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O CONCEITO DO BELO EM MIKEL DUFRENNE

Adrio Schwingel
adrioschw@yahoo.com.br
Mestrando, UNISC

Palavras-chave: Belo. Estética. Filosofia. Mikel Dufrenne

Mikel Dufrenne, no seu livro Estética e Filosofia (1998), tem como ponto de
partida a tarefa de deslindar o conceito do Belo e do valor da beleza no estudo da
estética. Vai contra o conceito de que beleza é um valor puramente subjetivo.
Para o filósofo, isso é apenas uma tentativa de oposição a certos cânones
cometidos pelo racionalismo clássico (como o número áureo, a tríade, o circulo,
entre outros modelos de perfeição estética), ancorados em Platão, que “pode ser
primeiramente uma santa reação contra o excesso de dogmatismo que prevaleceu
por muito tempo... (DUFRENNE, 1998, p. 36)”.
Para tentar, então resolver a questão do belo de se vale de Kant, em que o
prazer é “aquilo que me agrada (DUFRENNE, 1998, p. 40)”. Ou seja, em que não
há um modelo preestabelecido da idéia da beleza, em que o prazer do sujeito é
que determina o que seja ou não, o Belo. Nessa perspectiva, a de Kant, o sujeito é
que detém a decisão da escolha estética.
Por outro lado, em Hegel, investiga a idéias da verdade absoluta e da
perspectiva histórica do devir. Primeiramente, para Hegel, não havia símbolo da
verdade ou da beleza. O Belo é o ideal “presente e transparente no objeto
idealizado (DUFRENNE, 1998, p. 44)”. Na perspectiva histórica do devir é que
“ficamos sabendo que os semblantes do belo são múltiplos e sua diversidade não é
redutível ao tempo (DUFRENNE, 1998, p. 43)”.
A partir então, dessas considerações, pergunta o filósofo: “Mas o que é o
belo, então? (DUFRENNE, 1998, p. 45)”. E ele mesmo responde: “É uma idéia ou
qualidade presente em certos objetos – sempre singulares – que nos são dados à
experiência (DUFRENNE, 1998, p. 45)”.
Sem subjetivismos e sem dogmatismos, sem se prender no objeto ou
sujeito, sem parecer determinado pela cultura ou história, e contra aqueles que
simplesmente riscaram a palavra “belo” do seu vocabulário, Dufrenne define o
Belo como o objeto experienciado pelo sujeito.

REFERÊNCIAS

DUFRENNE, Mikel. Estética e filosofia. 3. Ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.

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