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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA CRIME DA

COMARCA DE FEIRA DE SANTANA- BAHIA

Autos nº 0511263-52.2016.8.05.0080

ALDERJANE MASCARENHAS DE CERQUEIRA, já qualificada nos


autos da Ação Penal que lhe move a Justiça Pública, processo em epígrafe, por sua advogada
infra-assinada (procuração em anexo), vem, respeitosamente perante Vossa Excelência,
apresentar

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

com fundamento nos art. 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e direito
a seguir apresentadas:

1) DOS FATOS

Narram os autos que UM HOMEM no dia 25 de agosto de 2016, por


volta das 18h30min, na Rua Comandante Almiro, nesta cidade, subtraiu para si, mediante grave
intimidação, coisa alheia móvel, qual seja, 01 (um) celular Samsung, cor dourada, de propriedade
da vítima Geane dos Reis Lima, conforme auto de exibição e apreensão acostado à fl. 11 do IP.

Detalha o contingente probatório que no dia e hora já mencionados,


a vítima saiu de sua faculdade, localizada na Av. Getúlio Vargas, quando, nas imediações da Rua
Comandante Almiro, foi abordada POR UM HOMEM, que anunciou o assalto e exigiu a entrega do
celular. Diante dos fatos, a vítima abriu a bolsa para retirar o celular e entregar ao assaltante,
momento em que este colocou a mão dentro da bolsa e arrebatou o celular, evadindo-se em
seguida. Ocorre que logo após a subtração, passou uma viatura da Polícia Militar que avistou
ESTE HOMEM em fuga, razão pela qual o seguiram e o abordaram. Durante a abordagem, os
policiais encontraram na mão DO HOMEM a res furtiva.

Após diligencias no local, a Polícia encontrou a vítima, que


reconheceu o aparelho celular como seu e AQUELE HOMEM como aquela que, instantes antes,
havia lhe subtraído o aparelho.

E por essas razões, o MP ofereceu denúncia na pessoa de


ALDERJANE MASCARENHAS DE CERQUEIRA.

Acontece que o homem que efetivamente roubou o aparelho celular


e que foi abordado pela Polícia Militar não é a mesma pessoa que ora está sendo denunciada.

A pessoa denunciada é uma mulher, como se pode observar nos


documentos acostados a esta Defesa bem como descrição dos Dados Cadastro Civil no Portal
SSP juntado no próprio Inquérito Policial que instrui este Processo, fl. 10 destes autos. Senão
vejamos:
Percebe-se, portanto, que o homem que foi detido pela Polícia Militar
e apresentado na Audiência de Custódia utilizou-se do nome da Denunciada bem como seus
documentos e endereço para esquivar-se de condenação e não foi observado nem em sede de
Delegacia como na apresentação do preso ao juiz que tratava-se de documentação de uma
pessoa do SEXO FEMININO, ou seja, uma mulher.

O Alegado pode ser facilmente demonstrado através da assinatura


do detido nos documentos colacionados no Inquérito bem como na Ata de Audiência de Custódia
desses autos, fls. 07, 08, 09, 50 e 52 a qual é TOTALMENTE DIVERSA da que consta nos
documentos da Denunciada. Vejamos:
Não APENAS essa prova! Da análise da gravação da audiência de
custódia, restará AMPLAMENTE demonstrado de que a pessoa apresentada não se trata da que
está sendo denunciada.

E mais! Basta serem intimados os policiais militares e a vítima (que já


são testemunhas arroladas na denúncia) à f. 02 para que faça acareação e os fatos ficarão
exaustivamente comprovados.

Quando procurada por Oficial de Justiça no seu trabalho, não foi o


susto que a Denunciada tomou quando foi imputada tão grave acusação.

Desde então não tem tido sossego, não dorme, não tem tido um
minuto sequer de paz.

Diante da descoberta, compareceu 18.11.2016 na delegacia e


registrou uma queixa do ocorrido BO 16-05628, recordando-se de que teria perdido cópias
coloridas de seus documentos no mês de agosto do corrente ano, o que foi também narrado.

2) DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer:

a) seja determinada a retirada/exclusão da denúncia contra


ALDERJANE MASCARENHAS DE CERQUEIRA, nascida em 17.12.1985, filha de AILTON
BORGES DE CERQUEIRA e ROSÂNGELA MASCARENHAS, portadora do RG. 12.989.096-00 e
CPF 042.362.765-18;

b) apenas por cautela, no caso de não seja possível a


retirada/exclusão da denúncia, requer seja decretada a anulação do recebimento da peça
acusatória em razão da visível nulidade por falta de condição para a ação penal, ou seja, indícios
de autoria, nos moldes do art. 395, III, do Código de Processo Penal.

c) seja determinada a exclusão de qualquer registro do referido


crime nas Delegacias de Polícia, inclusive no Portal da Secretaria de Segurança Publica;
d) seja extinto o presente processo com baixa na distribuição.

e) sejam determinadas qualquer outras providência a fim de que


o nome e documentos da denunciada não fiquem maculados ao crime denunciado.

Enfim, em não sendo acolhidos os pedidos acima elaborados, requer


sejam intimadas as testemunhas ao final arroladas, para que sejam estas ouvidas na audiência de
instrução e julgamento, bem como a exibição da gravação da Audiência de Custódia onde foi
apresentado o custodiado.

Pede e espera Deferimento.


Feira de Santana, 18 de novembro de 2016.

Jacqueline Martins Andrade Moraes


Oab/BA n. 37.520

ROL DE TESTEMUNHAS

1) GEANE DOS REIS LIMA (vítima), qualificada à fl. 06 do IP;


2) CB PM, SALIM GEAN ESTRELA DA SILVA, qualificado à fl. 04 do IP;
3) SD PM, FABIO MESAQUE DE SOUZA FERREIRA, qualificado à fl. 05 do IP.

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