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UNIFAI

CENTRO UNIVERSITÁRIO ASSUNÇÃO

A PSICOMOTRICIDADE E O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Marilia Helisa Barbosa de Medeiros 1


Orientadora Prof. Dra. Vania Ramos2

Resumo

O presente artigo visa analisar com base curricular na Educação Infantil a


importância que o brincar traz para o desenvolvimento e aprendizado da
criança.

O brincar é uma atividade fundamental, é brincando que elas descobrem o


mundo, se comunicam, se inserem em um contexto social e aprendem.

Brincar é um direito da criança, além de ser muito importante para seu


desenvolvimento cognitivo e social, por isso, as escolas de ensino infantil
deveriam dar a devida atenção a este tipo de atividade.

Vygotsky deixa bem claro que, o brincar na Educação Infantil tem sua origem
naquilo que a criança vivencia no seu dia a dia, nas relações entre outras
crianças ou até mesmo nas relações que tem dentro dos seus lares.

É uma situação imaginária, um faz de conta criado pela criança, mas isso só
acontece graças aos materiais abstraídos nas interações.

A Psicomotricidade e o brincar na Educação Infantil vem como um meio de


auxiliar no desenvolvimento e estruturação da criança.

Palavra-chave: Educação Infantil; Brincar; Psicomotricidade.

1 Aluna do curso de pós-graduação Lato Sensu em Psicomotricidade do UNIFAI-


Centro Universitário Assunção a ser concluído em 2018. Possui Graduação em
Pedagogia com atuação na Educação Infantil.
2 Professora Doutora em Ciências Sociais (PUC/SP) e Mestra em Gerontologia
(PUC/SP); Coordenadora Geral do Pós-Graduação do UNIFAI e Presidente da
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade do capitulo São Paulo Gestão (2014-2016).

Introdução

O presente artigo tem por objetivo enfocar como o ato do brincar pode ser
importante na Educação Infantil.

Vamos falar um pouco sobre os fatores psicomotores.

O brincar acaba se tornando um recurso pedagógico para aquele professor ou


educador que sabe aproveitar da brincadeira, como um ato pedagógico, onde a
criança tem mais facilidade de aprendizado já que para ela brincar é prazeroso.

Ela pode mostrar sua agilidade através da competição, refletir sobre o fazer,
construir e reconstruir.

Através das atividades lúdicas as crianças podem explorar melhor os espaços


e interagir mais tanto com o professor quanto com um colega, acaba sendo um
ajudando e ensinando o outro.

O primeiro capítulo fará uma abordagem do que é a Educação infantil.

No segundo esclarecer a importância do brincar na Educação Infantil.

E finalmente descrever um pouco sobre os fatores psicomotores desenvolvidos


na Educação Infantil.

Este artigo trata se de uma pesquisa bibliográfica levantando o que os


principais teóricos relacionados ao brincar a Educação Infantil e a
Psicomotricidade discutem.
1 - O que é Educação Infantil

A Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica.

Nesta fase as crianças são estimuladas através do lúdico, das brincadeiras e


jogos.

Seu objetivo é o desenvolvimento integral das crianças.

A Educação Infantil é o período crucial na vida das crianças pois adquirem


capacidades fundamentais para o desenvolvimento de habilidades que irão
impactar na sua vida adulta.

Entre os objetivos está promover na criança um desenvolvimento positivo de


sua imagem, atuando com confiança em suas limitações. (BRASIL, 1998)

Que as crianças aprendam a socializar-se através de um ambiente lúdico e


participativo.

Com relação á formação pessoal e social, a educação infantil deve capacitar as


crianças a terem confiança em si própria e se sentirem aceitas, ouvidas,
cuidadas e amadas, oferecendo segurança para a formação pessoal e social.
(BRASIL, 1998).

É importante que os educadores tenham a participação dos pais neste


processo, pois a escola é apenas uma extensão de casa.

Na escola, a criança, pratica o que aprendeu em casa com a família e aprende


também a desenvolver habilidades para lidar com novas situações.

A escola proporciona o desenvolvimento da identidade e da autonomia o que


fará com que a criança amplie seus recursos pessoais que serão utilizados por
ela durante a vida.

De acordo com as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil, as práticas


pedagógicas que compõem a proposta curricular devem ter como eixos
norteadores as interações e as brincadeiras.

2- Brincar na Educação Infantil

O brincar é uma ação natural nas crianças, é a forma que elas encontram para
se conectar com o mundo imaginário, com o mundo lúdico, é a forma de
expressarem o que sentem.

Brincar contribui para sua vida afetiva pela satisfação encontrada na atividade
voluntária, brincando a criança se socializa com o mundo em si.

De acordo com o Referencial Curricular para a Educação Infantil (BRASIL,


1998, P.28, V1):

Por meio das brincadeiras professores podem observar

e construir uma visão dos processos de desenvolvimento

das crianças em conjunto e de cada uma em particular

registrando suas capacidades sociais e emocionais que dispõem.

A criança se desenvolve aprendendo com os outros através do brincar.

Kishimoto (2003, p.23) afirma que: Se as crianças são vistas como seres
sociais a

aprendizagem infantil acontece de modo espontâneo,

por meio do jogo, nas situações do cotidiano, isto é,

tarefas simples como preparar alimentos,

representações de peças familiares, brincar de faz de

conta, adivinhações, etc...

É no brincar que acontece a aprendizagem da criança, através das


brincadeiras elas desenvolvem com muito mais facilidade suas capacidades,
de criar para dar condições ao desenvolvimento na diversidade das
brincadeiras, nas experiências através da troca com outras crianças ou com os
professores. Brincando a criança aprende.

3- Fatores Psicomotores desenvolvidos na Educação Infantil

Quando falamos em fatores psicomotores estamos falando em um sistema


integrado e hierárquico.

De acordo com Fonseca (2004) que agrupou estes fatores com base nas
unidades funcionais de Luria, sendo a primeira unidade funcional de Luria a
atenção nela, Fonseca agrupou o tônus e a equilibração.

Segundo Sánches Martinez, Penalver (2003), p. 69)

A Psicomotricidade deve ser entendida como uma educação corporal básica na


formação integral da criança, como um meio de expressão que prioriza a
dimensão não- verbal e as atividades não diretivas ou exploratórias em um
período evolutivo concreto, desde os primeiros meses, até os 7 ou 8 anos de
idade maturativa.

A psicomotricidade na vida desse ser em desenvolvimento vem como uma


proposta pedagógica atuando na sua formação respeitando seu
desenvolvimento e estimulando para que cada fator seja vivenciado em
plenitude.

A palavra tônus vem do grego e quer dizer tensão ou estado de tensão de um


músculo, é o alicerce para o desenvolvimento psicomotor, garante o equilíbrio
tanto estático quanto dinâmico, o tônus é fundamental, pois sem ele não temos
equilíbrio, não conseguimos andar ou executar qualquer movimento motor.

De acordo com Fonseca (1995), a tonicidade é o que permite que as ações, as


posturas, as mímicas e as emoções sejam desenvolvidas.
A tonicidade tem um papel fundamental no desenvolvimento motor e
psicológico da criança.

A equilibração está diretamente ligada ao equilíbrio do corpo no espaço, é uma


atividade cerebral bastante complexa, pois este corpo vai suportar a força da
gravidade em movimento ou estático.

Segundo Fonseca (1995) a equilibração reflete a resposta motora vigilante e


integrada face a força gravitacional, que atua permanentemente sobre o
indivíduo, este processo abrange tanto o controle postural quanto o
desenvolvimento das aquisições de locomoção.

Lateralização é o resultado da integração dos dois lados do corpo, sendo uma


característica do ser humano.

O cérebro é dividido em dois hemisférios, direito e esquerdo, que são


conectados pelo corpo caloso e o hemisfério direito controla o lado esquerdo
do corpo, e o hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo.

De acordo com Fonseca (1995, p.172) A lateralização traduz a capacidade de


Integração sensório motora dos dois lados do corpo, transformando se em uma
espécie de orientação com o mundo exterior.

Compreende uma conscientização integrada das experiências sensoriais e


motoras, um mecanismo de orientação intercorporal (proprioceptiva) e
extracorporal (exteroceptiva).

A criança de 2 a 3 anos não tem definida a dominância lateral, direita ou


esquerda.

Entretanto nessa fase o cérebro vai se organizando para mais a frente definir
sua dominância.

A estruturação espaço temporal agrega todos os fatores anteriores e integra


duas estruturações distintas a espacial e a temporal.
A espacial diz respeito a forma de como a criança se localiza no espaço, pois
primeiro é preciso que ela se localize no espaço para que posteriormente ela
possa fazer a localização dos objetos em relação a seu corpo.

Le Boulch, (1982, p 118), conceitua que:

O espaço é o primeiro lugar ocupado pelo corpo, e no qual se desenvolvem os


movimentos do corpo. Um espaço postural escalonado pela estação sentada,
depois a estação de pé permitindo recolher informações cada vez mais
numerosas até a descoberta do objeto. O espaço se tornará um espaço de
configurações, definindo os limites de exploração através da manipulação.

Para Fonseca (1995), a estruturação é mais elaborada que a estruturação


espacial, pois, transcende a estimulação sensorial. Quando desenvolvemos
esse fator temporal temos noção de controle e organização, tanto no nível da
ação, quando cognitivo.

Segundo Le Boulch, (1982, p.113)

Desde o nascimento, o recém-nascido, tem às vezes o comportamento rítmicos


e uma motricidade de natureza intrínseca muito precisa. A influência dos ritmos
exteriores influi nos ritmos intrínsecos. Desde o nascimento, o condicionamento
ao tempo modela os comportamentos rítmicos.

Dessa forma entendemos que a estruturação temporal é fundamental, pois dela


constitui nossa organização física e emocional, pois ela fornece não só a
localização dos acontecimentos no tempo como fornece a preservação das
relações entre os acontecimentos.

Para se desenvolver as crianças precisam aprender com outros, por meio dos
vínculos que estabelece, e o brincar é uma das atividades fundamentais para o
desenvolvimento da identidade e da autonomia.

De acordo com o Referencial Curricular Para a Educação Infantil (Brasil, 1998,


p. 28, v 1) ressalta que:
Por meio das brincadeiras o professor pode observar e construir uma visão
dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma
em particular registrando suas capacidades de uso da linguagem, assim como
de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que
dispõem.

Dessa forma entendemos que é primordial se utilizar das brincadeiras para


ensinar, pois o lúdico é uma linguagem familiar para a criança, desta forma os
ensinos pedagógicos podem ser mais facilmente absorvidos, pois a criança
aprende a brincar brincando e brinca aprendendo.

De acordo com Goncalves, (2014, p. 6) Por meio das vivências corporais, da


exploração dos objetos e da relação com os outros grupos, é que a criança vai
ter subsídios cognitivos, motores e afetivos para suportar toda a gama de
informações e formações a que será exposta durante seu crescimento. O
primeiro passo da criança é descobrir se e, então perceber-se, para mais tarde,
poder representar aquilo que ele se tornou.

Um projeto educativo coerente, baseado nos fatores psicomotores, favorecerá


um ambiente preventivo, uma vez que entende a criança como ser único com
uma expressividade própria, oferecendo-lhe a possibilidade de existir como
sujeito.

Considerações Finais

Dentro da Educação Infantil o mais importante é que a criança possa vivenciar


seu corpo, testar seus limites físicos e emocionais, tudo isso com seu corpo em
movimento.
No ambiente escolar a criança vai trazer o que aprendeu em casa, por isso a
família é o primeiro espaço de convívio que a criança tem, a escola é a porta
para o meio social.

Por isso é muito importante a interação escola e família, pois cada ambiente
possui um papel muito importante e complementar na vida e no
desenvolvimento da criança em sua formação como criança.

A Psicomotricidade e a Educação infantil favorecem um trabalho preventivo


para resgatar possíveis lacunas deixadas durante o processo de
desenvolvimento motor da criança.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação


Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil /
Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.
— Brasília: MEC/SEF, 1998.3v.

FONSECA, Vitor. Manual de Observação Psicomotora: Significação


Psicomotora dos Fatores Psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
Psicomotricidade: Perspectiva Multidisciplinares. Porto Alegre: Artmed,
2004.

GONÇALVES, Fátima. Do Andar ao Escrever: Um Caminho Psicomotor.


São Paulo: Cultural RBL, 2014.

KISHIMOTO, Tizuko, Morchida. Jogos Infantis: o jogo, a criança e a


educação. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1993.

A LDB e as Instituições de Educação Infantil: Desafios e Perspectivas.


Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, supl.4, p.7-14, 2001

(Org.) O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 2002.

(Org) Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 3. ed. São Paulo. Cortez,


2003.

LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento Psicomotor de 0 a 6 anos. Porto


Alegre: Artmed, 1982

SÁNCHES, Pilar, Arnaiz. MARTINEZ, Marta, Rabadán. PEÑALVER, Iolanda,


Vives. A Psicomotricidade na educação Infantil: uma prática preventiva e
educativa. Porto Alegre: Artmed, 2003.

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