes são forjados, pois “o sertanejo
ar, em nossos corações, o que canta o salmista “confia é antes de tudo um forte”. E agora chega aos pampas
no Senhor e tem coragem”, confiemos no Senhor e te- verdes do Rio Grande do Sul, lugar que, se visto super-
nhamos sempre coragem. Motivados dessa maneira, ficialmente, reluz opulência e riqueza, mas que esconde
acolhemos o novo ano com a III Experiência da Missão sofrimentos profundos de miséria e escassez.
Sem Fronteiras, pois “tudo com missão, nada sem mis- As juventudes se encontraram, vindas de diversos
são”, como nos provocou o 4º Congresso Missionário lugares do Brasil e do Paraguai, de Norte a Sul, de les-
Nacional. te a Oeste, ligadas às Pontifícias Obras Missionárias,
O caminho tem sido construído passo a passo, percorrendo as ruas das comunidades das paróquias
rompendo barreiras, ultrapassando fronteiras e se fa- Santa Cruz e Santa Isabel, na cidade de Viamão, região
zendo solidariedade frente às necessidades das pesso- metropolitana de Porto Alegre no Rio Grande do Sul.
Eram mais de 52 jovens buscando discernir os sinais
dos tempos à luz da fé e da Palavra de Deus para se
Arquivo POM

tornarem presença do crucificado-ressuscitado, e se-


rem o testemunho de Cristo Jesus na fraternidade e
no diálogo despretensioso que acolhe a todas e todos.
Eram do Amapá a Santa Catarina, do Acre a Bahia, de
todo o Brasil e do Paraguai, vindos como peregrinas e
peregrinos experimentar o que significa dizer discípu-
los missionários.
Juventudes, Fé e discernimento foram as palavras
que os agregou durante os dias 11 e 21 de janeiro, na au-
rora do novo ano. Talvez essas palavras estejam desgas-
tadas ou deslocadas em nosso tempo, o qual faz crescer
o número dos indiferentes que se dizem acreditar apenas
Missionários visitam as famílias da comunidade nas próprias capacidades e consciências, levados por es-

14 janeiro a março 2018


Propagação da fé

colhas a partir de si e dos benefícios imediatos, em que as

Arquivo POM
juventudes são, a todo momento, menosprezadas e usa-
das por um sistema que as coisificam. Porém, provoca-
dos pelo Papa Francisco, ousamos pensar e contemplar
as juventudes a partir das suas palavras, fé e discernimen-
to, do mesmo olhar que o Papa convida os bispos para
o sínodo que acontecerá este ano em Roma. É preciso
trazer as juventudes para o centro da discussão, indicar
uma caminhada diferenciada da que é proposta pelo sis-
tema a que estamos todos submersos.
Por isso, acreditamos que só estando nas ruas, nas
encruzilhadas que os encontros podem acontecer, não Celebração de envio ao final do encontro
queremos ser “jovens do sofá”, mas jovens da história,
histórias compartilhadas pelos caminhos percorridos. Impelidos pelo amor que se traduz em atitu-
Para tal escolha, é estar nas estradas por vontade pró- des solidárias e fraternas, propusemos três oficinas
pria, sendo necessário fazer um longo e profundo dis- às comunidades durante esses dias. As oficinas se
cernimento, descobrir como, quando e de que maneira debruçaram sobre as temáticas do meio ambiente e
se pôr a caminho. A fonte de sabedoria nesse processo ecologia, da saúde e da cidadania, visando sempre a
é o próprio Deus que se comunica conosco por meio promoção das pessoas. Dentro de uma perspectiva
de sua Palavra e de tantas pessoas e situações. de prevenção, a oficina da saúde levou os participan-
A experiência missionária foi vivida no acolhimen- tes a conhecer práticas para melhorar o bem-estar e
to de tantas famílias que, mesmo sem nos conhecer, a qualidade de vida; a oficina de ecologia e meio am-
abriram suas portas e nos possibilitaram compreen- biente, num diálogo interativo com as iniciativas exis-
der o que significa fraternidade e confiança, ali ficamos tentes da coleta, separação e reutilização de materiais
com eles todos esses dias e foi possível compartilhar reciclados, buscou aprofundar e motivar o exemplo
de suas alegrias e de suas tristezas, nos exercitando de consciência do cuidado com a casa comum; e a
em ouvir com atenção e ternura suas histórias, acolher oficina de cidadania orientou os participantes sobre
com gratuidade e sem exigências sua generosidade. A o acesso a determinados programas do governo
fraternidade é possível e é um grande contributo que destinados à população, reforçando também, o en-
podemos oferecer a este mundo. gajamento político dos jovens na construção de uma
Com eles, percorremos os bairros por ruas total- sociedade ética.
mente desconhecidas para nós, onde a dor, o medo e Toda essa partilha foi a surpresa que a novidade
a insegurança se fizeram ecoar de maneira ensurde- de 2018 nos trouxe já no seu início. A possibilidade e
cedora em nossos ouvidos. Visitamos lugares temidos reforçar a fé em um mundo mais fraterno e solidário,
pela comunidade local, conversamos com todos que se onde a última palavra não é do indiferentismo, nem do
abriram para nós, seja entre as grades para obterem al- ódio que nos aprisionam, mas do amor que nos liberta
guma segurança, seja em cadeiras ou confortável sofá. e nos impele a ir ao encontro das pessoas. Este novo
Nos colocamos a serviço e fizemos o acompanhamen- ano nos possibilitou ser testemunhas para os que cre-
to de um morador enfermo ao hospital, limpamos o em e para os que não creem também, e nos levou a
quintal de um senhor incapacitado para limpá-lo há assumir o nosso lema inspirado na carta a Timóteo.
anos, sempre agindo com solidariedade, na expressão Saímos de Viamão profundamente agradecidas
concreta do amor, porque no amor cremos, confiamos e agradecidos pela ternura que ali experimentamos, e
e o temos como nosso grande testemunho. não queremos deixar cair a profecia. Assim, seguimos
atentos aos sinais dos tempos, instigados pela nossa
fé e pelas realidades encontradas, queremos ecoar em
todos os cantos do Brasil e do Paraguai, em nosso co-
tidiano, a força transformadora que vivemos. Assim,
juntos colaboraremos para que a nossa Igreja se en-
contre em saída missionária e assim se mantenha per-
manentemente, rompendo sempre com o comodismo
e percorrendo novos caminhos.

Juventude Missionária sempre solidária!

Pe. Badacer Ramos de Oliveira Neto,


Secretário Nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé

2018 janeiro a março 15


Missão em Contexto

A busca por

Fotos:
sobrevivência
dos imigrantes venezuelanos
B
oa Vista (RR), às 5 horas seu país veio ao Brasil com o filho e Dias e os Missionários da Fraterni-
da manhã, em frente à Po- uma irmã. “No Brasil a situação está dade Federação Humanitária Inter-
lícia Federal (PF), forma-se bem melhor para nós”, disse. nacional têm somado na acolhida
uma fila extensa de venezuelanos A alimentação chega ao abrigo aos imigrantes.
aguardando para dar entrada na duas vezes por semana. A distribui- Ação cristã e humanitária – A
regulamentação dos documentos. ção é feita por famílias. Eles guar- Comissão Episcopal Pastoral Espe-
Nas praças, debaixo das árvores, dam em pacotes e sacolas, próximo cial para o Enfrentamento ao Tráfico
muitas pessoas dormem ao relen- às redes onde dormem. O preparar Humano (CEPEETH) da Conferência
to. Próximo à rodoviária, debaixo da alimentação é improvisado no Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
de uma pequena árvore, entre tan- pátio. Cada família faz um pequeno realizou, de 28 de fevereiro a 4 de
tos imigrantes, um casal com duas fogo e improvisa panelas para o co- março, em Pacaraima e Boa Vista, a
crianças está sentado, como que zimento. São centenas de fogos e as “Missão Fronteira Venezuela”. O obje-
vigilante. Diante deles uma pequena famílias ao redor esperam a comida. tivo é conhecer a situação que envolve
mala e o sol que começava a nascer. Eles optam por uma alimentação di- a imigração na fronteira entre o Brasil
Na estrada que liga à fronteira ária, para que possam garantir uma e a Venezuela, em especial verificar a
Venezuelana, há uma frequência de refeição por dia até chegar a próxi- ocorrência do tráfico humano e ela-
imigrantes sob o sol de 40 graus, ma distribuição de alimentos. borar um documento de análise e de
percorrendo o trajeto para chegar Há muitos voluntários que proposição acerca das contribuições
a Boa Vista. No fim da tarde, o gru- procuram amenizar o sofrimento que a Igreja pode oferecer, em termos
po que marcha rumo à capital de dos imigrantes. Mas não têm dado de incidência, assistência e denúncia.
Roraima é maior. Na fronteira, no conta. Padre Jesús López Fernández, A Comitiva passou o dia em
posto da Polícia Federal, o fluxo de de Pacaraima, oferece cerca de 800 Pacaraima. O bispo de Roraima,
pessoas é intenso. Segundo a PF, cafés da manhã, diariamente. Para dom Mario Antônio, afirma que a
80% são venezuelanos chegando muitas pessoas é a única refeição CEPEETH “traz muita esperança tan-
ao Brasil. No total o movimento do dia. A Igreja Católica, a Igreja de to para a diocese de Santa Elena [ci-
migratório gira em torno de 1200 Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dade venezuelana] quanto para nós
pessoas por dia. Em Pacaraima (RR),
Fotos: Felipe Larozza

o abrigo de passagem que acolhe o


povo indígena Warao foi preparado
para receber 190 pessoas, mas hoje
abriga 500. Dessas, 200 são crian-
ças. Uma mãe de apenas 15 anos,
pálida e muito magra, sem força no
falar, está deitada na rede com os
gêmeos de dois meses, aparente-
mente recém-nascidos. Um jovem
pai Worao está no abrigo há três
meses. Ele imigrou com o filho de
8 anos. Com lágrimas nos olhos
conta que a esposa faleceu, os pais
também, e por não ter comida em Venezuelanos aguardando para dar entrada na regularização dos documentos
16 janeiro a março 2018
Missão em Contexto

Quer ajudar?
Para doações em dinheiro, a
Diocese de Roraima disponi-
bilizou a seguinte conta:
CNPJ 05.936.794/0001-13
Banco do Brasil
Agência: 2617-4
Imigrantes acolhido no abrigo de passagem Conta Corrente: 20.355-6
de Roraima no sentido de promover Apoiando tanto a Igreja local como
e integrar esses nossos irmãos e ir- outras iniciativas contribui para dar
mãs. Essa visita foi um momento de uma resposta de carinho, de aco-
unção com o óleo da alegria, da ter- lhida a esses migrantes, combaten-
nura e da confiança e do fortaleci- do a xenofobia, a discriminação e
mento para nós”, disse o bispo. até as medidas governamentais
Para a irmã Rosita Milesi, cola- que são restritivas para que es-
boradora da CEPEETH, “a visita da sas pessoas tenham uma acolhida
Comissão buscou reunir informa- minimamente digna. Nossa visita
ções e levar uma percepção mais quer, sobretudo, olhar o tema do
clara do que se passa, dos gran- tráfico humano e como conseguir
des desafios que há, os grandes informações mais precisas para
problemas que os imigrantes en- dar visibilidade e essa problemáti-
frentam. As explorações a que são ca”, conta a religiosa. “Os migrantes
submetidos e como depois apre- não são perigosos, mas estão em
sentar e debater a implementação perigo”, papa Francisco.
de ações para fortalecer a ação da
Igreja e a presença da CNBB aqui. Ir. Osnilda Lima, fsp

2018 janeiro a março 17


IAM

Celebrando a vida
Neste ano em que com alegria celebramos os
175 anos de fundação da Obra da Infância e Adoles-
A IAM do Brasil é construída por centenas de
grupos que estão nas diversas comunidades, paro-
cência Missionária, queremos fazer uma memória quias e dioceses. Convidamos aos grupos da IAM
agradecida por tantas pessoas que já contribuíram que possam fazer o seu resgate histórico e contando
com a Obra e que ajudaram a construí-la. E convi- com a criatividade construir também a sua linha do
dar a todas as crianças, adolescentes e assessoras/es tempo.
a continuar a concretizar o lema da obra “criança e
adolescente ajudando e evangelizando crianças e Irmã Patrícia Souza
adolescentes”. é secretária nacional da IAM.

Introdução da Obra da 3 de maio 10 a 12 de julho


Infância Missionária no 3 de agosto A Infância Missionária O 2º Encontro Nacional da
Brasil por Pe. Monteil, Assume como foi elevada a Obra Infância realizou-se de, em
lazarista. Diretor Nacional Pontifícia no dia, Cariacica, na área metropolitana
o Pe. Gaetano pelo Papa Pio XI, de Vitória, ES, neste encontro
Mons. João Maiello, PIME. significando que ela foi lançado o livro Infância
Fernando Tiago seria para toda a Missionária: Diretrizes e
Esbérard, em um Igreja. Orientações.
relatório, registrava
a simpatia com que
9 e 11 de junho
era vista a Santa 30 de abril Em São Paulo, SP aconteceu
Infância. Assume como o primeiro encontro nacional
Diretor Nacional da Infância Missionária com o
A Obra Pe. Giancarlo objetivo de atender às decisões
entrou em Coruzzi, tomadas no 1º e o 2º encontro
declínio. Xaveriano. latino-Americano.
1843
1850
1858
1887
1889
1894
1955
1977
1983
1984
1989
1922
1993

1995

1996
1997
Estabelecimento 16 de março 5 a 9 de fevereiro
A Obra foi 28 de julho
da Obra da Assume a Aconteceu em
Infância reerguida Caracas(Venezuela) o
oficialmente no Direção Nacional
Missionária no da Infância 2º Encontro Latino-
Brasil. Brasil, na ocasião Americano da Infância
foi nomeado Missionária Pe.
João Panazzolo. Missionária (ELIM 2).
para o cargo de
19 de maio Diretor Nacional,
A Obra da Infância o Pe. Paulo van
Missionária foi 12 a 16 de julho
de Zant. com sede
fundada, pelo Bispo Em Cali (Colômbia), Pe. Jaime Luiz
na cidade do Rio
de Nancy (França) o 1º Encontro Latino- Gusberti, do cero de
de Janeiro, então
Dom Carlos Forbin Americano da Infância Caxias do Sul RS,
Capital Federal.
Janson (1785-1844), Missionária (ELIM é nomeado como
em Paris (França), A Obra estava Transferência 1) juntamente com a secretário nacional
originalmente, com em grande do Secretariado Celebração dos 150 da Obra da Infância
o nome de “Santa ascensão no Internacional da Infância anos de fundação da Missionária.
Infância”. Brasil. Missionária para Roma. Infância Missionária.

18 janeiro a março 2018


IAM

Memória dos 175 anos da


Infância e Adolescência
Missionária
175
Anos

20 a 25 de julho A partir desse ano foi 26 de maio


Em Quito (Equador), integrado na Obra da Infância Realizou-se a 1ª Jornada Nacional da IAM
aconteceu o 3º Encontro Missionária também a com o tema: “IAM da América a serviço
Latino-Americano da Infância Adolescência e passou a ser da Missão” e o lema: “Vocês são meus
Missionária (ELIM 3). IAM – Infância e Adolescência amigos”.
Missionária.

Pe. Édson 03 a 06 de dezembro


Para a Assembleia nacional Ir. Patricia Souza,
Assunção Santos
dos Coordenadores religiosa da
Ribeiro, do
1º a 5 de julho Estaduais da IAM. congregação das irmãs
clero de Niterói
Aconteceu o 1º Encontro do Divino Salvador,
RJ, assume
Continental, em San José É publicado assume a secretaria
a secretaria
(Costa Rica), com o lema o livro nacional da Infância
nacional da
Adolescentes: Primavera da Adolescentes e Adolescência
Obra da Infância
Igreja Missionária. sem fronteiras. Missionária.
Missionária.
1998
2001

2002

2005

2007

2009
2010
2013
2014
2017
2018
Assume a secretaria Celebração
Encontros com Assume a secretaria nacional
nacional da dos 175 anos
os coordenadores da Obra da Infância e
Obra da Infância da Obra da
diocesanos da IAM Adolescência Missionária o
Missionária Pe. Infância e
sendo realizados com Pe. André Luiz de Negreiros,
Sávio Corinaldesi, Adolescência
o agrupamentos de do clero de Teresina PI.
missionário Missionária.
Estados vizinhos.
xaveriano.

23 a 25 e maio
19 a 22 de julho 09 a 11 de novembro Aconteceu em Aparecida SP o 1º
3º Encontro Nacional Aconteceu em Buenos Aires Congresso Americano da IAM com
da Infância Missionária, – Argentina o 1º Encontro dos a participação de aproximadamente
durante a realização do secretários nacionais da IAM no 700 pessoas de 17 países, entre elas
14º Congresso Eucarístico Cone Sul - Argentina, Brasil, a secretaria geral da IAM, Dra Jeane
Nacional, em Campinas, SP. Chile, Paraguai e Uruguai Batistini Ralamboarison.

2018 janeiro a março 19


Pontifícia União Missionária

Conselho Missionário de Seminaristas


“Ide sem medo para servir” Papa Francisco
Para colaborar com a tarefa de formação e ani- serviço de toda a Igreja missionária. Ele é o animador
mação missionária nos seminários e casas de forma- nato e o primeiro responsável pelo despertar da cons-
ção religiosa, a Pontifícia União Missionária serve-se ciência missionária dos fiéis... (João Paulo II, Mensagem
do Conselho Missionário de Seminaristas (Comise). para o Dia Mundial das Missões de 1990).
Este conselho surgiu há mais de 30 anos no seminário 4. A Conferência de Aparecida (2007) fez um apelo
Interdiocesano Sagrado Coração de Jesus de Teresi- à conversão pastoral e renovação missionária da Igre-
na (PI), por iniciativa do padre Fábio Bertagnoli, mis- ja. E o Papa Francisco propõe colocar todas as ativida-
sionário camboniano. Nos últimos anos, o Comise se des de evangelização em chave missionária para for-
expandiu pelas dioceses e regionais do Brasil graças mar uma Igreja em saída (cf. EG 20). Os seminaristas,
à realização de formações, congressos e experiências presbíteros, diáconos, bispos e religiosos são lideran-
missionárias de seminaristas. ças fundamentais nessa tarefa.
5. Os bispos do Brasil destacam a formação pas-
Objetivo toral-missionária como “princípio unificador de todo o
Proporcionar aos futuros presbíteros e candidatos processo formativo” (cf. Doc.93 CNBB, n.300). É preci-
à Vida Religiosa Consagrada uma sólida espiritualida- so garantir uma formação missionária aos candidatos
de e formação missionária capaz de enfrentar os de- ao ministério ordenado, de modo que “não exista um
safios da missão: na pastoral, nova evangelização e na só clérigo que não arda este sagrado fogo de caridade
missão ad gentes além-fronteiras. pelo apostolado missionário” (Pio XI, Rerum Ecclesiae,
9) (cf. Doc. 108 CNBB, n.34).
Fundamentos
A existência do Comise se fundamenta em docu- Atividades
mentos da Igreja: • Promover, para todos os seminaristas, formação
1. Ela é missionária por sua própria natureza e missionária (Formise), simpósios, congressos e re-
seus ministros devem ser formados “com espírito ver- tiros sobre a temática missionária.
dadeiramente católico”, para que “se habituem a trans- • Participar de cursos, formações (Formises), eventos
cender a própria diocese, nação ou rito, e ajudar as e congressos missionários diocesanos, regionais e
necessidades de toda a Igreja, dispostos a pregar o nacionais, bem como continentais (CAM).
Evangelho em toda a parte (Concílio Vaticano II, Opta- • Divulgar, junto aos seminaristas, publicações sobre
tam Totius, 20). a missão, tais como documentos, livros, informati-
2. “O dom espiritual, recebido pelos presbíteros vos, revistas, portais, redes sociais, notícias e pos-
na Ordenação, não os prepara para uma missão limi- tagens sobre situações missionárias.
tada e determinada, mas sim para uma missão imen- • Organizar experiências missionárias para semina-
sa e universal de salvação ‘até os confins da terra’ (At ristas dentro e fora da diocese.
1,8). Com efeito, todo ministério sacerdotal participa da • Insistir junto à faculdade para que a missiologia
amplitude universal da missão confiada por Cristo aos tenha um lugar de destaque nos programas de es-
Apóstolos” (Presbyterorum Ordinis, 10). tudo.
3. A educação dos futuros sacerdotes no espírito • Estabelecer contato com os missionários e missio-
missionário deve ser tal que o sacerdote se sinta e atue, nárias além-fronteiras; convidá-los a partilhar suas
ali onde se encontra, como um pároco do mundo, ao experiências.

20 janeiro a março 2018


Pontifícia União Missionária

• Cooperar com os organismos e instituições missioná-


COMISSÃO NACIONAL DE COMISES
rias na diocese e no regional (Comire, Comidi, Comipa,
Para criar unidade e ajudar na coordenação dos traba-
Grupos de Animação, Cimi, centros de formação).
lhos em âmbito nacional, o 2º Congresso Missionário
• Favorecer a criação dos Comipas nas paróquias
Nacional de Seminaristas criou, em julho de 2015,
onde os seminaristas fazem pastoral.
a Comissão Nacional de Comises, também conhecida
• Apoiar os grupos de Infância e Adolescência Mis-
como Comise Nacional.
sionária (IAM), Juventude Missionária (JM), Famílias
Missionárias (FM), Idosos e Enfermos Missionários
1. OBJETIVO GERAL:
(IEM).
Comprometidos com a missão de Jesus Cristo,
• Realizar, no seminário e casas de formação, a Cam-
criar, animar e articular o trabalho dos Comises no
panha Missionária do mês de outubro, com a no-
Brasil, em sintonia com os organismos que atuam na
vena e a coleta do Dia Mundial das Missões.
formação e a Pontifícia União Missionária.
• Organizar o “Cofrinho Missionário” para a oferta
pessoal e comunitária.
2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Motivar a criação de Comises nas Dioceses, nos
Organização do Comise
Regionais e comunidades religiosas;
1. Os membros do Comise são os seminaristas que
• Criar a comunhão entre os Comises espalhados
desejam coordenar a animação missionária do Se-
pelo Brasil e os organismos de formação;
minário, com o conhecimento do reitor.
• Auxiliar as iniciativas de formação missionária
2. A coordenação do Comise é composta pelo coo-
nas Dioceses e Regionais que envolvem semina-
dernador, vice coordenador, secretário, tesourei-
ristas;
ro e assessor de comunicação. Recomenda-se a
• Incentivar experiências missionárias dentro e fora
participação de seminaristas oriundos das várias
das Dioceses e Regionais;
etapas acadêmicas (filosofia e teologia).
• Organizar e coordenar Assembleias e Formises
3. O Comise pode ser organizado no âmbito do Se-
Nacionais, bem como Congressos Missionários
minário, Diocese, Província Eclesiástica ou Regio-
Nacionais de Seminaristas;
nal (unindo várias casas).
• Divulgar informações sobre as atividades dos Co-
4. O coordenador do Comise faz parte da Equipe
mises junto aos meios de comunicação.
Executiva do Comidi (na diocese) e do Comire (em
âmbito Regional).
3. ORGANIZAÇÃO:
5. Para acompanhar o Comise é conveniente dispor
A Comissão Nacional dos Comises é constituída
de um assessor ou diretor espiritual escolhido em
pelo coordenador, vice-coordenador, secretário, dois
consenso com a equipe de formação.
assessores de comunicação e o secretário da Pontifí-
O Secretário Nacional da Pontifícia União Missionária
cia União Missionária;
oferece assessoria e acompanha a organização e as ativi-
Compõem a Comissão cinco membros, um de
dades dos Comises. É importante que o trabalho seja feito
cada macrorregião do país.
em comunhão e colaboração com as equipes de forma-
Cada macrorregião elege seu próprio representan-
ção, os Conselhos Missionários e bispos referenciais para a
te. Os eleitores são todos os coordenadores regionais
missão. Recomenda-se que as atividades sejam realizadas
de COMISEs. Pode ser votado, como membro da Co-
em comunhão com a Organização dos Seminários e Ins-
missão, o coordenador regional de Comise, de pre-
titutos do Brasil (OSIB) e as Comissões Episcopais para a
ferência entre o 2° ano de Filosofia até o 2° ano de
Ação Missionária e a dos Ministérios Ordenados e a Vida
Teologia, para um mandato de três anos na Comissão.
Consagrada da CNBB, em âmbito nacional e regional.
O coordenador da Comissão é escolhido por seus
membros para um mandato de três anos.

4. MEMBROS DA COMISSÃO NACIONAL:


Coordenador:
João Luiz da Silva (Mariana/MG): jluiz14bis@bol.com.br

Vice-coordenador: Diego Jorge dos Santos (Londrina/PR)


Secretário: Lucas Tadeu da Silva (Brasília/DF)
Comunicação: Alberlan Rodrigues da Cruz (Aracaju/SE)
Paulo Felipe dos Santos (Belém/PA)

Secretário da Pontifícia União Missionária:


Pe. Antônio Niemiec (Brasília/DF): uniao@pom.org.br
2018 janeiro a março 21
Pontifícia União Missionária

VIDA EM MISSÃO
Partilha de uma experiência pastoral junto ao povo

Durante os anos de 2016/2017 Cleberson e o vigário Antônio, bem várias celebrações e presidi outras
estive à frente do Comise do Re- como religiosas da Congregação e, no final do mês de fevereiro, es-
gional Sul 1 da CNBB. Neste artigo, das Irmãs Franciscanas de Allegany, tive acompanhando o bispo, Dom
partilho com vocês a experiência que muito contribuem nas celebra- Flávio Giovanale na celebração da
missionária que venho realizando ções e visitas às 64 comunidades Crisma em algumas comunidades,
no norte do país. que formam a paróquia. onde ele, com muito carinho e
Após concluir os estudos Inclusive, é impossível reali- atenção, foi presidir o Sacramento.
teológicos no final do ano pas- zar, pelo menos uma vez ao mês, a Enfim, tudo tem sido muito bom
sado, segui no dia 2 de janeiro, Celebração Eucarística em todas as neste período de partilha. Mais do
juntamente com outros dois ir- comunidades. Algumas são bem dis- que ensinar, creio que estou colhen-
mãos seminaristas de Aparecida, tantes. O acesso se dá por estradas do muito mais, aprendendo com o
para fazer estágio missionário na (bem deterioradas pela falta de olhar jeito simples do povo, com as dificul-
Diocese de Santarém (PA). Tal es- público) ou pelas águas dos rios. En- dades da distância e da comunicação
tágio tem por objetivo alargar os tretanto, o bonito de se ver é que a (por vezes com familiares e amigos).
horizontes para além de nossa Igreja permanece viva graças à força O período em que estive à fren-
realidade diocesana e, perto do de lideranças leigas presentes nela. te do Comise, tanto no Seminário
período das ordenações (diaco- No pouco período que estou Missionário Bom Jesus como no Re-
nal e sacerdotal), vem a ser um (uns 2 meses), já visitei grandes e gional Sul 1, muito contribuíram para
aprendizado prático de tudo que pequenas comunidades (com umas que meus olhos estejam atentos às
se apreende nos estudos filosófi- 8 famílias, por exemplo), próximas realidades que mantém nossa Igreja
cos e teológicos, no trato com o e distantes da matriz paroquial. viva. O que vi de teoria nas formações
próximo, levando-o a ter um en- Numa dessas, a comunidade Nos- e congressos agora posso tocar na
contro mais íntimo com Deus. sa Senhora da Piedade (região de prática, ao estar na realidade do povo!
Inicialmente, ficamos alguns várzea), realizei em 3 de março o Da terra da Padroeira do Brasil
dias na sede da diocese para adap- Sacramento do Batismo de duas para a terra e paróquia da Padroei-
tar à realidade local e participar crianças. Já andei de barco, moto, ra do Estado do Pará, que a Virgem
de uma formação para lideranças a pé, dormi em rede, participei de Maria acompanhe este estágio que
das paróquias rurais, onde tive o se prolonga até o fim de julho, e
primeiro encontro com os sacer- continue a tocar os nossos cora-
dotes e alguns leigo. Terminada a ções, dos muitos jovens, sacerdo-
formação, parti para a paróquia de tes, seminaristas e lideranças leigas
estágio, onde estou desde o dia 15 para o serviço missionário, tendo
de janeiro. Moro na Paróquia Nos- assim uma vida em missão em fa-
sa Senhora de Nazaré, na Vila do vor de nossos irmãos e irmãs!
Curuai, região do Lago Grande, lo-
calizada a quatro horas de balsa de Thiago Henrique da Silva
Santarém e ainda pouco mais de Guimarães de Freitas,
uma hora de carro, em estrada de Arquidiocese de Aparecida (SP) -
chão. Na paróquia trabalham dois Estágio Missionário na
sacerdotes diocesanos, o pároco Diocese de Santarém (PA )
22 janeiro a março 2018
Páscoa, mistério central, fundamento e raiz de nossa fé.
Não se entende pela razão, mas se compreende pela fé e o coração.
Os apóstolos viram sinais claros da ressurreição, mas não acreditaram.
Viram o sepulcro vazio.
Pediram para tocar em Jesus ressuscitado.
Por fim, acreditaram.
A nossa crença na ressurreição é a fé em Jesus Cristo vivo.
Ele caminha conosco nos espaços reais da vida, nas Galileias concretas.
Assume a postura do samaritano, se inclina sobre a dor do que sofreu violência,
dele cuida e com ele supera o sofrimento.
A superação da violência passa pela fraternidade,
fundamento e caminho para a paz.
CURSOS DE FORMAÇÃO MISSIONÁRIA 2018

CCM-CAEM  CCM-CENFI
ENVELHECIMENTO HUMANO CENFI 119
Tema: “Cuidar dos cuidadores” Data: 11 de março a 1º de junho de 2018.
Data: 19 a 23 de março de 2018. Público Alvo: Missionários recém-chegados
do exterior, enviados por congregações,
DIÁCONOS PERMANENTES dioceses, entidades ou organizações que
Tema: A pessoa do Diácono e a Missão acompanharam sua primeira formação.
Data: 2 a 6 de abril de 2018. Agora começa uma segunda etapa: a da
inserção numa nova cultura. Essa etapa
SEMANA VOCACIONAL MISSIONÁRIA
necessita de pessoas conscientes e dis-
Tema: “Os jovens, a fé e o discernimento voca-
postas a assumir um profundo processo de
cional” (XV Assembleia Ordinária do Sínodo dos
discipulado.
Bispos/2018)
Data: 23 a 27 de abril de 2018. CENFI 120
Data: 9 de setembro a 7 de dezembro de 2018.
COORDENADORES DE PASTORAL
Público Alvo: Missionários recém-chegados
Tema: Metodologia e Planejamento Pastoral
do exterior, enviados por congregações,
Data: 30 de abril a 4 de maio de 2018.
dioceses, entidades ou organizações que
REENCONTRO COM MISSIONÁRIOS/AS QUE acompanharam sua primeira formação.
ATUAM NA AMAZÔNIA Agora começa uma segunda etapa: a da
Data: 14 a 20 de maio de 2018. inserção numa nova cultura. Essa etapa
necessita de pessoas conscientes e dis-
FORMADORES DE SEMINÁRIOS  postas a assumir um profundo processo de
Tema: A formação presbiteral à luz da Missão discipulado.
(Aprofundamento a partir das Diretrizes atualiza-
das da Formação Presbiteral da Igreja no Brasil) APRIMORAMENTO – PORTUGUÊS
Data: 24 a 28 de setembro de 2018. Data: 5 a 31 de agosto de 2017
Público Alvo: Missionárias e missionários
PARÓQUIA MISSIONÁRIA que falam português e estão há um tempo
Tema: Cristão Leigo/Leiga, discípulo missionário no Brasil ou voltaram após um período no
numa Igreja em saída exterior.
Data: 1º a 5 de outubro de 2018.

ESPIRITUALIDADE MISSIONÁRIA
Tema: Missão na Bíblia e Bíblia na missão Entre em contato:
Data: 22 a 26 de outubro de 2018. CCM – Centro Cultural Missionário
Fone: (61) 3274.3009
PASTORAIS SOCIAIS E-mail: ccm@ccm.org.br
Tema: Identidade e missão das Pastorais Sociais Site: www.ccm.org.br
Data: 29 de outubro a 2 de novembro de 2018.

FORMAÇÃO PARA COMIREs, COMIDIs E COMIPAs


Data: 28 de novembro a 2 de dezembro de 2018.

CURSO AD GENTES
“A atividade missionária é a principal e a mais
sagrada atividade da Igreja” (Ad Gentes, 29)
Data: 5 a 31 de agosto de 2018.

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