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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

CURSO DE MEDICINA

FERNANDA PINHEIRO
FILIPI MIGUEL PIETROSKI
JOÃO VICTOR SANTOS

FRATURA DO OSSO ESCAFOIDE

CANOAS
2018
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FERNANDA PINHEIRO
FILIPI MIGUEL PIETROSKI
JOÃO VICTOR SANTOS

FRATURA DO OSSO ESCAFOIDE

Trabalho apresentado à disciplina de Módulo


em Morfologia Médica Aplicada do 2º
semestre do Curso de Medicina da
Universidade Luterana do Brasil – Campus
Canoas.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Teodoro


Ezequiel Guerra.

CANOAS
2018
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fratura de escafoide ...................................................................................5


Figura 2 – Ossos carpais (NETTER, 2011)..................................................................7
Figura 3 – Artéria braquial e anastomoses ao redor do cotovelo (NETTER, 2011).....8
Figura 4 – Artérias e nervos da mão; vistas anteriores (NETTER, 2011)....................9
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................4
2 O ESCAFOIDE..........................................................................................................5
2.1 ANATOMIA.............................................................................................................6
2.2 VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL............................................................................7
2.3 FRATURAS............................................................................................................9
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................11
REFERÊNCIAS..........................................................................................................12
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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata-se de uma revisão anatômica e vascular arterial


do osso escafoide, direcionada para o estudo da sua fratura. O objetivo é analisar a
imagem radiográfica proposta pelo professor em aula e descrever a causa de tal
fratura e suas particularidades quando relacionadas a sua vascularização arterial.
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2 O ESCAFOIDE

A forma mais frequente de lesões no punho é a queda com a mão


espalmada e com menor frequência podem ocorrer traumas devido a hiperflexão. As
lesões variam de acordo com o ângulo de ataque da mão espalmada que defende o
corpo em uma queda. Os traumas que envolvem o punho correspondem a 16,7% da
incidência geral sendo que o escafoide está envolvido em 78,8% dessas incidências
de fraturas ósseas. As fraturas de escafoide, quando recebem diagnóstico logo pós
o acidente e tratamento adequado, tendem a evoluir com consolidação. Porém
depende do tipo de lesão: algumas podem ter retardo de consolidação e
pseudoartroses (HEBERT, 2017).
Em sua vascularização arterial do escafoide o seu terço distal é nutrido por
vasos volares distais, no qual a em sua circulação interna fica evidente o predomínio
de vasos penetrando pelo dorso do osso e dirigindo-se para o seu polo proximal.
Nas fraturas proximais do escafoide esses vasos recorrentes podem ser lesados e
ocorre necrose avascular (HEBERT, 2017).
A seguir será feita a revisão da anatomia e da vascularização arterial do
osso escafoide, visando esclarecer o porquê das particularidades nos traumas
relacionados ao osso (fig. 1).

Figura 1 – Fratura de escafoide .


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2.1 ANATOMIA

O carpo é composto por 8 ossos carpais: escafoide, semilunar, piramidal,


pisiforme, trapézio, trapezoide, capitato e hamato, dispostos em duas fileiras de
quatro ossos cada (fig. 2). Estes ossos são responsáveis pela flexibilidade do pulso.
Com o aumento do movimento na articulação radiocarpal ou no pulso, as duas
fileiras de ossos carpais deslizam uma sobre a outra; além disso, cada osso desliza
sobre aqueles adjacentes a ele. Os ligamentos interósseos fixam os ossos carpais
uns aos outros. As faces proximais da fileira distal dos ossos articula-se com a fileira
proximal dos ossos carpais, e suas faces distais articulam-se com os matacarpais
(MOORE, 2014).
O Escafoide é um dos ossos que compõe o carpo, localizando-se no punho,
e tendo como características a forma de bote e um tubérculo proeminente. O
escafoide é o osso da fileira carpal proximal que fica posicionado na região lateral
desta fileira articulando-se com o rádio. Como consequência de sua localização o
escafoide é o osso mais frequentemente fraturado, e a fratura de escafoide é a lesão
mais comum no pulso, pois em caso de queda sobre a palma quando a mão
encontra-se abduzida é o primeiro que apoia o chão. A dor ocorre originalmente
sobre o lado lateral (radial) do pulso, em especial durante a dorsiflexão e abdução
da mão. (MOORE, 2014).
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Figura 2 – Ossos carpais (NETTER, 2011).

2.2 VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL

A vascularização do membro superior é suprida, principalmente, pela artéria


braquial que tem como origem a axilar (fig. 3). No braço, a artéria braquial emite
vários ramos, dividindo-se em duas porções na porção proximal do rádio e da ulna.
Os ramos iniciais do antebraço são nomeados respectivamente à posição das
artérias, sendo elas: artéria radial, lateralmente, e artéria ulnar, medialmente
(MOORE, 2014).
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Figura 3 – Artéria braquial e anastomoses ao redor do cotovelo (NETTER, 2011).

A vascularização do escafoide é relativamente atípica em relação alguns


outros ossos, ou seja, o maior osso da fileira proximal do carpo é vascularizado e
distal para proximal, chamada de circulação retrógrada (fig.4). Nesse sentido, a
artéria radial penetra no carpo na “tabaqueira” anatômica formando dois ramos, um
palmar e outro dorsal (MOORE, 2014).
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Figura 4 – Artérias e nervos da mão; vistas anteriores (NETTER, 2011).

O ramo dorsal é responsável por aproximadamente 75% da vascularização


do escafoide (terços médio e proximal) e o ramo palmar ou também chamado de
volar supre cerca de 25% da parte distal e média do escafoide. O suprimento
sanguíneo permite a chegada de Cálcio e Fosfato aos ossos para o processo de
cristalização, assim formando cristas de hidroxiapatita e o calo ósseo. Em função
desse tipo de circulação mais lenta, em caso de fratura, dificulta-se o processo de
consolidação do osso, o que pode provocar necrose avascular ou pseudoartroses
(MOORE, 2014).

2.3 FRATURAS

As fraturas do escafoide ocorrem em quedas com a mão espalmada, em que


a posição relativa do punho esteja em desvio radial. Há hiperextensão do punho
associada ao desvio radial. O diagnóstico das fraturas do escafoide passa pela
suspeita clínica, determinada pela anamnese. Quando um paciente se refere dor no
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punho, após a queda com amão espalmada, deve-se suspeitar de alguma lesão. É
importante saber há quanto tempo ocorreu o trauma. Em muitas situações o
paciente pode passar por um médico socorrista, que não encontra nenhuma fratura
em radiografias realizadas nesse local de atendimento. Esse primeiro período pode
ser assintomático, porém após a utilização do punho os pacientes podem retornar ao
médico (HEBERT, 2017).
A segunda fase de sintomas pode ocorrer de 40 a 60 dias após a lesão, e a
fratura do escafoide já se encaminha para uma situação de pseudoartrose. As
fraturas, muitas vezes, não são observadas nas radiografias iniciais, porém, no
processo de consolidação, há absorção de cálcio na interface fraturária, em torno de
0,5 mm de cada lado, permanecendo o colágeno da estrutura óssea no local. Dessa
forma, uma fratura que não era vista em radiografias na fase de emergência será
detetada após duas semanas em imagens de controle. (HEBERT, 2017).
Considerando o aspecto da incerteza diagnóstica, as recomendações para
protocolo de conduta médica foram estabelecidas da seguinte forma: na suspeita
clínica de fratura do escafoide, deve-se tratar o paciente com imobilização,
considerando-o um portador de fratura até prova contrária em radiografias de
controle (HEBERT, 2017).
Em suspeita clínica de fraturas de escafoide a RM demonstrou ser o melhor
método para a avaliação de pacientes (HEBERT, 2017).
As fraturas de escafoide são classificas de acordo com a posição do traço de
fratura, dividindo o osso em três partes: terço proximal, médio e distal. Há diferença
de comportamento das fraturas quanto à consolidação e a presença de necrose
avascular dependendo do seu local. Fraturas de polo proximal desenvolvem necrose
avascular com maior frequência do que os outros dois terços. As fraturas no terço
distal tendem a consolidar em praticamente 100% das situações tratadas. As
fraturas que envolvem o corpo do escafoide costumam ser problemáticas e
demandam de especial atenção por parte dos médicos (HEBERT, 2017).
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do presente trabalho pode-se estudar a anatomia, vascularização


arterial e fraturas do osso escafoide. Foi possível ponderar os motivos que levam os
profissionais da saúde a terem uma preocupação especial com a fratura nesse osso.
Com as informações relatadas no trabalho e do estudo feito sobre o osso escafoide,
os presentes acadêmicos puderam entender os objetivos propostos pelo professor.
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REFERÊNCIAS

HEBERT, Sizínio K. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e Prática. 5 ed. Porto


Alegre: Artmed, 2017.

MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, Anne M. R. Anatomia Voltada Para
Clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Koogan, 2014.

NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier,


2011.

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