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Capítulo 5.

CORTES e SECÇÕES
Apostila da Disciplina de Desenho Industrial Assistido pelo Computador

Professora: Eneida González Valdés


Capítulo 5. CORTES e SECÇÕES

I. Cortes:
A disposição dos cortes ou seções segue a mesma disposição das vistas na projeção ortogonal.

As vistas com cortes são utilizadas para representar de modo claro, os detalhes internos das
peças ou de conjuntos. Em desenhos de conjuntos ressaltam a posição das peças que o constituem.
O corte é feito, por um plano de corte imaginário, convenientemente localizado no objeto, de modo
a remover a parte de material, que interpõe à visão do observador aos detalhes internos.

Quando a localização de um plano de corte for clara, não há necessidade de indicação da sua
posição e identificação. Figura 2.

Quando a localização não for clara, ou quando for necessário distinguir entre vários planos de
corte, a posição do plano de corte deve ser indicada por meio de linha estreita traço-ponto, largas nas
extremidades e na mudança de direção, conforme NBR 8403. O plano de corte deve ser identificado por
letra maiúscula e o sentido de observação por meio de setas. A designação do corte correspondente é
feita nas proximidades do corte. Figuras 3 e Figura 4.
Capítulo 5. CORTES e SECÇÕES

Quando o corte é representado na vista frontal, a indicação do corte pode ser feita na vista
superior, como nos exemplos anteriores onde as setas me indicam a vista de representação, ou na vista
lateral esquerda, como mostra a seguinte figura.

O corte também pode ser indicado na vista frontal e representado na superior como mostra a
seguinte figura.

Em toda a vista, resultante de um corte, a superfície cortada é destacada por meio de HACHURA.
No desenho técnico as hachuras representam em tracejado convencional, os materiais a serem
utilizados, conforme a NBR 12298. (figura 7).
Capítulo 5. CORTES e SECÇÕES

Figura 7

Nos desenhos de conjuntos as peças em corte são individualizadas pelas hachuras, traçadas em
direção oposta ou mesmo pela diferencia de espaçamento. (figura 8)

Figura 8

Nas grandes superfícies, costumam-se hachurar apenas as proximidades do contorno, deixando a


parte central em branco. (figura 9).
Se a superfície é fina, cobre-se toda a área de preto, e no caso de uma montagem em corte de
tais peças, a separação é feita através de um espaço branco conhecido por Fio de Luz. (figura 10)

As linhas invisíveis, situadas além do plano secante, não devem ser traçadas, salvo quando são
estritamente necessárias à compreensão da peça.
Quando em um plano são indicados mais de um corte, cada um deles será considerado
isoladamente, quer dizer que não haverá nenhuma relação com as partes removidas do outro corte.
Figura 11.
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De acordo com a necessidade e o comportamento do plano secante, classificam-se os cortes em:

 Corte total;
 Corte total com desvio
 de planos paralelos e
 de planos concorrentes;
 Meio corte;
 Corte parcial.
1. Corte Total:
Corte total: A peça é cortada em toda a sua extensão por um plano de corte. Este corte pode ser
dado em dois sentidos: (Figura 12)

 Longitudinal: quando é indicado no sentido do comprimento


 Transversal: quando é indicado no sentido da largura

Quando o corte é representado na vista frontal, a indicação do corte pode ser feita na vista
superior, como no exemplo anterior, ou na vista lateral esquerda, como mostra a figura 13.
Capítulo 5. CORTES e SECÇÕES

Figura 13
O corte também pode ser indicado na vista frontal e representado na superior como mostra a
figura 14.

Figura 14
Quando é preciso mais de um corte estes podem ser indicado na vista superior ou em planta e
representado nas vistas frontal e lateral. Também estes cortes podem ser indicados na vista frontal e
representados nas vistas superior e lateral. Exemplos de ambas as situações mostrados nas figuras 15
e 16.

2. Corte Total com desvio planos paralelos: é o corte feito por um plano secante que muda
de direção, para passar por algum detalhe situado fora do eixo principal, atravessando toda a extensão
da peça. Figuras 17, 18, 19, 20 e 21.
Capítulo 5. CORTES e SECÇÕES
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3. Meio Corte: A metade da representação da peça é mostrada em corte, permanecendo a


outra metade em vista. Este tipo de corte é peculiar às peças simétricas. (Figura 22)

Uma peça pode ser representada somente por uma vista com corte e cotada, neste caso
encontram-se as peças simétricas, exemplo: eixos escalonados, maciços e/ou ocos, buchas, tampas
furadas ou cegas, etc. (Figura 23 e 24)
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4. Corte parcial: Apenas uma parte da peça é cortada para focalizar um detalhe, delimitando-
se por uma linha contínua estreita a mão livre ou por uma linha estreita em zigue-zague, conforme a
NBR 8403. Figuras 25 – 30.
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II. Secções:

A diferença que existe entre um desenho em cortes e um desenho em secção está dada na
representação do mesmo, as vistas em cortes representam os detalhes inclusos no plano e além do
plano de corte, a indicação do corte é feita pela palavra Corte ou não, e sempre está seguida de duas
letras maiúsculas repetidas. Exemplo Corte A-A ou simplesmente A-A e esta indicação fica posicionada
na proximidade da representação de corte. Nos desenhos em secção mostra-se apenas a parte cortada
que está contida no plano de secção e a identificação da mesma é feita pela palavra Secção, também
seguida de duas letras maiúsculas repetidas. Exemplo Secção A-A Exemplo disto é mostrado nas
figuras 35 - 43.
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Nos desenhos técnicos as secções podem ser representadas rebatidas sobre a vista, fora da vista
ou interrompendo a vista.
As secções executadas diretamente sobre a vista são representadas com linha contínua estreita
Figura 37 e as rebatidas fora da vista com linhas contínuas largas. Figura 38

A secção deslocada pode ser posicionada:


- próxima à vista e ligada a ela por meio de linhas estreitas traço-ponto; (figura 39)
- numa posição diferente, neste caso, é identificada de maneira convencional. (figura 40)

As seções podem ser sucessivas como na (figura 41) ou alinhadas como na (figura 42)
Neste exemplo é mostrado um eixo com seções sucessivas e foi representado de duas formas
diferentes:

Esta representação mostra as seções alinhadas com o plano de seção indicado, sem nome e sem
setas.

Este outro desenho representa as seções alinhadas com o eixo da peça e as cada seção é
indicada, por um plano perpendicular ao eixo da peça na posição que se quer mostrar, com duas letras
maiúsculas indicando nome da seção e com setas indicando a sua posição de representação.
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III. Omissões de Cortes:


Nos cortes, no sentido longitudinal, não são hachurados:
a) Dentes de engrenagem; h) Arruelas;
b) Parafusos; i) Contrapinos;
c) Porcas; j) Rebites;
d) Eixos; k) Chavetas;
e) Raios de rodas; l) Volantes;
f) Nervuras; m) Manípulos;
g) Pinos;

IV. Vistas de Peças Encurtadas:


Na peça longa são representadas somente as partes da peça que contém detalhes. Os limites das
partes retidas são traçados com linha estreita, conforme NBR 8403.
Nas peças cônicas e inclinadas, a representação deve ser conforme NBR 8403.
Em uma peça desenhada com interrupção, a dimensão será dada pela cota e em qualquer
hipótese será a dimensão real
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V. Representação das peças com encurtamento e seção.


Esta figura mostra a perspectiva e sua representação em 2D em desenho técnico.
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VI. Exemplos de Desenhos em Cortes

Figura 50. Vista Lateral em corte de um desenho industrial, as letras H1, H2 ... indicam planos de
cortes horizontais para ver a posição nas diferentes alturas do desenho
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Figura 51. Vista em corte de uma montagem industrial onde aparece mostrado o galpão de
alvenaria em corte

Figura 52. Desenho em corte de um equipamento mecânico


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Bibliografia:
 NBR 10067 - Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico - Vistas e Cortes;
 SPECK Henderson J; PEIXOTO, V.V. Manual Básico de Desenho Técnico. 5. Ed.
Florianópolis: Editora da UFSC, 2009.
 FRENCH, T.E. e VIERCK, C.J. Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica, 8. Ed. São Paulo:
Globo, 2005.
 VOLLMER, Dittmar. Desenho Técnico: noções e regras fundamentais padronizadas, para
uma correta execução de desenhos técnicos. Rio de Janeiro: Ao livro Técnico, 1982.
 MICELI, Maria T. e FERREIRA, Patrícia. Desenho Técnico Básico. Rio de Janeiro: Editora
Ao Livro Técnico, 2001-2008.
 FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO. Leitura e Apresentação de Desenho Técnico. Rio de
Janeiro: 2009 (Novo Telecurso Profissionalizante de Mecânica)

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