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Escravidão do Índio

Com a chegada dos portugueses é que foi


estabelecida, verdadeiramente, a escravidão. A
primeira relação de trabalho entre os portugueses e
os índios se deu pelo “escambo”; em troca de
materiais baratos, como colares, pulseiras e
espelhos, novidades aos olhos dos nativos, os
aborígenes cortavam e carregavam madeira (pau-
brasil) para os colonizadores.
A legislação da Coroa reconheceu, então, a
legalidade da compra de índios prisioneiros
condenados pelas tribos ao sacrifício ritual. Assim,
as lutas intertribais foram estimuladas, a própria
Fazenda Real fazia a intermediação exclusiva desse
escambo. Foi o primeiro passo para o surgimento da
“escravidão voluntária”, na qual os índios, induzidos
pelos portugueses, ofereciam seus filhos como
escravos, os quais perpetuavam essa condição aos
seus filhos.
Muitos morreram de epidemias trazidas pelos
brancos, sobretudo de sarampo e rubéola. Grandes
conhecedores da terra, eles fugiam para o interior da
colônia em busca de proteção. A mão de obra
aborígene, aos poucos, foi sendo considerada
insuficiente e não especializada. O índio não
produzia excedente, não era acostumado com o
trabalho sistemático e com organização adequada
para atender ao mercantilismo.
Escravidão do negro africano

O escravo negro foi trazido ao Brasil para trabalhar,


principalmente, em canaviais e engenhos de açúcar.
O tráfico negreiro teve seu início oficial no ano de
1559, quando a metrópole portuguesa permitiu o
ingresso de escravos africanos no Brasil. Entre 1576
e 1600, cerca de 40.000 (quarenta mil) escravos
africanos desembarcaram no Brasil, entre 1601 e
1625, esse número mais que triplicou, indo para
aproximadamente 150.000 (cento e cinqüenta mil).
O negro, tanto quanto o índio, era submetido a
jornadas de trabalho extensas, de até 18 horas
diárias.
Por volta do século XVI foram descobertas as
“minas gerais” na região central do Brasil,
provocando a migração da sociedade colonial do
litoral para o interior. O africano passou a ser mais
explorado que nos canaviais, levando ao aumento
das fugas, formação de quilombos, matança dos
senhores, rebeliões e suicídios. Entre 1720 e 1741, a
quantidade de escravos trazidos ao Brasil superou a
marca de 310.000 (trezentos e dez mil).
Imigração: Italianos, alemães e japoneses
substituem trabalho escravo

Imigração italiana

Igualmente importante é entender os fatores que


impulsionaram esse grande fluxo migratório. O fato
é que a Itália, na segunda metade do século 19,
possuía milhares de trabalhadores dispostos a
abandonar sua terra natal e se aventurar em países
distantes como Brasil, Argentina e Estados Unidos.
Isso se explica, sobretudo, pela forte penetração das
relações capitalistas no campo e a consequente
concentração da propriedade da terra.
As altas taxas e impostos sobre a posse da terra
obrigaram muitos pequenos proprietários a
empréstimos e endividamentos. Além disso, o
pequeno produtor não conseguia competir com os
grandes proprietários, que enchiam os mercados com
produtos mais baratos. Sem condições de ocupação,
esses trabalhadores se proletarizaram,
transformando-se em mão-de-obra barata na
nascente indústria italiana. Outros tantos preferiram
cruzar o Atlântico, em busca de sorte melhor. Nesse
sentido, a forte propaganda do governo brasileiro
encontrou um público bastante vulnerável, carente
de possibilidades de uma sobrevivência digna em
sua terra natal.
Japoneses e coreanos
Os opositores dos chineses agarravam-se na ideia de
que a vinda de europeus promoveria uma depuração
da raça brasileira, supostamente "maculada" por
séculos de escravidão. A introdução de asiáticos nas
lavouras paulistas somente se consolidaria em 1908,
com a chegada do navio japonês Kasato-Maru.
Tinha início uma nova e importante fase do processo
imigração, com a formação de uma grande colônia
japonesa.
Ao longo do século 20, o Brasil atraiu outros
milhares de imigrantes advindos de diversas partes
do mundo. Nas últimas décadas, por exemplo, nota-
se a forte presença de coreanos e bolivianos em
alguns bairros paulistanos.
Estima-se que nos últimos anos tenham entrado no
país cerca de 50 mil bolivianos, atraídos sobretudo
por oficinas de costura nos bairros do Brás e Pari,
muitas delas clandestinas. Também vivem hoje em
São Paulo entre 40 e 50 mil coreanos, a maioria
deles ocupados em atividades comerciais. São novas
cores que se somam ao arco-íris multiétnico
brasileiro

Brasil
O trabalho livre e assalariado ganhou espaço após a
abolição da escravidão no Brasil em 1888 e com a
vinda dos imigrantes europeus para o País. Mas as
condições impostas eram ruins, gerando no País as
primeiras discussões sobre leis trabalhistas. O atraso
da sociedade brasileira em relação a esses direitos
impulsionou a organização dos trabalhadores,
formando o que viriam a ser os primeiros sindicatos
brasileiros.
As primeiras normas trabalhistas surgiram no País a
partir da última década do século XIX, caso do
Decreto nº 1.313, de 1891, que regulamentou o
trabalho dos menores de 12 a 18 anos. Em 1912 foi
fundada a Confederação Brasileira do Trabalho
(CBT), durante o 4º Congresso Operário Brasileiro.
A CTB tinha o objetivo de reunir as reivindicações
operárias, tais como: jornada de trabalho de oito
horas, fixação do salário mínimo, indenização para
acidentes, contratos coletivos ao invés de
individuais, dentre outros.
A política trabalhista brasileira toma forma após a
Revolução de 30, quando Getúlio Vargas cria o
Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. A
Constituição de 1934 foi a primeira a tratar de
Direito do Trabalho no Brasil, assegurando a
liberdade sindical, salário mínimo, jornada de oito
horas, repouso semanal, férias anuais remuneradas,
proteção do trabalho feminino e infantil e isonomia
salarial.
O termo “Justiça do Trabalho” também apareceu
pela primeira vez na Constituição de 1934, e foi
mantida na Carta de 1937, mas só foi instalada de
fato em 1941. A necessidade de reunir as normas
trabalhistas em um único código abriu espaço para
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada
em 1943. Entre os anos 1940 e 1953, a classe
operária duplicou seu contingente. Aos poucos,
também iam nascendo os sindicatos rurais.
O golpe militar de 1964 representou a mais dura
repressão enfrentada pela classe trabalhadora do
País. As intervenções atingiram sindicatos em todo o
Brasil e o ápice foi o decreto nº 4.330, conhecido
como lei antigreve, que impôs tantas regras para
realizar uma greve que, na prática, elas ficaram
proibidas.
Depois de anos sofrendo cassações, prisões, torturas
e assassinatos, em 1970 a classe trabalhadora vê
surgir um novo sindicalismo, concentrado no ABCD
paulista. Com uma grande greve em 1978, os
operários de São Bernardo do Campo (SP)
desafiaram o regime militar e iniciaram uma
resistência que se estendeu por todo o País.
Após o fim da ditadura em 1985, as conquistas dos
trabalhadores foram restabelecidas. A Constituição
de 1988 instituiu, por exemplo, a Lei nº 7.783/89,
que restabelecia o direito de greve e a livre
associação sindical e profissional.

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