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DELIMITAÇÃO DC versus OUTROS RAMOS DO DIREITO
Direito Criminal I 2014 - Elysa Vieira
DCiv (Intimidação): visa coagir ao DA (Prevenção) . DD (Repressão)
cumprimento da obrigação e cessa DC (Repressão): visa reprovar os crimes, prevenir a
imediatamente com o cumprimento. sua nova prática e reinserir delinquente na sociedade.
Finalidade da sanção
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DELIMITAÇÃO DC versus OUTROS RAMOS DO DIREITO
Direito Criminal I 2014 - Elysa Vieira
Ilícito criminal
(Concepção bipartida de infracções criminais)
Ilícito criminal de justiça Ilícito criminal administrativo
Crime como o facto voluntário punível pela lei penal (art. 1 CP) Contravenção como facto voluntário que consiste na violação
com uma pena ou medida de segurança; das disposições preventivas da lei ou regulamento (art. 3 CP)
Função do Estado destinado a proteger bens jurídicos que se punível com pena ou medida de segurança;
prendem de maneira essencial com a vida do homem em Função do Estado destinada a prevenir danos na ordem social:
comunidade e com a livre expansão da sua personalidade moral. de polícia, financeira, fiscal, aduaneira, bancária, comercial. Tem
em vista valores de criação ou manutenção da ordem social,
sendo constituído por normas eticamente indiferentes.
Regula comportamentos com carga axiológica e valorativa do Regula comportamentos neutros do ponto de vista social. A
ponto de vista ético-social. A punição do agente pressupõe um punição do ilícito é independente da intenção maléfica (não
“um pré-juízo de censura”, um juízo ético. implica “um pré-juízo de censura”, um juízo ético).
A sanção visa reprovar os crimes, prevenir a sua nova prática e A sanção visa prevenir nova violação ou inobservância de
reinserir delinquente na sociedade. Consagra a protecção directa normas que visam a “protecção antecipada e indeterminada de
e imediata dos bens jurídicos fundamentais por meio da direitos fundamentais”. Consagra a protecção indirecta,
incriminação. longínqua e mediata. Critério contestável: os crimes de perigo
“não protegem directa e imediatamente um certo bem jurídico”,
antes “o protegem de uma maneira mais indirecta, ou mais
mediata”.
Nos crimes particulares [v.g., art. 359.º e art. 416.º, ambos do CP], o procedimento criminal só se instaura mediante
queixa e declaração do particular, na denúncia, de que deseja constituir-se assistente e só segue, com a acusação deste.
O particular pode, em qualquer altura, desistir do processo. Nos crimes semi-públicos [v.g., arts. 430.º, 431.º, §2.° CP,
redação da Lei n.° 8/2002, de 5 de Fevereiro, arts. 438.º, 450.°, §ún., 451.°, §2.°, 453.°, §2.°, art. 399.º, §ún e 393.° CP],
a actividade dos órgãos do Estado só se exerce após denúncia de certas pessoas mas, iniciada a marcha processual, o
processo segue sem necessidade de ulterior actividade do denunciante. Nos crimes públicos [v.g., art. 349.° CP, arts. 7 e
sgts Lei n.° 6/2004, de 17 de Junho], assim que o MP toma conhecimento, por qualquer forma, da prática de uma
infracção penal, a acção penal desencadeia-se sem necessidade de qualquer acto da iniciativa do particular, os quais não
podem impedir o desencadear e desenvolver da acção penal. Constituem a regra e determinam-se por exclusão de
partes.