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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA MECÂNICA E ENGENHARIA CIVIL


ENGENHARIA MECÂNICA E ENGENHARIA CIVIL

AMANDA LEGNANI
GUSTAVO SILVA RODRIGUES
MARINA OLIVEIRA SANTOS
MATHEO ARAUJO
RAFAEL SIMÃO LEVY
RICARDO DELGADO

ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO


E
MAPA DE RISCO

GUARAPUAVA
ABRIL DE 2015
AMANDA LEGNANI
GUSTAVO SILVA RODRIGUES
MARINA OLIVEIRA SANTOS
MATHEO ARAUJO
RAFAEL SIMÃO LEVY
RICARDO DELGADO

ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO


E
MAPA DE RISCO

Trabalho apresentado como requisito para


obtenção de nota parcial na disciplina de
Fundamentos de Engenharia de
Segurança do Trabalho em Engenharia
Mecânica (COEME), da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná.

Professor: André Luiz Soares

GUARAPUAVA
ABRIL DE 2015
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Primeira postura observada, sem carregamento de carga........................16

Figura 2 - Segunda postura observada, sem carregamento de carga.......................17

Figura 3 - Terceira postura observada, com carregamento de carga........................18

Figura 4 - Quarta postura observada.........................................................................18

Figura 5 - Quarta postura observada, enfoque na posição dos braços.....................19

Figura 6 - Quinta postura observada.........................................................................19

Figura 7 - Sexta postura observada...........................................................................20

Figura 8 - Sétima postura observada.........................................................................21

Figura 9 - Oitava postura observada..........................................................................21

Figura 10: Nona postura observada...........................................................................22

Figura 11: Décima postura observada.......................................................................23

Figura 12: Décima primeira postura observada.........................................................24

Figura 13: Décima segunda postura observada........................................................24

Figura 14: Décima terceira postura observada..........................................................25

Figura 15: Décima terceira postura observada..........................................................26

Figura 16: Mapa de risco de uma oficina de tornearia...............................................29

Figura 17: Legenda referente ao mapa de risco........................................................30


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................ 5

1.1 Ergonomia............................................................................................................. 6

1.1.1 Biomecânica....................................................................................................... 8

1.2 OWAS.................................................................................................................... 9

1.3 NIOSH..................................................................................................................10

1.4 Mapa de Risco......................................................................................................12

2 OBJETIVOS............................................................................................................14

2.1 Objetivos Gerais ..................................................................................................14

2.2 Objetivos Específicos ..........................................................................................14

3 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO...........................................................15

3.1 Análise Postural....................................................................................................15

3.2 Análise de Carga..................................................................................................26

4 MAPA DE RISCO....................................................................................................28

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................31

REFERENCIAS..........................................................................................................33
Anexos........................................................................................................................34
Resumo

Com a tentativa de evitar doenças do trabalho, diversas metodologias foram


adotadas de modo a auxiliar os estudos referentes a postura errôneas, carregamento
de carga acima do confortável e ainda riscos relacionados ao ambiente de trabalho.
Problemas relacionados a lombalgia, dores nas pernas, e até estresse, podem ser
evitados se as devidas precauções forem analisadas e utilizadas corretamente.
Durante o desenvolver deste trabalho, visa-se um estudo postural relacionado ao
trabalho executado em uma oficina de tornearia, aplicando-se uma análise
ergonômica com base nos métodos biomecânicos de OWAS e NIOSH. Após uma
análise preliminar do ambiente também foi possível reconhecer os perigos
relacionados a tarefa e construir um mapa de risco com base nestes dados. A coleta
de informações deu-se por visita presencial à oficina, na qual o diálogo com o
trabalhador e suas considerações quanto ao trabalho foram incluídas ao decorrer da
análise realizada. A partir destes estudos, encontram-se resultados que levam a
questionamentos sobre a disseminação das recomendações quanto a segurança e
saúde do trabalho, visto que a falta de equipamentos de proteção individuais e devidos
cuidados de postura e carga deveriam ser implantados em todos os ambientes de
trabalho, favorecendo a condição ergonômica para o trabalhador. Por fim, foram
realizadas as análises necessárias, compreendendo o significado de cada uma destas
e indicando soluções para os problemas encontrados referente a tarefa executada.

Palavras Chaves: Ergonomia, OWAS, NIOSH, mapa de risco, saúde.


5

1 INTRODUÇÃO

O estudo a seguir visa uma análise ergonômica a qual foi realizada em


uma oficina de tornearia, aplicando-se os métodos de OWAS e NIOSH em prol
de uma análise de postura do trabalhador em sua função diária, e ainda, o
carregamento de carga envolvido a esta. Foram também aplicados conceitos de
higiene do trabalho, identificando riscos relacionados a cada um dos ambientes
da oficina, expondo os trabalhadores a agentes químicos, biológicos, físicos,
entre outros.

A segurança do trabalho pode ser compreendida como um meio de


criação de medidas com as quais é possível antever ou minimizar acidentes com
acontecimento no ambiente de trabalho. Esses acidentes não só compreendem
problemas imediatos, entretanto incluindo também doenças de trabalho ao
decorrer de inúmeros anos de trabalho, doenças ocupacionais, com o intuito de
proteger a integridade do trabalhador.

Esta área se subdivide em inúmeros tópicos e métodos, proporcionando


análises e prevenções a erros ocupacionais. Entre essas metodologias é
importante ressaltar o uso para análise de posições realizadas durante o
trabalho, o carregamento de cargas ao decorrer do horário do trabalhador,
avaliando quais posições e cargas são desfavoráveis para quem exerce a
função.

Além disso, no ambiente de trabalho, uma importante aplicação é a


confecção do mapa de risco, extremamente necessário para entender e
minimizar os problemas envolvendo cada um dos riscos relacionados a tal
ambiente.

Estes três temas serão abordados ao decorrer deste estudo, aplicando-


se os métodos de OWAS e NIOSH na análise ergonômica, avaliando a
ergonomia do posto de trabalho escolhido. E ainda a utilização do mapa de risco
no mesmo local de serviço para uma representação dos riscos dos processos
envolvidos.
6

1.1 Ergonomia

A ergonomia é um conjunto de ciências e tecnologias que procura a


adaptação confortável e produtiva entre o ser humano e seu trabalho,
procurando adaptar-se as condições de trabalho às características do ser
humano. Tem como finalidade a melhoria e conservação da saúde, assim como
a concepção e garantia de funcionamentos satisfatórios do sistema técnico, tanto
sob o ponto de vista da produção como da segurança.

Regida pela Norma Regulamentadora 17, a definição de ergonomia pela


mesma é tal que:

(Redação dada pela Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de novembro de


1990)
17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que
permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente.

Existe uma grande variedade de materiais que descrevem fatos


experimentais relacionados com a situação de trabalho. Os efeitos da carga de
trabalho e a postura sobre os funcionários são inúmeras. As posturas que exigem
torções de tronco e ainda as posturas prolongadas e movimentos repetitivos por
tempo prolongado, que podem causar lesões localizadas, resultando em fadiga
muscular.

O corpo humano, gasta níveis diferentes de energia dependendo da


postura que deve ser assumida. Sendo assim, deve-se considerar a
possibilidade de alterações nas posições de trabalho, visto que os dados
antropométricos variam de indivíduo para indivíduo, embora existam consensos
gerais sobre cada forma correta de exercer determinado tipo de trabalho, por
exemplo, o levantamento de carga.
7

Ainda, independente da tarefa a ser realizada, é necessário considerar o


arranjo do ambiente, obstáculos, liberdade de movimentos, altura em que o
trabalho é realizado, tempo, intensidade de força, distância, extensão e precisão
dos movimentos.

Para considerar tais variáveis do trabalho, a metodologia utilizada é


chamada de Análise Ergonômica do Trabalho. É importante ressaltar que o
procedimento consiste em três fases primordiais, as quais deve-se analisar com
cautela e cronologicamente ao modo como serão conseguinte apresentadas.

Deve-se manter, ainda, um procedimento presente em todas as etapas e


coesão entre estas, de modo que evite-se deslizes ao longo do processo de
análise do trabalho. Tais erros estão relacionados diretamente com o método
empírico aplicado, ou seja, baseando-se nas experiências do trabalhador que
executa determinada tarefa.

As fases analisadas devem ser:

 Análise ergonômica da tarefa que envolve o trabalho, e os ambientes


físicos.
 Análise das condições posturais, antropométricas e aspectos
psicológicos.
 Análise ergonômica das atividades.

Dentre os meios de realizar-se uma análise ergonômica do trabalho, um


dos mais utilizados é o Laudo Ergonômico, este comumente um documento no
qual são emitidas respostas a diversas análises e questões levantadas no que
se refere a uma condição de trabalho de um posto específico de trabalho. Muitas
vezes, esse laudo não corresponde a totalidade de abrangência necessária para
a análise de um trabalho.

O estudo justifica-se em fazer uma análise ergonômica em uma linha de


produção, para que se possa entender como surgiu à grande evasão de
colaboradores devido aos problemas de saúde relacionados à ergonomia. Como
forma de avaliar os problemas ergonômicos identificados na situação de trabalho
8

em estudo foi aplicada entre os colaboradores o modelo de check-list de Corlett


(1992), o qual tem como objetivo verificar, de forma simplificada, o fator
biomecânico no risco de obtenção de distúrbios músculos-esqueléticos.

Sendo assim, De acordo com Yelin, Trupin and Sebesta (1999), 90% dos
trabalhadores mais velhos com deficiência tiveram lesões músculo-esqueléticas
(LME). O tratamento das LME criam problemas vão custar dezenas de bilhões
de dólares (Praemer, Furner and Rice,1999).

Estas declarações mostram que estudos sobre ergonomia são


importantes para desenvolver o melhor método de prevenção de LME do que
pode beneficia o empregador e também os seus trabalhadores.

1.1.1 Biomecânica

Entre as áreas que constituem a Ergonomia, uma das principais destas é


a biomecânica. Esta área é considerada fundamental pois está relacionada com
a maior quantidade de problemas de saúde dos trabalhadores.

Trata-se da determinação de cargas e posturas de indivíduos,


associando-se a mecânica do movimento humano. Ou seja, o elemento que
envolve o estudo desta área é o sistema gestual, analisando a interação do corpo
com o ambiente e a ação realizada.

Os objetivos relacionados a biomecânica são tais quais o aumento de


eficiência e/ou desempenho do trabalhador, aperfeiçoamento de maquinário e
equipamentos utilizados pelo mesmo e ainda a diminuição de lesões, ou doenças
crônicas.

Cabe também neste trabalho fazer os seguintes procedimentos: analisar


procedimentos no deslocamento, levantamento e transporte de cargas manuais;
identificar problemas causados por levantamento de cargas manuais; analisar a
qualidade insatisfatória processos de produção; elaboração de recomendações,
para melhoria das condições de trabalho em atividades de movimentação e
manuseio de cargas.
9

1.2 OWAS

O método de OWAS (Ovako Working Posture Analysing System)


desenvolvido por um grupo de pesquisadores finlandeses, tem como objetivo a
analise fotográfica de posturas realizadas durante a atividade do trabalho. Seu
desenvolvimento veio com o intuito de criar um método possível de avaliar
posturas e cargas inadequadas para uma tarefa, minimizando os efeitos que
causariam a incapacidade de exercer a função. A partir disso, é possível a
identificação e avaliação das posturas características de cada tipo de trabalho e
ainda de quais são desconfortáveis e até prejudiciais à saúde da pessoa que o
executa.

Após a identificação das posturas, sem a utilização de equações, estas


são analisadas e classificadas com o auxílio de um mapeamento. Estas posturas
são relacionadas com cada região corporal, dividida em três para esse método.

Essas regiões são tais: o dorso, os braços e as pernas. Cada uma dessas
regiões é classificada isoladamente e posteriormente são analisadas juntas,
atribuindo-se valores e códigos. Neste código temos o primeiro digito relacionado
a posição do dorso, o segundo, a posição dos braços e o terceiro, das pernas. O
método de OWAS também tem classificação quanto ao uso de força do
trabalhador, ou seja, a carga relacionada ao trabalho; porém, no presente estudo
este item não será observado através do OWAS, visto que a abrangência deste
é dúbia.

Para a classificação das posturas é necessário seguir um procedimento


que consiste em atentar-se a frequência que aquela postura é executada e
quanto tempo é gasto durante a execução desta, assim é possível a classificação
destas atividades em cíclicas ou não. Durante esta análise deve-se considerar a
postura de cada uma das regiões, classificando-as de acordo com as posições
relacionadas.

Posteriormente, com as combinações das posições analisadas, esta


recebe uma pontuação e assim torna-se possível a categorização das posturas,
identificando a classe, associando à ação que deve ser utilizada para a correção
da postura, auxiliando a melhora da saúde durante a tarefa.
10

Existem quatro classes, cada qual com sua recomendação, com ações
e variações de tempo nas quais deve-se realizar medidas de correção. Estas
classes são:

 Classe 1: postura normal, dispensa cuidados.


 Classe 2: postura que deve ser verificada durante a próxima revisão
rotineira dos métodos de trabalho.
 Classe 3: postura que merece atenção a curto prazo.
 Classe 4: postura que deve merecer atenção imediata.

A utilização do método de OWAS embora não esteja isenta de limitações


e falhas, é de extrema importância. Sua aplicação para o monitoramento de
posturas reduz o risco do desenvolvimento de uma doença de trabalho, identifica
atividades desconfortáveis auxiliando na elaboração de novos métodos não
prejudiciais à saúde do trabalhador, com sugestões ergonômicas, beneficiando
o executor da tarefa ao minimizar as complicações do trabalho.

1.3 NIOSH

Em 1981, a equação de NIOSH foi desenvolvida para o auxílio de estudos


quanto a carga no trabalho. Criado para o diagnóstico do cálculo do limite de
peso recomendável (LPR) durante tarefas repetitivas que envolvem o
levantamento de cargas. Houve uma revisão da equação em 1991, onde novos
fatores foram acrescidos às variáveis.

Através deste cálculo é possível obter um peso apropriado para que o


trabalhador possa realizar a tarefa sem risco de problema associados a carga.
O conceito do método é que os problemas do carregamento de peso aumentem
de acordo com a discrepância entre o limite recomendado e o peso que é
efetivamente carregado.
11

O Limite de Peso Recomendado (LPR) é o produto da equação e é


definido como o peso da carga que aproximadamente todos os trabalhadores
saudáveis poderiam suportar por um período de até 8 horas diárias, sem
aumentar o risco de desenvolverem lombalgia relacionada ao trabalho. (NIOSH,
1994).

O LPR é obtido através da equação (1) representada abaixo:

25 4,5
𝐿𝑃𝑅 = 23 ( ) (1 − (0,003|𝑉 − 75|)) (0,82 + ( )) (1 − (0,0032. 𝐴)). 𝐹. 𝐶 (1)
𝐻 𝐷

As variáveis envolvidas na equação são estabelecida a partir de uma


tarefa específica relacionada ao trabalho, fornecendo um peso respectivo para
cada uma delas tal que reduzam o peso máximo recomendado; relacionando
cada coeficiente com o respectivo valor encontrado. Assim, as variáveis são tais
que:

𝐻: 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣í𝑑𝑢𝑜 𝑒 𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 (𝑐𝑚).

𝑉: 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙 𝑛𝑎 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎.

𝐷: 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜𝑟𝑖𝑔𝑒𝑚 𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑡𝑖𝑛𝑜.

𝐴: 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑑𝑜 â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎 (°).

𝐹: 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑙𝑒𝑣𝑎𝑛𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜.

𝐶: 𝑞𝑢𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑔𝑎.

Comparando-se o LPR com o Peso Recomendado (PR), obtemos o Índice


de Levantamento Recomendado (LPR) é o produto da equação e é definido
como o quociente entre o PR e o LPR.

E ainda, é possível a interpretação do NIOSH a partir de relações entre o


peso recomendado e o peso real.
12

 Se LPR < PR, a condição de trabalho causará problemas de saúde ao


trabalhador.
 Se LPR > PR, a condição de trabalho não causará problemas de saúde
ao trabalhador.
 Se LPR = PR, a condição de trabalho deve receber atenção imediata.

Embora seja um dos métodos mais utilizados nacionalmente e


mundialmente, a complexidade que cada tarefa exige do trabalhador torna
complicado a aplicação da equação. Em situações recorrentes na execução de
uma tarefa pode haver dificuldade em realizar determinada medição e
determinação de algum fator, acarretando em um possibilidade de avaliação
diferente da realidade.

A sensibilidade da equação quanto aos valores estabelecidos é grande,


assim, devem ser priorizados fatores que gerem erros significativos no Limite de
Peso Recomendável e consequentemente do Índice de Levantamento.

A frequência e distância horizontal devem prezar por precisão, utilizando


um processo sistemático para a obtenção destes, contribuindo para a precisão
das medidas e para um resultado coerente para com a tarefa executada, de
modo que se levante apenas a carga suficiente, evitando o desenvolvimento de
diversas lesões causadas pela negligência de pesos inadequados, aumentando
a qualidade de vida e diminuindo os riscos envolvidos para o trabalhador.

1.4 Mapa de Risco

O mapa de risco nada mais é que uma representação gráfica do


mapeamento dos riscos ambientais. Esses riscos causam prejuízos para a
saúde dos trabalhadores, gerando acidentes e/ou doenças de trabalho. Esses
fatores devem ser identificados, assim como suas origens, nos processos do
trabalho e na forma de organizar o mesmo. Ao fazer este levantamento, é
possível minimizar as situações e locais perigosos.
13

De acordo com a Norma Regulamentadora 5 – Comissão Interna de


Prevenção de Acidentes, deve-se ter:

5.16 A CIPA terá por atribuição:


a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de
riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria
do SESMT, onde houver;

Com a utilização de uma planta baixa do local, devem ser classificados os


tipos de riscos existentes em cada um dos cômodos. Estes ainda devem ilustras
o grau de perigo envolvido, sendo: baixo, médio e alto; simbolizados por círculos
de tamanhos distintos tal qual o grau característico.

Estes riscos são divididos em cinco grupos e rotulados por cores, sendo:
verde, vermelho, marrom, amarelo e azul. Cada uma dessas associada
respectivamente a risco físico, risco químico, risco biológico, risco ergonômico e
risco mecânico.

Antes de executar um mapa de risco é importante o levantamento de


dados, não só através de observação do local mas também através de diálogo
e consultas com o trabalhadores, visto que alguns riscos estão associados com
a execução do trabalho, portanto somente assim é possível identificar realmente
todos os riscos envolvidos na tarefa.

O mapa de risco deve ser exposto em local visível para os trabalhos, de


modo que possam detectar e se prevenir contra os principais perigos de
determinada área, daí a importância na confecção de um mapa de risco no
ambiente de trabalho.
14

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos Gerais

Aplicar os conhecimentos abrangidos em sala de aula objetivando o


aperfeiçoamento e familiarização com os métodos empregados para a
confecção de um mapa de risco referente a uma oficina de tornearia e ainda a
análise ergonômica do trabalho realizado no mesmo local. Durante este relatório
irão ser expostos os procedimentos, análises e resultados obtidos.

2.2 Objetivos Específicos

Consistem em aplicar os aprendizados de análise ergonômica do trabalho


a partir da aplicação do métodos de OWAS e NIOSH, analisando as posturas
recorrentes do trabalhador e identificando quais são prejudiciais à saúde do
mesmo, procurando por correção das consideradas ruins.

Além disso, a avaliação da carga levantada, a partir da equação de


NIOSH, será aplicada para a obtenção de uma análise prática da saúde
ocupacional do trabalhador, e as decorrências do peso excessivo.

Com a execução do mapa de risco, será possível aplicar os


conhecimentos sobre as características e grau do risco envolvido em cada local
de trabalho. A identificação dos diversos tipos associados a um ambiente são de
extrema importância para a aplicação posterior.

Portanto, os objetivos associados a execução deste relatório são


necessários para o emprego prático dos conhecimentos previamente adquiridos,
tais que estes possam se desenvolver e aprofundar-se durante a realização das
análises referentes ao trabalho.
15

3 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO

A análise ergonômica do trabalho (AET), como já citado anteriormente,


divide-se em três etapas primordiais: análise da demanda, da tarefa e das
atividades exercidas.

Durante a visita à oficina de tornearia, foi possível analisar as posturas


referentes a cada tipo de trabalho executado, e também a cada etapa do
trabalho. Através do diálogo com o trabalhador, foi possível identificar as
posturas principais e as que causavam mais desconforto.

Pelo método de OWAS, classificou-se as posturas de acordo com a


tabela relacionada, interpretando estes através dos valores estabelecidos.
Assim, as distribuindo nas quatro classes.

Pela equação de NIOSH, visando a redução de problemas relacionados


ao trabalho, calculou-se o Limite de Peso Recomendável (LPR) e comparou-se
este com o Peso Real (PR), obtendo o Índice de Levantamento. Mediu-se as
distâncias, ângulos e calculou-se a frequência com a qual a carga era levantada,
encontrando as variáveis necessárias para a resolução da equação. A
interpretação foi realizada com base nos valores do LPR, PR e IL, obtendo a
necessidade ou não de ação imediata em relação ao levantamento de carga
ocorrida durante a tarefa.

3.1 Análise Postural

Durante esta seção, serão classificados os tipos principais de postura


associados a execução da tarefa do trabalho. Ao todo, foram identificadas
quatorze posições principais durante o turno.

Para cada uma dessas posições, dividiu-se o corpo em três partes, os


braços, o dorso e as pernas. Identificou-se a posição e relacionou-se com o valor
utilizado no método de OWAS. Classificando estas entre as classes existentes
neste mesmo método.
16

Analisaremos a primeira posição, e as demais, através de


representações fotográficas. Como a seguir:

Figura 1: Primeira postura observada, sem carregamento de carga


Fonte: Autoria própria

Observando a figura acima, é possível notar que esta é uma postura


confortável, não exigindo muito esforço do trabalhador. O dorso está reto, os
braços estão direcionados para baixo e as duas pernas estão retas.

Essa posição é classificada como 1-1-1, com média duração, ou seja,


está inclusa na Classe 1, é uma postura normal que dispensa cuidados. Não
causará doenças ocupacionais ao trabalhador.
17

Figura 2: Segunda postura observada, sem carregamento de carga


Fonte: Autoria própria

Após a primeira postura, é necessário a inclinação do corpo em direção


a carga que posteriormente será carregada até a máquina. Portanto, nota-se que
existe uma inclinação no torso, e deslocamento dos braços para alcançar a peça
necessária.

Essa posição é classificada como 2-1-1, com baixa duração, ou seja,


está inclusa na Classe 2, é uma postura ligeiramente desconfortável, que deve
ser verificada durante a próxima revisão rotineira de trabalho. É uma posição na
qual deve-se ter cuidado.

A posição seguinte, classificada como a terceira observada, é idêntica a


primeira, exceto pelo carregamento de carga feito pelo trabalhador. Esta carga
torna a postura levemente menos confortável que a primeira.

Embora exista essa carga, a postura ainda está relacionada a 1-1-1,


logo, inclusa na Classe 1 e como já dito anteriormente, dispensa cuidados pois
é uma postura normal, de baixa duração e também rotineira ao trabalho. As
doenças ocupacionais relacionadas a esta postura são mínimas.

A terceira postura está assinalada na figura a seguir, onde é possível


associar a análise à imagem relacionada:
18

Figura 3: Terceira postura observada, com carregamento de carga


Fonte: Autoria própria

Figura 4: Quarta postura observada


Fonte: Autoria própria

Na figura acima está a quarta postura principal que foi observada durante
a visita à oficina. Nesta postura, o dorso está reto, porém a posição dos braços
é a mais desconfortável possível, ambas para cima, operando o maquinário
durante a execução da tarefa. Uma das pernas encontra-se reta, enquanto a
outra está dobrada, esse arranjo causa desconforto por tratar-se de uma tarefa
de média duração.
19

A postura é classificada como 1-3-2, localizada na Classe 1. Embora a


classificação especifique esta é uma postura normal, deve-se ter precaução, pois
é de permanência desconfortável. Como pode ser observado na retratação
fotográfica abaixo, um detalhe importante está no posicionamento dos braços
durante a tarefa.

Figura 5: Quarta postura observada, enfoque na posição dos braços


Fonte: Autoria própria

A seguir, retrata-se a quinta postura principal observada durante o turno


de trabalho.

Figura 6: Quinta postura observada


Fonte: Autoria própria
20

Na figura observa-se que o dorso encontra-se completamente reto, tal


como as pernas. Os braços, por outro lado, estão os dois para cima.
Classificando esta postura em 1-2-1, após reconhecimento na tabela do método,
esta também é uma posição de Classe 1, ou seja, uma postura normal, tal como
a anterior.

Figura 7: Sexta postura observada


Fonte: Autoria própria

A sexta postura analisada durante o turno de trabalho está representada


acima, tal como é possível observar, a postura é desconfortável, além disso,
existe um emprego de força tal que o trabalhador necessita utilizar durante a
tarefa.

O dorso do trabalhador está inclinado, embora os braços e pernas estejam


direcionados para baixo. Relacionada ao valor 2-1-1, que quando analisado na
tabela, descobre-se que é uma postura de Classe 2.

Portanto, a posição deve ser verificada durante a próxima revisão rotineira


de trabalho, ou seja, pode causar doenças ocupacionais ao trabalhador. Deve
existir cuidado quanto a esta postura.

Na imagem abaixo, está a sétima postura avaliada durante a análise


ergonômica.
21

Figura 8: Sétima postura observada


Fonte: Autoria própria

Similar a postura anterior, a sétima postura é constituída por inclinação no


dorso, braços para baixo e emprego de força durante a tarefa. A distinção entre
as duas posição é dada pela posição das pernas. Nesta postura, uma das pernas
está ligeiramente dobrada e a outra encontra-se totalmente reta.

A análise nos permite chegar ao valor 2-1-2, localizada na Classe 2.


Assim, também é necessário uma revisão desta postura na próxima reunião de
trabalho. É uma postura tão desconfortável quanto a anterior e necessita de
cuidado.

Figura 9: Oitava postura observada


Fonte: Autoria própria
22

Constituída de inclinação de dorso, braços para baixo e uma das pernas


flexionadas enquanto a outra continua reta. A postura número oito é
desagradável, pois além das movimentações do corpo, é necessário o uso de
força para a confecção das peças durante um período médio de tempo no
trabalho.

Esta posição é nomeada 2-1-4 e classificada na Classe 3, portanto, uma


postura que merece atenção a curto prazo de tempo. Provavelmente irá causar
doenças ocupacionais para o trabalho devido a flexão contínua de músculos,
logo, deve ser analisada o mais breve possível.

Figura 10: Nona postura observada


Fonte: Autoria própria

Na figura acima mostra-se a nona posição analisada na oficina. Nesta,


existe inclinação de dorso, tal como na anterior, os braços estão para baixo para
a utilização do maquinário e ainda existe uma posição de deslocamento de
pernas, para o auxílio durante o trabalho.
23

A postura 2-1-6 é desconfortável, pois além da força aplicada nos braços


durante o serviço, é aplicado uma força também nas pernas. Portanto é
classificada como de Classe 2, necessitando de uma atenção posterior, durante
uma revisão no ambiente de trabalho.

A seguir, encontra-se a décima postura relacionada a oficina de tornearia,


tem-se ambos os braços para baixo, assim como a perna reta. O dorso, por outro
lado, está em uma posição extremamente desconfortável, inclinado e torcido
para a continuidade do trabalho no torno mecânico.

Na figura abaixo é possível identificar as caracterizações da posição:

Figura 11: Décima postura observada


Fonte: Autoria própria

Deste modo, esta postura é chamada 4-1-1 e pertence a Classe 2. É


necessário cuidado na realização desta, principalmente pela disposição do dorso
do trabalhador. Esta atenção, porém, não é imediata e pode aguardar a próxima
revisão de trabalho.

A próxima postura é a de número onze, onde o dorso está reto, assim


como as pernas. Os braços encontram-se ambos para cima. Nesta parte do
trabalho não há carregamento de peso.
24

Classifica-se a posição em 1-3-1, de Classe 1, ou seja, uma postura


normal, não necessita de cuidado. Ligeiramente desconfortável pois necessita
do levantamento completo dos braços.

Figura 12: Décima primeira postura observada


Fonte: Autoria própria

Figura 13: Décima segunda postura observada


Fonte: Autoria própria

A décima segunda postura analisada durante o turno do trabalho é a mais


desconfortável entre as principais. Possuí dorso inclinado e torcido, ambos os
25

braços para cima por complicações da utilização do torno e ainda deslocamento


de pernas devido a mesma situação dos braços.

A posição 4-3-6 é classificada na Classe 4, portanto, necessita de ação


imediata em relação a postura. Esta certamente causará problemas para a saúde
do trabalhador, causando impedimento no exercício da função.

Figura 14: Décima terceira postura observada


Fonte: Autoria própria

Acima tem-se a penúltima postura principal identificada, esta postura


consiste em dorso inclinado, pernas e braços para baixo. Ocorre ao final do
processo de confecção de peças.

A postura 2-1-1 foi classificada de Classe 2 através da tabela do método


de OWAS, esta posição deve ser verificada na próxima reunião de trabalho, pois
a longo prazo podem haver consequências para a saúde do trabalhador.

Abaixo encontra-se a última postura analisada durante a visita à oficina.


26

Figura 15: Décima terceira postura observada


Fonte: Autoria própria

Semelhante à postura anterior, os braços estão para baixo e o dorso


inclinado. Porém, uma das pernas encontra-se reta e a outra não. É o último
passo do trabalho a ser executado.

A postura é nomeada 2-1-2, classificada na Classe 2, assim como a


anterior. A posição também deve ter atenção na próxima revisão de trabalho.

3.2 Análise de Carga

Para que não existam problemas no carregamento de carga, é necessário


compreender qual será o peso máximo que um trabalhador pode levantar e
transportar para que não cause danos a saúdo do mesmo.

A obtenção deste valor será dada pela equação de NIOSH, já mencionada


anteriormente. Assim, durante a visita até a oficina de tornearia foram medidos
as distâncias necessárias para o cálculo de Limite de Peso Recomendável.

Durante o turno ao qual a análise ergonômica foi executada, o trabalhador


carregou uma carga de 13 quilogramas. Esta é associada com as peças que são
usinadas na máquina de torno. Essa carga é variável a cada turno de trabalho,
porém, iremos avaliar o carregamento no dia de trabalhado analisado.
27

As medidas encontradas durante o processo foram a distância horizontal


(H) entre o trabalhador e a carga de 40 centímetros, distância vertical (V) na
origem da carga era de 110 centímetros. O deslocamento (D) vertical entre a
origem e o destino da carga era de 30 centímetros, estimou-se um ângulo (A) de
90° entre o eixo da carga e o eixo do tronco.

Ao carregar as cargas, o trabalhador executou aproximadamente quinze


posturas retas e quinze posturas inclinadas. Este trabalho tem duração de quatro
horas, com uma frequência de 0,2 vezes por minuto, e ainda 𝑉 ≥ 75. Pela tabela
de frequência utilizada no método de NIOSH, encontra-se um fator de frequência
de levantamento (F) de 0,85.

Quando o trabalhador carrega a carga, a qualidade de pega (C) associada


é razoável, assim entende-se que não há presença de alça e/ou encaixe porém
a carga permite que os dedos fiquem no máximo a 90 graus. Logo, o valor de C
é de 1,00.

Utilizando a equação (1) citada anteriormente, e substituindo as variáveis


H, V, D, F, A e C pelos valores correspondentes, obtemos o valor de Limite de
Peso Recomendado, tal que:

𝐿𝑃𝑅 = 7,5 𝑘𝑔

Portanto, lembrando que a carga real possui 13 quilogramas, constata-


se facilmente que 𝐿𝑃𝑅 < 𝑃𝑅, identificando que a carga está acima do
recomendado pelo método de NIOSH, com 𝐼𝐿 = 1,73. Logo, a condição de
trabalho não é satisfatória para o trabalhador e irá acarretar em problemas de
saúde posteriores, prejudicando a execução da tarefa. Devem ser procuradas
soluções alternativas para o levantamento e carregamento de carga relacionada
ao trabalho, como por exemplo, a utilização de um “carrinho” auxiliador no
momento do carregamento das peças.
28

4 MAPA DE RISCO

Para a execução de um mapa de risco, é necessário a análise do local ao


qual quer se identificar os riscos, logo, vê-se a importância de fazer uma visita
até o lugar. Através do diálogo com o executor da tarefa é possível encontrar
possíveis riscos que estão diretamente ligados ao trabalho, assim, conseguiu-se
um entendimento mais completo quanto aos risco da tarefa e envolvidos com o
próprio ambiente.

Realizou-se uma observação do local, e a confecção de um croqui para


auxilio da criação do mapa de risco posteriormente. Identificando os riscos e
graus existentes na oficina.

Após a observação do local de trabalho, foram realizadas análises


preliminares de riscos (Anexo 1), onde cada uma das etapas do trabalho eram
descritas, especificando-se os riscos relacionados e ainda as possíveis medidas
preventivas que poderiam ser implantadas para a diminuição do perigo
envolvido.

Percebeu-se que a grande maioria dos riscos físicos estão envolvidos


com a utilização das máquinas de maior porte, tal como o torno. Aumentando o
perigo relacionado à ruídos e vibrações.

Os riscos biológicos, por outro lado, estão relacionados com o uso do


banheiro presente na oficina, como protozoários e bacilos.

Poeiras, gases e vapores são encontrados no local devido à utilização das


máquinas, confecção de peças. A manutenção dos equipamentos e limpeza da
oficina, embora necessário, também é fonte dos riscos químicos.

Porém, os riscos mais presentes identificados no local foram os riscos


mecânicos e ergonômicos.

Quanto aos riscos mecânicos, vê-se um grande perigo relacionado a


eletricidade e iluminação insuficiente. Observou-se também a falta de diversos
equipamentos de proteção individual (EPI’s) que deveriam estar sendo utilizados
para determinadas tarefas, por exemplo, o protetor auricular e proteção para os
olhos, principalmente durante a confecção de peças. O arranjo físico dos
29

equipamentos foi outro risco abordado durante a visita, atrapalhando a


movimentação do trabalhador e sendo um potencial causador de acidentes em
meio a um descuido.

Um dos maiores problemas, entretanto, foi a postura durante a realização


do trabalho, sendo esta por vezes desconfortável e/ou prejudicial à saúde. O
levantamento de carga, trabalho repetitivo e esforço físico também foram
abordados como grande causadores de doenças ocupacionais neste tipo de
tarefa. É necessário a avaliação do trabalho para que exista uma correção, e
diminuam-se os problemas presentes no ambiente de trabalho, sendo estes
relacionados ao risco ergonômico.

Estes riscos podem ser visualizados de modo mais claro na imagem


abaixo, onde encontra-se o mapa de risco (Anexo 2) da referente oficina.

Figura 16: Mapa de risco de uma oficina de tornearia


Fonte: Autoria própria
30

Figura 17: Legenda referente ao mapa de risco


Fonte: Autoria própria

Assim, os riscos foram classificados, no mapeamento acima, de acordo


com seu grau e tipo de agentes. Os tipos de riscos de cada agentes são
especificados em um documento preliminar do mapa de risco (Anexo 3), tal
como a descrição de cada fonte de risco e exposição do problema associado a
este.
31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos conceitos de ergonomia é possível analisar as posturas tal


que se chegue a uma compreensão das principais causas de doenças
ocupacionais. Considerando as queixas relacionadas ao trabalho e aplicando
soluções para as posturas desconfortáveis associadas.

É importante aplicar soluções para a condição do trabalhador na oficina


de torneira analisada, tais que reduzam as possibilidades de dores nas pernas,
causadas pelo tempo excessivo nos quais o trabalhador fica em pé. É
aconselhável que a cada determinado período de tempo, efetue-se pausas de
descanso para os pés.

Deve-se revisar as posições classificadas pelo método de OWAS,


evitando que existam complicações devido as torsões de dorso, posicionamento
de pernas e braços.

Em relação as bancadas de trabalho não há problema ergonômico


envolvido, visto que estas encontram-se em uma altura confortável para o
trabalho executar a tarefa.

Com a aplicação da equação de NIOSH foi possível detectar um problema


relacionado ao levantamento e carregamento de carga executado pelo
trabalhador, maior que o Limite de Peso Recomendado (LPR). Deste modo,
existe a necessidade de uma correção em relação a este fator. Uma indicação é
a utilização de um “carrinho” para carregamento de cargas, de modo que o
executor da tarefa não sofra de doenças relacionadas a este peso. Outra forma
de correção é o uso de uma “cinta” na cintura, minimizando os problemas futuros.

Quanto ao mapa de risco, é necessário o rearranjo dos equipamentos tal


que não atrapalhe a execução das tarefas, evitando peças em lugares indevidos.
É importante também o aprimoramento da iluminação na oficina, visto que há um
risco envolvendo este fator.
32

Outra correção necessária é a utilização de EPI’s, principalmente em


relação a ruídos e poeiras. A exposição é alta durante o uso do maquinário, daí
a necessidade de proteção contra doenças advindas destes perigos.

Com a confecção do mapa de risco, mostrou-se de entendimento mais


fácil a identificação das origens de perigos e possíveis soluções relacionadas a
esta. Logo, a importância de um croqui e análise prévia é evidente.

Portanto, a execução de análise ergonômica e mapa de risco foram


necessárias para um entendimento mais profundo dos ensinamentos outrora
ministrados, visto que, após a confecção dos mesmos, as definições e utilizações
dos métodos de OWAS e NIOSH tornaram-se claras. Além disso, a construção
do croqui e classificação dos perigos inerentes a oficina tornaram de fácil
compreensão as origens e soluções relacionadas a cada risco.
33

REFERÊNCIAS

RIBEIRO JUNIOR. Elson Heraldo; PENTEADO, Rosangela de Fatima Stankowitz.


Modelo para formatação de trabalhos acadêmicos da UTFPR. Ponta Grossa,
2011. (Apostila).

BRUIJN, I.; ENGELS, J.A. VAN DER GULDEN, J.W.J. A simple method to
evaluate the reliability of OWAS observations. Applied Ergonomics, v. 29, n. 4
p. 281-283, 1998.

IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2ª Ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.
Anexo 1 - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO
LOGO DA EMPRESA ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO – APR
APR 001/15
SEGURANÇA DO TRABALHO

Data
Descrição da tarefa
Período execução
Horário
Local / Setor
Telefone
Etapas de Trabalho Riscos Medidas Preventivas
1- Carga excessiva da peça e má iluminação, Respeitar o limite de carga recomendado e
podendo acarretar em problemas de melhorar a iluminação no local.
Lombalgia.

Pegar a peça a ser usinada

2- Deixar a peça cair, não prender a peça Prestar mais atenção nessa etapa.
direito.

Prender a peça no torno

3- Se cortar com o cavaco, pois a ferramenta Utilizar somente ferramentas com quebra
do torno não possui quebra cavaco. cavaco.
Lombalgia devido a má postura durante a
usinagem.

Começar o processo de usinagem

4– Queimar a mão devido ao calor gerado Esperar a peça esfriar.


pelo processo.
Retirar a peça usinada

RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DA ANÁLISE DE RISCO


ASSINATURA :
Anexo 2 - Mapa de Risco
Anexo 3 - CHECK LIST MAPA DE RISCOS
LOCAL: Oficina de Tornearia
DATA: 02/04/2015
RESPONSÁVEIS:
Amanda Legnani, Gustavo Silva Rodrigues, Marina Oliveira Santos, Matheo Araujo, Ricardo Delgado.

AGENTES FÍSICOS
TIPO DE RISCO GRAU DE RISCO DESCRIÇÃO DO PROBLEMA/FONTE DE RISCO
Ruídos Médio Utilização das máquinas durante a tarefa.
Vibrações Baixo Movimento das máquinas.
Calor Baixo Atrito entre a peça e o torno.
Frio Inexistente
Umidade Inexistente
Radiações Ionizantes Inexistente
Radioções Não Ionizantes Inexistente
Pressões Anormais Inexistente

AGENTES ERGONÔMICOS
TIPO DE RISCO GRAU DE RISCO DESCRIÇÃO DO PROBLEMA/FONTE DE RISCO
Postura Incorreta Alto Discrepância entre altura dos equipamentos e do trabalhador.
Monotonia Médio Tarefa repetitiva durante o turno de trabalho.
Ritmo Excessivo Alto Produção intensa.
Iluminação Deficiente Alto Deficiência de janelas e lâmpadas.
Levantamento de Carga Médio Peso das peças e equipamentos.
Levantamento de Carga Excessiva Baixo Carregamento eventual de aparelhos pesados.
Trabalho Noturno Inexistente
Trabalho Repetitivo Médio Execução de uma mesma função inúmeras horas.
Esforço Físico Intenso Médio Força utilizada para carregar e confeccionar peças.
Estresse físico e psíquico Alto Confecção rápida visando o lucro.

AGENTES MECÂNICOS
TIPO DE RISCO GRAU DE RISCO DESCRIÇÃO DO PROBLEMA/FONTE DE RISCO
Arranjo Físico Inadequado Alto Equipamentos dispersos e objetos que atrapalham a movimentação.
Máquinas e Equipamentos sem Proteção Alto Deficiência de EPC's.
Ferramentas Inadequadas Médio Falta de ajuste.
Ferramentas Defeituosas Baixo Falta de manutenção e troca de ferramentas.
Armazenamento Inadequado Alto Deficiência de armários para armazenar equipamentos.
Eletricidade Médio Fios e aparelhos que utilizam eletricidade com pouca proteção.
Probabilidade de Incêndio e/ou Explosão Médio Armazenamento de combustíveis, entre outros.
Transporte de Materiais Baixo Risco de queda de materiais.
Sinalização Inadequada ou Inexistente Médio Falta de sinalização quanto a riscos e equipamentos.
Iluminação Deficiente Alto Deficiência de janelas e lâmpadas.
Materiais sem Identificação Médio Sem classificação de materiais.
EPI's Inadequados/Inexistente/Vencidos Alto Deficiência de equipamentos de proteção para tarefas executadas.

AGENTES BIOLÓGICOS
TIPO DE RISCO GRAU DE RISCO DESCRIÇÃO DO PROBLEMA/FONTE DE RISCO
Vírus Inexistente
Bactérias Baixo Utilização do banheiro localizado na oficina.
Protozoários Médio Utilização do banheiro localizado na oficina.
Fungos Médio Utilização do banheiro localizado na oficina.
Parasitas Médio Utilização do banheiro localizado na oficina.
Bacilos Médio Utilização do banheiro localizado na oficina.
Resíduos Hospitalares Inexistente

AGENTES QUÍMICOS
TIPO DE RISCO GRAU DE RISCO DESCRIÇÃO DO PROBLEMA/FONTE DE RISCO
Poeiras Alto Durante e após a utilização do torno.
Fumos Inexistente
Névoas Médio Resíduos provenientes da confecção de peças.
Neblinas Baixo Resíduos da máquina.
Gases Inexistente
Vapores Baixo Manutenção e utilização das máquinas.
Produtos Químicos em Geral Médio Utilizados para a limpeza da oficina e banheiro.

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