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Desenvolvimento de aplicativo em ambiente

BIM, segundo princípios da Coordenação


Modular
Development of an application in BIM systems, according
to Modular Coordination principles

Neliza Maria e Silva Romcy


Daniel Cardoso
Alexandre Araújo Bertini
André Paes
Resumo
onsiderando que a Coordenação Modular e o Building Information

C Modeling (BIM) surgem como estratégias para melhorar a indústria


AEC, o presente estudo tem como objetivo investigar a associação de
ambos, através do desenvolvimento de uma aplicação para fins
demonstrativos, além do registro da sua metodologia. O artigo apresenta o
processo de customização do aplicativo BIM, sendo o estudo dividido em três
etapas: Concepção, Desenvolvimento e Validação. Os resultados incluem a criação
da versão inicial de um plug-in, com a função de gerar automaticamente as
paginações de blocos cerâmicos para a alvenaria racionalizada; a proposição de
uma metodologia para o reconhecimento de regras de construção para objetos
modulados, no caso, sistemas construtivos; e a verificação que BIM e
Coordenação Modular utilizados em conjunto podem ampliar os benefícios
obtidos por cada uma separadamente.
Palavras-chave: BIM. Modelagem da Informação da Construção. Coordenação
Neliza Maria e Silva Romcy
Universidade Federal do Ceará
Modular. Customização de aplicativo. Alvenaria racionalizada.
Fortaleza – CE – Brasil
Abstract
Considering that Modular Coordination and Building Information Modelling
Daniel Cardoso
Universidade Federal do Ceará
(BIM) have emerged as potential strategies to improve the AEC industry, this
Fortaleza – CE – Brasil study aims to investigate the association between BIM and Modular Coordination
by developing an application for demonstration purposes, besides recording its
methodology. This paper presents the process of customizing a BIM application,
Alexandre Araújo Bertini
Universidade Federal do Ceará being the investigation divided into three stages: understanding, development and
Fortaleza - CE - Brasil validation. The results include the development of an early version of a plug-in
that has the purpose of automatically generating layouts of ceramic blocks for
André Paes
rationalised masonry; the proposition of a methodology for the recognition of
Universidade Federal do Ceará rules of construction of modular objects, in this case, building systems; and the
Fortaleza – CE - Brasil verification that BIM and Modular Coordination used together may enhance the
benefits obtained by each one individually.
Recebido em 30/09/13 Keywords: BIM. Building Information Modeling. Modular Coordination. Application
Aceito em 06/03/14 customisation. Rationalised masonry.

ROMCY, N. M. e S.; CARDOSO, D.; BERTINI, A. A.; PAES, A. Desenvolvimento de aplicativo em ambiente BIM segundo 23
princípios da Coordenação Modular. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 23-39, abr./jun. 2014.
ISSN 1678-8621 Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído.
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 23-39, abr./jun. 2014.

Introdução
O fluxo e a integração de informações envolvidas a validação da metodologia proposta, ainda foi
ao longo de toda a cadeia produtiva do realizada sua aplicação em um segundo sistema
empreendimento, a começar pela fase de projeto, construtivo, o light steel framing.
têm sido um entrave para a aplicação de melhorias
no setor da construção civil. Referencial teórico
Nesse contexto, encontram-se como estratégias
para redução do problema o resgate dos conceitos Coordenação Modular
da Coordenação Modular, “antiga inovação” A Coordenação Modular é definida por Mascaró
conhecida pelo cenário brasileiro, e a (1976) como um “[...] mecanismo de simplificação
implementação do Building Information Modeling e inter-relação de grandezas e de objetos diferentes
(BIM), processo tecnológico digital de construção de procedência distinta, que devem ser unidos
civil, em fase de amadurecimento e apropriação entre si na etapa de construção ou montagem, com
por parte das empresas nacionais. mínimas modificações ou ajustes [...]”.
A Coordenação Modular consiste em uma A discussão sobre o tema foi retomada no Brasil
estratégia de compatibilização dimensional, recentemente, quando a Associação Brasileira de
através de um sistema de referência modular, que Normas Técnicas (ABNT) propôs uma revisão de
norteia o desenvolvimento do projeto da edificação seu conjunto de normas e aprovou a NBR 15873
e seus componentes construtivos. No Brasil, a (ASSOCIAÇÃO..., 2010a) (Coordenação Modular
NBR 15873 (ASSOCIAÇÃO..., 2010a) definiu para edificações), visando à difusão e adoção plena
100 mm como medida modular de referência. da medida. Segundo Guia da Construção (2009),
O BIM, ou Modelagem da Informação da tal iniciativa se deu como fruto do
Construção (ASSOCIAÇÃO..., 2010b), consiste amadurecimento do setor nos últimos anos,
no uso de um modelo digital para armazenamento somado aos argumentos favoráveis para o sucesso
e compartilhamento dos dados referentes ao da normativa.
projeto, possível de ser acessado e modificado por A indústria da construção está transformando sua
toda a equipe integrante do processo. Os dados forma de trabalhar, antes no canteiro de obras com
estão inclusos como parâmetros associados aos uso de materiais construtivos básicos, para um
elementos de projeto, inseridos ao modelo como processo de montagem em que as partes da
objetos paramétricos. edificação são feitas em fábrica, mais completas e
Considerando que a Coordenação Modular inclui complexas. Se a indústria da construção pudesse
princípios que permitem a compatibilização de concordar quanto às condições de conectividade
medidas (sistema decimétrico) e que, no BIM, os entre tais partes da edificação, teria mais liberdade
elementos de projeto são definidos a partir do para desenvolver novos produtos, seguindo as
estabelecimento de parâmetros (modelagem restrições definidas para dimensões e conexões
paramétrica), foi possível deduzir como relação a (CUPERUS, 2001).
transformação dos princípios de compatibilização Nesse contexto, a Coordenação Modular pode ser
da Coordenação Modular em parâmetros definida como a ordenação dos espaços na
aplicáveis ao BIM. construção civil, cujo principal objetivo é a
Assim, a presente pesquisa investigou a racionalização da construção; do projeto à
possibilidade de se estabelecer essa relação, execução. Para tanto, dispõe dos seguintes
vislumbrando alcançar benefícios técnicos para a princípios que norteiam sua estruturação
indústria da AEC, como aumento da integração (GREVEN; BALDAUF, 2007):
entre os agentes envolvidos na cadeia produtiva e (a) sistema de referência;
aproximação entre a etapa de projeto e a etapa de
execução. (b) sistema modular de medidas; e
O resultado final foi o registro de uma (c) sistema de ajustes e tolerâncias.
metodologia para a tradução de princípios da O sistema de referência é formado por pontos,
Coordenação Modular em parâmetros aplicáveis limites e planos, em relação aos quais ficam
ao BIM e uma primeira versão do produto determinadas a posição e a medida de cada
pretendido: um plug-in para a geração automática componente da construção.
de paginações de blocos cerâmicos para alvenaria
racionalizada, com possibilidades de extração dos O sistema modular de medidas é baseado no
desenhos técnicos 2D e lista de quantitativos. Para módulo, unidade de medida da Coordenação
Modular, e compõe seus múltiplos inteiros ou

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frações. O sistema de ajustes e tolerâncias inclui as processador, possibilitou o início dos projetos
juntas modulares (distância prevista entre os desenvolvidos em três dimensões e a
extremos de dois componentes) e ajustes automatização da informação, a qual permitiu a
modulares (medida que relaciona o extremo do redução de perda de tempo em tarefas pouco
componente à malha modular). criativas e tediosas (ORCIUOLI, 2010).
O cálculo pode ser resumido a seguir: dado o vão, Nesse contexto, o Building Information Modeling
basta informar sobre o comprimento dos (BIM) inclui ferramentas, processos e tecnologias
componentes, estudar onde fazer as amarrações e baseados em documentação digital sobre uma
quanto material usar (TÉCHNE, 2011). edificação, sua eficiência, seu planejamento, sua
construção e, posteriormente, sua operação
Cada componente terá um espaço destinado a ele,
que será dimensionado a partir do módulo, (EASTMAN et al., 2008). Assim, o BIM consiste
em uma metodologia para gerenciar os projetos e
previsto em projeto e respeitado durante a
seus principais dados, em formato digital, ao longo
execução. Esse espaço deve prever a medida do
do ciclo de vida de uma construção (PENTTILÄ,
componente em si, somada aos possíveis ajustes e
20061 apud SUCCAR, 2009).
tolerâncias, que variam em função do tipo de
componente e sistema construtivo. Kymmell (2008) resume os benefícios do BIM sob
três princípios básicos: visualização, colaboração e
Como objetivos da Coordenação Modular, a NBR
eliminação. A visualização se refere à melhoria da
15873 (ASSOCIAÇÃO..., 2010a) destaca a
compreensão pessoal do indivíduo a partir do uso
promoção da compatibilidade dimensional entre
elementos construtivos (projeto) e componentes do modelo, estimulando o pensamento sobre as
construtivos (fabricantes). Assim, em termos necessidades do projeto e ajudando em sua
descrição. A colaboração diz respeito ao
gerais, pode trazer benefícios no que diz respeito
encorajamento e à facilitação de uma ação
ao aumento da integração entre os agentes
cooperativa por parte de toda a equipe. Por fim, a
envolvidos na cadeia produtiva, aproximando as
eliminação consiste em benefícios relativos ao
etapas de projeto e execução, além de aumentar a
flexibilidade de rearranjos em uma mesma projeto, como redução de conflitos, de perdas e de
edificação, através da intercambialidade. riscos.
O desenvolvimento da revolução informática
A modulação também se apresenta como ideia-
também trouxe mudanças quanto à customização
chave e estratégia interessante para a customização
em massa, voltada para a produção de habitações. em série, pois gera um novo modelo industrial, em
Os produtos são “decompostos” em componentes que a linha de montagem pode criar milhares de
variações diferentes do mesmo produto
modulares ou subsistemas, que podem ser
(DUARTE, 2007). O desenho paramétrico e a
recombinados de forma a satisfazer as
automação de funções permitem um futuro que
necessidades do cliente o mais próximo possível
(HUANG; KRAWCZYK; SCHIPPOREIT, 2006). contemple a fabricação digital, a customização e a
personalização. A procura de uma solução única e
Santos et al. (2007) também apontam a universal, base da Revolução Industrial e do
customização como possível vantagem trazida pela Movimento Moderno, é substituída pela
aplicação da Coordenação Modular, ao favorecer a multiplicidade e pela particularidade (ORCIUOLI,
intercambialidade e, consequentemente, a redução 2010).
de problemas nas interfaces entre componentes e
A implantação do BIM, porém, traz novos
subsistemas; porém, tal benefício não é facilmente
desafios, inclusive na concepção do projeto, visto
percebido pelas empresas. Espera-se que, com a
que essa nova tecnologia não se resume a uma
aprovação da nova NBR 15873 (ASSOCIAÇÃO...,
forma de representação posterior às atividades de
2010a), mencionada anteriormente, a divulgação
do tema em debate, somada ao processo de criação, mas modifica a própria dinâmica de
amadurecimento do setor no Brasil, possibilite a projetar.
superação de tal entrave. Através da modelagem paramétrica, os diversos
projetistas inserem suas informações em objetos
Building Information Modeling ou elementos, além de regras que definem seus
padrões de comportamento, criando conjuntos
Alguns dos aspectos mais relevantes no uso da lógicos que podem ser atualizados
informática aplicada ao projeto seriam a automaticamente. O fluxo dessas informações deve
visualização tridimensional, a simulação e a
virtualidade. A evolução da informática, com o 1
PENTTILÄ, H. Describing the Changes in Architectural
aumento substancial da capacidade oferecida pelas Information Technology to Understand Design Complexity and
placas de vídeo, da memória RAM e do Free Form Architectural Expression. ITCON, v. 11, special issue,
p. 395–408, 2006.

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acontecer de forma contínua, como uma discussão maneira colaborativa e ágil (RUSCHEL et al.,
simultânea de todos os envolvidos no processo de 2010).
projeto em busca de uma solução única
Assim, percebe-se que ambos, Coordenação
(RUSCHEL et al., 2010). A mudança de
Modular e BIM, atuam através da otimização e
paradigmas se torna clara quando se observa que
sistematização da informação em todos os níveis
os modelos tradicionais de processo de projeto de
da cadeia produtiva, o que permite maior
arquitetura sugerem a elaboração de projeto de integração entre os agentes envolvidos do projeto à
uma forma sequencial, em que uma etapa se inicia execução, além de fornecedores e cliente final.
após a finalização da anterior, sem a interação
entre os diversos agentes, devido à ausência de
comunicação e coordenação entre as atividades Método de pesquisa
(ITO, 2007). O trabalho trata da interposição de duas temáticas
Dessa forma, percebe-se que, assim como a com arcabouço teórico consolidado (BIM e
Coordenação Modular, para que seja possível a Coordenação Modular) para a geração de novos
utilização do BIM em toda a sua potencialidade, os conhecimentos (metodologia) e um produto final
principais desafios a serem superados incluem a que demonstre sua aplicabilidade, o plug-in.
falta de conhecimento a respeito do tema e a Diante desse contexto, optou-se pela pesquisa
necessidade de um esforço coletivo por parte de construtiva (construction research ou design
todos os agentes envolvidos na indústria da AEC. research) para a estratégia de pesquisa.
A abordagem da pesquisa construtiva consiste na
Possibilidades de integração entre produção de “construções inovadoras”, destinadas
os temas a resolver problemas enfrentados no mundo real e
contribuir para a teoria da disciplina em que é
A partir da revisão bibliográfica, buscou-se aplicada (LUKKA, 2003). Um elemento essencial
observar em que aspectos cada um dos temas, da abordagem construtiva é vincular o problema e
Coordenação Modular e BIM, atua como estratégia sua solução ao conhecimento teórico acumulado.
de melhoria para a indústria da AEC, a fim de se A inovação e o funcionamento da solução devem
perceberem semelhanças e possibilidades de ser demonstrados também (KASANEN; LUKKA;
integração. Para tanto, fez-se, ainda, um SIITONEN, 1993). Assim, os passos da pesquisa
levantamento e registro dos principais conceitos construtiva incluem:
encontrados ao longo dessa revisão, apresentados a
seguir. (a) encontrar um problema com relevância
prática, além de potencial contribuição teórica;
A Coordenação Modular tem como principal
estratégia a intercambialidade, caracterizada pela (b) obter conhecimento geral e profundo do tema;
compatibilização entre elementos e sistemas (c) desenvolver uma construção para a solução do
construtivos, em função de suas dimensões serem problema;
múltiplas do módulo decimétrico, no caso da
norma brasileira (GREVEN; BALDAUF, 2007). (d) implementar a solução, testando seu
funcionamento;
O BIM se caracteriza pelo uso da modelagem
paramétrica e pela interoperabilidade, (e) refletir sobre a aplicabilidade da solução; e
diferenciando-se dos antigos sistemas CAD. A (f) identificar e analisar a contribuição teórica.
modelagem paramétrica consiste na representação
computacional de um objeto construído com Tais passos foram organizados em três etapas
entidades, cujos atributos podem ser fixos ou principais:
variáveis. Os atributos fixos são denominados (a) compreensão;
como controlados, e os atributos variáveis podem
(b) desenvolvimento; e
ser representados por parâmetros e regras, de
forma a permitir que objetos sejam (c) validação.
automaticamente ajustados de acordo com o Ressalta-se que tal estrutura possui caráter
controle do usuário e a mudança de contexto didático, a fim de facilitar o entendimento da
(ANDRADE; RUSCHEL, 2009). A pesquisa.
interoperabilidade envolve a capacidade de
identificação e troca de dados e informações A compreensão incluiu a descoberta do problema
necessários para serem passados entre aplicativos, inicial, considerando sua relevância prática e
permitindo aos profissionais de diversas teórica; e um primeiro estudo dos principais temas
disciplinas trocar ou agregar informação de envolvidos, visando à obtenção de conhecimento e
domínio necessários.

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O desenvolvimento consistiu no estudo Architecture 2011 e criada uma linguagem


exploratório realizado ao longo da busca da específica para a descrição dos elementos que
solução para o problema, compreendendo: compõem o PPVVA, denominada MMDL
(Masonry Modulation Description Language).
(a) o desenvolvimento da metodologia para a
tradução de parâmetros da Coordenação Modular, Ayres (2009) realizou experimentos com o
aplicada a um primeiro sistema construtivo desenvolvimento de aplicativos em ambiente BIM
(alvenaria racionalizada em blocos cerâmicos); para demonstrar a acessibilidade, facilidade e
disponibilidade de ferramentas para acessar o
(b) a simulação da aplicação da metodologia,
modelo de edifícios. Entre os experimentos, foi
inicialmente em linguagem script, menos
realizada a customização de uma ferramenta BIM,
complexa que a programação do plug-in; e
de maneira a se adaptar às peculiaridades do
(c) a programação de uma versão inicial do plug- processo de projeto de alvenaria de blocos de
in, a partir dos parâmetros levantados no estudo concreto. Para isso, o autor utilizou o software
exploratório das etapas anteriores. ArchiCAD, da empresa Graphisoft, e sua
A validação incluiu a utilização do plug-in em uma linguagem script denominada GDL, a ser
situação real e a aplicação da metodologia apresentada em maiores detalhes adiante.
desenvolvida em um segundo sistema construtivo Ambas as pesquisas trouxeram referências
de vedação (light steel framing), englobando um importantes quanto às possibilidades e limitações
processo de validação externo e interno, dos softwares BIM que poderiam ser utilizados no
consecutivamente. objeto do presente estudo. Vale salientar, porém,
A Figura 1 apresenta um resumo esquemático do que o objetivo aqui colocado é a investigação de
delineamento da pesquisa e permite uma uma metodologia que possa ser aplicada aos
compreensão geral das etapas mencionadas, assim princípios da Coordenação Modular como
como as principais atividades realizadas. estratégia geral, e não a representação das
especificidades de um único sistema construtivo.
Compreensão Devido às possibilidades de customização, optou-
se pelo aplicativo ArchiCAD da empresa
Considerando o objetivo do trabalho de Graphisoft, que disponibiliza as seguinte opções de
desenvolver uma metodologia que transformasse acesso:
os princípios da Coordenação Modular em
parâmetros para a alimentação de um aplicativo (a) programação dos objetos paramétricos em sua
BIM, foi definida como produto final a criação de própria linguagem interna de script (Geometrical
uma nova função para determinado software, Description Language – GDL), possibilitando a
através de um plug-in. geração dos componentes construtivos
customizados; e
Para tanto, foi necessário o levantamento de
algumas decisões preliminares, incluindo que (b) o estabelecimento de uma interface direta com
software BIM e estratégia de programação seriam o aplicativo original, através de sua biblioteca de
utilizados, além dos objetos a serem representados funções (Graphisoft Application Programming
(sistema construtivo). Interface Development Kit – Graphisoft API), o
que permitiu o desenvolvimento do plug-in.
Para a seleção do software BIM, foram definidos
como critérios a disponibilidade de acesso gratuito Assim, a estratégia de programação adotada
para fins acadêmicos (versão educacional), as buscou a associação de duas opções de acesso e
possibilidades de customização, observadas a comunicação: script, para a programação e
partir de pesquisas anteriores (MONTEIRO, 2011; customização dos objetos paramétricos; e plug-in,
AYRES, 2009), e, por fim, o conhecimento técnico para o estabelecimento das relações entre os
por parte da equipe da pesquisa. objetos paramétricos e o aplicativo BIM original
(Figura 2).
Sobre as pesquisas consultadas, Monteiro (2011)
trouxe como objetivo estabelecer uma metodologia Como referencial de suporte, foram utilizados
para representar o Projeto para Produção de manuais específicos (NICHOLSON-COLE, 2000),
Vedações Verticais em Alvenaria (PPVVA) em além de tutoriais em vídeo e documentação digital,
ferramentas CAD-BIM, descrevendo modulações disponibilizados pelo site oficial da própria
de alvenaria e automatizando atividades. Para empresa (GRAPHISOFT, 2011).
tanto, foi utilizado o software Autodesk Revit

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Figura 1 - Resumo esquemático do delineamento da pesquisa

Fonte: Romcy (2012).

Figura 2 - Resumo esquemático da estratégia de programação e customização do aplicativo BIM

Fonte: Romcy (2012).

Para a seleção do subsistema da edificação a ser Desenvolvimento


representado, os critérios foram o grau de
influência do subsistema perante os demais e sua Para dar início ao estudo, foi necessária a
importância para o projeto da edificação como um compreensão de como se dispõe uma alvenaria
todo. Devido a seu alto nível de interface com os racionalizada em blocos cerâmicos, transformando
outros subsistemas do edifício e sua importância o processo em parâmetros, para sua posterior
para a racionalização da obra, a vedação vertical reconstrução em linguagem computacional
foi selecionada como o objeto da investigação (alimentação do modelo BIM).
proposta. Entender o objeto como um sistema consiste em
Por fim, para o sistema construtivo, foram percebê-lo como uma estrutura organizada de
adotados como critérios o parque tecnológico componentes que se relacionam entre si ou com o
disponível no Brasil e a possibilidade de meio em que está inserido, gerando as
adequação aos critérios da Coordenação Modular, características do todo (VIEIRA, 2006). Assim,
visto que a tradução de seus princípios para o BIM para a decomposição do objeto de estudo, foram
compreende o objetivo principal da investigação. selecionadas as seguintes características:
Com base em levantamento bibliográfico e visando (a) componentes, incluindo sua diversidade e sua
ao atendimento desses critérios, foi selecionada a quantidade;
alvenaria racionalizada em blocos cerâmicos, a ser (b) relações, ou seja, a capacidade dos
representada no desenvolvimento do plug-in. componentes em se conectar; e

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(c) estrutura, ou seja, as conexões estabelecidas acordo com as propriedades dimensionais da


no sistema para determinado momento e sua alvenaria (altura, espessura e comprimento). O
construção passo a passo. comprimento foi percebido como dimensão-
problema, devido a sua maior complexidade, pois
Os blocos cerâmicos foram determinados como os
depende do número e da disposição de blocos
componentes básicos da alvenaria, enquanto as
cerâmicos de cada tipo (10 cm, 20 cm, 30 cm).
relações consistem nos tipos de amarração. A
estrutura, que depende de um contexto específico, Foram percebidos três padrões de disposições de
foi verificada posteriormente e se caracteriza pela blocos em função do comprimento, que, dividido
disposição das alvenarias em um projeto por 30 cm (comprimento do bloco inteiro), pode
específico. apresentar três tipos de resto (10 cm, 20 cm e
Considerando o procedimento de amarração de zero), classificados respectivamente como R1, R2
e R3.
alvenaria que melhor satisfaz à transmissão de
esforços entre painéis e à simplicidade da O estudo dos encontros em L, T e X partiu das
execução, adotou-se alternar um bloco de cada regras estabelecidas para a alvenaria isolada, que,
painel a cada fiada, sem o uso de ligações com em resumo, foram as seguintes:
reforços metálicos ou semelhantes. Para atingir
(a) utilização do sistema decimétrico de medidas,
uma gama de relações maior e, consequentemente,
em função da Coordenação Modular;
maior flexibilidade de soluções, optou-se pela
amarração de “terço” (VILATÓ; FRANCO, 2000), (b) reboco de 1 cm, contabilizando 10 cm quando
que permite: somado à espessura de fabricação do bloco;
(a) amarração de canto ou encontro em “L”; (c) ausência de junta vertical, devido ao sistema
de encaixes da família de blocos selecionada;
(b) amarração em topo ou encontro em “T”; e
(d) bloco principal (30 cm) com prioridade de
(c) amarração cruzada ou encontro em “X”
aplicação. Os blocos complementares (20 cm e 10
(Figura 3).
cm) são utilizados quando há “resto” na divisão do
De acordo com tal tipo de amarração, foi comprimento total da alvenaria pelo comprimento
selecionada uma família de blocos cerâmicos do bloco principal;
coordenados modularmente, desenvolvida pela
(e) localização dos blocos complementares nas
própria Universidade Federal do Ceará (MEHIS...,
extremidades de cada pano, facilitando o
2010) e baseada na malha decimétrica como
isolamento de variáveis e concentrando um padrão
referência espacial, o que reforça sua adequação de blocos principais no “núcleo” da alvenaria. A
aos objetivos do presente trabalho. identificação de padrões e o isolamento das
O bloco principal possui 10 cm de espessura, variáveis otimizam a informação e facilitam a
incluindo 1 cm de reboco, e foi pensado pela geração dos parâmetros, sem prejuízos ao processo
composição de um módulo triplo, podendo-se de execução; e
trabalhar com os três tipos de componentes: bloco
(f) por razões construtivas, o tipo de amarração
M1 (10 cm x 10 cm), bloco M2 (10 cm x 20 cm) e
selecionado não permite junta a prumo.
bloco M3 (10 cm x 30 cm). Essas medidas
correspondem aos blocos 1/3, 2/3 e inteiro Cada encontro foi caracterizado construtivamente
respectivamente (Figura 4). e, respeitadas suas peculiaridades, adequado à
classificação baseada nos possíveis comprimentos
Selecionados os componentes e as relações, deu-se
(R1, R2 e R3).
início às investigações sobre a estrutura do objeto,
que pode ser relacionada à coesão do todo e sua Com os parâmetros predefinidos, foi realizada sua
construção passo a passo. A partir daí, foi aplicação em desenho 2D (AutoCAD) para dois
realizado um estudo da alvenaria isolada, para projetos A e B, previamente selecionados,
posteriormente serem estudados os encontros seguindo como critérios: estarem voltados a
possíveis (L, T e X). habitação de interesse social (HIS); e se
adequarem às regras da Coordenação Modular.
A alvenaria isolada foi estudada como um objeto a
ser decomposto em seus componentes básicos
(blocos M1, M2 e M3), que seriam distribuídos de

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Figura 3 - Amarração “de terço” e as disposições dos encontros em “T”, “X” e “L” respectivamente

Fonte: adaptado de Vilató e Franco (2000).

Figura 4 - Desenho em planta dos blocos básicos da família MEHIS, com suas principais dimensões

Fonte: MEHIS – Habitações Sustentáveis com Melhoria dos Processos Tradicionais (2010).

Os parâmetros e o procedimento de aplicação (c) antecipação do estudo dos objetos


mostraram-se insuficientes para suprir as paramétricos (blocos cerâmicos), que também
características particulares dos encontros seriam utilizados durante a geração do plug-in; e
vislumbrados. Destaca-se, ainda, a dificuldade de
(d) revisão dos parâmetros e configurações em
visualização dos problemas e de possíveis
linguagem script, o que permitiu uma primeira
soluções, devido ao uso exclusivo de desenho 2D.
aproximação com o ambiente BIM, em uma
Assim, deu-se prosseguimento ao momento
situação de menor complexidade que o plug-in.
seguinte da pesquisa, com o uso do script, em uma
primeira simulação no ambiente BIM. Foi realizado um primeiro estudo genérico com o
estabelecimento das configurações possíveis para
Primeiramente foi necessária a criação dos objetos
um conjunto de paredes, organizadas em uma
paramétricos que representariam os blocos
disposição com baixa complexidade, que
cerâmicos. Um objeto GDL, linguagem própria do permitisse todos os encontros dos tipos previstos
software ArchiCAD, caracteriza-se como um (Figura 5a), com exceção do encontro em X.
conjunto de scripts 2D e 3D, que trabalha com
Devido a sua complexidade, esse foi estudado em
variáveis e operações preestabelecidas. Vale
separado, somente após o amadurecimento das
salientar que, nessa fase, os processos de
configurações para os encontros em T, L e
distribuição dos blocos não são automatizados,
extremidade livre.
mas já são apresentados os seguintes benefícios em
relação ao momento anterior do desenho 2D: As variáveis x, y e z foram substituídas por valores
relativos às dimensões de resto R1, R2 e R3,
(a) melhor visualização das informações,
buscando verificar as distribuições possíveis de
facilitando a comunicação entre os integrantes da blocos cerâmicos, a partir das diferentes
equipe, pois com o modelo BIM, desenho 2D e 3D combinações entre encontros, em que foram
são trabalhados de forma integrada;
encontradas configurações semelhantes, mesmo
(b) aplicação de ferramentas tradicionais do para situações diferentes.
próprio software selecionado que facilitam o O mapeamento prévio dessas configurações é
desenvolvimento do projeto arquitetônico com justificável para a verificação de recorrências e
dimensões que respeitem a Coordenação Modular.
garantia de que não seja aberto precedente para a
No caso, foi utilizada a malha própria do ambiente
geração de soluções que tragam problemas de
de trabalho do ArchiCAD, configurada com o
projeto e execução. Um exemplo verificado
espaçamento de 10 cm, além da opção “vincular à
consiste em casos específicos nos quais, se
grelha”, que submete a construção do modelo aos colocados todos os blocos complementares nas
espaçamentos determinados na malha; extremidades dos segmentos, como desejado,
haveria encontro de juntas na vertical, resultando

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no problema de junta a prumo. A solução foi o R3, e foi realizada uma nova aplicação nos
deslocamento do bloco complementar da segunda projetos A e B para conferência das alterações.
fiada, de forma a desencontrar as juntas (Figura
Em resumo, a classificação de cada alvenaria se dá
5b).
em função dos encontros em suas extremidades e
Posteriormente, essas configurações foram da dimensão do vão gerado entre os blocos de
revisadas, e as recorrências foram agrupadas, extremidade (R1, R2, R3), tendo a primeira fiada
facilitando sua organização, para posterior como referência. A partir dessa classificação, a
identificação. Nesse momento, foi estudado, ainda, configuração dos blocos cerâmicos para as fiadas
o encontro em X, através do levantamento de seus pares e ímpares pode ser verificada na tabela
possíveis pares com os encontros em L, T e preestabelecida. O resultado foi satisfatório, visto
extremidade livre. que as paginações das alvenarias de ambos os
projetos foram representadas corretamente,
Como resultado foi gerada uma tabela de
permitindo, assim, o início da programação do
configurações (Figura 6), relacionando em pares
plug-in.
todos os encontros levantados (L, T, X e
extremidade livre), para as dimensões R1, R2 e

Figura 5 - Disposição padrão adotada e suas respectivas variáveis (a) - exemplo de encontro onde foi
necessário o deslocamento do bloco complementar da segunda fiada para evitar o problema de junta a
prumo (b)

(a) (b)
Fonte: Romcy (2012).

Figura 6 - Trecho da tabela de configurações, referente ao grupo 6, onde são apresentadas as


combinações entre encontro X e encontros X, Li e T, para as dimensões R1, R2 e R3 - destaque para as
recorrências de configurações mesmo para combinações diferentes

Fonte: Romcy (2012).

Desenvolvimento de aplicativo em ambiente BIM segundo princípios da Coordenação Modular 31


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 23-39, abr./jun. 2014.

Nessa etapa foi utilizada a biblioteca de funções do (c) a classificação desses segmentos em função de
aplicativo original, denominada API (Application seu comprimento (R1, R2, R3);
Programming Interface), que compreende um
(d) a classificação final de cada segmento em
ambiente disponibilizado pela própria empresa
função dos encontros em suas extremidades e do
para que os programadores possam gerar novas
comprimento do segmento; e
ferramentas (ou add-ons), aumentando sua
funcionalidade. No caso do ArchiCAD, a (e) o preenchimento da primeira e da segunda
linguagem de programação utilizada é o C ou C++ fiadas com os blocos cerâmicos, de acordo com a
(GRAPHISOFT, 2011). classificação, verificando-se a tabela de
configurações preestabelecida.
Assim como no procedimento realizado para a
geração dos parâmetros, para a programação A função desenvolvida consistiu na adição de uma
também houve necessidade de se investigar nova aba, denominada “Alvenaria” (Figura 7),
primeiramente a alvenaria como objeto único e contendo o comando “Gerar Fiadas”. Sempre que
isolado, para só posteriormente se verificar como selecionado o comando e clicado em determinado
seriam estabelecidas as relações entre alvenarias objeto parede, sua paginação é gerada
diferentes (encontros). automaticamente, mediante a distribuição dos
blocos cerâmicos em formato GDL.
Para a descrição da alvenaria isolada, as
características dimensionais (altura, espessura e Para a averiguação de seu correto funcionamento,
comprimento) foram referenciadas a partir dos a ferramenta foi testada nos projetos A e B,
comandos de descrição do objeto parede (wall), mencionados anteriormente e utilizados ao longo
retirados do API_WallType, enquanto para os de toda a pesquisa como exemplos de estruturas
encontros foram referenciadas as conexões (configurações possíveis para os blocos
realizadas entre objetos paredes diferentes, a partir cerâmicos).
do API_WallRelation. Somou-se, ainda, a possibilidade da extração dos
A programação seguiu a estrutura “if...then”, que desenhos 2D, a partir do gerenciamento de layers
se caracteriza pela determinação de uma condição (camadas), e a geração automática de tabelas com
a ser avaliada, podendo resultar em dois valores: os quantitativos dos blocos cerâmicos,
true (verdadeiro) ou false (falso). Se a condição for discriminados por tipo (30 cm, 20 cm, 10 cm).
verdadeira, os comandos preestabelecidos são A Figura 8 apresenta o resultado dessas funções
executados. para o projeto A, exemplificando a sequência
A sequência de passos a serem tomados pelo realizada desde a planta baixa, como é feita
software a partir do plug-in foi baseada na originalmente pelo software Archicad (Figura 8a),
investigação realizada nas etapas anteriores, porém até o modelo BIM final, gerado pelo plug-in
o programador teve total liberdade para propor (Figura 8d), incluindo, ainda, os desenhos 2D da
novas alterações, se necessário. planta baixa de primeira fiada (Figura 8b) e a vista
de uma das paredes do projeto (Figura 8c).
O procedimento a ser realizado automaticamente
pelo plug-in incluiu: O resultado da aplicação do plug-in para o projeto
B pode ser observado na Figura 9, com a
(a) a identificação dos locais onde ocorrem
apresentação do modelo BIM e a respectiva tabela
encontros entre alvenarias;
de quantitativos dos blocos cerâmicos dispostos.
(b) a divisão das alvenarias em diferentes
segmentos a partir dos encontros identificados;

Figura 7 - Nova ferramenta “Alvenaria”, criada pelo plug-in no menu original do software ArchiCAD

Fonte: Romcy (2012).

32 Romcy, N. M. e S.; Cardoso, D.; Bertini, A. A.; Paes, A.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 23-39, abr./jun. 2014.

Figura 8 - Aplicação do plug-in para o projeto A, com inclusão da planta baixa original (a), planta de
primeira fiada (b), vista de uma das paredes (c) e modelo BIM final (d)

Fonte: Romcy (2012).

Figura 9 - Perspectiva do modelo BIM para o projeto B e a respectiva tabela de quantitativos, geradas a
partir do plug-in

Fonte: Romcy (2012).

Assim, a primeira versão do plug-in foi concluída sugestão para trabalhos futuros. Porém, prevê-se
satisfatoriamente com o cumprimento de sua que sua inclusão seria possível com a retirada de
função de distribuir automaticamente os blocos determinados blocos inteiros no centro das
cerâmicos em fiadas, segundo os parâmetros alvenarias e rearranjo dos blocos complementares
preestabelecidos, permitindo, ainda, extração nas extremidades, seguindo os parâmetros
automática de desenhos técnicos e quantitativos. preestabelecidos para os possíveis encontros.
É importante salientar que, para esse estudo, não Atualmente, uma pesquisa acerca de esquadrias
foram previstas as aberturas e vãos, ficando a moduladas está em andamento pelo grupo MEHIS

Desenvolvimento de aplicativo em ambiente BIM segundo princípios da Coordenação Modular 33


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 23-39, abr./jun. 2014.

– Habitações Sustentáveis com Melhoria dos houve necessidade de se revisar a metodologia


Processos Tradicionais, com a intenção de levantar utilizada para sua generalização, visando a sua
recorrências e propôr parâmetros complementares aplicação em outros sistemas construtivos.
que possam dar continuidade às intenções do
Com uma nova verificação das atividades
presente trabalho.
realizadas ao longo das etapas de
desenvolvimento, foi possível estabelecer o passo
Validação a passo da metodologia proposta:
Com a conclusão da primeira versão do plug-in, (a) identificar os componentes básicos do sistema
foi realizada sua demonstração junto aos construtivo em questão – ex.: os blocos cerâmicos
projetistas dos projetos A e B para a obtenção de da família selecionada;
feedback externo. Esse momento foi de extrema (b) identificar as relações que o objeto é capaz de
importância para a reflexão sobre a aplicabilidade estabelecer entre semelhantes – ex. os tipos de
e importância da presente pesquisa, com a encontro entre alvenarias (L, T, X);
contribuição de profissionais da área que não
tiveram envolvimento direto com o trabalho. (c) decompor as principais dimensões do objeto,
Constistiu, assim, em um processo de validação em função dos componentes identificados. Nessa
externa. etapa é perceptível a importância da referência
dimensional comum, característica da
Para o projeto A, contou-se com a presença de uma Coordenação Modular – ex.: altura, espessura e
arquiteta e de um engenheiro civil, enquanto para o comprimento do objeto alvenaria;
projeto B foram dois arquitetos, em ambos os
casos projetistas responsáveis pelos projetos (d) didentificar as dimensões “problema”, cuja
originais. As demonstrações foram feitas em complexidade de arranjo entre componentes é
separado para cada equipe e englobaram a maior – ex.: comprimento da alvenaria;
apresentação da pesquisa, a demonstração do uso (e) estabelecer para cada dimensão problema o
do plug-in para o respectivo projeto e a abertura “divisor” no qual ela será decomposta e os “restos”
para discussão, com a solicitação de dúvidas, que deverão ser previstos. Esses valores devem
sugestões e opiniões sobre a importância do sempre ser decimétricos – ex.: para o comprimento
trabalho. As duas sessões foram gravadas em da alvenaria, foi escolhido o valor de 30 cm como
arquivo de som para posterior análise do conteúdo divisor, em função do bloco M3, enquanto os
e verificação das contribuições dos projetistas em valores para o resto foram de 20 cm e 10 cm, de
relação aos aspectos solicitados. Das considerações acordo com os blocos complementares;
dos projetistas, seguem as observações a seguir.
(f) fmapear as dimensões recorrentes em função
Os projetistas demonstraram interesse em utilizar a do divisor e dos restos previstos, estabelecendo
ferramenta, visto sua capacidade de automatizar uma primeira classificação – ex.: regra do R1, R2 e
funções antes realizadas de forma manual. Foi R3 para o comprimento da alvenaria;
destacado que a automatização de atividades que
não agregam valor, como a distribuição dos blocos (g) mapear as configurações que o objeto
cerâmicos em paginações e a extração dos estabelece em função das diferentes relações que
quantitativos, disponibiliza mais tempo para ele pode realizar; levantar e agrupar recorrências,
atividades que realmente envolvam o trabalho estabelecendo uma segunda classificação – ex.:
intelectual dos projetistas. alvenaria de encontro TT-R1, para uma parede que
estabelece encontro T em ambas as extremidades e
Como sugestão, foi mencionada a inclusão de uma dimensão de valor R1; e
outras famílias de blocos cerâmicos e dos blocos
especiais (U e J) para a interface com outros (h) organizar graficamente como todas as
sistemas construtivos, além da possibilidade de se configurações classificadas anteriormente podem
selecionar mais de um objeto parede ao mesmo ser combinadas entre si.
tempo, para a criação da paginação. Para a conclusão da etapa de validação, foi
Por fim, a possibilidade do estudo prévio de realizada a aplicação da metodologia revisada em
recorrências e de sua transformação em parâmetros um segundo sistema construtivo, previamente
para a alimentação de um sistema computacional selecionado, o light steel framing.
que passa a lançá-las de forma rápida e automática A escolha do LSF se deu em função de sua
foi vista como uma contribuição da pesquisa capacidade de racionalização e industrialização,
extremamente positiva. tornando-o de fácil adequação aos princípios da
Após a conclusão da validação externa da Coordenação Modular. Sua principal característica
construção (plug-in) à qual a pesquisa se propôs, é a estrutura constituída por perfis formados a frio

34 Romcy, N. M. e S.; Cardoso, D.; Bertini, A. A.; Paes, A.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 23-39, abr./jun. 2014.

de aço galvanizado, utilizados para a composição importante salientar, ainda, que se optou para
de painéis estruturais e não estruturais, entre outros vedação, interna e externa, por placas cimentícias
componentes da edificação (FREITAS; CASTRO, de 10 mm de espessura, disponibilizadas pelo
2006). mesmo fabricante dos perfis.
Inicialmente foram identificados os componentes Durante o mapeamento das dimensões recorrentes
básicos do sistema construtivo em questão. O LSF e das configurações possíveis, encontrou-se uma
é dividido basicamente em duas partes: os painéis característica importante do tipo de modulação
estruturais, compostos de perfis de aço adotado para o sistema LSF. Quando justapostos,
galvanizado; e o sistema de vedação, composto de os elementos que compõem a espessura da parede
placas industrializadas, cujos materiais mais não resultam em uma dimensão divisível por 10
comuns são placas cimentícias, placas OSB e cm, ou seja, não há adequação ao sistema
placas de gesso acartonado. Os painéis estruturais decimétrico, característico da Coordenação
são decompostos, ainda, em dois tipos de perfis: os Modular. Assim, deve-se atentar para que a
montantes (perfis U enrijecidos), elementos modulação dos perfis seja restrita aos vãos internos
paralelos verticais; e as guias (perfis U), elementos das paredes, não sendo, portanto, contabilizada a
que fixam as extremidades dos montantes (inferior espessura delas.
e superior) conformando a estrutura básica do Para compreender melhor como isso ocorre, foi
sistema.
aplicada a malha de modulação do LSF ao projeto
As relações estabelecidas no sistema LSF A, antes utilizado para a alvenaria em blocos
consistem nas configurações de encontros entre cerâmicos, realizando-se as adaptações
diferentes painéis, mantendo semelhanças com o dimensionais necessárias. Tais adaptações
que foi observado para a alvenaria racionalizada consistiram basicamente no aumento da espessura
em blocos cerâmicos (encontros em L, em T e em da parede para 11 cm.
X). Porém, no caso do LSF, esses encontros são
O que se percebeu foi que, diferentemente da
solucionados mediante diferentes combinações de
alvenaria em blocos cerâmicos, a modulação do
seus montantes, visando sempre à rigidez do LSF independe dos elementos inclusos na
sistema, à resistência aos esforços e ao provimento espessura da parede e, consequentemente, do tipo
de uma superfície para a fixação das placas de
de encontro realizado em suas extremidades.
fechamento interno ou externo.
Assim, foram discriminados dois aspectos
No que diz respeito às principais dimensões do independentes a serem considerados para a
objeto, verificou-se que a dimensão de maior distribuição dos perfis:
complexidade e variação é o comprimento da
parede, sendo a altura e a espessura constantes, em (a) a dimensão modulada entre vãos; e
função de características fixas dos componentes (b) o tipo de encontro entre paredes.
(perfis e placas). Nesse caso, o comprimento da
parede depende diretamente da modulação Para a dimensão modulada entre vãos, gerou-se
estabelecida para o distanciamento entre uma classificação em função do comprimento,
montantes, que, dependendo das especificações semelhante à adotada para as alvenarias em blocos
dos perfis, poderá ser de 400 mm ou de 600 mm. cerâmicos:
O fabricante foi selecionado de acordo com os (a) R2 para resto de 20 cm;
seguintes critérios: fornecimento em território (b) R3 para resto de 30 cm; e
nacional; e fácil acesso às especificações dos
produtos. O espaçamento máximo determinado (c) R4 para resto ZERO, ou seja, comprimentos
pelo fabricante foi de 400 mm, ou 40 cm, com divisíveis por 40 cm (Figura 10).
referência de eixo para os perfis internos, e da Para o aspecto “tipos de encontro entre paredes”,
superfície externa da alma, para perfis localizados foram adotadas as configurações características do
nas extremidades. sistema construtivo, verificadas em referências
Assim, foi definido o módulo de 40 cm como bibliográficas (FREITAS; CASTRO, 2006) e
divisor do comprimento, resultando, como apresentadas na Figura 11.
possibilidades de resto, os módulos Novamente, percebeu-se que, em virtude do
complementares de 30 cm, 20 cm e 10 cm. Optou- número reduzido de configurações diferentes, ou
se por não adotar intervalos de 10 cm, visto que seja, de variáveis, não houve necessidade de se
resultariam em espaçamentos ínfimos se estabelecer uma organização gráfica em mapas,
considerada a dimensão da mesa dos perfis. É como o caso da alvenaria em blocos cerâmicos.

Desenvolvimento de aplicativo em ambiente BIM segundo princípios da Coordenação Modular 35


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 23-39, abr./jun. 2014.

Figura 10 - Classificação das configurações para os diferentes tipos de vão (LSF)

R4

R3

R2
Fonte: Romcy (2012).

Figura 11 - Configurações adotadas para os perfis para cada tipo de encontro L, T e X

Fonte: Romcy (2012).

Os parâmetros retirados para a descrição do inclusão de novas funções, como a automatização


sistema LSF consistem, assim, em três das paginações em alvenaria racionalizada,
configurações básicas de vão (R2, R3 e R4), que realizada no presente trabalho.
podem ser associadas às três configurações básicas
A partir da pesquisa foi estabelecida uma
de encontros (L, T e X). Tal associação se trata de
metodologia para o reconhecimento de regras de
simples sobreposições, sem necessidade de
construção para objetos modulados, no caso,
alterações na disposição dos componentes, sistemas construtivos de vedação. Dessa forma, foi
previamente estabelecida para as configurações em possível compreender a lógica de sistematização
separado.
desses objetos e levantar recorrências para sua
Dessa forma, foi concluída a etapa de validação posterior tradução em parâmetros aplicáveis ao
interna da pesquisa, com a verificação de que a sistema BIM. Os princípios da Coordenação
metodologia estabelecida inicialmente para a Modular não são, assim, traduzidos diretamente,
alvenaria racionalizada em blocos cerâmicos tem mas utilizados como parte fundamental no
potencial de aplicação para outros sistemas processo de tradução, atuando como um
construtivos. referencial dimensional único. Devido à utilização
da abordagem sistêmica ao longo do processo e ao
Considerações finais reconhecimento do objeto a partir de seus
componentes, relações e estruturas, pressupõe-se a
Ao longo desta investigação, percebeu-se que só possibilidade de utilização da metodologia aqui
foi possível a generalização de uma metodologia proposta para outros objetos, não apenas os
graças ao cumprimento dos princípios da sistemas construtivos de vedação apresentados,
Coordenação Modular, o que permitiu o uso de um desde que sigam os princípios de modulação
referencial dimensional comum e o domínio de estabelecidos pela Coordenação Modular. Dessa
variáveis, com a descoberta de recorrências e a forma, a pesquisa sugere possibilidades que vão
consequente generalização de métodos e além dos sistemas construtivos apresentados em
parâmetros. A geração de tais parâmetros, visando seu estudo.
à alimentação de aplicativos BIM, possibilita a

36 Romcy, N. M. e S.; Cardoso, D.; Bertini, A. A.; Paes, A.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 23-39, abr./jun. 2014.

Como já mencionado, por se tratar do uso de uma investigação desenvolvida ao longo de todo o
referência dimensional única, a Coordenação trabalho.
Modular facilita a compreensão dos objetos como
sistema, sua decomposição e o levantamento de Referências
recorrências, além da possibilidade de rearranjos
entre determinada quantidade de componentes ANDRADE, M. L. V. X.; RUSCHEL, R. C. BIM:
específicos para a criação de novas combinações, conceitos, cenário das pesquisas publicadas no
ou seja, novos objetos. Essas características Brasil e tendências. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO
facilitam o processo de criação de parâmetros para DE QUALIDADE DO PROJETO NO
a alimentação do sistema BIM, possibilitando a AMBIENTE CONSTRUÍDO 2009, São Paulo.
geração de novas funções. Ressalta-se, ainda, a Anais... São Carlos, 2009.
melhoria na comunicação entre profissionais de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
especialidades diferentes, através da otimização de TÉCNICAS. NBR 15873: coordenação modular
informações, em função desse referencial para edificações. Rio de Janeiro, 2010a.
dimensional comum. Tal aspecto deve ser
destacado no desenvolvimento da presente ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
pesquisa, que contou com uma equipe TÉCNICAS. NBR ISO 12006-2: construção de
interdisciplinar com profissionais nos campos da edificação: organização de informação da
arquitetura, engenharia civil e ciência da construção: parte2: estrutura para classificação de
computação. informação. Rio de Janeiro, 2010b.
Por outro lado, o BIM disponibiliza ferramentas AYRES, C. Acesso ao Modelo Integrado do
associadas ao conceito de desenho paramétrico e Edifício. Curitiba, 2009. Dissertação (Mestrado
interoperabilidade que permitem um ambiente em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia,
virtual integrado, em que os conceitos da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2009.
Coordenação Modular podem ser aplicados e CUPERUS, Y. An Introduction to Open Building.
compreendidos a partir de uma visualização mais In: ANNUAL CONFERENCE
clara do modelo e de uma automatização de INTERNATIONAL GROUP FOR LEAN
funções. Considerando que os principais gargalos CONSTRUCTION, 9., Singapore, 2001.
para a consolidação da Coordenação Modular no Proceedings… Singapore, 2001.
Brasil incluem a falta de conhecimento sobre sua
definição, o não reconhecimento apurado de seus DUARTE, J. P. Personalizar a Habitação em
benefícios e a falta de integração entre os Série: uma gramática discursiva para as Casas da
diferentes agentes da cadeia produtiva, inclusive os Malagueira do Siza. Lisboa: Fundação Calouste
fornecedores, as ferramentas de otimização de Gulbenkian, 2007.
informação e os princípios colaborativos EASTMAN, C. et al. BIM Handbook: a guide to
impulsionados pelo BIM lhe são extremamente building information modeling for owners,
benéficos. managers, designers, engineers, and contractors.
Os resultados demonstraram que os objetivos Hoboken: John Wiley & Sons, 2008.
inicialmente estabelecidos foram alcançados com a FREITAS, A. M. S.; CASTRO, R. C. M. Steel
inclusão de novas funções em um aplicativo BIM Framing: arquitetura. Rio de Janeiro: IBS/CBCA,
de modelagem, a partir dos princípios da 2006.
Coordenação Modular, devidamente aplicado em
dois projetos de HIS junto a projetistas externos à GRAPHISOFT. Graphisoft API Development
pesquisa. O desenvolvimento da metodologia Kit Documentation. 2011. Disponível em:
pretendida também foi realizado e validado com a <http://www.graphisoft.com/support/developer/do
aplicação em um segundo sistema construtivo de cumentation/DocAPIDevKit.html>. Acesso em: 12
vedação, o light steel framing. abr. 2011.

As contribuições acadêmicas incluem, ainda, o GREVEN, H. A.; BALDAUF, A. S. F.


registro do processo de alteração do aplicativo Introdução à Coordenação Modular da
BIM, referência para trabalhos futuros de intuito Construção do Brasil: uma abordagem
semelhante; o desenvolvimento de uma atualizada. Porto Alegre: ANTAC, 2007. Coleção
metodologia para a tradução de objetos modulados Habitare.
em parâmetros, visando à alimentação de modelos GUIA DA CONSTRUÇÃO. BIM e Coordenação
BIM; e, por fim, a reflexão teórica sobre os Modular Serão Normatizados. São Paulo: PINI.
benefícios trazidos pela associação entre BIM e Agosto, 2009. Ed. 97.
Coordenação Modular, embasada pela

Desenvolvimento de aplicativo em ambiente BIM segundo princípios da Coordenação Modular 37


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38 Romcy, N. M. e S.; Cardoso, D.; Bertini, A. A.; Paes, A.


Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 23-39, abr./jun. 2014.

Neliza Maria e Silva Romcy


Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Centro de Tecnologia | Universidade Federal do Ceará | Av. da Universidade, 2890 – Benfica,
Campus do Benfica | Fortaleza – CE – Brasil | CEP: 60020-181 | Tel.: (85) 3366-7495 | E-mail: neliza.romcy@gmail.com

Daniel Cardoso
Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Centro de Tecnologia | Universidade Federal do Ceará | E-mail: danielcardoso@ufc.br

Alexandre Araújo Bertini


Departamento de Engenharia Estrutural e Construção Civil, Centro de Tecnologia | Universidade Federal do Ceará | Campus do PICI, s/n,
Bloco 710, Centro de Tecnologia, Pici | Fortaleza - CE – Brasil | CEP 60455-900 | Tel.: (85) 3366-9607 Ramal 33 | E-mail: bertini@ufc.br

André Paes
Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Centro de Tecnologia | Universidade Federal do Ceará | E-mail: andrenpaes@gmail.com

Revista Ambiente Construído


Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído
Av. Osvaldo Aranha, 99 - 3º andar, Centro
Porto Alegre – RS - Brasil
CEP 90035-190
Telefone: +55 (51) 3308-4084
Fax: +55 (51) 3308-4054
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E-mail: ambienteconstruido@ufrgs.br

Desenvolvimento de aplicativo em ambiente BIM segundo princípios da Coordenação Modular 39

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