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De palhaço e político todo mundo tem um pouco.

Mas a conta é alta, que


pague os pobres!

Por: Eduardo Martins, um professor


de história de Nova Andradina.

De palhaço e político todo mundo tem um pouco. No caso de Tiririca ele


tem as duas artes, a circense e a do político. Confesso que essa segunda se
mistura, justapõe e faz desse indivíduo um palhaço-político ou um político-
palhaço aqui tomo as acepções profissionais das palavras. Tanto palhaço
quanto político dois seres profissionais com uma árdua tarefa de manipular
discursos, esconder emoções, camuflar suas faces de homem e sobretudo
fazer malabarismos para distrair o povo. Ah! O povo! Uma hidra de sete
cabeças ou uma mula sem-cabeças. Nos dois casos um ente metafísico, um
discurso abstrato utilizado pelas elites na tentativa de unificar e criar uma
nação, coisa essa também abstrata! Vide as rebeliões coloniais e imperiais
no Brasil, guerras feitas pelas províncias na tentativa de se desgarrar de
algo que seria esse Brasil; lembro-vos aqui da Balaiada, Cabanagem,
Sabinada, Farroupilha, revolta de Vila Rica, Rusga, “Inconfidência
mineira” (não concordando aqui com esse conceito) tudo isso entre as
épocas da Colônia (1530-1822) e do Império (1822-1889). Na República
seguem as vontades de separação do Brasil por parte dos povos; a saber;
Canudos, Revolução Constitucionalista de São Paulo, Contestado e por fim
o último plebiscito gaúcho querendo ir embora do Brasil e tentando levar o
Paraná e Santa Catarina de quebra. Com esses breves exemplos eu provo
que a nação é uma tentativa estapafúrdia de união e consolidação que existe
apenas na Constituição e no imaginário de uma certa elite retrógrada.
Voltando ao tema principal, o da palhaçada, ou da politicada, o leitor pode
escolher. Me vem um certo deputado federal eleito por milhões de votos de
“protesto” ou por palhaçada, ou por analfabetismo político, ou tudo junto ,
fazer um último discurso de redenção à “nação”. Seu nome é Tiririca, que
só pelo seu apelido já se pode imaginar que coisa boa não é! Esse
representante da “nação” após ter mamado nas tetas da União durante 7
longos anos, por dois mandatos, de uma hora para outra viu que ali naquele
recinto parlamentar só tem gente desonesta! Ora! Esse deputado deve ser
muito ingênuo ou mau-caráter, ou ambos, pois demorou sete anos para
perceber que seus colegas, aliás caros colegas, que louvaram seu voto com
festas e palhaçadas na oportunidade do seu voto a favor do golpe contra
Dilma, tais colegas também o saudaram quando o palhaço/político votou a
favor da reforma da Previdência que tirou muitos direitos dos trabalhadores
e precarizou a mão de obra, a favor da PEC 55 que congelou os gastos
públicos em saúde, educação, habitação e demais setores essenciais da vida
dos pobres.

O palhaço/político, discursou por quase oito eternos minutos para uma


platéia de 27 coleguinha. Ora! Não deveria ser 513 funcionários públicos
trabalhadores em prol da “nação” que eles representam? Quiçá eles
representam a sua própria nação, provando aqui definitivamente que a
nação é uma abstração. Legislam em causa própria ou pra quem paga mais,
nesse caso as indústrias da bala-revólver, boi, agronegócio, trustes e cartéis
da educação privada e cartéis de planos de saúde.

Caro Tirica, pior que tá fica! E muito pior, que o digam os milhares de
professores precarizados pela nova legislação trabalhista, assim como todos
os demais trabalhador sujeitos à negociações com os patrões, leia-se aqui,
rebaixamento salarial e das condições de trabalho.

Por fim o palhaço/político jurou de pés juntos que não iria abrir seu bico
para denunciar aquilo que ele chamou de ladrões! Ora, nobre deputado! Por
que não? Sua omissão é conivente e faz de você um dos seus iguais. O Sr.
enquanto representante do povo brasileiro tinha a obrigação de denunciar a
farra da compra de votos em favor do golpe. Mas nesse caso o sr. também
seria réu-confesso!

Finalmente, o palhaço/político disse que sua mãe esteve hospitalizada num


hospital público por não ter plano de saúde!!! Pasmem! Como esse sujeito,
rico como está nunca teve a decência de oferecer condições mínimas de
conforto e saúde para a própria mãe irá se preocupar com o “povo”?

Conta outra! Abestado!

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