You are on page 1of 3

Introdução

O solo é constituído essencialmente por matéria mineral, matéria orgânica, água


e ar. É portanto, considerado como um sistema trifásico pois divide-se em três frações:
fração sólida (matéria mineral associada a matéria orgânica), fração líquida (água) e
fração gasosa (ar). As proporções de matéria orgânica e matéria mineral podem variar
consoante a natureza dos solos.
Para se ter uma noção da ordem de grandeza dos volumes ocupados no solo
pelas três frações, pode-se tomar como base que a metade do volume do solo é ocupada
pelos sólidos. A outra metade, o espaço poroso, é preenchida pela água e pelos gases:
quanto mais água, menos ar, e vice-versa. Os teores de água e ar num solo podem variar
em curto prazo. Essa variação é de grande importância agronômica.

Gases No Solo

A composição da fração gasosa, também chamada de “ar do solo” é, de grosso


modo, igual à da atmosfera, porém, ela contém mais CO2 e menos O2, além de
apresentar uma umidade relativa sempre próxima a 100%. Esse “ar” também é
constituído por azoto, e vapores de água, podendo encontrar-se ainda outros gases em
quantidades vestigiais, provenientes do metabolismo microbiano.
O oxigênio é consumido por microrganismos e pelo sistema radicular das plantas
superiores, de tal forma que sua concentração radicular é menor que na atmosfera livre.
Ao contrário, o CO2 é liberado nos processos metabólicos que ocorrem no solo e, por
isso, seu teor em geral é mais alto. Em casos de adubação com uréia, sulfato de amônia
etc, os teores de NH3 na atmosfera do solo podem aumentar de modo significativo.
Outros gases orgânicos e inorgânicos também podem ter suas composições alteradas
dependendo das atividades biológicas do solo. Do ponto de vista do vapor de água do
solo, o ar do solo encontra-se quase sempre muito próximo à saturação.
O ar apresenta um papel importantíssimo para a manutenção da vitalidade dos
solos, que influi sobre a intensidade de reações químicas e biológicas que se processam
nos mesmos, sendo também indispensável na respiração das raízes das plantas.
Com a presença de oxigênio no solo ocorrem oxidações que dão origem a um
composto de cor vermelha designado por hematite. Se ocorrer hidratação, formar-se-á
um composto amarelo – acastanhado designado por limonite.
O ar do solo pode variar em composição e concentração, tanto no tempo quanto
no espaço, dependendo da presença de matéria orgânica, das atividades microbianas, da
concentração de raízes, da aeração do solo e das reações químicas.
A aeração do solo é a troca de gases entre o solo e a atmosfera. Mesmo em solo
bem aerado, a fase gasosa apresenta uma maior concentração de CO2 e umidade relativa
do que o ar atmosférico.
A percentagem de ar é avaliada através do processo de saturação com água,
sendo determinado o volume de ar libertado.
Assim, os solos podem ser considerados orgânicos se contêm mais de 20% de matéria
orgânica (nos casos de textura grosseira), ou mais de 30% (nos casos de textura média
ou fina) em espessura superior a 30cm. Todos os restantes solos, que são os mais
vulgares, são designados por solos minerais
Na ausência de aeração, a redução química toma lugar produzindo gases como o
metano, gás sulfídrico, óxidos nitrosos e outros. Desprezando os gases traços, pode-se
dizer que a fração volumétrica de N2 é cerca de 80% (a mesma da atmosfera) e que as
do CO2 e O2 perfazem cerca de 20%.
Crescimento adequado de raízes requer oxigênio (aeração) de tal forma que as
trocas de gás entre atmosfera e solo se dêem com velocidade suficiente para não se
permitir deficiências de O2 (ou excesso de CO2), na zona ativa das raízes
microrganismos também requerem condições ideais para seu desenvolvimento.
Medidas de consumo de oxigênio por raízes de plantas mostram que são
necessários aproximadamente 10 litros de O2 por m2 de cultura por dia.

Troca de Gases No Solo

A troca e o movimento de gases no solo podem se dar:


-Na fase gasosa (difusão ou transporte de massa), em poros não ocupados por água,
interconectados e em comunicação com a atmosfera;
-Dissolvidos em água. Como a difusão dos gases no geralmente é maior que na fase
líquida, a porosidade livre de água (α - Ө) torna-se bastante importante na aeração.
-Em condições de aeração limitada, a concentração de CO2 pode aumentar e a
concentração de O2 diminuir, ambas drasticamente.

Situações Criticas - Ausência de Aeração

Com o aumento na profundidade do solo, a concentração de CO2 aumenta e a de


O2 decresce, devido às atividades biológicas (respiração das raízes, das plantas, dos
microorganismos e da fauna do solo). A fração volumétrica de CO2 no ar do solo é
maior do que os 0,03% da atmosfera.
O crescimento, tanto das raízes quanto da parte aérea de muitas plantas, é
prejudicado se a fração volumétrica de CO2 for maior do que 5% (ou O2 < 15 %),
aproximadamente, enquanto que o limite superior crítico é cerca de 10% de CO2. A
aeração do solo ocorre pelo espaço poroso não ocupado pela fase líquida e geralmente
decresce em profundidade no perfil de solo. A fração volumétrica gasosa (porosidade de
aeração) adequada para as raízes das plantas varia de espécie para espécie.
Para as culturas agrícolas, entretanto, admite-se que a porosidade de aeração não
deve ser menor do que 10-12% (em volume), dentro de dois ou três dias após ocorrer
chuva ou irrigação.

Solo Aerado Produz Mais E Melhor

Desde que a aeração do solo ocorre pelo espaço poroso não ocupado pela fase
líquida e geralmente decresce em profundidade no perfil de solo, seja pelo decréscimo
da porosidade, pelo aumento da umidade do solo ou pelo decréscimo das atividades
biológicas, é fácil poder-se admitir que é possível produzir mais e com melhor
qualidade, se houver atenção com a qualidade física dos solos, promovendo-se
condições para uma adequada aeração do sistema radicular das plantas,até por injeção
forçada de ar diretamente na zona das raízes
Universidade Estadual De Goiás
Unidade Universitária De Santa Helena De Goiás

Fração Gasosa Do Solo

Aline Pereira
Ana Claudia
Cintia Gabriela
Felipe Bueno
Patrícia Moura
Orientador: Lázaro Neto

Santa Helena de Goiás


Junho, 2009.

You might also like