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RESUMO
SUMÁRIO
RECURSOS TRABALHISTAS
I) TEORIA GERAL
1. CONCEITO
2. NATUREZA JURÍDICA
3. FUNDAMENTOS DOS RECURSOS
4. PRINCÍPIOS QUE REGEM OS RECURSOS TRABALHISTAS
5. CARACTERÍSTICAS OU PECULIARIDADES DOS RECURSOS TRABALHISTAS
RECURSOS TRABALHISTAS
I) TEORIA GERAL
1. CONCEITO
Recurso é o meio processual idôneo colocado a disposição da parte vencida, do terceiro prejudicado e do
Ministério Público para que a decisão judicial impugnada seja submetida a um novo julgamento, objetivando a
respectiva reforma, modificação, invalidação ou esclarecimento do julgado.
2. NATUREZA JURÍDICA
2º corrente → cria uma nova relação jurídica processual, trata-se de uma ação de impugnação autônoma.
Todos os recursos deverão estar previstos no ordenamento jurídico vigente de forma que as partes não
poderão criar recursos, a doutrina cita o artigo 22, I da Constituição Cidadã, compete a União Legislar sobre
direito processual.
1º. Embargos de declaração → artigo 897-A da CLT, os embargos de declaração gozam de natureza
recursal, é o entendimento que prevalece atualmente.
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§ 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão
designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários
interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao
procedimento sumaríssimo.
4º. Agravo regimental ou interno → artigo 709, §1º da CLT e também nos regimentos internos dos
Tribunais trabalhistas, ex. artigo 235 do Regimento Interno do TST.
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ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do
Trabalho, quando:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa
da que lhe houver dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou
Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do
Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme desta Corte;
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção
Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou
regulamento empresarial de observância obrigatória em área
territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da
decisão recorrida, interpretação divergente na forma da alínea
"a"; e
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou
afronta direta e literal à Constituição Federal.
§ 1º O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será
apresentado ao Presidente do Tribunal recorrido, que poderá
recebê-lo ou denegá-lo, fundamentando, em qualquer caso, a
decisão.
§ 2º Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho
ou por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em
processo incidente de embargos de terceiro, não caberá recurso de
revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da
Constituição Federal.
§ 3º Os Tribunais Regionais do Trabalho procederão,
obrigatoriamente, à uniformização de sua jurisprudência, nos
termos do Livro I, Título IX, Capitulo I do CPC, não servindo a
súmula respectiva para ensejar a admissibilidade do recurso de
revista quando contrariar Súmula da Jurisprudência Uniforme do
Tribunal Superior do Trabalho.
§ 4º A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser
atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula ou
superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal
Superior do Trabalho.
§ 5º Estando a decisão recorrida em consonância com enunciado
da Súmula da Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho,
poderá o Ministro Relator, indicando-o, negar seguimento ao
recurso de revista, aos Embargos, ou ao agravo de instrumento.
Será denegado seguimento ao recurso nas hipóteses de
intempestividade, deserção, falta de alçada e ilegitimidade de
representação, cabendo a interposição de agravo.
§ 6º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente
será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de
jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e
violação direta da Constituição da República.
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a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos
que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do
Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal
Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e
II - das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das
decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, salvo se a
decisão recorrida estiver em consonância com súmula ou
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou do
Supremo Tribunal Federal.
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10º. Recurso adesivo → artigo 500 CPC e súmula nº 283 do TST.
Este princípio defende a ideia do direito da parte recorrente de um novo julgamento da decisão
impugnada.
Questões polêmicas:
Não. Esse princípio decorre de interpretação sistemática do ordenamento jurídico vigente. Com efeito,
compete as leis processuais infraconstitucionais a definição das regras processuais.
Obs. duplo grau de jurisdição obrigatória, também conhecido como reexame necessário, remessa
obrigatória ou recurso “ex officio” (de ofício); previsto no artigo 475 do CPC, aplicado subsidiariamente ao
processo do trabalho por força do artigo 769 da CLT. O TST entende que é aplicável ao processo do trabalho,
pela súmula nº 303 do TST.
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I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o
Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à
execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI).
III - que julgar improcedente a execução de dívida ativa da
Fazenda Pública (Art. 585, VI).
§ 1º - Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa
dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo,
deverá o presidente do tribunal avocá-los.
§ 2º - Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a
condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não
excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de
procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa
do mesmo valor.
§ 3º - Também não se aplica o disposto neste artigo quando a
sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do
Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do
tribunal superior competente.
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hipótese de matéria administrativa. (ex-OJs nºs 72 e 73 da SBDI-1
– inseridas, respectivamente, em 25.11.1996 e 03.06.1996)
Aplica-se o duplo grau de jurisdição quando tivermos decisões contrárias a Fazenda Pública, trata-se de
mais uma prerrogativa processual conferida a Fazenda Pública, encontramos também no artigo 1º, V do
Decreto-lei nº 779/69.
Diante dessas decisões os autos serão encaminhados ao Tribunal havendo ou não recurso. Dessa forma, a
decisão somente produzirá efeitos depois de confirmada pelo Tribunal.
Se os autos não forem encaminhados, o Presidente do Tribunal os avocará. Avocar significa chamar para si.
Prevalece o entendimento de que não se trata de um recurso, mas de uma condição de eficácia da
sentença.
O duplo grau de jurisdição obrigatória não é absoluto, comporta duas exceções (quando não teremos o
duplo grau de jurisdição obrigatória):
2º. Quando a decisão estiver em consonância com decisão plenária do STF ou súmula/OJ do TST.
Isso é a manifestação do princípio da instrumentalidade das formas ou da finalidade, artigos 154 e 244 do
CPC, no confronto entre a forma do ato x a finalidade do ato, temos que dar mais importância a finalidade do
ato.
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Art. 244 – CPC - Quando a lei prescrever determinada forma, sem
cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se,
realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
A dúvida objetiva é a dúvida na doutrina e na jurisprudência. O que não se admite é a dúvida subjetiva.
I) Aplicável o princípio
Recurso ordinário
Vara do Trabalho
Sempre que tivermos decisões monocráticas dos Tribunais teremos agravo regimental ou interno. E
também o recurso ordinário, artigo 895, II da CLT, que o TST entende: se foi impetrado recurso ordinário está
errado, mas aceitam como agravo regimental ou interno, OJ nº 69 da SDI-2 do TST.
II) Artigo 557 CPC → ampliação dos poderes do relator (cai muito nas provas)
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respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal
Superior.
§ 1º-A - Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto
com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo
Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar
provimento ao recurso.
§ 1º - Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão
competente para o julgamento do recurso, e, se não houver
retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo
voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento.
§ 2º - Quando manifestamente inadmissível ou infundado o
agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado
multa entre um a dez por cento do valor corrigido da causa,
ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao
depósito do respectivo valor.
O relator dá uma decisão monocrática de conteúdo decisório definitivo e conclusivo da lide de provimento
ou denegação do recurso.
Reformar a decisão → agravo do artigo 557 do CPC, chamado de “agravinho” ou “agravo inominado”.
Se entrar com embargos declaratórios com efeito modificativo ou infringente errou, mas poderão ser
conhecidos como agravo inominado, isso está previsto na súmula nº 421 do TST.
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TST
Vara do Trabalho
Recurso de revista fundamentado no artigo 896 da CLT é o erro crasso, pois só cabe recurso de revista se o
processo começou na vara. Isso está na OJ nº 152 da SDI-2 do TST.
Atualização de fevereiro de 2012 → OJ nº 412 da SDI-1 do TST, Agravo inominado ou agravo regimental.
Interposição em face de decisão colegiada. Não cabimento. Erro grosseiro. Inaplicabilidade do princípio.
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Art. 791 – CLT - Os empregados e os empregadores poderão
reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e
acompanhar as suas reclamações até o final.
§ 1º Nos dissídios individuais os empregados e empregadores
poderão fazer-se representar por intermédio do sindicato,
advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos
Advogados do Brasil.
§ 2º Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a
assistência por advogado.
§ 3º A constituição de procurador com poderes para o foro em
geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de
audiência, a requerimento verbal do advogado interessado, com
anuência da parte representada.
Temos um histórico em relação a isso: o princípio da variabilidade recursal era previsto no CPC de 1939,
mas ele não foi reiterado de 1973 (este é outro argumento para a inaplicabilidade deste princípio).
Este princípio defende a ideia do cabimento de um único recurso para cada decisão proferida. Parcela da
doutrina entende que esse princípio comporta exceções:
A parte recorrente não poderá ter a sua situação agravada no julgamento de um recurso por ela
interposto. A explicação desse princípio está no artigo 512 do CPC, é o que chamamos de efeitos substitutivo
dos recursos.
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Art. 512 - CPC - O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a
sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido objeto de
recurso.
A ideia do efeito substitutivo dos recursos é que o julgamento de um recurso substituirá a decisão
recorrida na parte que foi objeto de impugnação.
Imagine que o reclamante faz três pedidos, pede A, B e C; A foi julgado procedente e B e C improcedentes,
o reclamante interpõe o recurso ordinário pedindo a reforma de B e C, em relação a A houve o trânsito em
julgado, o acórdão substitui a sentença naquilo que foi objeto do recurso e o que não foi objeto de recurso
transitou em julgado. Por isso que hoje defende-se a ideia de coisa julgada parcial ou progressiva, para cada
coisa julgada começa a correr um prazo decadencial de dois anos para a interposição da ação rescisória,
súmula nº 100, II do TST.
Atualmente prevalece o entendimento de que esse princípio não é absoluto, comporta exceções que
seriam as matérias de ordem pública, também chamadas de objeções processuais.
Matéria de ordem pública são aquelas que devem ser conhecidas de ofício pelo juiz e que podem ser
alegadas em qualquer tempo e grau de jurisdição. Exemplos de matéria de ordem pública que representariam
exceções ao princípio da “non reformatio in pejus”:
Prescrição ou decadência.
Prazo de oito dias para razões e contrarrazões, artigo 6º da lei nº 5.584/70 e artigo 900 da CLT.
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Art. 900 - CLT - Interposto o recurso, será notificado o recorrido
para oferecer as suas razões, em prazo igual ao que tiver o
recorrente.
Recurso ordinário;
Agravo de instrumento;
Recurso de revista;
Embargos no TST;
Agravo de petição.
Exceções:
Em regra não, mas a OJ nº 142 da SDI-1 do TST cuida do efeito modificativo ou infringente dos embargos
declaratórios: em havendo esse pedido o magistrado é obrigado a intimar a parte contrária para se manifestar
sob pena de nulidade do julgado. O prazo será de cinco dias dessa manifestação.
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3º. Agravo regimental ou agravo interno → o prazo está previsto nos Regimentos Internos a depender do
Tribunal. Em regra os TRTs fixaram o prazo em cinco dias. Mas o TST fixou o prazo em oito dias no seu
Regimento Interno.
4º. Pedido de revisão ou recurso de revisão → prazo de 48 horas, previsto no artigo 2º da lei nº 5.584/70.
5º. Fazenda Pública e MPT → prazo em dobro para recorrer, o prazo do recurso ordinário, por exemplo,
será de 16 dias, artigos 1º. III do Decreto-lei nº 779/69 e artigo 188 CPC.
Obs. final: OJ nº 310 da SDI-1 do TST (cai muito nas provas), o TST entende que o artigo 191 do CPC (prazo
em dobro) na hipótese de litisconsorte com diferentes procuradores é inaplicável ao processo do trabalho, por
incompatibilidade com o princípio da celeridade trabalhista.
Atenção para aplicar regra do CPC: 1º tenho que verificar a omissão, 2º havendo a omissão se há uma
compatibilidade de princípios e regras. Estudar o artigo 769 da CLT.
Ex. A entra com uma ação trabalhista em face de B (prestadora de serviços) e C (tomadora de serviços), B
contrata o advogado 1 e C contra o advogado 2, é um caso envolvendo terceirização com base na súmula nº
331 do TST. Temos uma sentença condenando as empresas, o prazo será de oito dias e não de 16 dias.
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I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,
formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços,
salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de
03.01.1974).
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa
interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da
Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II,
da CF/1988).
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação
de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de
conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados
ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a
pessoalidade e a subordinação direta.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador
dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja
participado da relação processual e conste também do título
executivo judicial.
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta
respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV,
caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das
obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais
da prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
contratada.
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços
abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao
período da prestação laboral.
É possível a extração da carta de sentença e o início da execução provisória, que no processo do trabalho,
vai até a penhora.
O TST entende que a ação cautelar é o meio próprio para a obtenção do efeito suspensivo. Súmula nº 414,
I, parte final do TST.
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I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta
impugnação pela via do mandado de segurança, por ser
impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o meio
próprio para se obter efeito suspensivo a recurso. (ex-OJ nº 51 da
SBDI-2 - inserida em 20.09.2000)
Artigo 899, “caput”, CLT. De acordo com isso temos a desnecessidade de fundamentação x súmula nº 422
do TST, defende a necessidade de fundamentação nos recursos trabalhistas (posição majoritária). O que
fundamenta a necessidade de fundamentação são os princípios do contraditório e da ampla defesa.
Procedimento sumário → artigo 2º, §§ 3º e 4º da lei nº 5.584/70, são ações com valor da causa de até dois
salários mínimos.
Em regra não é cabível a interposição de recursos, salvo se a sentença envolver matéria constitucional.
Parcela da doutrina entende que cabe recurso ordinário e parte entende que cabe recurso extraordinário. Mas
nesse caso, prevalece o entendimento pelo cabimento do recurso extraordinário, fundamentação é que
caberia o recurso extraordinário com base no artigo 102, III da CF que cabe recurso extraordinário nas causas
decididas em única ou última instancia.
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