You are on page 1of 14

Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.

br
ISSN 1519 9940

Caracterização fenotípica de ovinos da raça Santa Inês no Estado do Piauí

Phenotypic characterization of Santa Inês sheep in the State of Piauí

BIAGIOTTI, Daniel1*; SARMENTO, José Lindenberg Rocha2; Ó, Alan Oliveira do1;


RÊGO NETO, Aurino de Araújo1; SANTOS, Gleyson Vieira dos3; SANTOS, Natanael
Pereira da Silva1; TORRES, Tatiana, Saraiva1; NERI, Vanessa dos Santos2

1
Universidade Federal do Piauí, Programa de Pós-Graduando em Ciência Animal Teresina, Piauí, Brasil.
2
Universidade Federal do Piauí, Bom Jesus, Piauí, Brasil.
3
Universidade Federal do Piauí, Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Bom Jesus, Piauí, Brasil.
*Endereço para correspondência: danielbiagiotti@hotmail.com

RESUMO medidas de altura de garupa, altura de cernelha


e comprimento corporal.

Objetivou-se, com esse trabalho, estudar a Palavras-chaves: análise multivariada,


caracterização morfométrica de ovinos da raça caracterização, conservação genética,
Santa Inês para auxílio à conservação genética morfometria.
desta raça em diferentes microrregiões do
Estado do Piauí, de modo a contribuir com a
conservação da raça. Para isso, foram coletadas
medidas morfométricas em ovinos oriundos de SUMMARY
diferentes microrregiões do Estado do Piauí. As
características de medidas corporais coletadas
foram a altura de cernelha, a altura de garupa, a The objective of this work was to study the
circunferência torácica, o comprimento corporal morphometric characterization of Santa Inês
e o comprimento de orelha. Foram avaliadas as sheep to aid the conservation genetics of this
médias das medidas por microrregião e através breed in different micro-regions of the State of
da análise de componentes principais, com Piauí. For this, morphometric measurements
auxílio do PROC PRINCOMP do SAS, foi have been collected in sheep from different
possível agrupar as populações com base em micro-regions of the state of Piauí. The body
medidas de similaridade. Os grupos foram measurements, collected were withers height,
formados através da análise de agrupamento hip height, chest circumference, body length
pelo método Ward. A partir das análises foi and ear length. The averages of the measures
encontrada diversidade fenotípica nos ovinos obtained in each micro-region were evaluated and
Santa Inês criados no Estado do Piauí, sendo by the use of the principal component analysis,
formada por um grupo de animais maiores, helped by the SAS PROC PRINCOMP, it was
localizados nas microrregiões de Floriano, possible to group populations based on similarity
Médio Parnaíba Piauiense, Campo Maior e measures. The groups were formed relying on a
Teresina; um grupo de animais de tamanho cluster analysis by Ward method. Considering the
intermediário, porém com comprimento corpora analyzes, phenotypic diversity was found in Santa
e circunferência torácica maiores e orelhas Ines sheep reared in the state of Piaui; being
pequenas, localizado na microrregião de São formed by a group of larger animals, located in
Raimundo Nonato, outro grupo com tamanho the region of Floriano, Médio Parnaíba
intermediário e orelhas grandes e o último grupo Piauiense, Teresina and Campo Maior; another
composto por animais menores, localizados nas group of animals of intermediate size, but with
microrregiões do Litoral Piauiense e Valença. greater body length and girth circumference and
As medidas que mais contribuíram para a small ears, located in the microregion of São
análise de componente principal foram as Raimundo Nonato, another group with
intermediate size and big ears and the last

29
Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

group of smaller animals located in the region et al. (2010) ao fato de as características
of the Litoral Piauiense and Valença. The de importância econômica, utilizadas
measures that contributed mostly for the
principal component analysis were measures of
para avaliar os indivíduos ou genótipos,
hip height, withers height and body length. serem de natureza quantitativa e,
portanto, sujeitas a diferentes bases
Keywords: characterization, conservation genéticas e graus de influência de
genetics, morphometry, multivariate analysis. ambiente, torna-se difícil interpretar o
conjunto de características, por meio de
análises univariadas.
INTRODUÇÃO O estudo da diversidade é proposto pela
análise de características morfométricas
em conjunto através da análise
O desenvolvimento no Brasil de multivariada, cuja vantagem é a
raças deslanadas, como a Santa aplicação em vários tipos de
Inês, apresentou-se como alternativa dados, podendo ser aplicada a
interessante para a melhora da eficiência diversos marcadores de diversidade.
dos sistemas de produção de carne ovina A análise de agrupamento permite
(COSTA et al., 2006). relacionar a estimativa de uma medida
Embora a raça Santa Inês tenha de dissimilaridade entre os indivíduos.
despertado o interesse dos criadores, Assim, objetivou-se estudar a
principalmente, em função do seu porte caracterização morfométrica dos ovinos
e da velocidade de crescimento quando Santa Inês criados em diferentes
comparada a outras raças deslanadas, do microrregiões do Estado do Piauí por
ponto de vista biológico, é um material meio de medidas morfométricas, de
genético novo e, de certa forma, ainda modo a contribuir com o melhoramento
pouco conhecido, necessitando de genético e conservação da raça.
melhoria genética, principalmente, quanto
à qualidade da carcaça, à eficiência
reprodutiva, à habilidade materna e à MATERIAL E MÉTODOS
resistência a endoparasitas.
A origem dos ovinos Santa Inês ainda é
bastante discutida, pois é considerada Os dados foram coletados em rebanhos
uma mistura de raças, entretanto Paiva de ovinos da raça Santa Inês provenientes
et al. (2005) reforçam a ideia de uma de diferentes microrregiões do Estado do
raça naturalizada, proveniente da Bahia, Piauí. As microrregiões visitadas foram
porém maiores discussões se fazem definidas, segundo IBGE como Litoral
necessárias naquilo que se refere à Piauiense, Teresina, Campo Maior,
formação da raça Santa Inês, se Valença do Piauí, Médio Parnaíba
considerarmos a necessidade de se Piauiense, São Raimundo Nonato,
realizar a caracterização da raça, Floriano e Alto Médio Gurguéia. A
utilizando medidas corporais, mensuradas importância da criação de ovinos foi
no animal, que permitam que se encontre fundamental na escolha dessas
o padrão fenotípico dos animais dessa microrregiões, pois nelas são encontrados
raça criados no Estado do Piauí. animais criados para fins de exposição e
As características morfométricas podem também animais para a criação
possibilitar o agrupamento os animais comercial. Com isso, buscou-se
de uma mesma espécie em raças encontrar a maior representatividade da
distintas (OLIVEIRA et al., 2006; raça no Estado. O contato com os
DOSSA et al., 2007). Segundo Barbosa criadores foi realizado via telefone ou

30
Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

pessoalmente na propriedade para que escápula até a ponta do ísqueo; e a


fosse feita a solicitação de autorização circunferência torácica foi medida
da coleta dos dados necessários à passando a fita em torno do tórax do
realização deste trabalho. animal, próxima às axilas. Houve
Foram coletadas informações, no preocupação em coletar as medidas com
período de 2009 a 2011, de medidas os animais em jejum para evitar que o
morfométricas em 977 fêmeas adultas, distendimento do rúmem pudesse
acima de dois anos de idade, de ovinos contribuir para a confusão de medidas.
da raça Santa Inês criadas nos Após a coleta, os dados foram
municípios de Angical, Aroazes, Bom armazenados em planilhas eletrônicas
Jesus, Campo Maior, Cristino Castro, para posterior análise. Utilizando o
Dirceu Arcoverde, Elesbão Veloso, logiciário estatístico Statistical Analysis
Floriano, Palmeira do Piauí, Piracuruca, System (SAS Institute, 2002) foram
Redenção do Gurguéia, Santa Cruz dos realizadas as análises estatísticas
Milagres, São Pedro, São Raimundo descritivas simples (média, desvio
Nonato e Teresina. padrão e coeficiente de variação)
A decisão por coletar informações em através do procedimento MEANS; a
animais adultos foi tomada baseada em análise de variância fora realizada pelo
Bueno et al. (2002) que afirmam não PROC GLM e as médias foram
haver mais variação considerável no comparadas através do teste Student
comprimento corporal quando o animal Newman Keuls (SNK) a 5% de
atinge a maturação esquelética. Sendo significância.
realizada análise de variância foi Para o estudo de diversidade fenotípica
evidenciado que a idade coletada dos foi realizada a análise de componentes
animais não foram significativas para as principais, com o auxílio do PROC
medidas corporais. A idade foi estimada PRINCOMP do SAS, o que permitiu
segundo cronologia dentária dos agrupar as populações com base na
animais. relação entre as características medidas.
As medidas morfométricas tomadas A distribuição espacial dos indivíduos,
foram as alturas de cernelha (AC) e pelos componentes principais, permite
garupa (AG), a circunferência torácica identificar os grupos genéticos mais
(CIRC), o comprimento de orelhas (CO) similares, importantes, por exemplo, na
e o comprimento do animal (CC), todas formação dos grupos das microrregiões
em centímetros. A mensuração das e ainda, uma primeira visualização do
medidas morfométricas corporais foram grau de uniformidade entre indivíduos
realizadas com o auxílio de uma fita dentro de cada população.
métrica, com o animal mantido em O método de análise de componentes
posição correta de aprumo. A altura de principais, utilizando a matriz de
cernelha correspondeu à medida entre o correlação, consiste em transformar um
ponto mais alto da cernelha até a conjunto de variáveis simples em
extremidade distal do membro anterior; um novo conjunto de variáveis
a altura da garupa compreendeu a transformadas, sendo que cada
medida entre o ponto mais alto da componente principal é uma combinação
garupa do animal até a extremidade do linear das medidas corporais originais,
membro posterior; o comprimento de independentes entre si e estimados com
orelha foi tomado da base até a objetivos de reter o máximo de
extremidade da orelha; o comprimento informação em termos de variação total
do animal foi mensurado da ponta da contida nos dados originais.

31
Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

p A dissimilaridade deu-se na relação


CP = ai1 X 1 + ai 2 X 2 + ... + ain X n = ∑ aij z j entre pares de populações, de forma
j =1
que, uma alta dissimilaridade entre
com i e j = 1, 2, .., n populações indique que as populações
Após encontrar os componentes em questão sejam distantes, tendo
principais, pode-se afirmar que o como base as medidas morfométricas
primeiro componente CP1 é o que amostradas (RENCHER, 2002).
explica a maior variância existente na Calculada a dissimilaridade, foi utilizado
população, o segundo componente o método de agrupamento Ward para o
explica a segunda maior variância cálculo do menor aumento da variância
existente e, assim, sucessivamente, até intra-grupo para gerar os agrupamentos
completar o conjunto n de componentes e, consequentemente, os dendrogramas.
principais. O método de Ward não calcula
Assim, a ideia principal por trás desse distâncias entre grupos. Mas, para a
procedimento é de que poucos, dentre formação dos grupos foi feita a
os primeiros componentes principais, maximização da homogeneidade dentre
expliquem a maior variabilidade dos eles, ou a minimização do total das
dados originais para que racionalmente somas de quadrados dentro de cada
possa-se descartar os demais grupo, também conhecida como soma
componentes, reduzindo o número de de quadrados de erros. Em cada passo
variáveis a serem analisadas. do procedimento, foram formados
Foi necessária a padronização das grupos de tal modo que a solução
variáveis, pois a estrutura de dependência resultante tenha tido a menor soma de
de Xj foi dada pela matriz de correlação quadrados dentro de grupos. Para a
R, sendo padronizada para media igual escolha adequada do método de
a zero e desvio-padrão igual a um. agrupamento, calculou-se o valor do
Dessa forma, a diferença das escalas de coeficiente de correlação cofenética
medidas das variáveis foi retirada pelo (CCC) proposto por Sokal & Rohlf
uso de variáveis reduzidas (variáveis (1962). Sendo que quanto maior o valor
padronizadas). obtido para CCC, menor será a
Os autovalores da matriz de correlação distorção provocada pelo agrupamento.
corresponderam às variâncias de Segundo Rohlf (1970), na prática,
cada componente, e os autovetores dendrogramas com CCC menor que 0,7
normalizados corresponderam aos indicam a inadequação do método de
coeficientes de ponderação das agrupamento para resumir a informação
características padronizadas. Para do conjunto de dados.
descarte de variáveis, na análise de
componentes principais a partir da matriz
de correlação estabeleceu-se que o RESULTADOS E DISCUSSÃO
número de variáveis descartadas deve
ser igual ao de componentes cuja
variância (autovalor) é inferior a 0,7. Os valores de médias e desvios padrão
A importância relativa de um (Tabela 1) foram obtidos utilizando as
componente principal foi avaliada pela medidas das fêmeas de ovinos Santa
percentagem de variância total que ele Inês, sendo que as médias das medidas
explica, ou seja, a percentagem de seu estão de acordo com a Arco
autovalor em relação ao total dos (Associação Brasileira de Criadores de
autovalores de todos os componentes. Ovinos), naquilo que se refere à raça
Santa Inês, os valores de desvio padrão

32
Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

são de baixa magnitude, o que resultou, foram mais altos nas medidas de
também, em baixos coeficientes de comprimento de orelha e circunferência
variação. Os coeficientes de variação torácica.

Tabela 1. Médias, desvios padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) das


características biométricas dos ovinos da raça Santa Inês no Estado do Piauí

Fêmeas (N=977)
Medidas Média (cm) CV (%)
DP (cm)
Altura de Garupa 71,37 4,91 6,87
Altura de Cernelha 71,35 5,25 7,36
Comprimento Corporal 70,27 6,56 9,34
Comprimento de Orelha 15,81 1,99 12,58
Circunferência torácica 86,39 9,55 11,06

Os resultados das médias obtidas trabalho, sendo que as medidas de


corroboram os observados por Carneiro altura de cernelha e altura de garupa
et al. (2010) que encontraram médias juntamente com comprimento corporal
próximas às obtidas neste estudo para as são bastante próximas indicando
mesmas medidas em ovinos Santa Inês harmonia no tamanho e conformação do
no Brasil. Em estudo da caracterização animal.
de ovinos Santa Inês em Teresina e Conforme a divisão das microrregiões
Campo Maior, Costa Júnior et al. (2006) do Estado do Piauí, foram estimadas as
também encontraram resultados médias e os desvios padrão para as
próximos às médias encontradas neste características (Tabela 2).

Tabela 2. Médias e número de observações (N) para as características biométricas de


ovinos da raça Santa Inês encontrados nas diferentes microrregiões do Estado
do Piauí

Altura Altura Comprimento Comprimento Circunferência


Microrregiões N Cernelha Garupa Corporal Orelha Torácica
Média Média Média Média Média
Alto Médio
340 71,76ab 71,43b 69,28b 15,88a 84,90cd
Gurguéia
Teresina 108 73,82 a 74,11a 74,24a 16,59a 94,05a
a a a a
Floriano 44 73,15 73,75 72,28 16,07 89,31b
Médio Parnaíba
36 73,89a 73,10ab 73,62a 16,57a 88,00bc
Piauiense
Campo Maior 178 71,82ab 72,90ab 72,06a 16,61a 86,97bc
São Raimundo
85 70,47bc 66,65d 68,08b 13,62c 89,01b
Nonato
Valença 152 68,13d 69,37c 68,41b 15,00b 82,30de
Litoral
34 69,08cd 69,38c 65,79c 16,38a 80,38e
Piauiense
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente (P>0,05) pelo teste Student-
Newman-Keuls

33
Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

Os animais criados nas microrregiões de exposições, concordando com Costa


São Raimundo Nonato, Valença e no Júnior et al. (2006) que afirma que
Litoral Piauiense apresentaram porte animais criados em grandes centros
menor que os animais criados nas possuem maior tamanho corporal.
demais microrregiões, sugerindo que As microrregiões que obtiveram
nas microrregiões de São Raimundo resultados menores de tamanho e
Nonato e Valença, por possuírem clima comprimento são caracterizadas pelo
de semiárido e escassez de alimentos, os isolamento geográfico, locais em que a
animais possuem menor tamanho, o que seleção natural é mais evidenciada e
é vantajoso, pois animais menores também a interferência do homem na
possuem baixa taxa de mantença seleção é menos evidente,
necessária para sobreviver em diferentemente das microrregiões que
condições adversas e os animais da obtiveram maiores valores de tamanho,
microrregião do Litoral Piauiense nas quais os criadores dispõem de
podem ser menores devido ao processo maior tecnologia e interferem mais no
de seleção ao qual estão submetidos, manejo.
adotados pelos criadores desta Através da análise de componente
localidade. Já os animais das principal (Figura 1), na qual os dois
microrregiões de Teresina, Floriano e primeiros componentes explicam mais
Médio Parnaíba Piauiense obtiveram de 95% da variação total existente,
maiores tamanhos, provavelmente por foram calculados os escores relativos do
ser uma região mais avançada primeiro componente em relação à j-
economicamente e os produtores ésima microrregião.
possuírem animais adquiridos em

SRN:São Raimundo Nonato; VAL: Valença do Piauí; LIT: Litoral Piauiense;


AMG: Alto Medio Gurguéia; CAM:Campo Maior; FLO:Floriano; MPP:
Médio Parnaíba Piauiense; THE:Teresina
Figura 1. Gráfico contendo as coordenadas dos dois principais
componentes em relação às microrregiões do Estado do Piauí

Com a utilização do plano cartesiano, menores médias de tamanho dos


no qual em seus eixos estão os valores animais estão geograficamente mais
dos dois primeiros componentes próximas, como São Raimundo Nonato
principais, pode-se perceber que as e Valença, esses grupos são compostos
microrregiões que apresentaram por animais de menor altura e

34
Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

comprimento corporal, porém os de bootstap de cada ramificação do


animais da raça Santa Inês criados na dendrograma, tendo sido representados
microrregião de São Raimundo Nonato somente os valores acima de 50% de
possuem a característica de consistência. Com valores acima de
circunferência torácica maior, quando 50%, é possível dizer que o
comparados a estas duas microrregiões. agrupamento possui consistência em sua
De acordo com Silva et al. (2007), formação. Em relação à avaliação do
quanto maior a circunferência torácica grau de ajuste entre as matrizes de
do animal, maior será a sua habilidade dissimilaridade e as matrizes resultantes
de ganho de peso. Animais com maior dos agrupamentos, para a formação dos
circunferência torácica possuem maior dendrogramas, foi estimado o
capacidade respiratória e de ingestão de coeficiente de correlação cofenética
matéria seca. (CCC), cujo valor obtido utilizando-se o
Como a utilização dos componentes método de agrupamento Ward foi de
principais, tais como a ferramenta de 0,77. A partir desse coeficiente, pode-se
agrupamento, é baseada apenas na dizer que a distância euclidiana média
visualização gráfica, ou seja, sem padronizada foi adequada para resumir
embasamento estatístico, foi feita a a informação do conjunto de dados,
análise de agrupamento segundo o visto que se tem recomendado valores
método de Ward (Figura 2). Os valores de CCC acima de 0,70 (ROHLF, 1970).

SRN:São Raimundo Nonato; VAL: Valença do Piauí; LIT: Litoral Piauiense; AMG:
Alto Medio Gurguéia; CAM:Campo Maior; FLO:Floriano; MPP: Médio Parnaíba
Piauiense; THE:Teresina
Figura 2. Dendrograma do agrupamento das microrregiões do Estado do Piauí pelo
método Ward com os valores e bootstrap acima de 50% indicados em cada nó

A partir da análise de agrupamento estão próximas geograficamente e, em


percebe-se a formação de dois grupos comum, possuem o fato de estarem
formados entre as microrregiões, sendo próximas a grandes centros responsáveis
o primeiro grupo representado pelas por difusão de tecnologia e interferência
microrregiões de Valença, Litoral do homem. Com exceção da
Piauiense, Alto Médio Gurguéia e São microrregião de Floriano, as demais
Raimundo Nonato e o segundo microrregiões pertencentes ao segundo
composto pelas microrregiões de grupo estão localizadas no Norte do
Floriano, Médio Parnaíba Piauiense, Estado. Enquanto o primeiro grupo
Campo Maior e Teresina, as possui os animais pertencentes às
microrregiões do segundo grupamento

35
Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

microrregiões do Sul do estado, com animais pertencentes ao grupo dois são


exceção do Litoral Piauiense. compostos por animais maiores, mais
O grupo 1 é composto por animais de compridos e com costelas bem
menor porte, característica de animais arqueadas, característico de animais
naturalizados, com o comprimento de especializados na produção de carne
orelha menor que o segundo grupo. Os (Tabela 3).

Tabela 3. Médias para as características biométricas de ovinos da raça Santa Inês


encontrados nos diferentes grupos segundo critério de microrregiões do
Estado do Piauí

Altura Altura Comp. Comp. Circunf.


Grupo Microrregião Garupa Cernelha Corporal Orelha Torácica
Média Média Média Média Média
LIT, VAL,
1 70,53b 70,14b 68,71b 15,38b 84,57b
AMG e SRN
CAM, FLO,
2 72,78a 73,38a 72,89a 16,54a 89,44a
MMP e THE
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente (P>0,05) pelo teste Student-
Newman-Keuls SRN = São Raimundo Nonato; VAL = Valença do Piauí; LIT = Litoral Piauiense;
AMG = Alto Medio Gurguéia; CAM = Campo Maior; FLO = Floriano; MPP = Médio Parnaíba
Piauiense; THE = Teresina

O município que possui maiores médias Campo Maior, Cristino Castro, Floriano
para as características corporais e Redenção do Gurguéia apresentam
avaliadas é Angical, o que pode ser médias estatisticamente iguais para a
explicado devido ao fato dos criadores maioria das medidas morfométricas,
visitados terem adquirido animais em indicando a formação de um grupo de
leilões. Nesses locais, há uma animais semelhantes, já os animais do
valorização maior, por parte dos município de São Raimundo Nonato
organizadores, pelo tamanho do animal. possuem uma particularidade, apesar de
A localização geográfica desse os animais serem menores, eles
município é próxima à capital Teresina, possuem grande circunferência torácica,
onde são realizados esses eventos. o que pode estar relacionado à
Existem também animais com tamanho necessidade de ingestão de matéria seca
intermediário e animais com menor ou ao fato de terem maior aptidão para
tamanho, sugerindo a diversidade corte.
presente na raça Santa Inês. Em posse das medidas biométricas,
Os animais com menores tamanho encontrou-se diversidade fenotípica
pertencem às cidades de Dirceu dentro da raça Santa Inês (Tabela 4) e,
Arcoverde e Santa Cruz dos Milagres, posteriormente, deve-se averiguar as
cidades pertencentes à microrregião de causas dessa diversidade sendo que a
São Raimundo Nonato e Valença, própria formação da raça, do isolamento
reforçando a hipótese de isolamento geográfico e atuação da seleção natural
geográfico e menor interferência do ou através de cruzamento com raças
homem no manejo de cruzamentos. Os especializadas estão entre as possíveis
animais dos municípios de Bom Jesus, explicações.

36
Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

Tabela 4. Numero de animais (N), médias e desvios padrão (DP) das medidas corporais de ovinos da raça santa Inês nos municípios do
Estado do Piauí

Altura Comprimento Comprimento Circunferência


Altura Garupa
Municípios Cernelha Corporal Orelha Torácica
N Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP
Angical 18 77,65a 5,95 77,29 a
3,85 75,12 a
6,76 17,71 a
1,53 95,00 a
6,04
Aroazes 66 70,42cd 3,44 71,43cde
3,70 69,22 cd
3,34 15,30d
2,10 81,14 ef
4,68
Bom Jesus 194 71,87bc 4,16 70,95 de
4,63 68,53 cd
5,73 15,85bcd
1,69 85,27 cde
9,09
Campo Maior 178 71,82bc 4,25 72,90 bc
4,04 72,06abc 6,77 16,61b
1,36 86,97 cd
9,45
Cristino Castro 80 73,17bc 3,25 73,73 bc
2,88 71,51 abc
4,22 16,66b
1,70 85,76 cde
5,50
Dirceu Arcoverde 30 65,34f 5,04 59,69g
2,76 62,98 e
4,07 12,24 f
1,37 89,69bcd
9,97
Elesbão Veloso 38 68,71de 2,66 70,45 de
2,50 69,24 cd
3,40 15,37d
1,75 90,71 abc
4,42
Floriano 44 73,16bc 4,04 73,75 bc
4,37 72,28 abc
5,96 16,07bcd
1,54 89,31bcd
7,45
Palmeira do Piauí 30 67,82e 6,86 68,58 e
6,91 62,31 e
7,89 12,79 f
1,56 80,83 ef
10,91
Piracuruca 34 69,09de 5,78 69,38 e
5,06 65,74 d
6,01 16,38 bc
2,45 80,38 ef
8,69
Redenção do Gurguéia 36 71,29bcd 4,63 71,23cde
4,78 73,82 ab
3,75 16,86b
1,37 84,29 de
6,66
Santa Cruz dos
48 64,53f 3,94 65,71f 3,61 66,66d 4,90 14,29e 1,57 77,24f 5,01
Milagres
São Pedro 18 70,52cd 4,54 69,34e 4,48 72,28abc 6,53 15,55cd 1,20 81,74ef 9,07
São Raimundo Nonato 55 73,13bc 3,75 70,25de 5,40 70,72bc 8,67 14,34e 1,83 88,65cd 10,35
Teresina 108 73,82b 4,20 74,11b 4,97 74,24ab 6,01 16,59b 1,56 94,05ab 10,96
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem (P>0,05) pelo teste Student-Newman-Keuls

37
Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

Devido à dificuldade de analisar e de maior importância para o estudo de


interpretar todas as características diversidade, quando o autovalor explica
biométricas isoladamente optou-se pela uma fração considerável da variação
análise multivariada. Inicialmente, disponível, normalmente limitada em
executou-se a análise de componentes valor mínimo de 80%. Dos cinco
principais, a obtenção da média de cada componentes principais, três (60%)
município e análise da variabilidade apresentam variância inferior a 0,7
explicada pelos componentes estimados. (autovalor inferior a 0,7) e estariam
Os dois primeiros componentes principais aptos a serem descartados.
explicaram 90,95% da variação total, Os resultados encontrados na análise
demonstrando que a técnica de de componentes principais estão de
componente principal foi efetiva para acordo com Carneiro et al. (2010), já
reduzir a dimensionalidade dos dados, que o primeiro componente principal
possibilitando a análise em um plano foi altamente influenciado pelas
cartesiano, ou seja, bidimensional, características de altura e comprimento,
simultaneamente, sem a perda de mostrando que as medidas do tamanho
informação. do animal devem ser consideradas em
Apesar de a análise ter gerado cinco estudos de diversidade e caracterização
componentes principais, os dois dos animais.
primeiros componentes explicam mais Ao estudar os componentes principais
de 90% da variabilidade, sendo que o pode-se plotar os escores relativos
primeiro componente explica 75% referentes aos dois primeiros
da variação total e o segundo componentes em um gráfico, o que
aproximadamente 15%, tornando, assim, permite a visualização gráfica dos
os demais componentes passíveis de escores relativos a cada município de
descarte. Segundo Campana (2010), as criação para os dois primeiros
variáveis de maiores pesos nos componentes (Figura 3).
primeiros autovetores são consideradas

DAR:Dirceu Arcoverde; PAL: Palmeira do Piauí; SCM:Santa Cruz dos


Milagres; PIR:Piaracuruca; ARO:Aroazes; SRN:São Raimundo Nonato;
ELV:Elesbão Veloso; BJE:Bom Jesus; SPE:São Pedro do Piauí;
RED:Redenção do Gurguéia; CAP:Campo Maior; FLO:Floriano;
CRC:Cristino Castro; THE:Teresina; ANG:Angical

Figura 3. Dispersão dos municípios criadores de Santa Inês em


função dos dois primeiros componentes principais a
partir de características biométricas

38
Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

Percebe-se que as distribuições dos visualização gráfica, que pode acometer


municípios no gráfico estão de maneira distorções de distâncias entre os grupos.
que pode-se agrupá-los em municípios Assim optou-se pela análise de
com maiores similaridade (mais agrupamento.
próximos quanto à visualização A diversidade verificada com a análise
gráfica), como o caso dos municípios de de componente principal foi
Palmeira do Piauí e Santa Cruz dos comprovada pela análise de
Milagres, o que sugere a formação de agrupamento pelo método Ward, na
um grupo; além dos animais criados em qual são agrupados os indivíduos
Aroazes, Bom Jesus, Elesbão Veloso, criados em municípios mais similares
Piracuruca, São Pedro e São Raimundo entre si (Figura 4). O método de Ward é
Nonato comporem um segundo baseado na noção de que os grupos de
agrupamento; os criados nos municípios observações multivariadas devem ser
de Campo Maior, Cristino Castro, agrupadas, aproximadamente, numa
Floriano e Redenção do Gurguéia, um elipse. É um método hierárquico
terceiro grupo; os animais pertencentes precursor de métodos de agrupamentos
aos municípios de Teresina e Angical, não hierárquicos que aperfeiçoam algum
um quarto grupo, e, um quinto e último critério para dividir os dados em certo
grupo composto somente pelos animais número de grupos elípticos. Neste
criados no município de Dirceu método, consideram-se, para a formação
Arcoverde. inicial do grupo, aqueles indivíduos que
A utilização dos componentes principais proporcionam a menor soma de
para a formação dos grupos de animais quadrado dos desvios.
é feita de forma empírica a partir da

DAR:Dirceu Arcoverde; PAL: Palmeira do Piauí; SCM:Santa Cruz dos Milagres; PIR:Piaracuruca;
ARO:Aroazes; SRN:São Raimundo Nonato; ELV:Elesbão Veloso; BJE:Bom Jesus; SPE:São Pedro
do Piauí; RED:Redenção do Gurguéia; CAP:Campo Maior; FLO:Floriano; CRC:Cristino Castro;
THE:Teresina; ANG:Angical

Figura 4. Dendrograma do agrupamento dos animais pertencentes aos municípios


do Estado do Piauí pelo método Ward em função das medidas corporais
com os valores e bootstrap acima de 50% indicados em cada nó

39
Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

Os valores de bootstrap acima de 50% matrizes resultantes dos agrupamentos,


demonstram confiança na formação dos para a formação dos dendrogramas, foi
nódulos do dendograma apresentado, estimado o coeficiente de correlação
visto que os dados são variáveis cofenética (CCC) igual a 0,71. Quanto
contínuas e há variabilidade entre os maior o valor do coeficiente, menor é a
indivíduos. distorção provocada para agrupar as
Através dos dendrogramas, que populações. A partir desses coeficientes,
representam a similaridade genética das conclui-se que a distância euclidiana
populações pelo método de Ward, média padronizada foi adequada para
houve formação de dois grupos com resumir a informação do conjunto de
animais similares dentro de cada grupo dados, conforme sugerido por Rohlf
e diferentes entre os grupos. O grupo (1970).
um foi formado pelos indivíduos Comparando as médias de cada grupo
pertencentes aos municípios de Angical, (Tabela 5), pode-se verificar, em relação
Aroazes, Bom Jesus, Campo Maior, às medidas corporais, que os animais
Cristino Castro, Elesbão Veloso, pertencentes ao grupo 1 possuem maior
Floriano, Piracuruca, Redenção do tamanho corporal, talvez favorecido
Gurguéia, São Pedro, São Raimundo pela localização próxima aos grande
Nonato e Teresina, com bootstrap centros em que a tecnologia é bastante
superior a 98%; o segundo grupo, difundida e a intervenção do homem
formado por indivíduos dos municípios nos manejos reprodutivo e alimentar é
de Dirceu Arcoverde, Palmeira do Piauí visível, além da possível utilização de
e Santa Cruz dos Milagres, apresentou reprodutores de raças importadas em
bootstrap superior a 60%. esquemas de cruzamentos, o que é mais
Quanto à avaliação do grau de ajuste evidente, dadas as rápidas mudanças
entre as matrizes de dissimilaridade e as que vêm acontecendo nos últimos anos.

Tabela 5. Médias para as características biométricas de ovinos da raça Santa Inês


encontrados nos diferentes grupos segundo análise de agrupamento pelo
método Ward

Altura Altura Comprimento Comprimento Circunferênci


Grupos Municípios cernelha garupa corporal orelha a torácica
Média Média Média Média Média
1 Angical, Aroazes,
Bom Jesus, Campo
Maior, Cristino
Castro, Elesbão
Veloso, Floriano,
Piracuruca, 72,14a 72,07a 70,98a 16,12a 86,98a
Redenção do
Gurguéia, São
Pedro, São
Raimundo Nonato
e Teresina

2 Dirceu Arcoverde,
Palmeira do Piauí 64,85b 65,66b 64,46b 13,32b 81,63b
e Santa Cruz dos
Milagres
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem (P>0,05) pelo teste Student-Newman-Keuls

40
Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

Enquanto que no segundo grupo, os Produção Animal [online], v.11, n.4,


animais apresentam menores medidas p.1150-1162, 2010.
em relação aos animais do primeiro, ou
seja, são animais de menor porte, que BUENO, M.S.; CUNHA, E.A;
estão sendo criados em municípios com SANTOS, L.E. Características de
maior isolamento geográfico e em carcaça de ovinos Santa Inês abatidos
condições climáticas mais adversas, com diferentes idades. Archivos de
com baixa intervenção do homem na Zootecnia, v.50, p.33-38, 2002.
seleção e, possivelmente, sem a
utilização de animais especializados na CARNEIRO, H.; LOUVANDINI, H.;
produção de carne. Esses grupos PAIVA, S.R.; MACEDO, F.;
formados tendem a apresentar animais MERNIES, B.; McMANUS, C.
semelhantes dentro de grupos e Morphological characterization of sheep
dessemelhantes entre grupos. breeds in Brazil, Uruguay and
Existem diferentes tipos de ovinos Colombia. Small Ruminant Research,
Santa Inês criados no Estado do Piauí. v.94, p.58-65, 2010.
As populações das oito microrregiões
analisadas apresentam características COSTA JÚNIOR, G.S.; CAMPELO,
diferenciadas entre si. Constatou-se a J.E.G.; AZEVÊDO, D.M.M.R.;
formação de dois grupos distintos de MARTINS FILHO, R.;
animais, com tendência dos grupos CAVALCANTE, R.R.; LOPES, J.B.;
apresentarem animais de maior porte e OLIVEIRA, M.E. Caracterização
de menor porte; morfométrica de ovinos da raça Santa
As diferentes metodologias multivariadas Inês criados nas microrregiões de
entre as populações ovinas tanto para as Teresina e Campo Maior, Piauí. Revista
microrregiões e municípios foram Brasileira de Zootecnia, v.35, n.6,
concordantes quanto à existência de p.2260-2267, 2006.
diversidade dentro da raça Santa Inês e
CAMPANA, A.C.M.; RIBEIRO
auxiliou no processo de caracterização da
JÚNIOR, J.I.; NASCIMENTO, M. Uma
raça.
proposta de transformação de dados
para análise de componentes principais.
Revista Brasileira de Biometria, v.28,
REFERÊNCIAS
n.2, p.103-115, 2010.

DOSSA, L.H.; WOLLNY, C.; GAULY,


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE M. Spatial variation in goat population
CRIADORES DE OVINOS – ARCO. from Benin as reveled by multivariate
<http://www.arcoovinos.com.br/ analysis of morphological traits. Small
racas_links.html>. Acesso em: 20 Ruminant Research, v.73, p.150-159,
novembro de 2011. 2007.
BARBOSA, L.T.; REGAZZI, A.J.; OLIVEIRA, J.C.V. de; ROCHA, L.L.
BACKES, A.A.; FAGUNDES, J.L.; da; RIBEIRO, M.N.; GOMES FILHO,
VIERA, J.S.; MORAIS, J.A.S. M.A. Caracterização e perfil genético
Associação entre qualidade da carne e visível de caprinos Nativos no Estado
características quantitativas de suínos de Pernambuco. Archivos de
por meio de correlação canônica. Zootecnia, v.55, n.209, p.63-73, 2006.
Revista Brasileira de Saúde e

41
Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.14, n.1, p.29-42 jan./mar., 2013 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

PAIVA, S.R.; SILVÉRIO, V.C.; SILVA, N.V.; FRAGA, A.B.; ARAÚJO


EGITO, A.A.; MCMANUS, C.; FILHO, J.T.; CAVALCANTI NETO,
FARIA, D.A.; MARIANTE, A.S.; C.C.; SILVA, F.L.; COSTA, P.P.S.;
CASTRO, S.R.; ALBUQUERQUE, LIRA JÚNIOR, W.B. Caracterização
M.S.M.; DERGAM, J.A. Genetic morfométrica de ovinos deslanados
variability of the Brazilian hair sheep Cabugi e Morada Nova. Revista de
breeds. Revista Agropecuária Ciência e Produção Animal, v.9, n.1,
Brasileira, v.40, n.9, p.887-893, 2005. p.65-75, 2007.

RENCHER, A.C. Methods of SOKAL, R.A.; ROHLF, F.J. The


multivariate analysis. 2thed. New comparison of dendograms by objective
York: Wiley-interscience, 2002. 708p. methods. Taxonomy, v.11, p.33-40,
1962.
ROHLF, F.J. Adaptative hierarquical
clustering schemes. Systematic Data de recebimento: 18/04/2012
Zoology, v.19, n.1, p.58-82, 1970. Data de aprovação: 13/12/2012

SAS Institute. User´s guide: statistics-


version, Cary, 2002.

42

You might also like