A filosofia hegeliana foi desenvolvida por Friedrich Hegel. Ele era um
filósofo alemão apaixonado pelas obras de Kant, Spinoza e Rousseau, bem como pela Revolução Francesa. Contudo, Hegel critica o Kant, pois este acabou desviando do foco primordial da filosofia que é busca pela verdade. O Sócrates há dois mil anos atrás dizia que era preciso amar buscar a verdade.
Na visão de Kant há uma separação entre sujeito e objeto. Desta forma,
o objeto seria a coisa em si, cabendo a filosofia estudar o quanto o sujeito pode conhecer o objeto. Já Hegel se opõe à filosofia kantiana, haja vista que para ele a constituição do objeto só é feita pelo que o sujeito descreve. Então, o conhecimento na filosofia hegeliana é fruto desse relacionamento contraditório entre o sujeito e objeto. Sendo assim, um dos princípios da dialética é o contraditório.
Ademais, Hegel também é conhecido por ter influenciado
significadamente os estudos de Karl Marx, e por ter sido um dos maiores expoentes do idealismo alemão. O Karl Marx inverte a lógica hegeliana em que a consciência dá sentido as coisas, pois para o Marx são as condições de trabalho, as condições materiais que definem a consciência humana.
A filosofia hegeliana foi incentivada pela busca da restauração da imagem
da Grécia Antiga com o escopo de buscar a liberdade. Essa liberdade representava uma vida plena ou o retorno à mocidade que foi desvairada pelo ocidente. Isso significava também um ideal de harmonia e identidade em diversas circunstâncias, sem disparidade. Todavia, Hegel acabou por abandonar esse ideal, tendo reconhecido a abastança, a particularidade do presente histórico e a fragilidade da liberdade antiga. Não obstante, o objetivo central que era a procura da liberdade ou da vida plena continuou norteando sua filosofia.
No entendimento de Hegel, todo saber estaria fora do ser, sendo a própria
consciência responsável pelo conhecimento. Hegel entende que para que não houvesse alienação, seria necessário empenho da consciência. Esse procedimento por qual a consciência consegue identificar o saber com o ser é referido por Hegel na Fenomenologia do Espírito. Nesta obra, Hegel busca entender como a consciência se forma através de alguns estágios que vão se aprofundando.
Consoante a filosofia hegeliana, uma das formas de buscar a verdade era
a observação da consciência humana, a qual era denominada de de Espírito. A Consciência seria aquilo que a gente vai adquirindo no cotidiano em contato com os objetos, com a natureza, com os símbolos, etc. Entrementes, Hegel afirma, ainda, que não basta a aquisição de experiência é necessário também refletir sobre elas para que possa aprofundar nos estágios na consciência e obter mais conhecimento. Na obra Fenomenologia do Espírito, Hegel busca entender como a consciência se forma e como esses estágios vão se aprofundando.
1ºestágio Consciência sensível, o conhecimento surge através das
experiências e interpretação.
2º estágio O indivíduo aprofunda um pouco os pensamento e percebe
que a consciência dele dá sentido a tudo ao redor. Desse modo, ao perceber que nada tem valor por si só, a pessoa pode entrar em melancolia.
3º Estágio Espírito absoluto – aquisição de uma consciência tão
profunda que o indivíduo utiliza o poder consciente que possui para ser uma força de mudança sobre o mundo . A realidade está em constante transformação de difícil percepção e seria, portanto, um atributo do espírito absoluto.
Esse espírito absoluto possui 3 manifestações:
a) O ser em si – Enquanto espírito propriamente dito.(ideia)
b) O ser do outro – Trajetória que se produz a partir da Negação de si mesmo para que haja a criação de outro espírito, ou seja, reflete a sua negação. (Natureza) c) Retorno a si – Reconciliação do espírito por si mesmo. (Espírito) Para Hegel não haveria movimento histórico se não fosse negativo, é ela responsável por um avanço no patamar da histórica, acontecendo em outros aspectos, no avanço da ciência, da arte, etc. Portanto, o trabalho do negativo, confere a negação e negativo um papel muito relevante na concepção da realidade.
A dialética é concebida em Hegel como um movimento de
engendramento da realidade através do negativo ou da negação. As oposições que acabam encontrando uma conciliação ao final desse percurso no absoluto. A finalidade desse movimento dialético consiste na reconciliação final das oposições que são constitutivas da realidade.