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Resumo História

1. Estado Novo em Portugal


A 1ª República e os primeiros anos de ditadura foram caracterizados por dificuldades
económicas e instabilidade política o que criou as condições para o fortalecimento do
regime ditatorial. A partir de 1926, Portugal passou a ser governado por um regime de
ditadura. Em 1928, o presidente da República – Óscar Carmona – nomeou António de
Oliveira Salazar para ministro das Finanças.
Salazar aceitou o cargo com a condição de poder supervisionar os orçamentos de todos
os ministérios – pedido que lhe foi concedido. Assim, quando chegou ao poder, Salazar:
 Empreendeu uma política de austeridade, reorganizando as finanças do país
 Conseguiu equilibrar o orçamento e reduzir a dívida externa

O sucesso das suas medidas valeu-lhe o título de “Salvador da Pátria”, imagem que foi
cultivada pelo Estado através de cartazes de propaganda.

Em 1932, Salazar foi nomeado Chefe de Governo e, em 1933, aprovou a nova


Constituição.

2. A Constituição de 1933 e o Estado Novo


A Constituição de 1933 era democrática pois manteve o voto por sufrágio direto e a
separação de poderes entre o Presidente da República, a Assembleia Nacional, o
Governo e os Tribunais. Mas, a pouco e pouco, o poder de Salazar e do Governo foi
aumentando, enquanto diminuía os poderes do Presidente e da Assembleia.

Presidente Assembleia
Governo Tribunais
da República Nacional

funções
funções funções
executivas e funções judiciais
representativas legislativas
legislativas

eleito pelo voto


dos cidadãos - na as grandes decisões e a
maioria das leis eram leis mais importantes, julgavam e
década de 60 era
eleito pelo criadas e aprovadas pelo como demitir ou nomear o aplicavam a lei
Parlamento Governo - era eleito pelo Presidente, eram feitas e
Parlamento impostas pelo Governo

Esta Constituição limitou a ação dos cidadãos e restringiu direitos e liberdades


individuais como o direito à liberdade de expressão e à greve. Assim, iniciou-se um
período de ditadura salazarista que ficou conhecido como o Estado Novo.
Nota: Estado Novo: designação atribuída ao regime autoritário, corporativo e assente
em valores conservadores instaurado por Salazar, com a aprovação da Constituição de
1933. Este regime manteve-se até ao 25 de abril de 1974.

3. Princípios do Estado Novo


O Estado Novo era um governo autoritário, dirigista, nacionalista, colonial e corporativo
que tinha as seguintes características e princípios:
 Exaltação da História da pátria e seus heróis
 Manutenção das tradições culturais e artísticas de cada região do país e
valorização do estilo de vida português, identificado com o das populações
rurais, modestas, honestas, obedientes e trabalhadoras
 Adoção do Catolicismo como religião do Estado
 Estado forte, autoritário, dirigista e antiparlamentar, sendo que eram proibidos
os partidos políticos, havendo um só partido – União Nacional
 Culto ao chefe: Salazar era proclamado como um homem de exceção e quase
infalível, sendo quase venerado como um santo (culto da personalidade)
 Organização corporativa do trabalho – foram criadas associações profissionais
que juntavam patrões e funcionários – as corporações
 Nacionalismo, patriotismo e colonialismo, defendendo a manutenção do
Império Colonial

O colonialismo era uma das ideias centrais do Estado Novo. As colónias tinham uma
grande importância, quer política quer económica. O Estado português considerava as
colónias como parte integrante do território nacional e, mais tarde, passou a chamar-
lhes províncias ultramarinas de modo a atenuar as críticas de alguns países que
defendiam a descolonização.

Em 1930, foi publicado o Ato Colonial que justificava a presença dos Portugueses nas
colónias como uma tarefa civilizacional, de levar a língua, religião e cultura aos povos
não civilizados.

Em 1933, logo após a Constituição, foi publicado o Estatuto do Trabalho Nacional onde
constavam os princípios e aspetos corporativos do salazarismo.

4. O controlo da cultura
O Estado Novo criou e desenvolveu um sistema de propaganda e controlo da cultura
que garantia o apoio das populações às ideias do regime por se convencer que eram as
mais adequadas ou por ter medo de as contestar.
O Secretariado da Propaganda Nacional (SPN), criado em 1933, praticava uma “Política
de Espírito" que influenciava os diversos ramos da comunicação social e a população em
geral. Tinham cartazes coloridos e com mensagens simples e imediatas que serviam para
incutir os valores do regime.
O combate ao analfabetismo também permitiu o controlo ideológico pois os livros
escolares tinham mensagens implícitas de apoio ao regime.
Para defender o regime e combater as ideias comunistas, foram criadas em 1936, duas
organizações paramilitares:
 Mocidade Portuguesa: a que pertenciam todos os jovens dos 7 aos 14 anos e
que lhes incutiam as ideias nacionalistas e os valores do dever e da obediência
 Legião Portuguesa: defendia a ideologia salazarista e combatia as ideias do
comunismo e anarquia

Desde o primeiro ano da escola, os alunos aprendiam a ler, escrever e contar por livros
controlados pelo Estado, onde eram realçados os valores de Deus, Pátria e Família que
o regime defendia.
Mais ainda, o Estado Novo possuía um campo de concentração no Tarafal, em Cabo
Verde, para onde enviava os presos políticos.

5. O caracter repressivo do regime


Para controlar a oposição foram criadas instituições de caracter repressivo como:
 Policia politica: primeiro a PVDE – Policia de Vigilância e Defesa do Estado e mais
tarde PIDE – Policia Internacional de Defesa do Estado
 Censura

Estas organizações perseguiam, reprimiam e condenavam todos os que, de alguma


forma, punham em causa as ideias do regime.

6. A consolidação do poder de Estaline


Em 1922, Josef Estaline tornou-se secretário-geral do partido PCUS e chefe máximo e
absoluto da URSS. Em 1936, foi aprovada uma Constituição que se baseava na ideia da
ditadura do proletariado, ou seja, o Estado passava a ter poder ilimitado para agir em
nome desta classe, o proletariado, e construir uma sociedade socialista, rumo ao
comunismo.
A partir desta data, Estaline pôs em prática princípios que marcaram o seu governo
como a concentração de todo o poder no chefe a que se devia obediência, a eliminação
da oposição e a planificação e coletivização da economia (sistema económico em que
os meios de produção e a propriedade individual e privada passam para o Estado ou
para cooperativas, ou seja, passam a ser propriedade coletiva). Assim, Estaline usou os
seus poderes para impor uma ditadura de partido único que, apesar de defender o
comunismo, tinha métodos e princípios que a tornavam próxima dos regimes fascistas.

7. Controlo do Estado e da sociedade


Apesar de, na Constituição, estarem fixados os princípios do sufrágio universal,
liberdade de imprensa e direito de reunião, na realidade, o partido dirigia e controlava
todas as instituições do Estado e as organizações sociais. Este controlo era feito pela
polícia política: a Tcheka e mais tarde KGB- Comité de Segurança do Estado. Esta polícia,
juntamente com uma forte propaganda, desempenhou um papel importante na
construção e consolidação do regime totalitário de Estaline.
O principal instrumento foi o terror- Estaline ordenou a perseguição, prisão e morte de
milhares de pessoas da oposição, mas também do seu próprio partido e do Exército
Vermelho. Estas ações ficaram conhecidas como purgas. Milhões de pessoas foram
enviadas para a Sibéria para campos de trabalho, aos quais chamavam campos de
reabilitação – os gulags. As pessoas enviadas para esses locais eram mão-de-obra
escrava do Estado.

8. Política económica de Estaline


Estaline abandonou a NEP (Nova Política Económica) pois acreditava que esta era um
entrave para o socialismo e implantou um conjunto de medidas para instalar um sistema
que considerava socialista. Assim, levou a cabo a planificação da economia o que
implicou uma forte regulação do Estado através de planos de desenvolvimento
obrigatórios, com a duração de cinco anos, para todas as empresas – planos
quinquenais. Estes planos definiam a produção a alcançar e os meios para tal. Todos os
setores foram nacionalizados e avançou-se para a coletivização da economia. Todas as
propriedades e meios de produção passaram para a posse e controlo do Estado ou de
cooperativas – a indústria, o comércio, as explorações agrícolas, as atividades
financeiras e os serviços. Na agricultura, este processo desenvolveu-se pela criação dos
kolkhozes – cooperativas às quais os pequenos proprietários agrícolas foram obrigados
a associarem-se e dos sovkhozes – forma através da qual o Estado explorava
diretamente as grandes propriedades.

9. Princípios ideológicos do Estalinismo


Os princípios eram:
 A ditadura do proletariado
 Culto da personalidade do chefe
 Eliminação de toda a oposição feita pela polícia política e censura
 Propaganda oficial ao chefe e ao regime
 Terror praticado pelo Estado
 Coletivização e planificação de economia
10. Os custos do crescimento económico
A URSS, com a planificação da economia, transformou-se na segunda potência mundial.
Mas, este crescimento teve custos humanos e sociais. As grandes obras eram
asseguradas pelos prisioneiros dos campos de trabalho forçados (gulags) e a maior parte
da população vivia em más condições.

11. Noções
 Soviete: Concelho ou assembleia de delegados eleitos pelos trabalhadores,
pelos camponeses e pelos soldados com o objetivo de defender a revolução. Os
sovietes consolidaram-se a partir de 1918, tendo como órgão principal o Soviete
Supremo
 Bolchevique: em russo, significa “maioria”. Este termo passou a designar a
maioria que, depois de 1917, dominava o partido que dirigia o país
 Nacionalização: processo político e económico em que os bens de produção
passam para a posse do Estado

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