You are on page 1of 5

‘’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO

PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

MUNICIPIO DE MACEIÓ, pessoa jurídica de direito público interno, com sede


na.........., endereço eletrônico , neste ato representado por se procurador , conforme
procuração anexa , com escritório na rua.......,que indica para os fins do art. 77 , inciso
V do CPC , com fundamento no artigo 102, I, “l” da Constituição Federal, nos artigos
988 ,III ,do CPC , apresentar RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL em face da
decisão do TRIBUNAL DE JUSTIÇA .....que descumpriu a decisão do STF proferida
na cautelar da ADC –MC 4, conforme as razões abaixo elencadas.

I-DO CABIMENTO

Sabe-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADC·MC4, assim decidiu:


"Medida cautelar deferida, em parte, por maioria de votos, para se suspender, "ex nunc'',
e com efeito vinculante, até o julgamento final da ação, a concessão de tutela antecipada
contra a Fazenda Pública, que tenha por pressuposto a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade do Art. 12 da Lei nº 9.494, de 10/9/1997, sustando se, igualmente
"ex nunc'', os efeitos futuros das decisões já proferidas, nesse sentido".

Mesmo sabendo dessa decisão vinculante da Corte, o juiz de primeiro grau optou por
deferir o pedido de tutela antecipada formulado pela entidade sindical, determinando a
imediata implantação em folha de pagamento do reajuste de 15/o sobre o vencimento
básico dos servidores públicos. O Reclamante tentou revertê-la decisão perante o
Tribunal de Justiça competente, mas não obteve êxito, o que configura claro desrespeito
à autoridade da decisão do STF na ADC-MC 4, motivando a propositura da presente
Reclamação.

II-DOS FATOS

A entidade sindical de servidores públicos municipal ajuizou ação ordinária a fim de


obter um reajuste salarial em 15% (quinze por cento) sobre o vencimento básico
percebido, considerando a política salarial adotada pelo governo municipal,
principalmente pelo valor correspondente a um aumento remuneratório real,
equiparando ao reajuste obtido, nos últimos três anos, por diversas classes profissionais.
O juízo monocrático, ao apreciar o pedido de tutela antecipada, a princípio, indeferiu-o,
tendo, posteriormente, em razão de pedido de reconsideração.

O Tribunal de Justiça do Estado, ao apreciar o recurso interposto da referida decisão


concessiva da liminar, entendeu por mantê-la.

III-DO DIREITO

De acordo com o art. 102, inciso I, “l”, da Constituição Federal vigente, compete
precipuamente ao Supremo Tribunal Federal a guarda da Constituição, cabendo-lhe
processar e julgar originariamente a reclamação para a preservação de sua competência
e a garantia da autoridade de suas decisões. No mesmo sentido, existe a determinação
legal prevista no art. 13 da Lei n° 8.038/1990.

Sobre o tema, o Supremo Tribunal Federal manifestou-se no seguinte sentido:

“Conforme salienta o STF, destina-se a reclamação a


dupla função: viabilizar preservação da competência
e, também, a garantia da autoridade das decisões
emanadas do Supremo Tribunal Federal” (STF –
Pleno – Reclamação nº 721-0/AL – Medida Liminar –
Rel. Min. Celso de Mello, DJ, 19.2.1998, p.8).

No caso relatado foi violada a garantia da autoridade de decisão do Supremo Tribunal


Federal, que em controle concentrado de constitucionalidade, no julgamento da ADC-
MC nº 4, assim decidiu:

“Ação Direta de Constitucionalidade do art. 1º da Lei


nº 9.494, de 10/9/1997, que disciplina a aplicação da
tutela antecipada contra a fazenda pública. Medida
Cautelar: cabimento e espécie, na ADC. Requisitos
para sua concessão.

1. Dispõe o art. 1º da Lei nº 9.494, de 10/9/1997: "Art.


1º- Aplica se a tutela antecipada prevista nos arts. 273
e 461 do Código de Processo Civil, o disposto nos
arts. 5º e seu parágrafo único e 7º da Lei nº 4.348, de
26 de junho de 1964, no art. 1º e seu § 4º da Lei nº
5.021, de 9 de junho de 1966, e nos arts. 1º,3º e 4º da
Lei nº 8.437, de 30 de junho de 1992."

2. Algumas instâncias ordinárias da Justiça Federal


têm deferido tutela antecipada contra a Fazenda
Pública, argumentando com a inconstitucionalidade
de tal norma. Outras instâncias igualmente ordinárias
e até uma Superior - o STJ - a têm indeferido,
reputando constitucional o dispositivo em questão.

3. Diante desse quadro, é admissível Ação Direta de


Constitucionalidade, de que trata a 2ª parte do inciso I
do art. 102 da CF, para que o Supremo Tribunal
Federal dirima a controvérsia sobre a questão
prejudicial constitucional. Precedente: ADC nº I. Art.
265, IV, do Código de Processo Civil.

4. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo


Supremo Tribunal Federal, nas Ações Declaratórias de
Constitucionalidade de lei ou ato normativo federal,
produzem eficácia contra todos e até efeito
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder
Judiciário e ao Poder Executivo, nos termos do art.
102, § 2º, da CF.

5. Em Ação dessa natureza, pode a Corte conceder


medida cautelar que assegure, temporariamente, tal
força e eficácia à futura decisão de mérito. E assim é
mesmo sem expressa previsão constitucional de
medida cautelar na ADC, pois o poder de acautelar é
imanente ao de julgar. Precedente do STF: RTJ n°
76/342.

6. Há plausibilidade jurídica na arguição de


constitucionalidade, constante da inicial (fumus boni
iuris). Precedente: ADI-MC nº 1.576-1.

7. Está igualmente atendido o requisito do periculum


in mora, em face da alta conveniência da
Administração Pública, pressionada por liminares
que, apesar do disposto na norma impugnada,
determinam a incorporação imediata de acréscimos de
vencimentos, na folha de pagamento de grande
número de servidores e até o pagamento imediato de
diferenças atrasadas. E tudo sem o precatório exigido
pelo art. 100 da Constituição Federal, e, ainda, sob as
ameaças noticiadas na inicial e demonstradas com os
documentos que a instruíram. 8. Medida cautelar
deferida, em parte, por maioria de votos, para se
suspender, ex nunc, e, com efeito, vinculante, até o
julgamento final da ação, a concessão de tutela
antecipada contra a Fazenda Pública, que tenha por
pressuposto a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade do art. 1º da lei nº 9.494, de
10/9/1997, sustando-se, igualmente, ex nunc, os
efeitos futuros das decisões já proferidas, nesse
sentido. (ADC-MC nº 4/DF. Rel. Min. Sydney
Sabches. Julgamento: I 1/2/1998. Órgão Julgador:
Tribunal Pleno.) Diante do exposto, a Reclamada
(juízo monocrático) ao conceder a tutela antecipada
para conceder o reajuste dos servidores públicos
municipais vinculados à entidade sindical,
desconsiderou o pronunciamento proferido no âmbito
do Egrégio Tribunal em que se reconheceu, como
visto, a impossibilidade de concessão de liminares
contra a Fazenda Pública que tenham como
pressuposto a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade do art. 1° da Lei n° 9.494/1997.
A decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal na
citada ADC vincula todos os órgãos jurisdicionais,
justificando o processamento e o julgamento da
presente reclamação pelo Egrégio Tribunal, nos
termos do art. 102, inciso I, “l”, da Constituição
Federal vigente. Da conjugação do art. 1º da Lei n°
9.494/1997 com o art. 5º da Lei nº 4.348/1964
entende-se que não é cabível a tutela antecipada em
caso de reclassificação ou equiparação de servidores
públicos, ou a concessão de aumento ou extensão de
vantagem

Diante do exposto, a Reclamada (juízo monocrático) ao conceder a tutela antecipadas


para conceder o reajuste dos servidores públicos municipais vinculados à entidade
sindical, desconsiderou o pronunciamento proferido no âmbito do Egrégio Tribunal em
que se reconheceu como visto a impossibilidade de concessão de liminares contra a
Fazenda Pública que tenham como pressuposto a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade do art. 1° da Lei n° 9.494/1997. A decisão proferida pelo Supremo
Tribunal Federal na citada ADC vincula todos os órgãos jurisdicionais, justificando o
processamento e o julgamento da presente reclamação pelo Egrégio Tribunal, nos
termos do art. 102, inciso I, “l”, da Constituição Federal vigente.

Os efeitos vinculantes e erga omnes da cautelar em ADC são estabelecidos pelo art. 21,
da lei 9868/99 : “ O Supremo Tribunal Federal , por decisão da maioria absoluta de
seus membros , poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de
constitucionalidade , consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais
suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato
normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo”

IV-DA TUTELA DE URGÊNCIA

A tutela de urgência da Reclamação está prevista no art. 989, II, do CPC. Demonstração
do preenchimento dos seguintes requisitos, estabelecidos no art. 300, caput, do CPC:
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.

Presentes o "fumus boni iuris", tendo em vista que existe decisão do Supremo Tribunal
Federal não admitindo tutela antecipada para fins de reajuste da remuneração de
servidores públicos, bem como o "periculum in mora", pois existe grave lesão aos
cofres públicos, justifica-se plenamente o pedido de liminar.
Ademais , apossibilidade de concessão de liminar em reclamações já foi reconhecida
pelo Supremo Tribunal nos seguintes precedentes : Rcl 8.784-DF , Rcl 5.746-RO e
Rcl 4.656-SE
V-DOS PEDIDOS

Pelas razões acima expostas , o Reclamante requer :

a) concessão da tutela de urgência para suspender a decisão impugnada e que ao


final seja cassa a decisão para preservar a jurisdição constitucional;

b) a citação do beneficiário da decisão impugnada para apresentar a sua


contestação;

c) a oitiva da autoridade Reclamada para apresentar informações;

d) a oitiva do Procurador-Geral da República;

e) a produção de todas as provas admitidas em direito , em especial a documental


( documentos anexos)

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins de procedimentais

Termos em que pede deferimento,

Local, data

Advogado/OAB

You might also like