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VITICULTURA
1. Adubação e Manejo do Solo para a Cultura da Videira
George Wellington de Melo
A videira é uma cultura que se adapta bem em vários tipos de solos, sendo
que seu desempenho produtivo é melhor naqueles com boa capacidade de
suprimento de nutrientes.
No Brasil, a videira é cultivada em uma grande diversidade de solos, mas
encontram-se cultivos em solos altamente intemperizados, bem como em solos
jovens com alta capacidade de suprimento de nutrientes. No entanto, a grande
maioria dos cultivos é feita em solos que apresentam alguma limitação nutricional,
sendo fósforo e boro, respectivamente, macro e micronutriente mais limitantes,
tornando-se necessário correções para que as plantas tenham condições de
expressarem seu máximo potencial produtivo.
Apesar dos dois nutrientes acima citados serem os mais importantes, a
prática de fertilização do solo é comum entre os produtores, porém os indicadores
da necessidade de adubação ainda não estão bem definidos, tornando a
recomendação de adubação uma atividade empírica. A falta desses indicadores gera
uma grande insegurança nos produtores, os quais ficam a mercê das
recomendações feitas pelas empresas revendedoras de fertilizantes, cujos critérios
utilizados, muitas vezes, são de cunho comercial e não técnico. Como resultado
dessa situação, tem-se observado o aumento da concentração de nutrientes nos
solos, principalmente fósforo e potássio, e ocorrência de desequilíbrios nutricionais
nas plantas.
Neste módulo será enfatizado o manejo nutricional de plantas e a importância
dos solos e sua fertilização para o bom desempenho da atividade vitícola.
Potássio
É um nutriente que atua em funções que dizem respeito às relações
osmóticas, dinâmica dos estômatos e ativador enzimático. O potássio é uma
elemento que não forma compostos orgânicos no interior das plantas, predominando
na forma iônica K.
O critério utilizado com indicador da disponibilidade de potássio nos solos é o
K-trocável, isto é, o potássio encontrado adsorvido nas cargas do solo formando
compostos de esfera externa. Na grande maioria dos solos brasileiros o
concentração de K é considerada baixa, no entanto, os solos da região da Serra
Gaúcha apresentam teores de médio a elevado e mesmo assim os teores nos solos
cultivados vêm aumentado com o cultivo da videira (Tabela 2).
Tabela 2. Características químicas das amostras de solos do RS analisadas
pelo Laboratório de Análise de Solos e Tecidos da Embrapa Uva e Vinho, antes
e após ser cultivado com videira.
Por ser um elemento bastante móvel no interior das plantas, os sintomas de
deficiência de potássio ocorrem em folhas mais velhas. Nas variedades brancas os
sintomas iniciais se caracterizam por amarelecimento nas proximidades das bordas
foliares, com o agravamento da deficiência as bordas ficam necrosadas. Nas
variedades tintas, as folhas tornam-se avermelhadas e também mostram o
necrosamento das bordas.
A concentração normal de potássio nas folhas da videira varia de 1,50 a 2,50
%, sendo que a planta absorve cerca de 6 kg de K 2O para produzir 1000 kg de
frutos. Apesar dos solos brasileiros serem naturalmente deficientes em potássio,
como no fósforo, também não tem sido observado sintomas de deficiência em
plantas. O uso indiscriminado de fertilizantes potássicos aumenta a concentração
desse elemento no mosto, isso pode acarretar problemas enológicos.
Nitrogênio
Cerca de 1 a 2 % da matéria seca de videira é constituída de compostos
nitrogenados. O N participa como componente primário de aminoácidos, proteínas,
clorofila e citocininas, tendo como função estrutural e metabólica.
O teor de matéria orgânica é o indicador de disponibilidade de N no solo mais
utilizado, mas este não tem sido muito eficaz na predição do comportamento das
plantas, o que tem causado sérios problemas na viticultura, pois tanto o excesso
quanto a deficiência de nitrogênio afeta a produtividade e a qualidade dos frutos. Na
Tabela 2 observa-se que o cultivo da videira tem diminuído o teor de matéria
orgânica do solo, sendo que uma das prováveis causas dessa diminuição é o uso
inadequado de nitrogênio.
Os sintomas de deficiência de nitrogênio se caracterizam pela redução no
vigor das plantas e pela clorose (amarelecimento) no limbo das folhas maduras e
velhas. Em algumas variedades tintas as folhas e, principalmente, os pecíolos
podem apresentar coloração avermelhada.
A concentração normal de N nas folhas da videira varia de 1,60 a 2,40 %,
sendo que a planta absorve cerca de 2 kg de N para produzir 1000 kg de frutos.
Apesar dos solos brasileiros serem naturalmente deficientes em nitrogênio,
freqüentemente observa-se tanto a falta quanto o excesso de N nos parreirais. Isto
indica que os produtores ainda não têm consenso no uso de nitrogênio,
principalmente porque há uma relação inversa entre excesso de vigor das plantas e
produtividade e/ou qualidade dos frutos, o que leva os produtores a temer uma
aplicação excessiva de fertilizantes nitrogenados.
Cálcio
O cálcio é responsável pela estabilidade estrutural e fisiológica dos tecidos
das plantas, juntamente com outras substâncias, ele regula os processos de
permeabilidade das células e tecidos; também tem função de ativador enzimático. O
cálcio forma fitatos e pectatos, que o torna importante na manutenção da integridade
da parece celular.
O indicador da disponibilidade de cálcio nos solos é o Ca-trocável, extraído
com KCl 1 M. Apesar dos teores de Ca 2+ da grande maioria dos solos brasileiros
serem considerados baixos, ele não tem sido problema para a videira, pois a
calagem utilizada para aumentar o pH do solo aumenta o teor de Ca-trocável. Para
os solos do RS, teores maiores que 4 cmol c/l são considerados altos, sendo que na
Serra Gaúcha a maioria dos solos possuem naturalmente altos teores e, mesmo
assim, a exploração da videira tem aumentado a concentração de cálcio no solo
(Tabela 2).
O cálcio é um elemento pouco móvel na planta, por isso os sintomas de
deficiência aparecem nas folhas jovens. Essas folhas normalmente são menores do
que as normais, com a superfície entre as nervuras cloróticas, com pintas necróticas
e tendência a se encurvarem para baixo. Os teores de cálcio considerados normais
para a videira varia de 1,6 a 2,4 % , sendo que as plantas retiram cerca de 6 kg de
CaO para produzir 1000 kg de frutos.
Magnésio
O Mg participa na ativação de várias enzimas e na estabilidade de
ribossomas; ele também é um componente do pigmento de clorofila. Mais de 300
enzimas são influenciadas pelo magnésio.
O indicador da disponibilidade de magnésio nos solos é o Mg-trocável,
extraído com KCl 1 M. Apesar dos teores de Mg 2+ da grande maioria dos solos
brasileiros serem baixos, ele não tem sido problema sério para a videira, pois, como
para o cálcio, a utilização de calcário dolomítico para aumentar o pH do solo também
aumenta o teor de Mg. Para os solos do RS, teores maiores que 1,0 cmol c/l são
considerados altos, sendo que na Serra Gaúcha a maioria dos solos possuem
naturalmente altos teores e, mesmo assim, a exploração da videira tem aumentado
a concentração de cálcio no solo (Tabela 2).
O magnésio é um elemento móvel na planta, por isso os sintomas de
deficiência aparecem nas folhas maduras. Essas folhas apresentam a superfície
entre as nervuras cloróticas, que com o agravamento da deficiência vão ficando
amareladas, no entanto as nervuras permanecem verdes. Tem-se observado um
distúrbio fisiológico chamado dessecamento da ráquis, sendo sua ocorrência mais
freqüente em anos em que o período de maturação dos frutos é bastante chuvoso e
o solo apresenta-se com alto teor de potássio e baixo de magnésio. Os teores de
magnésio considerados normais para a videira varia de 0,25 a 0,50 % , sendo que
as plantas retiram cerca de 1 kg de MgO para produzir 1000 kg de frutos.
Boro
O boro atua no transporte de carboidratos no interior das plantas. Além disso
existem evidências de que ele faz parte dos mecanismos hormonais que são
responsáveis pelo crescimento das plantas.
O indicador da disponibilidade de boro nos solos é o B extraído com água
quente. A grande maioria dos solos do Brasil, cultivados com videira, possuem baixo
teor de boro. No RS, freqüentemente tem-se observado sintomas de deficiência de
B, sendo que os problemas normalmente aparecem em solos cujo teor é menor do
que 0,6 mg dm-3. Para os solos do RS considera-se 1,0 mg dm -3 como o nível
satisfatório de boro.
A mobilidade do boro nas plantas ainda é muito discutida, principalmente
porque os sintomas de deficiência aparecem nas folhas e ramos novos. A
característica principal é a redução no tamanho das folhas e encurtamento dos
estrenós. Os teores de boro considerados normais para a videira varia de 15 a 22
mg dm-3, sendo que as plantas retiram cerca de 10 g de B para produzir 1000 kg de
frutos.
Tabela 2. Características químicas das amostras de solos do RS analisadas pelo Laboratório de Análise de
Solos e Tecidos da Embrapa Uva e Vinho, antes e após ser cultivado com videira.
Características Antes Depois
Cálcio (Ca ) cmolc dm-3
2+
1,7 a 12,0 11,0 a 18,0
Magnésio (Mg2+) cmolc dm-3 1,1 a 4,0 6,0 a 8,0
Potássio (K+) cmolc dm-3 0,21 a 0,23 0,31 a 0,39
Fósforo (P) mg dm-3 3,0 a 7,0 32,0 a 76,0
Cobre (Cu2+) mg dm-3 0,3 a 0,8 70,0 a 140,0
Zinco (Zn2+) mg dm-3 1,0 a 2,0 14,0 a 30,0
Matéria orgânica g kg-1 2,0 a 6,0 2,0 a 4,0
pH 1,9 a 5,5 5,9 a 6,8
Tabela 8. Doses de fertilizante fosfatado a ser utilizado na adubação de manutenção conforme análise de
tecido
Dose de
Teores de P nas Folhas Completas / Pecíolos - Classes de
P2O5
Interpretação
(Kg/Ha)
Deficiente / Abaixo do normal 40-80
Normal 0-40
Acima do normal/Excesso 0
Tabela 9. Doses de fertilizante nitrogenado a ser utilizado na adubação de manutenção conforme análise de
tecido
Produção Dose de
Teores de N nas Folhas Completas / Pecíolos - Classes de
Esperada N
Interpretação
(t ha-1) (kg ha-1)
< 15 10 - 20
Deficiente/Abaixo do normal 15-25 20 - 40
> 25 40 - 50
< 15 0 - 15
Normal 15-25 15 - 25
> 25 25 - 50
< 15 0
Acima do normal/Excesso 15-25 0
> 25 0
Tabela 10. Doses de fertilizante potássico a ser utilizado na adubação de manutenção conforme análise de
tecido
Produção Dose de
Teores de K nas Folhas Completas / Pecíolos - Classes
Esperada K2O
de Interpretação
(t ha-1) (kg ha-1)
< 15 60 - 80
Deficiente/Abaixo do normal 15 - 25 80 - 120
<25 120 - 140
<15 0 - 20
Normal 15 - 25 20 - 40
>25 40 - 60
<15 0
Acimado normal/Excesso 15 - 25 0
>25 0
Tabela 11. Época de aplicação de fertilizantes na videira (% da dose recomendada) destinada a produção de
vinho
Fósforo
Nitrogênio Potássio (K2O)
Época (P2O5)
------------------------------------- % ------------------------------------------
10 dias antes da
- 75 60
poda
10 dias após a
50 25 40
poda
30 dias após a
25 - -
poda
45 dias após a
25 - -
poda
Tabela 12. Época de aplicação de fertilizantes na videira (% da dose recomendada) destinada a produção de
suco.
Fósforo
Nitrogênio Potássio (K2O)
Época (P2O5)
------------------------------------- % ------------------------------------------
10 dias antes da
- 75 40
poda
10 dias após a
50 25 30
poda
30 dias após a
25 - -
poda
45 dias após a
25 - -
poda
80 dias após a
- - 30
poda
Tabela 13. Adubação de manutenção baseada na concentração de boro em pecíolos e folhas completas de
videira.
Quantidade de B a aplicar
Material Faixa de Interpretação
(Kg ha-1)
Pecíolos Insuficiente 9,7
Abaixo do normal 7,8
Normal 0
Acima do normal 0
Excessivo 0
Abaixo do normal 9,7
Folhas inteiras Normal 0
Acima do normal 0
Tabela 1. Recomendações para o controle químico das principais doenças fúngicas da videira.
Princípio Interva
Perío Class
ativo Dose lo
do de e
Doe Patóge concentra (i.a.) entre
Estádio fenológico carên toxic
nça no ção(%) e (g/100 l) aplicaç
cia ológi
modo de (c) ões
(dias) ca (d)
ação(a) (dias)
captan 50
125,0 7 a 10 1 III
(C)
folpet 50
65,0 7 a 10 1 IV
(C)
ditianon 75
93,75 7 a 10 21 II
(C)
ziram 90
Iniciar tratamento no estádio 07, 150,0 7 a 10 15 III
antra Elsinoe (C)
repetir quando tiver condições
cnos ampelin clorotalonil
de umidade e temperatura 200,0 7 a 10 7 II
e a 75 (C)
favoráveis
difeconazo
2-3 12 a 14 21 I
le (S)
imibencon
15,0 7 a 15 7 II
azole (S)
tiofanato
metílico 50 50,0 10 a 12 14 III
(S)
esco Phomo Fazer duas aplicações (estádiosmancozeb
280,0 7 a 10 21 III
riose psis 07 e 09) 80 (C)
viticola enxofre 80 480,0 7 a 10 7 IV
(C)
ditianon 75
93,75 7 a 10 21 II
(C)
benomil 50
50,0 10 a 12 14 III
man (S)
Isariops
cha mancozeb
is Iniciar os tratamentos nos 240,0 7 a 10 21 III
das 80 (C)
clavispo primeiros sintomas
folha tiofanato
ra
s metílico 50 50,0 10 a 12 14 III
(S)
míldi Plasmo Até o final da floração: iniciar os ditianon 75
93,75 7 a 10 21 II
o para tratamentos no aparecimento (C)
viticola dos primeiros sintomas; repetir mancozeb
quando houver condições 240,0 7 a 10 21 III
80 (C)
favoráveis (umidade e folpet 50
temperatura) 65,0 7 a 10 1 IV
(C)
metalaxil 8
(S) +
216,0 12 a 15 21 II
mancozeb
64 (C)
cymoxanil
(P) +
31,5 7 7 III
famoxado
ne (S)
cymoxanil
8 (P) +
180,0 7 a 10 7 III
maneb 64
(C)
iprovalicar 135,0 10 10 III
b (S) +
propineb
(C)
banlaxil
(S) +
146,0 7 a 10 21 III
mancozeb
(C)
azoxystrob
12,0 7 a 10 7 IV
in 50 (S)
fosetyl-Al
200,0 12 a 15 15 IV
80 (S)
captan (C) 120,0 7 a 10 1 III
cobre
Plasmo Após a floração até a colheita metálico 250,0 7 a 10 7 -
mildi
ra 25 (C)
o
viticola metálico 250,0 a
Pós-colheita cobre - - -
25 (C) 300,0
enxofre 80 240,0 a
Três aplicações: estádio 09 7 a 10 7 IV
(C) 320,0
Uncinol
fenarimol
oídio a estádio 23 2,4 10 15 II
12 (S)
nacator
triadimenol 15,5 a
estádio 27 10 30 III
25 (S) 18,7
pyrimetha
60,0 - 21 III
nil (S)
iprodione
75,0 - 14 IV
podri Botrytis, 50 (C)
dões Glomer benomil 50
50,0 - 14 III
do ella e Tratamentos estádios 23 (S)
cach Melanc tiofanato
o onium metílico 50 50,0 - 14 III
(S)
procymido
75,0 - 7 III
ne (S)
calda
sulfocálcic
Tratamento de inverno (b) a - - - -
concentraç
ão 4º Bé
calda
bordaleza
200 - - -
(pulverizaç
ão)
2 kg de
pasta cobre, 2
podri Botryos
bordaleza kg de cal
dão phaeria - - -
Tratamento após a poda de (pincelame em 10
desc Botryod
inverno nto) litros de
ende iplodia
água
nte Eutypa
benomil +
tinta
10 g em 1
plástica
litro de - - -
latex
tinta latex
(pincelame
nto)
(a)Modo de ação dos fungicidas: C= contato, S=sistêmico,P= Profundidade.
(b)Tratamento de inverno para o controle de fungos e insetos.
(c)Doses máximas registradas no Ministério da Agricultura; i.a= ingrediente ativo.
(d)I= mais tóxico, IV= menos tóxico.
Tabela 2. Fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária para o controle das doenças fúngicas da videira (Fonte: Agrofit 2002)
Dosage Podridã Podrid Podri
Ti Antr Esc Manc Oi
Classe m g ou Míl o da ão dão
Ingrediente ativo Produto Comercial Formulação p acn orio ha da di
Toxic. ml / 100 dio uva Botriti amar
o ose se folha o
l madura s ga
azoxystrobin Amistar GrDa IV 24 S X - - - - - - X
200 a
benalaxyl + mancozeb Galben-M PM III S X - - - - - - -
250
benomyl Benlate PM III 60 S - - - - - - X -
captan Captan 500 PM PM III 240 C X - - - - - - -
captan Captan SC SC III 400 C X - - X - - - -
captan Orthocide 500 PM III 240 C X - - - - X - -
carbendazim Derosal 500 SC SC III 100 S - X - - - - - -
chlorothalonil Bravonil 500 SC I 400 C X X - X - X - -
chlorothalonil Bravonil 750 PM PM II 200 C X X - - - - - -
chlorothalonil Bravonil Ultrex GrDa I 150 C X - - - - - - -
chlorothalonil Isatalonil PM II 200 C X X - X - X - -
chlorothalonil Daconil BR PM II 200 C X X - X - X - -
chlorothalonil Daconil 500 SC I 300 C - X - - - - - -
chlorothalonil Dacostar 500 SC I 400 C X X - X - X - -
chlorothalonil Vanox 500 SC SC I 400 C X X - X - X - -
chlorothalonil Vanox 750 PM PM II 250 C X X - X - X - -
chlorothalonil Dacostar 750 PM I 200 C - X - X - X - -
C
chlorothalonil + tiofanato metil Cerconil PM PM II 200 + X X - X X X - -
S
C
chlorothalonil + tiofanato metil Cerconil SC SC III 200 + X X - X X X - -
S
cymoxanil + famoxadone Equation GrDa III 60 S X - - - - - - -
cymoxanil + mancozeb Curzate BR PM III 250 P X - - - - - - -
cymoxanil + maneb Curzate - M + Zinco PM III 250 P X - - - - - - -
S
cyproconazole Alto 100 SC III 20 + - - - - - - X -
C
difenoconazole Score CE I 8 a 12 S - - - - X - X -
dithianon Delan PM II 125 C X X - - - - - -
200 a
enxofre Cover DF WG IV C - - - - - - X -
400
enxofre Kolossus PM IV 400 C - - - - - - X -
200 a
enxofre Kumulus DF WG IV C - - - - - - X -
400
200 a
enxofre Kumulus DF-AG WG IV C - - - - - - X X
400
enxofre Microsol SC IV 150 C - - - - - - X X
enxofre Sulficamp PM IV 500 C - - - - - - X -
fenarimol Rubigan 120 CE II 15 a 20 S - - - - - - X X
135 a
folpet Folpan Agricur 500 PM PM IV C X X - X X X X -
180
fosetyl-Al Aliette PM IV 250 S X - - - - - - -
150 a
hidróxido de cobre Contact PM IV C X - - - X - - -
200
hidróxido de cobre Garant PM IV 200 C X X - - X - - X
hidróxido de cobre Garant BR PM III 200 C X X - - - - - X
hidróxido de cobre Kocide WDG GrDa III 180 C X - - - - - - X
imibenconazole Manage 150 PM III 100 S - X - - - - - -
iprodione Rovral PM IV 200 C - - - - - X - X
150 a
iprodione Rovral SC IV C - - - - - X - X
200
S
200 a
iprovalicarb + propineb Positron Duo PM III + X - - - - - - -
250
C
250 a
mancozeb Dithane PM PM III C X X X - - X - -
350
mancozeb Mancozeb 800 PM PM II 350 C X - - - - - - -
mancozeb Manzate 800 PM III 250 C X X X - - - - -
mancozeb Manzate GrDa GrDa III 250 C X X - - - - - -
mancozeb Persist SC SC III 630 C X - - X X - - -
mancozeb + metalaxyl-M Ridomil Gold MZ PM III 300 S X - - - - - - -
mancozeb + oxicloreto de cobre Cuprozeb PM III 350 C X - - X X - - -
140 a
mancozeb + zoxamide Stimo PM PM III C X - - - - - - -
180
C
mancozeb + tiofanato metil Dithiobin 780 PM PM III 250 + - X - - - X X -
S
maneb Maneb 800 PM III 350 C X - - X X - - -
metconazole Caramba 90 SC III 50 a 100 S - - - - X - - -
myclobutanil Systhane PM III 20 S - - - - - - X -
300 a
oxicloreto de cobre Agrinose PM IV C X X - X X - - -
350
oxicloreto de cobre Cupravit Azul BR PM IV 300 C X - - - - - - -
oxicloreto de cobre Fungitol Azul PM IV 275 C X X - X - - - -
oxicloreto de cobre Fungitol verde PM IV 220 C X X - X - - - -
oxicloreto de cobre Hokko Cupra 500 PM IV 500 C X X - - X - - X
oxicloreto de cobre Propose PM IV 300 C X X - - X - - -
oxicloreto de cobre Ramexane 850 PM PM IV 250 C X - - X X - - -
oxicloreto de cobre Reconil PM IV 300 C X - - - X - - -
150 a
procymidone Sialex 500 PM III S - - - - - X - -
200
propineb Antracol 700 PM PM II 300 C X - - - - - - -
pyraclostrobin Comet CE II 40 S X - - - - - X -
pyrazophos Afugan CE II 60 S - - - - - - X -
pyrimethanil Mythos SC III 200 S - - - - - X - -
tebuconazole Elite CE III 100 S - - - X - - X -
tebuconazole Folicur 200 CE CE III 100 S - - - X - - X -
tebuconazole Folicur PM PM III 100 S - - - X X - X -
tebuconazole Constant CE III 100 S - - - X - - X -
tebuconazole Triade CE III 100 S - - - X - - X -
tetraconazole Domark 100 CE II 50 a 75 S - - - - - - X -
tiofanato metil Metiltiofan PM IV 100 S X X - X X X X -
tiofanato metil Cercobin 700 PM PM IV 70 S - X - X X X X -
tiofanato metil Tiofanato 500 SC SC IV 100 S - X - X X X X -
triadimenol Shavit Agricur 250 CE CE I 50 a 100 S X - - - - - - -
triflumizole Trifmine PM III 40 a 80 S - - - - - - X -
PM - pó molhável; CE - concentrado emulsionável; SC - suspensão concentrada; GrDa ou WG - grânulos dispersíveis em água; S -
sistêmico; C - contato; P - profundidade
3 Sistemas de condução da videira
Marco Antônio Fonseca Conceição
3.1 Irrigação da Videira
A cultura da videira (Vitis spp.) tem crescido de forma acentuada em regiões
tropicais e subtropicais. Em grande parte dessas regiões há um déficit hídrico
pronunciado durante determinado período do ano, o que implica na utilização da
irrigação para suprir as necessidades hídricas da cultura.
A maior parte das áreas irrigadas com videiras no Brasil localiza-se em regiões de
topografia elevada e em solos de texturas média e arenosa. Os sistemas de
irrigação por superfície só são recomendados para solos com baixa permeabilidade
e, normalmente, em locais onde a captação e distribuição de água possam ser feitas
empregando-se a força da gravidade. Por essas razões, a irrigação da videira no
Brasil é realizada, principalmente, empregando-se sistemas pressurizados como a
aspersão, a microaspersão e o gotejamento. Esses serão, assim, os sistemas
considerados na presente análise.
Sistemas de Irrigação
Eficiência da Aplicação
Manejo da Irrigação
Sistemas de Irrigação
Aspersão
Os sistemas de aspersão podem ser fixos ou portáteis. Os sistemas fixos são
mais caros mas demandam menos mão-de-obra. Os sistemas portáteis são mais
baratos, mas requerem trabalho para a mudança das linhas, o que é dificultada
pelos caules das plantas, principalmente em parreiras mais adensadas.
Os sistemas fixos subcopas empregam mais tubos e aspersores, do que os que
fazem a aplicação acima da copa (sobrecopa) pois os raios de alcance dos mesmos
são menores. Há, também, a interferência dos troncos nos jatos de água, o que
prejudica a uniformidade de distribuição. Por outro lado, os sistemas sobrecopas
molham as folhas, o que aumentam as chances de doenças fúngicas. Além disso
apresentam maiores perdas de água durante a aplicação devido à evaporação e ao
arraste pelo vento (que também prejudica a uniformidade de aplicação).
Os sistemas de aspersão fixos trabalham, normalmente, com altas vazões, podendo
comprometer temporariamente o abastecimento de água em propriedades vizinhas,
se a captação for realizada diretamente nos córregos. Esses sistemas não
apresentam problemas de entupimento de emissores e a necessidade de
manutenção é normalmente pequena, quando comparados aos sistemas
localizados.
Deve-se, também, verificar se a taxa de aplicação é menor do que a velocidade de
infiltração da água no solo. Caso isso não ocorra, parte da água aplicada poderá
ficar empoçada ou, em alguns casos, escorrer superficialmente.
Microaspersão
Os sistemas de microaspersão necessitam de equipamentos de filtragem,
aumentando o custo inicial e demandando maior manutenção em relação à
aspersão. Além de problemas com entupimento que possam surgir, costumam
ocorrer problemas relacionados a insetos e aranhas, prejudicando a aplicação de
água. Por isso há, muitas vezes, necessidade de mão-de-obra para desenroscar e
desentupir micros sempre que se liga o sistema. Deve-se, pois, optar sempre que
possível, por emissores com dispositivos anti-insetos, onde os rotores são recolhidos
após a irrigação.
A irrigação é feita, normalmente, de forma localizada, isto é, os emissores são
posicionados a cada dois pés, não havendo problemas de interferência dos troncos.
Os microaspersores de maiores vazões apresentam menos problemas de
entupimento e tempos de irrigação menores, apresentando, contudo, maior custo
por exigirem tubulações de maior diâmetro e motobombas de maior potência.
Equipamentos de baixa qualidade apresentam problemas com o decorrer do tempo.
Tubulações com pressão nominal menor que a requerida tendem a rachar e rotores
de plástico de qualidade inferior se desgastam. Sempre que possível as tubulações
devem ficar suspensas, evitando cortes por enxadas ou animais.
Gotejamento
Os problemas de entupimento são maiores em relação à microaspersão,
exigindo maior investimento em equipamentos de filtragem e manutenção mais
freqüente. Deve-se fazer análise da água, pois a presença de substâncias como
ferro, mesmo em teores muito baixos, podem comprometer a irrigação.
O volume de solo umedecido é menor, havendo a necessidade de maior freqüência
de irrigação. Se ocorrer uma interrupção no fornecimento de água (problemas no
conjunto motobomba, por exemplo) a planta poderá ter o seu desempenho
comprometido, pois rapidamente esgotará a umidade do volume de solo em que
estão as raízes.
O sistema de adubação deve ser alterado, empregando-se a fertirrigação. Se
o adubo (ou matéria orgânica) for aplicado em uma região do solo que não estiver
umedecida ele não ficará disponível para a planta.
Sempre que possível as tubulações devem ficar suspensas (30 cm do solo),
evitando-se cortes por enxadas ou animais. Nesses casos, deve-se precaver contra
o escorrimento da água pela tubulação, o que pode fazer com que a área sob o
gotejador não seja umedecida.
O tempo de irrigação nos sistemas de irrigação por gotejamento são
geralmente longos, pois a vazão dos mesmos é baixa. Entretanto, esses sistemas
permitem que outras práticas culturais sejam efetuadas durante a irrigação.
Eficiência da Aplicação
A eficiência de aplicação de água pode ser definida como a relação entre o
volume de água que fica disponível para a planta na região das raízes e o volume de
água aplicado pelo sistema de irrigação. Sendo assim, se toda a água aplicada for
aproveitada pela planta, a eficiência de aplicação será igual a 1,0 ou 100%. Esse
valor, entretanto, dificilmente poderá ser alcançada em condições de campo devido
às perdas que ocorrem durante e após a irrigação. Vários são os fatores que afetam
a eficiência de aplicação dos sistemas de irrigação, entre eles:
Uniformidade de aplicação
A uniformidade de aplicação é uma conseqüência direta do projeto de
irrigação. Se um projeto for bem dimensionado, as vazões dos emissores não
poderão apresentar diferenças muito grandes dentro de uma mesma parcela.
Em sistemas onde se deseje a sobreposição das áreas molhadas, como é o caso da
aspersão, além da uniformidade das vazões há que se considerar, também, a
uniformidade de distribuição de água nessas áreas. Se essa distribuição não
apresentar baixa uniformidade os volumes aplicados em alguns pontos serão muito
superiores à média, provocando perdas por drenagem profunda; ou, em outros
locais, ficarão muito abaixo da média, podendo causar déficit hídrico para a cultura.
Perdas de água durante a aplicação
As perdas que ocorrem durante a aplicação de água referem-se,
principalmente, às perdas por evaporação e deriva pelo vento. Essas perdas não
afetam os sistemas de gotejamento mas tão somente os sistemas de aspersão e
microaspersão.
As perdas por evaporação e deriva (PED) são influenciadas pelas condições
operacionais dos emissores e pelas variáveis meteorológicas locais. Quanto maior a
pressão de serviço maior será o grau de pulverização das gotas emitidas e,
consequentemente, maior será a suscetibilidade ao arraste pelo vento.
Inversamente, quanto menor o bocal do emissor, menores serão as gotas,
aumentando a possibilidade de arraste e evaporação durante o percurso entre o
emissor e o solo.
O efeito do vento aumenta com a elevação do emissor em relação ao solo, o
que também aumenta o tempo relativo à trajetória das gotas, tornando-as mais
suscetíveis à evaporação. Quanto maior a demanda hídrica da atmosfera maiores
serão as perdas durante a aplicação. A demanda hídrica aumenta com o aumento da
radiação solar, da temperatura do ar, da velocidade do vento e com a redução da
umidade relativa do ar.
Essas perdas podem ser minimizadas durante a irrigação regulando-se os
emissores para operarem dentro da faixa de pressão recomendada pelo fabricante;
utilizando-se equipamentos apropriados para condições de vento, com bocais
maiores e menor ângulo de inclinação; e efetuando-se a aplicação de água durante
os períodos de menor incidência de ventos e menor demanda atmosférica.
Além das perdas por deriva, a incidência de ventos altera a distribuição de
água por aspersores e microaspersores, podendo afetar a eficiência de aplicação.
Um exemplo o que ocorre em algumas regiões com a cultura da banana, onde
quatro plantas são irrigadas por um só microaspersor. Nesse caso, a incidência de
ventos pode alterar a distribuição espacial de água, fazendo com que certas plantas
recebam um volume excessivo de água, enquanto outras apresentem um déficit ou,
em casos extremos, uma ausência total de água durante a irrigação,
comprometendo o desempenho da cultura.
Perdas de água por escoamento superficial
Essas perdas ocorrem, mais freqüentemente, em sistemas de aspersão mal
dimensionados, onde os emissores apresentam taxas de precipitação muito
elevadas. Nos sistemas de microaspersão e, até nos sistemas de gotejamento, pode
ser registrado escoamentosuperficial, sempre que a intensidade de aplicação for
superior à velocidade de infiltração do solo.
Um sistema de irrigação deve, assim, ser planejado levando-se em
consideração práticas conservacionistas e a utilização de emissores que
apresentem intensidades de aplicação que sejam iguais ou inferiores à capacidade
de infiltração do solo. Com isso pode-se evitar completamente as perdas por
escoamento superficial.
Perdas por percolação profunda
As perdas por percolação profunda ocorrem, com mais freqüência, em solos
de texturas média a arenosa, com baixa capacidade de retenção de água e alta
permeabilidade. Nesses solos deve-se buscar realizar um manejo da água onde a
turno de rega seja menor, evitando-se a aplicação de grandes volumes em intervalos
muito grandes.
Essas perdas podem ser minimizadas se houver um controle da água no solo
através de tensiômetros ou outros equipamentos que possam determinar a umidade,
não só na região radicular da cultura, bem como nas camadas mais profundas do
solo.
Deve-se ressaltar, também, que a aplicação excessiva de água provoca perdas de
nutrientes por lixiviação, principalmente daqueles que apresentam maior mobilidade
no solo, como o nitrogênio e o potássio.
Referências Bibliográficas
ALLEN R.G.; PEREIRA, L.; RAES, D.; SMITH, M. Crop evapotranspiration:
guidelines for computing crop water requirements. Rome: FAO, 1998. (FAO:
Irrigation and Drainage Paper, 56).
CONCEIÇÃO, M.A.F. Irrigação. In: MAIA, J.D.G.; KUHN, G.B. (Eds.) Cultivo da
Niágara Rosada em áreas tropicais do Brasil. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e
Vinho, 2001. p.60-63.
YANUSA, I. A. M.; WALKER, R. R.; BLACKMORE, D. H. Characterization of water
use by Sultana grapevines (Vitis vinifera L.) on their own roots or on Ramsey
rootstock drip-irrigated with water of different salinities. Irrigation Science, v.17,
p.77-86. 1997.
4 Manejo de Pragas na Cultura da Videira
Marcos Botton
Enio Schuck
Saulo de Jesus Soria
Eduardo Rodrigues Hickel
Descrição e Bioecologia
A pérola-da-terra, Eurhizococcus brasiliensis (Hempel, 1922) (Hemiptera:
Margarodidae), é uma cochonilha subterrânea que ataca raízes de plantas
cultivadas e silvestres (Fig. 2). A espécie foi identificada inicialmente como
Margarodes brasiliensis Hempel, 1922, sendo posteriormente transferida por
Silvestri (1936), para o gênero Eurhizococcus.
Fig. 3.
Ciclo
biológico
da pérola-
da-terra
em
plantas de
videira.
Adaptado
de Hickel
(1996).
Fig. 4. Cisto com ovos da pérola-da-terra (Foto: E. Hickel)
Sintomas e danos
A sucção da seiva efetuada pelo inseto nas raízes provoca definhamento progressivo da videira, com
redução da produção e conseqüente morte das plantas. Acredita-se que o definhamento das plantas é resultado da
injeção de toxinas pela cochonilha que é de origem neotropical, frente plantas de videira de origem neártica
(videiras americanas) ou paleártica (videiras européias). Não existem informações sobre a transmissão de
doenças para as plantas através do ataque do inseto. Em parreirais adultos, as folhas amarelam entre as nervuras,
de maneira similar à deficiência de magnésio; os bordos das folhas encarquilham-se para dentro ocorrendo, em
alguns casos, queimaduras nas bordas (Fig. 12). Plantas com estes intomas, geralmente têm baixo vigor, entrenós
curtos, entram em declínio (Fig. 13) e morrem (Hickel, 1996). O amarelecimento entre as nervuras pode ser
resultado de danos ao sistema radicular ou a injeção de toxinas pela pérola na planta, que induzem a deficiência
de magnésio nas folhas.
Dispersão
A dispersão da pérola-da-terra ocorre por vários meios. O homem pode
transportar a praga através do solo retido em sapatos, enxadas e implementos
agrícolas, quando há movimentação de uma área infestada para outra. Porém, o
principal meio de dispersão é através da movimentação de mudas enraizadas
infestadas pela praga (Mariconi & Zanith, 1973).
Após instalada na propriedade, formigas doceiras, principalmente a espécie
Linepithema humile (Mayr), associam-se aos cistos da pérola-da-terra, em busca
dos excrementos açucarados da cochonilha (Fig. 14). Esta associação
(protocooperação) resulta no transporte (forese) das ninfas de primeiro instar para
novos pontos do hospedeiro ou outras plantas. Além do transporte das ninfas no
interior do parreiral, as formigas protegem a cochonilha do ataque de inimigos
naturais e, ao cavarem galerias, facilitam a sobrevivência do inseto sob o solo.
Quando as formigas não estão presentes em associação com os cistos, estes ficam
encrustrados, com fungos que se desenvolvem sobre os excrementos açucarados
presentes na superfície do corpo (Fig. 15).
No RS, além de L. humile (Mayr), as seguintes espécies de formigas foram
encontradas associadas à pérola-da-terra na cultura da videira (Soria et al.., 1997):
Dorymyrmex sp., Brachymyrmex sp., Camponotus blandus (Smith), C. crassus
(Mayr), C. melanoticus (Emery), C. renggeri (Emery), C. rufipes (Fabricius),
Camponotus sp., Paratrechina fulva (Mayr), Crematogaster sp., Pheidole aberrans
(Mayr), P. megacephala (Fabricius), P. triconstricta (forel), Solenopsis saevissima
(Smith); Wasmannia autopunctata (Roger), Hypoponera sp., Prionopelta sp.,
Pseudomyrmex sp.
Fig. 14. Formiga doceira que geralmente
se associa a pérola-da-terra
Controle cultural
Uma alternativa para reduzir a população de pérola-da-terra é o revolvimento
do solo, indicado para viveiros de mudas (Oliveira et al.., 1971).
A eliminação de ervas invasoras também constitui-se em prática cultural importante
na redução populacional da pérola-da-terra, visto que algumas invasoras são
reservatórios naturais do inseto no interior do parreiral (Fig. 18). O emprego de
plantas como o cravo-de-defunto Tagetes minutus L. e T. erectus L. (Compositae)
além de plantas do gênero Crotalaria (Leguminosae) e do alho macho (Allium
ampeloprassum var. porrum), visando reduzir a infestação da praga ou repelir as
formigas associadas na dispersão, necessita ser melhor avaliado (Soria & Gallotti,
1986).
Resistência de plantas
A resistência de plantas é considerada um dos métodos mais promissores
para o controle da praga. Até o momento, trabalhos de pesquisa indicam que a
cultivar Magnólia (Vitis rotundifolia) é resistente a E. brasiliensis (Figs. 18 e 19). A
espécie V. rotundifolia vem sendo empregada mundialmente como fonte de
resistência a problemas fitossanitários da videira, principalmente nematóides, fungos
e insetos de solo. Nesse sentido, embora as cultivares desta espécie apresentem
problemas agronômicos como maturação desuniforme e dificuldades na
propagação, os frutos podem ser empregados na elaboração de suco, vinho e
geléia, além de serem indicados para consumo in natura.
O emprego de V. rotundifolia diretamente como porta-enxerto para cultivares
de videira não tem sido possível por falta de compatibilidade de enxertia entre essas
espécies (Schuck et al.., 1993). Entretanto, é possível a utilização de híbridos de V.
rotundifolia com espécies da seção Vitis, cuja compatibilidade de enxertia já tem sido
comprovada. Alguns híbridos resultantes dos cruzamentos de V. rotundifolia x V.
vinifera como o VR-043-43 e VR-039-16 já mostraram bons resultados em áreas
com problemas de doenças (Andrade, 1994) e pragas de solo da videira (Walker et
al., 1991 e Líder et al. 1995) (Tabela 2).
Avaliações de pesquisa em andamento com várias cultivares copa sobre diferentes
porta-enxertos, em áreas com problemas de pragas e doenças de solo, na Epagri -
Estação Experimental de Videira, em Santa Catarina, indicam um potencial produtivo
maior de alguns porta-enxertos (Figs. 20 e 21), que, possivelmente, seja resultado
de uma maior resistência genética dos mesmos à pérola-da-terra (Schuck et al..
1998, Schuck, 2000, Schuck et al.. 2001, Schuck, 2002). Neste sentido, nos vários
experimentos em avaliação, não se observa um declínio das plantas sobre os porta-
enxertos VR-039-16 e VR-043-43, ao passo que plantas sobre outros porta-enxertos
tradicionalmente cultivados, apresentam um declínio progressivo, com queda na
produtividade a cada safra.
O replantio de videiras com o porta-enxerto 043-43, em áreas com fusariose e
pérola-da-terra, mostram que os híbridos de V. rotundifolia se apresentam como
alternativa mais viável em função do maior vigor dos mesmos, recompondo
rapidamente as áreas dos vinhedos. Além disso, plantas sobre o porta-enxerto 043-
43 não apresentam nas folhas o tradicional amarelecimento entre as nervuras, que é
comum em plantas enxertadas sobre materiais não resistentes a pérola-da-terra
(Figs. 22 e 23).
Fig. 26. Ramo de videira herbáceo retirado da planta e colocado em caixa de isopor
para evitar a desidratação (Foto: E. Schuck)
Fig. 27. Detalhe da enxertia-verde, mostrando a
mesma espessura do garfo e porta-enxerto, a fita
biedegradável e o ramo pulmão. (Foto: E. Schuck)
Fig. 28. Detalhe da enxertia verde
pronta com uso da fita
biodegradável. (Foto: E. Schuck)
f) Nos primeiros anos, caso o produtor queira cultivar outras espécies para
aproveitar o terreno no interior do parreiral, deve utilizar culturas anuais não
hospedeiras da praga, como o alho e o feijão É comum produtores cultivarem
espécies como a batata-doce (Ipomoea batatas) ou plantarem figueiras ou roseiras
nas bordas, visando aproveitar o espaço. Estas espécies favorecem o aumento da
população da praga na área, sendo responsáveis pela reposição do inseto que
atacará as plantas de videira.
Tabela 2. Inseticidas recomendados para o controle da pérola-da-terra
Eurhizococcus brasiliensis na cultura da videira. Bento Gonçalves, RS, 2002.
Idade das plantas Dose (g produto Classe Carência
Inseticida
(anos) comercial/planta) Toxicológica (dias)
Actara 10 GR 1 12-20 IV 45
(Tiametoxam 2 20-30
1%) 3 30-40
Premier 700
1 0,2-0,3
GrDA
(Imidacloprid 2 0,3-0,5 IV 60
70 %) 3 0,5-0,8
Tabela 1. Resistência de espécies de Vitis à forma radicular da filoxera. Adaptado de Bravo &
Oliveira, 1974.
Grau
de
Espécie/Híbrido
resistê
ncia
Vitis cordifolia 19
Vitis rupestris Martin 19
Vitis riparia Gloire 19
Vitis riparia grand glabra 19
Vitis cordifolia x Vitis rupestris 19
Vitis berlandieri x Vitis riparia 420 A 19
Vitis riparia x Vitis rupestris 3306 19
Vitis riparia x Vitis rupestris 3309 19
Vitis berlandieri n° 1 19
Vitis berlandieri n° 2 18
Vitis cinerea 18
Vitis riparia x Vitis berlandieri 34-E 18
Vitis aestivalis 17
Vitis monticola 17
Vitis riparia x Vitis rupestris 101-14 17
Vitis rupestris du Lot 16
Chasselas x Vitis berlandieri 41-B 16
Mourvèdre x Vitis rupestris 1202 16
Aramon x Vitis rupestris nº 1 16
Vitis riparia x Vitis berlandieri 33 15
Vitis solonis 15
Vitis candicans 14
Jacquez 13
Herbemont 12
Vialla 12
Noah 11
Cliton 10
Othelo 10
Vitis labrusca 5
Vitis californica 5
Espécies asiáticas 2
Vitis vinifera 0
Sintomas e danos
A cochonilha-parda ocorre exclusivamente sobre brotações do ano, não tendo
condições de infestar o lenho velho (ritidoma). Devido à sucção contínua de seiva,
as brotações com a presença do inseto crescem menos, reduzem a produção e
dependendo da infestação podem secar (Hickel, 1996). Sobre os excrementos
açucarados da cochonilha e na ausência de formigas doceiras, desenvolve-se a
fumagina, que, em uvas destinadas ao consumo in natura, deprecia os frutos para
comercialização (González, 1983). As infestações mais freqüentes têm sido
observadas sobre Couderc 13 e Seibel.
Controle
A poda de inverno ajuda a eliminar o inseto dos ramos infestados. Após a
poda, utilizar um inseticida (Tabela A) associado com 1% de óleo mineral ou vegetal.
A adição de óleo visa auxiliar na ação dos inseticidas, porém, dependendo das
cultivares, como a Concord, pode ocorrer fitotoxicidade, sendo necessário utilizar
menores concentrações. Além disso, atentar que o emprego dos óleos pode acelerar
o início da brotação das videiras. É importante que o controle seja direcionado à fase
de ninfa, que geralmente ocorre no início da brotação, visto que quando a fêmea
está completamente desenvolvida, os inseticidas não atingem os ovos mantidos sob
a carapaça, reduzindo a eficiência do tratamento. Além disso, o período de
alimentação do inseto é maior, aumentando os danos à planta.
O tratamento de inverno com calda sulfocálcica a 4° Bé auxilia no controle deste
inseto, porém, isoladamente, não é eficaz para reduzir altas infestações. Caso seja
utilizada calda sulfocálcica no inverno, observar um período de 40 dias para
empregar óleo mineral ou vegetal.
É comum encontrar larvas do díptero predador Belvosia sp. (Syrphidae) e do
coleóptero Hyperaspis silvestrii (Coccinellidae) associado aos grupamentos de
ninfas da cochonilha-parda, a qual ataca posturas de P. persicae. Sempre que
possível, a manutenção destes predadores deve ser preservada nos parreirais.
Cochonilha algodão - Icerya schrottkyi (Hempel, 1900) (Hemiptera:
Margarodidae)
Descrição e bioecologia
As fêmeas são ovais, rosadas, apresentando de 5 a 7 mm de comprimento. O
corpo da cochonilha não é revestido por escudos (carapaça). No tórax e abdomen
encontram-se poros que secretam cera branca que acaba encobrindo todo o corpo
do inseto, dando uma aparência esbranquiçada característica. O ciclo biológico de I.
schrottkyi ocorre de forma semelhante ao da cochonilha-parda. A fêmea adulta faz
postura dentro do ovissaco no final da primavera, sendo que a eclosão das ninfas
ocorre em novembro-dezembro. As ninfas recém-eclodidas dirigem-se às folhas,
onde permanecem até a queda. No mês de maio, mais desenvolvidas, voltam aos
ramos e tronco, onde se fixam passando o inverno. A postura é realizada nos meses
de outubro-novembro, quando as fêmeas morrem deixando nova geração. A
reprodução é partenogenética.
Sintomas e danos
A cochonilha incide sobre ramos e tronco (lenho velho) resultando no
enfraquecimento da planta, com conseqüente perda da produção.
Controle
O ataque desta praga normalmente é de poucos ndivíduos por planta,
permitindo aos produtores eliminá-las manualmente. Em situações de alta
infestação, empregar os produtos indicados na Tabela A.
Cochonilha-do-tronco - Hemiberlesia lataniae (Signoret, 1869), Duplaspidiotus
tesseratus (Charmoy, 1899) e D. fossor (Newstead, 1914) (Hemiptera:
Diaspididae)
Descrição e bioecologia: Estas cochonilhas freqüentemente estão associadas
aos vinhedos da região sul do Brasil. São espécies semelhantes quanto ao tamanho
e forma do escudo, dificultando a identificação no campo. Praticamente não existem
informações sobre a biologia destas cochonilhas na cultura da videira o que dificulta
o estabelecimento de medidas de controle.
Sintomas e danos
As cochonilhas infestam de forma agregada os ramos velhos da parreira, localizando-se abaixo do
ritidoma (Figura 3). Ao se alimentarem depauperam as plantas, podendo provocar a morte.
Sintomas e danos
A mosca-das-frutas danifica principalmente uvas para mesa, não sendo importante
em videiras cultivadas para processamento. O ataque é maior em cultivares tardias.
O dano consiste na queda prematura dos frutos depreciando comercialmente os
cachos. A picada do inseto é imperceptível a olho nu, porém, em uvas brancas,
observa-se através da cutícula semitransparente, as galerias formadas pela
alimentação das larvas. A baga é destruída no momento da saída da larva para
empupar.
controle
Não existem informações específicas de manejo e controle da praga para a cultura
da videira. As recomendações, adaptadas de outras culturas, são as seguintes:
a) Monitoramento dos adultos através de armadilhas do tipo McPhail
contendo atrativo alimentar como suco de uva ou vinagre de vinho tinto a
25%. O atrativo deve ser renovado semanalmente, no momento da avaliação.
Como a praga normalmente vem de fora do parreiral, recomenda-se instalar
as armadilhas (4/ha) nas bordas do vinhedo. Outro atrativo que pode ser
empregado é a torula, utilizando-se 4 pastilhas por litro de água.
b) A partir da constatação do inseto, fazer aplicação de isca tóxica em 25% da
área do parreiral e repeti-la, semanalmente, ou logo após cada chuva. A isca
é formulada com proteína hidrolisada ou melaço a 7%, adicionando-se um
inseticida na dosagem comercial (Tabela A).
c) Quando o número médio de insetos atingir mais de 1 adulto por
armadilha/semana, realizar aplicação de inseticida em cobertura total (Tabela
A). Após a pulverização total da área, a isca tóxica deve continuar sendo
empregada, bem como o monitoramento da praga. O controle deve ser
repetido somente quando a população (detectada através das armadilhas)
voltar a atingir o nível de controle, respeitando-se um intervalo mínimo de 15
dias entre as aplicações de inseticidas em cobertura total.
d) Respeitar os períodos de carência dos inseticidas.
e) Em pequenos parreirais, o ensacamento dos cachos pode ser empregado
para controlar a praga.
Época da poda
A época depende de vários fatores, entre os quais a cultivar, tamanho do
vinhedo, topografia do terreno (riscos de geadas tardias), disponibilidade de mão-de-
obra qualificada, concorrência com outras atividades na propriedade, umidade do
solo e objetivos da produção (indústria, mesa).
A poda é feita durante o período de repouso da videira, isto é, desde a queda
das folhas até pouco antes do início da brotação. Nas regiões expostas a geadas
tardias poda-se tarde; nos climas temperados, durante o inverno; podam-se tarde as
videiras vigorosas e cedo, as fracas. As podas excessivamente precoces ou
demasiadamente tardias são debilitantes para a videira e retardam a brotação.
A poda tardia geralmente apresenta as seguintes vantagens: a brotação tardia é
mais uniforme; há menor incidência de antracnose; há menor probabilidade de
danos por geadas; propicia maior produtividade do vinhedo; e a temperatura é mais
adequada para o desenvolvimento dos tecidos e órgãos da videira.
Elementos da poda
Os elementos da poda são o esporão e a vara. O esporão desempenha duas
funções na poda curta, ou seja, frutificação e produção de sarmento para a futura
poda. Quando adotada a poda mista, sua função principal é a produção de
sarmentos. A função da vara é a frutificação.
Sistemas de poda
Há grande variabilidade de sistemas de poda, em função da cultivar, clima, solo e
porta-enxerto. Mas, podem ser agrupados em poda curta (cordão esporonado) e
mista (vara e esporão). A poda é considerada curta quando o esporão tem até três
gemas francas, e mista quando permanecem esporões e varas na mesma planta.
Em função do número de gemas deixadas na videira a poda pode ser rica, média ou
pobre. Uma poda é considerada rica quando permanecem mais de 120 mil gemas
por hectare e pobre, quando esta quantidade é de 50 a 60 mil gemas por hectare.
Existe uma carga ótima para cada planta, dependendo das condições existentes. Se
a quantidade de gemas for menor daquela que a planta exigir, os brotos serão muito
vigorosos, haverá maior número de ladrões e, eventualmente, surgirão problemas
com a floração; caso a quantidade de gemas for exagerada, resultará numa
produção excessiva de frutos que debilitará a planta. O equilíbrio entre a parte
vegetativa e a produtiva pode ser expresso pela relação peso fresco do fruto/peso
da poda. Um vinhedo equilibrado apresenta valores entre 5 e 10.
Entre a diversidade de sistemas de poda, citam-se os seguintes:
1. Guyot simples: uma vara e um esporão/planta.
2. Guyot duplo: duas varas e dois esporões/planta.
3. Bordalês: idem ao Guyot duplo, sendo as varas arqueadas.
4. Mendocino: três varas arqueadas e três esporões.
5. Cazenave-Marcon: condução da planta no segundo fio, composto de vários
Guyot, sendo as varas arqueadas (45º) e amarradas no primeiro fio.
6. Palmeta: tronco conduzido até o último fio da espaldeira, sendo composto de
Guyot múltiplos.
7. Sylvoz: semelhante ao Cazenave-Marcon, tendo as varas um maior número
de gemas.
8. Sylvoz-Mioto: semelhante ao Sylvoz, sendo as varas amarradas na posição
natural.
9. V: disposição da vegetação aberta em dois planos.
10. Y ou pérgola: altura do tronco a 1,50 m, do qual partem os braços que contêm
as varas e esporões.
11. T: semelhante ao Y.
12. Royat: cordão constituído de vários esporões.
13. Gobelet: poda em vaso ou redonda, sem sistema de sustentação.
14. Poda em cabeça: semelhante ao Gobelet, deixando-se apenas as gemas
cegas.
15. Mista: deixam-se varas e esporões; é o sistema mais difundido para cultivares
viníferas na Serra Gaúcha.
Poda de frutificação
A poda de frutificação, também chamada de poda de produção, tem por objetivo preparar a videira para
a produção da próxima safra. Deve ser feita através da eliminação de sarmentos mal localizados ou fracos e de
ladrões, a fim de que permaneçam na planta somente as varas e/ou esporões desejados. A carga de gemas do
vinhedo deve ser adequada à obtenção do máximo em quantidade e qualidade, sem comprometer as produções
dos anos seguintes.
Nas videiras espaçadas de 2,5 m X 1,5 m, conduzidas em latada e com poda mista, pode-se deixar, em cada
braço, três varas com 6 a 7 gemas cada uma e até 6 esporões com duas gemas cada um (Figura 3A). Isso resulta
de 60 a 66 gemas/planta. As varas devem estar distanciadas entre si cerca de 0,50 m. Portanto, nos 0,75 m de
cada braço permanecem duas varas num sentido e uma no sentido oposto. Os esporões localizam-se próximos às
bases das varas. As sucessivas podas de frutificação resumem-se em eliminar as varas que já produziram e
substituí-las por outras originadas dos esporões (Figura 3B). Das duas brotações dos esporões (Figura 3C)
seleciona-se, na próxima poda, a mais afastada do braço para ser a futura vara (Figura 3D) e a mais basal para ser
o esporão (Figura 3E). Desta forma, a carga básica é de 6 varas e 12 esporões por videira.
Figura 3. Poda de frutificação: A - planta antes da poda, mostrando os sarmentos
originados dos esporões e varas deixados no ano anterior; B - planta mostrando as
varas e os esporões deixados após a poda; C - brotação das duas gemas do esporão; D
- detalhe indicando a posição dos cortes na poda mista de inverno; E - detalhe
mostrando a vara e o esporão após a poda.
Poda de renovação
A poda de renovação consiste em eliminar as partes da planta, principalmente
braços e cordões, que se encontram com pouca vitalidade devido a acidentes
climáticos, danos mecânicos, doenças ou pragas, e substituí-los por sarmentos mais
jovens. É utilizada, também, para rebaixar partes da planta que se elevaram em
demasia em relação ao aramado, bem como às partes que devido a sucessivas
podas se distanciaram dos braços ou cordões.
Para a renovação de toda a copa, utiliza-se a brotação de uma gema latente
do tronco (ladrão) bem localizada, e a partir dela se reconstitui a planta.
De Vitis rupestris
Rupestris du Lot
Caracteriza-se pelo hábito de crescimento ereto, sendo, por isso, conhecido
pelos agricultores da Serra Gaúcha pelos nomes "Vassourinha", "Pinheirinho" ou
"Arboreto". É um porta-enxerto vigoroso, com sistema radicular pivotante, adaptado
a solos profundos e que pode ser indicado para a produção de uvas de mesa, uvas
para suco e uvas para vinho de mesa para consumo corrente.
De Vitis riparia
Riparia Gloire de Montpellier
Porta-enxerto não muito frequente, porém, encontrado nos vinhedos do Rio
Grande do Sul. É conhecido por "Vermelho Corredor" devido à coloração
avermelhada dos ramos e ao desenvolvimento de sarmentos longos e prostrados. É
um porta-enxerto com sistema radicular superficial, precoce e que confere pouco
vigor à copa. Pode ser uma opção para a produção de uvas precoces de mesa e de
uvas finas para vinho.
De V. Riparia x V.rupestris
101-14
É um porta-enxerto pouco vigoroso e precoce, com sistema radicular
superficial. Apresenta hábito de crescimento similar ao Riparia Gloire, sendo, por
isso, também conhecido pelos viticultores como "Vermelho Corredor". Está difundido
na Serra Gaúcha desde longa data; foi testado com sucesso em diferentes regiões
do Estado como porta-enxerto para a produção de uvas americanas de mesa. Em
função da precocidade e do baixo vigor é indicado especialmente para uvas
destinadas à elaboração de vinhos finos e para a produção de uvas precoces de
mesa.
De V. berlandieri x V. riparia
Diversos porta-enxertos deste grupo são cultivados no sul do Brasil, tanto
para a produção de uvas para processamento como de uvas para mesa. São porta-
enxertos que, em maior ou menor grau, apresentam suscetibilidade à fusariose da
videira. Os principais são:
Solferino
É um porta-enxerto muito utilizado no Rio Grande do Sul e em Santa
Catarina. Foi introduzido e difundido a partir da década de 1920 como 3309, um
porta-enxerto do grupo V. riparia x V. rupestris. Mais tarde foi identificado como um
V.berlandieri x V.riparia e, não tendo sido identificada a cultivar, passou a ser
denominado Solferino. É conhecido pelos viticultores pelo nome "Branco Rasteiro"
devido ao aspecto esbranquiçado da brotação e ao seu hábito de crescimento
prostrado. Apresenta vigor médio e boa afinidade geral com as copas, normalmente
condicionando a boas produtividades.
Kober 5BB
Porta-enxerto de médio vigor que foi muito utilizado e difundido pela Cia
Vinícola Riograndense para o cultivo de uvas finas para vinho. Também é muto
utilizado para a produção de uvas finas de mesa, como a cv. Itália e suas mutações
Rubi e Benitaka. Para este fim, foi erroneamente difundido pelas colonias japonesas
produtoras de uvas de mesa com o nome de 420 A, erro que persiste atualmente.
420 A
É um porta-enxerto pouco vigoroso e de difusão restrita. Apresenta certa
dificuldade de enraizamento mas tem mostrado bons resultados práticos no cultivo
de Cabernet Sauvignon. Pode ser uma boa opção para o cultivo de uvas para a
elaboração de vinhos finos.
161-49
Assim como o 420 A, o 161-49 também é um porta-enxerto de pouco vigor
que pode ser usado para a produção de uvas para a elaboração de vinhos finos.
Nos últimos anos a difusão deste porta-enxerto tem sido bastante restrita.
Téléki
Apresenta vigor médio a alto, sendo bastante difundido na Serra Gaúcha,
onde é conhecido pelos viticultores pelo nome "Peludo", devido à forte pubescência
dos ramos e sarmentos.
SO4
Este porta-enxerto foi introduzido na década de 1970, sendo muito difundido
no Rio Grande do Sul nos anos subsequentes Em geral confere desenvolvimento
vigoroso e boas produtividades à maioria das copas. Atualmente é muito pouco
propagado devido à alta sensibilidade à fusariose e a problemas de dessecamento
do engaço, uma anomalia verificada em certos anos, devida a desequilíbrio
nutricional envolvendo o balanço entre potassio, cálcio e magnésio. Estes problemas
não têm sido constatados na região de Livramento, onde é o principal porta-enxerto
utilizado.
De V. berlandieri x V. rupestris
1103 Paulsen
Em função de apresentar alta tolerância à fusariose da videira, este porta-
enxerto teve grande difusão no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina nos últimos
anos. É vigoroso, enraíza com facilidade e apresenta boa pega de enxertia. Tem
demonstrado boa afinidade geral com as diversas cultivares, tanto de uvas para
mesa como para processamento.
Outros
Alguns outros porta-enxertos têm sido usados na viticultura sulina, podendo
serem citados o Golia, um híbrido de V. vinifera x (V. riparia x V. rupestris) e o IAC
766, oriundo do cruzamento 106-8 x V.tiliifolia.
Cultivares de V. Vinifera
Esta espécie é a mais cultivada no mundo, produzindo uvas para mesa,
vinho, passas e outros derivados. São consideradas uvas de alta qualidade, porém,
em geral são bastante sensíveis às doenças fúngicas que atacam a videira. No
Brasil as uvas viníferas ocupam cerca de 20% das uvas industrializadas e têm
participação importante na produção de uvas finas de mesa, especialmente nos
Estados do Paraná, São Paulo, Bahia e Pernambuco. Muitas cultivares já foram
plantadas comercialmente, principalmente no Sul do país, chegando-se, atualmente,
a uma definição mais ou menos clara das melhores opções.
Cultivares viníferas para vinho
Uvas tintas
Cabernet Sauvignon - é uma cultivar de renome internacional para a
produção de vinhos tintos de alta qualidade. É de introdução recente no Rio
Grande do Sul, surgindo nos registros de uvas vinificadas no Estado a partir
da safra de 1983. A partir daí vem tendo incrementos anuais significativos
sendo hoje a vinífera tinta mais propagada e com maior área cultivada no Rio
Grande do Sul. Adapta-se bem às condições ambientais do Estado porém em
anos com invernos amenos tem brotação irregular e deficiente. É menos
produtiva que Merlot e que Cabernet Franc.
Merlot - juntamente com Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, constitui-se
uma importante e tradicional vinífera tinta para a elaboração dos melhores
vinhos tintos finos do Sul. É uma cultivar produtiva, porém, bastante requerida
pelo setor industrial brasileiro, a exemplo do que vem acontecendo em outros
países vitícolas. Pode ser utilizada para a elaboração de vinhos varietais ou
para cortes com outros vinhos tintos. Apresenta alta sensibilidade ao míldio,
inclusive nas inflorescências.
Cabernet Franc - foi a principal uva tinta destinada à elaboração de vinhos
tintos finos no Rio Grande do Sul, só sendo superada pela Cabernet
Sauvignon e pela Merlot em anos recentes. É uma cultivar bem adaptada às
condições ambientais do Rio Grande do Sul, originando vinho característico
com aroma e bouquet delicados. É bastante produtiva. Em anos muito
chuvosos o vinho é um pouco deficiente em cor.
Pinot Noir - também é de cultivo recente no Rio Grande do Sul. Apesar de
mundialmente reconhecida pela qualidade de seu vinho, a Pinot Noir não tem
correspondido à expectativa em nossas condições. A alta sensibilidade ao
apodrecimento (Botrytis) faz com que em anos chuvosos a uva seja colhida
antes da perfeita maturação, originando vinho com pouca coloração e
qualidade medíocre. Em anos excepcionais, secos, origina bom vinho. É uma
cultivar bastante demandada pela indústria de vinhos espumantes de alta
qualidade.
Tannat - é uma cultivar vigorosa e bastante produtiva, também de cultivo
recente no Estado do Rio Grande do Sul. A área plantada evoluiu
significativamente chegando a 130 hectares em 1995. Origina vinho rico em
cor e extrato usado especialmente para corte com outros vinhos tintos. No
Uruguai é usada também para a elaboração de vinho varietal.
Outras viníferas tintas - várias outras cultivares de uvas tintas são ou foram
cutivadas no Rio Grande do Sul. Além daquelas referidas acima, atualmente
vem ganhando importância a Pinotage, uma cultivar criada na África do Sul a
partir do cruzamento entre Pinot Noir e Cinsaut. Esta cultivar tem sido
utilizada tanto para a produção de vinhos varietais como para cortes com
outros vinhos tintos. Outras cultivares como Barbera, Bonarda, Petite Syrah e
Gamay Beaujolais existem em pequena quantidade nos vinhedos do Rio
Grande do Sul.
Uvas brancas e rosadas
Riesling Itálico - constitui-se ainda hoje, apesar da introdução de novas
castas, na principal uva branca para vinhos de alta qualidade. Muito bem
adaptada no Rio Grande do Sul, origina vinho fino com bouquet delicado e
sutil. É muito fértil e apesar de apresentar cacho pequeno fornece produções
compensadoras. É sensível ao apodrecimento da uva causado por Botrytis
cinerea.
Gewurztraminer - é uma cultivar de uvas rosadas introduzida nos vinhedos
do Rio Grande do Sul a partir do final dos anos 70. Origina vinho branco
aromático, característico, reputado internacionalmente. A produção é inferior à
do Riesling Itálico. Em anos chuvosos está sujeita a ataques de Botrytis,
forçando a antecipação da colheita, o que aliado à sua baixa produtividade
tem limitado a expansão desta cultivar.
Chardonnay - o cultivo desta casta no Rio Grande do Sul iniciou por volta de
1980 juntamente com Gewurztraminer e outras. É uma cultivar amplamente
conhecida pela excelência de seu vinho. É usada tanto para a elaboração de
vinhos finos de mesa como para a a produção de espumantes de alta
qualidade. Apresenta brotação precoce, portanto, está sujeita a danos por
geadas tardias. É a cultivar de que apresentou o maior incremento de área
plantada entre as uvas brancas finas introduzidas mais recentemente no
Brasil.
Moscato Branco - é a cultivar vinífera de uvas brancas com maiores área e
produção no Rio Grande do Sul. É vigorosa e muito produtiva; a uva
apresenta acentuado sabor e aroma moscatel, motivo da grande procura por
parte do setor vinícola que a utiliza para a elaboração de vinhos destinados a
cortes com outros vinhos brancos. É bastante sensível às podridões do
cacho.
Trebbiano - é a terceira vinífera branca do Rio Grande do Sul em volume de
produção, superada apenas pela Moscato Branco e pela Riesling Itálico.
Tradicionalmente cultivada no Estado, origina produções abundantes. O vinho
é neutro podendo ser consumido puro ou usado em cortes com outras
viníferas. Também é conhecida por Ugni Blanc e por Saint Émillion.
Outras viníferas brancas - algumas cultivares como Sémillon, Malvasia
Verde, Malvasia Amarela e Venaccia já foram importantes na viticultura
gaúcha, porém, vêm sendo substituídas pelas cultivares referidas acima.
Várias outras como Sauvignon Blanc, Pinot Blanc, Riesling Renano e
Sylvaner foram testadas mas, por razões diversas não apresentaram
expansão da área cultivada. Verifica-se um pequeno crescimento na área
plantada com Flora, uma cultivar de uvas rosadas, aromática, obtida na
Califórnia a partir do cruzamento Gewurztraminer x Sémillon.
Cultivares viníferas para mesa
Itália - fina cultivar de Vitis vinifera, cultivada com sucesso desde o Sul até o
Nordeste brasileiro. Apresenta cacho grande, baga grande e carnosa, sabor
levemente moscatel, muito apreciado pelos consumidores. Sendo uma
vinífera é exigente em tratos culturais sobretudo para o controle das doenças
fúngicas. Os cachos necessitam desbaste, o que onera o custo de produção.
É de maturação em meia estação. Também conhecida pelo nome Piróvano
65.
Rubi - é uma mutação somática da uva Itália. Apresenta comportamento e
características gerais muito semelhantes à Itália, porém a uva é rosada.
Benitaka - também é uma mutação da Itália. As características gerais da
planta são as mesmas da Itália e da Rubi. Esta nova cultivar tende a substituir
a Rubi porque apresenta coloração mais intensa, especialmente em regiões
mais quentes onde a cor da uva Rubi fica aquém do desejável.
Brasil - é a mais recente mutação dd grupo Itália, em fase de propagação. A
uva é preta, com sabor moscatel pouco evidente.
Outras uvas finas de mesa - algumas novas opções, cultivadas em menor
escala são Patrícia, Perlona, Red Globe, Ribier, Centennial e Superior, estas
duas últimas uvas apirênicas.
Cultivares Americanas e Híbridas
São cultivares de Vitís labrusca, cultivares de Vitis bourguina e híbridos
interespecíficos, às vezes complexos, envolvendo várias espécies americanas e
também V. vinifera. Como regra, são cultivares de alta produtividade e resistentes às
doenças fúngicas, adaptando-se bem às condições ambientais do Sul do Brasil.
Cultivares para vinho e suco
Uvas tintas
Isabel - apesar de todos os esforços para substituir esta cultivar desde a
década de 1930, a Isabel persiste com 50% da uva produzida no Rio Grande
do Sul. Muito bem adaptada às condições climáticas do Estado, fornece
produções abundantes com limitado número de tratamentos fitossanitários.
Vinhedos cultivados em pé franco atingem 80-100 anos com produções
econômicas. Origina vinho foxado, em anos chuvosos pouco coloridos,
apreciado por uma faixa de consumidores. O suco de Isabel é a base do suco
brasileiro para exportação. É uma cultivar de Vitis labrusca.
Herbemont - é uma cultivar tinta em geral vinificada em branco, fornecendo
vinho branco comum ou vinho base para destilado ou produção de
espumante. A área de cultivo vem diminuindo regularmente devido à alta
sensibilidade desta cultivar ao fungo de solo Fusarium oxysporum f.sp.
herbemontis, causador da fusariose da videira. Além disso é sensível à
Botrytis. É uma cultivar de Vitis bourquina.
Concord - é a cultivar mais procurada para a elaboração de suco pelas suas
características de aroma. Em geral é cultivada de pé franco com bons
resultados. É bastante produtiva quando em poda longa. Apresenta alta
resistência às doenças fúngicas à exceção da antracnose que pode causar-
lhe danos. Certos vinhedos apresentam abortamento floral com prejuízos
ignificativos. As causas deste problema ainda não são conhecidas podendo
ser de ordem nutricional ou de origem fitossanitária.
Concord Clone 30 - Este clone foi selecionado em 1989 e, após avaliado, foi
propagado pela sua precocidade de maturação, cerca de quinze dias
antecipada em relação à cultivar original. Apresenta as características gerais
da Concord. A Concord Clone 30 é especialmente indicada como alternativa
para antecipar e prolongar o período de produção e processamento de uvas
para suco. Este clone vem sendo propagado para plantio no Rio Grande do
Sul desde o ano de 1999.
Bordô - cultivar de Vitis labrusca, muito rústica e bastante produtiva. É muito
disputada entre os vinicultores devido ao elevado teor de matéria corante do
vinho, usado em cortes com os vinhos pouco coloridos de Isabel. Da mesma
forma, também é disputada pela indústria de suco com o mesmo objetivo, de
corrigir a coloração de sucos elaborados com Isabel e Concord.
Rúbea - oriunda de um cruzamento entre Niágara Rosada e Bordô, esta
cultivar foi lançada pela Embrapa Uva e Vinho em 1998, especialmente
recomendada como melhoradora do suco de uva brasileiro. Apresenta intensa
cor violácea e aroma e sabor de alta qualidade para suco de uva. Também
pode ser usada para a elaboração de vinho tinto para corte com vinhos pouco
coloridos de Isabel.
Outras uvas tintas - várias outras uvas tintas são cultivadas para a
elaboração de vinhos e sucos, destacando-se pelo volume a Jacquez e a
Couderc Tinto. Ambas têm significativa produção no Rio Grande do Sul,
porém, deixam a desejar em qualidade. O principal predicado destas duas
cultivares é a intensa coloração dos seus produtos.
Uvas brancas e rosadas
Niágara Branca - A Niágara Branca é a principal uva americana utilizada para
a produção de vinho de mesa. É muito apreciada pelos consumidores devido
ao intenso aroma e sabor aframboesado do vinho. Além de expressiva área
cultivada nas principais regiões produtoras do Rio Grande do Sul e de Santa
Catarina, a Niágara Branca encontra-se difusa em pequenas áreas em várias
partes do sul do Brasil, onde, além de ser utilizada para a elaboração de
vinhos caseiros, também é usada para consumo in natura.
Seyve Villard 5276 ou Seyval - é uma híbrida complexa altamente produtiva
e resistente às doenças fúngicas, exceção feita à antracnose que deve ser
controlada convenientemente. Origina vinho branco comum de muito boa
qualidade. Durante algum tempo foi comercializada como uva fina, em geral
como Sauvignon ou como Riesling.
Couderc 13 - introduzida na década de 1970 pela Estação Experimental de
Caxias do Sul, foi difundida com relativa facilidade por ser muito rústica e
produtiva. O vinho é pouco ácido e neutro em sabor, podendo ser cortado
com outros vinhos comuns.
Moscato Embrapa - Cultivar lançada em 1997, a Moscato Embrapa é
originária do cruzamento Couderc 13 x July Muscat, realizado em 1983. É
uma cultivar de uvas brancas, sabor moscatel, muito produtiva e que
apresenta boa resistência às doenças. É uma cultivar de ciclo relativamente
tardio. Normalmente atinge teor de açúcar superior a 18ºBrix e apresenta
acidez moderada. É indicada para a elaboração de vinho branco aromático.
Esta em difusão na região da Serra Gaúcha. Também apresenta bom
comportamento na região de Sarandi e Jaguari , no Rio Grande do Sul, assim
como em regiões tropicais do Mato Grosso Do Sul e do Mato Grosso.
BRS Lorena - A BRS Lorena é resultante do cruzamento Malvasia Bianca x
Seyval, realizado em 1986. Em 2001 foi lançada como cultivar, especialmente
recomendada para a elaboração de vinho espumante moscatel. Apresenta
alta produtividade e teor de açúcar superior a 20ºBrix. É bastante resistente
às doenças fúngicas. Origina vinho moscatel característico e espumante com
intensa espuma e perlage persistente. Está em difusão na região da Serra
Gaúcha.
Outras uvas destinadas à produção de vinho branco de mesa, cujas produções
são menos expressivas, são a Seyve Villard 12375 e a a Goethe, assim chamada
em Jaguari, também conhecida em outras regiões por "Pinot", Uva Casca Dura,
Chavona, Pingo de Ouro e outras denominações. A Niágara Rosada, uva utilizada
principalmente para mesa, também tem alguma expressão na produção de vinho, o
qual é elaborado com o descarte da uva para o mercado in natura.
Cultivares para mesa
São poucas as opções de cultivares americanas e híbridas para mesa.
Tradicionalmente são utilizadas a Niágara Branca, a Niágara Rosada e a Isabel. Nas
regiões tradicionais de cultivo do sul do Brasil a produção destas cultivares
concentra-se nos meses de janeiro e fevereiro. Visando ampliar o período de
produção e oferta de uvas americanas, a Embrapa lançou, em 1994, as cultivares
Vênus, Tardia de Caxias e Dona Zilá. Cada uma destas cultivares é descrita a seguir,
por ordem de maturação da uva.
Vênus - cultivar híbrida de uva preta, sem semente, criada por Moore &
Brown (1977) na Universidade de Arkansas, Estados Unidos. Foi introduzida
no Brasil pela Embrapa em 1983. É uma cultivar vigorosa e produtiva. Os
brotos têm crescimento semi-ereto e são sujeitos a danos causados por
ventos na primavera. O cacho é médio a grande, solto a medianamente
compacto; baga média, esférica, polpa semi-carnosa, sabor aframboesado
característico; sementes pouco desenvolvidas, normalmente macias. É sujeita
à degrana, especialmente quando sobremadura. Tanto o tamanho da baga
como a resistência à degrana podem ser melhorados pelo uso de ácido
giberélico (ver Reguladores de Crescimento). Apresenta maturação precoce,
cerca de três semanas antecipada em relação às Niágaras, sendo, por isso,
especialmente recomendada para mesoclimas mais quentes onde se obtém a
máxima precocidade (Camargo & Mandelli, 1993). É bastante sensível à
antracnose e ao míldio, exigindo tratamentos fitossanitários preventivos para
controle. É muito perseguida por pássaros no período de maturação. Por isso,
é recomendável que seja cultivada longe de matas ou capoeiras.
Niágara Rosada - é uma mutação somática da Niágara Branca, detectada
em vinhedo de Antonio Carbonari, em 1933, no município de Louveira, São
Paulo (Sousa, 1969). Ganhou a preferência do consumidor brasileiro
substituindo quase que totalmente sua forma original nos parreirais
destinados à produção de uvas de mesa. O cacho é médio, compacto; baga
rosada com tonalidade variável, média, esférica, polpa mucilaginosa,
desprendendo-se facilmente da película, sabor aframboesado intenso e
característico. A uva amadurece cerca de três semanas após a Vênus e um
mês antes da Isabel. Quando cultivada em mesoclimas mais quentes pode
ser colhida a partir de quinze de dezembro; em áreas de altitude a colheita
pode se prolongar até meados de fevereiro. É uma cultivar interessante
principalmente para as áreas propícias à colheita precoce quando os preços
são mais elevados. Apresenta médio vigor e tem elevado potencial produtivo.
Mostra-se relativamente sensível à antracnose e ao míldio, recomendando-se
pulverizações preventivas contra essas doenças. É comum apresentar
deficiência de brotação de gemas, sobretudo nas varas, especialmente em
anos de inverno ameno ou quando podada antes da época normal. Nestes
casos há dominância das brotações apicais, geralmente dificultando a poda
do ciclo subsequente.
Niágara Branca- foi criada por Hoog & Clark a partir do cruzamento Concord
x Cassady realizado em 1868 em Nova Iorque, Estados Unidos (Hedrick,
1908). Apresenta as características gerais da Niágara Rosada.
Isabel - antiga cultivar americana, trazida para o Brasil na década de 1830,
tornou-se a principal cultivar em área de parreirais do país (Sousa, 1959).
Embora utilizada especialmente para a elaboração de vinho e suco a Isabel
tem boa aceitação como uva de mesa. Cacho pequeno a médio, solto; baga
preta, média, levemente elipsoide, polpa mucilaginosa desprendendo-se
facilmente da película, sabor aframboesado agradável. É comum a presença
de bagas verdes, parcialmente desenvolvidas, nos cachos, o que implica em
necessidade de toalete antes da comercialização. Dependendo das
condições mesoclimáticas a Isabel atinge a maturação entre final de janeiro a
início de março, constituindo-se em alternativa para produção em meia
estação. É uma cultivar vigorosa e de alta fertilidade. Produz bem mesmo
quando podada só a esporões mas neste caso os cachos são menores. Para
a produção de uvas de mesa é recomendável o uso de poda mista, com varas
e esporões, embora exista o problema de dominância das brotações apicais.
Está sujeita à incidência de antracnose e de míldio sendo, portanto,
recomendável o uso de pulverizações fungicidas preventivamente.
Dona Zilá - cultivar criada pela Embrapa e Estação Experimental de Caxias
do Sul, lançada em 1994 (Camargo et al., 1994). É oriunda do cruzamento
Niágara Branca x Catawba Rosa. O cacho é de tamanho médio, compacto;
baga média, rosado mais ou menos intenso, esférica, polpa mucilaginosa
desprendendo-se facilmente da película, sabor aframboesado, doce. É
freqüente a ocorrência de bagas verdes e pequenas que prejudicam a
aparência do cacho. Apresenta maturação tardia, cerca de quarenta e cinco
dias depois das Niágaras, sendo por isso indicada especialmente para
regiões de altitude onde se obtém o máximo retardamento da colheita.
Nessas condições e em determinados anos é possível protelar a colheita até
o final de março. Caracteriza-se por elevado vigor vegetativo e alto potencial
produtivo. É comum apresentar má brotação e dominância dos ramos
situados na extremidade das varas, especialmente quando a poda é feita
antes de setembro. Comporta-se bem em relação às doenças fúngicas mas é
recomendável que sejam feitas pulverizações preventivas contra ataques de
antracnose e míldio. É importante que os tratamentos fitossanitários sejam
feitos até a pós-colheita, para assegurar a persistência da folhagem e garantir
boa produção na safra seguinte.
Tardia de Caxias - tem a mesma origem da Dona Zilá, tendo sido lançada
pela Embrapa e Estação Experimental de Caxias do Sul, também em 1994
(Camargo et al., 1994). É muito semelhante à Dona Zilá, porém, apresenta
cachos e bagas um pouco maiores, sendo as bagas da Tardia de Caxias de
coloração rosada menos intensa e mais sensíveis ao rachamento em épocas
de chuva durante a maturação. A colheita em áreas de altitude é feita em
março. Em condições ambientais mais quentes amadurece em fevereiro e,
geralmente, a intensidade da cor da uva é menor. Tem comportamento similar
ao da Dona Zilá, em relação às doenças fúngicas.
Rastreabilidade
A rastreabilidade é a ação de poder determinar, a partir de um certo momento, todas
as condições em que foi produzida, transportada e embalada a fruta. Estas ações
requerem a correta identificação do produto, de forma que se consiga determinar,
através de registros existentes, todas as condições mencionadas. As frutas
produzidas dentro do sistema de produção integrada devem-se manter sempre
identificadas desde o momento da colheita até o embarque para o local definitivo de
venda. A rastreabilidade é um sistema de identificação e registros que permitem
encontrar a história, a origem do lote e eventualmente a causa de uma
impropriedade (Girardi, 2001).
Normatização
Segundo a ABNT é o "processo de estabelecer e aplicar regras a fim de abordar
ordenadamente uma atividade específica, para o benefício e com a participação de
todos os interessados e, em particular, de promover a otimização da economia,
levando em consideração as condições funcionais e as exigências de segurança".
A Instrução Normativa n° 20, de 27 de Setembro de 2001 trata das Diretrizes Gerais
para a Produção Integrada de Frutas e as Normas Técnicas Gerais para a Produção
Integrada de Frutas aprovadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Estas Diretrizes Gerais para a Produção Integrada de Frutas
deverão orientar:
I - A formulação de Normas Técnicas Específicas e a Grade de Agroquímicos
para cada cultura e região agroecológica;
Desvantagens
As principais desvantagens do sistema de condução latada são as seguintes:
1. Os custos de implantação e de manutenção são elevados.
2. A posição do dossel vegetativo e dos frutos situados acima do trabalhador
causa transtornos às práticas culturais.
3. Não é o sistema mais apropriado para a colheita mecânica, ainda que já
existam na Europa máquinas com esta finalidade.
4. A posição horizontal do dossel vegetativo e o vigor excessivo das videiras
podem causar sombreamento, afetar a fertilidade das gemas e a qualidade da
uva e do vinho.
5. O elevado índice de área foliar proporciona maior umidade na região do
cacho e das folhas, o que favorece o aparecimento de doenças fúngicas.
6. O sistema de sustentação necessita ser sólido para suportar o peso do dossel
vegetativo e da produção e o impacto do vento.
7.
Considerações sobre o manejo do dossel vegetativo
O manejo do dossel vegetativo de um vinhedo conduzido em latada pode se
tornar relativamente dispendioso se o número de varas e de esporões não for
condizente com as características da cultivar, o vigor das plantas e a densidade de
plantio. Nesse caso, há necessidade de realizar a poda verde, especialmente a
desbrota, a desfolha e a desponta, a fim de que haja uma melhor distribuição
espacial das folhas e uma maior captação da radiação solar. Essas práticas devem
ser feitas durante o subperíodo fenológico brotação-floração.
Espaldeira - Sistemas de Condução da Videira
Sistemas de Condução da Videira
Alberto Miele
Francisco Mandelli
Espaldeira
Antecedentes
O sistema de condução espaldeira é um dos mais utilizados pelos viticultores
nos principais países vitivinícolas do mundo. No Rio Grande do Sul, é adotado
especialmente na Campanha e por algumas vinícolas da Serra Gaúcha
Descrição
O dossel vegetativo é vertical e a poda seca é mista ou em cordão
esporonado. As varas são atadas horizontalmente aos fios do sistema de
sustentação do vinhedo. Se necessário, os ramos são despontados. Normalmente
deixam-se duas varas/planta quando a poda é mista; em cordão esporonado, há
dois cordões/planta. A distância entre as fileiras varia de 2,0 a 2,5 m e a distância
entre plantas é de 1,5 a 2,0 m, conforme a cultivar e a fertilidade do solo. A zona de
produção situa-se geralmente entre 1,0 e 1,2 m do solo. Deixam-se de 65 mil a 80
mil gemas/ha. A altura do sistema de sustentação do solo até a parte superior é de
aproximadamente 2,0 m.
A estrutura do sistema de sustentação é formada de postes externos e
internos, rabichos, tutores e fios (Figura 1).
Os postes externos podem ser de pedra, concreto ou madeira. Devem ter 2,50 m de comprimento e são
colocados nas extremidades das fileiras. Os postes internos geralmente são de madeira tratada e medem 2,20 m
de comprimento e são colocados de 5,0 a 6,0 m um do outro.
Figura 1. Sistema de condução da videira em espaldeira e
com poda mista: a) poste externo; b) poste interno; c) fio da
produção; d) fios fixos do dossel vegetativo; e) fio móvel do
dossel vegetativo.
Os rabichos podem ser feitos de ferro ou com os mesmos materiais dos postes
externos. São colocados em cada extremidade das fileiras e medem 1,20 m de
comprimento. Sua colocação é variada: em geral, podem ser externos ao sistema de
sustentação, em posição oblíqua afastando-se da cabeceira; ou podem ser internos,
oblíquos, escorando as cabeceiras das fileiras. O aramado é formado por três ou
quatro fios. Neste caso, o 1º fio situa-se de 1,0 a 1,2 m do solo; o 2º, a 0,35 m do
primeiro; o 3º, a 0,35 m do segundo; e o 4º, a 0,30 m do terceiro. Para manter o
dossel vegetativo mais vertical pode-se usar um fio suplementar, móvel, paralelo ao
2º fio.
O material necessário para a formação de 1 ha de vinhedo conduzido em
espaldeira é descrito a seguir. As características do vinhedo são: a distância entre
fileiras é de 2,0 m e entre plantas de 1,50 m; a distância entre os postes internos é
de 5,0 m; há um fio da produção, três fios fixos e um móvel do dossel vegetativo:
Vantagens
As principais vantagens do sistema de condução espaldeira são as seguintes:
1. É atrativo aos olhos, especialmente quando se faz a desponta;
2. Proporciona colheita mecânica fácil e é adaptado à poda mecânica;
3. Os frutos situam-se numa área do dossel vegetativo e as extremidades dos
ramos em outra: isto facilita as operações mecanizadas, como remoção de
folhas, pulverizações dos cachos e desponta;
4. Adapta-se bem ao hábito vegetativo da maior parte das viníferas;
5. Apresenta boa aeração;
6. O custo de implantação é relativamente baixo, menor que o latada;
7. Pode ser ampliado paulatinamente, pois aestrutura de cada fileira é
independente.
Desvantagens
As principais desvantagens do sistema de condução espaldeira são as seguintes:
1. Apresenta tendência ao sombreamento, portanto não é indicado para
cultivares muito vigorosas ou para solos muito férteis;
2. A densidade de ramos geralmente é muito elevada;
3. Se a distância do dossel vegetativo for superior a 3,0 m, a área da superfície
do dossel vegetativo será pequena;
4. Como conseqüência do item c, a produtividade do vinhedo será baixa e o
sombreamento diminui a qualidade da uva e do vinho;
Considerações sobre o manejo do dossel vegetativo
Geralmente são necessários de dois a três repasses durante o ciclo
vegetativo para posicionar os ramos. Esta prática pode ser realizada colocando os
ramos entre os fios e amarrando-os quando necessário. Mas, é bem mais rápido
quando o sistema de sustentação possui fios móveis para o posicionamento dos
ramos. Esses fios devem ser colocados paralelos ao 2º fio e são movimentados em
direção aos ramos, apanhando-os e direcionando-os para cima. Portanto, não
necessitam ser atados. O 1° posicionamento dos ramos deve ser feito próximo à
floração e o último, antes da mudança-de-cor da uva.
A desponta pode ser feita manualmente ou mecanicamente, deixando-se
ramos com cerca de 1,30 m de comprimento, os últimos 0,30 m estendendo-se além
do 4° fio.
Lira - Sistemas de Condução da Videira
Alberto Miele
Francisco Mandelli
Lira
Antecedentes
O sistema de condução lira, ou U, foi desenvolvido pelo INRA-Centro de
Pesquisas de Bordeaux, França. Tem sido testado em vários países do mundo e
mais recentemente foi adaptado à colheita mecânica. Na América do Sul, o Uruguai
destaca-se por ter incentivado este sistema de condução da videira, com bons
resultados. No Brasil, foram instalados cerca de 100 ha na Serra Gaúcha.
Descrição
O sistema de condução da videira em lira caracteriza-se por ter duas cortinas
levemente inclinadas para o lado de fora, portanto, com duas zonas de produção. As
bases das cortinas são afastadas, no mínimo, de 0,90 m uma da outra. Na parte
superior, elas são distanciadas de 1,00 a 1,20 m (Figuras 1 e 2). Adota-se a poda
mista ou em cordão esporonado. Os ramos são despontados cerca de 0,30 m acima
do último fio.
O sistema de sustentação tem dois postes externos em cada cabeceira da
fileira, medindo 2,50 m de comprimento e 0,20 m de diâmetro. Estes postes ficam
aproximadamente a 1,90 m acima do solo e a 0,60 m abaixo. São inclinados,
formando um ângulo interno de 30º. Unindo os postes externos, há duas travessas
horizontais: uma colocada a 1,20 m do solo e medindo 60 cm x 8 cm x 8 cm; outra, a
2,20 m do solo, medindo aproximadamente 1,20 m x 8 cm x 8 cm. Os postes
internos são similares aos externos. São distanciados 6,0 m um do outro e medem
2,50 m de comprimento e têm um diâmetro de 12 cm.
O material necessário para a formação de 1 ha de vinhedo conduzido no
sistema lira é descrito a seguir. As características do vinhedo são: a distância entre
fileiras é de 3,0 m e entre plantas de 1,5 m; há dois fios de frutificação, seis fios fixos
do dossel vegetativo e dois fios móveis de posicionamento dos ramos; a distância
dos postes internos é de 6,0 m:
a) Postes externos (250 cm x 10 cm x 10 cm): 136;
b) Postes internos (220 cm x 8 cm x 8 cm): 1.088;
c) Rabichos (120 cm x 15 cm x 15 cm): 68;
d) Travessas superiores: 612;
e) Travessas inferiores: 612;
f) Tutores: 2.222;
g) Arame 14 x 16, galvanizado:~35.000 m
Figura 1. Sistema de condução da videira em lira vista
da cabeceira da fileira: a) poste externo; b) fio da
produção; c) fio fixo do dossel vegetativo; d) fio móvel
do dossel vegetativo ; e) travessa inferior; f) travessa
superior.
Figura 2. Sistema de condução da videira conduzida em
lira e podada em cordão esporonado.
Vantagens
As principais vantagens do sistema de condução da videira em lira são as
seguintes:
a) Apresenta grande área foliar e superfície de área foliar.
b) Propicia boa produtividade, mas menor que a do latada.
c) Torna-se fácil posicionar os ramos.
d) A colheita mecânica é fácil de ser feita.
e) Proporciona uma boa qualidade da uva e do vinho.
f) Pode ser ampliado paulatinamente, pois as fileiras são independentes.
Desvantagens
As principais desvantagens do sistema de condução da videira em lira são as
seguintes:
Preparo da calda
O preparo da calda pode ser realizado pela adição direta do produto no tanque,
ou através de pré-diluição. Quando são utilizados produtos na formulação líquida,
podem ser adicionados diretamente no tanque com a quantidade da água desejada.
Para produtos na formulação de pó molhável, é recomendado fazer pré-mistura ,
seguindo as etapas:
1. Dissolver o produto em pequena quantidade de água, agitando-se até a
completa suspensão do produto;
2. Despejar a suspensão no tanque, contendo aproximadamente dois terços do
volume de água a ser utilizada. Após, completar o volume. Quando usado
mais de um produto, deve ser seguida a recomendação para cada produto,
individualmente. Em alguns casos, a associação de produtos permite a
redução de dosagens dos mesmos.
Equipamento de pulverização
De um modo geral, o pulverizador deverá produzir gotas e direciona-las para
o alvo, assim tem que dispor de energia suficiente para produzir o fracionamento da
calda em pequenas gotas e imprimir velocidade e direção a essas gotas até o alvo.
Sistema de agitação
Necessário para assegurar que o produto esteja misturado apropriadamente
antes de iniciar a pulverização e manter a mistura adequada durante a aplicação.
Sistema de filtragem
Tem as funções de Garantir uniformidade das aplicações; maior capacidade
operacional dos pulverizadores; segurança do operador durante o serviço e maior
durabilidade das pontas.
Bomba
A função da bomba é pressionar a calda, colocando no sistema a energia que
será utilizada para a pulverização.
Regulador de pressão
Basicamente é um divisor de volume, faz com que o volume excedente
retorne para o tanque.
Manômetro
Indica a pressão do circuito das pontas de pulverização.
Bicos de pulverização
Os bicos podem ser considerados como a peças mais importantes dos
pulverizadores hidráulicos. A seleção e utilização apropriada dos bicos são partes
importantes para uma aplicação precisa sem perdas de produto, prejuízos
económicos e riscos ambientais.
Pontas de pulverização
Regulam a vazão, o tamanho da gota e a forma do jato, sendo um dos
componentes responsáveis pela qualidade da aplicação.
Fatores climáticos
A observação de algumas condições climáticas são fundamentais para iniciar ou
paralisar uma aplicação.
1. Possibilidade de chuva;
2. Intensidade luminosa; produto pode causar injúria ou fitotoxicidade na folha
3. Vento: pode causar a deriva do produto. O ideal para pulverização são ventos
constantes de 3,2 a 6,5 km/h, capaz de movimentar levemente as folhas;
4. Temperatura e Umidade relativa: de forma geral, temperaturas acima de 30°C
e umidade relativa inferior a 55% são impróprias para à pulverização.
Tempo médio de vida da gota de água a 30°C e 50% de umidade relativa do ar.
(Fonte: FAO, 1996).
Doenças causadas por vírus na cultura da videira (Vitis spp.) têm sido
mencionadas nos países de tradição vitícola há mais de um século, porém o estudo
desses patógenos evoluiu nos últimos 40 anos. Até 1960 eram mencionadas na
literatura, apenas, oito anomalias consideradas de origem viral. Dentre essas
estavam as doenças denominadas de Pierce's disease e Flavescence dorée, as
quais, sabe-se hoje, são causadas por uma bactéria e um fitoplasma,
respectivamente. Dois fatos marcaram decisivamente o avanço na pesquisa das
viroses da videira. Inicialmente a descoberta de que o vírus responsável pela
degenerescência da videira (fanleaf ou court-noué), era transmitido através do solo
pelo nematóide Xiphinema index e, posteriormente a transmissão mecânica de
diversos vírus da videira para plantas herbáceas. Atualmente com o
aperfeiçoamento das técnicas utilizadas em virologia vegetal para a transmissão,
purificação, caracterização e diagnose de vírus são conhecidas na videira cerca de
cinqüenta doenças consideradas de origem viral (Tabela 1). Muitas destas doenças
estão bem identificadas e caracterizadas, outras embora consideradas viroses, não
tem ainda uma definição exata da natureza do patógeno, se vírus, fitoplasma,
viróide, etc. Sabe-se apenas que são perpetuadas pelo material vegetativo e por
enxertia, condição mínima para que uma doença seja incluída no grupo das viroses.
Nem todos os vírus conhecidos na videira apresentam importância econômica.
Muitos ocorrem de forma ocasional na videira e seus efeitos, aparentemente, não
tem qualquer expressão econômica. Outros, embora causem prejuízos com reflexos
econômicos importantes, estão restritos a determinadas regiões ou países,
possivelmente condicionados a certas tendências regionais, como o plantio de
cultivares sensíveis ou devido às condições edafoclimáticas regionais que
favoreçam a ocorrência de vetores. Entretanto, existe um grupo dessas doenças de
grande relevância econômica para a viticultura, razão pela qual são objeto de
constante atenção nos programas de seleção sanitária dos diversos países vitícolas.
Dessas viroses já foram identificadas no Brasil quatro das mais importantes -
"enrolamento da folha" (leafroll), "intumescimento dos ramos" (corky bark),
"caneluras do tronco" (stem grooving, stem pitting) e "degenerescência da videira"
(fanleaf) - e, outras duas de menor relevância econômica, que ocorrem de forma
latente na maioria das cultivares comerciais - "necrose das nervuras" (vein necrosis)
e "manchas das nervuras" (fleck). No presente trabalho é feito um breve relato sobre
estas doenças, abrangendo etiologia, sintomatologia, epidemiologia, diagnose e
controle.
Enrolamento da folha da videira (Grapevine leafroll)
Complexo rugoso da videira
Degenerescência da videira(Grapevine fanleaf)
Necrose das nervuras da videira (Grapevine vein necrosis)
Manchas das nervuras da videira (Grapevine fleck)
Técnicas de Diagnose
Os métodos de diagnóstico das viroses da videira podem ser divididos em
três segmentos. Os dois primeiros e mais tradicionais incluem os testes biológicos e
o diagnóstico serológico. Mais recentemente desenvolveram-se os métodos de
diagnóstico molecular. Os testes biológicos são desenvolvidos através de
transmissões por união de tecidos para cultivares indicadoras específicas para cada
vírus e por inoculação mecânica em plantas herbáceas.
A serologia é um importante complemento do método biológico e em muitas
situações representa ótima alternativa. O teste imunoenzimático "ELISA",
especialmente o tipo direto de duplo sanduíche é um dos mais difundidos para o
diagnóstico de vírus de plantas. Outros tipos de testes de ELISA e variantes
indiretos, que trabalham com anticorpos produzidos em espécies diferentes de
animais ("anti-anticorpo"), podem aumentar a sensibilidade da detecção de estirpes
de um mesmo vírus distantemente relacionadas, ou incrementar a capacidade de
diferenciação de estirpes próximas de um mesmo vírus. "Dot-ELISA" assemelha-se
a ELISA indireta diferindo somente pela ligação do antígeno a uma membrana de
nitrocelulose e a visualização da reação é feita pelo produto, insolúvel e de cor
púrpura, da reação enzimática.
Os métodos biológicos e imunoenzimáticos têm importância fundamental em
programas para produzir, manter e propagar material básico livre de vírus.
Entretanto, na indexação biológica e nos testes de "ELISA" ocorrem algumas
limitações. A amostra deve ser escolhida e coletada adequadamente, considerando-
se o estádio de desenvolvimento da planta e os tecidos em que o vírus ocorre com
maior concentração. Muitos vírus ocorrem em concentrações baixas, às vezes
abaixo do limite de detecção. Há relatos de variação na reação de plantas
indicadoras, segundo as condições ambientais. Finalmente o tempo necessário à
expressão de sintomas em indicadoras pode chegar a mais de dois anos o que torna
o teste oneroso.
A transferência western (western blot), comumente utilizada na caracterização
de proteínas virais em videiras é um método imunoeletroforético em que proteínas
virais, em extratos de videiras infectadas, são separadas por eletroforese e a seguir,
são transferidas e detectadas em membranas de nitrocelulose, por reação com
anticorpos específicos para o antígeno.
Na hibridação molecular são utilizadas membranas e sondas com seqüência
de nucleotídeos complementares aos agentes procurados, para detecção de DNA
(Southern blot) e RNA (Northern blot). Essas sondas podem ser encomendadas
comercialmente, obtidas via síntese de cDNA (DNA complementar) ou, ainda, pela
marcação de DNA viral obtido pela reação de PCR. Ultimamente aumenta, em face
do grande aumento da sensibilidade dos marcadores não-radioativos, a preferência
da marcação de sondas com "etiquetas frias", como a marcação com digoxigenina,
sensível e que apresenta crescente popularidade.
A hibridação molecular (reação visualizada através de manchas em
membranas), em suas duas reações: hibridação de transferência "northern" (RNA) e
"southern" (DNA), embora altamente específica e sensível requer a síntese de cDNA
por técnicas de biologia molecular e a sua marcação (etiquetagem) "in vitro".
Alternativamente, a sonda pode ser um oligonucleotídeo produzido em
sintetizadores automáticos ou, ainda obtida via reação de RT-PCR (transcrição
reversa - reação de polimerase em cadeia). Essas características tornam a
hibridação molecular pouco adequada para o diagnóstico rápido em grande número
de amostras; sendo, no entanto, ferramenta importante no exame de material de
elite. Conhecendo-se pelo menos parte da seqüência do agente viral de interesse é
possível o diagnóstico via PCR, processo automatizado de amplificação cíclica, em
termocicladores, do agente de interesse e, visualização do DNA amplificado através
de eletroforese. A IC-PCR (PCR com imunocaptura) se utiliza da captura de
antígenos existentes na amostra, com anticorpos específicos, previamente à PCR.
Métodos de controle das viroses
A sanidade do material vegetativo destinado à multiplicação da videira, ou
seja, à produção de mudas, barbados, estacas (bacelos) e gemas (garfos), tem sido
uma das principais preocupações dos países vitícolas nas últimas décadas. Isso é
plenamente justificável pelas constantes descobertas de novas doenças que se
propagam através do material vegetativo, especialmente as viroses. A multiplicação
agâmica da videira, além de facilitar a disseminação dos vírus, propicia o seu
acúmulo no material propagativo ao longo do tempo, levando ao surgimento de
doenças complexas.
A metodologia de controle é comum a todas as viroses citadas. No campo, o
único meio viável de se controlar doenças causadas por vírus é através da seleção
sanitária e eliminação de vetores. A planta após infectada é impossível de ser curada
no campo pelos métodos, tradicionalmente, utilizados para outras doenças.
Na Embrapa Uva e Vinho a metodologia de controle das viroses da videira, se não a
mesma, é muito semelhante a desenvolvida nos principais países vitícolas dos
mundo, a qual é a seguir descrita resumidamente:
Seleção sanitária
É feita em etapas, envolvendo uma série de atividades até se chegar as
plantas que servirão como fonte de ropagação. No vinhedo é feita a seleção massal,
através de observações minuciosas, marcando-se as plantas sem sintomas
aparentes e com boa produção. Em seqüência podem ser formados clones das
plantas selecionadas para observação mais detalhada por um período de dois ou
mais ciclos vegetativo. Tanto na seleção massal como na clonal, as observações são
feitas em diversas épocas do ano, visto que os sintomas das viroses podem
aparecer em diferentes estádios do desenvolvimento da planta. As plantas que se
mostrarem aparentemente sadias na seleção de campo são submetidas aos testes
biológicos para comprovar sua sanidade. A técnica comumente usada para detectar
vírus em plantas lenhosas é a "indexagem sobre cultivares indicadoras" (Tabela 2).
Este teste consiste na enxertia de gema ou garfo da videira que se deseja conhecer
o estado sanitário, em uma cultivar de videira sensível ao vírus (indicadora). A
avaliação dos resultados é baseada no aparecimento dos sintomas na indicadora no
período de 1 a 3 ciclos vegetativos, dependendo do vírus em teste. Outro teste
biológico que pode ser utilizado é a "inoculação mecânica em plantas herbáceas",
embora de aplicabilidade restrita a poucas viroses da videira de interesse
econômico. Também são empregadas na seleção sanitária, como complemento
aos testes biológicos, as técnicas serológicos e moleculares, já mencionadas no
item referente a diagnonse de vírus
Termoterapia e micropagação de segmentos caulinares de uma gema
No caso de não se conseguir nos trabalhos de seleção sanitária nenhuma
planta sadia de uma determinada cultivar e não se dispor de outra fonte para obter
material sadio, a única alternativa é o tratamento pelo calor, método comumente
utilizado em fruticultura, especialmente na videira. É o meio mais eficiente e seguro
de se obter planta sadia a partir de uma planta infectada. A técnica consiste em
submeter a planta doente a temperaturas entre 37-38ºC por período que varia,
normalmente, entre 30-90 dias ou até mais dependendo do vírus. Após o tratamento,
as extremidades dos brotos (1-3 cm) são enraizados "in vitro" e, posteriormente, as
plantas desenvolvidas são submetidas aos testes de diagnose para comprovar a
sanidade da planta.
Controle de vetores
No caso de se constatar a presença de nematóides vetores no vinhedo, para
se reaproveitar a área deve-se eliminar as plantas com o máximo de raízes e
introduzir culturas não hospedeiras dos nematóides como alfafa e cereais, durante
7-10 anos. O tempo pode ser maior ou menor dependendo da população dos
nematóides e do tipo de solo, se arenoso ou argiloso. Caso se queira plantar de
imediato a videira, deve-se fazer um tratamento rigoroso do solo com nematicida. O
tratamento químico do solo é muito dispendioso e caro, sendo feito em pequenas
áreas, especialmente em viveiros.
Tambem é necessário fazer o controle eficiente de cochonilhas nos vinhedos,
principalmente daquelas que, além de comportarem com pragas da videira também
são citadas como vetoras de vírus (ex. Planococcus ficus, P. citri, Pseudococcus
longispinus e Pulvinaria vitis) causadores das doenças do complexo rugoso (GVA e
GVB) e do enrolamento da folha da videira (GLRaV-1 e -3).
Ainda existem poucas informações disponíveis sobre a ocorrência, a dispersão e a
bioecologia de espécies de cochonilhas em videiras na região vitícola da Serra
Gaúcha, o que dificulta o estabelecimento de uma estratégia de controle da
transmissão viral.
As dificuldades, que podem ser verificadas no controle de cochonilhas da
videira, quando, além de pragas são também vetoras de vírus, está exatamente em
evitar a transmissão do patógeno, pois o vetor pode transmitir o vírus a planta antes
de morrer em decorrência do efeito do inseticida. No caso de insetos-pragas há
conceitos que balizam um controle eficiente, tais como "manejo integrado de pragas"
e "nível de dano econômico", ou seja, a cultura pode conviver com um certo nível de
infestação da praga sem sofrer prejuízos econômicos significativos e, portanto, sem
justificar a interferência com defensivos químicos. Quando o mesmo inseto é vetor
de vírus, estes conceitos não se aplicam, pois mesmo uma reduzida população de
insetos pode eficientemente disseminar o vírus em campo. Por todos estes
aspectos, o controle de insetos vetores de vírus é um tema importante que demanda
estudos adicionais, específicos para cada situação, procurando definir questões
como a eficiência e o alcance desta prática.
Tabelas
Tabela 1. Vírus e doenças consideradas de origem viral que infectam a videira.
Vírus Gênero, Família Referências
Alfalfa mosaic virus, AlMV (Vírus do Alfamovirus,
1, 2
mosaico da alfafa) Bromoviridae
Arabis mosaic virus, ArMV (Vírus do Nepovirus,
1, 2
mosaico do arabis) Comoviridae
Artichoke Italian latent virus, AILV (Vírus Nepovirus,
1, 2
italiano latente do artichoke) Comoviridae
Blueberry leaf mottle virus, BLMoV (Vírus Nepovirus,
1, 2
do mosqueado da folha do Mirtilo) Comoviridae
Broad bean wilt virus, BBWV (1-2) (Vírus Fabavirus,
1, 2
da murcha da fava) Comoviridae
Carnation mottle virus, CarMV (Vírus do Carmovirus,
1, 2
mosqueado do cravo) Tombusviridae
Cucumber mosaic virus, CMV (Vírus do Cucumovirus,
1,2
mosaico do pepino) Bromoviridae
Grapevine ajinashika virus, GAV (Vírus
não classificado 2 (não oficial)
ajinashika da videira)
Grapevine Algerian latent virus, GALV Tombusvirus,
1, 2
(Vírus algeriano latente da videira) Tombusviridae
Grapevine asteroid mosaic virus, GAMV
não classificado 2 (não oficial)
(Vírus do mosaico asteróide da videira)
Grapevine berry inner necrosis virus, GINV
(Vírus da necrose interna da baga da Trichovirus 1, 2
videira)
Grapevine Bulgarian latent virus, GBLV Nepovirus,
1, 2
(Vírus Bulgaro latente da videira) Comoviridae
Grapevine chrome mosaic virus, GCMV Nepovirus,
1, 2
(Vírus do mosaico cromo da videira) Comoviridae
Grapevine fanleaf virus, GFLV (Vírus dos Nepovirus,
1, 2
entrenós curtos da videira) Comoviridae
Grapevine fleck virus, GFkV (Virus da
não classificado 1, 2
mancha das nervuras da videira)
Grapevine labile rod-shaped virus, GLRSV
(Vírus lábil e em formato de bastão da não classificado 2 (não oficial)
videira)
Grapevine leafroll-associated virus, GLRaV-
1, GLRaV-2, GLRaV-3, GLRaV-4, GLRaV- Closterovirus,
1, 2
5, GLRaV-6, GLRaV-7 e LRaV-8 (Vírus do Closteroviridae
enrolamento da folha da videira)
Grapevine line pattern virus, GLPV (Vírus Ilarvirus,
2 (não oficial)
do padrão em linha da videira) Bromoviridae
Grapevine rootstock stem lesion associated
virus, GRSLaV (Vírus associado a lesão do não classificado 3 (não oficial)
caule de porta-enxerto da videira)
Grapevine stunt virus, GSV (Vírus do
não classificado 2 (não oficial)
nanismo da videira)
Grapevine Tunisian ringspot virus, GTRSV
Nepovirus,
(Vírus Tunisiano da mancha em anel da 1, 2
Comoviridae
videira)
Grapevine virus A, GVA (Vírus A da videira) Vitivirus 1
Grapevine virus B, GVB (Vírus B da videira)Vitivirus 1
Grapevine virus C, GVC (Vírus C da
Vitivirus 1
videira)
Grapevine virus D, GVD (Vírus D da
Vitivirus 1
videira)
Peach rosette mosaic virus, PRMV (Vírus Nepovirus,
1, 2
do mosaico em roseta do pessegueiro) Comoviridae
Petunia asteroid mosaic virus, PetAMV Tombusvirus,
1, 2
(Vírus do mosaico asteróide da petúnia) Tombusviridae
Potato virus X, PVX (Vírus X da batata) Potexvirus 1, 2
Raspberry ringspot virus, RpRSV (Vírus da epovirus,
1, 2
mancha em anel da framboesa) Comoviridae
Rupestris stem pitting-associated virus,
RSPaV (Vírus associado a caneluras do Foveavirus 1
caule de Rupestris)
Sowbane mosaic virus, SoMV (Vírus do
Sobemovirus 1, 2
mosaico do chenopódio)
Strawberry latent ringspot virus, SLRSV
Nepovirus,
(Vírus latente da mancha em anel do 1, 2
Comoviridae
morangueiro)
Tobacco mosaic virus, TMV (Vírus do
Tobamovirus 1, 2
mosaico do fumo)
Tobacco necrosis virus D, TNV-D (Vírus da Necrovirus,
1, 2
necrose do fumo) Tombusviridae
Tobacco ringspot virus, TRSV (Vírus da Nepovirus,
1, 2
mancha em anel do fumo) Comoviridae
Tomato black ring virus, TBRV (Vírus do Nepovirus,
1, 2
anel preto do tomateiro) Comoviridae
Tomato mosaic virus, ToMV (Vírus do
Tobamovirus 1, 2
mosaico do tomateiro)
Tomato ringspot virus, ToRSV (Vírus da Nepovirus,
1, 2
mancha em anel do tomateiro) Comoviridae
Viróides
Australian grapevine viroid, AGVd (Viróide Apscaviroid,
1
Australiano da videira) Pospiviroidae
Grapevine yellow speckle viroid 1, GYSVd- Apscaviroid,
1
1 (Viróide do salpico amarelo da videira 1) Pospiviroidae
Grapevine yellow speckle viroid 2, GYSVd- Apscaviroid,
1
2 (Viróide do salpico amarelo da videira 2) Pospiviroidae
Vírus satélites
Grapevine Bulgarian latent virus satellite
RNA satélite,
RNA (RNA satélite do vírus Búlgaro latente 1
Subgrupo 1
da videira)
Grapevine fanleaf virus satellite RNA (RNA RNA satélite, 1
satélite do vírus dos entrenós curtos da Subgrupo 1
videira)
Doenças consideradas virais
Grapevine enation (Enação da videira)
Grapevine summer mottle (Mosqueado de
verão da videira)
Grapevine vein mosaic (Mosaico das
nervuras da videira)
Grapevine vein necrosis (Necrose das
nervuras da videira)
LN 33 stem grooving (Acanaladura do
lenho de LN 33)
(1) REGENMORTEL, M.H.V., FAUQUET, C.M., BISHOP, D.H.L., CARSTENS, E.B.,
ESTES, M.K., LEMON, S.M, MANILOFF, J., MAYO, M.A., McGEOCH, D.J.,
PRINGLE, C.R. & WICKNER. R.B. (Eds.). Virus Taxonomy - Classification and
Nomenclature of Viruses. 7th Report of the International Committee on Taxonomy of
Viruses. San Diego. Academic Press. 2000. 1162p.
(2) MARTELLI, G.P. Grapevine virology highlights 1994-97. In: 12 th Meeting of the
international council for the study of viruses and virus-like diseases of the grapevine
(ICVG). Extended abstracts. Lisbon, Portugal. 1997. pp.7-14.
(3) UYEMOTO, J.K., ROWHANI, A., LUVISI, D. & KRAG, C.R. New closterovirus in
'Redglobe' grape causes decline of grafted plants. California Agriculture 55(4): 28-31.
2001.
Tabela 2. Cultivares indicadoras de viroses da videira e o tempo necessário para a expressão de sintomas.
Expressão dos
Viroses / vírus causadores Indicadoras sintomas
(tempo máximo)
Cabernet
Franc
Complexo do enrolamento da folha
C. Sauvignon
Enrolamento da folha (leaf roll) (GLRaV-1 a 6 a 24 meses
Merlot
GLRaV-8)
Pinot Noir
Mission
Complexo rugoso
LN33
1. Intumescimento dos ramos (GVB) 3 a 18 meses
Kober 5BB
2. Kober stem grooving (GVA) 24 meses
Rupestris du
3. Rupestris stem pitting (RSPaV) 24 meses
Lot
4. LN33 stem grooving 24 meses
LN33
2, 3 e 4 = "caneluras"
Degenerescência da videira Rupestris du
2 a 18 meses
Grapevine fanleaf virus (GFLV) Lot
Necrose das nervuras
R 110 3 a 18 meses
Grapevine vein necrosis
Mancha das nervuras Rupestris du
3 a 18 meses
Grapevine fleck virus (GFkV) Lot