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A ENCALHADA
Granito-PE
2004
PERSONAGENS
1. Sá Zefinha - Ithayane
2. Orelia - vitória
3. Morena - Sarah
4. Edelzuita - Mithiele
5. Neném - Janiele
6. Rosinha - Ana Klécia
7. Joquinha - Lucas
8. Maricota - Leticia
9. Mariquita - Bruna
10. Zé de Mariô - Luan
11. Raimundo Jacó - João Vitor
12. Dasdores - Luana
13. Gonzaguinha - Samuel
14. Samarica parteira - Amanda
15. Mane Vitor - Mário
16. Bastiana - D’vanny
17. Dominguinhos - Pedro
18. Januário - Diego
19. Dona Joana - Alycia
20. Karolina com K - Tamires
21. Padre - Amanda
22. Delegada - Iarla
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Cena I
No interior do Ceará, numa certa tarde do mês de junho, num sitio chamado
Jacú.
(Como de costumes Sá Zefinha e Orelia cuidam dos afazeres domésticos
quando recebem a visita das filhas do Coronel Marcolino, Morena e Neném).
Morena – Ô de casa, nós vamo entrano.
Sá Zefinha – Ô de fora, mais oia só quem tá aqui, as meninas do compadre
Marcolino. (Neném pede a benção a Sá Zefinha) ... mais que milagre foi esse
vocês por aqui?
Neném – Pois é madrinha. Nós viemo aqui convidar a senhora e as menina pro
nosso casamento.
Orelia – Casamento? Você disse casamento? Mais quem é que vai casar?
(As duas irmãs se abraçam e respondem).
Morena e Neném – Nós duas!
Orelia – Vocês? Mas...
Sá Zefinha – (Tomando a frente) ... mais quem é que as duas gracinhas vão
casar?
Morena – Com Humberto Teixeira!
Neném – E eu com Zé Dantas!
Orelia – (Em estado de choque) ... não!! Não acredito!
Morena – Tá sentindo alguma coisa?
Sá Zefinha – (tomando a frente) ... num repare não, ela é assim mermo, mais
oia, fale pro compadre Marcolino que o convite tá aceito, mais agora vamos
tomar um cafezinho que eu acabei de fazer!
Neném – Não, num precisa, nós tamo apressada, ainda temo que dá uma
passada por Icó pra fazer bonito pra uns parentes nosso que tem lá. O café fica
pra outra vez, sua benção madrinha!
(As duas seguem viagem).
(Zé de Mariô e Maricota passam e ouvem tudo).
Orelia – Mais eu não acredito! Morena e neném, as duas bichas feias, dos
dentes podres, do cabelo arrepiado, vão conseguir se casar com aquelas duas
marras de homem, e eu aqui encalhada a caminho do caritó!
Sá Zefinha – Mais a culpa é sua! Qual o rapaz que vai querer namorar um
estrupício como tu que só sabe reclamar da vida?!
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Cena 2
Encontro dos fofoqueiros Maricota, Mariquita e Zé de Mariô.
(Mariquita chega, Maricota e Zé de Mariô correm para contar a novidade a ela).
Maricota – Ô mariquita, você já soube da última?
Mariquita – Não, mais quero saber.
Zé de Mariô – Deixa que eu conto! Ainda a pouco nós íamos passando na rua
do lado da casa de Sá Zefinha e ouvimos o maior bate boca.
Mariquita – É mesmo! Mais o que será que aconteceu?
Maricota – Olha, parece que as filhas do coronel Marcolino, aquelas duas
marmotas, foram lá convidar Orelia e a mãe para o casamento, e Orelia teve
um ataque de nervo.
Mariquita – Mais nem precisa me dizer que eu posso até imaginar a cara de
inveja de Orelia, coitada, doida pra fugir do caritó!
Zé de Mariô – Pois é! Mais o pior foi depois com a chegada de rosinha. A Orelia
furiosa meteu a mão na cara da irmã!
Maricota – Pois ela bem que merece! Onde já se viu? Tomar um noivo da irmã
pra tentar limpar a honra. Aquele lá tem o nome mais sujo do que pau de
galinheiro.
Maricota – Pois é! E agora tá toda manhosa dizendo que tá esperando um
borreguinho do abestado, será que é dele mesmo?
Mariquita – Isso nós só vamo saber quando ele nascer, que a gente olhar pras
fuças dele...é, mais essa confusão toda eu não tinha para contar pra tia Mariô.
Vô escrever agora mesmo pra ela contando tudo o que tá acontecendo por
aqui!
Zé de Mariô – Pois diga a mainha que eu to doido de saudades e doido pra
contar as novidades pra ela também...
(Saem de cena)
Cena 3
Orelia – Sendo assim, eu acho que vou pra Barbalha! Vamos Edelzuita?!
Vamos Dasdores?!
Dasdores – Eu não acredito nessas coisas não!
Orelia – Pois eu já to acreditando. Vamos madrinha, vamos Edelzuita procurar
a minha mãe pra ver se ela deixa eu ir!
(Saem a procura de Sá Zefinha).
Cena 4
Cena 6
NARRADOR
Toda a comunidade está preparada para os festejos, já se encontram no local
da festa Morena e Neném, Sá Zefinha, Orelia, Edelzuita, Samarica parteira,
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Cena 7
Dias depois na casa de Sá Zefinha, Orelia cuida dos afazeres domésticos,
queixando-se da sua sorte com os homens:
Orelia – Ô sorte cotó essa minha! Nem mermo o chá de Santo Antônio
funciono! Comigo não tem simpatia que dê jeito, eu nasci mesmo pra ser
encalhada! Também daqui pra frente vou riscar a palavra homem da minha
vida, os homens não prestam, são todos iguais, por mim podem vim agora até
pintado de oro que eu não quero nem saber! Eu vou é cuidar dos meus serviços!
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Januário – Está bem! Só não sei se vou aguentar esperar tanto tempo! Em fim
até amanhã!
(Januário tenta beijar Orelia que vira o rosto e acena com a mão... Januário se
afasta e a deixa pensativa).
Orelia – Duvido muito que ele ainda se encontre por aqui amanhã, nessa lábia
não caio mais!
(Maricota passa por Januário enquanto ele sai da casa de Orelia).
Cena 8
(Mariquita e Zé de Mariô chegam e conversam com Maricota).
Mariquita – Maricota, recebi carta de tia Mariô, dizendo que não vai poder vir
pra festa do padroeiro!
Maricota – Mais porquê?
Zé de Mariô – Tia xanduzinha teve uma nova recaída e mainha terá que ficar
por lá cuidando dela!
Maricota – Pois tudo indica que ela vai perder um festão, já tem até gente nova
no pedaço! Menina, encontrei um guarda da sucam no caminho, mais ele me
olhou de um jeito, mais eu fiz de conta que não estava vendo, mais ele babou,
babou!
Mariquita – É, posso até imaginar, mais vamo pra casa que está de noitim!
Cena 9
Começa a festa do padroeiro de Cedro
Cena 10
Cena 11
Orelia está em casa realizando tarefas domesticas quando recebe a visita de
Edelzuita e Dasdores.
Edelzuita – Orelia, estamos entrando!
Orelia – Que bom que vieram, estava mesmo precisando falar com vocês!
(Maricota e Zé de Mariô passam e ouvem tudo).
Edelzuita – Falar o que?
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Cena 12
Cena 13