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Sociologia Aplicada às
Organizações
Material teórico
Sociologia Contemporânea
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Material Teórico
Sociologia Contemporânea
Max Horkheimer
1. A Expansão do Capitalismo
A idéia defendida nas últimas décadas, de que as grandes massas de população dos
países pobres podem atingir os padrões de consumo daqueles que vivem hoje nos países
altamente industrializados, como os Estados Unidos não passa de um mito, de uma ilusão;
bem como não se verifica o mesmo poder de consumo no interior da própria sociedade
estadunidense, para a qual há uma parcela significativa daquela sociedade excluída dos
melhoramentos provenientes da modernização de suas estruturas sociais, ultimada de forma
desigual.
Essa idéia interessaria aos setores ricos dos países pobres, pois justificaria a
concentração da riqueza em poucas mãos, em nome do progresso tecnológico e do
desenvolvimento econômico que, como eles querem fazer crer, futuramente iriam beneficiar
toda a população. Enquanto isso, essa população continuaria na miséria, sem alimentação,
sem moradia, sem saúde, sem educação; as grandes metrópoles continuariam com seu ar
irrespirável, a crescente criminalidade, a deterioração dos serviços públicos, etc.
Muito já se escreveu sobre globalização, mas para entender melhor esse processo,
podemos citar um dos sociólogos brasileiros que mais estudou sobre o tema: Octavio Ianni 1.
Para entender este novo estágio que atinge o capitalismo no mundo ele dividiu o processo
histórico capitalista em três momentos 2.
1
Octavio Ianni (Itu, 1926 — São Paulo, 4 de abril de 2004) foi um sociólogo brasileiro. Graduado na antiga Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP) em Ciências Sociais onde fez também o mestrado e
doutorado, foi um dos fundadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP).
2
IANNI, Octavio. A sociedade global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993.
revoluciona a produção de bens e a divisão internacional do trabalho com o advento da
comunicação em massa por meio das mídias digitais. O capitalismo entra em sua fase
efetivamente planetária, tendo como centro hegemônico os Estados Unidos. A racionalização
econômica atinge níveis jamais pensados e as relações internacionais se redefinem.
Globalização - podemos dizer que é um processo econômico e social que estabelece uma
integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo, as pessoas, os
governos e as empresas trocam idéias, realizam transações financeiras e comerciais e
espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta.
4. Pobreza e Exclusão
O patriarcado existente nas mais remotas civilizações, garantindo aos homens o poder
sobre a família e seus bens, demonstra que a igualdade é, antes de mais nada, um ideal ainda
não vivido pela humanidade.
Por outro lado, o processo histórico tem revelado como tendência marcante a
diferenciação e a crescente complexidade da sociedade. Da pequena diferenciação social
existente nas sociedades tribais, as diversas civilizações passaram por processos que as
levaram a formar os mais diferentes grupos, que começaram a se distinguir por etnia,
nacionalidade, religião, profissão e, de forma mais acentuada, por classe social. A caminho
das sociedades plurais, foram se formando inúmeros grupos, cada um com uma função, um
conjunto de direitos, deveres, obrigações e possibilidades de ação social.
Tais posições não significaram o abandono dos modelos clássicos, mas a sua
necessária atualização e reinterpretação para que os conceitos possam se tornar adequados ao
estudo da sociedade em uma época de pleno desenvolvimento dos meios de comunicação e
da indústria cultural e que reavalia as relações e as instituições sociais. Diante da fragilidade
destas, a importância adquirida pelo indivíduo precisa ser estudada do ponto de vista de sua
participação na ação social.
Foi esse cenário que estimulou o desenvolvimento de uma produção científica que teve
seu apogeu entre 1915 e 1940 e a Universidade de Chicago como sede.
Em um clima de grande produtividade tanto para a pesquisa como para a docência,
inúmeros pesquisadores voltaram-se para a sociologia, na tentativa de buscar soluções para
estes conflitos. Com tal postura, dedicaram-se especialmente ao estudo da cidade, do qual
resultou uma sociologia, ao mesmo tempo, urbana e pragmática.
Não é por acaso que uma das correntes de maior repercussão da chamada Escola de
Chicago, tanto nos Estados Unidos como fora dele, foi o pragmatismo proposto por John
Dewey, representativo dessa tendência empirista. Na linha do estudo da cidade, destaca-se
Georg Simmel procurando entender seu “estado de espírito”, ou seja, suas motivações,
mobilidades e ritmos de vida.
A Escola de Chicago começa a perder seu brilho quando essa geração de sociólogos
empiristas é substituída por uma outra, voltada principalmente para as pesquisas quantitativas
que visavam o levantamento de tendências eleitorais ou de preferência da audiência por
programas nos meios de comunicação. Sem patrocínio para pesquisas mais demoradas de
menor impacto, os sociólogos acabaram por substituir as técnicas qualitativas pelas
quantitativas, trazendo de volta à cena toda uma contestada postura positivista. Mas a Escola
de Chicago já dera frutos e sua metodologia pode ser encontrada na sociologia desenvolvida
por outros centros universitários norte-americanos, como Yale, Michigan, Harvard e
Columbia.
A primeira gestão ficou a cargo de Horkheimer, que se torna reitor em 1931, época em
que é lançada a Revista para a Pesquisa Social – na qual os autores elaboraram uma releitura
dos filósofos clássicos que recebeu o nome de Teoria Crítica da Sociedade. Uma doutrina que
procura estudar os insucessos do movimento operário na Alemanha.
Nos primeiros anos, o Instituto foi financiado por recursos doados por seus fundadores
judeus, mas a ascensão do nazismo coloca em risco a continuidade de seus trabalhos. Durante
a ditadura nazista e a Segunda Guerra Mundial, os pesquisadores do Instituto passam a
trabalhar em anexos instalados fora da Alemanha – Londres, Paris, Zurique – e até mesmo em
Columbia, nos Estados Unidos, onde se instalam o próprio Horkheimer, Léo Löwenthal e
Theodor Adorno. Com o fim do nazismo, alguns professores voltam à Alemanha e retomam
seus trabalhos e aulas, restabelecendo o que restava do Instituto, dezessete anos depois de sua
“extradição”.
Num célebre ensaio de 1936, um dos principais filósofos da Escola de Frankfurt, Valter
Benjamin discutiu as inovações técnicas introduzidas pela fotografia e pelo cinema em relação
à pintura e ao teatro e suas influências sobre a percepção do ser humano. O ensaio introduz o
conceito de áurea do objeto de arte, ou seja, sua presença no tempo e no espaço, sua
existência singular no local em que ele está, que é gradualmente dissolvida a partir do
momento em que a arte começa a ser produzida para ser reproduzida.
Para Benjamin, a câmera nos introduz no inconsciente ótico (com a técnica do slow
motion, por exemplo), assim como faz a psicanálise em relação aos impulsos inconscientes.
Além dos textos você pode também complementar seus conhecimentos assistindo a
alguns vídeos e filmes sobre o assunto:
Videos:
• Janela da Alma (Brasil, 2002. Dirigido por João Jardim e Walter Carvalho. Duração:
73 min.) – Documentário.
Filmes:
• Notícias de uma guerra particular (Brasil, 1999. Dirigido por Walter Salles).
• Ernesto Varela, de Serra Pelada a Nova York (Brasil, 1984/85. Dirigido por
Fernando Meireles e Marcelo Tas).
Referências
COSTA, Cristina. Sociologia: Introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 2005.
JOSEPH, Isaac e GOFFMAN, Erving. A microssociologia. Rio de Janeiro: FGV, 2000. p. 21.
MATTAR, João. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, 2005.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2003.
Anotações
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