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EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO____

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE GUARAPARI-ES

DISTRIBUIÇÃO COM URGÊNCIA

FRED MAICO DOS SANTOS, brasileiro, divorciado, portador da cédula de


identidade RG Nº. M8333781, devidamente inscrito no CPF sob o nº. 075.288.187-
63, BACHAREL EM DIEITO, residente e domiciliado na Rua Olívio Antônio Novaes,
961, casa térreo, CEP n°. 29.216-590, com endereço eletrônico
santosukpetro@gmail.com e telefone (27) 9.95245959, vem, à elevada presença de
Vossa Excelência propor

AÇÃO DE PEDIDO DE PARCELAMENTO DE DÉBITO C/C COM PEDIDO DE


TUTELA DE URGÊNCIA
com fulcro nos artigos 3º, I da Lei 9.099/90 e 319 e seguintes do Código de
Processo Civil, em face de EDP ESCELSA S/A., devidamente inscrita no CNPJ/MF
sob n° 33.655.721/0001-99 com sede na Cidade de Guarapari, Estado do Espírito
Santo, na Rua Araxá, n° 168, Muquiçaba, CEP n°29.211-630, pelos relevantes
motivos de fato e de direito a seguir delineados:

I – PRELIMINARMENTE:

A) DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA:

O Requerente faz jus à concessão da gratuidade de Justiça, haja vista que a mesma
não possui rendimentos suficientes para custear as despesas processuais sem
detrimento de seu sustento e de sua família.

O Requerente acosta o presente a sua Declaração de Insuficiência Financeira,


afirmando que suas condições financeiras são parcas e, por isso, torna-se
impossível arcar com as despesas processuais sem detrimento de seu sustento e de
sua família.

Desta feita, de acordo com a dicção do artigo 98 e 99 do CPC, basta a asseveração


de que a parte não possui condições de arcar com custas e honorários, sem prejuízo
próprio e de sua família, na própria petição inicial para que veja concedido o
benefício em pleito.

Portanto, requer o Requerente a V. Exª, em caso de recurso, que se digne a


conceder a gratuidade de justiça, nos termos do art. 5º, LXXIV, da Constituição da
República e dos arts. 98 e 99 do CPC, visto que, não possui condições de arcar com
o pagamento das custas processuais e honorárias advocatícios sem prejuízo de seu
próprio sustento, conforme declaração anexa, (DOC. ).
B) DA LIMINAR:

Como se sabe, as medidas cautelares, que compõem o Livro V do Código De


Processo Civil, são providencias judiciais que visam a garantir o exercício de um
direito, tendo como características principais a instrumentalidade, a provisoriedade,
a revogabilidade e a autonomia, segundo a boa Doutrina de Humberto Theodoro
Júnior, possuindo como pressupostos o fumus boni juris e o periculum in mora,
significando, literalmente a fumaça do bom direito e o perigo da demora da
prestação jurisdicional.

Tendo o fornecimento de energia um serviço essencial, mas também um produto


encaixado como relação de consumo, vislumbra-se diretamente no Artigo 22º do
Código de Direito do Consumidor, relatando

“Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,


concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados,
eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.

Salientando ainda, que a Portaria 03/99 da Secretaria de Direito Econômico do


Ministério da Justiça, já reconheceu tal serviço como essencial.

Sob a ótica da lei 8987/95, as empresas concessionárias ficam com o poder de


interromper o fornecimento de seus produtos quando se tratar de inadimplência
como rege o Artigo 6º, §3º, II, que diz:

“Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a


prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários,
conforme estabelecido nesta lei, nas normas pertinentes e no
respectivo contrato.
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do
serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio
aviso, quando:
II - por inadimplemento do usuário, considerado o
interesse da coletividade".
Seguindo a linha de antinomia das normas, vemos um conflito entre o CDC e a Lei
8987/95, porém como é cediço, o CDC é uma norma que atende um comando
constitucional, como esclarece o artigo 1º do CDC

Art. 1º O presente código estabelece normas de proteção e defesa


do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos
arts. 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48
de suas Disposições Transitórias”.

Com conhecimento jurídico sólido sobre o assunto, o jurista Marcos Maselli Gouvêa
afirma que:
"a defesa do consumidor é uma garantia fundamental prevista no
art. 5º, XXXII, e um princípio da ordem econômica, previsto no art.
170, V. José Geraldo Brito Filomeno esclarece à respeito do art. 1 do
CDC, que sua promulgação se deve a "mandamento constitucional
expresso. Assim a começar pelo inc. XXXII do art. 5º da mesma
Constituição, impõe-se ao Estado promover, na forma da lei, a
defesa do consumidor.", ainda, O 40º Congresso do Consumidor,
realizado em Gramado concluiu que o direito de proteção ao
consumidor é cláusula pétrea da Constituição Federal (art. 5, XXXII
CF/88), e fechando tal raciocínio esclarece Arruda Alvim, Garantia
constitucional desta magnitude, possui, no mínimo, como efeito
imediato e emergente, irradiado da sua condição de princípio geral
da atividade econômica do país, conforme erigido em nossa Carta
Magna, o condão de inquinar de inconstitucionalidade qualquer
norma que possa consistir em óbice à defesa desta figura
fundamental das relações de consumo, que é o consumidor.

Desta forma, podemos concluir que, dar ênfase a antinomia entre as referidas
normas alegando “Legis posteior derogat priori”, é simplesmente cometer retrocesso,
ferindo assim o Princípio da Proibição Do Retrocesso Em Face Das Garantias
Fundamentais, no caso em tela leciona Marcos Gouveia

“A lei da concessão do serviço público(lei nº 8.987/95) ao afirmar que


não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua
interrupção "por inadimplemento do usuário, considerado o interesse
da coletividade"(art.6, §3º, II), na realidade está praticando o
autêntico retrocesso ao direito do consumidor, haja vista que o art. 22
do CDC afirma que os fornecedores de serviço essencial são
obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes e "contínuos".

Nesta linha, vale ressaltar que o Juízo da 8ª Vara de Falências da Capital do Rio de
Janeiro concedeu liminar em uma ação coletiva, proposta pelo núcleo de Defesa do
Consumidor da Defensoria Pública, determinando a proibição de cortar a luz dos
consumidores por falta de pagamento ou mesmo constatação de outras
irregularidades.

A ação coletiva foi interposta contra a Light e Cerj, sendo acolhido o argumento da
Defensoria Pública, no sentido que o desligamento de energia, pautada na Portaria
466/97 do DNAEE (agora pela Agência Nacional de Energia Elétrica), ferem a
Constituição, permitindo a imposição unilateral de dívidas sem observância do
devido processo legal além de submeter o consumidor a constrangimento e ameaça
na cobrança de dividas, o que é vedado pelo Código de Defesa do Consumidor,
exigindo mecanismos legais para a cobrança de créditos.

O STJ. já se pronunciou à respeito da impossibilidade da interrupção de serviço


essencial, in verbis:

"Seu fornecimento é serviço público indispensável, subordinado ao


princípio da continuidade, sendo impossível a sua interrupção e
muito menos por atraso no seu pagamento".

Indo mais adiante, a interrupção do fornecimento de energia, causará grandes


transtornos e constrangimentos, o que também é tutelado pelo CDC em seu Artigo
42 que detalha.

“Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não


será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.”

Faz-se necessária a concessão da presente medida cautela, de forma satisfatória,


considerando que a demora na prestação jurisdicional poderá ocasionar sério
prejuízos ao autor, no que diz respeito as condições normais de habitabilidade em
sua residência caso seja efetivado o corte de energia prometido pela Companhia
demandada. Por outro lado, reside o presente pedido na certeza de que o corte no
fornecimento da energia elétrica não implicará na quitação do débito, pois não se
esta querendo o calote e sim que a empresa parcele o débito em condições que o
autor possa quitar.

Nesse sentido, podemos afirmar que o corte no fornecimento de energia elétrica


implicaria na violação da Lei nº 8.078/90 (CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR), ferindo assim um direito e garantia fundamental pétreo em nossa
CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

Assim, percebe-se que existe no presente caso, os pressupostos da medida


cautelar, capazes de ensejar a concessão da liminar pretendida.

II - DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR:

A aplicação do Código de Defesa do Consumidor representa especial relevância


quando consideradas as relações jurídicas firmadas através dos contratos de planos
de telefonia e internet.

As relações jurídicas destes planos são historicamente pautadas pelo desequilíbrio


de forças de intervenção no contrato, quando consideradas as partes contratantes.

Há de ser destacado que o CDC estabelece normas de proteção e defesa do


consumidor, de ordem pública e interesse social e que a política nacional de
relações de consumo tem por objetivo o atendimento da necessidade dos
consumidores, o respeito a sua dignidade, sem falar na transparência e na harmonia
que devem permear as chamadas relações de consumo.

Nesse diapasão, reconhece-se facilmente, e os Tribunais já o fizeram, a


vulnerabilidade do consumidor no mercado das telecomunicações, a necessidade
que esse tem de informações detalhadas sobre os serviços que visa adquirir ou que
tenha adquirido nessa propalada relação de consumo.

As operadoras de telefonia fixa, móvel e internet estão mesmo amplamente sujeitas


aos princípios e normas do CDC, e suas cláusulas devem ser interpretadas da
maneira mais favorável ao consumidor.

Destarte, já de início, cumpre esclarecer que a relação havida entre as partes é


regida pelo Código de Defesa do Consumidor. No caso, o requerente utiliza-se dos
serviços prestados pela requerida como destinatário final, na medida em que os
serviços adquiridos não constituem objeto da atividade econômica desenvolvida pelo
requerente, em perfeita correspondência com a dicção do art. 2°, do CDC:

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou


utiliza produto ou serviço como destinatário final.

Assim sendo, requer-se a aplicação integral e irrestrita do Código de Proteção e


Defesa do Consumidor ao caso em tela pelos fundamentos já bem expostos acima.

III – DOS FATOS.

Ocorre que em maio de 2017 a Usufrutuária do imóvel descrito na qualificação, mãe


do autor, alugou o mesmo para um casal que alem de residirem no local, montaram
uma gráfica, o que gerava auto consumo de energia. Com o passar do tempo os
mesmos começaram a atrasar contas de energia, o que não era sabido pelo autor
nem por sua mãe.

Sendo que este aluguel ser perfazeria pelo período de 02 (dois) anos, estávamos
todos tranqüilos, pois, não poderíamos prever que haveria evasão dos inquilinos
para com a situação, devido o tempo decorrido ainda só completava 01 (um) ano.
Contudo, os referidos inquilinos, sem qualquer aviso prévio ou comunicação,
evadiram-se do imóvel às escondidas, deixando o mesmo abandonado e com
diversas contas vencidas, inclusive estas que esta sendo objeto da presente.

Com a mudança da mãe do autor para o Estado do Pará, a mesma que é


usufrutuaria, devolveu o imóvel para os proprietários que no caso, um deles é o
autor e o outro é seu irmão, pois a mesma, não tem mais interesse de residir no
local, por questões emocionais, já que foi no mesmo que seu marido veio a falecer.

O autor, assumindo a posse do imóvel, começou a tentar acertar as coisas, para que
o mesmo não sofresse nenhum constrangimento e/ou transtorno, já que esta
atualmente residindo no imóvel, onde se mudou no dia 01/05/2018. Nesta linha, o
autor compareceu ao escritório da requerida, visando um parcelamento de todo o
débito constante do imóvel, onde, foi explanado que o sistema da mesma só faria o
parcelamento, mediante uma entrada de 50% (cinqüenta por cento) do débito
total, que perfaz o montante de R$2400,00,sendo então, que só a entrada do
parcelamento sairia no valor de R$1.200,00, (conforme documentos acostados
às fls 04,05,06) valor este muito aquém de que o autor possa pagar.

Mas sem ter o que fazer, e até mesmo por se fazer necessário os documentos para
propositura de tal ação, o autor se viu obrigado a fazer o referido parcelamento,
porém sem condições de honrá-lo nestes termos, onde então o autor acionou este
estimado Juízo, pleiteando a medida liminar e um parcelamento que condiz com sua
realidade, já que o mesmo não esta se negando a quitar tais débitos.

Nestes termos, o autor espera poder resolver tal demanda, perfazendo o pagamento
do débito que hoje se tornou dívida, devido a confissão assinada na hora do
parcelamento, não proporcionando prejuízo para a requerida nem causando nem um
transtorno a si mesmo.

IV – DOS DIREITO.

Os serviços de energia elétrica são, sem dúvida, relações de consumo, sendo, na


forma do art. 3.º do CDC, considerado fornecedor a empresa de energia elétrica e os
usuários são consumidores, na forma do art. 2.º e parágrafo único da norma
consumerista.

É de bom alvitre destacar que a Organização das Nações Unidas (ONU) editou em
1985 a Resolução 39/248, reconhecendo no art. 1.º que o consumidor é a parte mais
fraca na relação de consumo. O nosso Código do Consumidor (Lei 8.078/1990)
estabeleceu no art. 4.º, I, o princípio da vulnerabilidade, reconhecendo esta
fragilidade na sociedade de consumo, possuindo a favor do consumidor a boa-fé
objetiva (art. 4.º, III, do CDC).

O serviço de energia elétrica é serviço público essencial, subordinado ao princípio


da continuidade, na forma do art. 22 do Código do Consumidor, da mesma forma
que o serviço de telefonia e água.

Cumpre registrar que a Portaria 03/1999 da Secretaria de Direito Econômico do


Ministério da Justiça (publicada em 19-3-1999), reconheceu como serviço essencial
o fornecimento de água, energia elétrica e telefonia.

Infere-se o reconhecimento da ilegalidade do corte em relação ao serviço essencial,


O STJ já se pronunciou a respeito da impossibilidade da interrupção de serviço
essencial, in verbis:

“Seu fornecimento é serviço público indispensável, subordinado ao


princípio da continuidade, sendo impossível a sua interrupção e
muito menos por atraso no seu pagamento.”

No mesmo sentido, o fornecimento de energia é serviço essencial. A sua interrupção


acarreta o direito de o consumidor postular em Juízo, buscando que se condene a
Administração a fornecê-la, sem prejuízo da condenação do fornecedor pelos danos
moral e patrimonial sofridos pelo consumidor.

Enuncia o art. 22 e seu parágrafo único do CDC, que “os órgãos públicos, por si ou
suas empresas concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros
e, quanto aos essenciais, contínuos.

Com efeito, não há justificativas para a prática abusiva do corte de energia elétrica
por falta de pagamento por parte do fornecedor de energia elétrica na cobrança de
dívidas, é patente o abuso de autoridade, ferindo o direito liquido e certo do
impetrante, não sendo possível referendar a autotutela.

Infere-se que aos Juízes é permitido o controle das cláusulas e práticas abusivas.
Destarte, faz-se necessário a providência jurisdicional, em prol dos consumidores,
para que o direito consagrado no Código do Consumidor não seja violado com o
corte da energia elétrica que é considerado serviço essencial; coibindo o abuso na
cobrança, que deve ser efetuada pelos meios legais em direito admitidos.

É cediço que o Código de Defesa do Consumidor surgiu atendendo de


um comando constitucional, estabelecendo um sistema de defesa do consumidor.
Conforme já registrado anteriormente, se há relação de consumo, os direitos dos
usuários/ consumidores são regulados e tutelados pelo Código de Defesa do
Consumidor. do consumidor, a ser observado quando do fornecimento de produtos e
serviços (relação de consumo), na forma como prescreve o art. 6.º, X, do CDC
(adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral), sem prejuízo da
reparação dos danos provocados (a teor do art. 6.º, VI, do CDC, “a efetiva
prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos”).

No mesmo sentido, o direito do consumidor está arrolado entre os


direitos fundamentais da Constituição.

Nesse sentido, é correta a premissa de que qualquer norma


infraconstitucional que ofender os direitos consagrados pelo Código de Defesa do
Consumidor estará ferindo a Constituição e, consequentemente, deverá ser
declarada como inconstitucional.

A lei que deu subsídio ao plano de redução de consumo (Programa


Emergencial de Redução do Consumo de Energia Elétrica), pugnando com a
suspensão do fornecimento, no caso de não alcançar a meta estipulada, está
praticando na realidade um autêntico retrocesso ao direito do consumidor, haja vista
que o artigo 22 do CDC afirma que os fornecedores de serviço essencial são
obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes e contínuos. Arrimado a esse
fato, acrescente-se que o direito do consumidor possui garantia fundamental na
Constituição e que a interrupção do fornecimento do serviço essencial, além de
causar uma lesão, afeta diretamente a sua dignidade, sem embargo da dificuldade
de acesso à Justiça que o dispositivo apresenta, consolidando assim a autotutela do
direito do fornecedor.
V- DA TUTELA DE URGÊNCIA

Para a concessão da antecipação dos efeitos da tutela de urgência, o artigo 300 do


Código de Processo Civil prevê a necessidade da presença simultânea de dois
requisitos, quais sejam: elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, conforme normatizado pelo
Código de Processo Civil.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode,


conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para
ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer,
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.

Quanto à probabilidade do direito, encontram-se claramente no caso em tela nos


argumentos em supra despendidos, vez que o Requerente esta enquadrado como
consumidor e a ré figura como fornecedora, e a interrupção de um serviço essencial
e continuo, trará muitos transtornos para a sobrevivência do autor, visto que hoje é
praticamente humanamente impossível viver sem a energia elétrica.

Já o receio de dano ou o risco ao resultado útil do processo, resta claro, vez que o
requerente não se opõe a pagar o débito junto à ré, mas sim, que a mesma aceite o
parcelamento dentro das condições do ator, conforme tabela em anexo (fls
292929292), pois ainda, mesmo se encontra desempregado, e somente dentro
destes aspectos conseguirá quitar tais débitos com a requerida, visto que ainda no
decorrer deste parcelamento o autor terá que arcar com as futuras contas de
energia.

Portanto, tendo em vista à probabilidade do direito, bem como o receio de dano ou o


risco ao resultado útil do processo, restou demonstrado pelo autor à premente
necessidade da concessão da tutela de urgência, conforme art. 300 do CPC.

Desta forma, requer a Vossa Excelência que seja determinado a Requerida que
parcele os débitos atuais nos moldes expostos pelo autor, tornando viável a quitação
dos mesmos com a referida empresa fornecedora de energia elétrica.

O fumus boni iuris afigura-se nos suficientemente demonstrado pela autora, onde se
comprova a existência do direito do consumidor no sentido de ver respeitado o seu
direito ao serviço de fornecimento de energia elétrica previsto na legislação
consumerista.

Quanto ao eventual dano e o gravame daí decorrente, é de se levar em


consideração que a questão atinge a autora e toda sua família, usuária de energia
elétrica.

A demora na prestação jurisdicional ou periculum in mora, é fator indiscutível, já que


a autora pode vir a ser devedora de valores ilegítimos à guisa da malsinada
sobretaxa,juros compostos(anatocismo)e outros encargos injustos e exigidos que se
não for pago, obrigarão a continuar com o corte no fornecimento do produto,
essencial para a vida humana.

A concessão da providencia só no final da demanda poderá ser inócua, e às


conseqüências desastrosas para a saúde física e mental da Autora e de seus
familiares.

VI - DOS PEDIDOS.

Ante o exposto, requer.


a) A concessão do benefício da justiça gratuita, visto que autor figura como
pessoa pobre dentro das margens da Lei.

b) A concessão da tutela antecipada liminarmente para que se determine o


deferimento do inaudita altera pars, determinação à Ré que não proceda o
corte do fornecimento de energia do referido imóvel, bem como suspenda a
pratica abusiva e ilegal do corte do fornecimento de energia elétrica da
Autora.

c) A citação da Requerida, através de seu representante legal, para que em


querendo, apresente a defesa, sob pena de revelia;

d) Deferimento do pedido de parcelamento, nos termos proposto pelo autor,


conforme documento acostado à fl. 10.

e) Protesta pela juntada de todos os documentos ora anexados a presente para


a comprovação dos fatos alegados e por eventuais outros que Vossa
Excelência entenda como necessários o deferimento desta, bem como, por
todos os meios de prova admitidos em direito, entre eles documental,
depoimento pessoal, testemunhal e pericial.

Diante do exposto e de tudo o que nos autos consta, requer seja julgada totalmente
procedente a presente demanda.

Dá-se à causa, apenas para fins de alçada, o valor de R$ 1.400,00 (hum mil e
quatrocentos reais), sem limitação a este.

Termos em que,
pede deferimento.

Guarapari-ES, 10 de maio de 2018.

______________________________________________________
Fred Maico dos Santos

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