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ESTRUTURAS DE AÇO-08

Prof. Alberto Leal, MSc.


Grupo HCT
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 2

Objetivo
• Apresentação dos conceitos básicos relacionados ao
dimensionamento de ligações soldadas.

• Revisão dos conceitos abordados durante o curso de estruturas de


aço.
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1. Ligações soldadas
1.1 Considerações iniciais

• As ligações soldadas são obtidas através da fusão entre segmentos adjacentes


após introdução de energia, geralmente de origem elétrica.

• Existem soldas também de origem química, óptica e mecânica (PFEIL, 2009).


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1. Ligações soldadas
1.1 Considerações iniciais

• Durante o procedimento de soldagem, deve-se tomar cuidados especiais para


evitar a contaminação do cordão de solda através de impurezas.

• Atenção ainda deve dada no intuito de evitar a formação de porosidade no


cordão, podendo comprometer a capacidade resistente e durabilidade da
estrutura.
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1. Ligações soldadas
1.1 Considerações iniciais

Junta soldada sem defeitos Junta soldada com porosidade


aparentes no cordão de solda excessiva, reduzindo a capacidade
resistente e aumentando a
probabilidade de ocorrência de corrosão
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1. Ligações soldadas
1.1 Considerações iniciais

Junta soldada com abertura de entalhe para


preenchimento do cordão, permitindo assim a
união perfeita entre os segmentos de um tubo
redondo
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1. Ligações soldadas
1.1 Considerações iniciais

• Na indústria da construção, os procedimentos mais utilizados para as


ligações soldadas são:

o Eletrodo Revestido (SMAW): O material a ser utilizado para o cordão de


solda é um eletrodo com revestimento externo, cuja finalidade é de
proteção da junta em relação às impurezas atmosféricas. Após a
soldagem, apresenta escória que deve ser retirada após a finalização do
processo. Na literatura estrangeira, é denominado Shielded Metal Arc
Welding.
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1. Ligações soldadas
1.1 Considerações iniciais

o Arco Submerso (SAW): O material a ser utilizado para o cordão de solda


não apresenta revestimento e é protegido em relação às impurezas
atmosféricas através de material granular. Na literatura estrangeira, é
denominado Submerged Arc Welding.

o Arco elétrico com proteção gasosa (MIG/MAG): O eletrodo também não


apresenta revestimento, mas a proteção da poça de fusão é dada através
de gases inertes ou ativos. Na literatura estrangeira, é denominado Metal
Inert Gas (MIG) ou Metal Active Gas (MAG).
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1. Ligações soldadas
1.1 Considerações iniciais

o Arame Tubular (FCAW): O eletrodo é composto por um arame envolvido


por elemento tubular contendo material de proteção da poça de fusão.
Na literatura estrangeira, é denominado Flux-Cored Arc Welding.
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1. Ligações soldadas
1.2 Tipos de eletrodos

• Os elementos utilizados como material de deposição no cordão de solda são


denominados eletrodos e são compostos por aços-carbono ou aços de baixa
liga, de maneira geral.

• Em soldagem de aços inoxidáveis (alta liga), os eletrodos são compostos por


materiais especiais para evitar a contaminação da estrutura de aço. O
processo de soldagem TIG (Tungsten Arc Welding), com gás de proteção
composto por Argônio, é muito empregado para aços inox.
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1. Ligações soldadas
1.2 Tipos de eletrodos

• Um aspecto importante sobre os eletrodos refere-se à denominação segundo


literatura estrangeira e principais normas internacionais (American Welding
Society (AWS), por exemplo).

E: Eletrodo
70:Resistência à ruptura 𝑓𝑤 , em ksi
X: Posição de soldagem
Y: Tipo de corrente e de revestimento do eletrodo
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1. Ligações soldadas
1.3 Posição em relação ao metal base

• A classificação das soldas em relação à posição do cordão em relação ao


metal de base pode ser: (a) solda de entalhe, (b) solda de filete e (c) solda de
tampão ou ranhura.

• Na solda de entalhe, o metal de deposição é inserido entre as peças metálicas


e pode ser do tipo “penetração total” e “penetração parcial”. Os chanfros
podem ser realizados de formas distintas, dependendo das características do
material a ser soldado.
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1. Ligações soldadas
1.3 Posição em relação ao metal base

• As soldas de filete são realizadas nas faces laterais dos elementos a serem
solidarizados. Na construção em geral, é muito comum este tipo de soldagem
em ligações entre vigas principais e secundárias de piso pela alma.

• Na soldagem tipo tampão ou ranhura, o material do eletrodo é depositado em


furos ou aberturas numa das chapas a serem solidarizadas. Na literatura
estrangeira, a soldas com estas características são denominadas plug weld
ou slot weld.
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1. Ligações soldadas
1.4 Posição relativa entre as peças

• As ligações podem ser classificadas também em relação à posição relativa


entre os segmentos a serem solidarizados. Ligações de topo, ligações com
traspasse, ligações tipo Z, dentre outros tipos são comumente utilizados na
prática das estruturas metálicas.

• As ligações tipo Z, muito empregadas para emendas entre vigas metálicas,


garante uma melhor segurança e desempenho da estrutura após o processo
de soldagem.
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1. Ligações soldadas
1.5 Simbologia

A simbologia dos tipos de ligações


soldadas permite facilitar a leitura
de projetos e garantir que, durante
a execução dos cordões de solda,
não haja interpretação incorreta
sobre os critérios adotados durante
etapa de cálculo.
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1. Ligações soldadas
1.6 Soldas de filete

• Os filetes de solda podem ser associados em termos geométricos ao triângulo


retângulo, onde as dimensões são especificadas em função das arestas
(catetos) do cordão.

• A “garganta” do filete de solda é a dimensão indicada na figura acima, sendo


a menor distância entre do ponto de interseção entre as arestas e a
hipotenusa do triângulo. A “perna” do filete, por outro lado, indica o menor
comprimento dentre as arestas (catetos).
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1. Ligações soldadas
1.6 Soldas de filete

• Denomina-se ainda “raiz” como o ponto de interseção entre as faces de fusão


entre os segmentos de aço.

• O procedimento de cálculo da capacidade resistente dos filetes de solda


perpassa pela definição das características geométricas do cordão. Neste
sentido, a área efetiva é dada pelo produto entre comprimento e a garganta.

𝐴𝑒𝑓 = 𝑡 ∙ 𝑙 = (0,7 ∙ 𝑏) ∙ 𝑙
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1. Ligações soldadas
1.6 Soldas de filete

• A “garganta” tem dimensão definida aproximadamente como 70% da “perna”


do cordão de solda, conforme pode ser observado na equação anterior. Em
soldagem pelo processo de arco submerso, é comum que sejam adotados
valores maiores, tendo em vista a maior confiabilidade da metodologia (PFEIL,
2009).
𝑏 ≤ 10 𝑚𝑚 → 𝑡𝑒 = 𝑏
𝑏 > 10 𝑚𝑚 → 𝑡𝑒 = 𝑡 + 3 mm
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1. Ligações soldadas
1.6 Soldas de filete

• Em casos onde a ligação por filete é especificada longitudinalmente e


submetida a esforços de tração, o comprimento efetivo da solda deve ser
obtido através do produto entre o comprimento 𝑙 e um fator redutor 𝛽.

• Este fator se aplica a soldas “longas”, cujo comprimento seja superior a 100
vezes a “perna” do cordão.
𝛽 = 1,2 − 0,002 𝑙 𝑏 [0,6 ≤ 𝛽 ≤ 1,0]
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1. Ligações soldadas
1.6 Soldas de filete
𝑒 ≤ 6,3 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 3 𝑚𝑚

6,3 < 𝑒 ≤ 12,5 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 5 𝑚𝑚


12,5 < 𝑒 ≤ 19,0 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 6 𝑚𝑚

𝑒 > 19,0 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 8 𝑚𝑚

• O referido fator redutor deve-se ao fato de não haver uniformidade na


distribuição de tensão ao longo do comprimento do cordão de solda, de forma
parecida com o procedimento para ligações parafusadas.

• Outro aspecto que merece destaque refere-se às dimensões mínimas dos


filetes para garantia da fusão adequada entre os materiais. Neste sentido, a
chapa mais fina é a determinante para indicação dos valores mínimos.
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1. Ligações soldadas
1.6 Soldas de filete
𝑒 ≤ 6,3 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 3 𝑚𝑚

6,3 < 𝑒 ≤ 12,5 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 5 𝑚𝑚


12,5 < 𝑒 ≤ 19,0 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 6 𝑚𝑚

𝑒 > 19,0 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 8 𝑚𝑚

• Existem ainda dimensões máximas recomendadas, em alguns tipos de


juntas, também condicionadas pela espessura da chapa mais fina. Neste
contexto, deve-se especificar uma “folga” de 1,5 mm em relação às quinas de
uma das chapas, no intuito de evitar a fusão do referido vértice.
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1. Ligações soldadas
1.6.1 Exercício-01
𝑒 ≤ 6,3 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 3 𝑚𝑚

6,3 < 𝑒 ≤ 12,5 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 5 𝑚𝑚


12,5 < 𝑒 ≤ 19,0 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 6 𝑚𝑚

𝑒 > 19,0 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 8 𝑚𝑚

Seja uma ligação entre vigas principais e secundárias numa determinada


construção. Sabendo que um perfil W150x13,0 é conectado através de duplo
filete de solda na alma de um perfil W200x15,0, determine:

o Capacidade resistente de um cordão de solda executado com eletrodo E70XX.


o Capacidade resistente associada a um eletrodo E60XX.

Considerar, em ambas as situações, que a perna do filete equivale ao valor


mínimo recomendado pela ABNT NBR 8800:2008.
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1. Ligações soldadas
1.6.1 Exercício-01
𝑒 ≤ 6,3 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 3 𝑚𝑚

6,3 < 𝑒 ≤ 12,5 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 5 𝑚𝑚


12,5 < 𝑒 ≤ 19,0 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 6 𝑚𝑚

𝑒 > 19,0 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 8 𝑚𝑚

1º Passo: Avaliação das características geométricas e de material associadas aos


cordões de solda.

Eletrodo E70XX: 𝑓𝑤 = 485 MPa


Eletrodo E60XX: 𝑓𝑤 = 415 MPa
Perna mínima: 𝑏𝑚í𝑛 = 3 mm [menor espessura equivalente a 4,3 mm associada à
alma do perfil W150x13,0]
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1. Ligações soldadas
1.6.1 Exercício-01
𝑒 ≤ 6,3 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 3 𝑚𝑚

6,3 < 𝑒 ≤ 12,5 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 5 𝑚𝑚


12,5 < 𝑒 ≤ 19,0 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 6 𝑚𝑚

𝑒 > 19,0 𝑚𝑚 → 𝑏𝑚í𝑛 = 8 𝑚𝑚

2º Passo: Determinação da capacidade resistente para ambas as situações.

Eletrodo E70XX: Eletrodo E60XX:

𝐹𝑅𝑑 = 0,7 ∙ 𝑏𝑚í𝑛 ∙ 𝑙 ∙ 0,60 ∙ 𝑓𝑤 𝛾𝛼2 𝐹𝑅𝑑 = 0,7 ∙ 0,3 ∙ (2 × 10) ∙ 0,60 ∙ 41,5 1,35

𝐹𝑅𝑑 = 0,7 ∙ 0,3 ∙ (2 × 10) ∙ 0,60 ∙ 48,5 1,35 𝐹𝑅𝑑 = 77,5 kN

𝐹𝑅𝑑 = 90,5 kN
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1. Ligações soldadas
1.7 Distribuição de forças internas

• A distribuição das forças internas nos cordões de solda dos principais tipos
de ligações realizadas na prática será abordados neste subitem.

• Neste sentido, pode-se destacar três tipos: (a) ligações sujeitas ao corte, (b)
emendas sujeitas à tração e (c) ligações excêntricas sujeitas ao corte.
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1. Ligações soldadas
1.7.1 Ligações sujeitas ao corte

• Um exemplo de ligações sujeitas apenas ao efeito de corte pode ser visto na


conexão entre vigas principais e secundárias através de duplo filete de solda
na alma do elemento apoiado.

• Os esforços solicitantes provocam tensões de cisalhamento nos filetes de


solda com intensidade dada em função das forças atuantes e da área efetiva
do cordão.
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1. Ligações soldadas
1.7.2 Ligações excêntricas por corte

• As ligações excêntricas por corte são aquelas onde a linha de ação da força
resultante não coincide com o centro de gravidade dos cordões de solda.

• É comum encontrar este tipo de ligação em consoles metálicos e em ligações


entre vigas através de cantoneiras, conforme pode ser visto na figura acima
descrita.
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1. Ligações soldadas
1.7.2 Ligações excêntricas por corte

𝐹∙𝑒 • 𝐼𝑝 é o momento polar da área de solda relativa ao


𝜏𝑥 = ∙𝑦
𝐼𝑝 centro de gravidade, obtido através da soma dos
momentos 𝐼𝑥 e 𝐼𝑦 .
𝐹∙𝑒
𝜏𝑦 = ∙𝑥 • Alternativamente, pode-se recorrer às tabelas de
𝐼𝑝
propriedades para cordões típicos.
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1. Ligações soldadas
1.7.2 Ligações excêntricas por corte

• Esta metodologia é denominada “Método Elástico” e geralmente conduz a


ligação a um dimensionamento conservador (PFEIL, 2009).
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1. Ligações soldadas
1.7.3 Emendas sujeitas à tração
𝑙𝑤
𝛽 = 1,2 − 0,002 ∙
𝑑𝑤

• O coeficiente β deve estar compreendido no


intervalo 0,6 ≤ 𝛽 ≤ 1,0

𝑙𝑤 é o comprimento do cordão de solda.


𝑑𝑤 é o tamanho da perna do filete de solda.

• Nas emendas axiais sujeitas à tração, a distribuição de tensões no cordão de


solda pode ser idealizada como uniforme, provocando cisalhamento na área
efetiva.

• Se a ligação for longa, esta hipótese não é válida e deve-se considerar uma
redução de eficiência associada aos cordões de solda. A expressão é similar
ao caso de ligações parafusadas.
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1. Ligações soldadas
1.7.4 Exercício-02

Seja uma ligação excêntrica por corte, conforme ilustrado na figura acima.
Sabendo que a excentricidade é de 300 mm e a intensidade da força equivale 50
kN, determine:

o Capacidade resistente de um cordão de solda executado com eletrodo E60XX.


o Considere segmentos horizontal e vertical com 150 mm e 250 mm,
respectivamente. A espessura do filete é de 5 mm.
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1. Ligações soldadas
1.7.4 Exercício-02

1º Passo: Determinação das características geométricas.

8𝑏 3 + 6𝑏ℎ2 + ℎ3 𝑏4
𝐼𝑝′ = −
12 2𝑏 + ℎ
𝐼𝑝 = 7.319,13 𝑐𝑚4 𝑐𝑚
8 ∙ 153 + 6 ∙ 15 ∙ 252 + 253 154
𝐼𝑝′ = −
12 2 ∙ 15 + 25
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1. Ligações soldadas
1.7.4 Exercício-02

2º Passo: Determinação do esforço solicitante por unidade de comprimento.

𝑉 50,0 𝑃∙𝑒 50,0 ∙ 30


𝑃𝑉,𝑦 = = = 0,909 𝑘𝑁 𝑐𝑚 𝑃𝑀,𝑥 = ∙ 𝑦 = ∙ 12,5
𝑙 15 + 15 + 25 𝐼𝑝′ 7.319,13
𝑃∙𝑒 50,0 ∙ 30
𝑃𝑀,𝑦 = ∙ 𝑥 = ∙ (10,91) = 2,234 𝑘𝑁 𝑚 𝑃𝑀,𝑥 = 2,562 𝑘𝑁 𝑐𝑚
𝐼𝑝′ 7.319,13
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1. Ligações soldadas
1.7.4 Exercício-02

2º Passo: Determinação do esforço solicitante por unidade de comprimento.

Sabendo que o esforço resistente é dado pela expressão


𝑃= (𝑃𝑀,𝑦 + 𝑃𝑉,𝑦 )2 +(𝑃𝑀,𝑥 )2 a seguir, verifica-se que a segurança está verificada:

𝑃𝑅𝑑 = 0,7 ∙ (0,6 ∙ 𝑓𝑤 ) 𝛾𝛼2 = 0,7 ∙ 0,6 ∙ 41,5 1,35


𝑃 = 4,056 𝑘𝑁 𝑐𝑚
𝑃𝑅𝑑 = 12,9 𝑘𝑁 𝑐𝑚
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1. Ligações soldadas
1.7.5 Exercício-03

Seja uma ligação entre duas chapas submetidas à esforços axiais de tração.
Sabendo que a solidarização entre os dois segmentos é realizada através de filete
duplo de solda, determine:

o Capacidade resistente de um cordão de solda executado com eletrodo E70XX.

Considerar, em ambas as situações, que a perna do filete equivale ao valor de 5


mm e comprimento de 800 mm.
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1. Ligações soldadas
1.7.5 Exercício-03
𝑙𝑤
𝛽 = 1,2 − 0,002 ∙ 𝑑𝑤

• O coeficiente β deve estar


compreendido no intervalo 0,6 ≤ 𝛽 ≤ 1,0

𝑙𝑤 é o comprimento do cordão de
solda.
𝑑𝑤 é o tamanho da perna do filete de
solda.

1º Passo: Avaliação das características geométricas e de material associadas aos


cordões de solda.

Eletrodo E70XX: 𝑓𝑤 = 485 MPa


𝛽 = 1,2 − 0,002 ∙ 800 5 = 0,88
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1. Ligações soldadas
1.7.5 Exercício-03
𝑙𝑤
𝛽 = 1,2 − 0,002 ∙ 𝑑𝑤

• O coeficiente β deve estar


compreendido no intervalo 0,6 ≤ 𝛽 ≤ 1,0

𝑙𝑤 é o comprimento do cordão de
solda.
𝑑𝑤 é o tamanho da perna do filete de
solda.

2º Passo: Determinação da capacidade resistente para ambas as situações.

Eletrodo E70XX:

𝐹𝑅𝑑 = 0,7 ∙ 𝑏 ∙ 𝑙𝑒𝑓 ∙ 0,60 ∙ 𝑓𝑤 𝛾𝛼2

𝐹𝑅𝑑 = 0,7 ∙ 0,5 ∙ (0,88 × 80 × 2) ∙ 0,60 ∙ 48,5 1,35 𝐹𝑅𝑑 = 79,3 kN


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2. Método dos Estados Limites


2.1 Considerações iniciais
• Os objetivos de um projeto estrutural 1kN 2kN
consistem na garantia de:
V
 Segurança estrutural contra o M
colapso;
N
 Bom desempenho da estrutura em
serviço, evitando deslocamentos e
vibrações excessivas; 1kN 2kN
• Nesse contexto, as normas técnicas
costumam realizar uma abordagem
baseado no Método dos Estados Limites.

1m 2m 3m
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2. Método dos Estados Limites


2.2 Estados Limites

• Os Estados Limites podem ser divididos


em:

 Estado Limite Último (ELU)


 Estado Limite de Serviço (ELS)

• O Estado Limite Último (ELU) está


associado à ocorrência da paralisação,
parcial ou total, da estrutura por falta de
condições de segurança adequadas.

• O Estado Limite de Serviço (ELS), por


outro lado, representa situações críticas
associadas ao comportamento durante a
utilização da estrutura.
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2. Método dos Estados Limites


2.3 Combinação Normal [ELU]
• Observando a expressão matemática que define a combinação normal, pode-
se destacar valores representativos das ações permanentes e variáveis.

𝐹𝑑 = 𝛾𝑔𝑖 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝛾𝑞1 𝐹𝑄1,𝑘 + 𝛾𝑞𝑗 ψ0𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘

Valor repr. variável secund. = Valor


caract. reduzido var. secund.

Valor representativo variável


principal = Valor característico
variável principal
Valor representativo permanente =
Valor característico permanente
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2. Método dos Estados Limites


2.4 Combinação para ELS
• As verificações para o Estado Limite de Serviço devem ser realizadas a partir
da expressão a seguir, onde o valor representativo das ações variáveis é
reduzido pelos coeficientes ψ1 (frequente) ou ψ2 (quase permanente).

𝐹𝑑 = 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + ψ−𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘

Valor representativo variável = Valor


característico reduzido variável

Valor representativo permanente =


Valor característico permanente
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3. Elementos sujeitos à tração simples


3.1 Dimensionamento estrutural

 Na avaliação de peças tracionadas, deve-se


observar a possibilidade de ocorrência de dois
modos de ruptura.

o Ruptura da seção com furos (𝑅𝑑1 )


o Escoamento da área bruta (𝑅𝑑2 )

𝐴𝑛,𝑒𝑓 × 𝑓𝑦
𝑅𝑑1 =
𝛾𝛼2

𝐴𝑔 × 𝑓𝑦
𝑅𝑑2 =
𝛾𝛼1
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3. Elementos sujeitos à tração simples


3.2 Área líquida de seções com furos

 A determinação de seções transversais com


furos geralmente é feita subtraindo a área dos
furos em relação à área bruta.

 Em seções com furos enviesados, deve-se


investigar a área líquida obtida pelo percurso
1-2-2-1, visto que a ruptura pode ocorrer
segundo esta configuração.
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3. Elementos sujeitos à tração simples


3.3 Área líquida efetiva

 Quando as ligações de uma determinada peça


são feitas por todos os elementos de uma
seção transversal, o dimensionamento pode
ser feito conforme discutido anteriormente.

 Por outro lado, caso apenas alguns elementos


participem da transferência dos esforços, deve-
se considerar este efeito a partir da “Área
líquida efetiva”.

𝐴𝑛,𝑒𝑓 = 𝐶𝑡 × 𝐴𝑛

onde 𝐶𝑡 é um coeficiente redutor.


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3. Elementos sujeitos à tração simples


3.3 Área líquida efetiva

 Segundo a ABNT NBR 8800:2008, nos perfis


de seção aberta, sabe-se que:

𝑒𝑐
𝐶𝑡 = 1 − ≥ 0,60
𝑙

onde

𝑒𝑐 é a excentricidade do plano da ligação em


relação ao centro geométrico da seção completa
ou da parte que resiste ao esforço transferido.
𝑙 é o comprimento da ligação, igual ao cordão de
solda ou igual à distância entre o primeiro e o
último parafuso.
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3. Elementos sujeitos à tração simples


3.3 Área líquida efetiva

 Nas seções em que existe apenas um plano de


ligação, a excentricidade é dada pela distância
entre este plano e o centro geométrico da
seção.

 Nas ligações pelas mesas de perfis I,


considera-se a seção dividida em dois
segmentos em formato “T”.

 Já na ligação pela alma, a seção é dividida em


dois perfis “U”.
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3. Elementos sujeitos à tração simples


3.4 Cisalhamento de bloco

 Em perfis de chapas finas tracionadas e


conectadas por parafusos, deve-se avaliar o
colapso por rasgamento.

 Ocorre o cisalhamento nos planos paralelos à


linha de ação da força e esforço normal no
plano perpendicular.

 A norma brasileira ABNT NBR 8800:2008


define uma expressão para determinar a
capacidade resistente para este tipo de
ruptura.
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3. Elementos sujeitos à tração simples


3.4 Cisalhamento de bloco
0,60 × 𝑓𝑢 × 𝐴𝑛𝑣 + 𝐶𝑡𝑠 × 𝑓𝑢 × 𝐴𝑛𝑡
𝑅𝑑 =
𝛾𝛼2

0,60 × 𝑓𝑦 × 𝐴𝑔𝑣 + 𝐶𝑡𝑠 × 𝑓𝑢 × 𝐴𝑛𝑡


𝑅𝑑 ≤
𝛾𝛼2

onde 0,60𝑓𝑢 e 0,60𝑓𝑦 representam as tensões de


ruptura e escoamento ao cisalhamento.

𝐴𝑛𝑣 e 𝐴𝑔𝑣 representam as áreas líquida e bruta


cisalhadas.

𝐶𝑡𝑠 = 1,0 nos casos onde a tensão normal é


uniforme.

𝐶𝑡𝑠 = 0,5 nos casos onde a tensão normal é não


uniforme.
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4. Elementos sujeitos à compressão


4.1 Capacidade resistente
• Neste sentido, a ABNT NBR 8800:2008
diz que o esforço normal resistente de
cálculo é dado pela seguinte expressão:

χ𝑄𝐴𝑔 𝑓𝑦
𝑁𝑐,𝑅𝑑 =
𝛾α1

onde:

χ é o fator de redução associado à resistência


à compressão;

Q é o fator de redução total associado à


flambagem local, cujo valor é determinado
pelo Anexo F (ABNT NBR 8800:2008);

𝐴𝑔 é a área bruta da seção transversal;


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4. Elementos sujeitos à compressão


4.1 Capacidade resistente

• O fator de redução χ é dado pelas


seguintes expressões:
2
χ = 0,658λ0 para λ0 ≤ 1,5

0,877
χ= para λ0 > 1,5
λ02

• O índice de esbeltez reduzido λ0 é


dado por:
𝑄𝐴𝑔 𝑓𝑦
λ0 =
𝑁𝑒

onde 𝑁𝑒 é a força crítica de Euler;


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4. Elementos sujeitos à compressão


4.2 Tabelas – Flambagem Local
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4. Elementos sujeitos à compressão


4.2 Tabelas – Flambagem Local
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5. Barras sujeitas à flexão simples


5.1 Contenção Lateral Contínua

• As vigas com contenção lateral não estão


sujeitas aos efeitos da Flambagem Lateral
por Torção (FLT).

• É preciso considerar os efeitos da


Flambagem Local da Alma (FLA) e
Flambagem Local da Mesa (FLM).

• A verificação consiste, num primeiro


instante, na classificação dos elementos
que compões a seção transversal.

 Seção compacta: Atinge o momento de


plastificação total (Mp).
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 54

5. Barras sujeitas à flexão simples


5.1 Contenção Lateral Contínua
 Seção semicompacta: É aquela que a
flambagem local se desenvolve após o
início da plastificação My.

 Seção esbelta: É aquela onde a


flambagem local ocorre antes do início da
plastificação (My).

• As seções transversais são classificadas em


função da esbeltez, isto é, relação entre
comprimento e espessura do elemento.

• A definição de seção compacta, semicompacta


ou esbelta é dada em função de alguns
limites estabelecidos.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 55

5. Barras sujeitas à flexão simples


5.2 Contenção Lateral Contínua
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 56

5. Barras sujeitas à flexão simples


5.3 Contenção Lateral Contínua e Seção
Semicompacta
• A flambagem local provoca uma redução na
capacidade resistente dos elementos estruturais
sujeitos à flexão.

• O momento resistente nominal, referente à FLM,


para a situação limite entre as classes
semicompacta e esbelta é dado pela expressão:

𝑀𝑛 = 𝑊𝑐 𝑓𝑦 − 𝜎𝑟 < 𝑊𝑡 𝑓𝑦
onde:

𝑊𝑐 , 𝑊𝑡 são os módulos resistentes elásticos


associados às fibras mais comprimidas e mais
tracionadas, respectivamente;

𝜎𝑟 é a tensão residual de compressão nas mesas,


definida pelo valor de 30%𝑓𝑦 ;
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 57

5. Barras sujeitas à flexão simples


5.3 Contenção Lateral Contínua e Seção
Semicompacta
• O momento resistente nominal, referente
à FLA, para a situação limite entre as
classes semicompacta e esbelta é dado
pela expressão:
𝑀𝑛 = 𝑊𝑓𝑦
onde:

𝑊 é o menor módulo resistente elástico da


seção transversal;

• Nas seções semicompactas, o momento


resistente nominal pode ser interpolado
linearmente pela expressão:

λ𝑏 − λ𝑝
𝑀𝑛 = 𝑀𝑝 − (𝑀 −𝑀𝑟 )
λ𝑟 − λ𝑝 𝑝
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 58

5. Barras sujeitas à flexão simples


5.3 Contenção Lateral Contínua e Seção
Semicompacta
• Quando a análise estrutural é feita
com base no comportamento elástico,
o momento resistente de cálculo fica
limitado a:

𝑀𝑅𝑑 < 1,50 𝑊 𝑓𝑦 /𝛾𝛼1


PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 59

6. Flambagem lateral por torção


6.1 Considerações iniciais

Configuração deformada após


flambagem lateral por torção

• O comportamento da flambagem lateral de vigas metálicas pode ser entendido


a partir da associação com a flambagem de barras comprimidas axialmente.

• A mesa superior e um trecho da alma estão sujeitos à compressão e,


portanto, podem sofrer flambagem em torno do eixo de menor inércia. Por
outro lado, a região tracionada, composta por um segmento da alma e pela
mesa inferior, tendem a criar um efeito estabilizante.

• O resultado é o desenvolvimento de uma rotação, acompanhada por


deformações longitudinais, causando o empenamento.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 60

6. Flambagem lateral por torção


6.1 Considerações iniciais

Configuração deformada após


flambagem lateral por torção

• O momento fletor que provoca flambagem lateral depende da esbeltez da mesa


comprimida no seu próprio plano.

• A flambagem da mesa no plano da alma é impedida por esta.

• É importante estabelecer condições de contorno adequadas para evitar a


ocorrência da Flambagem Lateral por Torção (FLT).

 Vigas mistas contidas lateralmente pela laje de concreto.


 Apoios laterais com rigidez suficiente para contenção lateral.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 61

6. Flambagem lateral por torção


6.2 Classificação das vigas

Configuração deformada após


flambagem lateral por torção

• As vigas sem contenção lateral contínua podem ser classificadas de 3 (três)


maneiras:

 Vigas curtas: Efeito da FLT pode ser desprezado.

 Vigas intermediárias: Efeito da flambagem lateral inelástica, sendo


muito influenciada pelas tensões residuais e imperfeições geométricas.

 Vigas longas: Atingem a flambagem em regime elástico com o momento


crítico 𝑀𝑐𝑟 .
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 62

6. Flambagem lateral por torção


6.3 Momento Fletor Constante

Configuração deformada após


flambagem lateral por torção

• O caso fundamental de análise de flambagem lateral elástica é dado por uma


viga biapoiada sujeita a um momento fletor constante.

π 𝜋2 onde
𝑀𝑐𝑟 = 𝐸𝐼𝑦 𝐺𝐽 + 2 𝐸𝐼𝑦 𝐸𝐶𝑤 𝐿 é o vão livre da viga metálica;
𝐿 𝐿
𝐼𝑦 é o momento de 2ª ordem em torno do eixo y;
𝐽 é a constante de torção pura de Saint Venant;
𝐶𝑤 é a constante de empenamento;
G é o módulo de elasticidade transversal;
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 63

6. Flambagem lateral por torção


6.4 Momento resistente associado a
perfis I duplamente simétricos

Configuração deformada
após flambagem lateral por
torção
• O momento resistente característico ou nominal depende da distância entre
as contenções laterais 𝑙𝑏 .

• No caso de vigas curtas, o momento nominal é dado por:

onde 𝑖𝑦 é o raio de giração em torno de y.


𝑀𝑛 = 𝑀𝑝 = 𝑍𝑓𝑦
Aço ASTM A36: 50𝑖𝑦
𝑙𝑏 ≤ 𝑙𝑏𝑝 = 1,76𝑖𝑦 𝐸 𝑓𝑦
Aço ASTM A572: 42𝑖𝑦
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 64

6. Flambagem lateral por torção


6.4 Momento resistente associado a
perfis I duplamente simétricos

Configuração deformada
após flambagem lateral por
torção
• No caso de vigas longas, o momento fletor nominal é dado por:

𝜋 2 𝐸𝐼𝑦 𝐶𝑤 𝐽𝑙𝑏 2
𝑀𝑛 = 𝑀𝑐𝑟 = 𝐶𝑏 (1 + 0,039 )
𝑙𝑏 2 𝐼𝑦 𝐶𝑤 onde 𝐶𝑏 é o coeficiente que leva em
consideração o efeito favorável da não
uniformidade dos momentos fletores
no segmento 𝑙𝑏 .
1,38 𝐽𝐼𝑦 27𝐶𝑤 𝛽1 2
𝑙𝑏 > 𝑙𝑏𝑟 = 1+ 1+
𝐽𝛽1 𝐼𝑦
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 65

6. Flambagem lateral por torção


6.4 Momento resistente associado a
perfis I duplamente simétricos

Configuração deformada
após flambagem lateral por
torção

12,5𝑀𝑚á𝑥
𝐶𝑏 = ≤ 3,0
2,5𝑀𝑚á𝑥 + 3,0𝑀𝐴 + 4,0𝑀𝐵 + 3,0𝑀𝐶

onde 𝑀𝑚á𝑥 é o momento fletor máximo (valor absoluto) no segmento 𝑙𝑏 entre


contenções laterais.

𝑀𝐴 , 𝑀𝐵 , 𝑀𝐶 são os momentos fletores (valores absolutos) atuantes nos pontos


localizados às distâncias 𝑙𝑏 /4, 𝑙𝑏 /2 e 3𝑙𝑏 /4.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 66

6. Flambagem lateral por torção


6.4 Momento resistente associado a
perfis I duplamente simétricos

Configuração deformada
após flambagem lateral por
torção

𝑊(𝑓𝑦 −𝜎𝑟 )
𝛽1 =
𝐸𝐽

onde 𝜎𝑟 é a tensão residual, considerada igual a 30% da tensão de


escoamento do aço.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 67

6. Flambagem lateral por torção


6.4 Momento resistente associado a
perfis I duplamente simétricos

Configuração deformada
após flambagem lateral por
torção

• No caso de vigas intermediárias, o momento nominal pode ser obtido através de


uma interpolação linear entre os valores 𝑀𝑝 e 𝑀𝑐𝑟 .

𝑙𝑏 − 𝑙𝑏𝑝
𝑀𝑛 = 𝐶𝑏 𝑀𝑝 − (𝑀𝑝 − 𝑀𝑟 ) < 𝑀𝑝
𝑙𝑏𝑟 − 𝑙𝑏𝑝

• As vigas intermediárias estão situadas no intervalo 𝑙𝑏𝑝 < 𝑙𝑏 < 𝑙𝑏𝑟 .


PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 68

7. Barras sujeitas à flexão composta


7.1 Considerações iniciais

Reação perfeitamente
centrada da treliça
sobre o pilar

Modelo
idealizado

• Não existem carregamentos perfeitamente centrados aplicados sobre os


elementos estruturais.

• O dimensionamento de barras submetidas à compressão axial leva em


conta imperfeições geométricas e pequenas excentricidades.

• O dimensionamento à flexão composta é aplicável a elementos com


excentricidades maiores.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 69

7. Barras sujeitas à flexão composta


7.2 Dimensionamento estrutural
• No dimensionamento estrutural de barras
sujeitas à flexão composta, são utilizadas
as equações de interação.

• Os denominadores relacionados ao
esforço normal e momento fletor são
substituídos por 𝑁𝑅𝑑 e 𝑀𝑅𝑑 .

𝑁𝑆𝑑 𝑁𝑆𝑑 8 𝑀𝑆𝑑,𝑥


≥ 0,2 → + ≤ 1,0
𝑁𝑅𝑑 𝑁𝑅𝑑 9 𝑀𝑅𝑑,𝑥

𝑁𝑆𝑑 𝑁𝑆𝑑 𝑀𝑆𝑑,𝑥


< 0,2 → + ≤ 1,0
𝑁𝑅𝑑 2𝑁𝑅𝑑 𝑀𝑅𝑑,𝑥
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 70

7. Barras sujeitas à flexão composta


7.2 Dimensionamento estrutural
• No caso de barras sujeitas à flexão
composta oblíqua, as curvas de interação
transformam-se em superfícies de
interação.

𝑁𝑆𝑑 𝑁𝑆𝑑 8 𝑀𝑆𝑑,𝑥 𝑀𝑆𝑑,𝑦


≥ 0,2 → + + ≤ 1,0
𝑁𝑅𝑑 𝑁𝑅𝑑 9 𝑀𝑅𝑑,𝑥 𝑀𝑅𝑑,𝑦

𝑁𝑆𝑑 𝑁𝑆𝑑 𝑀𝑆𝑑,𝑥 𝑀𝑆𝑑,𝑦


< 0,2 → + + ≤ 1,0
𝑁𝑅𝑑 2𝑁𝑅𝑑 𝑀𝑅𝑑,𝑥 𝑀𝑅𝑑,𝑦
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 71

8. Não linearidade geométrica


8.1 Considerações iniciais
• Observando os conceitos abordados
anteriormente, nota-se que as análises
realizadas estiveram embasadas na
hipótese de pequenos deslocamentos e
𝑀𝑚á𝑥
rotações.

• Este tipo de análise considera que a


interação entre os esforços solicitantes e
os deslocamentos/rotações não alteram
150 mm

significativamente as forças internas.

• Também conhecida como análise de 1ª


100 mm
ordem ou análise sob linearidade
geométrica.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 72

8. Não linearidade geométrica


8.1 Considerações iniciais
• Análises que contemplam a influência da
interação entre os esforços solicitantes e
deslocamentos/rotações são denominadas
“Análise de 2ª ordem ou sob não
𝑀𝑚á𝑥 linearidade geométrica”.

• Deve-se avaliar sempre a sensibilidade


dos elementos estruturais aos efeitos da
não linearidade geométrica.
150 mm

• Em alguns casos, as normas técnicas


permitem que os efeitos sejam
100 mm desprezados, tendo em vista a pequena
influência no dimensionamento
estrutural.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 73

8. Não linearidade geométrica


8.2 Efeito Pδ - Local
𝑀𝑚á𝑥 = 𝐵1 𝑀1
1
𝐵1 = 𝐶𝑚 ≥ 1,0
1 − 𝑁 𝑁𝑐𝑟
onde:

𝐶𝑚 é um coeficiente que depende da


configuração do diagrama de momento
fletor sob linearidade geométrica e da
relação 𝑁 𝑁𝑐𝑟 .
150 mm

• Segundo a ABNT NBR 8800:2008, em


barras não sujeitas a carregamentos
100 mm transversais, 𝐶𝑚 é dado por:

𝐶𝑚 = 0,60 − 0,40 𝑀𝐴 𝑀𝐵
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 74

8. Não linearidade geométrica


8.2 Efeito Pδ - Local

onde:

𝑀𝐴 e 𝑀𝐵 são os momentos de extremidade,


sendo 𝑀𝐵 ≥ 𝑀𝐴 .

• A relação é positiva quando os momentos


produzem curvatura reversa e positiva
quando provocam curvatura simples.
150 mm

• Na presença de forças transversais, pode-


se adotar, conservadoramente, 𝐶𝑚 = 1,0.
100 mm
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 75

8. Não linearidade geométrica


8.2 Efeito Pδ - Local

• A curva de interação para avaliação da


capacidade resistente dos pilares pode ser
reescrita:

𝑁 𝑁 8 𝐵1 𝑀1
≥ 0,2 → + ≤ 1,0
𝑁𝑦 𝑁𝑦 9 𝑀𝑝

𝑁 𝑁 𝐵1 𝑀1
< 0,2 → + ≤ 1,0
150 mm

𝑁𝑦 2𝑁𝑦 𝑀𝑝

• Na presença de forças transversais, pode-


100 mm se adotar, conservadoramente, 𝐶𝑚 = 1,0.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 76

8. Não linearidade geométrica


8.3 Efeito PΔ - Global

Nsd Nsd • A não linearidade geométrica global


Hsd Hsd também considera as condições de
equilíbrio na configuração deformada.

• Diferentemente da não linearidade


geométrica local, observam-se os
deslocamentos relativos entre os nós de
extremidade.
CONFIG. CONFIG.
INDEFORMADA DEFORMADA
• Também conhecido por efeito 𝑃∆.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 77

8. Não linearidade geométrica


8.3 Efeito PΔ - Global

• Novamente, os efeitos da não linearidade


Nsd Nsd geométrica podem ser vistos como uma
Hsd
amplificação da análise sob linearidade
Hsd
geométrica.

𝑀∆ = 𝐵2 𝑀1 = 𝐻𝐿 + 𝑁∆

• A ABNT NBR 8800:2008 apresenta o


coeficiente 𝐵2 pela seguinte expressão:
CONFIG. CONFIG.
INDEFORMADA DEFORMADA 1
𝐵2 =
1 ∆ 𝑁𝑑
1−𝑅 ℎ
𝑆 ℎ 𝐻𝑑
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 78

8. Não linearidade geométrica


8.3 Efeito PΔ - Global
onde:

𝑁𝑑 e 𝐻𝑑 são, respectivamente, o
Nsd Nsd somatório das forças verticais e horizontais
Hsd Hsd de projeto num dado pavimento.

∆ℎ é o deslocamento interpavimento
resultante da análise sob linearidade
geométrica.

ℎ é a altura do pavimento.
CONFIG. CONFIG.
INDEFORMADA DEFORMADA
𝑅𝑠 = 0,85 para estruturas aporticadas.

𝑅𝑠 = 1,0 para estruturas contraventadas.


PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 79

8. Não Linearidade Geométrica


8.4 Método da Amplificação dos Esforços
R4 R4

R3 R3

= +
R2 R2

R1 R1

Estrutura real Estrutura nt Estrutura lt

• O Método da Amplificação dos Esforços avalia os efeitos da não


linearidade geométrica de maneira aproximada.

• Consideram-se os efeitos da não linearidade geométrica local e global.

• Os esforços solicitantes finais são obtidos a partir da superposição de


dois modelos estruturais: Estrutura nt e Estrutura lt.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 80

8. Não Linearidade Geométrica


8.4 Método da Amplificação dos Esforços
R4 R4

R3 R3

= +
R2 R2

R1 R1

Estrutura real Estrutura nt Estrutura lt

• No modelo referente à Estrutura nt, adicionam-se vínculos fictícios para


impedir o deslocamento lateral do pórtico. Neste sentido, avalia-se o efeito
da não linearidade geométrica local 𝑃𝛿.

• No modelo referente à Estrutura lt, os vínculos fictícios são retirados para


que o pórtico possa deslocar-se lateralmente. Desta forma, são observados
os efeitos da não linearidade geométrica global 𝑃∆.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 81

8. Não Linearidade Geométrica


8.4 Método da Amplificação dos Esforços
R4 R4

R3 R3
= +
R2 R2

R1 R1

• A superposição dos esforços solicitantes pode formulada pelas seguintes


expressões:
𝑀𝑑 = 𝐵1 𝑀𝑛𝑡 + 𝐵2 𝑀𝑙𝑡

𝑁𝑑 = 𝑁𝑛𝑡 + 𝐵2 𝑁𝑙𝑡
nt: no translation.
lt: lateral translation.
• O esforço cortante final é aproximadamente igual ao esforço cortante obtido
em análise sob linearidade geométrica.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 82

9. Dimensionamento da alma das vigas


9.1 Vigas sem enrijecedores transversais

• As vigas I com alma pouco esbelta não


apresentam risco de flambagem por
cisalhamento e o esforço cortante
resistente de cálculo é dado por:

𝑉𝑅𝑑 = 𝐴𝑤 (0,6𝑓𝑦 ) 𝛾𝛼1

• O limite para que a alma seja


considerada pouco esbelta é 2,46 𝐸 𝑓𝑦 .

 Limite aço ASTM A36: 69,6


 Limite aço ASTM A572: 58,8

• Perfis com estas características


dispensam o emprego de enrijecedores.
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 83

9. Dimensionamento da alma das vigas


9.1 Vigas sem enrijecedores transversais

• Em vigas I com valores de esbeltez


superiores ao limite anteriormente citado, a
resistência ao cisalhamento é reduzida por
um coeficiente 𝐶𝑣 .

• É possível dispensar ainda o emprego de


enrijecedores em trechos de vigas cujo
esforço cortante solicitante de cálculo seja
inferior a:

𝑉𝑅𝑑 = 𝐴𝑤 0,6𝑓𝑦 𝐶𝑣 𝛾𝛼1

• Onde o coeficiente 𝐶𝑣 representa uma


transição entre a resistência ao escoamento
por cisalhamento e a flambagem elástica.

7,50𝐸
 Flambagem elástica: 𝐶𝑣 = 2
𝑓𝑦 (ℎ𝑤 𝑡0 )
PROF. ALBERTO LEAL, MSc. ESTRUTURAS DE AÇO 84

9. Dimensionamento da alma das vigas


9.1 Vigas sem enrijecedores transversais
2,46 𝐸 𝑓𝑦
 Flambagem inelástica: 𝐶𝑣 =
(ℎ𝑤 𝑡0 )
 Limite superior para vigas sem enrijecedor: ℎ𝑤 𝑡0 ≤ 0,42 𝐸 𝑓𝑦 = 260
 Flambagem elástica ocorre quando ℎ𝑤 𝑡0 > 3,06 𝐸 𝑓𝑦
 Flambagem inelástica ocorre quando 2,46 𝐸 𝑓𝑦 < ℎ𝑤 𝑡0 ≤ 3,06 𝐸 𝑓𝑦

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