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Art. 284. Sempre que êste Código não indicar o grau mínimo, entende-se que será ele
de quinze dias para a pena de detenção e de um ano para a de reclusão.
Detenção 15 dias
Reclusão 01 ano
1. CONCEITO
Crimes eleitorais são todas as violações das normas que disciplinam as diversas fases e
operações eleitorais e que tem por objeto jurídico proteger a liberdade de exercício do direito de
sufrágio bem como a regularidade e lisura do processo eleitoral e que estejam tipificadas na
legislação eleitoral.
Características:
1.1. FINALIDADE ELEITORAL
José Joel Cândido => “se a ação do agente for manifestamente com escopo eleitoral,
será crime eleitoral; caso contrário, o crime será comum.”
Art. 33. As entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas
às eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa,
a registrar, junto à Justiça Eleitoral, até cinco dias antes da divulgação, as seguintes
informações:...
§ lº As informações relativas às pesquisas serão registradas nos órgãos da Justiça
Eleitoral aos quais compete fazer o registro dos candidatos.
§ 2º A Justiça Eleitoral afixará imediatamente, no local de costume, aviso comunicando
o registro das informações a que se refere este artigo, colocando-as à disposição dos partidos
ou coligações com candidatos ao pleito, os quais a elas terão livre acesso pelo prazo de trinta
dias.
§ 3º A divulgação de pesquisa sem o prévio registro das informações de que trata este
artigo sujeita os responsáveis a multa no valor de cinqüenta mil a cem mil UFIR.
§ 4º A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de
seis meses a um ano e multa no valor de cinqüenta mil a cem mil UFIR.
SUJEITO ATIVO => qualquer pessoa, inclusive quem não tenha participado ou
elaborado a pesquisa, pois a conduta punível é “divulgar”.
Art. 35 => Pelos crimes definidos nos arts. 33, § 4º e 34, §§ 2º e 3º, podem ser
responsabilizados penalmente os representantes legais da empresa ou entidade de pesquisa e
do órgão veiculador pode responder pelo crime de pesquisa fraudulenta também o
responsável legal* pela empresa que fez a pesquisa e da que a veiculou.
*O responsável legal só pode responder se agiu com dolo, se tinha ciência que a
pesquisa era fraudulenta, pois, se assim não o for, caracteriza responsabilidade penal objetiva.
Se ele for incluído na denúncia apenas por ser o representante legal denúncia
genérica, que é inepta porque não descreve a conduta criminosa do representante legal e,
portanto, impede o exercício da ampla defesa.
TIPO OBJETIVO
Divulgar = tornar pública. OBS: para J. J. Cândido, só existe o crime se for divulgação
ampla a todo o eleitorado ou parcela considerada dele. Divulgação fraudulenta a um grupo
restrito de eleitores não configura o crime, pois não é capaz de influenciar no resultado da
eleição.
Divulgação pode ocorrer por qualquer meio de comunicação (comício, e-mail,
imprensa).
CONSUMAÇÃO => mera divulgação, ainda que não haja nenhuma interferência.
Então, consuma-se com a conduta, independentemente se conseguiu alterar o resultado
eleitoral.
Crime formal ou de consumação antecipada.
Obs: a entidade se recusa a exibir essas planilhas ao partido não se trata de crime de
desobediência.
OBJETO JURÍDICO => normalidade dos trabalhos eleitorais no dia da eleição (ordem
pública eleitoral) e direito de liberdade do eleitor de votar livremente sem influências ou
constrangimentos.
TIPO OBJETIVO
Inciso I:
o Usar alto-falantes
o Usar amplificadores de som
o Realizar comícios ou carreatas.
OBS: tipo penal fala em “carreata”. Se a passeata for realizada com aparelhos sonoros,
também configura crime, pois haverá utilização com amplificadores de som.
Horário de proibição não é só o horário de votação (8h às 17h), mas sim durante todo
o dia da votação, pois o que se resguarda nesse tipo penal é também a tranquilidade dos
eleitores e a ordem pública eleitoral.
OBS: TRE do PR considerou atípica a conduta de espalhar panfletos pela rua durante a
madrugada quando os eleitores ainda estavam dormindo e as sessões eleitorais fechadas.
Inciso II:
o Arregimentar eleitor = conseguir eleitores no dia da eleição. Pode ser por: fraude,
coação, violência, constrangimento, etc.
o Fazer propaganda de boca de urna: nas proximidades das sessões eleitorais de
votação.
As Resoluções TSE nº 20106/98 e 14708/94 dizem: “não caracteriza o crime do art. 39,
§5º, II, lei 9504/97 a manifestação individual e silenciosa de preferência do cidadão por partido,
coligação ou candidato, incluída a que esteja no próprio vestuário ou se expresse no porte de
bandeira ou utilização de adesivos em veículos ou objetos que tenha a posse”.
Inciso III: lei proíbe a distribuição destes objetos, proíbe fazer propaganda por meio
de publicações, cartazes, camisas, etc.
OBS: o cidadão que irá votar com camisa, broche do candidato não comete crime, pois
se trata de manifestação individual e silenciosa de preferência de candidato.
LOCAL DOS CRIMES => exceto o crime de boca de urna, pode ocorrer em qualquer
local e não apenas nas proximidades das sessões eleitorais porque o tipo penal não
contém essa elementar.
CONDUTA => usar, no sentido de deter a posse ostensiva visível a terceiros (pois é
para fins de propaganda).
TENTATIVA => possível se o infrator não consegue fazer o uso da frase ou imagem.
CONDUTAS:
o Arguir inelegibilidade: candidato fez pedido de candidatura e infrator argúi que ele
é inelegível, que ele não preenche os requisitos de elegibilidade. Vítima aqui se
trata de um pré-candidato.
o Impugnar registro de candidatura: pedido já foi deferido, já houve o registro do
candidato e o infrator impugna o registro argumentando que o candidato não
preenche os requisitos para concorrer às eleições.
Detenção 15 dias
Reclusão 01 ano
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o "quantum", deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um
terço, guardados os limites da pena cominada ao crime. (1/5 a 1/3)
Art. 286. A pena de multa consiste no pagamento ao Tesouro Nacional, de uma soma de dinheiro, que é fixada em dias-multa. Seu montante é,
no mínimo, 1 (um) dia-multa e, no máximo, 300 (trezentos) dias-multa.
§ 1º O montante do dia-multa é fixado segundo o prudente arbítrio do juiz, devendo êste ter em conta as condições pessoais e econômicas do
condenado, mas não pode ser inferior ao salário-mínimo diário da região, nem superior ao valor de um salário-mínimo mensal.
§ 2º A multa pode ser aumentada até o triplo, embora não possa exceder o máximo genérico caput, se o juiz considerar que, em virtude da
situação econômica do condenado, é ineficaz a cominada, ainda que no máximo, ao crime de que se trate.
Art. 287. Aplicam-se aos fatos incriminados nesta lei as regras gerais do Código Penal.
Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio da imprensa, do rádio ou da televisão, aplicam-se exclusivamente as normas dêste Código e
as remissões a outra lei nele contempladas.
§1º mesmo conceito do art. 327, CP: considera-se funcionário público qualquer
pessoa que exerça função pública, pertença ou não à Administração Pública, ainda que exerça
esta função gratuita e temporariamente.
§2º conceito de funcionário público por equiparação.
ART. 284
Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau mínimo, entende-se que será ele de
quinze dias para a pena de detenção e de um ano para a de reclusão.
Estabelece pena mínima do crime eleitoral quando não cominada no tipo penal.
Quando o tipo penal não cominar a pena mínima, ela será de:
- 15 dias se for DETENÇÃO ou de
- 1 ano se for RECLUSÃO.
Então, todos os crimes eleitorais têm pena mínima cominada ou no próprio tipo penal
incriminador ou no art. 284 do Código Eleitoral.
ART. 285
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o
"quantum", deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guardados os limites da pena
cominada ao crime.
MULTA
CÓDIGO ELEITORAL CÓDIGO PENAL
VALOR 1 a 300 dias-multa 10 a 360 dias-multa
DIA-MULTA 1 salário mínimo 1/30 a 5 vezes o salário mínimo
Até o triplo, desde que não Até o triplo
AUMENTO
ultrapasse os 300 dias-multa
ART. 287
Art. 287. Aplicam-se aos fatos incriminados nesta lei as regras gerais do Código Penal.
Aplicação subsidiária do CP em que o Código Eleitoral for omisso. Ex: normas sobre
prescrição. STF – HC 84152/AM, Pleno, 18MAI04.
ART. 288
Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio da imprensa, do rádio ou da
televisão, aplicam-se exclusivamente as normas deste Código e as remissões a outra lei nele
contempladas.
Praticamente caiu em desuso.
Os crimes eleitorais praticados por meio de rádio, imprensa ou televisão prevalecem
sobre crimes semelhantes previstos em outras leis.
Havia crime de calúnia, difamação e injúria no CP, lei de imprensa e no Código
Eleitoral => ex: candidato cometeu calúnia com fins eleitorais contra o seu adversário em um
programa de rádio da cidade aplicava-se a calúnia do Código Eleitoral.
A questão perdeu seu interesse porque a lei de imprensa foi declarada inteiramente não
recepcionada pela CF/88 na ADPF 130.
OBS: Quando o tipo penal não cominar a pena mínima, ela será de:
- 15 dias se for DETENÇÃO ou de
- 1 ano se for RECLUSÃO.
SUJEITO ATIVO => qualquer pessoa, inclusive o eleitor já alistado que solicite a
transferência de seu título.
Art. 55, Código Eleitoral: para pessoa pedir transferência de domicílio eleitoral, deve
estar residindo no novo domicílio há pelo menos três meses.
Não há crime se ele solicita transferência antes de completar os três meses no novo
endereço desde que realmente seja o endereço verdadeiro e que ele resida no local.
Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao juiz do novo
domicílio sua transferência, juntando o título anterior.
§ 1º A transferência só será admitida satisfeitas as seguintes exigências:
I - entrada do requerimento no cartório eleitoral do novo domicílio até 100 (cem) dias
antes da data da eleição.
II - transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição primitiva;
III - residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, atestada pela autoridade
policial ou provada por outros meios convincentes.
§ 2º O disposto nos nºs II e III, do parágrafo anterior, não se aplica quando se tratar de
transferência de título eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico, ou de membro de
sua família, por motivo de remoção ou transferência
Elemento Subjetivo
É o dolo de se inscrever fraudulentamente, não se exigindo nenhuma finalidade específica
Não é punida a forma Culposa do crime
Tentativa e Consumação
Para uma primeira corrente o crime se consuma com a simples apresentação na justiça eleitoral
do requerimento fraudulento de inscrição, mesmo que a inscrição não seja deferida e o título de
eleitor não seja expedido (Susana de Camargo Gomes)
O comprovante do requerimento vale como substitutivo do título de eleitor por 90 dias.
Para uma segunda corrente o crime só se consuma quando o título de eleitor é expedido, com
deferimento do pedido; antes da expedição do título a pessoa não assume a condição jurídica de
eleitor, portanto o crime ainda não está consumado.
É possível a tentativa por se tratar de crime plurissubsistente (a conduta criminosa pode ser
fracionada em vários atos).
Principio da especialidade
Este crime prevalece sobre o crime do art. 350 do código eleitoral que tipifica “falsidade
ideológica eleitoral”
O Art. 289 é norma especial em relação ao art. 350 (tem uma finalidade específica)
A doutrina diz que esse crime do Art. 289 absorve os crimes de falsidade documental.
4.2. Art. 290 Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo
deste Código.
Sujeito Passivo:
O Estado e a pessoa induzida pelo infrator.
Objeto Jurídico:
A licitude do alistamento eleitoral.
Conduta:
Induzir alguém (convencer por meio de fraude ou de ardil); a conduta do infrator deve ser
individualizada, dirigida a uma pessoa determinada.
Esse crime penal pune também quem induz a vítima a transferir o seu título de eleitor.
Elemento Subjetivo:
Dolo de induzir, não se exigindo nenhuma finalidade específica
Consumação e tentativa:
A consumação se dá com o mero induzimento, ainda que o induzido não consiga se inscrever
como eleitor.
Mas se ela foi induzida e nem sequer foi ao cartório para fazer a inscrição é fato atípico.
A tentativa é inadmissível, porque a conduta de induzir é “UNISSUBSISTENTE” se esgota em
um único ato (TSE HC 80 –
Sujeito Ativo:
É o Juiz eleitoral ou Juiz não eleitoral, mas que esteja desempenhando alguma função específica
eleitoral por designação do Tribunal Eleitoral. (Art. 283,I, CE)
TSE HC 5.718 Embora seja crime próprio somente cometido por Juiz, admite participação de
3ºs
Sujeito Passivo:
Estado
Tipo Objetivo:
Efetuar a inscrição, o indivíduo está em processo de alistamento eleitoral
Quanto à elementar “fraudulentamente” aplica-se o que foi dito no art. 289
Elemento Subjetivo
Dolo sem finalidade específica
Consumação e Tentativa
A consumação se dá com a inscrição fraudulenta.
A expedição do título de eleitor e a eventual utilização dele são mero exaurimento do crime. Já
está consumado com a Inscrição.
A tentativa é perfeitamente possível, se o Juiz não consegue efetivar a inscrição fraudulenta do
alistando.
4.4. Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:
Sujeito Ativo:
Qualquer pessoa, crime comum que não exige qualidade especial
Sujeito Passivo:
Eleitor prejudicado pela retenção do seu título
Objeto Jurídico:
É o direito de o eleitor votar e o direito de o eleitor possuir o seu título para utilizá-lo em
finalidades não eleitorais.
Elementos do Tipo:
A conduta é reter contra a vontade do eleitor.
O eleitor pode se opor a retenção expressa ou tacitamente.
A retenção autorizada pelo eleitor configura fato atípico.
Objeto material:
Titulo eleitoral
Art. 295. Reter título eleitoral contra a Art. 91. § único: A retenção de título eleitoral ou do comprovante de alistamento
vontade do eleitor eleitoral constitui crime, punível com detenção, de um a três mese
contra a vontade do eleitor simples não entrega do título ao eleitor sem motivo justificado.
Consumação e tentativa:
Primeira corrente: o crime se consuma com a simples retenção do título, ainda que o eleitor não
fique impedido de votar. (majoritária), O eleitor também não conseguirá usar o título para fins
não eleitorais.
Segunda corrente: o crime não se consuma com a mera retenção e sim se o eleitor não conseguir
votar em razão da retenção do título.
A tentativa é possível, quando o infrator não consegue ter a posse tranqüila do título retido. Ele
retém, mas é imediatamente desapossado do título.
Sujeitos do crime:
Qualquer pessoa
Sujeito Passivo:
É o eleitor impedido de exercer o sufrágio
Objeto jurídico:
Proteção ao direito de sufrágio
Tipo Objetivo:
Condutas são Impedir (não permitir), ou embaraçar (criar obstáculos e dificuldades) para a
vítima não votar.
Pode ser criado por ação ou omissão.
Obs.: Esse crime pode ser cometido não só durante as eleições como em plebiscito e referendo.
A campanha pelo voto em branco não configura esse crime pela razão que o direito ao sufrágio
também é o de não votar em ninguém. (TRE SP HC 66.262)
Elemento Subjetivo
Dolo de violar o direito de sufrágio, sem qualquer finalidade específica.
Consumação e Tentativa:
A consumação se dá quando a vítima é impedida ou embaraçada no direito de sufrágio.
A tentativa é possível, se o infrator não consegue impedir a vítima de votar, ou se não consegue
criar dificuldades para a vítima votar.
Obs: Passar pessoa na frente de outra na fila da votação não constitui crime (TSE).
4.6. Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, delegado de
partido ou candidato, com violação do disposto no Art. 236:
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito)
horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante
delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por
desrespeito a salvo-conduto.
§ 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais de partido, durante o exercício de suas
funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma
garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido à presença do juiz
competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a
responsabilidade do coator.
Elemento Subjetivo:
Dolo, não se pune esse crime na forma culposa.
Consumação e tentativa:
A consumação se dá com a simples prisão fora das hipóteses do art. 236, não sendo necessário
ocorrer prejuízo ao eleitor.
A tentativa é possível se o agente não consegue efetuar a prisão ilegal.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
O TSE já decidiu reiteradas vezes que esse crime abrange a corrupção ativa eleitoral e a
corrupção passiva eleitoral
Sujeito Ativo:
Qualquer pessoa em ambas as formas de corrupção, ativa e passiva.
O sujeito ativo necessariamente não precisa ser candidato ou eleitor.
Ex.: Um estrangeiro oferece dinheiro para um eleitor votar ou deixar de voltar em um candidato.
Se o sujeito ativo for candidato, ele comete ainda a infração administrativa de CAPTAÇÃO
ILEGAL DE SUFRÁGIO (Art. 41-A Lei 9.504/97) Responde pelo crime do Art. 299 + infração
administrativa de captação de sufrágio
Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio,
vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de
obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função
pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil
a cinqüenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto
no art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990. (Incluído pela Lei nº 9.840, de
28.9.1999)
Sujeito Passivo
É o Estado, mas também o candidato ou partido prejudicado pelo crime.
Elementos do Tipo
Dar, oferecer, prometer, solicitar, ou receber.
O tipo penal não prevê a conduta de exigir.
Objeto material
Dinheiro, valor em espécie, dádiva (presente), ou qualquer outra vantagem (segundo a doutrina
eleitoral, pode ser de natureza econômica ou não) legal ou ilegal.
A conduta precisa ser dirigida a uma pessoa determinada, ou a um grupo de pessoas
determinadas.
Finalidade Específica
O Crime só existe se a conduta for praticada com a intenção de:
1) Obter voto
2) Dar voto
3) Conseguir abstenção de voto
4) Prometer abstenção de voto
Ex.: o candidato oferece dinheiro para o eleitor votar nele OU o eleitor solicita dinheiro para
votar no candidato OU o candidato oferece dinheiro para o eleitor não votar OU o eleitor
solicita dinheiro prometendo não votar.
Mesmo que a vantagem solicitada ou oferecida seja insignificante, há o crime (a doação pode
ser insignificante, mas o resultado não será insignificante).
Ex.: doação de uma cesta básica, um par de chinelos.
Esta infração não precisa ser cometida na véspera ou no próprio dia da eleição.
Pode ser cometido no período compreendido entre a data do registro da candidatura até o dia da
eleição (porque durante todo esse período ele pode solicitar votos ou a sua abstenção)
Consumação e Tentativa:
A consumação se dá com a prática de qualquer das condutas do tipo, mesmo que não seja obtida
a finalidade pretendida. Ou mesmo que a oferta seja recusada.
O simples fato de prometer ou solicitar vantagem, já configura o crime. (Crime formal ou de
consumação antecipada)
A tentativa é possível nas condutas de dar e receber. Nas demais condutas é possível a tentativa
na forma escrita.
4.8. Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar
o exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma, inclusive o
fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo: (Redação dada pelo
Decreto-Lei nº 1.064, de 24.10.1969)
Pena - reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa.
((Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.064, de 24.10.1969)
Sujeito Ativo
Qualquer pessoa ainda que não candidato ou integrante de partido
Sujeito Passivo
Os eleitores prejudicados no direito de votar.
Objeto Jurídico
A liberdade de voto
Tipo Objetivo
A conduta é promover a concentração de eleitores, de qualquer forma, mediante violência,
coação, fraude.
Fornecer alimento gratuito. (com a finalidade de concentração de pessoas)
Fornecer transporte coletivo gratuito (com a finalidade de concentração de pessoas)
Obs.: apesar da conjunção E no tipo penal, não precisa de as duas condutas ocorrerem
conjuntas, onde está escrito E a doutrina lê OU
Finalidade Específica
O crime só se configura se essa concentração de pessoas for promovida com a intenção de:
1) Impedir o exercício do voto
2) Embaraçar (criar obstáculos ao exercício do voto)
3) Fraudar o exercício do voto
Ausente uma destas 3 finalidades específicas, não há o crime.
Momento do Crime
Só há o crime se a conduta for no dia da Eleição.
Elemento Subjetivo:
Dolo de promover a concentração de eleitores acrescido de uma das 3 finalidades acima.
Consumação e tentativa:
A consumação se dá no momento em que há a concentração dos eleitores, ainda que a finalidade
pretendida não seja obtida (ainda que o infrator não consiga Impedir, Embaraçar ou fraudar o
direito de voto)
A tentativa é possível se o infrator não consegue concentrar os eleitores
Exceções ao crime:
Somente a Justiça Eleitoral poderá, quando imprescindível, em face da absoluta
carência de recursos de eleitores da zona rural, fornecer-lhes refeições, correndo,
nesta hipótese, as despesas por conta do Fundo Partidário.
4.10. Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena - reclusão até três anos.
Sujeito Ativo:
Qualquer pessoa, inclusive quem não é eleitor.
Sujeito Passivo:
O Estado, mas também o eleitor prejudicado (alguém votou no lugar dele)
STJ CC 81.711/RS 16/02/09
Ex.: por confusão de nomes, os mesários trocaram o nome de uma eleitora e votaram no lugar
de outra para bater a quantidade de votos com o de assinaturas, a 2ª eleitora foi votar
posteriormente e já havia assinatura e voto no seu lugar.
Tipo Objetivo:
Votar, por si, mais de uma vez
Tentar votar, por si, mais de uma vez
Votar, em lugar de outrem, uma vez ou mais vezes
Tentar votar em lugar de outrem uma vez mais vezes.
Elemento Subjetivo
Dolo, não se pune a forma culposa
Ex.: eleitor semi-analfabeto, por equívoco, pegou o título do irmão falecido, e foi acusado de
tentar votar no lugar do irmão, não houve dolo.
Consumação e Tentativa
A consumação se dá com o ato de votar ou tentar votar mais de uma vez ou em lugar de outrem.
A tentativa não existe, porque a simples tentativa já configura crime consumado é o chamado
CRIME DE ATENTADO
4.11. Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a
partidos ou candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa, rádio ou televisão.
Sujeito Ativo:
Qualquer pessoa, inclusive que não seja candidato ligado a partido.
Ex.: o marqueteiro responsável pela propaganda
Sujeito Passivo:
O candidato ou partido prejudicado com a inverdade
Objeto Jurídico:
A proteção do direito dos eleitores de não receber propaganda eleitoral falsa. Direito à correta
informação eleitoral
Conduta:
Divulgar fatos inverídicos, fatos falsos que sejam capazes de influenciar o eleitorado, ainda que
não influenciem. Precisa ter essa capacidade lesiva. Se for um fato inverídico, mas incapaz de
influenciar o eleitorado, não configura esse crime.
Elemento subjetivo:
Dolo direto, (divulgar na propaganda, fatos que sabe inverídicos)
O crime não é punido nem no dolo eventual nem na culpa.
Consumação e Tentativa:
A consumação ocorre com a simples divulgação do fato inverídico, com potencial para
influenciar o eleitorado, ainda que não influencie.
A tentativa existe se o agente não consegue divulgar o fato inverídico.
Perguntas: