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06/05/2018 Focke-Wulf 58 Weihe - HISTÓRIA DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA

Focke-Wulf 58 Weihe

por APARECIDO CAMAZANO ALAMINO

O AT-Fw58 1530 em exposição no Museu


Aeroespacial (A.R. Biasus).

Em meados da década de 30, quando o Chanceler Adolf Hitler assumiu o poder na


Alemanha, a mesma estava traumatizada com as proibições impostas pelo Tratado de
Versalhes (que estabeleceu as sanções à Alemanha após o fim da Primeira Guerra
Mundial - 1914 a 1918), principalmente o adendo que proibia ao país ter a sua própria
aviação militar.

Nesse cenário, inúmeros artifícios foram iniciados para a criação de uma força aérea na
clandestinidade, que até então só empregava planadores para a formação de seus
pilotos com possível emprego militar. Assim, a Luftwaffe carecia de aeronaves de todos
os tipos, principalmente as de treinamento para as diversas modalidades de tarefas, as
de bombardeio e as de transição para as aeronaves bimotoras.

O então jovem projetista aeronáutico germânico Kurt Tank foi encarregado pela Focke-
Wulf para dar inicio ao projeto de uma aeronave bimotora, que fosse utilizada tanto para
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treinamento, como para fazer missões de bombardeio leve, dentro do cenário de


combate europeu, ambulância aérea e outras. Desse encargo nasceu um robusto avião
bimotor, que tinha características polivalentes e atendia plenamente aos requisitos
estabelecidos.

Tal aeronave, designada de Fw 58 e chamada de "Weihe", que significa um tipo de ave


marinha européia, realizou o seu primeiro vôo em 1935, tendo o seu protótipo,
matriculado D-ABEM, ultrapassado as expectativas estabelecidas, tanto para uso civil
como para possível emprego militar.

Como despiste para as autoridades responsáveis pela fiscalização das proibições do


armistício, as primeiras aeronaves produzidas foram destinadas para uso civil,
principalmente nas linhas de pequena densidade na Alemanha e na Europa, sendo que
o próprio Kurt Tank passou a utilizar uma aeronave Weihe para o seu transporte
pessoal, matriculado D-ALEX.

Quando Hitler sentiu-se o suficientemente seguro, resolveu romper definitivamente o


Tratado de Versalhes, sendo a Luftwaffe novamente "recriada" e o Fw 58 foi de grande
utilidade para emprego nas tarefas de treinamento de pilotagem para bimotores e de
vôo por instrumentos, navegação aérea, treinamento de bombardeio e muitas outras,
inclusive com o uso de flutuadores. A Guerra Civil Espanhola propiciou o seu batismo de
fogo em combate, onde pode mostrar, na prática, toda a sua polivalência.

O Fw 58 foi construído em várias versões, a saber:

B-1: treinamento e transporte;


B-2: bombardeiro leve, equipado com metralhadoras Rheinmetall Borsig MG15
em um nariz transparente e em uma torreta dorsal, e bombas de 25Kg;
C: transporte, equipado com portas nas laterais da fuselagem, acima das asas;
Ki-2: transporte civil para seis passageiros, com a fuselagem traseira de perfil
diferente, de forma a propiciar maior espaço para os passageiros;
S: avião ambulância ("sänitatsflugzeug");
W: variante da versão B-1, equipado com flutuadores.

Cerca de duas mil unidades do versátil bimotor foram construídas, sendo utilizado pelos
seguintes países: Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Bulgária, China, Dinamarca,
Espanha, Holanda, Hungria, Romênia, Suécia e Turquia.

UTILIZAÇÃO DO Focke-Wulf Fw 58 PELO BRASIL

O Focke-Wulf Fw 58 NA AVIAÇÃO NAVAL BRASILEIRA

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A Aviação Naval Brasileira, em meados da década de 30, carecia de uma aeronave


bimotora para atender as suas necessidades de apoio para a Esquadra, treinamento de
suas equipagens, assim como realizar as missões do Correio Aéreo Naval.

A solução adotada seria a fabricação no Brasil, sob licença, de uma aeronave que
atendesse a essas necessidades. Após inúmeros estudos, a aeronave escolhida foi o
Fw 58 Weihe, que integrou um "pacote" para a aquisição de aeronaves alemãs de
treinamento, que incluía como treinador primário o Fw 44 Stieglitz, o Fw 56 Stösser
como treinador básico e acrobático e o Fw 58 Weihe como treinador em bimotores e
bombardeio.

Em decorrência do início da Segunda Guerra Mundial em 1939, tal pacote só foi


cumprido parcialmente, pois os Stösser nunca chegaram a ser produzidos no Brasil,
porém, o programa do Fw 58 teve início imediato, pois já em julho de 1937, chegava ao
Rio de Janeiro o primeiro Fw 58-B2, que seria montado nas Oficinas Gerais da Aviação
Naval - OGAvN, assim como os componentes de mais dez aeronaves, que seriam
montadas pelos brasileiros, sob a supervisão de técnicos alemães.

A primeira aeronave montada no Brasil, que foi matriculada como D2Fw-147 na Aviação
Naval, foi considerada o protótipo do Fw 58-B2 brasileiro e serviu de molde para a
montagem dos outros aviões, assim como para a familiarização e para o treinamento
dos pilotos e dos mecânicos da Aviação Naval, sendo apresentado pronto ao público e
autoridades no dia 30 de julho de 1937.

Os outros dez aviões que estavam encaixotados passaram, imediatamente, ao processo


de montagem e a 20 de abril de 1938, o primeiro Fw 58-B2 desse lote era entregue
oficialmente para operação, sendo que já em 04 de outubro do mesmo ano, a última
aeronave do lote de dez era oficialmente incorporada à Aviação Naval Brasileira.

Tais aeronaves receberam as matrículas de D2Fw-168 a D2Fw-177, sendo destinadas à


Segunda Esquadrilha de Adestramento Militar - 2ª EAM, onde foram utilizadas como
treinadores avançados para as tripulações, aerofotogrametria, navegação e outras.
Essa designação obedecia à seguinte formalística da Aviação Naval: D2FW-168: D =
Emprego Geral, 2 = Segundo modelo desse fabricante, Fw = Focke-Wulf e o 168 = O
número da aeronave dentro de sua série.

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Os Weihe na Aviação Naval: à esquerda, as aeronaves da 2ª EAM em vôo e, à direita, o símbolo da 2ª


EAM - uma cartola com bombas, cercada pelo Cruzeiro do Sul. Fotos via A. Camazano A.

Como curiosidade, além da matrícula, o sistema de numeração das aeronaves Fw 58 da


Marinha tinha os seriais, relativos à esquadrilha que dotavam, pintados na sua
fuselagem, em grandes dimensões e ostentavam a cor alumínio padrão das aeronaves
da Marinha nessa época. Assim, as matrículas das primeiras aeronaves da Segunda
Esquadrilha de Adestramento Militar foram pintadas inicialmente com 2-EAM-1 a 2-
EAM-8, que significava: 2 = Segunda Esquadrilha, EAM = Esquadrilha de Adestramento
Militar e 1 a 8 = era o número da aeronave na esquadrilha. Posteriormente, essa
numeração foi substituída pelo sistema 2-V-1 a 2-V-11, sendo o V = Adestramento e a
seqüência das matrículas não foram necessariamente obedecidas (este esquema de
matrículas foi copiado do utilizado pela U. S. Navy, sendo que a Aviação Naval
Argentina o utiliza até a atualidade).

Após o término da construção da primeira série de aviões, que foram montados nas
OGAvN, foi dado prosseguimento à segunda fase do projeto, que previa a fabricação de
mais 25 aeronaves, sendo estas com a utilização de inúmeros componentes produzidos
no Brasil, como a madeira contraplacada, pneus, hélices, freios etc.

Esses aviões foram designados como V2AvN pela Marinha e Fw 58-V9 pela fábrica,
sendo matriculados de V2AvN-209 a V2AvN-223, onde: V = Adestramento, 2 = Segundo
modelo produzido pelas OGAvN e AvN = Designativo do fabricante (Aviação Naval). Tal
sistemática de designação procurava diferenciar os aviões montados no primeiro lote,
dos fabricados com componentes e peças produzidas no Brasil.

Os trabalhos de produção dessas aeronaves começaram em ritmo intenso e, já em 08


de maio de 1940, realiza o seu vôo inaugural a primeira aeronave produzida no Brasil,
sendo os seus pilotos os tenentes aviadores navais Sampaio e Menezes.

No mês seguinte, tal aeronave empreendeu uma viagem pioneira a Santos e a


Florianópolis, onde demonstrou ser mais lenta que a versão anterior, tendo em vista o

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maior peso da madeira nacional utilizada em sua fabricação, além das inúmeras
mudanças que incorporava, como trem de pouso monotelescópico, porta de acesso na
parte superior da asa no lado esquerdo e pintura no padrão cinza naval dos aviões de
treinamento alemães (RLM 63 Hellgrau).

A operação dos Fw 58 na Aviação Naval encerra-se no dia 20 de janeiro de 1941, em


decorrência da criação do Ministério da Aeronáutica, com a conseqüente entrega das
aeronaves da Marinha para a nova Força, sendo que até esse momento tinham sido
fabricados três aviões da série Fw 58-V9.

O Focke-Wulf Fw 58 NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA

A criação da FAB, em plena Segunda Guerra Mundial, exigiu que o País empregasse
todos os seus meios aéreos e assumisse postura de patrulhamento de suas extensas
costas, mesmo sem ter declarado guerra aos países do eixo, principalmente, para
proteger a sua importante navegação de cabotagem.

Nesse cenário, os Fw 58 continuaram baseados no Galeão, aguardando classificação


em alguma unidade específica da nova Força. Em conseqüência da guerra, o Brasil só
manteve a encomenda de fabricação de 15 aviões, sendo os dez restantes cancelados
por motivos óbvios.

Até dezembro de 1942, doze aeronaves foram entregues à FAB, que continuou
empregando essas aeronaves em tarefas de Correio Aéreo Nacional - CAN (1942 -
1943), treinamento e patrulhamento da costa Sul e Sudeste do País, para inibir a ação
dos submarinos alemães e italianos. Com a declaração de guerra aos países do eixo,
essas tarefas foram intensificadas.

Com o início da chegada de inúmeras aeronaves de procedência norte-americana, no


início dos anos 40, as aeronaves de procedência alemã foram distribuídas para diversas
Unidades Militares da jovem FAB, a saber: nove permanecem na Base Aérea do Galeão
- BAGL ( 1168, 1171, 1177, 1178, 1180, 1182, 1184, 1187 e 1190), quatro para a Base
Aérea de Santos - BAST (1169, 1174, 1183 e 1188), cinco para a Escola de
Especialistas de Aeronáutica - EEAR (1172, 1173, 1175, 1181 e 1185), dois para a Base
Aérea de Florianópolis - BAFL (1176 e 1189), dois para a Base Aérea de Curitiba -
BACT (1179 e 1192), um para a Fábrica do Galeão - FGL (1191) e um para o 1º Grupo
de Transporte - 1º GT (1186), este ficando à disposição da Diretoria de Material. Até
junho de 1945, somente dois Fw 58 haviam sido descarregados por acidente: o 1167 e o
1170.

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Um Fw 58B da FAB (via N.L. Senandes).

Para a realização das missões de patrulha do litoral, os Fw 58 receberam adaptações, a


fim de que pudessem transportar sob a sua fuselagem configurações de cargas de
profundidade com 113,4 kg, bem como duas metralhadoras móveis Browning .30, que
eram localizadas na parte frontal da aeronave, tendo substituído as originais MG15
alemãs.

Além dos Fw 58B2 e Fw 58V9 a FAB também recebeu duas aeronaves Focke-Wulf de
procedência civil, que foram designadas como Fw 58C (esta variante foi a principal
versão fabricada), com capacidade para seis passageiros. Elas foram adquiridas, em
1940, pela então empresa aérea Sindicato Condor. Em decorrência da Guerra, tais
aeronaves foram requisitadas pelo Ministério da Aeronáutica em 1942, tendo em vista
que tal empresa aérea era de procedência alemã.

Os Weihe civis Fw 58Ki-2, tinham matrículas alemãs D-OUPG (c/n 3102) e D-OKDN
(c/n 3103), que receberam na Condor as matrículas brasileiras PP-CBM "Aquirí" e PP-
CBN "Cacurí", respectivamente, sendo matriculados na FAB como UC-Fw 58 2654 e
2655, sendo o primeiro distribuído à Base Aérea de São Paulo - BASP e o segundo ao
Quartel General da Terceira Zona Aérea - QG 3a ZAé, no Rio de Janeiro.

Apesar de não serem aeronaves projetadas para as missões de patrulha, os Fw 58


desempenharam bem seu papel durante a IIª Guerra Mundial. A simples presença de
uma aeronave era, muitas vezes, suficiente para afastar um submarino do local, o que
salvou inúmeros navios. Isso é corroborado pelos depoimentos dos comandantes de
dois submarinos alemães afundados na costa brasileira, os U-199 e U-513 (ver R.
Terlizzi, "Os FW-58B no Brasil").

Um fato pitoresco relativo a um dos Fw 58 sediados na BAGL é relatado por Alberto


Martins Torres - o qual, ainda como aspirante da reserva, pilotou o PBY Catalina que
afundou o U-199 em 1943 - em seu livro "Overnight Tapachula":

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"Um desses Fw-58, com o instrutor Georg Wilhelm Friedrich Büngner e o


aluno Karl Heinz Eberius, ao largo de Caraguatatuba, próximo à entrada do
Canal de São Sebastião, sobrovoavam no dia 30 de junho de 1943 dois
cargueiros isolados, fora de comboio, quando o menor deles foi torpedeado
em suas barbas. O outro cargueiro, americano, com a bateria que trazia na
popa começou a atirar para um ponto do qual, presumivelmente, teria
partido o torpedo, a julgar por sua esteira. O Focke-Wulf fez várias
passagens baixas sobre o local, nada vendo. Pelos depoimentos de seis
dos seus sobreviventes aprisionados, tratava-se do U-513, comandado pelo
Capitão-Tenente Guggenberger que seria afundado perto de Florianópolis,
duas semanas depois, por um PBM do esquadrão aeronaval americano VP-
74, sediado no Galeão. A nota humorística dessa passagem é a estória que
corria na FAB após o episódio: Com aqueles nomes alemães do instrutor,
aluno e do avião, afirmava-se que era difícil acreditar que eles não
houvessem mesmo visto o U-513!"

Com o final da guerra, os Fw 58 foram desarmados e passaram a realizar inúmeras


tarefas utilitárias nas bases aéreas onde se encontravam ou foram destinados, como
aeronaves orgânicas, para outras unidades, tendo recebido a designação de AT-Fw58.
Tendo em vista a falta de peças e o seu adiantado estado de obsolescência, a partir de
1947, a maioria dos Weihe foram desativados da FAB, sendo que, os que estavam em
melhores condições de uso, foram distribuídos para algumas entidades civis
governamentais, como o Ministério da Agricultura, a Fundação Brasil Central e o
Governo do Estado de Goiás, ocasião que receberam matrículas civis brasileiras (veja
os dados na tabela das aeronaves existentes neste trabalho).

TABELA DOS Fw 58 UTILIZADOS PELO BRASIL


Matrícula Matrícula Ex-FAB C/N Observação
FAB Marinha
AT-Fw58
2654 FAB-01 3102 Descarregado 18/7/46 NRR BASP, UC-Fw58
ex-D-OUPG, ex-Condor PP-CBM
2655 FAB-02 3103 Descarregado 20/10/47, desativação QG-3
UC-Fw58 ex-D-OKDN, ex-Condor PP-CBN
1167 D2FW-147 FAB-03 147 Descarregado 1942, acidentado no Rio de
Janeiro em 05/09/39
1168 D2FW-168 FAB-04 168 Descarregado 17/03/47, desativação BAGL
1169 D2FW-169 FAB-05 169 Descarregado 22/01/46, desativação BAST
1170 D2FW-170 FAB-06 170 Descarregado 1943

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1171 D2FW-171 FAB-07 171 Descarregado 23/7/46 BAGL, doado ao


Ministério da Agricultura - PP-FDD
1172 D2FW-172 FAB-08 172 Descarregado 10/11/47 - EEAR, desativado
desde 07/05/47, como Instrução no Solo
1173 D2FW-173 FAB-09 173 Descarregado 10/11/47 - EEAR, desativado
desde 07/05/47, como Instrução no Solo
1174 D2FW-174 FAB-10 174 Descarregado 23/07/46 BAST, doado ao
Ministério da Agricultura
1175 D2FW-175 FAB-11 175 2-V-3 Descarregado 10/11/47 - EEAR
desativado desde 07/05/47, como Instrução no
Solo
1176 D2FW-176 FAB-12 176 2-V-4 Descarregado 23/9/58 NRR
1177 D2FW-177 FAB-13 177 Descarregado 11/7/51, obsoleto BAGL
1178 V2AvN-209 FAB-14 209 Descarregado 02/05/47, desativado BAGL
1179 V2AvN-210 FAB-15 210 Descarregado 08/03/50, obsoleto DBACT
1180 V2AvN-211 FAB-16 211 Descarregado 02/05/47, desativado BAGL
1181 V2AvN-212 FAB-17 212 Descarregado 07/11/47 - EEAR, desativado
desde 07/05/47, como Instrução no Solo
1182 V2AvN-213 FAB-18 213 Descarregado 02/05/47, desativado BAGL
1183 V2AvN-214 FAB-19 214 Descarregado 29/08/49, obsoleto BAST
1184 V2AvN-215 FAB-20 215 Descarregado 23/07/46 NRR BAGL, após
reconstruído como AT-Fw58 1530
1185 V2AvN-216 FAB-21 216 Descarregado 29/08/49 - EEAR, desativado
desde 07/05/47, como Instrução no Solo
1186 V2AvN-217 FAB-22 217 Descarregado 26/11/47, desativado FGL
1187 V2AvN-218 FAB-23 218 Descarregado 17/03/47, desativado BAGL
1188 V2AvN-219 FAB-24 219 Descarregado 23/7/46 desativado BAST,
doado ao Ministério da Agricultura
1189 V2AvN-220 FAB-25 220 Descarregado 04/9/52, desativado FGL,
cedido ao Governo de Goiás PP-ECD e
posteriormente matriculado como PT-BHN
1190 V2AvN-221 FAB-26 221 Descarregado 23/09/58, desativado BAGL
1191 V2AvN-222 FAB-27 222 Descarregado 21/12/49, desativado FGL,
cedido Governo de Goiás PP-EBF e PT-BHL
1192 V2AvN-223 FAB-28 223 Descarregado 08/03/50, obsoleto FGL
1509 s/nº Descarregado 04/08/55, cedido Governo de
Goiás 28/03/50 PP-EBG e PT-BHM
1530 215 Reconstruído do 1184, doado ao Ministério da

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Agricultura em 11/11/49 - PP-FDE


Descarregado 04/8/55, preservado MUSAL
FONTE: DIRMA - AVIAÇÃO NAVAL - ARQUIVO A. CAMAZANO, A. - ARQUIVO CARLOS
DUFRICHE - DAC

Observação: os Fw 58 construídos no Brasil (1178 a 1192), não possuíam,


aparentemente, número de construção, embora a FAB utilizasse a sistemática mostrada
neste quadro. Já os dez primeiros Fw 58, montados pela Marinha (1167 a 1177), estes
sim tinham número de construção, porém os mesmos nunca foram descobertos, sendo
considerado, como tal, a sistemática empregada pela Marinha. Os dois Fw 58Ki-2
possuíam os números de construção da Fábrica Focke-Wulf.

A INCRÍVEL ODISSÉIA DO FAB 1530

O AT-Fw58 1184 foi construído pela FGL, como V2AvN-215, tendo realizado o seu
primeiro vôo em 05 de dezembro de 1941 (portanto já na Força Aérea Brasileira), e
descarregado da BAGL em 23 de julho de 1946, por não ser recomendada a sua
recuperação e por obsoletismo, dentre outros adjetivos empregados à época. Porém,
resolveram aproveitar a sua fuselagem e partes de outras aeronaves, que também
estavam sendo desativadas, para reconstruir um novo avião, que foi matriculado como
AT-Fw58 1530 em 24 de agosto de 1948.

Após os primeiros vôos de ensaio, o mesmo foi aprovado e, em 11 de novembro de


1949, tal avião foi cedido ao Ministério da Agricultura e matriculado no Registro
Aeronáutico Brasileiro - RAB como PP-FDE em 05 de junho de 1950.

Em 04 de agosto de 1955, o 1530 é descarregado do inventário da FAB e permanece


com o Ministério da Agricultura, porém com a sua vistoria vencida, o que lhe proibia o
vôo. A sua matrícula foi cancelada no RAB em 03 de maio de 1974, por estar há mais
de dez anos sem vistoria.

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O AT-Fw58 1530 exposto no MUSAL (A.R. Biasus).

A partir desse momento não se tem mais notícias dessa singular aeronave, porém, uma
carcaça de Fw 58 foi descoberta no Aeroporto de Carlos Prates, em Belo Horizonte -
MG, em 1978, pelos pesquisadores aeronáuticos Alberto Gunther Fortner e seu filho,
Carlos Roberto Fortner, que a identificam como sendo do antigo AT-Fw58 1530, pela
coincidência da numeração de um dos motores do PP-FDE, relacionada na sua única
vistoria executada pelo Departamento de Aviação Civil - DAC, realizada em julho de
1949.

Graças a essa descoberta, o Museu Aeroespacial - MUSAL foi acionado e a mesma


levada para o Campo dos Afonsos, onde teve inicio um longo processo de cuidadosa
reconstrução. Finalmente, em 16 de outubro de 1998, às 10:00 hs, o Focke-Wulf 58 AT-
Fw58 1530 era incorporado ao acervo do MUSAL, sendo uma de suas jóias mais raras,
tendo em vista que a sua recuperação levou cerca de vinte anos, com a curiosidade de
ser o único exemplar do tipo existente no mundo.

UNIDADES QUE OPERARAM OS Fw 58 DO BRASIL


UNIDADE PERÍODO OBSERVAÇÃO
2ª EAM (Marinha) 1938 a 1941 Treinamento Avançado
Fábrica do Galeão - FGL 1941 a 1951 Utilitário/Parque Apoiador
BAST 1943 a 1950 Patrulha/Utilitário
BAGL 1943 a 1950 Patrulha/Utilitário
3ª Zona Aérea 1943 a 1947 Utilitário
EEAR 1943 a 1947 Instrução Solo/com Armamento
BASP 1943 a 1946 Patrulha/Utilitário
BAFL 1943 a 1945 Patrulha/Utilitário
BACT 1943 a 1945 Patrulha/Utilitário

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1º Grupo de Transporte 1943 a 1945 Utilitário


BAPA 1947 a 1948 Utilitário
FONTE: DIRETORIA DE MATERIAL DA AERONÁUTICA

Vistas laterais

D2Fw 2-EAM-4, Aviação Naval.

D2Fw 2-V-4, Aviação Naval.

D2Fw 2-V-6, Aviação Naval.

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V2AvN 209, Aviação Naval.

AT-Fw58 FAB 19.

AT-Fw58 FAB 1168.

UC-Fw58 FAB 2654.

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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS (Focke-Wulf 58B-2)


Motor 2 motores Argus AS 10c de 240HP, 8 cilindros em "V", invertido, refrigerado a ar
Envergadura 21,00m
Comprimento 14,20m
Altura 4,21m
Superfície
alar 47,00m2
2.400Kg (vazio)
Peso
3.600Kg (máximo)
Velocidade 263,00Km/h (máxima)
Razão de
180,58m/min
ascensão
Teto de
5.400m
serviço
Alcance 730Km (máximo)
Duas metralhadoras Rheinmetall Borsig MG15, de 7,92mm, instaladas no nariz e
na torreta dorsal; 8 cabides de bombas de 25Kg na seção interna das asas; Duas
Armamento
metralhadoras Browning .30in no nariz (durante a IIª Guerra Mundial); 1 cabide
externo de 113,4Kg (adaptado durante a IIª Guerra Mundial).

Bibliografia:

1. Arquivos do historiador aeronáutico Carlos Eugênio Dufriche.


2. Arquivos do historiador aeronáutico Aparecido Camazano Alamino.
3. Aviation News Magazine, Vol. 19, Nº 05, Junho 1990.
4. Presença da Força Aérea na Baixada Santista, Base Aérea de Santos, 22/10/78.
5. F.C. Pereira Netto, "Aviação Militar Brasileira 1916-1984", Editora Revista de
Aeronáutica, Rio de Janeiro, 1984.
6. J. Flores Júnior, "Aviação Naval Brasileira", Action Editora, 1995.
7. R. Terlizzi, "Os FW-58B no Brasil". In: Revista IPMS - Florianópolis -
Plastimodelismo nº 05, julho de 2000.
8. T. Wood, B. Gunston, "Hitler's Luftwaffe", Salamander, 1977.

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