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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS


DIREITO
TURMA 01005 - NOTURNO

Rodrigo Feliciano Costa


Rodrigofcosta92@gmail.com

Memorial – Aula 1

Florianópolis
15 de março de 2018
SUMÁRIO

1. Atividade Relatada

2. Resumo da atividade

3. Aprendizado ocorrido com a atividade

4. Comentários, Reflexões e Observações sobre a atividade.


MEMORIAL – AULA 1

1 ATIVIDADE RELATADA

Partindo da leitura de dois textos base e outras obras expostas em sala,


construímos uma discussão a cerda da validade do uso da História do Direito na
prática jurídica e, principalmente a distinção entre o trabalho do historiador do direito
e do jurista positivista. Além disso, discutimos amplamente o conceito de fonte e
historiografia, que culminou com uma atividade em meio aos corredores da
biblioteca setorial.

2 RESUMO DA ATIVIDADE

A primeira abordagem que tivemos a cerca do assunto na sala foi debater


a efetividade da história para o direito. Para tanto, o professor apresentou duas
obras artísticas. A primeira, de Cesare Ripa, exaltava a história como a
representação dos feitos notáveis e de uma verdade incontestável, visão esta
refutada por Walter Benjamin a partir da analise da pintura “Angelus Novus”.
Segundo Benjamin, o historiador observa o passado a partir das ruínas e das vidas
perdidas em prol de uma suposta “prosperidade”, sendo impossível acessar a
verdade absoluta sobre o passado. Neste momento o professor fez uma analogia
tendo o historiador como alguém que observa o objeto dentro de um carro em
movimento: Tudo aquilo observado são borrões e, quando tentamos focar em um
objeto específico, mais o carro (ou o tempo, nessa analogia) se afasta e dificulta
uma analise objetiva dos fatos.

Após essa analise, discutimos o texto de Pietro Costa, observando


principalmente a distinção feita por este autor entre o tempo do historiador e o tempo
do jurista. Enquanto o primeiro tem o passado como objeto final de estudo o
segundo o utiliza como instrumento, buscando alterar o presente ou o futuro por
meio de sua capacidade performativa. O autor também frisa alguns perigos em
tornar a História em futuro, utilizando como exemplo o movimento Pandectista e a
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criação de um “Direito Romano Atual”, aplicado na Alemanha durante o século XIX e


caracterizado por desconsiderar as distinções contextuais entre o povo romano do
período clássico e a então recém formada sociedade alemã.

E próximo ao fim da primeira aula sobre esse tema, discutimos sobre a


tecnicidade do direito positivo e como os juristas podem apropriar-se da história, não
como fonte irrefutável de verdades absolutas, mas aprendendo com a metodologia
de suas pesquisas a desenvolver um censo crítico no exercício da atividade jurídica.
Nas palavras de Paolo Grossi, sobre a importância da historia do direito para o
jurista, ele cita três pontos: “Recuperação da complexidade do universo Jurídico, relativização
saudável do santuário que cada jurista pode guardar com zelo no interior da própria alma, resgate da
percepção da unidade da ciência jurídica.”.(p.40/2)

Na segunda aula foram introduzidos os conceitos de Fonte e


Historiografia e, partindo disso, fomos até a biblioteca setorial do CCJ onde
deveríamos buscar, em meio ao acervo da biblioteca, um exemplo de fonte e outra
de historiografia. Após maiores esclarecimentos, confeccionamos um breve texto
explicando o porquê da escolha de cada livro tendo como base os conceitos
expressos em sala de aula.

3 APRENDIZADO OCORRIDO COM A ATIVIDADE

Após essa primeira aula, passo a observar com certo distanciamento a


História, não a tendo como verdade absoluta, mas como uma visão construída em
um presente sobre uma suposta verdade do passado. Baseada em provas porém
não isenta das convicções do autor. Acredito que esse novo tipo de atitude
questionadora por parte de nós, futuros juristas, tende a ir de encontro com o que
Grossi acreditava ser importante para o direito e que já foi anteriormente citado no
texto.
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4 COMENTÁRIOS, REFLEXÕES E OBSERVAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE

A dinâmica da aula foi algo que chamou a atenção. Demonstrar uma


análise dos textos base – que por vezes parecem confusos – partindo de imagens e
interpretações de obras artísticas facilitaram muito a compreensão do assunto e a
assimilação das principais ideias da aula.

Ademais, a atividade na setorial foi algo também marcante para nós


calouros, momento em que passamos a interagir com a estrutura do centro e a
observar as possibilidades dentro deste espaço.
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REFERÊNCIAS

 GROSSI, Paolo. O ponto e alinha. História do Direito e Direito Positivo na


formação jurista do nosso tempo.in: Sequencia. Ufsc, Florianópolis/SC, v. 26
n. 51 (2055), p. 31-45.
 COSTA, Pietro. Pra que serve a história do direito? Um humilde elogio da
inutilidade. In: id., Soberania, representação, democracia. Curitiba:
Juruá,2010, p.63-78

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