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Para que serve a escola?

Por: Luciano Diógenes Morais Carvalho


A escola, em termos gerais, é percebida, pela coletividade social, como lugar de
propagação de conhecimentos e, de formação educativa de nossas crianças e jovens que,
posteriormente ao serem inseridos na sociedade desemprenharam seus papéis como
cidadãos de acordo com suas próprias formações, estruturas, padrões e contradições
sociais.
A escola como propagadora de conhecimento atende a uma necessidade de repasse
cultural, ou seja, o homem ao se relacionar com o meio o altera e, ao realizar essa
atividade, acaba, também, se modificando, assumindo novos hábitos e comportamentos
que influenciam diretamente a sociedade em que estão inseridos. Dessa forma, o homem
produz cultura que, resumidamente, é a forma que ele se relaciona com o mundo é, para
que essa cultura sobreviva, ela precisa ser passada adiante e é nesse contexto que à
escola assume importantes funções que, vão desde o repasse do conhecimento
produzidos até a proteção destes.
O conhecimento escolar se difere dos conhecimentos adquiridos nos âmbitos sociais e
familiares, pois está organizado e, ou pelo menos deveria atender um sentido prático,
útil, de explicação do mundo e das construções sociais do homem, como suas técnicas e
tecnologias. Talvez isso explique o enorme desejo dos pais em manter seus filhos na
escola a maior quantidade de tempo possível.
A escola também serve para afirmar o domínio de determinado grupo social sobre,
quando acorrem choques culturais, esta assume o papel de instrumento de poder,
impondo, a parcela da sociedade dominada uma cultura importada do dominante
estabelecendo o que pode ser chamado de controle cultural o que, acaba culminando,
para um controle econômico e social.
As primeiras escolas surgidas no Brasil seguirem o contexto de imposição cultural, elas
reprodutoras da cultura europeia branca, sem que houvesse qualquer interesse de
assimilação cultural de outros povos, índio nativos e africanos escravizados por
exemplo. Além de segregadora, era extremamente exclusivista, a educação letrada era
privilégios de poucos e tinha como função formar a classe dominante. A igreja exercia
papel central na educação pois os Jesuítas estavam entre os principais educadores a
época. Portanto a educação colonial seguia o dueto religioso estatal de domínio. Assim,
o surgimento da escola não esteve vinculado a uma necessidade geral da sociedade, mas
sim para atender as demandas das classes elitizadas.
É claro, que a escola, aqui no Brasil, evolui em muito em termos pedagógicos, mas é
possível perceber muitos aspectos de sua herança colonial. Possuímos uma escola
unidimensional em termos culturais, a cultura branca é supervalorizada em detrimentos
a cultura de outros povos que formaram nossa sociedade. As necessidades sociais são
preteridas em razão as demandas econômicas, quando na escolha da maioria dos
currículos escolares. A maior parte do sistema de ensino é orientado para a criação de
classes distintas, as dos comandados e as dos comandantes.
Percebemos que existem escolas que, por estarem constantemente recebendo pressões
dos sistemas avaliativos acabam se estruturando, de maneira equivocada ao meu ver,
não mais como geradoras de conhecimentos, mais sim como treinadoras de pessoas, ou
seja, o foco migrou da transmissão do conhecimento para a mecânica de realização das
provas, o importante não é saber e sim obter êxito na aprovação, mesmo sabendo que
esse tipo de avaliação é só mais um aspecto de todo um processo avaliativo.
As escolas, principalmente as da rede pública, também recebem de forma impositiva, já
que sabemos que esse não é seu foco, a missão de educar formalmente os alunos, papel
este que originalmente, pertence família e da sociedade como um todo. O professor,
nesse sentido, passa a ser visto como um ser assistencialista que tem por obrigação atuar
na resolução dos mais diversos problemas de alunos, e não como um profissional
formado, que estudou, e que tem como função a transmissão de um determinado
conhecimento.
Mas também, fugindo do foco pessimista, até porque seria contraditório a minha prática
como educador, vejo que a escola, mesmo diante de suas contradições, aparece como
principal instituição de educação e umas das únicas que possibilita ascensão cultural e
social. Em muitos casos, ela é o único lugar que o jovem pode adquirir conhecimentos.
Em áreas mais pobres, onde equipamentos públicos de lazer são escassos, ela também é
um importante centro de relacionamentos social.
A escola também é uma importante disseminadora de outras formas de conhecimentos e
práticas, utilizando para isso temas transversais tais como: a cultura da paz,
importantíssima em uma sociedade tão violenta quanto a nossa; a conscientização
política, essencial par que nossos jovens tenham a capacidade de escolher bem seus
representantes; as boas práticas de saúde, combate aos vícios, obesidade e
sedentarismos; e muitas outras.
Portanto, encerro minha reflexão dizendo: “ A escola ainda é o melhor lugar para se
estar, ainda é o lugar de minhas melhores lembranças; ainda é o lócus, onde se produz o
futuro dessa e de qualquer outra nação”. E por isso é que a Escola possui meu respeito e
proteção. E dentre suas funções, ela serviu para formar que sou e, veja, sou bem feliz.”

Bibliografia
ROMANELLI, O. de O. História da Educação no Brasil. 7º Ed. Petrópolis/RJ: vozes
1985
YOUNG, Michael. Para que servem as escolas? Educ. Soc., Campinas, v. 28, n. 101,
p. 1287-1302, set./dez. 2007.
A escola serve para que?. ERDFILMES. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=qjyNv42g2XU, Visto em 26 de abril, 2018.

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