You are on page 1of 82

DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano


OS: 0083/9/17-Gil

CONCURSO:

Capítulo 1 – Direito Administrativo...................................................................................................01


Capítulo 2 – Princípios da Administração Pública..............................................................................03
Capítulo 3 – Organização da Administração Pública.........................................................................16
ÍNDICE:
Capítulo 4 – Poderes Administrativos..............................................................................................36
Capítulo 5 – Atos Administrativos....................................................................................................49
Capítulo 12 – Questões de Concursos................................................................................................219

Visite nossas redes sociais:

Fanpage: Profa. Lidiane Coutinho


Perfil: Lidiane Coutinho @lidianecoutinho
Profalidianecoutinho
Perfil: Giuliano Menezes Campos giulianomenezescampos

No final do século XIX e início do século XX, com o


Capítulo 1 surgimento do Estado Social, que veio substituir o Estado
Liberal, prevalente nos séculos XVIII e XIX, o Direito
Direito Administrativo
Administrativo ganha um impulso extraordinário, pela
necessidade de conferir ao Estado poderes até então
inexistentes, tornando-se definitivamente um ramo próprio
1.1) ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO
do direito, com regras sistematizadas, com princípios
O Direito Administrativo, como ramo autônomo do direito, próprios e com uma hermenêutica própria.
começa a se organizar no final do século XVIII e início do 1.2) OBJETO E CONCEITO DO DIREITO ADMINISTRATIVO
século XIX, com as revoluções liberais desse período,
particularmente a Revolução Francesa. Antes, os estados O Direito Administrativo disciplina as relações entre os
europeus eram monarquias absolutas e, evidentemente, diversos entes e órgãos estatais, assim como a relação
referidos estados não se submetiam às regras jurídicas, destes com os particulares, sempre buscando a realização
posto que, os monarcas concentravam em suas mãos todos do interesse público. Na relação com os particulares, o
os poderes e, consequentemente, jamais se submeteriam a Estado sempre terá prerrogativas, posto que sempre busca
um regime jurídico-administrativo. a realização do interesse público e, muitas vezes, para
realizá-lo, terá que restringir a esfera individual dos
Após a Revolução Francesa, com o surgimento do
particulares. Ex.: multa de trânsito aplicada em decorrência
constitucionalismo, do princípio da Legalidade e da
do poder de polícia do Estado, fechamento de
Separação dos Poderes, começam a surgir normas
estabelecimentos comerciais que desobedecem as normas
administrativas, que, mais tarde, seriam estudadas de
sanitárias, concessão de licenças para construir,
forma mais harmônica, organizando-se como um ramo
desapropriação, dentre outras.
específico do direito.
Hely Lopes Meireles afirma que o Direito Administrativo
Inicialmente, não se pode falar em Direito Administrativo
Brasileiro “sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios
como um ramo próprio do direito, posto que, existiam leis
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades
que cuidavam da matéria administrativa, porém estas leis
públicas tendentes a realizar concreta, direta e
eram esparsas, inexistindo uma sistematização entre as
imediatamente os fins desejados pelo Estado” (Direito
mesmas. Eram estudadas de acordo com os princípios do
Administrativo Brasileiro, 28ª ed., São Paulo: Editora
Direito Civil.
Malheiros, 2003, p. 38).
O Direito Civil disciplinava as matérias, que atualmente são
Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que: Direito
estudadas pelo Direito Administrativo. No Brasil, ainda hoje
Administrativo é “o ramo do direito público que tem por
o Código Civil, por exemplo, classifica bens públicos, em seu
objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas
art. 99.
administrativas que integram a Administração Pública, a
Posteriormente, em função das novas funções assumidas atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de
pelo Estado, aumentando a complexidade da sua estrutura que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza
organizacional, o Direito Civil não consegue mais disciplinar pública.” (Direito Administrativo, 19º ed, São Paulo: Editora
as novas relações jurídico-administrativas, surgindo a Atlas, 2006, p. 66).
necessidade da organização de um novo ramo do Direito,
que seria o Direito Administrativo.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
1
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

José dos Santos Carvalho Filho afirma que o Direito está centralizado numa única instância de governo. Os
Administrativo é “o conjunto de normas e princípios que, Estados que têm uma grande dimensão territorial
visando sempre ao interesse público, regem as relações geralmente são estados federativos.
jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e Os entes integrantes da Federação possuem eleições
as coletividades a que devem servir.” (Manual de Direito próprias, competência administrativa própria para a
Administrativo, 15ª ed., Rio de Janeiro: Lúmen Júris Editora, prestação de serviços públicos, autonomia administrativa e
2006, p. 07). competência tributária própria, dentre outras
Celso Antônio Bandeira de Mello define o Direito características, o que demonstra a autonomia de tais entes.
Administrativo como “o ramo do direito público que No Brasil, o princípio federativo está inserido no rol de
disciplina a função administrativa e os órgãos que a cláusulas pétreas, previsto no art. 60, paraágrafo 4º da
exercem.” (Curso de Direito Administrativo, 20ª ed., São Constituição Federal.
Paulo, Editora Malheiros, 2006, p. 37).
1.6) SEPARAÇÃO DOS PODERES
Pode-se conceituar o Direito Administrativo como o ramo
do direito público que disciplina o conjunto de regras e A Separação dos Poderes, prevista expressamente no art. 2º
princípios jurídicos, visando a realização do interesse da Constituição Federal, representa uma das maiores
público, aplicáveis às relações entre os diversos órgãos e contribuições da Revolução Francesa no final do século
entes estatais com os particulares e a coletividade em geral. XVIII. Implica na limitação dos poderes estatais,
entregando-se a órgãos distintos as três principais funções
1.3) FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
estatais de administrar, julgar e legislar. O gênio político
A Constituição Federal apresenta-se como a fonte francês de Montesquieu sistematizou esta teoria no famoso
primordial do Direito Administrativo, porque nela estão livro: “O espírito das Leis”.
disciplinadas as principais regras e princípios que Esta separação absoluta, que prevaleceu inicialmente, não
estruturam e disciplinam o Estado. A Lei aparece como uma existe mais, posto que, atualmente, fala-se mais em
das principais fontes, posto que no Direito Administrativo o separação de funções, entregando-se a órgãos diferentes
Princípio da Legalidade tem uma presença muito forte, na funções distintas. No entanto, estes mesmos órgãos, além
medida em que o agente público só pode fazer aquilo que a das funções que lhes são próprias (funções típicas),
lei previamente lhe autoriza que o faça. exercem funções de outros órgãos (funções atípicas), ou
A doutrina, a jurisprudência e os costumes diários são seja, o Poder Judiciário, essencialmente julga, mas também
outras fontes do Direito Administrativo na aplicação e exerce funções de outros poderes, quando expressamente
interpretação dos diversos atos praticados pelo Estado, autorizado pelo texto constitucional.
exercendo a função administrativa. Desta forma, a função administrativa não é exclusiva do
1.4) A EXPRESSÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Poder Executivo. Os outros poderes (Judiciário e Legislativo)
também exercem função administrativa. Quando um
A expressão Administração Pública é usada pela doutrina Tribunal de Justiça promove um juiz de uma comarca para
administrativa em dois sentidos básicos: um, subjetivo, outra, pratica ato administrativo, e, não, função
formal ou orgânico e o outro, material, objetivo ou jurisdicional. Quando a Câmara dos Deputados realiza uma
funcional. licitação pratica inúmeros atos administrativos. O exercício
Na acepção subjetiva, compreende todos os órgãos e entes de funções administrativas pelos Poderes Legislativo e
que integram a Administração Pública, ou seja, Judiciário é essencial para que preservem maior
corresponde a toda a estrutura administrativa do estado, independência no exercício de suas funções típicas de
englobando autarquias, fundações, empresas públicas, legislar e de julgar.
sociedades de economia mista e consórcios públicos, além Sendo assim, não se deve restringir a função administrativa
dos diversos órgãos que integram o Estado e na acepção apenas ao Poder Executivo, posto que os Poderes
objetiva compreende a própria atividade administrativa, ou Legislativo e Judiciário também exercem função
seja, a própria função administrativa, compreendendo a administrativa.
prática dos atos administrativos.
1.5) FEDERAÇÃO
A Teoria Geral do Estado costuma classificar o Estado de
Capítulo 2
diversas formas. Uma das classificações (forma de Estado) Princípios da Administração Pública
subdivide o Estado em Estados Unitários ou Federativos,
difereciando-se basicamente pela centralização ou não do
poder estatal. No Estado Federativo, o poder não está 2.1) ORDENAMENTO CONSTITUCIONAL
centralizado numa única instância, mas, sim, em várias
esferas de poder. No Brasil, integram a Federação a União As modernas Constituições dos países ocidentais,
Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (art. principalmente após a Segunda Guerra Mundial, período
18 da Constituição Federal). No Estado Unitário, o poder em que a legalidade estrita serviu de esteio a um dos piores
períodos da história do homem ocidental, em que inúmeros
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
2
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

absurdos foram praticados sob o argumento de pode continuar a ser concebida, à la KELSEN, como formada
cumprimento à lei, passaram a consagrar a existência de por normas que se situam em distintos patamares,
direitos que seriam fundamentais à pessoa humana, conforme o seu maior ou menor grau de abstração ou
introduzindo-os em seus textos. Afasta-se assim de um concreção, em um ordenamento jurídico de estrutura
apego formal e “cego” à lei, para a consagração de uma escalonada (Stufenbau). No patamar mais inferior, com o
pauta mínima de direitos fundamentais, que não podem maior grau de concreção, estariam aquelas normas ditas
jamais ser afastados, sob a alegativa de obediência à lei, individuais, como a sentença, que incidem sobre situação
posto que, estas é que devem obediência àqueles. Os jurídica determinada, à qual se reporta a decisão judicial. O
direitos fundamentais é que condicionam todo o grau de abstração vai então crescendo até o ponto em que
ordenamento jurídico. não se tem mais regras, e sim, princípios, dentre os quais,
contudo, se pode distinguir aqueles que se situam em
É corrente hoje na moderna teoria do Direito Constitucional
diferentes níveis de abstração”. Em suma, pode-se
a distinção entre normas que são regras e normas que são
diferenciar tais espécies, pelo diferente grau de abstração,
princípios, distinção esta brilhantemente realizada por
maior, nos princípios, e menor, nas regras.
Ronald Dworkin e Robert Alexy. Desta forma, os princípios
jurídicos foram “normatizados”, sendo uma das espécies de A nossa Constituição traz a previsão de inúmeros princípios
norma, ao lado das regras, que antes eram confundidas jurídicos, que em muitas ocasiões, colidem com outros
com o próprio conceito de norma. Hodiernamente, nada princípios constitucionais. Em outras ocasiões, há a colisão
mais são do que uma de suas espécies. de duas regras, ou ainda, a colisão entre uma regra e um
princípio. A solução para referidas situações de conflito
Os modernos textos constitucionais, de forma crescente,
permite uma melhor diferenciação das normas, em relação
consagram uma grande quantidade de princípios em seus
aos princípios.
textos, positivando-os, princípios estes consagradores de
1
direitos fundamentais. Assim nos ensina Paulo Bonavides , Quando uma regra colide com um princípio, é
ao comentar a evolução histórica da juridicidade dos inquestionável, como afirmado anteriormente, que este
princípios: “A terceira fase, enfim, é a do pós-positivismo, prevalece sobre aquela, posto que as regras encontram
que corresponde aos grandes momentos constituintes das seus fundamentos nos princípios, que estão na base do
últimas décadas deste século. As novas Constituições ordenamento jurídico. O conflito entre duas regras, resolve-
promulgadas acentuam a hegemonia axiológica dos se pelo aniquilamento de uma delas, aplicando-se a outra,
princípios, convertidos em pedestal normativo sobre o qual ou seja, uma das regras é afastada pela perda de validade,
assenta todo o edifício jurídico dos novos sistemas reputando-se a outra como válida. Helenilson Cunha
3
constitucionais”. Pontes nos ensina que “duas regras jurídicas em oposição,
diante de um caso concreto, consubstanciam um conflito de
Referidos princípios previstos no texto constitucional, sendo
regras. Os conflitos entre regras jurídicas resumem-se a
a nossa Constituição um exemplo da consagração de tais
uma questão de validade, isto é, quando para uma mesma
princípios, servem de fundamento a todo o ordenamento
situação de fato, duas regras aparecem para o intérprete
jurídico, prevalecendo, em caso de confronto, sobre as
como igualmente aptas à regulação do caso, a escolha de
regras.
uma levará necessariamente à declaração de invalidade da
É importante ressaltar a distinção entre as espécies de outra, mediante a aplicação de outras regras (de
normas (princípios e regras), para melhor entender a sua interpretação) tais como lex posterior derrogat legi priori ou
natureza e, consequentemente, dar-lhes a melhor e mais lex specialis derrogat legi generali. O fundamental é que o
efetiva aplicação, diante das respectivas situações fáticas. conflito entre regras reduz-se a uma questão de validade.”
Enquanto as regras são dotadas de um caráter “bem Trata-se da aplicação das regras clássicas de soluções de
fechado”, com um grande grau de especificidade, os antinomias (hierarquia, especialidade e critério temporal).
princípios são dotados de um alto grau de generalidade,
Tratando-se de conflitos entre princípios, a solução é bem
falando a doutrina em normas de tipo fechado (regras) e
distinta, abandonando-se todos os métodos clássico-liberais
normas de tipos abertos (princípios). Esclarecendo tal
2 de solução de antinomias, tais como a subsunção ou o
diferenciação, assinala o prof. Willis Santiago Guerra Filho
método silogístico. Considerando a natureza do princípio de
que; “uma das características dos princípios jurídicos que
grande generalidade, não referindo-se a um caso específico,
melhor os distinguem das normas que são regras é sua
é comum, que diante de um caso concreto, dois ou mais
maior abstração, na medida em que não se reportam, ainda
princípios colidam. Neste caso, sempre diante do caso
que hipoteticamente, a nenhuma espécie de situação fática,
concreto a ser solucionado, prevalece um princípio em
que dê suporte à incidência de norma jurídica. A ordem
relação ao outro, sem, no entanto, este ser anulado.
jurídica, então, enquanto conjunto de regras e princípios,
Apenas, diante daquela situação fática prevalece um
determinado princípio, sem prejuízo de, em outra situação,
1 mudadas as condições e ocorrendo semelhante conflito,
BONAVIDES, Paulo, Curso de Direito Constitucional, 8ª ed., São Paulo :
Malheiros, p. 237
2 3
GUERRA FILHO, Willis Santiago, Processo Constitucional e Direitos PONTES, Helenilson Cunha, O Princípio da Proporcionalidade e o Direito
Fundamentais, 1ª ed., São Paulo : Celso Bastos Editor, pp. 52-53 Tributário, 1ª ed., São Paulo : Dialética, pp 33-34
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
3
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

prevaleça o outro princípio que fora afastado. Continuando de colisão entre princípios explícitos e implícitos, que são
4
em seu livro, Helenilson Cunha Pontes ensina que: “A resolvidos semelhantemente à colisão entre princípios
oposição entre princípios, por outro lado, consiste em uma expressos.
colisão de princípios. As colisões entre princípios jurídicos
resolvem-se segundo uma técnica de composição, em que
um dos princípios deve ceder diante do outro sem que, por 2.2) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
isso, o princípio que teve a sua aplicação afastada tenha
A solução para a colisão entre princípios previstos no texto
que perder a sua validade. A precedência de um princípio
constitucional deve ser feita de forma, segundo a situação
em relação a outro deve ser aferida sempre diante das
fática a ser solucionada, a dar prevalência a um princípio,
circunstâncias do caso concreto e do respectivo peso que
afetando o mínimo possível o outro princípio colidente, ou
cada um dos princípios assume diante dessas
seja, o princípio que “cede” em face do outro deve ser
circunstâncias. A dimensão de peso inerente aos princípios
desrespeitado somente no que for necessário para a
jurídicos permite que as colisões entre eles resolvam-se
solução do caso concreto. Sintetizando a importância desse
segundo uma ponderação dos pesos dos princípios 7
princípio, nos ensina Willis Guerra Filho que: “para resolver
colidentes, sem que o princípio afastado perca a sua
o grande dilema da interpretação constitucional,
dimensão de validade.” No mesmo sentido, a lição de
5 representado pelo conflito entre princípios constitucionais,
Marciano Seabra de Godoi : “as colisões de princípios
aos quais se deve igual obediência, por ser a mesma a
devem ser solucionadas de maneira totalmente diversa.
posição que ocupam na hierarquia normativa, se preconiza
Quando dois princípios entram em colisão, um deles deve
o recurso a um ‘princípio dos princípios’, o princípio da
ceder ao outro. Mas isto não significa declarar inválido o
proporcionalidade, que determina a busca de uma ‘solução
princípio que deu lugar a outro nem que naquele deva ser
de compromisso’, na qual se respeita mais, em determinada
introduzida uma cláusula de exceção. O que ocorre é que,
situação, um dos princípios em conflito, procurando
sob certas circunstâncias, um dos princípios precede ao
desrespeitar o mínimo ao(s) outro(s), e jamais lhe(s)
outro, e sob outras circunstâncias a questão da precedência
faltando minimamente com o respeito, isto é, ferindo-lhe
poderia ser solucionada de maneira inversa. Isto é o que se
seu ‘núcleo essencial’. Esse princípio, embora não esteja
quer dizer quando se afirma que nos casos concretos os
explicitado de forma individualizada em nosso
princípios têm pesos diferentes e que prima o princípio de
ordenamento jurídico, é uma exigência inafastável da
maior peso. Aqui a argumentação de Alexy é idêntica à de
própria fórmula política adotada por nosso constituinte, a
Dworkin.”
do ‘Estado Democrático de Direito’, pois sem a sua
É inquestionável, por conseguinte, que a solução das utilização não se concebe como bem realizar o
colisões de princípios só pode ser feita à luz do caso mandamento básico dessa fórmula, de respeito simultâneo
concreto. Inexiste a solução pré-determinada de caráter dos interesses individuais, coletivos e públicos.”
abstrato, simplesmente verificando se aquela situação
Desta forma, o princípio da proporcionalidade é
fática adequa-se à hipótese abstrata prevista pelo
indispensável à correta interpretação constitucional que
legislador. Hoje, diante da possibilidade de colisão entre
privilegia um princípio, desrespeitando o mínimo possível o
dois mais princípios previstos no texto constitucional, a
princípio colidente, procurando não afetar o seu “núcleo
solução mais próxima do ideal de justiça, perseguido por
essencial”.
todos, obriga a uma análise do caso concreto. Em face
6
disso, afirma o Prof. Willis Santiago Guerra Filho que: “o É corrente na doutrina a consideração de três aspectos do
traço distintivo entre regras e princípios por último referida princípio da proporcionalidade, aspectos estes que foram
aponta para uma característica desses que é de se destacar: sendo desenvolvidos pela jurisprudência da Corte
sua relatividade”. Constitucional Alemã, quais sejam: adequação, necessidade
e proporcionalidade em sentido estrito. Pela adequação,
Ressalte-se ainda que, além dos princípios
exige-se que o meio utilizado seja adequado para o alcance
expressamente previstos no texto constitucional, existem
do objetivo visado, apto à realização do fim colimado. A
princípios implícitos, que resultam da própria estrutura do
necessidade, por sua vez, implica na adoção do meio mais
texto constitucional, da opção política feito pelo legislador,
suave, ou seja, se para a solução de uma colisão de
bem como do disposto no art. 5º, par. 2º do texto
princípios, existem vários meios, deve-se buscar aquele que
constitucional de 1988 segundo o qual: “Os direitos e
menor ofensa causar ao(s) outro(s) princípio(s). A
garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
proporcionalidade em sentido estrito é o núcleo do
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou
princípio da proporcionalidade, significando a relação entre
dos tratados internacionais em que a República Federativa
o meio utilizado e o objetivo colimado, ou seja, se o fim
do Brasil seja parte”. É importante destacar a possibilidade
alcançado supera o prejuízo causado a outros interesses
igualmente protegidos.
4
In ob. cit. p. 34
5
GODOI, Marciano Seabra de, Justiça, Igualdade e Direito Tributário, 1ª
ed., São Paulo : Dialética, p. 119
6 7
In ob. cit. p. 45 In. ob. cit., p. 59
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
4
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

2.3) DIREITO CONSTITUCIONAL x DIREITO Legislativo, além da atividade do Poder Executivo,


ADMINISTRATIVO essencialmente administrativa.
O Direito Constitucional, que tem por objeto principal o
estudo da Constituição Federal, funciona como um “vetor”
2.5) PRINCÍPIOS DA SUPREMACIA E DA
na interpretação da legislação infraconstitucional. As
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
normas legais devem estar de acordo com o texto
constitucional. Quanto ao Direito Administrativo, ramo do O professor Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que
direito público por excelência, qualquer aplicação de suas estes dois princípios norteiam toda a atividade
normas deve levar em consideração o que encontra-se administrativa, decorrendo os demais princípios dos
previsto na Constituição, que atualmente (CF de 1988), mesmos. Segundo ele, referidos princípios caracterizam o
consagra um capítulo inteiro à Administração Pública regime jurídico-administrativo. É o interesse público
(Capítulo VII). superior ao interesse privado e, conseqüentemente,
supremo e indisponível, ou seja, o administrador não tem o
poder de disponibilizar referido interesse público,
2.4) ESTADO – CONCEITO - ELEMENTOS consistindo sua obrigação a sua preservação.
Conceituar Estado é uma das mais difíceis tarefas do Direito O Estado pode compulsoriamente condicionar o interesse
Constitucional e da Teoria Geral do Estado. No entanto, privado à satisfação do interesse público. A esfera
respaldado na teoria do Contrato Social de Rousseau, pode- individual, antes intocável, no auge do Liberalismo, pode ser
se afirmar, que as pessoas resolveram abdicar um pouco da limitada em prol do interesse público. Pode-se afirmar que
sua liberdade, para poder viver em sociedade sob o governo referido princípio está implícito no ordenamento jurídico,
de uma determinada entidade, que, conhecemos, sendo inerente à própria sociedade. Como afirma o Prof.
hodiernamente como Estado. Celso Antônio Bandeira de Mello: “O princípio da
supremacia do interesse público sobre o interesse privado é
princípio geral de Direito inerente a qualquer sociedade. É a
2.5) PODERES DO ESTADO própria condição de sua existência. Assim, não se radica em
dispositivo específico algum da Constituição, ainda que
As revoluções liberais do final do século XVIII, capitaneadas
inúmeros aludam ou impliquem manifestações concretas
pela Revolução Francesa, praticamente estruturaram o
dele, como, por exemplo, os princípios da função social da
Estado Moderno, que hoje, encontra-se presente em
propriedade, da defesa do consumidor ou do meio
praticamente todos os Estados ocidentais. Entre as suas
ambiente (art, 170, III, V e VI), ou tantos outros. Afinal, o
principais contribuições, a separação de poderes constitui
princípio em causa é um pressuposto lógico do convívio
uma das mais importantes. Imaginavam os teóricos que o
social”. (IN Curso de Direito Administrativo, 13ª ed., Edit.
poder de legislar, julgar e administrar não podia continuar
Malheiros, p. 67/68).
concentrado nas mãos de uma só pessoa. Montesquieu, em
seu famoso livro: “O Espírito das Leis”, sistematizou a Em relação ao princípio da indisponibilidade do interesse
separação dos poderes. público, é importante ressaltar que o administrador público
exerce um encargo público, um “munus” público,
Prevista no art. 2º da Constituição Federal Brasileira de
administra em nome e em favor do povo, verdadeiro titular
1988 e elencada como cláusula pétrea em seu art. 60, § 4º ,
do patrimônio público. Desta forma, ele não tem
a Separação de Poderes, atualmente, não é mais vista como
disponibilidade em relação ao patrimônio público. Deverá
uma separação absoluta. Quando se refere ao Poder
administrá-lo em conformidade com a lei e, não, segundo
Judiciário, por exemplo, não significa que o Poder Judiciário
sua vontade, como acontece em relação aos
só julgue. A sua função principal é julgar, aplicando a
administradores privados.
Constituição e a lei ao caso concreto, porém, ele também
tem algumas funções legislativas, como o envio do projeto
de lei, referente ao Estatuto da Magistratura, ao Congresso
Nacional, de iniciativa exclusiva do Supremo Tribunal
Federal, bem como algumas funções administrativas, como
a administração dos seus próprios servidores. Assim
2.6) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
também ocorre em relação ao Poder Legislativo, cuja
função principal é legislar, porém, excepcionalmente ele Sendo o povo o titular do poder, o seu representante
julga (Ex.: Julgamento do ex-presidente Collor por crime de (administrador público) não tem a liberdade para agir,
responsabilidade pelo Senado Federal) e também segundo sua vontade. A sua atuação deve ser previamente
administra suas próprias casas. precedida de uma lei, posto que em última instância, é o
povo que legisla, através de seus representantes.
Desta forma o Direito Administrativo estuda também os
atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário e É o Direito Administrativo um ramo do direito onde a
legalidade é estrita, ou seja, qualquer atividade do

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
5
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

administrador deve ser precedida de uma prévia 2.10) PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA


autorização legal. É o princípio da legalidade que melhor
O Poder Constituinte Derivado elevou este princípio a um
caracteriza o Estado de Direito, ou seja, um Estado
nível constitucional. Consagrado pela legislação
disciplinado por normas jurídicas, normas estas que se
infraconstitucional, encontra-se o mesmo previsto de forma
impõem ao próprio Estado. A competência administrativa
expressa na Constituição no “caput” do art. 37. A emenda
deve ser previamente estabelecida para a prática de
constitucional n. 19/98 conferiu a este princípio uma
quaisquer atos administrativos.
posição de destaque em nosso ordenamento jurídico-
constitucional. Inicia-se um terceiro estágio de nossa
Administração Pública. Após a Administração Pública
2.7) PRINCÍPIO DA FINALIDADE E DA IMPESSOALIDADE
Patrimonialista e, posteriormente, Burocrática, nasce o
O administrador público deve ser impessoal, não Estado Gerencial.
beneficiando ninguém, mas contratando, por exemplo,
Deve-se ressaltar, no entanto, que, como todo princípio,
servidores, através de concurso público,
não tem o mesmo caráter absoluto, posto que, não é
independentemente de quem sejam “os candidatos”. A
possível, afastar a legalidade, sob o argumento de dar maior
impessoalidade está intimamente ligada à legalidade, posto
eficiência à Administração Pública. As etapas legais de um
que a atividade do administrador, sendo pautada na
procedimento administrativo, como a licitação, por
legalidade, não pode beneficiar ou prejudicar ninguém.
exemplo, não podem ser afastadas. Deve-se buscar uma
Contrata o administrador, por exemplo, um particular,
forma de realizar a eficiência sem subverter outros
mediante uma prévia licitação, como determina a
princípios administrativos.
Constituição Federal no seu art. 37, XXI.
A finalidade pública deve sempre ser o escopo do
administrador. Ainda que o Estado esteja realizando 2.11) PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
atividades econômicas (art. 173 da Constituição Federal),
Os atos administrativos devem ser justificados. O
busca realizar o interesse público, posto que a atuação na
administrador deve sempre motivá-los. A exigência da
esfera econômica só pode ocorrer por razões relevantes de
motivação funciona como instrumento de controle em
interesse coletivo ou por razões de segurança nacional.
relação às atividades do administrador. Devidamente
motivado, o povo, titular do patrimônio público, consegue
identificar as razões que levaram o administrador público a
2.8) PRINCÍPIO DA MORALIDADE
praticar determinado ato administrativo. O art. 50 da lei n.
Hoje, o legislador constituinte originário elenca várias 9784/99 elenca os atos que devem ser motivados.
exigências morais, que devem ser observadas pelo
legislador e pelo administrador. Apesar da dificuldade de
definir o que seja moral, sabe-se qual situação fática está de 2.12) PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA, DO
acordo com a moral ou não. Não basta ser legal, tem que CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
ser moral também. A moralidade funciona como um vetor
Cuida-se de princípios semelhantes aos que são exigidos em
que deve nortear a atuação e a interpretação do
processos judiciais, podendo a parte opor-se ao que é
administrador público.
afirmado sobre ela (princípio do contraditório), utilizando-
A Constituição Federal não se limita a colocar o princípio da se de todos os meios de prova para defender-se (princípio
Moralidade como um princípio a ser realizado pela da ampla defesa) em processos administrativos. O devido
Administração Pública. Assegura instrumentos processuais processo legal é decorrência lógica dos princípios da
para a efetivação do princípio, tais como a Ação Popular segurança jurídica e da legalidade.
(art. 5º , LXXIII da CF) e a Ação de Improbidade
Administrativa (art. 37, parágrafo 4º da CF), que visam a
punição de agentes ímprobos e a anulação de atos 2.13) PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DO PODER
administrativos ilegais. JUDICIÁRIO.
Em nosso sistema, nada foge ao controle do Poder
Judiciário (art.5º, XXXV, CF). Nenhuma jurisdição
2.9) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
administrativa pode, pela Lei Maior, dar a palavra final.
Os atos administrativos devem ser publicados em órgão Inexiste a “coisa julgada administrativa” para o
oficial do ente estatal, até para facilitar o controle por parte administrado, que mesmo diante de decisões desfavoráveis
do povo. A publicidade é indispensável para garantir a todos na esfera administrativa, pode socorrer-se do Poder
o acesso aos atos administrativos que nos interessam, bem Judiciário, para modificar as decisões administrativas.
como para permitir o controle sobre os atos estatais.
Referido princípio, também chamado de princípio da
jurisdição única, implica na não necessidade de prévio
esgotamento da instância administrativa, como requisito
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
6
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

para a propositura de uma ação judicial. O administrado, A presunção de legitimidade dos atos administrativos é
como regra, pode propor uma ação judicial sem a decorrência lógica do princípio da legalidade. O
necessidade de, previamente, esgotar a via administrativa. administrador só pode agir, quando previamente
autorizado por lei. Desta forma, sua conduta é
presumivelmente legal. Presunção esta que não é absoluta,
2.14) PRINCÍPIO DA ISONOMIA podendo ser afastada por prova em contrário do
administrado que, eventualmente, seja prejudicado com as
A exigência de um tratamento igual de pessoas que se
atividades da Administração Pública.
encontram em situação igual é uma das grandes
preocupações do legislador constituinte de 1988. Em 2.17) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO
inúmeros artigos, há uma referência a este princípio.
Os bens que são afetados à prestação do serviço público
É importante ressaltar, no entanto, que a Isonomia, são impenhoráveis em razão deste princípio, posto que, o
atualmente, é vista como um tratamento igual de pessoas interesse público não pode sucumbir perante os interesses
que se encontrem em situação igual e, desigual, de quem se privados de eventuais credores individuais. O serviço
encontre em situação desigual. O critério que diferencia, no público não pode ser afetado. Os bens indispensáveis à sua
entanto, deve ser um critério razoável, cujo tratamento prestação são intocáveis, existindo outros meios, como o
diferenciado seja exigido, como meio à realização da justiça. precatório judicial, para satisfazer os interesses individuais
em face do Estado.
Outros princípios norteiam a atividade do Poder Judiciário e
2.15) PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO
do Administrador, quando da aplicação da lei
Este princípio decorre diretamente do Estado de Direito. Em administrativa. Pode-se elencar outros, além dos já citados,
um Estado regido por normas jurídicas, estas obrigam-no tais como: da Proporcionalidade, da Razoabilidade, da
também, ou seja, se eventualmente, na realização de suas Segurança Jurídica, da Tutela, da Autotutela, da
atividades, causa o Estado prejuízo a um terceiro, deve ser Especialidade e da Hierarquia.
responsabilizado, patrimonialmente, pelos seus atos (art.
SÚMULAS
37, parágrafo 6º da CF).
Súmula n. 346, STF: A administração pública pode declarar a
nulidade dos seus próprios atos.
Súmula n. 473, STF: A administração pode anular os seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
2.16) PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DOS
los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
ATOS ADMINISTRATIVOS
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.
NOTA DE AULA

1. Conceito e Fontes do Direito Administrativo


NOÇÕES PRELIMINARES

FUNÇÃO FUNÇÃO
POVO TÍPICA ATÍPICA

PODER ADMINISTRAR ART. 62, CF.


ESTADO TERRITÓRIO EXECUTIVO Lei infranconstitucional*

PODER LEGISLAR E ART. 52, CF


LEGISLATIVO FISCALIZAR ART. 37, XXI, CF
GOVERNO PODER JULGAR ART 96,I, a. CF
JUDICIÁRIO ART 96,I, f. CF

- CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO: é o ramo do Direito Público que estuda as normas e princípios que regulam a
atuação dos órgãos, entidades e agentes públicos no desempenho das atividades-fim e das atividades-meio da
Administração Pública.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
7
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

É a fonte primária do direito administrativo, abrangendo esta expressão desde a


LEI Constituição até os regulamentos executivos**.
É fonte secundária do direito administrativo; formam o sistema teórico de princípios
aplicáveis ao direito positivo, é elemento construtivo da Ciência Jurídica à qual pertence a
DOUTRINA disciplina em causa. Influi não só na elaboração da lei como nas decisões contenciosas e
não contenciosas.
É fonte secundária do direito administrativo;
Traduz-se na reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influencia poderosamente a
JURISPRUDÊNCIA construção do Direito, e especialmente a do Direito Administrativo. Tem um caráter mais
prático que a doutrina e a lei. Outra característica é seu nacionalismo.
É fonte secundária do direito administrativo;
COSTUMES Corresponde a prática administrativa; para Hely Lopes a praxe burocrática passa a suprir a
lei, ou atua como elemento informativo da doutrina.

* Há divergências doutrinas sobre a possibilidade ou não do Executivo desenvolver a função de julgar.


** Há divergências doutrinárias sobre a os atos normativos serem apenas a CF as leis em sentido estrito.

 CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: entende-se como Administração Pública o conjunto de entidades


(pessoas jurídicas- políticas e administrativas), órgãos e agentes públicos no desempenho da função administrativa.
A Administração Pública pode ser vista sob duas análises:
1ª análise: Administração Pública em sentido amplo ou sentido estrito.
2ª análise: Administração Pública em sentido subjetivo (formal ou orgânico) ou sentido objetivo (material ou funcional).

1ª ANÁLISE: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO AMPLO OU SENTIDO ESTRITO.


- Administração Pública em sentido amplo corresponde as funções políticas e funções administrativas desenvolvidas pelo
órgãos governamentais e órgãos administrativos.
- Administração Pública em sentido estrito corresponde às funções administrativas desenvolvidas pelos órgãos
administrativos.

2ª ANÁLISE: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO SUBJETIVO (FORMAL OU ORGÂNICO) OU SENTIDO


OBJETIVO (MATERIAL OU FUNCIONAL).
 Administração Pública em sentido subjetivo, formal ou orgânico, compreende as entidades (políticas e
administrativas) componentes da Administração Pública, os órgãos e os agentes públicos.
- Entidades políticas (art. 18 da CF): União, Estados, DF e Municípios- formam a Administração Direta.
- Entidades administrativas (art.37, XIX da CF): Autarquia, Fundação Pública, Sociedade de Economia Mista e
Empresa Pública- formam a Administração Indireta.
- Órgãos: compartimentos internos, unidades integrantes da Administração Direta e Indireta
- Agentes públicos: pessoas físicas que desenvolvem as funções do Estado.

 Administração Pública em sentido objetivo, material ou funcional, a Administração Pública corresponde às


diversas atividades finalísticas exercidas pelo Estado, por meio de seus agentes, órgãos e entidades, no
desempenho da função administrativa.

ANÁLISE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
8
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

SENTIDO AMPLO - FUNÇÕES POLÍTICAS


ADMINISTRAÇÃO - FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
PÚBLICA
1ª ANÁLISE SENTIDO ESTRITO - FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

SENTIDO ANALISA A ESTRUTURA:


SUBJETIVO, ENTIDADES
FORMAL OU ÓRGÃOS
ADMINISTRAÇÃO ORGÂNICO AGENTES PÚBLICOS
2ª ANÁLISE PÚBLICA SENTIDO ANALISA A ATIVIDADE
OBJETIVO, (ATIVIDADE- FIM):
MATERIAL OU - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS
- POLÍCIA ADMINISTRATIVA
FUNCIONAL - FOMENTO
- INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (EM SENTIDO SUBJETIVO E OBJETIVO)


UNIÃO
POLÍTICAS ESTADO, DF
ENTIDADES MUNICÍPIO
ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRATIVAS
PÚBLICA AUTARQUIA
FUND. PUB.
SOC.ECON.MISTA
EMP. PÚBLICA
ÓRGÃOS

AGENTES PÚBLICOS

- SERVIÇO PÚBLICO
- POLÍCIA ADMINISTRATIVA
- FOMENTO
- INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE
NO DOMÍNIO ECONÔMICO

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO SUBJETIVO:


ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA –ENTIDADES, ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS
EXEC- PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA
LEG- SENADO E CAM. DOS DEPUTADOS
UNIÃO JUD- STF, STJ, TST, TSE, STM, TRF, TRT, TRE, TJDFT E CNJ.
MPU- MPF, MPT, MPM, MPDFT E CNMP.
DPU
DIRETA TCU
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
9
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

ESTADOS EXEC- GOVERNADORIA DO ESTADO


ADMINISTRAÇÃO
E DF* LEG- ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
PÚBLICA
JUD- TRIBUNAL DE JUSTIÇA
MPE- PROCURADORIA DE JUSTIÇA
DPE
TCE  (OBS.: EM 3 ESTADOS DO PAÍS(PA, BA E GO)
EXISTEM OS TRIBUNAIS DE CONTAS DOS MUNIPIOS- QUE
É ÓRGAO ESTADUAL.
MUNICÍPIOS
EXEC- PREFEITURA
LEG- CAMARA MUNICIPAL
(OBS.: A CF/88(ART. 31, § 4º) PROIBIU A CRIAÇÃO DE TRB.
CONTAS MUNICIPAIS, MAS ANTES DE 1988 FORAM
CRIADOS 2 (DOIS) TRIB.CONTAS MUNIPAIS (ÓRGÃO
MUNIPAL), EM SÃO PAULO E NO RIO DE JANEIRO.

AUTARQUIA
INDIRETA FUNDAÇÃO PUBLICA

SOCIEDADE DE ECONOMIA
MISTA
EMPRESA PÚBLICA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO OBJETIVO


-ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA-

1) PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: é toda atividade concreta e imediata que a Administração exerce, por si ou
por meio de terceiros, com a finalidade de satisfazer as mais variadas necessidades coletivas, sob regime exclusiva ou
preponderantemente de Direito Público. Ex: saúde, educação, transporte, saneamento etc.
- ADM. DIRETA
PRESTAÇÃO DE DESENVOLVIDA (U,E, DF e M)
SERVIÇOS DIRETAMENTENTE
DESENVOLVIDA - ADM. INDIRETA
1ª ANÁLISE
DIRETAMENTE (A, FP,SEM e EP)
PELO PODER DESENVOLVIDA - PARTICULAR
PÚBLICO OU INDIRETAMENTE (CONCESSÃO, PERMISSÃO OU
INDIRETAMENTE AUTORIZAÇÃO)

PRESTAÇÃO DE CENTRALIZADA - ADM. DIRETA


SERVIÇOS (U,E,DF e M)
DESENVOLVIDA - ADM. INDIRETA
2ª ANÁLISE NA FORMA (A, FP,SEM e EP)
CENTRALIZADA OU DESCENTRALIZADA - PARTICULAR
DESCENTRALIZADA (CONCESSÃO, PERMISSÃO OU
AUTORIZAÇÃO)

2) POLÍCIA ADMINISTRATIVA: corresponde à atividade pela qual a Administração impõe limitações e


condicionamentos ao gozo de bens e ao exercício de atividades e direitos individuais em prol do interesse coletivo. Ex:
fiscalização, multas de trânsito, licença para dirigir, autorização para porte de arma, apreensão de bens, interdição de
estabelecimentos etc.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
10
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

3) ATIVIDADE DE FOMENTO: consiste na atividade de incentivo à iniciativa privada de interesse público, mediante
benefícios e privilégios fiscais, auxílios financeiros ou subvenções, financiamentos a juros facilitados, recursos orçamentários,
entre outros instrumentos de estímulo. Exemplos: Os convênios, contratos de gestão e termos de parceria são considerados
como instrumentos de fomento econômico .

4) INTERVENÇÃO:

4.1 – NA PROPRIEDADE- consiste em atividades de intervenção na propriedade privada, mediante atos concretos
incidentes sobre destinatários específicos. Ex.: desapropriação, servidão, ocupação temporária, tombamento, etc.

4.2- NO DOMÍNIO ECONÔMICO- consiste na regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza


privada e na atuação direta do Estado no domínio econômico, dentro dos permissivos constitucionais, por meio de
empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias. Exemplos: intervenção direta (CEF, BB competindo
com o setor ptivado) e intervenção indireta (BACEN, Agencias reguladoras na qualidade de agentes normativos- regulando e
fiscalizando atividades)

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
11
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

LEGISLAÇÃO CORRESPONDENTE
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Art. 31, § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso
anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros
de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com
aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
12
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Art. 61, § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei,
devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso
Nacional.
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e
administrativos;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente
vinculados;
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus
membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta,
nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 11.417, de 2006).
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

LEI Nº 8.112/990
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo
Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor
vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior
quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de
advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão.

LEI Nº 9.503/1997- CTB


Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e entidades:
I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo;
II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos
normativos, consultivos e coordenadores;
III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
V - a Polícia Rodoviária Federal;
VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e
VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI.
(...)
Art. 17. Compete às JARI:
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores;
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações complementares relativas
aos recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida;
III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações sobre problemas
observados nas autuações e apontados em recursos, e que se repitam sistematicamente.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
13
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

LEI Nº 9.784/99
o
Art. 1 Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e
indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
Administração.
o
§ 2 Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
o
Art. 2 A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização
em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos
administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de
recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige,
vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE PRINCÍPIOS


1) STF- SÚMULA Nº 339

NÃO CABE AO PODER JUDICIÁRIO, QUE NÃO TEM FUNÇÃO LEGISLATIVA, AUMENTAR VENCIMENTOS DE SERVIDORES
PÚBLICOS SOB FUNDAMENTO DE ISONOMIA.

2) SÚMULA VINCULANTE 37

NÃO CABE AO PODER JUDICIÁRIO, QUE NÃO TEM FUNÇÃO LEGISLATIVA, AUMENTAR VENCIMENTOS DE SERVIDORES
PÚBLICOS SOB O FUNDAMENTO DE ISONOMIA.
3) Necessidade de Observância ao Princípio da Publicidade
STJ - AGRESP 200701330243- AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL - 959999
Relator(a): NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Órgão julgador: QUINTA TURMA
Fonte: DJE DATA:11/05/2009

Ementa
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CONCURSO PÚBLICO. AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA BAHIA.
CONVOCAÇÃO DOS CANDIDATOS HABILITADOS PARA A SEGUNDA FASE NOVE ANOS APÓS O RESULTADO. PRAZO
DECADENCIAL CONTADO DA CIÊNCIA DO INDEFERIMENTO DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. PUBLICAÇÃO
EXCLUSIVAMENTE NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NO EDITAL DO CONCURSO. NÃO OBSERVÂNCIA
DOS PRINCÍPIOS DA PUBLICIDADE E DA RAZOABILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. A fluência do prazo decadencial só se
inicia na data em que o ato a ser impugnado se torna operante ou exequível, a dizer, capaz de produzir lesão ao direito
vindicado, que, no caso em tela, deu-se com o indeferimento do requerimento administrativo do candidato pela

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
14
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Administração Pública. 2. De acordo com o princípio da publicidade, expressamente previsto no texto constitucional (art. 37,
caput da CF), os atos da Administração devem ser providos da mais ampla divulgação possível a todos os administrados e,
ainda com maior razão, aos sujeitos individualmente afetados. 3. Se não está previsto no Edital do concurso, que é a lei do
certame, a forma como se daria a convocação dos habilitados para a realização de sua segunda etapa, referido ato não pode
se dar exclusivamente por intermédio do Diário Oficial, que não possui o mesmo alcance que outros meios de comunicação,
sob pena de violação ao princípio da publicidade. 4. Recurso desprovido.

4) Princípio da Impessoalidade Vincula as Divulgações dos Atos de Governo


STF- RE N. 191.668-RS
RELATOR: MIN. MENEZES DIREITO

EMENTA
Publicidade de atos governamentais. Princípio da impessoalidade. Art. 37, parágrafo 1º, da Constituição Federal.
1. O caput e o parágrafo 1º do artigo 37 da Constituição Federal impedem que haja qualquer tipo de identificação entre a
publicidade e os titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a que pertençam. O rigor do dispositivo constitucional
que assegura o princípio da impessoalidade vincula a publicidade ao caráter educativo, informativo ou de orientação social é
incompatível com a menção de nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans, que caracterizem promoção pessoal ou de
servidores públicos. A possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação com o partido político a que pertença o titular
do cargo público mancha o princípio da impessoalidade e desnatura o caráter educativo, informativo ou de orientação que
constam do comando posto pelo constituinte dos oitenta.
2. Recurso extraordinário desprovido.
____________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
15
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Capítulo 3 (arts. 70 e 71, incisos II e III, CF). Estas empresas estão


sujeitas a um regime híbrido (público e privado).
Organização da Administração Pública Organizam-se segundo regras públicas (concurso público,
licitação, controle pelos Tribunais de Contas), aplicando-se,
no entanto, regras privadas quanto ao objeto econômico
3.1) ÁREAS DE ATUAÇÃO ESTATAL (art. 173, inciso II, CF)
A Constituição Federal, em seus dispositivos, admite a
possibilidade do Estado prestar serviços públicos (art. 175
da Constituição Federal) ou exercer atividades econômicas 3.2) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ESTATAL
(art. 173 da Constituição Federal). A prestação de serviços A organização interna da Administração Pública constitui
públicos, evidentemente, consiste a área de atuação um dos principais objetos de estudo do Direito
própria do Estado, posto que a organização estatal existe Administrativo. Estabelecendo a Constituição a base da
essencialmente para a realização do interesse público, organização do estado, preocupa-se o Direito
finalidade esta que é atingida também pelo fornecimento Administrativo com a organização e funcionamento diário
de serviços públicos aos administrados. dos componentes do estado.
O exercício de atividades econômicas ocorrerá de forma A administração pública divide-se em administração pública
excepcional, posto que em países capitalistas, a esfera direta e indireta. A administração pública direta é formada
econômica deve ser exercida essencialmente pelos pelos entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e
particulares. A própria Constituição Federal exige, em seu Municípios) e seus respectivos órgãos públicos.
art. 173, relevante interesse coletivo ou razões de
segurança nacional, que justifiquem a atuação estatal na A administração pública indireta, por sua vez, é composta
economia. por entes dotados de personalidade jurídica, quais sejam:
autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de
A prestação de serviços públicos poderá ser feita de forma economia mista (art. 37, XIX, CF), além dos consórcios
centralizada através dos órgãos públicos, públicos, com personalidade jurídica de direito público (art.
despersonalizados, bem como de forma descentralizada, 241, CF e Lei n. 11107/05).
transferindo a execução dos serviços públicos aos entes de
administração pública indireta (art. 37, XIX, CF e art. 241, Os órgãos públicos caracterizam-se pela inexistência de
CF) ou aos particulares (concessionários e permissionários personalidade jurídica própria. São despersonalizados e
de serviços públicos). subordinados ao ente central, ou seja, os órgãos públicos
são disciplinados de forma hierarquizada. Atualmente,
Os concessionários de serviços públicos não integram o entende-se que o órgão integra o próprio ente estatal
estado, ou seja, o fato de prestarem serviços públicos não (Teoria do Órgão). A Teoria do Órgão prevalece, superando
os colocam como ente da administração pública indireta, as teorias do Mandato ou da Representação. A União
razão pela qual continuam regidos por normas de direito Federal é a soma de seus órgãos públicos. Fala-se em
privado na sua organização, aplicando-se, no entanto, desconcentração administrativa quando ocorre a criação de
normas públicas quanto ao objeto (prestação de serviços órgãos públicos. Os órgãos são dispostos de forma
públicos), tais como: licitação para transferir a execução de hierárquica (Órgão Independente, Autônomo, Superior e
serviço público, fixação da tarifa cobrada, controle do Subalterno).
serviço público pelas agências reguladoras. Cuida-se de
aplicação de legislação privada e pública, regendo-se por Os entes da administração indireta, dotados de
este regime misto. personalidade jurídica própria, não são subordinados ao
ente central. São vinculados ao ente federativo. A relação
Na esfera econômica, o estado atua através de empresas entre eles não é de subordinação, mas, de coordenação. O
públicas e sociedades de economia mista, posto que a controle feito pelo ente central liga-se ao cumprimento das
Constituição Federal expressamente admite no art. 173, § finalidades que justificaram a criação do respectivo ente
1º, inciso II, a flexibilização do regime público a estas (controle finalístico ou princípio da Tutela).
empresas que atuam na economia, determinado a sujeição
ao regime jurídico próprio das empresas privadas em A autarquia, pessoa jurídica de direito público, apresenta-se
relação às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e como o ente mais próximo do ente central. Goza das
tributárias. A atuação na esfera econômica só é possível, mesmas prerrogativas dos entes federativos. Seus atos são
com a flexibilização do regime público. No entanto, é atos administrativos e, conseqüentemente, são
fundamental ressaltar que estas empresas não estão presumivelmente legais; os prazos processuais são
sujeitas a um regime exclusivamente privado. O próprio diferenciados (art. 188 do Código de Processo Civil); são
dispositivo constitucional supra citado determina a beneficiadas pela imunidade recíproca (art. 150, VI, a c/c
aplicação da licitação a estas empresas (art. 173, § 1º, inciso art. 150, § 2º, CF), bem como sujeição ao pagamento de
III, CF). Estas empresas também são obrigadas a realizar seus débitos através de precatório judicial (art. 100, CF).
concurso público (art. 37, inciso II, CF) e o Tribunal de
Contas da União exerce fiscalização sobre as suas contas
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
16
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

O ente autárquico, pessoa distinta do ente central, em limites de dispensa de licitação, como dispõe o § único do
função de ser dotado de personalidade jurídica própria, tem art. 24 da Lei n. 8666/93.
patrimônio próprio e é criado para o exercício de funções
As empresas públicas e sociedades de economia mista
típicas do Estado.
também integram a Administração Pública Indireta, sendo
O Decreto-lei 200/67 assim define: autarquia é “o serviço pessoas jurídicas de Direito Privado, posto que a lei
autônomo criado por lei, com personalidade jurídica, específica apenas autoriza a criação das mesmas (art. 37,
patrimônio e receita próprios, para executar atividades da XIX, CF), sendo necessário o arquivamento dos seus atos
Administração Pública que requeiram, para seu melhor constitutivos para que adquiram personalidade jurídica
funcionamento, gestão administrativa e financeira própria. A diferença entre elas reside basicamente na
descentralizadas” composição do capital (100% público na empresa pública e
misto – público e privado na sociedade de economia mista)
Criada por lei (art. 37 XIX, CF), está a autarquia sujeita a um
e na organização societária, posto que a sociedade de
regime público, tais como: licitação, concurso público,
economia mista somente pode organizar-se sob a forma de
controle finalístico exercido pelo ente central e controle
sociedade anônima e a empresa pública pode organizar-se
externo exercido pelos Tribunais de Contas. São exemplos
de outras formas, do ponto de vista societário (S/A, LTDA,
de autarquias: o INSS, o IBAMA, o Banco Central, o DNOCS,
etc).
as Agências Reguladoras, dentre outras.
A Lei n. 11107/05 disciplina a criação de Consórcios
Existem algumas autarquias que sujeitam-se a um regime
Públicos, que resultam da convergência de interesses dos
especial, ou seja, mesmo sujeitas ao regime jurídico próprio
entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e
das autarquias, gozam de algumas prerrogativas, aplicando-
Municípios) para a execução de serviços públicos comuns
se às mesmas regras específicas, que, geralmente, lhes
aos mesmos. Referidos consórcios, previstos na
conferem maiores prerrogativas, tais como o processo de
Constituição Federal (art. 241, CF) podem ser pessoas
escolha dos seus dirigentes, como ocorre com o Banco
jurídicas de direito privado e pessoas jurídicas de direito
Central, a Universidade Federal do Ceará (UFC), chamadas
público, sendo que neste último caso (direito Público)
de “autarquias sujeitas a um regime especial”, a
integram a Administração Indireta de todos os entes
estabilidade maior dos seus dirigentes.
consorciados, apresentando-se como um novo ente estatal
Nesse grupo de autarquias, podem ser incluídas as Agências ao lado de autarquias, fundações, empresas públicas e
Reguladoras. Em função da opção dos últimos governos de sociedades de economia mista. Os consórcios públicos de
delegar a prestação de serviços públicos a particulares direito privado, que para existirem, deverão atender os
(concessão e permissão de serviços públicos), surge a requisitos da lei civil, não integram a administração pública
necessidade de descentralizar o gerenciamento dessa nova indireta dos entes consorciados, devendo, no entanto,
forma de prestação dos serviços públicos, feita por cumprir regras públicas no que diz respeito aos contratos e
particulares. licitação, aos concursos públicos e controle de gastos
(prestação de contas).
A agência Reguladora resulta da descentralização do
estado, posto que as atividades de fiscalização, Há de se ressaltar que ao lado da administração direta ou
administração, licitação e regulação dos serviços públicos centralizada, formada pelos órgãos públicos e da
executados por particulares são transferidas do estado para administração indireta, formada pelas entidades estatais,
a agência reguladora. A função dessas agências alcança hoje existem as entidades do terceiro setor ou paraestatais.
até mesmo o exercício de atividades econômicas.
As entidades paraestatais não integram a administração
Embora não exista lei alguma disciplinando de forma pública. São parceiros do estado na realização do interesse
uniforme referidas agências, posto que cada uma delas foi público, atuando em serviços não exclusivos do estado,
criada por uma lei específica, são organizadas sob a forma como saúde e educação. Não são pessoas estatais. Auxiliam
de autarquias. Podem ser citadas como exemplos a ANEEL o estado, mediante parceria, na consecução do interesse
(Lei 9472/97), a ANATEL (Lei 9472/97), a ANP (Lei 9478/97). público. Podem ser citados como exemplo os Serviços
A Lei 9986/00 disciplina algumas normas gerais comuns às Sociais Autônomos (SESC, SESI, SENAI, etc.), as Organizações
agências reguladoras no âmbito federal, assim como a Lei Sociais (Lei nº 9637/98) e as Organizações da Sociedade
10871/04. Civil de Interesse Público (Lei nº 979
As fundações públicas (Lei nº 7596/87) também integram a
administração pública indireta. São criadas para a execução
de atividades do ente central. A doutrina administrativa
diverge a respeito de sua natureza jurídica, prevalecendo o
entendimento de que poderiam ser pessoas jurídicas de
direito privado e de direito público. As fundações estatais,
juntamente com as autarquias podem se qualificar como
agências executivas, beneficiando-se com a duplicação dos

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
17
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

NOTA DE AULA

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E


DESCONCENTRAÇÃO
O Estado exerce a função administrativa através das pessoas jurídicas (entidades políticas –U,E,DF e M- e entidades
administrativas- A, FP, SEM e EP), órgãos e agentes públicos. As formas de realização das função administrativa são
centralização, descentralização, concentração e desconcentração.

CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO CONCENTRAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO

OCORRE A OCORRE OCORRE QUANDO OCORRE QUANDO


CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO UMA DETERMINADA UMA DETERMINADA
QUANDO O ESTADO QUANDO O ESTADO PESSOA JURÍDICA PESSOA JURÍDICA
EXECUTA SUAS EXECUTA ALGUMAS DE INTEGRANTE DA DISTRIBUI
TAREFAS SUAS ATRIBUIÇÕES POR
ADMISTRAÇÃO COMPETÊNCIAS NO
DIRETAMENTE, PELAS MEIO DE OUTRAS
ENTIDADES POLÍTICAS PESSOAS, QUE NÃO AS
PÚBLICA, EXTINGUE ÂMBITO DE SUA
(U, E, DF E M), POR PESSOAS DA ADMINIST. ÓRGÃOS ANTES DA PRÓPRIA ESTRUTURA
MEIO DE SEUS ÓRGÃOS DIRETA. É O QUE SUA ESTRUTURA, A FIM DE TORNAR
E AGENTES. NESSA OCORRE NA REUNINDO EM UM MAIS ÁGIL E
FORMA DE REALIZAÇÃO INSTITUIÇÃO DAS NÚMERO MENOR DE EFICIENTE A FUNÇÃO
DA FUNÇÃO ENTIDADES UNIDADES AS ADMINISTRATIVA.
ADMINISTRATIVA, ADMINISTRATIVAS QUE RESPECTIVAS
TEMOS A COMPÕEM A COMPETÊNCIAS.
ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO
DIRETA. INDIRETA.

ANÁLISE DO FENÔMENO DA DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO

DESCENTRALIZAÇÃO:

U, E, D.F, A, F.P, S.E.M,


M E.P
DIRETA UNIÃO
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
INSS
INDIRETA FUNAI
BANCO DO BRASIL
CAIXA ECONOMICA FEDERAL

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
18
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

DESCONCENTRAÇÃO:
UNIÃO

Presidência da República
Ministério da
Justiça Ministério da
Fazenda

Ministério da Ministério da Educação


Saúde

ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA DIRETA UNIÃO Poder Executivo

Presidência da República

Ministério da Fazenda

Delegacia da Receita Federal

Setor de Atendimento- CAC

ÓRGÃOS PÚBLICOS
Conceito (doutrinário): são centros de competências,
compartimentos internos das entidades, divisões da pessoa jurídica.

Conceito (legal)- a unidade de atuação integrante da estrutura da


Administração direta e da estrutura da Administração indireta (Lei
97884/99- artigo 1º, §2º, I)
ÓRGÃO
PÚBLICO
Características:
-são criados e extintos por lei;
- não têm personalidade jurídica;
- são resultado da desconcentração;
- expressam a vontade das entidades a que pertencem (União, Estado,
Município)- TEORIA DO ÓRGÃO OU DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA;
- não possuem patrimônio próprio.
- não têm capacidade para representar em juízo a pessoa jurídica que
integram;
- alguns têm capacidade processual(ou personalidade judiciária) para
defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais;

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
19
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS


1) SEGUNDO HELY LOPES MEIRELLES:

ORGÃOS
(classificação)

Quanto Quanto Quanto


à posição à Estrutura à Atuação
Estatal Funcional
Independentes

Subalternos
Autônomos

Superiores

Composto

Colegiado
Singular
Presidência Ministérios Gabinetes Protocolo Simples
Portaria Sec. de Presidência Câmara dos
Senado Secretarias Sec. Gerais Portaria Educação da República Deputados
STF

2) SEGUNDO MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO:

ORGÃOS
(classificação)

Quanto à
Quanto Quanto Quanto sua esfera
à posição à Estrutura à Composição de ação
Estatal
Independentes

Subalternos
Autônomos

Superiores

Composto

Coletivo
Singular
Simples

Locais
Centrais

CLASSIFICAÇÃO DE ÓRGAOS
SEGUNDO HELY LOPES SEGUNDO DI PIETRO
1) DE ACORDO COM À POSIÇÃO ESTATAL:
1.1- ÓRGÃOS INDEPENDENTES: “são os originários da Constituição e representativos dos três poderes de Estado, sem
qualquer subordinação hierárquica ou funcional; gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica”.
Exemplos: Presidência da República, Senado, Câmara dos Deputados, Tribunais Superiores etc .

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
20
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

1.2- ÓRGÃOS AUTÔNOMOS: “são os localizados na cúpula da Administração, subordinados diretamente à chefia dos
órgãos independentes; gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica e participam das decisões
governamentais”. Ex.: Ministérios, AGU, Secretarias de Estado e Município etc.
1.3- ÓRGÃOS SUPERIORES: “são órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à subordinação e ao controle
hierárquico de uma chefia; não gozam de autonomia administrativa nem financeira”. Exemplos: Departamentos,
Coordenadorias, Divisões, Gabinetes etc .
1.4- ÓRGÃOS SUBALTERNOS: “são os que se acham subordinados hierarquicamente à órgãos superiores de decisão;
exercem funções de execução”. Ex.: Seções, Setor etc.
2) DE ACORDO COM A ESTRUTURA:
- ÓRGÃOS SIMPLES(OU UNITÁRIOS): “são constituídos por um único centro de atribuições, sem subdivisões internas”.
Exemplos: Setor de Protocolo, Portaria etc.
- ÓRGÃOS COMPOSTOS: “são constituídos por vários outros órgãos”. Ex.: Ministérios, Secretarias de Estado, Secretarias
de Município etc.
3) QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL: (SEGUNDO HELY 3) QUANTO À COMPOSIÇÃO (SEGUNDO DI PIETRO)
LOPES) - ÓRGÃOS SINGULARES: “quando integrados por um único
- ÓRGÃOS SINGULARES (OU UNIPESSOAIS): “são os que agente”. Exemplos: Presidência da República, Diretoria de
atuam e decidem através de um único agente,”. uma escola etc.
Exemplos: Presidência, Governadoria, Prefeituras - ÓRGÃOS COLETIVOS: “quando integrados por vários
etc. agentes”. Ex.: Tribunais etc.
- ÓRGÃOS COLEGIADOS ( OU PLURIPESSOAIS): “são todos
aqueles que atuam e decidem pela manifestação
conjunta e majoritária da vontade de seus
membros”. Ex.: Corporações Legislativas, Tribunais
etc.
4) QUANTO À ESFERA DE AÇÃO (SEGUNDO DI PIETRO):
- ÓRGÃOS CENTRAIS: “são aqueles que exercem atribuições
em todo o território de competência (seja nacional,
-- estadual ou municipal)”. Exemplos: Ministérios,
Secretarias Estaduais ou Municipais etc.
- ÓRGÃOS LOCAIS: “são aqueles que atuam sobre uma parte
do território”. Ex.: Delegacias Regionais da Receita
Federal, Delegacias de Polícia, Postos de Saúde etc.

3) SEGUNDO CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO:

ORGÃOS
(classificação)

Quanto Quanto
à função à Estrutura
Consultiv

Colegiais
Controle

Simples
Ativos

De

os

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
21
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

4) SEGUNDO RENATO ALESSI:

ORGÃOS
(classificação)

Quanto Quanto
à função à Estrutura

Burocráti
Controle

Consulti

Colegia
Ativos

vos

dos
cos
De

CLASSIFICAÇÃO DE ÓRGÃOS
SEGUNDO CELSO ANTÔNIO SEGUNDO RENATO ALESSI
1) DE ACORDO COM A FUNÇÃO:
1.1)ÓRGÃOS ATIVOS: “os que expressam decisões estatais para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica”. Ex.: Conselho
Monetário Nacional, que edita resoluções obrigatórias para todo o sistema financeiro nacional.
1.2)ÓRGÃOS CONSULTIVOS: “os de aconselhamento e elucidação (pareceres) para que sejam tomadas as providências
pertinentes pelos órgãos ativos”. Ex.: Advocacia-Geral da União, que expede pareceres para a resolução de problemas
jurídicos.
1.3)ÓRGÃOS DE CONTROLE: “são os prepostos a fiscalizar e controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Ex.: Tribunal de
Contas da União, que controla (fiscaliza e revisa) as despesas governamentais.
2) DE ACORDO COM A ESTRUTURA: 2) DE ACORDO COM A ESTRUTURA:
2.1) ÓRGÃOS SIMPLES: “são aqueles cujas decisões são -2.1)ÓRGÃOS BUROCRÁTICOS: “são aqueles que estão a cargo
formadas e manifestadas por uma só pessoa ”. Ex.: de uma só pessoa física ou de várias pessoas ordenadas
Presidência da República VERTICALMENTE ”. Ex.: Diretoria
2.2)ÓRGÃOS COLEGIAIS: “são aqueles cujas decisões são 2.2) ÓRGÃOS COLEGIADOS: “são aqueles formados por uma
formadas e manifestadas por um grupo de pessoas”. coletividade de pessoas físicas ordenadas
Ex.:Plenário. HORIZONTALMENTE, com base em uma relação de
coligação ou coordenação”.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

CONCEITO: A administração indireta abrange o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à administração
direta, têm o objetivo de desempenhar, de forma descentralizada, as atividades administrativas.
CARACTERÍSTICAS COMUNS A TODAS AS ENTIDADES:
- São pessoas jurídicas, de direito público ou privado, instituídas por determinada entidade política para exercer uma parcela
de sua capacidade de autoadministração.
- Capacidade de autoadministração: segundo a qual exercem com autonomia a atividade que lhe foi transferida pela entidade
política, nos termos e limites da lei.
- Não possuem capacidade de autogoverno nem de autoconstituição, nem mesmo de autolegislação.
- São resultado do fenômeno da descentralização.
- Têm patrimônio próprio, receitas e orçamentos próprios.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
22
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

ANÁLISE DAS ENTIDADES ADMINISTRATIVAS

FUND. PUB. (PUBLICO) E FUNDAÇÃO EMPRESA PUB. E


AUTARQUIA
PUB (PRIVADO) SOC. ECON. MISTA
Pessoas jurídicas de
Pessoa jurídica de direito Pessoa jurídica de direito público direito privado, destinadas
público, criada por lei, para (entendimento jurisprudencial) ou de à atividades
desenvolver atividades direito privado; as fundações são econômicas(art. 173, CF)
típicas e próprias da pessoas jurídicas que nascem em razão ou prestação de
CONCEITO Administração. da existência de um patrimônio serviços(art. 175, CF)
vinculado ao cumprimento de uma industriais ou comerciais,
finalidade: desenvolver atividades com em que o Estado tenha
um fim social. interesse próprio ou
considere convenientes à
coletividade.
Fund. Pub. (Publico) - criada por lei
CRIAÇÃO Criada por lei Fundação Pub (Privado) - autorizada Autorizadas por lei.
por lei
PERSONALIDADE
Direito Público Direito Público ou Privado Direito Privado
JURÍDICA
Vinculação Vinculação Vinculação
RELAÇÃO COM O (controle finalístico; (controle finalístico; (controle finalístico;
ENTE POLÍTICO supervisão ministerial; tutela supervisão ministerial; tutela supervisão ministerial;
administrativa) administrativa) tutela administrativa)
Fund. Pub. (Publico)- Reg. Jur. Direito
Regime Jurídico de Direito Público
REGIME JURÍDICO Regime Híbrido
Público Fundação Pub (Privado)- Regime
Híbrido
Fund. Pub. (Publico) – Estatutária.
Estatutária
(Obs.: o STF suspendeu o uso do
RELAÇÃO DE (Obs.: o STF suspendeu o
regime celetista através da ADI- Celetista
TRABALHO uso do regime celetista
MC 2135).
através da ADI-MC 2135).
Fundação Pub (Privado) – Celetista.
LICITAÇÃO E Realizados através de Realizados através de
Realizados através de LICITAÇÃO
CONTRATOS LICITAÇÃO LICITAÇÃO
CONTROLE
Contorle feito pelo Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas
EXTERNO
RESPONSABILI- Art. 173: subjetiva
Objetiva Objetiva*
DADE CIVIL Art. 175: objetiva
FALÊNCIA NÃO
Na forma que a lei ou
o estatuto estabe-
lecer; a nomeação do
Na forma que a lei ou o estatuto estabelecer; a nomeação do dirigente compete ao
NOMEAÇÃO DOS
dirigente compete ao Chefe do Executivo com prévia aprovação Chefe do Executivo,
DIRIGENTES do Poder Legislativo. mas não é válida a
exigência prévia
aprovação do Poder
Legislativo.

EXEMPLOS
UFC, INSS, Conselho Federal FNS, UECE, UVA, URCA, IBGE, FUNAI  Empresas Públicas:
de Farmácia (Aut. Reg. Esp), etc. Correios, CEF, CASA DA

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
23
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Banco Central (Aut. Reg. MOEDA,SERPRO,


Esp.), ARCE, SEMACE, JUCEC, EMBRAPA etc.
ISSEC, DER, DETRAN, IJF,  Soc. Economia Mista:
IPM, AMC, etc. Banco do Brasil S/A,
Petrobrás S/A, Cagece
S/A, Docas S/A etc.

DISTINÇÕES ENTRE EMPRESA PÚBLIC A E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA


SOC. ECON. MISTA EMP. PÚB
Devem ter a forma de S/A Podem revestir qualquer das formas
FORMA JURÍDICA (sendo reguladas basicamente pela Lei das Soc. admitidas no direito
por Ações -Lei nº 6.404/76)
COMPOSIÇÃO DO É obrigatoriamente formado pela conjugação de É integralmente público
CAPITAL capital público e privado (ela pode ser unipessoal ou pluripessoal).
(e o controle acionário deve ser da Adm. Pública)
FORO Em matéria comum, não foram contempladas Em matéria comum, as causas serão
PROCESSUAL com o foro na Justiça Federal. ¹ contempladas na Justiça Federal.
PARA ENTIDADES (art. 109, I, CF)
FEDERAIS
1. Súmulas 508, 517 e 556 do STF.
CLASSIFICAÇÃO DE AUTARQUIAS
1. ORDINÁRIAS OU COMUNS
2. FUNDAÇÕES PÚBLICAS (COM PERSONALIDADE DE DIR. PÚB)
CLASSIFICAÇÃO 3. AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL  ANTIGAS A.R.E (LATO SENSU)
AGÊNCIAS REGULADORAS
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
4. CONSÓRCIOS PÚBLICOS (COM PERSONALIDADE DE DIREITO PUB).
5. TERRITÓRIOS

AGÊNCIAS REGULADORAS
1) São criadas como autarquias;
2) Objetivo: NORMATIZAR, REGULAMENTAR, FISCALIZAR, CONTROLAR AS DIVERSAS ATIVIDADES- para exercer este papel, ela acaba
tendo mais autonomia e liberdade que as demais autarquias;
3) Não tem função legislativa, POIS NÃO TEM CAPACIDADE POLÍTICA;
4) SOBRE OS DIRIGENTES:
4.1) Nomeação do Executivo com a aprovação do Legislativo.
4.2) Mandado fixo com estabilidade
4.3) Período de quarentena: 4 meses* (*quando a lei específica expressamente não mencionar, aplica-se a Lei nº 9986/2000)
4.4) Das decisões não cabe recurso hierárquico impróprio para o órgão revisor.
5) Exemplos: ANEEL, ANATEL, ANVISA, ANS, ANA,ANTT, ANTAQ, ANP(Monopólio do Petróleo), ANCINE.

AGÊNCIAS EXECUTIVAS
- É UMA AUTARQUIA OU FUNDAÇÃO PÚBLICA, QUE VISANDO MELHORAR, TORNAR-SE EFICIENTE assina um Contrato de
Gestão.
Exemplos: INMETRO, ADA (Ag. de Des. Da Amazônia, velha SUDAM), ADENE (velha SUDENE).
- Cuidado, amanhã pode deixar de ser, se acabar o contrato.
- Dispostivos: Art. 37, §8º da CF e Lei 9.649/1998.

CONSÓRCIOS PÚBLICOS- LEI Nº 11.107/2005


1) São pessoas jurídicas que surgem a partir do ajuste de vontades de entes políticos.
2) Finalidade: realização de objetivos de interesse comum.
3) PERSONALIDADE JURÍDICA: os consórcios públicos têm personalidade jurídica, que pode ser (art. 6º, §1º da lei):

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
24
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de
intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
4) PROTOCOLO DE INTENÇÕES:
 Nos consórcios públicos, para que seja possível a sua formação, é necessária a realização de um protocolo de intenções
(art. 3º e 4º);
 No protocolo de intenções define-se a finalidade do consórcio, qual o prazo do consórcio, aonde será a sede do
consórcio, quem são os consorciados, que vai administrar o consórcio (a administração será feita através de uma
assembléia geral).
-A ratificação por lei desse protocolo. há exceção, dispensando a ratificação, prevista no §4º do artigo 5º da lei caso a
entidade que quer celebrar o consórcio público já tiver a matéria disciplinada em lei, não há que se falar em ratificação.
5) CONTRATO DE PROGRAMA- refere-se à obrigação que se estabelece o ente da administração para o consórcio (o §2º do
art. 13) e define quais as cláusulas deve haver nesse contrato de programa. O objetivo desse contrato de programa é evitar
que o ente se aventure a participar do consórcio, não cumprindo com suas obrigações.
6) CONTRATO DE RATEIO - é o pressuposto para os entes consorciados transferirem recursos ao consórcio público com base
na Lei Complementar 101/2000.

LEGISLAÇÃO CORRESPONDENTE
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso
anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de
metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts.
49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84,
VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Art. 61, § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:


a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete:
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta
e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
25
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que
se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração
pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do
setor privado.
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
§ 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
aumento arbitrário dos lucros.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através
de licitação, a prestação de serviços públicos.

DECRETO- LEI 200/67


Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da
República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica
própria:
a) Autarquias;
b) Emprêsas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de
competência estiver enquadrada sua principal atividade. (Renumerado do § 1º pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 2 º (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 3 º (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987)

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:


I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para
executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa
e financeira descentralizada.
II - Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital
exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Govêrno seja levado a exercer por fôrça de
contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (Redação

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
26
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)


III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a
exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua
maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em
virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades
de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade fôr submetida a regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá
apenas à União, em caráter permanente.
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração Indireta existentes nas categorias constantes dêste
artigo.
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura
pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil
concernentes às fundações. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)

LEI Nº 9.784/99
o
Art. 1 Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e
indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
Administração.
o
§ 2 Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração
indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

LEI Nº 9649/98
Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os
seguintes requisitos:
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.
o
§ 1 A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República.
o
§ 2 O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa específicas para as Agências Executivas, visando
assegurar a sua autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o
cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão.

LEI Nº 11.107/2005
o
Art. 1 Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem
consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências.
o
§ 1 O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado.
o
§ 2 A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos
territórios estejam situados os Municípios consorciados.
o
§ 3 Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o
Sistema Único de Saúde – SUS.
o
Art. 2 Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pelos entes da Federação que se consorciarem,
observados os limites constitucionais.
o
§ 1 Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou
econômicas de outras entidades e órgãos do governo;
II – nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover desapropriações e instituir servidões nos termos
de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; e
III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação.
o
§ 2 Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e
outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles administrados
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
27
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

ou, mediante autorização específica, pelo ente da Federação consorciado.


o
§ 3 Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos
mediante autorização prevista no contrato de consórcio público, que deverá indicar de forma específica o objeto da
concessão, permissão ou autorização e as condições a que deverá atender, observada a legislação de normas gerais em
vigor.
o
Art. 3 O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo
de intenções.
o
Art. 4 São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que estabeleçam:
I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do consórcio;
II – a identificação dos entes da Federação consorciados;
III – a indicação da área de atuação do consórcio;
IV – a previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins
econômicos;
V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, autorizar o consórcio público a representar os entes da
Federação consorciados perante outras esferas de governo;
VI – as normas de convocação e funcionamento da assembléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e
modificação dos estatutos do consórcio público;
VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância máxima do consórcio público e o número de votos para as suas
deliberações;
VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do representante legal do consórcio público que, obrigatoriamente,
deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação consorciado;
IX – o número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos, bem como os casos de contratação
por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
X – as condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo de parceria;
XI – a autorização para a gestão associada de serviços públicos, explicitando:
a) as competências cujo exercício se transferiu ao consórcio público;
b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a área em que serão prestados;
c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, permissão ou autorização da prestação dos serviços;
d) as condições a que deve obedecer o contrato de programa, no caso de a gestão associada envolver também a
prestação de serviços por órgão ou entidade de um dos entes da Federação consorciados;
e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas e de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou
revisão; e
XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando adimplente com suas obrigações, de exigir o pleno cumprimento
das cláusulas do contrato de consórcio público.
o
§ 1 Para os fins do inciso III do caput deste artigo, considera-se como área de atuação do consórcio público,
independentemente de figurar a União como consorciada, a que corresponde à soma dos territórios:
I – dos Municípios, quando o consórcio público for constituído somente por Municípios ou por um Estado e Municípios
com territórios nele contidos;
II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, quando o consórcio público for, respectivamente, constituído por
mais de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e o Distrito Federal;
III – (VETADO)
IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o consórcio for constituído pelo Distrito Federal e os Municípios; e
V – (VETADO)
o
§ 2 O protocolo de intenções deve definir o número de votos que cada ente da Federação consorciado possui na
assembléia geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada ente consorciado.
o
§ 3 É nula a cláusula do contrato de consórcio que preveja determinadas contribuições financeiras ou econômicas de
ente da Federação ao consórcio público, salvo a doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as
transferências ou cessões de direitos operadas por força de gestão associada de serviços públicos.
o
§ 4 Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na forma e
condições da legislação de cada um.
o
§ 5 O protocolo de intenções deverá ser publicado na imprensa oficial.
o
Art. 5 O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções.
o
§ 1 O contrato de consórcio público, caso assim preveja cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) parcela dos
entes da Federação que subscreveram o protocolo de intenções.
o
§ 2 A ratificação pode ser realizada com reserva que, aceita pelos demais entes subscritores, implicará consorciamento
parcial ou condicional.
o
§ 3 A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subscrição do protocolo de intenções dependerá de homologação da
assembléia geral do consórcio público.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
28
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

o
§ 4 É dispensado da ratificação prevista no caput deste artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o
protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público.
o
Art. 6 O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo
de intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
o
§ 1 O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os
entes da Federação consorciados.
o
§ 2 No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público observará as normas de
direito público no que concerne à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de
pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
o
Art. 7 Os estatutos disporão sobre a organização e o funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos do consórcio
público.
o
Art. 8 Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio.
o
§ 1 O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro e seu prazo de vigência não será superior ao das
dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos consistentes em
programas e ações contemplados em plano plurianual ou a gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou
outros preços públicos.
o
§ 2 É vedada a aplicação dos recursos entregues por meio de contrato de rateio para o atendimento de despesas
genéricas, inclusive transferências ou operações de crédito.
o
§ 3 Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como o consórcio público, são partes legítimas para exigir o
cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio.
o o
§ 4 Com o objetivo de permitir o atendimento dos dispositivos da Lei Complementar n 101, de 4 de maio de 2000, o
consórcio público deve fornecer as informações necessárias para que sejam consolidadas, nas contas dos entes
consorciados, todas as despesas realizadas com os recursos entregues em virtude de contrato de rateio, de forma que
possam ser contabilizadas nas contas de cada ente da Federação na conformidade dos elementos econômicos e das
atividades ou projetos atendidos.
o
§ 5 Poderá ser excluído do consórcio público, após prévia suspensão, o ente consorciado que não consignar, em sua lei
orçamentária ou em créditos adicionais, as dotações suficientes para suportar as despesas assumidas por meio de contrato
de rateio.
o
Art. 9 A execução das receitas e despesas do consórcio público deverá obedecer às normas de direito financeiro
aplicáveis às entidades públicas.
Parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal de
Contas competente para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do consórcio, inclusive quanto
à legalidade, legitimidade e economicidade das despesas, atos, contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo do controle
externo a ser exercido em razão de cada um dos contratos de rateio.
Art. 10. (VETADO)
Parágrafo único. Os agentes públicos incumbidos da gestão de consórcio não responderão pessoalmente pelas
obrigações contraídas pelo consórcio público, mas responderão pelos atos praticados em desconformidade com a lei ou
com as disposições dos respectivos estatutos.
Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio público dependerá de ato formal de seu representante na
assembléia geral, na forma previamente disciplinada por lei.
o
§ 1 Os bens destinados ao consórcio público pelo consorciado que se retira somente serão revertidos ou retrocedidos
no caso de expressa previsão no contrato de consórcio público ou no instrumento de transferência ou de alienação.
o
§ 2 A retirada ou a extinção do consórcio público não prejudicará as obrigações já constituídas, inclusive os contratos
de programa, cuja extinção dependerá do prévio pagamento das indenizações eventualmente devidas.
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de consórcio público dependerá de instrumento aprovado pela
assembléia geral, ratificado mediante lei por todos os entes consorciados.
o
§ 1 Os bens, direitos, encargos e obrigações decorrentes da gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas
ou outra espécie de preço público serão atribuídos aos titulares dos respectivos serviços.
o
§ 2 Até que haja decisão que indique os responsáveis por cada obrigação, os entes consorciados responderão
solidariamente pelas obrigações remanescentes, garantindo o direito de regresso em face dos entes beneficiados ou dos
que deram causa à obrigação.
Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa, como condição de sua validade, as obrigações
que um ente da Federação constituir para com outro ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito de gestão
associada em que haja a prestação de serviços públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou
de bens necessários à continuidade dos serviços transferidos.
o
§ 1 O contrato de programa deverá:
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
29
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

I – atender à legislação de concessões e permissões de serviços públicos e, especialmente no que se refere ao cálculo de
tarifas e de outros preços públicos, à de regulação dos serviços a serem prestados; e
II – prever procedimentos que garantam a transparência da gestão econômica e financeira de cada serviço em relação a
cada um de seus titulares.
o
§ 2 No caso de a gestão associada originar a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens
essenciais à continuidade dos serviços transferidos, o contrato de programa, sob pena de nulidade, deverá conter cláusulas
que estabeleçam:
I – os encargos transferidos e a responsabilidade subsidiária da entidade que os transferiu;
II – as penalidades no caso de inadimplência em relação aos encargos transferidos;
III – o momento de transferência dos serviços e os deveres relativos a sua continuidade;
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os passivos do pessoal transferido;
V – a identificação dos bens que terão apenas a sua gestão e administração transferidas e o preço dos que sejam
efetivamente alienados ao contratado;
VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e avaliação dos bens reversíveis que vierem a ser amortizados
mediante receitas de tarifas ou outras emergentes da prestação dos serviços.
o
§ 3 É nula a cláusula de contrato de programa que atribuir ao contratado o exercício dos poderes de planejamento,
regulação e fiscalização dos serviços por ele próprio prestados.
o
§ 4 O contrato de programa continuará vigente mesmo quando extinto o consórcio público ou o convênio de
cooperação que autorizou a gestão associada de serviços públicos.
o
§ 5 Mediante previsão do contrato de consórcio público, ou de convênio de cooperação, o contrato de programa
poderá ser celebrado por entidades de direito público ou privado que integrem a administração indireta de qualquer dos
entes da Federação consorciados ou conveniados.
o o
§ 6 O contrato celebrado na forma prevista no § 5 deste artigo será automaticamente extinto no caso de o contratado
não mais integrar a administração indireta do ente da Federação que autorizou a gestão associada de serviços públicos por
meio de consórcio público ou de convênio de cooperação.
o
§ 7 Excluem-se do previsto no caput deste artigo as obrigações cujo descumprimento não acarrete qualquer ônus,
inclusive financeiro, a ente da Federação ou a consórcio público.
Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os consórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a descentralização e
a prestação de políticas públicas em escalas adequadas.
Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização e funcionamento dos consórcios públicos serão disciplinados pela
legislação que rege as associações civis.

JURISPRUDÊNCIA- STF/STJ
SÚMULAS DO STF SÚMULAS DO STJ
SÚMULA VINCULANTE Nº 22 Súmula 15
A JUSTIÇA DO TRABALHO É COMPETENTE PARA COMPETE A JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR OS
PROCESSAR E JULGAR AS AÇÕES DE INDENIZAÇÃO POR LITIGIOS DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHO.
DANOS MORAIS E PATRIMONIAIS DECORRENTES DE
STJ Súmula nº 42
ACIDENTE DE TRABALHO PROPOSTAS POR EMPREGADO
CONTRA EMPREGADOR, INCLUSIVE AQUELAS QUE AINDA Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as
NÃO POSSUÍAM SENTENÇA DE MÉRITO EM PRIMEIRO causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e
GRAU QUANDO DA PROMULGAÇÃO DA EMENDA os crimes praticados em seu detrimento.
CONSTITUCIONAL Nº 45/04.
STJ Súmula nº 82
SÚMULA VINCULANTE Nº 27
Compete à Justiça Federal, excluídas as reclamações
COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL JULGAR CAUSAS ENTRE trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos a
CONSUMIDOR E CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO DE movimentação do FGTS.
TELEFONIA, QUANDO A ANATEL NÃO SEJA LITISCONSORTE
STJ Súmula nº 150
PASSIVA NECESSÁRIA, ASSISTENTE, NEM OPOENTE.
Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de
SÚMULA Nº 501
interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da
COMPETE À JUSTIÇA ORDINÁRIA ESTADUAL O PROCESSO E O União, suas autarquias ou empresas públicas.
JULGAMENTO, EM AMBAS AS INSTÂNCIAS, DAS CAUSAS DE
STJ Súmula nº 333
ACIDENTE DO TRABALHO, AINDA QUE PROMOVIDAS
CONTRA A UNIÃO, SUAS AUTARQUIAS, EMPRESAS PÚBLICAS Cabe mandado de segurança contra ato praticado em
licitação promovida por sociedade de economia mista ou
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
30
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

OU SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. empresa pública.


SÚMULA Nº 508 STJ Súmula nº 374
COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL, EM AMBAS AS INSTÂNCIAS, Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar a ação para
PROCESSAR E JULGAR AS CAUSAS EM QUE FOR PARTE O anular débito decorrente de multa eleitoral.
BANCO DO BRASIL S.A.
STJ Súmula nº 525
SÚMULA Nº 517
A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica,
AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA SÓ TÊM FORO NA apenas personalidade judiciária, somente podendo
JUSTIÇA FEDERAL, QUANDO A UNIÃO INTERVÉM COMO demandar em juízo para defender os seus direitos
ASSISTENTE OU OPOENTE. institucionais.
SÚMULA Nº 556
É COMPETENTE A JUSTIÇA COMUM PARA JULGAR AS
CAUSAS EM QUE É PARTE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.

JURISPRUDÊNCIA

1) Empresas públicas prestadoras de serviços públicos, os DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - EBCT. EMPRESA PÚBLICA.
bens são considerados impenhoráveis PRESTAÇÃO DE SERVIÇO POSTAL E CORREIO AÉREO
NACIONAL. SERVIÇO PÚBLICO. ART. 21, X, DA
STF- RE 230051- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONSTITUIÇÃO DO BRASIL.
RELATOR:Maurício Correa.
1. A prestação do serviço postal consubstancia serviço
Julgamento: 11/06/2003. Órgão Julgado: Tribunal Pleno.
público [art. 175 da CB/88]. A Empresa Brasileira de
Ementa:
Correios e Telégrafos é uma empresa pública, entidade da
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO
Administração Indireta da União, como tal tendo sido criada
EXTRAORDINÁRIO. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E
pelo decreto-lei nº 509, de 10 de março de 1969. 2. O Pleno
TELÉGRAFOS. IMPENHORABILIDADE DE SEUS BENS, RENDAS
do Supremo Tribunal Federal declarou, quando do
E SERVIÇOS. RECEPÇÃO DO ARTIGO 12 DO DECRETO-LEI Nº
julgamento do RE 220.906, Relator o Ministro MAURÍCIO
509/69. 1. À empresa Brasileira de Correios e Telégrafos,
CORRÊA, DJ 14.11.2002, à vista do disposto no artigo 6o do
pessoa jurídica equiparada à Fazenda Pública, é aplicável o
decreto-lei nº 509/69, que a Empresa Brasileira de Correios
privilégio da impenhorabilidade de seus bens, rendas e
e Telégrafos é “pessoa jurídica equiparada à Fazenda
serviços. Recepção do artigo 12 do Decreto-Lei nº 509/69 e
Pública, que explora serviço de competência da União (CF,
não-incidência da restrição contida no artigo 173, § 1º, da
artigo 21, X)”. 3. Impossibilidade de tributação de bens
Constituição Federal, que submete a empresa pública, a
públicos federais por Estado-membro, em razão da garantia
sociedade de economia mista e outras entidades que
constitucional de imunidade recíproca. 4. O fato jurídico
explorem atividade econômica ao regime próprio das
que deu ensejo à causa é a tributação de bem público
empresas privadas, inclusive quanto às obrigações
federal. A imunidade recíproca, por sua vez, assenta-se
trabalhistas e tributárias. 2. Empresa pública que não
basicamente no princípio da Federação. Configurado
exerce atividade econômica e presta serviço público da
conflito federativo entre empresa pública que presta
competência da União Federal e por ela mantido. Execução.
serviço público de competência da União e Estado-membro,
Observância ao regime de precatório, sob pena de
é competente o Supremo Tribunal Federal para o
vulneração do disposto no artigo 100 da Constituição
julgamento da ação cível originária, nos termos do disposto
Federal. Vícios no julgamento. Embargos de declaração
no artigo 102, I, “f”, da Constituição. 5. Questão de ordem
rejeitados.
que se resolve pelo reconhecimento da competência do
2) Empresa pública prestadora de serviço público Supremo Tribunal Federal para julgamento da ação.
beneficia-se da imunidade recíproca tributária 3) Sociedade de economia mista se submete a fiscalização
por parte do Tribunal de Contas
ACO N. 765-RJ
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO
STF- MS 25092 ED / DF - DISTRITO FEDERAL
Ementa.
EMB.DECL.NO MANDADO DE SEGURANÇA
EMENTA: CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA. SUPREMO Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
TRIBUNAL FEDERAL. AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. ART. 102, I, Julgamento: 28/08/2008 Órgão Julgador: Tribunal
“F”, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. EMPRESA BRASILEIRA Pleno
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
31
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL 5) Quando a lei instituidora de uma entidade da


DE CONTAS. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: Administração Indireta já prevê a criação de subsidiárias
FISCALIZAÇÃO PELO TRIBUNAL DE CONTAS. ADVOGADO
não é necessário autorização legislativa para a criação
EMPREGADO DA EMPRESA QUE DEIXA DE APRESENTAR
APELAÇÃO EM QUESTÃO RUMOROSA. I. - Ao Tribunal de destas subsidiárias.
Contas da União compete julgar as contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens ADI 1649 / DF - DISTRITO FEDERAL -AÇÃO DIRETA DE
e valores públicos da Administração Direta e indireta, INCONSTITUCIONALIDADE
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA
pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem Julgamento: 24/03/2004 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que Ementa
resulte prejuízo ao erário (CF, art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI
art. 1º, I). II. - As empresas públicas e as sociedades de 9478/97. AUTORIZAÇÃO À PETROBRÁS PARA CONSTITUIR
economia mista, integrantes da administração indireta, SUBSIDIÁRIAS. OFENSA AOS ARTIGOS 2º E 37, XIX E XX, DA
estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. ALEGAÇÃO
obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime IMPROCEDENTE. 1. A Lei 9478/97 não autorizou a
celetista. III. - Numa ação promovida contra a CHESF, o instituição de empresa de economia mista, mas sim a
responsável pelo seu acompanhamento em juízo deixa de criação de subsidiárias distintas da sociedade-matriz, em
apelar. O argumento de que a não-interposição do recurso consonância com o inciso XX, e não com o XIX do artigo 37
ocorreu em virtude de não ter havido adequada da Constituição Federal. 2. É dispensável a autorização
comunicação da publicação da sentença constitui matéria legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde
de fato dependente de dilação probatória, o que não é que haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu a
possível no processo do mandado de segurança, que empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei
pressupõe fatos incontroversos. IV. - Mandado de criadora é a própria medida autorizadora. Ação direta de
segurança indeferido. inconstitucionalidade julgada improcedente.

4) O Supremo Tribunal Federal admite a existência de 6) OAB não integra a Administração Pública Indireta da
fundações públicas com personalidade de direito público, União
e fundações públicas com personalidade jurídica de direito
STF- ADI 3026 / DF - DISTRITO FEDERAL - AÇÃO DIRETA DE
privado. INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. EROS GRAU
STF- ADI 191 / RS - RIO GRANDE DO SUL - AÇÃO DIRETA DE Julgamento: 08/06/2006 Órgão Julgador: Tribunal
INCONSTITUCIONALIDADE Pleno
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA Ementa
Julgamento: 29/11/2007 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Ementa EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. ART. 28 DA DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE
EQUIPARAÇÃO ENTRE SERVIDORES DE FUNDAÇÕES POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA.
INSTITUÍDAS OU MANTIDAS PELO ESTADO E SERVIDORES COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO
DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS: INCONSTITUCIONALIDADE. 1. A MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO.
distinção entre fundações públicas e privadas decorre da IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À ADMINISTRAÇÃO
forma como foram criadas, da opção legal pelo regime PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART. 37,
jurídico a que se submetem, da titularidade de poderes e II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE
também da natureza dos serviços por elas prestados. 2. A CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS
norma questionada aponta para a possibilidade de serem CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E
equiparados os servidores de toda e qualquer fundação AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE
privada, instituída ou mantida pelo Estado, aos das PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE.
fundações públicas. 3. Sendo diversos os regimes jurídicos, CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES
diferentes são os direitos e os deveres que se combinam e JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO.
formam os fundamentos da relação empregatícia firmada. A AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO
equiparação de regime, inclusive o remuneratório, que se DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA
aperfeiçoa pela equiparação de vencimentos, é prática CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n.
vedada pelo art. 37, inc. XIII, da Constituição brasileira e 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos "servidores" da OAB,
contrária à Súmula 339 do Supremo Tribunal Federal. cujo regime outrora era estatutário, a opção pelo regime
Precedentes. 4. Ação Direta de Inconstitucionalidade celetista. Compensação pela escolha: indenização a ser
julgada procedente. paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alegação
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
32
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à 2. Até a promulgação da Constituição Federal de 1988, era
Administração Pública Direta e Indireta. 3. A OAB não é uma possível, nos termos do Decreto-Lei 968/69, a contratação
entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é de servidores, pelos conselhos de fiscalização
um serviço público independente, categoria ímpar no profissional, tanto pelo regime estatutário quanto pelo
elenco das personalidades jurídicas existentes no direito celetista, situação alterada pelo art. 39, caput, em sua
brasileiro. 4. A OAB não está incluída na categoria na qual redação original.
se inserem essas que se tem referido como "autarquias 3. O § 1º do art. 253 da Lei n. 8.112/90 regulamentou
especiais" para pretender-se afirmar equivocada o disposto na Constituição, fazendo com que os
independência das hoje chamadas "agências". 5. Por não funcionários celetistas das autarquias federais
consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a passassem a servidores estatutários, afastando a
OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a possibilidade de contratação em regime privado.
qualquer das suas partes está vinculada. Essa não- 4. Com a Lei n. 9.649/98, o legislador buscou afastar a
vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB sujeição das autarquias corporativas ao regime jurídico
ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que de direito público. Entretanto, o Supremo Tribunal
exercem função constitucionalmente pr ivilegiada, na Federal, na ADI n. 1.717/DF, julgou inconstitucional o
medida em que são indispensáveis à administração da dispositivo que tratava da matéria. O exame do § 3º do art.
Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é 58 ficou prejudicado, na medida em que a superveniente
afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não Emenda Constitucional n. 19/98 extinguiu a
há ordem de relação ou dependência entre a OAB e obrigatoriedade do Regime Jurídico Único.
qualquer órgão público. 7. A Ordem dos Advogados do 5. Posteriormente, no julgamento da medida liminar na
Brasil, cujas características são autonomia e independência, ADI n. 2.135/DF, foi suspensa a vigência do caput do art.
não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de 39 da Constituição Federal, com a redação atribuída
fiscalização profissional. A OAB não está voltada pela EC n. 19/98. Dessa forma, após todas as mudanças
exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade sofridas, subsiste, para a administração pública direta,
institucional. 8. Embora decorra de determinação legal, o autárquica e fundacional, a obrigatoriedade de adoção do
regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é regime jurídico único, ressalvadas as situações consolidadas
compatível com a entidade, que é autônoma e na vigência da legislação editada nos termos da emenda
independente. 9. Improcede o pedido do requerente no declarada suspensa.
sentido de que se dê interpretação conforme o artigo 37, 6. As autarquias corporativas devem adotar o regime
inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da jurídico único, ressalvadas as situações consolidadas na
Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime vigência da legislação editada nos termos da Emenda
trabalhista aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência Constitucional n. 19/97.
de concurso público para admissão dos contratados sob o 7. Esse entendimento não se aplica a OAB, pois no
regime trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade. julgamento da ADI n. 3.026/DF, ao examinar a
Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do constitucionalidade do art. 79, § 1º, da Lei n. 8.906/96, o
princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, Excelso Pretório afastou a natureza autárquica dessa
que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do entidade, para afirmar que seus contratos de trabalho
próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. são regidos pela CLT.
8. Recurso especial provido para conceder a segurança
7) NATUREZA AUTÁRQUICA DOS CONSELHOS DE e determinar que os impetrados, com exceção da OAB,
PROFISSÃO tomem as providências cabíveis para a implantação do
regime jurídico único no âmbito dos conselhos de
STJ- RECURSO ESPECIAL Nº 507.536 - DF (2003/0037798-3) fiscalização profissional, incidindo no caso a ressalva
RELATOR : MINISTRO JORGE MUSSI contida no julgamento da ADI n.2.135 MC/DF.
EMENTA 8) FUNDAÇÕES PÚBLICAS DE DIREITO PÚBLICO–
DIREITO ADMINISTRATIVO. CONSELHOS DE
FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. NATUREZA JURÍDICA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
AUTARQUIAS CORPORATIVAS. REGIME DE
CONTRATAÇÃO DE SEUS EMPREGADOS. INCIDÊNCIA DA STF- RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 215741/SE
LEI N. 8.112/90. Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA
1. A atividade de fiscalização do exercício profissional é Julgamento: 30/03/1999 Órgão Julgador: Segunda Turma
estatal, nos termos dos arts. 5º, XIII, 21, XXIV, e 22, XIV, da Ementa
Constituição Federal, motivo pelo qual as entidades que EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FUNDAÇÃO
exercem esse controle têm função tipicamente pública NACIONAL DE SAÚDE. CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE
e, por isso, possuem natureza jurídica de autarquia, A JUSTIÇA FEDERAL E A JUSTIÇA COMUM. NATUREZA
sujeitando-se ao regime jurídico de direito público. JURÍDICA DAS FUNDAÇÕES INSTITUÍDAS PELO PODER
Precedentes do STJ e do STF. PÚBLICO. 1. A Fundação Nacional de Saúde, que é mantida

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
33
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

por recursos orçamentários oficiais da União e por ela poderes. A escolha dos dirigentes dessas empresas é
instituída, é entidade de direito público. 2. Conflito de matéria inserida no âmbito do regime estrutural de cada
competência entre a Justiça Comum e a Federal. Artigo 109, uma delas. 6. Pedido julgado parcialmente procedente
I da Constituição Federal. Compete à Justiça Federal para dar interpretação conforme à Constituição à alínea
processar e julgar ação em que figura como parte fundação "d" do inciso XXIII do artigo 62 da Constituição do Estado
pública, tendo em vista sua situação jurídica conceitual de Minas Gerais, para restringir sua aplicação às
assemelhar- se, em sua origem, às autarquias. 3. Ainda que autarquias e fundações públicas, dela excluídas as
o artigo 109, I da Constituição Federal, não se refira empresas estatais, todas elas.
expressamente às fundações, o entendimento desta Corte é
o de que a finalidade, a origem dos recursos e o regime 10- Ato praticado em procedimento licitatório por
administrativo de tutela absoluta a que, por lei, estão dirigente de sociedade de economia federal, a
sujeitas, fazem delas espécie do gênero autarquia. 4. competência da Justiça Federal
Recurso extraordinário conhecido e provido para declarar a CC 200602110313- CC - CONFLITO DE COMPETENCIA –
competência da Justiça Federal. 71843
Relator(a): ELIANA CALMON
9) PROVIMENTO DE CARGOS DIRETIVOS DAS ENTIDADES Sigla do Órgão: STJ Órgão Julgador: PRIMEIRA SEÇÃO
DA ADM. INDIRETA Data: 17/11/2008
STF- ADI 1642 / MG - MINAS GERAIS Ementa
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.
Relator(a): Min. EROS GRAU MANDADO DE SEGURANÇA.ATO PRATICADO EM
Julgamento: 03/04/2008 Órgão Julgador: Tribunal PROCEDIMENTO LICITATÓRIO POR DIRIGENTE
Pleno DESOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA FEDERAL.
Publicação: 19-09-2008 AUTORIDADE FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
FEDERAL. 1. Conforme o art. 109, VIII, da Constituição,
Ementa compete à Justiça Federal processar e julgar "os
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. mandados de segurança e os habeas data contra ato de
ALÍNEA "d" DO INCISO XXIII DO ARTIGO 62 DA autoridade federal". Para fixar a competência, portanto, a
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. norma constitucional leva em consideração a posição da
APROVAÇÃO DO PROVIMENTO, PELO EXECUTIVO, DOS autoridade impetrada (se federal ou não), atenta ao
CARGOS DE PRESIDENTE DAS ENTIDADES DA princípio federativo por força do qual a autoridade federal
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA ESTADUAL PELA não está sujeita à Justiça dos Estados federados. 2. Ao
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO estabelecer que "cabe mandado de segurança contra ato
DISPOSTO NO ARTIGO 173, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. praticado em licitação promovida
DISTINÇÃO ENTRE EMPRESAS ESTATAIS PRESTADORAS DE por sociedade de economia mista ou empresa pública", a
SERVIÇO PÚBLICO E EMPRESAS ESTATAIS QUE súmula 333/STJ parte do pressuposto necessário que o ato
DESENVOLVEM ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO praticado em processo licitatório é ato de autoridade. Não
ESTRITO. REGIME JURÍDICO ESTRUTURAL E REGIME fosse assim, não caberia mandado de segurança. 3. Ora, em
JURÍDICO FUNCIONAL DAS EMPRESAS ESTATAIS. se tratando de ato praticado em licitação promovida
INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL. INTERPRETAÇÃO por sociedade de economia mista federal, a autoridade que
CONFORME À CONSTITUIÇÃO. 1. Esta Corte em o pratica é federal (e não estadual, distrital ou municipal).
oportunidades anteriores definiu que a aprovação, pelo Ainda que houvesse dúvida sobre o cabimento da
Legislativo, da indicação dos Presidentes das entidades da impetração ou sobre a natureza da autoridade ou do ato
Administração Pública Indireta restringe-se às autarquias e por ela praticado, a decisão a respeito não se comporta no
fundações públicas, dela excluídas as sociedades de âmbito do conflito de competência, devendo ser tomada
economia mista e as empresas públicas. Precedentes. 2. As pelo Juiz Federal (Súmula 60/TFR). 4. No caso, o ato atacado
sociedades de economia mista e as empresas públicas que foi praticado pelo Superintendente da Companhia Brasileira
explorem atividade econômica em sentido estrito estão de Trens Urbanos - CBTU (sociedade de economia
sujeitas, nos termos do disposto no § 1º do artigo 173 da mista federal) e consistiu em declarar a empresa Prisma -
Constituição do Brasil, ao regime jurídico próprio das Consultoria e Serviços Ltda. vencedora de processo
empresas privadas. 3. Distinção entre empresas estatais licitatório. Tratando-se (a) de ato praticado em licitação (b)
que prestam serviço público e empresas estatais que por autoridade federal, a competência é da Justiça Federal.
empreendem atividade econômica em sentido estrito 4. O Precedentes: CC 46035/AC, 1ª S., Min. José Delgado, DJ de
§ 1º do artigo 173 da Constituição do Brasil não se aplica 01.02.2006; CC 54140/PB; 1ª S., Min. Eliana Calmon, DJ de
às empresas públicas, sociedades de economia mista e 02.05.2006; CC 46740/CE, 1ª S., Min. Luiz Fux, DJ de
entidades (estatais) que prestam serviço público. 5. A 17.04.2006; CC 54854/SP, 1ª S., Min. José Delgado, DJ de
intromissão do Poder Legislativo no processo de 13.03.2006. 5. Conflito conhecido para declarar competente
provimento das diretorias das empresas estatais colide a Justiça Federal.
com o princípio da harmonia e interdependência entre os
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
34
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

11 - Sociedade de Economia Mista – Cabível Mandado de IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DA


Segurança quando a autoridade exerce ato investido em DISPENSA. RE PARCIALEMENTE PROVIDO.
função delegada pelo Poder Público I - Os empregados públicos não fazem jus à estabilidade
Processo: RESP 201000550784- RESP - RECURSO ESPECIAL - prevista no art. 41 da CF, salvo aqueles admitidos em
1186517 período anterior ao advento da EC nº 19/1998.
Relator(a): BENEDITO GONÇALVES Precedentes.
Órgão Julgador: xPRIMEIRA TURMA II - Em atenção, no entanto, aos princípios da
Ementa impessoalidade e isonomia, que regem a admissão por
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. concurso publico, a dispensa do empregado de empresas
MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. públicas e sociedades de economia mista que prestam
PETROBRÁS. EXCLUSÃO DE CANDIDATOS DO CERTAME EM serviços públicos deve ser motivada, assegurando-se,
RAZÃO DE NÃO ATENDER A NORMA EDITALÍCIA. ART. 1º DA assim, que tais princípios, observados no momento
LEI 1.533/51. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA RECORRENTE daquela admissão, sejam também respeitados por ocasião
NÃO CONFIGURADA. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 2º CAPUT, DA da dispensa.
LEI N. 9.784/99 E 41 DA LEI. N. 8.666/91 QUE NÃO SE III – A motivação do ato de dispensa, assim, visa a
VERIFICA. EDITAL. EXIGÊNCIA DE CERTIFICADO DE resguardar o empregado de uma possível quebra do
RESERVISTA DE 1ª CATEGORIA. REQUISITO QUE NÃO postulado da impessoalidade por parte do agente estatal
ATENDE AOS PRINCÍPIOS DA IMPESSOALIDADE E DA investido do poder de demitir.
RAZOABILIDADE. IV - Recurso extraordinário parcialmente provido para
2. A jurisprudência desta Corte firmou o entendimento de afastar a aplicação, ao caso, do art. 41 da CF, exigindo-se,
que cabe mandado de segurança contra ato de dirigente entretanto, a motivação para legitimar a rescisão
de sociedade de economia mista quando investido em unilateral do contrato de trabalho.
função delegada pelo Poder Público. Precedentes: AgRg no
REsp 1.067.107/RN, Rel. Ministro Herman Benjamin, _______________________________________________
Segunda Turma, DJe 17/6/2009 e AgRg no CC 101.260/SP, _________________________________________________
Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, DJe _________________________________________________
9/3/2009. _________________________________________________
3. A Constituição Federal, ao determinar a realização de _________________________________________________
concurso público como forma de investidura em cargo ou _________________________________________________
emprego público (art. 37, II, da CF/88), estabelece que os _________________________________________________
atos emanados pela Administração devem estar em _________________________________________________
conformidade com os princípios da legalidade, _________________________________________________
impessoalidade, moralidade, publicidade, estando tais _________________________________________________
princípios cristalizados no texto do art. 2º, caput, da Lei n. _________________________________________________
9784/99. _________________________________________________
4. A exigência de apresentação do certificado de reservista _________________________________________________
de primeira categoria não guarda pertinência com os _________________________________________________
princípios da impessoalidade e da razoabilidade que _________________________________________________
norteiam a Administração Pública, porque, na espécie, a _________________________________________________
dispensa dos candidatos do serviço militar obrigatório se dá _________________________________________________
de acordo com a discricionariedade e a conveniência da _________________________________________________
Administração, que, unilateralmente, estabelece o número _________________________________________________
do efetivo das Forças Armadas, não podendo os recorridos, _________________________________________________
reservistas de 2ª categoria, serem penalizados com a _________________________________________________
exclusão do certame pelo fato de o próprio Poder Público _________________________________________________
os terem dispensados de prestar o serviço militar _________________________________________________
obrigatório. _________________________________________________
5. Recurso especial não provido. _________________________________________________
_________________________________________________
12- NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DA DISPENSA PARA _________________________________________________
EMPRESAS ESTATAIS PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO _________________________________________________
STF- RE 589998 / PI - PIAUÍ _________________________________________________
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI _________________________________________________
Julgamento: 20/03/2013 Órgão Julgador: Tribunal _________________________________________________
Pleno _________________________________________________
Ementa _________________________________________________
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT. _________________________________________________
DEMISSÃO IMOTIVADA DE SEUS EMPREGADOS. _________________________________________________
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
35
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Capítulo 4 4) CLASSIFICAÇÃO:
De acordo com o grau de liberdade, o poder pode ser:
Poderes Administrativos
4.1 VINCULADO
1) CONCEITO: são instrumentos e prerrogativas de atuação 4.2 DISCRICIONÁRIO
administrativa. Poderes da Administração são diferentes de
1º A doutrina mais moderna fala que essa classificação não
poderes do Estado.
tem pertinência, porque o ato é que é vinculado ou
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO # PODERES DO ESTADO discricionário.
2º Um poder não será sempre com atos vinculados ou
sempre com atos discricionários; esses atos se misturam no
Instrumentais Estruturais mesmo poder.

2) CARACTERÍSTICAS: 4.1.1) Poder vinculado: é aquele que não tem liberdade,


juízo de valor, conveniência e oportunidade. Preenchidos os
2.1) DE EXERCÍCIO OBRIGATÓRIO: PODER-DEVER: não é requisitos legais,o administrador é obrigado a praticar o
faculdade, é obrigação – praticada a infração tem que ato. Analisar se presentes os requisitos.
instaurar o processo; comprovada a infração, tem que
aplicar a sanção. 2 exemplos:

2.2 O EXERCÍCIO DO PODER É IRRENUNCIÁVEL: o  1º – sujeito comprova 60 anos de idade, 35 de


administrador não pode abrir mão desse poder (ex. não contribuição, servidor público. Pede
aplicar sanção por falta). O administrador tem esse aposentadoria. Preenchidos os requisitos legais,
instrumento, por ex. Poder Disciplinar, e, por exercer pode a Administração negar? Não, concessão de
função pública, em nome e no interesse do povo, essa aposentadoria é ato vinculado.
ferramenta não é dele, e se justifica pelo fato de ele exercer  2º – cumpridos os requisitos legais, a autoridade
função pública, atividade em nome e no interesse do povo. tem que praticar o ato: licença para dirigir.
Não pode renunciar àquilo que não lhe pertence. O
administrador de hoje não pode criar entraves, obstáculos 4.1.2) Poder discricionário: com liberdade, juízo de valor,
ao administrador de amanhã. conveniência e oportunidade, PORÉM, nos limites da lei.
Praticar fora dos limites da lei, o ato é ilegal, arbitrário, não
- LIMITES LEGAIS: AUTORIDADE COMPETENTE. discricionário.
NECESSIDADE, ADEQUAÇÃO E PROPORCIONALIDADE PARA 2 exemplos:
EXERCÍCIO DO PODER.
 1º – permissão de uso de bem público. Ex.:
Medida adequada + necessidade + proporcionalidade. restaurantes colocam mesas em calçadas de ruas
Sempre que o administrador extrapola na atuação, deve ser
tranquilas.
responsabilizado. No exercício do poder, cabe
responsabilização por conduta abusiva ou ilegal, comissiva  2º – autorização para circulação de veículos acima
ou omissiva. do tamanho normal e/ou peso.
3) ABUSO DE PODER: O ADMINISTRADOR EXTRAPOLA OS A lei dá alternativas; ou quando a lei atribui competência,
LIMITES LEGAIS. mas não diz como a autoridade deve exercê-la; quando a lei
utiliza conceitos vagos/indeterminados, a autoridade deve
• EXCESSO DE PODER: A AUTORIDADE ULTRAPASSA OS
preencher os conceitos.
LIMITES DE SUA COMPETÊNCIA; ERA COMPETENTE PARA
AGIR, MAS EXAGEROU. 5. TIPOS DE PODER:
• DESVIO DE FINALIDADE: SIGNIFICA VÍCIO IDEOLÓGICO, É 5.1 PODER HIERÁRQUICO
VÍCIO NA VONTADE, É DEFEITO SUBJETIVO, O DEFEITO
-É o poder que o administrador de escalonar, hierarquizar e
DESSA CONDUTA ESTÁ NA CABEÇA DO ADMINISTRADOR.
estruturar os quadros da Administração. Define quem
FORMALMENTE, O
manda e quem obedece.
ATO É PERFEITO, PORÉM ELE É REALIZADO COM
Características: DAR ORDENS, CONTROLAR, FISCALIZAR OS
FINALIDADES OUTRAS QUE NÃO A DE ESTRITAMENTE
ATOS PRATICADOS PELOS SUBORDINADOS, DELEGAR
CUMPRIR A FUNÇÃO. POR TER APARÊNCIA DE LEGALIDADE,
COMPETÊNCIA, AVOCAR COMPETÊNCIA, REVISÃO DOS
O DESVIO DE FINALIDADE É DE DIFÍCIL COMPROVAÇÃO. EX.:
ATOS PRATICADOS PELOS SUBORDINADOS, PUNIÇÃO,
REMOÇÃO “POR NECESSIDADE DO SERVIÇO”.
SANÇÃO POR INFRAÇÃO FUNCIONAL (TAMBÉM É EXERCÍCIO
DO PODER DISCIPLINAR, QUE DECORRE DA HIERARQUIA E
ENCONTRA-SE DENTRO DO PODER DISCIPLINAR).

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
36
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

5.2 PODER DISCIPLINAR: a) organização e funcionamento da administração federal,


quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
- É decorrente do poder hierárquico (regra geral). É o poder
extinção de órgãos públicos; (Incluída pela EC nº 32, de
que o Estado tem para apurar e aplicar sanção, penalidade,
2001)
em razão da prática de uma infração. Atinge também
aqueles que tem relação de subordinação direta com a b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
Administração Pública. vagos;(Incluída pela EC nº 32, de 2001)
Exs.: 1º) prática de infração funcional- aplicação das Cargo criado por lei deve ser extinto por lei. Paralelismo das
penalidades; 2º) Contratado inadimplente – a formas
Administração aplica as sanções.
Cargo vago pode ser extinto por decreto. O decreto ocupou
- O PODER DISCIPLINAR TEM DECISÕES/PROVIDÊNCIAS o lugar da lei. É executivo ou autônomo? É Autônomo!
VINCULADAS E DISCRICIONÁRIAS.
O fundamento do Regulamento Autônomo é direto da
5.3 PODER REGULAMENTAR/NORMATIVO: Constituição, “pula um degrau”, sem lei entre ele e a CF.
- Disciplina complementar à previsão legal, normatiza, - Regulamento Autônomo- fundamento de validade: direto
disciplina, regulamenta, complementando a previsão legal, na CF.
buscando sua fiel execução.
Maioria: doutrina, jurisprudência, STF: regulamento
Ex: Lei 10.520/2002 – definiu o pregão enquanto autônomo é possível a partir da EC 32/2001, que alterou o
modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços art. 84, VI, da CF. Só é possível em exceção e expressamente
comuns. autorizado pela CF.
Decreto nº 3555/2000 como exercício de poder 5.4 PODER DE POLÍCIA:
regulamentar, permitindo perfeita aplicação, fiel execução
- CTN ,Art. 78. Considera-se PODER DE POLÍCIA atividade
da lei.
da administração pública que, limitando ou disciplinando
ATOS: direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
- REGULAMENTOS abstenção de fato, em razão de interesse público
- DECRETO(REGULAMENTAR E AUTÔNOMO) concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
- INSTRUMENTOS NORMATIVOS costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
_ REGIMENTOS exercício de atividades econômicas dependentes de
_ RESOLUÇÕES concessão ou autorização do Poder Público, à
_ DELIBERAÇÕES tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato
Complementar nº 31, de 28.12.1966)
Regulamento
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder
Normatiza uma situação – conteúdo. Para divulgar o
de polícia quando desempenhado pelo órgão competente
regulamento, o conteúdo, fazemos isso por meio de
nos limites da lei aplicável, com observância do processo
Decreto (modelo, forma)
legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
No direito comparado e no Brasil há 2 tipos de discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
regulamento:
- No exercício do Poder de Polícia, o Poder Público vai
• Regulamento Executivo/Decreto Regulamentar – serve frenar/restringir/limitar a atuação do particular em nome
para complementar a previsão legal, permitindo sua fiel do interesse público.
execução. Art. 84, IV,CF/88.
- Compatibilização de interesses públicos e privados. O que
• Regulamento Autônomo – exerce o papel da lei, se busca é o bem-estar social. É a compatibilização dos
disciplina, normatiza, independentemente de lei anterior. interesses em busca do bem-estar da sociedade.
Art. 84, VI, CF/88.
Basicamente, atinge dois direitos:
CF/88:
a) Liberdade
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
b) Propriedade
República:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel Características:
execução;
Poder de Polícia Preventivo: evita um prejuízo maior
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
Poder de Polícia Fiscalizador

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
37
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Poder de Polícia Repressivo/Sancionador II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela


utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
Na sua maioria, traz uma abstenção, obrigação de não
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos
fazer.
a sua disposição;
O Poder de Polícia não guarda relação anterior com o III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
particular. Não há relação jurídica anterior no Poder de
Polícia.
- FUNDAMENTO: SUPREMACIA GERAL- No exercício do LEI Nº 5.172/66- CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (CTN)
Poder de Polícia, o fundamento é a chamada
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da
SUPREMACIA GERAL, atuação do Poder de Polícia que administração pública que, limitando ou disciplinando
independe de relação jurídica anterior, de vínculo anterior. direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou
Ex.: controle alfandegário, controle de consumo de bebidas abstenção de fato, em razão de intêresse público
alcoólicas, velocidade em vias públicas. concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes,
- Poder de Polícia à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou
- ato normativo (também será poder regulamentar) autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao
- ato punitivo respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de
OBS: O PODER DE POLÍCIA É, EM REGRA, NEGATIVO. MAS 1966)
NÃO É SEMPRE NEGATIVO!
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder
5.4.1) ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA: de polícia quando desempenhado pelo órgão competente
 DISCRICIONARIEDADE (regra geral). nos limites da lei aplicável, com observância do processo
legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
 AUTO-EXECUTORIEDADE (regra geral) discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
 COERCIBILIDADE (regra geral)..
Polícia Administrativa # de Polícia Judiciária, que busca _______________________________________________
aplicação da lei penal, a contenção do crime e não pode ser _________________________________________________
exercida por qualquer órgão. A Polícia Judiciária tem _________________________________________________
corporação própria. _________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
LEGISLAÇÃO CORRESPONDENTE _________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
_________________________________________________
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
_________________________________________________
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
_________________________________________________
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
_________________________________________________
delegação legislativa;
_________________________________________________
_________________________________________________
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
_________________________________________________
República:
_________________________________________________
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como
_________________________________________________
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
_________________________________________________
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela
_________________________________________________
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
_________________________________________________
a) organização e funcionamento da administração federal,
_________________________________________________
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
_________________________________________________
extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda
_________________________________________________
Constitucional nº 32, de 2001)
_________________________________________________
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
_________________________________________________
vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
_________________________________________________
_________________________________________________
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
_________________________________________________
Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
_________________________________________________
I - impostos;
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
38
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

MEMOREX -PROCESSO ADMINISTRATIVO-LEI Nº. 9.784/99


É um conjunto de atos coordenados e interdependentes necessários a produzir uma
CONCEITO
decisão final a respeito de alguma função ou atividade administrativa.
- Legalidade Objetiva: exige que o processo seja instaurado e conduzido com base na
lei.
- Oficialidade: à Administração compete a movimentação do processo administrativo.
PRINCÍPIOS INFORMADORES DOS
- Informalismo: os atos praticados não exigem formalidades especiais.
PROCESSOS ADMINISTRATIVOS
- Verdade Material: o que importa é conhecer o fato efetivamente ocorrido, como se
deu no mundo real.
-Contraditório e ampla defesa: princípio constitucional assegurado em todos os tipos
de processo.
o
Art. 2 A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de
poderes ou competências, salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de
agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo
previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e
PRINCÍPIOS EXPRESSOS NA LEI Nº
sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
9.784/99
interesse público;
(art. 2º)
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza,
segurança e respeito aos direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à
produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam
resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos
interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação.
o
Art. 1 Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito
da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos
direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
o
§ 1 Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
o
DISPOSIÇÕES GERAIS § 2 Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da
estrutura da Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
o
Art. 3 O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem
DIREITOS DOS ADMINISTRADOS prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
(art. 3º) I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o
exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
39
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição


de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e
conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão
objeto de consideração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a
representação, por força de lei.

o
Art. 4 São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros
previstos em ato normativo:
I - expor os fatos conforme a verdade;
DEVERES DO ADMINISTRADOS
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
(art. 4º)
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o
esclarecimento dos fatos.
DO INÍCIO DO PROCESSO
o
Art. 9 São legitimados como interessados no processo administrativo:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses
individuais ou no exercício do direito de representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam
ser afetados pela decisão a ser adotada;
LEGITIMADOS NO PROCESSO
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses
(NA QUALIDADE DE INTERESSADO)
coletivos;
(art. 9º)
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou
interesses difusos.
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos,
ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que


foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente
admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes
não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de
competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
COMPETÊNCIA o
§ 1 O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da
(arts. 11 a 17)
atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível,
podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
o
§ 2 O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
o
§ 3 As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta
qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das
respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em
matéria de interesse especial.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser
iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
40
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:


I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou
parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo
cônjuge ou companheiro.
DO IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato
(arts. 18 a 21) à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta
grave, para efeitos disciplinares.
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade
íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos
cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem
efeito suspensivo.

Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada


senão quando a lei expressamente a exigir.
o
§ 1 Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data
e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
o
§ 2 Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando
houver dúvida de autenticidade.
o
§ 3 A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão
administrativo.
o
§ 4 O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS
funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
ATOS DO PROCESSO
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo
(arts. 22 a 25)
adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado
ou à Administração.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável
pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo
de cinco dias, salvo motivo de força maior.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro,
mediante comprovada justificação.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão,
cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.

Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo


determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de
diligências.
o
§ 1 A intimação deverá conter:
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
II - finalidade da intimação;
III - data, hora e local em que deve comparecer;
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
V - informação da continuidade do processo independentemente do seu
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
(arts.26 a 28)
comparecimento;
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
o
§ 2 A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de
comparecimento.
o
§ 3 A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso
de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do
interessado.
o
§ 4 No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio
indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
o
§ 5 As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais,
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
41
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.


Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade
dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla
defesa ao interessado.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o
interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de
direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

- Instauração
FASES DO PROCESSO
- Instrução (e relatório)
(arts. 29 a 47)
- Decisão
o
Art. 5 O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.
o
Art. 6 O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida
solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II - identificação do interessado ou de quem o represente;
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
- DA INSTAURAÇÃO V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
(INÍCIO DO PROCESSO) Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de
(arts. 5º a 8º) documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de
eventuais falhas.
o
Art. 7 Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou
formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.
o
Art. 8 Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e
fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo
preceito legal em contrário.

Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados


necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão
responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor
atuações probatórias.
o
§ 1 O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários
à decisão do processo.
o
§ 2 Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do
modo menos oneroso para estes.
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios
ilícitos.
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão
competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública
para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo
para a parte interessada.
DA INSTAURAÇÃO o
§ 1 A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a
fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo
para oferecimento de alegações escritas.
o
§ 2 O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de
interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta
fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais.
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da
questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do
processo.
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão
estabelecer outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio
de organizações e associações legalmente reconhecidas.
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de
participação de administrados deverão ser apresentados com a indicação do
procedimento adotado.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
42
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou


entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a
participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a
respectiva ata, a ser juntada aos autos.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do
dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta
Lei.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em
documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em
outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à
obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar
documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações
referentes à matéria objeto do processo.
o
§ 1 Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e
da decisão.
o
§ 2 Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas
propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias.
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de
provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim,
mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se
entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a
decisão.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem
necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado
pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do
processo.
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com
antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de
realização.
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer
deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou
comprovada necessidade de maior prazo.
o
§ 1 Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o
processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se
quem der causa ao atraso.
o
§ 2 Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado,
o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo
da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos
laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo
assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro
órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo
máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente
adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e
documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e
à imagem.
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final
elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e
formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à
autoridade competente.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
43
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

- É a peça informativa -opinativa, que informa à autoridade (competente para decidir)


DO RELATÓRIO tudo o que ocorreu no processo e opina por uma decisão.Não é vinculativo, podendo a
autoridade divergir de suas conclusões.
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos
administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
DO DEVER DE DECIDIR Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o
(arts. 48 e 49) prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período
expressamente motivada.

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo.
DA MOTIVAÇÃO o
§ 1 A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em
(art. 50)
declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações,
decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
o
§ 2 Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio
mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique
direito ou garantia dos interessados.
o
§ 3 A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais
constará da respectiva ata ou de termo escrito.

Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou


parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
o
§ 1 Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a
tenha formulado.
o
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS § 2 A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o
DE EXTINÇÃO DO PROCESSO prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público
(arts. 51 e 52) assim o exige.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua
finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
superveniente.

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E foram praticados, salvo comprovada má-fé.
o
CONVALIDAÇÃO § 1 No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da
(arts. 53 a 55) percepção do primeiro pagamento.
o
§ 2 Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à validade do ato.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público
nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
44
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e
de mérito.
o
§ 1 O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
o
§ 2 Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de
caução.
o
§ 3 Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da
súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a
reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as
razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído
pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias
administrativas, salvo disposição legal diversa.
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão
recorrida;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses
coletivos;
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de
recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão
recorrida.
o
§ 1 Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser
decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão
competente.
o
§ 2 O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E período, ante justificativa explícita.
DA REVISÃO Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá
(arts. 56 a 65) expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que
julgar convenientes.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação
decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá,
de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar
os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.
o
§ 1 Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente,
sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
o
§ 2 O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o
ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar,
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à
situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações
antes da decisão.
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão
competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de
2006). Vigência
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação
de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
45
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões


administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas
esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.

Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-
se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
o
§ 1 Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento
cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora
normal.
o
DOS PRAZOS § 2 Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
o
(art. 66 e 67) § 3 Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do
vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como
termo o último dia do mês.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais
não se suspendem.

Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza
DAS SANÇÕES pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre
(art. 68) o direito de defesa.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei
própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os
procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: pessoa com
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; pessoa portadora de deficiência, física ou
mental; pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna,
hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de
Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave,
DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO
estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por
DO PROCESSO
radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base
(art. 69-A)**
em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída
após o início do processo.
- A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição,
deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as
providências a serem cumpridas
** acrescentado pela Lei nº 12.008, de 29/07/2009.
CLASSIFICAÇÃO
ATOS PRAZOS ART.
Intimação para comparecimento Mínimo de 3 dias úteis Art. 26
Intimação dos interessados de prova ou Mínimo de 3 dias úteis Art. 41
diligência ordenada
Intimação dos interessados no recurso 5 dias úteis para apresentação de alegações Art. 62
Reconsideração do recurso pela 5 dias; se não o considerar, encaminhará à autoridade superior Art. 56
autoridade que proferiu a decisão
5 dias, salvo força maior, podendo ser dilatado até o dobro se Art. 24
Para todos os atos do órgão ou entidade
justificado
Interposição de recurso Máximo de 10 dias Art. 59
Manifestação após encerrada a instrução Máximo de 10 dias, salvo determinação legal Art. 44
Máximo de 15 dias, salvo norma especial ou comprovada Art. 42
Emissão de parecer de órgão consultivo
necessidade de maior prazo
Decisão após a instrução Até 30 dias, podendo ser prorrogáveis, se motivado. Art. 49
Máximo de 30 dias, contados do recebimento dos autos, Art. 59
Decisão de recurso
prorrogáveis se justificados
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
46
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

O Tribunal, por unanimidade, rejeitou as preliminares de


JURISPRUDÊNCIA STF/STJ inépcia e de prejuízo da ação. No mérito, também por
unanimidade, julgou procedente, em parte, a ação para
1) PODER REGULAMENTAR. NÃO PODE INOVAR OU
declarar a inconstitucionalidade do Decreto Legislativo nº
EXTRAPOLAR O QUE DISPÕE A NORMA PRIMÁRIA
111, de 06 de dezembro de 1996, no que veio a sustar a
Processo-ROMS 200602146908 eficácia, no Decreto nº 17.128, de 31 de janeiro de 1996, do
ROMS - RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE Distrito Federal, relativamente ao artigo 1º, cabeça, ao § 1º,
SEGURANÇA - 22828 ao § 2º, incisos I e II, e ao § 3º, nele inserido, bem como dos
Relator(a) artigos 6º e 7º, nos termos do voto do Relator. Votou o
ARNALDO ESTEVES LIMA Presidente. Ausentes, justificadamente, os Senhores
Sigla do órgão: STJ Ministros Celso de Mello e Joaquim Barbosa. Presidiu o
Órgão julgador: QUINTA TURMA julgamento o Senhor Ministro Nelson Jobim, Vice-
Fonte: DJE DATA:19/05/2008 Presidente no exercício da Presidência. Plenário,
Decisão 13.05.2004. ..FLAG: F
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as
Ementa
acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA
do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar REGULAMENTO - BALIZAS - SUSTAÇÃO - EXECUTIVO VERSUS
provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro LEGISLATIVO. Mostra-se constitucional decreto legislativo
Relator. Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Felix Fischer e Laurita que implique sustar ato normativo do Poder Executivo
Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, exorbitante do poder regulamentar. TETO - APLICAÇÃO - LEI
justificadamente, o Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho. E REGULAMENTO. O regulamento pressupõe a observância
Ementa do objeto da lei. Extravasa-a quando, prevista a aplicação do
DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM teto de remuneração de servidores considerada a
MANDADO DE SEGURANÇA. POLICIAL MILITAR DO ESTADO administração direta, autárquica e fundacional, viabiliza a
DE SANTA CATARINA. INDENIZAÇÃO DE ESTÍMULO extensão às sociedades de economia mista e empresas
OPERACIONAL. ALTERAÇÃO DA FORMA DE CÁLCULO DA
públicas.
PARCELA POR DECRETO. ILEGALIDADE. RECURSO PROVIDO.
3) PODER DE POLÍCIA, O SEU EXERCÍCIO NÃO PODE SER
1. O decreto, como norma secundária – que tem função DELEGADO A ENTIDADES PRIVADAS
eminentemente regulamentar, conforme o art. 84, inc. IV,
da Constituição Federal –, não pode contrariar ou extrapolar ADI 1717 / DF - DISTRITO FEDERAL
a lei, norma primária. Não pode restringir os direitos nela AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
preconizados. Isso porque tão-somente a lei, em caráter Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES
inicial, tem o poder de inovar no ordenamento jurídico. 2. Julgamento: 07/11/2002
Os Decretos Estaduais 2.697/04 e 2.815/04 modificaram Órgão Julgador: Tribunal Pleno
substancialmente a forma de cálculo da Indenização de Publicação :DJ 28-03-2003 PP-00061
Estímulo Operacional, parcela destinada ao pagamento de Ementa
serviço extraordinário e noturno, consoante estabelecido DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO
nas Leis Complementares Estaduais 137/95 e 254/03. Em DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 58 E SEUS
conseqüência, quanto a esse aspecto, mostram-se ilegais, PARÁGRAFOS DA LEI FEDERAL Nº 9.649, DE 27.05.1998, QUE
porquanto contrariam a lei. 3. Os decretos em referência TRATAM DOS SERVIÇOS DE FISCALIZAÇÃO DE PROFISSÕES
foram além das leis que regulamentaram, ao autorizarem REGULAMENTADAS. 1. Estando prejudicada a Ação, quanto
que o administrador não mais pagasse ao servidor público o ao § 3º do art. 58 da Lei nº 9.649, de 27.05.1998, como já
valor correspondente às horas extras efetivamente decidiu o Plenário, quando apreciou o pedido de medida
trabalhadas, de acordo com a forma de cálculo fixada pela cautelar, a Ação Direta é julgada procedente, quanto ao
lei, permitindo, assim, o enriquecimento sem causa do mais, declarando-se a inconstitucionalidade do "caput" e
Estado. Além disso, permitiram que o servidor público dos § 1º, 2º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º do mesmo art. 58. 2. Isso
percebesse menos pela mesma quantidade de horas extras porque a interpretação conjugada dos artigos 5°, XIII, 22,
prestadas. Assim, violaram o princípio da irredutibilidade de XVI, 21, XXIV, 70, parágrafo único, 149 e 175 da Constituição
vencimentos, preconizado pelo art. 37, inc. XV, da Federal, leva à conclusão, no sentido da indelegabilidade, a
Constituição Federal. 4. Recurso ordinário provido. uma entidade privada, de atividade típica de Estado, que
abrange até poder de polícia, de tributar e de punir, no que
2) ATOS QUE EXORBITAM O PODER REGULAMENTAR concerne ao exercício de atividades profissionais
regulamentadas, como ocorre com os dispositivos
ADI 1553- AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): MARCO AURÉLIO impugnados. 3. Decisão unânime.
Sigla do órgão: STF 4) DESMEMBRAMENTO DO EXERCÍCIOS DO PODER DE
Decisão POLÍCIA - POSSIBILIDADE DE DELEGAÇÃO À PESSOAS
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
47
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

PRIVADAS APENAS DOS ATOS DE CONSENTIMENTOS E formal. A Lei 6.835/2001, de iniciativa da Mesa da
FISCALIZATÓRIOS Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, cria nova
atribuição à Secretaria de Fazenda Estadual, órgão
REsp 817534 / MG RECURSO ESPECIAL 2006/0025288-1 integrante do Poder Executivo daquele Estado. À luz do
Relator(a):Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES (1141) princípio da simetria, são de iniciativa do chefe do Poder
Sigla do órgão: T2 - SEGUNDA TURMA Executivo estadual as leis que versem sobre a organização
Data do julgamento: 10/11/2009 administrativa do Estado, podendo a questão referente à
Data da publicação / Fonte: DJE 10/12/2009 organização e funcionamento da administração estadual,
Ementa quando não importar aumento de despesa, ser
ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. TRÂNSITO. SANÇÃO regulamentada por meio de Decreto do chefe do Poder
PECUNIÁRIA APLICADA POR SOCIEDADE DE ECONOMIA Executivo (...). Inconstitucionalidade formal, por vício de
MISTA. IMPOSSIBILIDADE. iniciativa da lei ora atacada." (ADI 2.857, Rel. Min. Joaquim
1. Antes de adentrar o mérito da controvérsia, convém Barbosa, julgamento em 30-8-2007, Plenário, DJ de 30-11-
afastar a preliminar de conhecimento levantada pela parte 2007.)
recorrida. Embora o fundamento da origem tenha sido a lei
local, não há dúvidas que a tese sustentada pelo recorrente _______________________________________________
em sede de especial (delegação de poder de polícia) é _________________________________________________
retirada, quando o assunto é trânsito, dos dispositivos do _________________________________________________
Código de Trânsito Brasileiro arrolados pelo recorrente _________________________________________________
(arts. 21 e 24), na medida em que estes artigos tratam da _________________________________________________
competência dos órgãos de trânsito. O enfrentamento da _________________________________________________
tese pela instância ordinária também tem por consequência _________________________________________________
o cumprimento do requisito do prequestionamento. 2. No _________________________________________________
que tange ao mérito, convém assinalar que, em sentido _________________________________________________
amplo, poder de polícia pode ser conceituado como o dever _________________________________________________
estatal de limitar-se o exercício da propriedade e da _________________________________________________
liberdade em favor do interesse público. A controvérsia em _________________________________________________
debate é a possibilidade de exercício do poder de polícia por _________________________________________________
particulares (no caso, aplicação de multas de trânsito por _________________________________________________
sociedade de economia mista). 3. As atividades que _________________________________________________
envolvem a consecução do poder de polícia podem ser _________________________________________________
sumariamente divididas em quatro grupo, a saber: (i) _________________________________________________
legislação, (ii) consentimento, (iii) fiscalização e (iv) sanção. _________________________________________________
4. No âmbito da limitação do exercício da propriedade e da _________________________________________________
liberdade no trânsito, esses grupos ficam bem definidos: o _________________________________________________
CTB estabelece normas genéricas e abstratas para a _________________________________________________
obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (legislação); a _________________________________________________
emissão da carteira corporifica a vontade o Poder Público _________________________________________________
(consentimento); a Administração instala equipamentos _________________________________________________
eletrônicos para verificar se há respeito à velocidade _________________________________________________
estabelecida em lei (fiscalização); e também a _________________________________________________
Administração sanciona aquele que não guarda observância _________________________________________________
ao CTB (sanção). 5. Somente o atos relativos ao _________________________________________________
consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois aqueles _________________________________________________
referentes à legislação e à sanção derivam do poder de _________________________________________________
coerção do Poder Público. 6. No que tange aos atos de _________________________________________________
sanção, o bom desenvolvimento por particulares estaria, _________________________________________________
inclusive, comprometido pela busca do lucro - aplicação de _________________________________________________
multas para aumentar a arrecadação. 7. Recurso especial _________________________________________________
provido. _________________________________________________
_________________________________________________
5) DECRETO AUTÔNOMO. CHEFE DO EXECUTIVO ESTADUAL _________________________________________________
_________________________________________________
Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 6.835/2001 do
_________________________________________________
Estado do Espírito Santo. Inclusão dos nomes de pessoas
_________________________________________________
físicas e jurídicas inadimplentes no Serasa, Cadin e SPC.
_________________________________________________
Atribuições da Secretaria de Estado da Fazenda. Iniciativa da
_________________________________________________
Mesa da Assembleia Legislativa. Inconstitucionalidade
_________________________________________________
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
48
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Capítulo 5 estava investido de atribuições para tanto.


Finalmente, é preciso verificar se o agente público
Atos Administrativos que praticou o ato, fê-lo no exercício das
atribuições do cargo. O problema da competência,
portanto, resolve-se nesses três aspectos.
 CONCEITO DE ATO JURÍDICO: é uma manifestação da
vontade humana, destinada a produzir efeitos jurídicos.  A competência ADMITE DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO.
Esses institutos resultam da hierarquia.
 CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO: é toda
manifestação unilateral de vontade da Administração  FINALIDADE: é o bem jurídico objetivado pelo ato
Pública; é todo o ato lícito, que tenha por fim imediato administrativo; é vinculado;
adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir
O ato deve alcançar a finalidade expressa ou
direitos; só pode ser praticado por agente público
implicitamente prevista na norma que atribui competência
competente;
ao agente para a sua prática. O Administrador não pode
Logo: fugir da finalidade que a lei imprimiu ao ato, sob pena de
NULIDADE do ato pelo DESVIO DE FINALIDADE específica.
Ato jurídico  gênero
Havendo qualquer desvio, o ato é nulo por DESVIO DE
Ato administrativo espécie. FINALIDADE, mesmo que haja relevância social.
 Ato administrativo # Fato administrativo.  FORMA: é a maneira regrada (escrita em lei) de
como o ato deve ser praticado; É o revestimento
 Fato Administrativo: é o acontecimento
externo do ato; é VINCULADO.
material da Administração, em cumprimento de um
ato administrativo que o determina, que poderá Em princípio, exige-se a forma escrita para a prática do ato.
produzir consequências jurídicas. Ex.: a construção Excepcionalmente, admitem-se as ordens através de sinais
de uma ponte, a instalação de um serviço público ou de voz, como são feitas no trânsito. Em alguns casos, a
etc. forma é particularizada e exige-se um determinado tipo de
forma escrita.
OBS: Di Pietro traz uma análise diferente entre fato
administrativo e fato da administração:  MOTIVO: é a situação de fato e a situação de
direito que autoriza ou exige a prática do ato
1) FATO ADMINISTRATIVO – ocorre quando o fato descrito
administrativo;
na norma legal produz efeitos no campo do direito
administrativo.  OBJETO: é o conteúdo do ato; é a própria
Ex.: morte do servidor tem repercussão jurídica (gera alteração na ordem jurídica; é aquilo que o ato
pensão e vacância); dispõe. Pode ser VINCULADO ou
DISCRICIONÁRIO.
2) FATO DA ADMINISTRAÇÃO- se o fato não produz
qualquer efeito jurídico no direito administrativo. ato vinculado: o objeto já está
predeterminado na lei (Ex.: aposentadoria do servidor).
Ex.: servidor cai da escada no Ministério da Fazenda e
rapidamente se levanta, sendo uma ocorrência dentro da ato discricionário:há uma margem de
Administração, mas sem repercussões jurídicas. liberdade do Administrador para preencher o conteúdo do
ato (Ex.: desapropriação – cabe ao Administrador escolher o
ANÁLISE DE VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO: bem, de acordo com os interesses da Administração).
REQUISITOS (OU ELEMENTOS) DO ATO ADMINISTRATIVO
REQUISITOS  (CFFMO)  Competência, Finalidade,
Forma, Motivo e Objeto.  MOTIVO e OBJETO, nos chamados atos
discricionários, caracterizam o que se denomina de
 COMPETÊNCIA: é o poder, resultante da lei, MÉRITO ADMINISTRATIVO.
que dá ao agente administrativo a capacidade
- MÉRITO ADMINISTRATIVO: corresponde à esfera de
de praticar o ato administrativo; é
discricionariedade reservada ao Administrador e, em
VINCULADO;
princípio, não pode o Poder Judiciário pretender
 É o primeiro requisito de validade do ato substituir a discricionariedade do administrador pela
administrativo. Inicialmente, é necessário verificar discricionariedade do Juiz. Pode, no entanto, examinar os
se a Pessoa Jurídica tem atribuição para a prática motivos invocados pelo Administrador para verificar se
daquele ato. É preciso saber, em segundo lugar, se eles efetivamente existem e se porventura está
o órgão daquela Pessoa Jurídica que praticou o ato, caracterizado um desvio de finalidade.
- TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
49
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Se o Administrador invoca determinados motivos, a validade do ato fica subordinada à efetiva existência desses motivos
invocados para a sua prática.
motivação obrigatória - ato vinculado  pode estar previsto em lei (a autoridade só pode praticar o ato caso ocorra a
situação prevista),
motivação facultativa - ato discricionário  não está previsto em lei (a autoridade tem a liberdade de escolher o motivo
em vista do qual editará o ato);
Requisitos Tipo do Ato Características
 é O PODER, resultante da lei, que dá ao agente administrativo a
COMPETÊNCIA Vinculado capacidade de praticar o ato administrativo. Admite DELEGAÇÃO e
AVOCAÇÃO.
 é o bem jurídico OBJETIVADO pelo ato administrativo; é ao que o
FINALIDADE Vinculado
ato se compromete;
 é a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser
FORMA Vinculado
praticado; É o revestimento externo do ato.
Vinculado ou  é a situação de fato e de direito que autoriza ou exige a prática do
MOTIVO
Discricionário ato administrativo;
Vinculado ou  é o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem jurídica; é
OBJETO
Discricionário aquilo de que o ato dispõe, trata.

ATRIBUTOS E QUALIDADES DO ATO ADMINISTRATIVO


 (P A I) - DOUTRINA TRADICIONAL
 (PATI) - DOUTRINA MODERNA
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE: todo ato administrativo presume-se legítimo, isto é, verdadeiro e conforme o direito; é
presunção relativa (juris tantum).
Ex.: Execução de Dívida Ativa – cabe ao particular o ônus de provar que não deve ou que o valor está errado.
Espécies (segundo Celso Antônio Bandeira de Mello e Maria Sylvia Zanela Di Pietro):
 Presunção de legitimidade: diz respeito à conformidade do ato com a lei.
 Presunção de veracidade: diz respeito aos fatos.
AUTO-EXECUTORIEDADE: é o atributo do ato administrativo pelo qual o Poder Público pode obrigar o administrado a
cumprí-lo, independentemente de ordem judicial; não existe em todos os atos, por exemplo, cobrança de uma multa.
Ex. : fechamento de um estabelecimento, demolição de um prédio etc.
Espécies (segundo Celso Antônio Bandeira de Mello e Maria Sylvia Zanela Di Pietro):
 Exigibilidade: a Administração se utiliza de meios indiretos de coerção, como a multa.
 Executoriedade: permite à Administração executar diretamente a sua decisão pelo uso da força.
IMPERATIVIDADE: é a qualidade pela qual os atos dispõem de força executória e se impõem aos particulares,
independentemente de sua concordância; não existe em todos os atos, por exemplo, na permissão, na autorização etc.
Ex.: Secretário de Saúde quando dita normas de higiene – decorre do exercício do Poder de Polícia – pode impor obrigação
para o administrado. É o denominado poder extroverso da Administração.
TIPICIDADE* (entendimento de Marya Silvia Zanela Di Pietro): é o atributo pelo qual o ato administrativo deve
corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Trata-se de uma
decorrência do princípio da legalidade.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
50
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS


 Atos Normativos: aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a correta aplicação da lei;
estabelecem regras gerais e abstratas, pois visam a explicitar a norma legal. Exs.: Decretos, Regulamentos,
Regimentos, Resoluções, Deliberações, etc.
 Atos Ordinatórios: visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.
Emanam do poder hierárquico da Administração. Exs.: Instruções, Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de Serviço,
Ofícios, Despachos.
 Atos Negociais: aqueles que contêm uma declaração de vontade do Poder Público coincidente com a vontade do
particular; visa a concretizar negócios públicos ou atribuir certos direitos ou vantagens ao particular. Ex.: Licença;
Autorização; Permissão; Aprovação; Apreciação; Visto; Homologação; Dispensa; Renúncia;
 Atos Enunciativos(atos declartóriaos): aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir opinião
sobre determinado assunto; NÃO SE VINCULA A SEU ENUNCIADO.
Ex.: Certidões; Atestados; Pareceres.
 Atos Punitivos: atos com que a Administração visa a punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta
irregular dos administrados ou de servidores. É a APLICAÇÃO do Poder de Policia e Poder Disciplinar. Ex.: Multa;
Interdição de atividades; Destruição de coisas; Afastamento de cargo ou função.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS- temos vários doutrinadores classificando os atos administrativos. Isso torna
o entendimento confuso. Algumas dessas classificações são:
1. ATOS GERAIS E INDIVIDUAIS;
2. ATOS EXTERNOS E INTERNOS;
3. ATOS DE IMPÉRIO, GESTÃO E EXPEDIENTE;
4. ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS;
5. ATOS SIMPLES, COMPLEXOS E COMPOSTOS;
6. ATOS PUROS, MEROS ATOS ADMINISTRATIVOS E NEGOCIAIS;
7. ATOS CONSTITUTIVOS, DECLARATÓRIOS E ENUNCIATIVOS;
8. ATOS UNILATERAIS E BILATERAIS;
9. ATOS VÁLIDOS, PERFEITOS, IMPERFEITOS, PENDENTES E CONSUMADOS;
10. ATOS AMPLIATIVOS OU RESTRITIVOS;
11. ATOS ABSTRATOS OU CONCRETOS;
12. ATO-REGRA, ATO-SUBJETIVO E ATO-CONDIÇÃO;
13. ATOS PRINCIPAL, COMPLEMENTAR, INTERMEDIÁRIO, CONDIÇÃO E JURISDIÇÃO;
14. ATOS ATIVOS, CONSULTIVO, CONTROLADOR, VERIFICADOR E CONTENCIOSO;
15. ATOS CONSTITUTIVO, EXTINTIVO, DECLARATÓRIO, ALIENATIVO, MODIFICATIVO E ABDICATIVO.

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS(PELA RETIRADA DO ATO):


 ANULAÇÃO: é a supressão do ato administrativo, com efeito retroativo, por razões de ilegalidade e ilegitimidade. Pode
ser examinado pelo Poder Judiciário (razões de legalidade e legitimidade) e pela Administração Pública (aspectos legais e
no mérito).
EFEITO EX-TUNC = com efeito retroativo; invalida as conseqüências passadas, presentes e futuras.
 REVOGAÇÃO: é a extinção de um ato administrativo legal e perfeito, por razões de conveniência e oportunidade, pela
Administração, no exercício do poder discricionário. O ato revogado conserva os efeitos produzidos durante o tempo em
que operou. A partir da data da revogação é que cessa a produção de efeitos do ato até então perfeito e legal. Só pode
ser praticado pela Administração Pública por razões de oportunidade e conveniência. A revogação não pode atingir os
direitos adquiridos

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
51
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

EFEITO EX-NUNC = sem efeito retroativo


 CADUCIDADE: É a cessação dos efeitos do ato em razão de uma lei superveniente, com a qual esse ato é incompatível.
A característica é a incompatibilidade do ato com a norma subsequente.
 CASSAÇÃO: embora legítimo na sua origem e formação, torna-se ilegal na sua execução; quando o destinatário
descumpre condições pré-estabelecidas. Ex.:: alguém obteve uma permissão para explorar o serviço público, porém
descumpriu uma das condições para a prestação desse serviço. Vem o Poder Público e, como penalidade, procede a
cassação da permissão.

O INSTITUTO DA CONVALIDAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO:


 CONVALIDAÇÃO ( ou saneamento) é o ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, com
efeitos retroativos à data em que este foi praticado. A convalidação está prevista na Lei nº. 9784/99, nos artigos 54 e 55.
A convalidação tanto pode ocorrer nos atos vinculados como nos atos discricionários.
Com relação aos elementos do ato ( C F F M O), vejamos:
Pode ser convalidada, desde que não se trate de competência outorgada com exclusividade, caso
em que se exclui a possibilidade de delegação ou avocação. Também não se admite a convalidação
COMPETÊNCIA
de incompetência em razão da matéria (por exemplo, quando um Ministério pratica ato de
competência de outro Ministério, porque existe exclusividade de atribuições).
Não pode ser convalidada, pois não se pode mudar a intenção do agente. E ela deve ser sempre o
FINALIDADE
interesse público.
FORMA Pode ser convalidada, desde que a forma não seja essencial à validade do ato.
MOTIVO Não pode ser convalidado. Não há como alterar, com efeito retroativo, uma situação de fato.
OBJETO Não pode ser convalidado.

TEORIA DAS NULIDADES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


A DIVISÃO DO ATO ADMINISTRATIVO EM REQUISITOS SERVE PARA FACILITAR A IDENTIFICAÇÃO DE DEFEITOS. UM
DEFEITO SURGE SEMPRE QUE O ATO ADMINISTRATIVO FOR PRATICADO EM DESCONFORMIDADE COM AS EXIGÊNCIAS
LEGAIS. PORÉM HÁ DIVERSOS NÍVEIS DE DESCUMPRIMENTO DA LEI E CONSEQUENTEMENTE VÁRIOS GRAUS DE
NULIDADE.
1ª CORRENTE- TEORIA UNITÁRIA: essa teoria sustenta que qualquer ILEGALIDADE é causa de nulidade. Todo ato
viciado é nulo. Inexiste graus de violação. Ou é ou não é. Não se aceita
convalidação.
2ª CORRENTE- TEORIA BINÁRIA: essa teoria divide os atos administrativos ilegais em nulos e anuláveis.
3ª CORRENTE- TEORIA TERNÁRIA: para essa teoria os atos administrativos ilegais podem ser divididos em nulos,
anuláveis e irregulares.
4ª CORRENTE- TEORIA QUATERNÁRIA essa teoria reconhece quatro tipos de atos ilegais: nulos, anuláveis, irregulares e
(MAJORITÁRIA EM CONCURSOS): inexistentes.

ATOS NULOS E ATOS ANULÁVEIS :


Atos Nulos: são aqueles que atingem gravemente a lei ( Ex.: prática de um ato por uma pessoa jurídica incompetente).
Atos Anuláveis: representa uma violação mais branda à norma (Ex.: um ato que era de competência do Ministro e foi
praticado por Secretário Geral. Houve violação, mas não tão grave porque foi praticado dentro do mesmo órgão).

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
52
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

NOTA DE AULA

ATOS ADMINISTRATIVOS

É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública


ATO que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir,
ADMINISTRATIVO
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor
obrigações aos administrados ou a si própria. (Hely Lopes Meirellles,
Direito Administrativo Brasileiro, p. 145)

É a declaração de vontade do Estado ou de quem o represente, que


produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime
jurídico de direito público e se sujeita a controle do Poder Judiciário.
(Maria Sylvia Z. Di Pietro, Direito Administrativo, p. 196)

É a declaração de vontade do Estado ou de lhe faça as vezes, no exercício


de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas
complementares da lei a título de lhe dar cumprimento e sujeitas a
controle de legitimidade dos órgãos jurisdicionais. (Celso Antônio B. de
Mello, Curso de Direito Administrativo, p. 16)

NÃO CONFUNDIR: ATO JURÍDICO E ATO ADMINISTRATIVO!!!!

ATO
ADMINISTRA-
Ato jurídico  gênero TIVO

Ato administrativo espécie. ATO


JURÍDICO
ATO

NÃO CONFUNDIR: ATO ADMINISTRATIVO COM ATO DA ADMINISTRAÇÃO


DOUTINA MAJORITÁRIA- 1ª CORRENTE

ATOS DA
ADMINISTRAÇÃO

ATO ATO ATO ATOS REGIDOS PELO


ADMINISTRATIVO LEGISLATIVO JUDICIAL DIREITO PRIVADO

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
53
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

DOUTRINA MAJORITÁRIA- 2ª CORRENTE

ATOS DA
ADMINISTRAÇÃO

ATO ATOS ATO ATO ATOS REGIDOS


PELO DIREITO
CONTRATOS
POLÍTICOS ENUNCIATIVO NORMATIVO
ADMINIS- PRIVADO
TRATIVO

NÃO CONFUNDIR ATO ADMINISTRATIVO E FATO ADMINISTRATIVO:


1ª CORRENTE 2º CORRENTE
– FATO ADMINISTRATIVO – ocorre quando o fato descrito na
Fatos Administrativos: correspondem à atividade material. norma legal produz efeitos no campo do direito
administrativo.
Ex.: morte do servidor tem repercussão jurídica (gera pensão
e vacância);
FATO DA ADMINISTRAÇÃO- se o fato não produz qualquer
efeito jurídico no direito administrativo.
Ex.: servidor cai da escada no Ministério da Fazenda e
rapidamente se levanta, sendo uma ocorrência dentro da
Administração, mas sem repercussões jurídicas .

ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


ATRIBUTOS DOS ATOS
São características próprias dos atos
administrativos, que os diferencia
dos atos jurídicos privados.
Doutrina Clássica - PAI Doutrina moderna - PATI

Presunção de legitimidade e veracidade

Presunção de legitimidade e Presunção de legitimidade Presunção de veracidade


veracidade
Auto - executoriedade

Auto-executoriedade Exigibilidade Executoriedade

Tipicidade

Imperatividade Imperatividade

ANÁLISE DO ATO ADMINISTRATIVO

ANÁLISE DE O ato administrativo é válido quando Analisa a conformidade do ato administrativo com OS
VALIDADE produzido de acordo com as normas REQUISITOS FIXADOS NO ORDENAMENTO para a sua
jurídicas que o regem (adequado à correta produção. A doutrina fala em REQUISITOS,
ordem jurídica). PRESSUPOSTOS OU ELEMENTOS para se referir às
condições de validade do ato.
ANÁLISE DE O ato administrativo é perfeito Importa verificar se o ato cumpriu integralmente o ciclo
EXISTÊNCIA (concluído) quando cumpre os requisitos jurídico de formação, revestindo-se dos elementos e
(DE PERFEIÇÃO) de existência jurídica. pressupostos necessários para que possa ser considerado
um ato administrativo.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
54
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

ANÁLISE DE O ato administrativo é eficaz quando Analisa a aptidão do ato para produzir efeitos jurídicos
EFICÁCIA está apto a produzir efeitos. (criar, modificar, preservar e extinguir direitos e
obrigações).

ANÁLISE DE VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO


REQUISITOS (OU ELEMENTOS) DO ATO ADMINISTRATIVO PARA A FORMAÇÃO DO ATO-VALIDADE
(C F F M O)- DOUTRINA CLÁSSICA(LEI 4717/65)

COMPETÊNCIA

FINALIDADE

ATO
ADMINISTRATIVO FORMA

MOTIVO

OBJETO

ATO ADMINISTRATIVO
ATO VINCULADO ATO DISCRICIONÁRIO
-Também chamado de ato regrado C -Os três primeiros elementos são vinculados
-Todos os elementos são vinculados F -Vício de legalidade gera anulação (via de regra).
-Vício de legalidade gera anulação (via de regra). F -Anulação Administração ou Judiciário
-Anulação Administração ou Judiciário -A anulação opera um efeito retroativo (ex tunc)- invalida tudo,
- A anulação opera um efeito retroativo (ex tunc) desde o início, não atingindo o terceiro de boa-fé.
- invalida tudo, desde o início, não atingindo o M - Elementos discricionários.
terceiro de boa-fé. O - Formam o chamado “MERITO ADMINISTRATIVO”.
Ex: licença –maternidade. - Pode ocorrer revogação (por motivo de oportunidade e
conveniência).
- Revogação: somente a Administração ( ou os outros Poderes na
função atípica de administrar).
- A revogação opera um efeito proativo (ex nunc), respeitados os
direitos adquiridos.
Ex: aplicação da penalidade de suspensão em um servidor público.

OBS: ALGUNS ATOS SÃO IRREVOGÁVEIS:


 Os atos consumados, que já exauriram seus efeitos.
 Os atos vinculados, pois nesse o Administrador não tem escolha na prática do ato.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
55
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

 Os atos que geram direitos adquiridos.


 MAIS MOTIVOS PARA ANULAÇÃO DE UM ATO:

1) TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES:


TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES
Se o Administrador invoca determinados Ex: Prefeito da cidade “A” exonera um -Exoneração de cargo em comissão:
motivos, a validade do ato fica servidor de cargo em comissão alegando ato discricionário.
subordinada à efetiva existência desses excesso de despesa com pessoal. Uma Alegação de excesso de despesa com
motivos invocados para a sua prática. semana depois ele nomeia outra pessoa pessoal: motivação. (acaba por
para o cargo. vincular o ato).

EXCESSO DE PODER COMPETÊNCIA


2) ABUSO DE
PODER

DESVIO DE PODER
FINALIDADE

3) FERIR OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

***ATENÇÃO ESPECIAL PARA A RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE!!!!!!!!****

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
56
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

NORMATIVOS

PUNITIVOS ORDINATÓRIOS

ESPÉCIES DE
ATOS

ENUNCIATIVOS NEGOCIAIS

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
57
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

ATOS NORMATIVOS

Decreto
(Ato exclusivo do Chefe do Executivo)

Regulamentos

Instruções Normativas
Regimentos

Resoluções

Deliberações

ATOS ORDINATÓRIOS
Instruções
Provimentos
Circulares
Avisos
Portarias
Ordens de Serviço
Ofícios
Despachos

ATOS NEGOCIAIS
Licença
Autorização
Permissão
Aprovação
Admissão
Visto
Homologação
Dispensa
Renúncia
Protocolo Administrativo

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
58
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

ATOS ENUNCIATIVOS
Certidões
Atestados
Pareceres
Apostilas

ATOS PUNITIVOS

Externos

Internos

ESPÉCIES DE ATOS- CONFORME ELI LOPES MEIRELLES

Decreto  Regulamentar: visa explicar a lei e facilitar sua execução, aclarando seus
(Ato exclusivo do mandamentos e orientando sua aplicação.
Chefe do Executivo)  Autônomo: dispõe sobre a matéria ainda não regulada especificamente em lei.

Regulamentos  são atos administrativos, posto em vigência por decreto, para especificar os
mandamentos da lei ou prover situações ainda não disciplinada por lei. Estabelecem
relações jurídicas entre a Administração e os administrados.
NORMATIVOS

 são atos administrativos expedidos pelos Ministros de Estado para a execução das
Instruções
Leis, decretos e regulamentos (CF, art. 87, § único, II), mas também utilizadas por
Normativas
outros órgãos superiores para o mesmo fim.

 são atos administrativos normativos de atuação interna, dado que se destinam a


Regimentos
reger o funcionamento de órgãos colegiados e de corporações legislativas.

 são atos administrativos normativos expedidos pelas altas autoridades do


Resoluções Executivo(mas não pelo Chefe do Executivo) ou pelos Presidentes dos Tribunais, órgãos
legislativos e colegiados, para disciplinar matéria de sua competência específica.

Deliberações  são atos administrativos normativos ou decisórios emanados de órgãos colegiados.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
59
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

 são ordens escritas e gerais a respeito do modo e forma de execução de


Instruções determinado serviço público, expedidas pelo superior hierárquico com o escopo de
orientar os subalternos no desempenho das atribuições que lhe são afetas.

 são atos administrativos internos, contendo determinações e instruções que a


Provimentos Corregedoria ou os tribunais expedem para a regularização e uniformização dos
serviços, especialmente os da Justiça.

 são ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas a determinados agentes


Circulares
públicos incumbidos de certo serviço ou do desempenho de certas atribuições.
ORDINATÓRIOS

 são atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de assuntos afetos aos
Avisos
ministérios.

 são atos administrativos internos pelos quais os chefes de órgãos, repartições, ou


Portarias* serviços expedem determinações gerais ou especiais a seus subordinados ou designam
(Regra geral) servidores para funções e cargos secundários.(atos de funcionamento interno da
Administração que não geram direitos).

 são determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços


Ordens de Serviço públicos autorizando seu início, ou contendo imposições de caráter administrativo, ou
especificações técnicas sobre o modo e forma de realização.

 são comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre subalternos e
Ofícios
superiores e entre a Administração e particulares, em caráter oficial.
 são decisões que as autoridades proferem em papéis, requerimentos e processos
Despachos
sujeitos à sua apreciação.

 ato administrativo vinculado e definitivo pelo o qual o Poder Público verificando que
Licença o interessado atendeu a todas as exigências legais, faculta-lhe o desempenho de
atividades ou a realização de fatos materiais antes vedado ao particular.
 ato administrativo discricionário e precário pelo qual o Poder Público torna possível
Autorização ao pretendente a realização de certa atividade, serviço ou utilização de determinados
bens particulares ou públicos.
 ato administrativo negocial, discricionário e precário, pelo qual o Poder Público
Permissão
faculta ao particular o uso especial de bens públicos ou prestação de serviços públicos*.
 ato administrativo pelo qual o Poder Público verifica a legalidade e o mérito de
Aprovação outro ato ou de situações e realizações materiais de seus próprios órgãos, de outras
NEGOCIAIS

entidades ou de particulares, dependentes de seu controle.É discricionário.


 ato administrativo vinculado pelo qual o Poder Público, verificando a satisfação de
Admissão todos os requisitos legais pelo particular, defere-lhe determinada situação jurídica de
seu exclusivo ou predominante interesse.
 ato administrativo pelo qual o Poder Público controla outro ato da própria
Visto Administração ou do administrado, aferindo sua legitimidade formal para dar-lhe
exeqüibilidade.
 ato administrativo de controle pelo qual a autoridade superior examina a legalidade
Homologação e a conveniência de ato anterior a da própria Administração, de outra entidade ou de
particular, para dar-lhe eficácia. É VINCULADO.
 ato administrativo que exime o particular do cumprimento de determinada
Dispensa
obrigação até então exigida por lei. Ex: serviço militar obrigatório.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
60
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

 ato pelo qual o Poder Público extingue unilateralmente um crédito ou um direito


Renúncia
próprio, liberando a pessoa obrigada perante a Administração.
 ato negocial pelo qual o Poder Público acerta com o particular a realização de
Protocolo
determinado empreendimento ou atividade ou a abstenção de certa conduta, no
Administrativo
interesse recíproco da Administração e do administrado.

 são cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos constantes de


Certidões
processo, livro ou documento que se encontre nas repartições públicas.
(DECLARATÓRIOS
ENUNCIATIVOS

 são atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma situação de que
Atestados
tenha conhecimento por seus órgãos competentes.
 são manifestações de órgãos técnicos sobre assuntos submetidos à sua
Pareceres
consideração.
 são atos enunciativos ou declaratórios de uma situação anterior criada por lei.
Apostilas
Equivale a uma averbação.

 são atos que velam pela correta observância das normas administrativas. Ex: multas,
Externos
PUNITIVOS

interdição de atividades, destruição de coisas.


 são atos que visam punir disciplinarmente seus servidores ou decorrentes de
Internos inadimplemento contratual. Ex: suspensão, demissão, sanção administrativa
decorrente de contratos administrativos como sanções.

COMPARATIVO DA CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:


1) Gerais e individuais:

HELY LOPES MEIRELLES MARIA SYLVIA Z. DI PIETRO CELSO ANTÔNIO B. MELLO

QUANTOS AOS DESTINATÁRIOS QUANTOS AOS DESTINATÁRIOS QUANTOS AOS DESTINATÁRIOS

Destina-se a uma São os que Os que têm por


pessoa em produzem destinatário sujeito
particular ou a um efeitos jurídicos ou sujeitos
grupo de pessoas no caso especificamente
1) INDIVIDUAIS determinadas. 1) INDIVIDUAIS concreto. 1) determinados.
(OU ESPECIAIS) INDIVIDUAIS
Ex.: Demissão, Ex.: Nomeação; Ex.: Demissão,
exoneração, demissão; exoneração,
outorga de autorização. outorga de
Licença. Licença
Destinam-se a Atingem todas as Atingem todas as
uma parcela pessoas que se pessoas que se
grande de encontram na encontram na
sujeitos mesma situação. mesma situação.
indeterminados Ex.: Pode ser
2) GERAIS e todos aqueles 2) GERAIS Regulamentos, 2) GERAIS concreto(esgota-se
(REGULAMENTARES) que se veem (NORMATIVOS) numa única
regimentos,
abrangidos pelos aplicação) ou
seus preceitos; resoluções. abstrato( renova-
Ex.: Edital de um se
concurso; interativamente).
regulamentos; Ex.: Edital de um
instruções concurso,
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
61
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

normativas. concessão de
férias coletivas,
regulamento.

2) Atos externos e internos:

HELY LOPES MEIRELLES CELSO ANTÔNIO B. MELLO

QUANTOS AO ALCANCE QUANTOS À SITUAÇÃO DE TERCEIROS

Os destinatários são os órgãos e Produzem seus efeitos apenas


1) INTERNOS agentes da Administração; não se 1) INTERNOS no interior da Adm.
dirigem a terceiros. Ex.: Parecer,
Ex.: Ordens de serviço, informações.
memorando, portarias
Alcançam os administrados de modo Produzem efeitos sobre
geral (só entram em vigor depois de terceiros.
2) EXTERNOS publicados). 2) EXTERNOS Ex.: Licença,
Ex.: Decreto, admissão.
admissão.

3) Atos de império, gestão e expediente:

HELY LOPES MEIRELLES MARIA SYLVIA Z. DI PIETRO CELSO ANTÔNIO B. MELLO

QUANTOS AO OBJETO QUANTOS À PERROGATIVA QUANTOS À POSIÇÃO ESTATAL

Aquele que a São os que a


Aquele que a
administração pratica Administração
administração
no gozo de suas pratica no gozo de
pratica no gozo de
prerrogativas; em prerrogativas de
1) IMPÉRIO suas prerrogativas 1) IMPÉRIO 1) IMPÉRIO
posição de autoridade.
em posição de
supremacia perante o Ex.: A ordem de
supremacia perante
administrado. interdição de um
o administrado.
Ex.: estabelecimento.
Ex.: Desapropriação;
Desapropriação;
interdição,
interdição,
Requisição
requisição
São os praticados São os praticados São os que a
pela Administração pela Administração Administração pratica
em situação de em situação de sem o uso de poderes
igualdade com os igualdade com os comandantes.
particulares, SEM particulares, SEM Ex.: Venda de um
2) GESTÃO USAR SUA 2) GESTÃO USAR SUA 2) GESTÃO bem.
SUPREMACIA; SUPREMACIA;
Ex.: Alienação. Ex.: Alienação.
Aqueles praticados -- -- -- --
3) EXPEDIENTE por agentes
subalternos; atos de
rotina interna.
Ex.: Protocolo.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
62
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

4) Atos puros, meros atos administrativos e negociais:

MARIA SYLVIA Z. DI PIETRO CELSO ANTÔNIO B. MELLO

QUANTO À FUNÇÃO DA VONTADE QUANTO À FUNÇÃO DA VONTADE


Há uma declaração de vontade, Também chamados de negócios
1) ATOS voltada para obtenção de 1) NEGOCIAIS jurídicos- são aqueles que a
ADMINISTRATIVOS determinados efeitos jurídicos. (OU NEGÓCIOS vontade administrativa é
PUROS (PROPRIAMENTE Ex.: Demissão, JURÍDICOS) preordenada à obtenção de um
DITOS) tombamentos, resultado jurídico, criando
permissão imediatamente efeitos jurídicos.
Ex.: Admissão
Há uma declaração de opinião,  também chamados de meros
conhecimento ou desejo. atos administrativos- são os que
2) MEROS ATOS Ex.: Parecer, 2) ATOS PUROS correspondem a simples
ADMINISTRATIVOS certidão (OU MEROS ATOS manifestações de conhecimento
voto num órgão colegiado. ADMINISTRATIVOS) ou desejo.
Ex.: Certidão,
voto em órgão colegial

5) Atos vinculados e discricionários:

HELY LOPES MEIRELLES CELSO ANTÔNIO B. MELLO

QUANTO AO REGRAMENTO QUANTO AO GRAU DE LIBERDADE

Quando não há, para o Quando não há, para o


agente, liberdade de agente, liberdade de
escolha, devendo se sujeitar escolha, devendo se sujeitar
1) VINCULADO às determinações da Lei. 1) VINCULADO às determinações da Lei.
Ex.: Licença, Ex.: Licença,
aposentadoria aposentadoria compulsória
compulsória

Quando há liberdade de Quando há liberdade de


escolha (na LEI) para o escolha (na LEI) para o
2) DISCRICIONÁRIO agente, no que diz respeito 2) DISCRICIONÁRIO agente, no que diz respeito
ao mérito - CONVENIÊNCIA ao mérito - CONVENIÊNCIA e
e OPORTUNIDADE . OPORTUNIDADE.
Ex.: Autorização Ex.: Autorização,
permissão de uso de bem.

6) Atos unilaterais e bilaterais:

CELSO ANTÔNIO B. MELLO


QUANTO À FORMAÇÃO
Os que são formados pela declaração jurídica de uma só parte.
1) UNILATERAIS Ex.: Demissão, multa, autorizações.
Os que são formados por um acordo de vontades entre as partes.
2)BILATERAIS Ex.: Contratos de concessão.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
63
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

7) Atos constitutivos, declaratórios e enunciativos:

MARIA SYLVIA Z. DI PIETRO CELSO ANTÔNIO B. MELLO

QUANTO AOS EFEITOS QUANTO AOS EFEITOS


É aquele pelo qual a Os que fazem nascer uma
Adm. cria, modifica ou situação jurídica, seja
extingue um direito ou produzindo-a
1) ATOS CONSTITUTIVOS uma situação jurídica. 1) ATOS CONSTITUTIVOS originariamente, seja
Ex.: Permissão, autorização extinguindo-a ou modificando
revogação, dispensa, situação anterior. Ex.:
aplicação de penalidade a Autorização, nomeação
servidor.

É aquele em que a Adm. Os que afirmam a


apenas reconhece um preexistência de uma situação
2) ATOS DECLARATÓRIOS direito que já existia antes 2) ATOS DECLARATÓRIOS de fato ou de direito.
do ato. Ex.: Vistoria, certidão.
Ex.: anulação, licença
homologação, isenção
admissão.
É aquele pelo qual a -- --
3) ATOS ENUNCIATIVOS Adm. apenas atesta ou
reconhece determinada
situação jurídica de fato
ou de direito. Não
manifestam vontade
produtora de efeitos
jurídicos.
Ex.: certidões , atestados
pareceres.

8) Atos ampliativos ou restritivos:

CELSO ANTÔNIO B. MELLO


QUANTO AO RESULTADO NA ESFERA JURÍDICA
Os que aumentam a esfera de ação jurídica do destinatário.
1) AMPLIATIVOS Ex.: Permissão, autorização, licença.

Os que diminuem a esfera jurídica do destinatário ou lhe


2) RESTRITIVOS impõem novas obrigações, deveres ou ônus.
Ex.: Sanções, proibições, ordens..

9) Atos simples, complexo e composto:

HELY LOPES MEIRELLES MARIA SYLVIA Z. DI PIETRO CELSO ANTÔNIO B. MELLO

QUANTO À FORMAÇÃO DO ATO QUANTOS À FORMAÇÃO DA QUANTO À COMPOSIÇÃO DA


VONTADE VONTADE PRODUTORA
Produzido por um Decorre da Os que são
único órgão; podem declaração de produzidos pela
ser simples vontade um único declaração jurídica de
1) SIMPLES
singulares ou 1) SIMPLES órgão, seja ele 1) SIMPLES um único órgão;
simples colegiais. singular ou podem ser simples
Ex.: Despacho. colegiado. singulares ou simples
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
64
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Ex.: Deliberação de colegiais.


um Conselho. Ex.: Licença para
dirigir automóvel.

Resultam da soma de São os que resultam São os que resultam


vontades de dois ou da manifestação de da conjugação de
mais órgãos. É o dois ou mais órgãos, vontade de órgãos
concurso de vontades que se funde para diferentes.
de órgãos diferentes 2) COMPLEXO formar um ato 2) COMPLEXO Ex.: Analise de
2) COMPLEXO para a formação de único. validade da
um único ato. Ex.: Decreto aposentadoria de um
Ex.: Investidura de um assinado pelo Chefe servidor de um órgão
servidor. do Executivo e feita pelo TCU
referendado pelo
Ministro de Estado.
Produzido por um É o que resulta da
órgão, mas 3) COMPOSTO manifestação de
dependente da dois ou mais órgãos,
verificação, em que a vontade
ratificação de outro de um é
órgão para se tornar instrumental em -- --
exeqüível. relação a de outro,
3) COMPOSTO
Ex.: Autorização que que é principal.
dependa de um visto Ex.: A nomeação do
de uma autoridade Procurador da
superior. República,
depende de prévia
aprovação pelo
Senado.

10) Atos abstratos ou concretos:

CELSO ANTÔNIO B. MELLO


QUANTO À ESTRUTURA
Os que dispõem para um único e específico caso, esgotando-se
1) CONCRETOS nesta única aplicação
Ex.: Exoneração.
Os que preveem reiterada e infindas aplicações, as quais se
repetem cada vez que ocorra a reprodução da hipótese neles
2) ABSTRATOS previstas, alcançando um número indeterminado e
indeterminável de destinatários..
Ex.: Regulamento.

11) Atos válidos, perfeitos, imperfeitos, pendentes e consumados:

HELY LOPES MEIRELLES MARIA SYLVIA Z. DI PIETRO

QUANTO À EFICÁCIA QUANTO À EFICÁCIA E EXEQUIBILIDADE


Teve seu ciclo de formação Teve seu ciclo de formação
encerrado, que já esgotou encerrado, que já esgotou
todas as fases necessárias todas as fases necessárias de
1) PERFEITO de formação (está 1) PERFEITO formação(está relacionado
relacionado com a com a finalização das etapas
finalização das etapas de de formação do ato).
formação do ato). Ex.: Um ato que tenha sido
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
65
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Ex.: Um ato que tenha sido motivado, escrito, assinado e


motivado, escrito, assinado publicado na imprensa oficial.
e publicado na imprensa
oficial.
Ainda não completou o seu Ainda não completou o seu
ciclo de formação. ciclo de formação.
2) IMPERFEITO Ex. Um ato não publicado, 2) IMPERFEITO Ex.: Um ato não publicado,
caso a publicação seja caso a publicação seja
exigida por lei. exigida por lei.
É aquele que, embora É aquele que, embora
perfeito, está sujeito a perfeito, está sujeito a
condição ou termo para condição ou termo para
começar a produzir começar a produzir efeitos
3) PENDENTE efeitos (é um ato 3) PENDENTE (é um ato perfeito).
perfeito). Ex.: Ato de concessão de
férias, publicado em um
mês e que só poderá ser
gozada meses depois.
É aquele que produziu É aquele que produziu
todos os efeitos (é todos os efeitos (é
definitivo e imodificável). definitivo e imodificável).
Ex.: A autorização para a Ex.: A autorização para a
4) CONSUMADO 4) CONSUMADO
realização de uma realização de uma
passeata, depois de passeata, depois de
realizada, torna-se realizada, torna-se
consumada. consumada.
Está conforme todas as
exigências legais para a
5) VÁLIDO sua regular produção de -- --
efeitos (está em
conformidade com a lei).
Ex.: Licença à
maternidade.

Nasce afetado pelo vício


insanável por ausência
substancial em seus -- --
6) NULO
elementos constitutivos.
Ex.: Ato praticado com
desvio de finalidade.
Possui aparência de
manifestação de vontade
da Administração Pública,
mas não chegou a se -- --
7) INEXISTENTE
aperfeiçoar como ato
administrativo.
Ex.: Ato praticado por um
usurpador de função.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
66
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

12) Ato-regra, ato-subjetivo e ato- condição:

CELSO ANTÔNIO B. MELLO


QUANTO À NATUREZA DAS SITUAÇÕES JURÍDICAS QUE CRIAM
Os que criam situações gerais, abstratas e impessoais e modificáveis a qualquer tempo pela
1) ATO-REGRA vontade de quem os produziu.
Ex.: Regulamento.
Os que criam situações particulares, concretas e pessoais, sendo imodificáveis pela vontade
2) ATO SUBJETIVO de uma só das partes.
Ex.: Contrato.
Os que alguém pratica incluindo-se, isoladamente ou mediante acordo com outrem, que
3) ATO - CONDIÇÃO sujeitam-se às eventuais alterações unilaterais.
Ex.: Aceitação de cargo público.

13) Atos ativos, consultivo, controlador, verificador e contencioso:

CELSO ANTÔNIO B. MELLO


QUANTO À NATUREZA DAS ATIVIDADES
Os que visam criar, produzir, uma utilidade pública, constituindo situações jurídicas.
1) ATIVO
Ex.: Autorizações, licenças, concessões.
Os que visam a informar elucidar, sugerir providências a serem estabelecidas nos atos da
2) CONSULTIVO Adm. ativa.
Ex.: Parecer, informação
Os que visam a impedir ou permitir a produção ou a eficácia de atos da administração ativa
mediante exame prévio ou posterior da conveniência ou legalidade.
3) CONTROLADOR Ex.: Aprovação,, homologação
Os que visam apurar ou documentar a preexistência de uma situação de fato ou de direito.
4) VERIFICADOR
Ex.: Registro, certificação, inscrição
Os que visam a julgar, em um procedimento contraditório, certas situações.
5) CONTENCIOSO
Ex.: Julgamento no PAD

14) Atos principal, complementar, intermediário, condição e jurisdição:

HELLY LOPES MEIRELLES


QUANTO AO OBJETIVO VISADO
Encerra a manifestação de vontade final da Administração.
1) PRINCIPAL
Ex.: Nomeação do Procurador Geral da Rep.
É o ato que aprova ou ratifica o ato principal para lhe dá exeqüibilidade.
2) COMPLEMENTAR
Ex.: Aprovação do Senado na nomeação do PGR.
É o que concorre para a formação do ato principal e final.
3) INTERMEDIÁRIO
Ex.: Julgamento das Propostas.
É todo aquele que antepõe a outro para permitir a sua realização.
4) CONDIÇÃO
Ex.: O concurso para a nomeação de cargo efetivo.
É todo aquele que contém decisão sobre matéria controvertida.
5) JURISDIÇÃO
Ex.: Revisão de ato inferior por superior hieráquico.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
67
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

15) Atos constitutivo, extintivo, declaratório, alienativo, modificativo e abdicativo:

HELLY LOPES MEIRELLES


QUANTO AO CONTEÚDO
Cria uma nova situação jurídica individual para seus destinatários, em relação à Administração.
1) CONSTITUTIVO
Ex.: Licença, aplicação de sanções administrativas

2) EXTINTIVO Põe termo a situações jurídicas individuais.


Ex.: Cassação de autorização, demissão de um servidor
Visa preservar direitos, reconhecer situações preexistentes ou, mesmo, possibilitar seu exercício.
3) DECLARATÓRIO Ex.: Expedição de certidões, apostilamento de títulos de nomeação.

Opera a transferência de bens e direitos de um titular a outro.


4) ALIENATIVO
Ex.: Edição de um decreto que transfere bens móveis de uma entidade a outra.
Tem por fim alterar situações preexistentes, sem provocar a sua supressão.
5) MODIFICATIVO
Ex.: Alteração de horários numa da repartição.
O titular abre mão , abdica de um determinado direito
6) ABDICATIVO ( exige uma autorização legislativa).
--

LEGISLAÇÃO CORRESPONDENTE

LEI Nº 4.717/65
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à
existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato
normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou
implicitamente, na regra de competência.

LEI 9.784/99
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os
casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência
a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em
razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
68
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

respectivos presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária
de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios
oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
o
§ 1 A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
o
§ 2 Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos
das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.
o
§ 3 A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de
termo escrito.
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
o
§ 1 No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
o
§ 2 Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à
validade do ato.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que
apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

JURISPRUDÊNCIA
SÚMULAS DO STF:

SÚMULA STF 346:


A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

SÚMULA STF 473:


A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

1- STJ- CONVALIDAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS.

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 25.652 - PB (2007/0268880-8)


JULGAMENTO: 16/09/2008
EMENTA
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. SERVIDORES PÚBLICOS QUE ASSUMIRAM CARGOS EFETIVOS
SEM PRÉVIO CONCURSO PÚBLICO, APÓS A CF DE 1988. ATOS NULOS. TRANSCURSO DE QUASE 20 ANOS. PRAZO
DECADENCIAL DE CINCO ANOS CUMPRIDO, MESMO CONTADO APÓS A LEI 9.784/99, ART. 55. PREPONDERÂNCIA DO
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA. RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
69
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

1. O poder-dever da Administração de invalidar seus próprios atos encontra limite temporal no princípio da
segurança jurídica, de índole constitucional, pela evidente razão de que os administrados não podem ficar
indefinidamente sujeitos à instabilidade originada da autotutela do Poder Público.

2. O art. 55 da Lei 9.784/99 funda-se na importância da segurança jurídica no domínio do Direito Público, estipulando o
prazo decadencial de 5 anos para a revisão dos atos administrativos viciosos e permitindo, a contrario sensu, a manutenção
da eficácia dos mesmos, após o transcurso do interregno quinquenal, mediante a convalidação ex ope temporis, que
tem aplicação excepcional a situações típicas e extremas, assim consideradas aquelas em que avulta grave lesão a
direito subjetivo, sendo o seu titular isento de responsabilidade pelo ato eivado de vício.

3. A infringência à legalidade por um ato administrativo, sob o ponto de vista abstrato, sempre será prejudicial ao
interesse público; por outro lado, quando analisada em face das circunstâncias do caso concreto, nem sempre sua
anulação será a melhor solução. Em face da dinâmica das relações jurídicas sociais, haverá casos em que o próprio
interesse da coletividade será melhor atendido com a subsistência do ato nascido de forma irregular.

4. O poder da Administração, dest'arte, não é absoluto, de forma que a recomposição da ordem jurídica violada está
condicionada primordialmente ao interesse público. O decurso do tempo, em Certos casos, é capaz de tornar a
anulação de um ato ilegal claramente prejudicial ao interesse público, finalidade precípua da atividade exercida pela
Administração.

5. Cumprir a lei nem que o mundo pereça é uma atitude que não tem mais o abono da Ciência Jurídica, neste tempo em que
o espírito da justiça se apóia nos direitos fundamentais da pessoa humana, apontando que a razoabilidade é a medida
sempre preferível para se mensurar o acerto ou desacerto de uma solução jurídica.

6. Os atos que efetivaram os ora recorrentes no serviço público da Assembléia Legislativa da Paraíba, sem a prévia aprovação
em concurso público e após a vigência da norma prevista no art. 37, II da Constituição Federal, é induvidosamente
ilegal, no entanto, o transcurso de quase vinte anos tornou a situação irreversível, convalidando os seus efeitos, em
apreço ao postulado da segurança jurídica, máxime se considerando, como neste caso, que alguns dos nomeados até
já se aposentaram (4), tendo sido os atos respectivos aprovados pela Corte de Contas Paraibana.

7. A singularidade deste caso o extrema de quaisquer outros e impõe a prevalência do princípio da segurança jurídica na
ponderação dos valores em questão (legalidade vs segurança), não se podendo fechar os olhos à realidade e aplicar a
norma jurídica como se incidisse em ambiente de absoluta abstratividade.

8. Recurso Ordinário provido, para assegurar o direito dos impetrantes de permanecerem nos seus respectivos cargos
nos quadros da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba e de preservarem as suas aposentadorias.

2) STF- ACONVALIDAÇÃO DE ATOS.

RE 489776 AgR / MG - MINAS GERAIS


AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. EROS GRAU
Julgamento: 17/06/2008 Órgão Julgador: Segunda Turma
Publicação: 01-08-2008

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MAGISTÉRIO. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS DE UMA


APOSENTADORIA COM DUAS REMUNERAÇÕES. RETORNO AO SERVIÇO PÚBLICO POR CONCURSO PÚBLICO ANTES DO
ADVENTO DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/98. POSSIBILIDADE. 1. É possível a acumulação de proventos oriundos de
uma aposentadoria com duas remunerações quando o servidor foi aprovado em concurso público antes do advento da
Emenda Constitucional n. 20. 2. O artigo 11 da EC n. 20 convalidou o reingresso --- até a data da sua publicação --- do inativo
no serviço público, por meio de concurso. 3. A convalidação alcança os vencimentos em duplicidade se os cargos são
acumuláveis na forma do disposto no artigo 37, XVI, da Constituição do Brasil, vedada, todavia, a percepção de mais de uma
aposentadoria. Agravo regimental a que se nega provimento.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
70
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

administração pública brasileira, julgue o item a


seguir.
De acordo com o princípio fundamental da
Capítulo 12 descentralização, é possível descentralizar atividades
Módulo de Revisão da administração federal para empresas privadas.
( ) Certo ( ) Errado
– Questões de Concursos –
06. (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração)
MODULO I – ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA Acerca da estrutura da administração federal
brasileira, julgue o item seguinte.
01. (CESPE/2017/TRE-PE/Técnico Judiciário – Área Empresas públicas são aquelas entidades da
Administrativa) As autarquias administração indireta que possuem personalidade
a) são criadas, extintas e organizadas por atos jurídica de direito privado e cujo capital admite
administrativos. recursos da iniciativa privada, desde que, no mínimo,
b) têm sua criação e sua extinção submetidas a reserva 51% dele consista de recursos públicos.
legal, podendo ter sua organização regulada por ( ) Certo ( ) Errado
decreto.
c) têm sua criação submetida a reserva legal, mas 07. (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração)
podem ser extintas por decreto, podendo ter sua Acerca da estrutura da administração federal
organização regulada por atos administrativos. brasileira, julgue o item seguinte.
d) são criadas e organizadas por decreto e podem ser Fundações públicas são entidades da administração
extintas por essa mesma via administrativa. indireta dotadas de personalidade jurídica de direito
e) são criadas e extintas por decreto, podendo ter sua público
organização regulada por atos administrativos. ( ) Certo ( ) Errado

02. (CESPE/2017/TRE-PE/Técnico Judiciário – Área 08. (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração)


Administrativa) As empresas públicas Acerca da estrutura da administração federal
a) admitem a criação de subsidiárias, exigindo-se, para brasileira, julgue o item seguinte.
tanto, autorização legislativa. Na administração indireta estão incluídas as
b) dispensam, para sua extinção, autorização legislativa. fundações públicas, as empresas públicas e as
c) integram a administração direta. autarquias.
d) possuem regime jurídico de direito público. ( ) Certo ( ) Errado
e) são criadas por lei.
09. (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração)
03. (CESPE/2017/SEDF/Conhecimentos Básicos - Cargos Acerca da estrutura da administração federal
36 e 37) Em relação aos princípios da administração brasileira, julgue o item seguinte.
pública e à organização administrativa, julgue o item As entidades da administração indireta estão
que se segue. incluídas na estrutura administrativa da Presidência
Por terem personalidade jurídica de direito privado, da República e dos ministérios, sendo a eles
as sociedades de economia mista não se subordinam subordinadas independentemente do
hierarquicamente ao ente político que as criou. enquadramento de sua principal atividade.
Exatamente por isso elas não sofrem controle pelos ( ) Certo ( ) Errado
tribunais de contas.
( ) Certo ( ) Errado 10. (CESPE/2016/ANVISA/Técnico Administrativo)
Julgue o item subsequente, relativos a organização
04. (CESPE/2017/SEDF/Conhecimentos Básicos - Cargos administrativa.
36 e 37) Em relação aos princípios da administração Não existe hierarquia entre o Ministério da Saúde e a
pública e à organização administrativa, julgue o item ANVISA.
que se segue. ( ) Certo ( ) Errado
Quando a União cria uma nova secretaria vinculada a
um de seus ministérios para repassar a ela algumas 11. (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle
de suas atribuições, o ente federal descentraliza uma Externo - Área Administrativa) A respeito da
atividade administrativa a um ente personalizado. administração direta e indireta e da centralização e
( ) Certo ( ) Errado da descentralização administrativa, julgue o item
seguinte.
05. (CESPE/2016/FUB/Assistente em Administração) A descentralização administrativa pressupõe a
Acerca dos princípios fundamentais que regem a transferência, pelo Estado, da execução de atividades

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
71
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

administrativas a determinada pessoa, sempre que o administração pública indireta independe de


justificar o princípio da eficiência. aprovação prévia do Senado Federal.
( ) Certo ( ) Errado c) As sociedades de economia mista que exploram
12. (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle atividade econômica não estão sujeitas à fiscalização
Externo - Área Administrativa) A respeito da do Tribunal de Contas da União.
administração direta e indireta e da centralização e d) O consórcio público integra a administração direta de
da descentralização administrativa, julgue o item todos os entes da Federação consorciados, ainda que
seguinte. detenha personalidade jurídica de direito público.
Compõem a administração indireta os órgãos e) Existe relação de hierarquia entre a autarquia e o
públicos internos, as autarquias, as empresas ministério que a supervisiona.
públicas, as sociedades de economia mista e as
fundações públicas. 16. (CESPE/2016/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Técnico
( ) Certo ( ) Errado Judiciário - Área Administrativa) A autarquia
a) é pessoa jurídica de direito público.
13. (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle b) inicia-se com a inscrição de seu ato constitutivo em
Externo - Área Administrativa) A respeito da registro público.
administração direta e indireta e da centralização e c) subordina-se ao ente estatal que a instituir
da descentralização administrativa, julgue o item d) é uma entidade de competência política, desprovida
seguinte. de caráter administrativo.
A centralização consiste na execução das tarefas e) integra a administração pública direta.
administrativas pelo próprio Estado, por meio de
órgãos internos integrantes da administração direta. 17. (CESPE/2016/TRE-PI/Técnico Judiciário -
( ) Certo ( ) Errado Administrativa) Entidade administrativa, com
personalidade jurídica de direito público, destinada a
14. (CESPE/2016/Prefeitura de São Paulo - supervisionar e fiscalizar o ensino superior, criada
SP/Assistente de Gestão de Políticas Públicas I) No mediante lei específica,
que se refere à administração pública direta e a) é regida, predominantemente, pelo regime jurídico
indireta, assinale a opção correta. de direito privado.
a) As pessoas administrativas que formam a b) integra a administração direta.
administração pública indireta são aquelas dotadas c) possui autonomia e é titular de direitos e obrigações
de personalidade jurídica de direito público (como as próprios.
autarquias e as fundações públicas). d) tem natureza de empresa pública.
b) Na esfera municipal, a administração direta é e) é exemplo de entidade resultante da
formada pelos órgãos que compõem a prefeitura e a desconcentração administrativa.
câmara municipal, além das fundações e das
empresas públicas de âmbito local. 18. (CESPE/2016/TRE-PI/Técnico Judiciário -
c) A administração indireta compreende as pessoas Administrativa) O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí
administrativas que, vinculadas à respectiva (TRE/PI), cuja sede se encontra na capital do estado,
administração direta, desempenham atividades integra a administração
administrativas de forma descentralizada. a) direta federal.
d) Tanto a administração direta quanto a indireta são b) direta fundacional federal.
compostas por órgãos e por pessoas jurídicas c) indireta estadual.
administrativas, com a diferença de que todas as que d) autárquica indireta federal.
integram a administração indireta estão submetidas e) indireta autárquica estadual.
a regime de direito privado.
e) O aspecto mais relevante que caracteriza a 19. (CESPE/2016/DPU/Agente Administrativo) A
administração indireta é o fato de ela ser, ao mesmo respeito da centralização, descentralização,
tempo, titular e executora de serviço público. concentração e desconcentração e da organização
administrativa da União, julgue o item subsequente.
15. (CESPE/2016/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Técnico A desconcentração de serviços é caracterizada pelas
Judiciário - Área Administrativa) Com base nas situações em que o poder público cria, por meio de
disposições constitucionais e no regime jurídico lei, uma pessoa jurídica e a ela atribui a execução de
referentes à administração indireta, assinale a opção determinado serviço.
correta. ( ) Certo ( ) Errado
a) Os conselhos profissionais são considerados
autarquias profissionais ou corporativas. 20. (CESPE/2016/DPU/Agente Administrativo) A
b) Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF), a respeito da centralização, descentralização,
nomeação dos presidentes das entidades da
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
72
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

concentração e desconcentração e da organização a) se evidencia nos limites do que pode, ou não, ser
administrativa da União, julgue o item subsequente. considerado aceitável, e sua inobservância resulta
Se determinada atribuição administrativa for em vício do ato administrativo.
outorgada a órgão público por meio de uma b) incide apenas sobre a função administrativa do
composição hierárquica da mesma pessoa jurídica, Estado.
em uma relação de coordenação e subordinação c) é autônomo em relação aos princípios da legalidade
entre os entes, esse fato corresponderá a uma e da finalidade.
centralização. d) comporta significado unívoco, a despeito de sua
( ) Certo ( ) Errado amplitude, sendo sua observação pelo administrador
algo simples.
e) pode servir de fundamento para a atuação do Poder
MODULO II- REGIME JURÍDICO E PRINCÍPIOS Judiciário quanto ao mérito administrativo.

01. (CESPE/2017/MPE-RR/Promotor de Justiça 05. (CESPE/2017/TRE-PE/Técnico Judiciário – Área


Substituto) De acordo com o entendimento do STF, Administrativa) O princípio da continuidade dos
no que se refere à inscrição de candidatos que serviços públicos
possuam tatuagens gravadas na pele, não havendo a) afasta a possibilidade de interrupção, ainda que se
lei que disponha sobre o tema, os editais de trate de sistema de remuneração por tarifa no qual o
concursos públicos usuário dos referidos serviços esteja inadimplente.
a) estão impedidos de restringi-la, com exceção dos b) diz respeito, apenas, a serviços públicos, não
casos em que essas tatuagens violem valores alcançando as demais atividades administrativas.
constitucionais. c) torna ilegal a greve de servidores públicos.
b) devem restringi-la com base na relação objetiva e d) tem relação direta com os princípios da eficiência e
direta entre tatuagem e conduta atentatória à moral da supremacia do interesse público.
e aos bons costumes. e) impede a paralisação, ainda que a justificativa desta
c) estão impedidos de restringi-la, para garantir o pleno seja o aperfeiçoamento das atividades.
e livre exercício da função pública.
d) devem restringi-la, quando se tratar de cargo efetivo 06. (CESPE/2017/SEDF/Conhecimentos Básicos - Cargos
da polícia militar. 1, 3 a 26) A respeito dos princípios da administração
pública e da organização administrativa, julgue o
02. (CESPE/2017/Prefeitura de Fortaleza - item a seguir.
CE/Procurador do Município) Acerca do direito Se uma autoridade pública, ao dar publicidade a
administrativo, julgue o item que se segue. determinado programa de governo, fizer constar seu
Considerando os princípios constitucionais explícitos nome de modo a caracterizar promoção pessoal,
da administração pública, o STF estendeu a vedação então, nesse caso, haverá, pela autoridade, violação
da prática do nepotismo às sociedades de economia de preceito relacionado ao princípio da
mista, embora elas sejam pessoas jurídicas de direito impessoalidade.
privado. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
07. (CESPE/2017/SEDF/Conhecimentos Básicos - Cargo
03. (CESPE/2017/TJ-PR/Juiz Substituto) De acordo com 2) Acerca de administração pública, organização do
o art. 54 da Lei n.º 9.784/1999, o direito da Estado e agentes públicos, julgue o item a seguir.
administração de anular os atos administrativos de O direito de petição é um dos instrumentos para a
que decorram efeitos favoráveis para os concretização do princípio da publicidade.
destinatários decai em cinco anos, contados da data ( ) Certo ( ) Errado
em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
Trata-se de hipótese em que o legislador, em 08. (CESPE/2017/SEDF/Conhecimentos Básicos - Cargo
detrimento da legalidade, prestigiou outros valores. 2) No que se refere ao controle e à responsabilidade
Tais valores têm por fundamento o princípio da administração, julgue o item subsequente.
administrativo da A legalidade de qualquer ato administrativo pode ser
a) presunção de legitimidade. submetida à apreciação judicial.
b) autotutela. ( ) Certo ( ) Errado
c) segurança jurídica.
d) continuidade do serviço público. 09. (CESPE/2017/SEDF/Conhecimentos Básicos - Cargos
36 e 37) Em relação aos princípios da administração
04. (CESPE/2017/TRE-PE/Analista Judiciário - Área pública e à organização administrativa, julgue o item
Administrativa) O princípio da razoabilidade que se segue.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
73
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

O administrador, quando gere a coisa pública c) O princípio da isonomia não se reveste de auto-
conforme o que na lei estiver determinado, ciente de aplicabilidade, sendo suscetível de regulamentação ou
que desempenha o papel de mero gestor de coisa de complementação normativa.
que não é sua, observa o princípio da d) O princípio da isonomia deve ser considerado, em sua
indisponibilidade do interesse público. função de impedir discriminações e de extinguir
( ) Certo ( ) Errado privilégios, sob duplo aspecto: o da igualdade na lei e o
da igualdade perante a lei. A igualdade perante a lei
10. (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional - opera em uma fase de generalidade puramente
Direito e Legislação) Mauro editou portaria abstrata e a igualdade na lei, pressupõe a lei já
disciplinando regras de remoção no serviço público elaborada e traduz imposição destinada aos demais
que beneficiaram, diretamente, amigos seus. A poderes estatais, para que, na aplicação da norma
competência para a edição do referido ato normativo legal, não a subordinem a critérios que ensejem
seria de Pedro, superior hierárquico de Mauro. Os tratamento seletivo ou discriminatório.
servidores que se sentiram prejudicados com o e) Quando uma lei realiza discriminação indevida,
resultado do concurso de remoção apresentaram concedendo, por exemplo, vantagens, devidas pelos
recurso quinze dias após a data da publicação do imperativos das circunstâncias concretas, a apenas
resultado. uma categoria, que se encontra, no entanto, em uma
Nessa situação hipotética, ao editar a referida mesma posição jurídica de outra categoria, que por via
portaria, Mauro violou os princípios da legalidade e de conseqüência mereceria igualmente a extensão da
da impessoalidade. vantagem, há ofensa ao princípio da isonomia, que
( ) Certo ( ) Errado deve ser resolvido pela declaração de
inconstitucionalidade positiva da lei.
11. (CESPE- TJ-SE- TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E
REGISTROS) Considerando os conceitos do direito 13. (CESPE- Delegado de Polícia Civil- PA) A respeito dos
administrativo e os princípios do regime jurídico- princípios que informam a administração pública,
administrativo, assinale a opção correta. assinale a opção incorreta.
a) O princípio da proteção à confiança legitima a a) A publicação de errata no Diário Oficial, dias antes da
possibilidade de manutenção de atos administrativos realização da prova de capacitação física em um
inválidos. concurso público, alterando o edital do certame, é
b) Consoante o critério da administração pública, o suficiente para dar publicidade ao ato administrativo,
direito administrativo é o ramo do direito que tem por sendo desnecessária a sua Veiculação em jornais de
objeto as atividades desenvolvidas para a consecução grande circulação.
dos fins estatais, excluídas a legislação e a jurisdição. b) O princípio da isonomia pode ser invocado para a
c) Adotando-se o critério do serviço público, define-se obtenção de benefício, ainda que a sua concessão a
direito administrativo como o conjunto de princípios outros servidores tenha acontecido com violação ao
jurídicos que disciplinam a organização e a atividade princípio da legalidade.
do Poder Executivo e de órgãos descentralizados, além c) A comunicação, por meio de denúncia anônima, de
das atividades tipicamente administrativas exercidas fatos ilícitos graves que tenham sido praticados no
pelos outros poderes. âmbito da administração pública, autoriza, em cada
d) São fontes primárias do direito administrativo os caso concreto, a ponderação entre a vedação
regulamentos, a doutrina e os costumes. constitucional do anonimato e a obrigação jurídica do
e) Dado o princípio da supremacia do interesse público Estado de investigar condutas funcionais desviantes,
sobre o privado, é possível à administração pública, imposta pelo dever de observância à legalidade, à
mediante portaria, impor vedações ou criar obrigações impessoalidade e à moralidade administrativa.
aos administrados. d) A limitação de idade para a inscrição em concurso
público só se legitima, quando a delimitação possa ser
12. (CESPE- Juiz do Trabalho Substituto – TRT 5ª Região) - justificada pela natureza das atribuições do cargo a ser
Assinale a opção correta a respeito do princípio da preenchido.
isonomia.
a) Tratamento diferenciado instituído pelo legislador 14. (CESPE- Promotor de Justiça Substituto/MPE-AM)
deve ter por base motivo que justifique lógica e Acerca da principiologia do direito administrativo,
racionalmente a existência de um vínculo entre o fator assinale a opção correta.
de discrímen e a desequiparação procedida. a) Explícita ou implicitamente, os princípios do direito
b) O princípio da igualdade, dentro da tradicional administrativo que informam a atividade da
classificação das gerações de direitos, é considerado administração pública devem ser extraídos da CF.
um direito de primeira geração. b) Os princípios que regem a atividade da administração
pública e que estão expressamente previstos na CF são

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
74
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

os princípios da legalidade, impessoalidade, periodicamente nos termos da soberania popular,


moralidade e publicidade. mas o estado federado é permanente. A mudança de
c) A lei que trata dos processos administrativos no comando político não exonera o estado das
âmbito federal previu outros princípios norteadores da obrigações assumidas. Nesse sentido, o Supremo
administração pública. Tal previsão extrapolou o Tribunal Federal (STF) tem entendido que a inscrição
âmbito constitucional, o que gerou a do nome de estado-membro em cadastro federal de
inconstitucionalidade da referida norma. inadimplentes devido a ações e(ou) omissões de
d) O princípio da legalidade no âmbito da administração gestões anteriores não configura ofensa ao princípio
pública identifica-se com a formulação genérica, da administração pública denominado princípio do(a)
fundada em ideais liberais, segundo a qual ninguém é a) intranscendência.
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão b) contraditório e da ampla defesa.
em virtude de lei. c) continuidade do serviço público.
e) Os princípios da moralidade e da eficiência da d) confiança legítima.
administração pública, por serem dotados de alta e) moralidade.
carga de abstração, carecem de densidade normativa.
Assim, tais princípios devem ser aplicados na estrita 19. (CESPE/2016/TCE-PR/Analista de Controle -
identificação com o princípio da legalidade. Contábil) O princípio da proteção à confiança da
administração pública
15. (CESPE- Procurador do Estado-PGE-PI) Os princípios a) determina que a administração pública atenda
de regência da administração pública que estão apenas ao que a lei impõe.
expressamente previstos na Constituição do Estado do b) dá à administração pública o poder da execução
Piauí são apenas os princípios da imediata das decisões administrativas, possibilitando
a) legalidade, da moralidade, da publicidade e da a criação de obrigações para o particular.
eficiência. c) corresponde ao aspecto subjetivo do princípio da
b) legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da segurança jurídica.
economicidade. d) é considerado uma imposição da limitação à
c) legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da discricionariedade da administração pública.
publicidade. e) é um dos princípios expressamente arrolados no art.
d) legalidade, da impessoalidade e da eficiência. 37 da Constituição Federal de 1988.
e) moralidade, da eficiência e da publicidade.
20. (CESPE/2016/TCE-PA/Auxiliar Técnico de Controle
16. (CESPE/2016/FUB/Auxiliar em Administração) Com Externo - Área Administrativa) No que se refere aos
relação à administração pública, julgue o item que se princípios da administração pública, julgue o item
segue. subsequente.
Como um dos princípios da administração pública O princípio da publicidade viabiliza o controle social
brasileira, a publicidade destina-se a garantir a da conduta dos agentes administrativos.
transparência dos atos dos agentes públicos ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado

17. (CESPE/2016/PC-GO/Escrivão de Polícia Substituto) MODULO III – PODERES ADMINISTRATIVOS E PROCESSO


Sem ter sido aprovado em concurso público, um ADMINISTRATIVO (LEI 9784/99)
indivíduo foi contratado para exercer cargo em uma
delegacia de polícia de determinado município, por 01. (CESPE/2017/PGM-FORTALEZA/PROCURADOR DO
ter contribuído na campanha política do agente MUNICIPIO) Acerca do direito administrativo, julgue
contratante. o item que se segue. O exercício do poder de polícia
Nessa situação hipotética, ocorreu, precipuamente, reflete o sentido objetivo da administração pública, o
violação do princípio da qual se refere à própria atividade administrativa
a) supremacia do interesse público. exercida pelo Estado.
b) impessoalidade. Certo ( ) Errado ( )
c) eficiência.
d) publicidade. 02. (CESPE/2017/PGM-FORTALEZA/PROCURADOR DO
e) indisponibilidade. MUNICIPIO) Com relação a processo administrativo,
poderes da administração e serviços públicos, julgue
18. (CESPE/2016/TCE-PR/Analista de Controle - Jurídica) o item subsecutivo. O exercício do poder
Quando a União firma um convênio com um estado regulamentar é privativo do chefe do Poder
da Federação, a relação jurídica envolve a União e o Executivo da União, dos estados, do DF e dos
ente federado e não a União e determinado municípios.
governador ou outro agente. O governo se alterna Certo ( ) Errado ( )
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
75
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

c) Nos termos da legislação vigente, o poder de polícia é


03. (CESPE/2017/PGM-FORTALEZA/PROCURADOR DO exercido pela polícia civil, no âmbito dos estados, e
MUNICIPIO) Com relação a processo administrativo, pela Polícia Federal, no âmbito da União
poderes da administração e serviços públicos, julgue d) Os poderes administrativos são uma faculdade
o item subsecutivo. Situação hipotética: Um atribuída ao administrador público para agir em
secretário municipal removeu determinado assessor benefício da sociedade.
em razão de desentendimentos pessoais motivados e) O agente público incorre em desvio de poder quando,
por ideologia partidária. Assertiva: Nessa situação, o mesmo dentro de sua esfera de competência, atua
secretário agiu com abuso de poder, na modalidade afastando-se do interesse público.
excesso de poder, já que atos de remoção de
servidor não podem ter caráter punitivo. 07. ( CESPE - 2014 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área
Certo ( ) Errado ( ) Administrativa) Considere que a prefeitura de
determinado município tenha concedido licença para
04 (CESPE- TRE-PE- 2017- TÉCNICO JUDICIÁRIO) Assinale reforma de estabelecimento comercial. Nessa situação
a opção correta com relação ao poder hierárquico. hipotética, assinale a opção em que se explicita o
a) Decorre do poder hierárquico o poder de revisão, por poder da administração correspondente ao ato
superior, dos atos praticados por subordinado. administrativo praticado, além das classificações que
b) A disciplina funcional guarda relação com o poder podem caracterizá-lo.
disciplinar, não se ligando ao poder hierárquico. a) poder disciplinar, ato bilateral e discricionário
c) A avocação é regra ampla e geral cuja difusão deve ser b) poder de polícia, ato bilateral e discricionário
estimulada em prol da eficiência. c) poder disciplinar, ato unilateral e discricionário
d) A hierarquia administrativa é restrita ao Poder d) poder de polícia, ato unilateral e vinculado
Executivo. e) poder hierárquico, ato unilateral e vinculado
e) Subordinação e vinculação, como decorrências do
poder hierárquico, são institutos que se confundem e 08. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica)
que se caracterizam pelo controle que se dá no âmbito Com relação aos poderes e atos administrativos,
de um mesmo ente. julgue o próximo item. A coercibilidade, uma
característica do poder de polícia, evidencia-se no
05. (CESPE- PC-GO- 2017- DELEGADO) De acordo com a fato de a administração não depender da
legislação e a doutrina pertinentes, o poder de polícia intervenção de outro poder para torná-lo efetivo.
administrativa Certo ( ) Errado ( )
a) pode manifestar-se com a edição de atos normativos
como decretos do chefe do Poder Executivo para a fiel 09. (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional)
regulamentação de leis. José, chefe do setor de recursos humanos de
b) é poder de natureza vinculada, uma vez que o determinado órgão público, editou ato disciplinando
administrador não pode valorar a oportunidade e as regras para a participação de servidores em
conveniência de sua prática, estabelecer o motivo e concurso de promoção. A respeito dessa situação
escolher seu conteúdo. hipotética, julgue o item seguinte. A edição do
c) pode ser exercido por órgão que também exerça o referido ato é exemplo de exercício do poder
poder de polícia judiciária. regulamentar.
d) é de natureza preventiva, não se prestando o seu Certo ( ) Errado ( )
exercício, portanto, à esfera repressiva.
e) é poder administrativo que consiste na possibilidade 10. (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional)
de a administração aplicar punições a agentes públicos Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores
que cometam infrações funcionais. públicos distritais), determinou que este participasse
de reunião de trabalho em Fortaleza – CE nos dias
06. (CESPE - SEFAZ-ES - Auditor Fiscal da Receita nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das
Estadual) Em relação aos poderes e deveres do diárias. No dia oito de janeiro, João sofreu um
administrador público, assinale a opção correta. acidente de carro e, conforme atestado médico
a) Embora o abuso de poder não esteja sujeito à apresentado para Maurício, teve de ficar de repouso
apreciação judicial, a conduta considerada abusiva por três dias, razão pela qual não pôde viajar. Essa foi
poderá ser submetida à revisão administrativa. a primeira vez no bimestre que João teve de se
b) A prerrogativa da administração de impor sanções a afastar do serviço por motivo de saúde. Acerca dessa
seus servidores, independentemente de decisão situação hipotética e de aspectos legais e
judicial, decorre diretamente do seu poder doutrinários a ela relacionados, julgue o item a
hierárquico. seguir. A competência de Maurício para determinar
que João participasse da reunião de trabalho decorre
do poder hierárquico.
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
76
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Certo ( ) Errado ( )

15. (CESPE/2016/FUB/ Assistente em TI e Técnico de TI)


11. (CESPE- 2017- TJ-PR- JUIZ SUBSTITUTO) Com base na A respeito do processo administrativo, julgue o item
Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção correta acerca da subsequente. Nos processos administrativos, a
revogação e dos elementos dos atos administrativos. divulgação oficial dos atos é obrigatória, ressalvadas
a) A revogação de um ato administrativo deve apresentar as hipóteses constitucionais de sigilo.
os seus motivos devidamente externados, com Certo ( ) Errado ( )
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.
b) O ato de delegação pode ser revogado a qualquer 16. (CESPE/2016/FUB/ Assistente em TI e Técnico de TI)
tempo pela autoridade delegante ou pela autoridade A respeito do processo administrativo, julgue o item
delegada. subsequente. A desistência do interessado extingue o
c) O ato de delegação deve ser publicado no meio oficial, processo administrativo, mesmo que haja interesse
mas não o de sua revogação. público no seu prosseguimento.
d) Caso um ato administrativo esteja eivado de vício de Certo ( ) Errado ( )
legalidade, o Poder Judiciário terá de revogá-lo.
17. (CESPE/2016/FUB/ Assistente em TI e Técnico de TI)
12. (CESPE/2017/PGM-FORTALEZA/PROCURADOR DO A respeito do processo administrativo, julgue o item
MUNICIPIO) Com relação a processo administrativo, subsequente. O reconhecimento de firmas por
poderes da administração e serviços públicos, julgue notário oficial é obrigatório na realização dos atos do
o item subsecutivo. No processo administrativo, vige processo administrativo.
o princípio do formalismo moderado, rechaçando-se Certo ( ) Errado ( )
o excessivo rigor na tramitação dos procedimentos,
para que se evite que a forma seja tomada como um 18. (CESPE/2016/FUB/Cargos de Nível Superior) A
fim em si mesma, ou seja, desligada da verdadeira respeito do processo administrativo, julgue o item
finalidade do processo. subsequente. No processo administrativo, deve-se
Certo ( ) Errado ( ) observar a adequação entre meios e fins, de modo
que não sejam impostas medidas superiores às
13. (CESPE/2017/PGM-FORTALEZA/PROCURADOR DO necessárias ao atendimento do interesse público.
MUNICIPIO) Com relação a processo administrativo, Certo ( ) Errado ( )
poderes da administração e serviços públicos, julgue
o item subsecutivo. Nos termos da jurisprudência do 19. (CESPE/2016/FUB/Cargos de Nível Superior) A
STF, caso um particular interponha recurso respeito do processo administrativo, julgue o item
administrativo contra uma multa de trânsito, por se subsequente. Quando a matéria do processo
tratar do exercício do poder de polícia pela envolver assunto de interesse geral, poderá ser
administração, a admissibilidade do recurso aberto período de consulta pública para a
administrativo dependerá de depósito prévio a ser manifestação de terceiros, se não houver prejuízo
efetuado pelo administrado. para a parte interessada.
Certo ( ) Errado ( ) Certo ( ) Errado ( )

14. (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional - 20. (CESPE/TRT8- TÉCNICO JUDICIÁRIO) Com referência
Direito e Legislação) Mauro editou portaria ao processo administrativo e a temas a ele
disciplinando regras de remoção no serviço público relacionados, assinale a opção correta.
que beneficiaram, diretamente, amigos seus. A a) Um agente administrativo que tenha competência
competência para a edição do referido ato normativo para decidir determinado recurso administrativo pode
seria de Pedro, superior hierárquico de Mauro. Os delegar tal competência a subordinado seu.
servidores que se sentiram prejudicados com o b) O servidor que atue como perito em um processo
resultado do concurso de remoção apresentaram administrativo pode exercer outras funções no mesmo
recurso quinze dias após a data da publicação do processo, exceto a de julgar.
resultado. Nessa situação hipotética, de acordo com c) As atividades que buscam a verificação e a
a Lei n.º 9.784/1999 — que regula o processo comprovação de fatos e dados no processo
administrativo no âmbito da administração pública administrativo podem ser impulsionadas de ofício pela
federal —, o recurso apresentado pelos servidores administração, independentemente de requerimento
que se sentiram prejudicados não deverá ser do interessado.
conhecido pela autoridade competente em razão da d) Caso a matéria discutida no processo administrativo se
sua intempestividade. apresente bastante controversa e inquietante, a
Certo ( ) Errado ( )
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
77
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

autoridade responsável poderá deixar de decidir e 06. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica)


submeter o tema à apreciação do Poder Judiciário. Com relação aos poderes e atos administrativos,
julgue o próximo item. Ato administrativo
declaratório é aquele que implanta uma nova
MODULO IV – ATOS ADMINISTRATIVOS situação jurídica ou modifica ou extingue uma
situação existente.
01. (CESPE/2017/PGM-FORTALEZA/PROCURADOR DO Certo ( ) Errado ( )
MUNICIPIO) Em cada um do item a seguir é
apresentada uma situação hipotética seguida de uma 07. (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional)
assertiva a ser julgada, a respeito da organização José, chefe do setor de recursos humanos de
administrativa e dos atos administrativos. A determinado órgão público, editou ato disciplinando
prefeitura de determinado município brasileiro, as regras para a participação de servidores em
suscitada por particulares a se manifestar acerca da concurso de promoção. A respeito dessa situação
construção de um condomínio privado em área de hipotética, julgue o item seguinte. O veículo
proteção ambiental, absteve-se de emitir parecer. normativo adequado para a edição do referido ato é
Nessa situação, a obra poderá ser iniciada, pois o o decreto.
silêncio da administração é considerado ato Certo ( ) Errado ( )
administrativo e produz efeitos jurídicos,
independentemente de lei ou decisão judicial. 08. (CESPE/2017/SEDF/Monitor de Gestão Educacional)
Certo ( ) Errado ( ) Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores
públicos distritais), determinou que este participasse
02. (CESPE/2017/PGM-FORTALEZA/PROCURADOR DO de reunião de trabalho em Fortaleza – CE nos dias
MUNICIPIO) Em cada um do item a seguir é nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das
apresentada uma situação hipotética seguida de uma diárias. No dia oito de janeiro, João sofreu um
assertiva a ser julgada, a respeito da organização acidente de carro e, conforme atestado médico
administrativa e dos atos administrativos. Removido apresentado para Maurício, teve de ficar de repouso
de ofício por interesse da administração, sob a por três dias, razão pela qual não pôde viajar. Essa foi
justificativa de carência de servidores em outro a primeira vez no bimestre que João teve de se
setor, determinado servidor constatou que, em afastar do serviço por motivo de saúde. Acerca dessa
verdade, existia excesso de servidores na sua nova situação hipotética e de aspectos legais e
unidade de exercício. Nessa situação, o ato, embora doutrinários a ela relacionados, julgue o item a
seja discricionário, poderá ser invalidado. seguir. A concessão de diária é ato vinculado da
Certo ( ) Errado ( ) administração pública.
Certo ( ) Errado ( )
03. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica)
No que se refere aos poderes administrativos, aos 09. (CESPE/2017/SEDF/ Técnico de Gestão Educacional -
atos administrativos e ao controle da administração, Apoio Administrativo e Secretário Escolar) No que
julgue o item seguinte. se refere aos poderes administrativos, aos atos
Ato praticado por usurpador de função pública é administrativos e ao controle da administração,
considerado ato irregular. julgue o item seguinte. Situação hipotética: Antônio,
Certo ( ) Errado ( ) servidor que ingressou no serviço público mediante
um ato nulo, emitiu uma certidão negativa de
04. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica) tributos para João. Na semana seguinte, Antônio foi
No que se refere aos poderes administrativos, aos exonerado em função da nulidade do ato que o
atos administrativos e ao controle da administração, vinculou à administração. Assertiva: Nessa situação,
julgue o item seguinte. Presunção de legitimidade é a certidão emitida por Antônio continuará válida.
atributo universal aplicável a todo ato administrativo. Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
10. (CESPE/2017/SEDF/ Técnico de Gestão Educacional -
05. (CESPE/2017/SEDF/Professor da Educação Básica) Apoio Administrativo e Secretário Escolar) No que
Com relação aos poderes e atos administrativos, se refere aos poderes administrativos, aos atos
julgue o próximo item. A construção irregular de um administrativos e ao controle da administração,
prédio pode ser o motivo para a prática de um ato julgue o item seguinte. Situação hipotética: A
administrativo com o objetivo de paralisar a autoridade administrativa Y, no exercício de
atividade de construir. competência que lhe foi delegada pela autoridade X
Certo ( ) Errado ( ) e que lhe conferia poder decisório para a prática de
determinado ato de autoridade, praticou
determinado ato administrativo que o administrado
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
78
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

Z entendeu ser-lhe prejudicial. Nessa situação, caso a) Atos administrativos, por serem discricionários,
queira obstar os efeitos do referido ato mediante somente podem ser anulados pela própria
mandado de segurança, o administrado Z deverá administração pública.
dirigir sua peça contra a autoridade delegada, e não b) A administração, em razão de conveniência, poderá
contra a autoridade delegante. revogar ato administrativo próprio não eivado de
Certo ( ) Errado ( ) qualquer ilegalidade, o que produzirá efeitos ex nunc.
c) O ato administrativo viciado pela falta de
11. (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional - manifestação de vontade do administrado deverá ser
Direito e Legislação) Mauro editou portaria anulado, não podendo essa ilegalidade ser sanada por
disciplinando regras de remoção no serviço público posterior manifestação de vontade do interessado.
que beneficiaram, diretamente, amigos seus. A d) São anuláveis e passíveis de convalidação os atos que
competência para a edição do referido ato normativo violem regras fundamentais atinentes à manifestação
seria de Pedro, superior hierárquico de Mauro. Os de vontade, ao motivo, à finalidade ou à forma,
servidores que se sentiram prejudicados com o havidas como de obediência indispensável pela sua
resultado do concurso de remoção apresentaram natureza, pelo interesse público que as inspira ou por
recurso quinze dias após a data da publicação do menção expressa da lei.
resultado. Nessa situação hipotética, a portaria e) A anulação de ato administrativo ocorre por questões
editada por Mauro contém vício nos elementos de conveniência e produz efeitos retroativos à data em
competência e objeto. que o ato foi emitido.
Certo ( ) Errado ( )
16. (CESPE - STM - Juiz) Determinada prefeitura emitiu
12. (CESPE/2017/SEDF/Analista de Gestão Educacional - alvará de funcionamento de casa noturna solicitado
Administração) À luz da legislação que rege os atos pelo empresário dono do estabelecimento, e, após o
administrativos, a requisição dos servidores distritais início das atividades, o MP verificou que o
e a ética no serviço público, julgue o seguinte item. A funcionamento desse tipo de estabelecimento não era
competência — ou sujeito —, a finalidade, a forma, o permitido no bairro onde a casa noturna havia sido
motivo e o objeto — ou conteúdo — são elementos instalada, local considerado essencialmente
que integram os atos administrativos. residencial pelas normas urbanísticas do município.
Certo ( ) Errado ( ) Com base nessa situação hipotética, assinale a opção
correta.
13. (CESPE/2016/ANVISA/Técnico Administrativo) a) Dado que o alvará é ato discricionário da
Acerca do regime jurídico-administrativo e do administração, o Poder Judiciário não poderá se
controle da administração pública, julgue o próximo manifestar sobre sua legalidade.
item. A administração pública pode revogar seus atos b) Considera-se direito adquirido, durante o período de
por motivos de conveniência ou oportunidade, vigência do alvará, o direito ao funcionamento da casa
competindo, no entanto, exclusivamente ao Poder noturna, uma vez que ao empresário não pode ser
Judiciário a anulação de atos administrativos eivados imputado o equívoco da administração.
de vícios de legalidade. c) Em caso de invalidação do alvará, o empresário terá
Certo ( ) Errado ( ) direito líquido e certo de ser indenizado em relação ao
investimento realizado na casa noturna.
14. (CESPE/2016/TCE-PA/Auditor De Controle Externo d) O MP é parte legítima para interpor ação, perante o
Educacional, Jornalismo, Publicidade, Administração Poder Judiciário, solicitando a anulação do ato
e Economia) Acerca de função administrativa e atos administrativo em questão.
administrativos, julgue o item a seguir. e) Como o ato administrativo emanado da prefeitura
Situação hipotética: Um diretor de tribunal de contas gerou direito a terceiros, sua invalidação dependerá
editou ato administrativo com desvio de finalidade. de decisão judicial.
Após correição, o vício foi detectado e comunicado
ao presidente do tribunal. Assertiva: Nessa situação, 17. (CESPE - TCE-ES - Analista Administrativo - Direito) A
o presidente poderá avocar para si a competência respeito dos atos administrativos, assinale a opção
administrativa pertinente e convalidar o ato correta.
administrativo. a) Se a administração pública conceder a determinado
Certo ( ) Errado ( ) particular licença para construir, estará praticando ato
administrativo negocial.
15 (CESPE- PC-GO- 2017- ESCRIVÃO) A respeito da b) Configura ato ordinatório a destruição, pela
invalidação, anulação e revogação de atos administração pública, de bens particulares impróprios
administrativos, assinale a opção correta. para consumo.
c) Para promover a demolição de obra que apresente
risco iminente de desabamento, constatado em
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
79
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

fiscalização, a administração pública deverá obter b) A competência administrativa pode ser objeto de
autorização judicial, visto que, nesse caso, o ato não é delegação, circunstância que autoriza ao servidor
revestido do atributo da autoexecutoriedade. público originariamente competente a transferir a
d) Quando a lei estabelece determinada forma para a subordinado hierárquico atribuição que lhe fora
prática do ato administrativo e o agente público conferida, retirando-se a competência da autoridade
exterioriza a vontade administrativa mediante a delegante, que não poderá exercer a atribuição
adoção de outra, restará configurado vício de forma cumulativamente com a autoridade delegada.
que impõe, em caráter absoluto, a anulação do ato. c) O ato administrativo de demissão do servidor público
e) Quando a administração pública reconhece que é discricionário.
determinado ato não é mais conveniente e oportuno e d) Caso, em ação judicial, tenha sido reconhecida a
promove a sua revogação, estará praticando, quanto nulidade de ato de exoneração de servidor público, a
aos efeitos, um ato administrativo declaratório. nulidade operará efeitos ex nunc, razão pela qual o
servidor não terá direito ao tempo de serviço e aos
18. ( CESPE - BACEN - Procurador) No que se refere aos vencimentos que lhe seriam pagos no período em que
atos administrativos e ao silêncio da administração ficou afastado.
pública, assinale a opção correta. e) Considere que um agente público ocupante
a) Os atos de revogação e de anulação devem ser unicamente de cargo em comissão tenha sido
motivados com a indicação dos fatos e fundamentos exonerado ao completar setenta anos de idade e que a
jurídicos, de forma explícita, exigência que não se administração pública tenha motivado a prática do ato
estende aos atos de convalidação. no exclusivo fato de ter ele completado a idade
b) Considere que a administração pública tenha máxima para a aposentadoria compulsória. Nessa
constatado, após o devido processo administrativo, situação, configura-se hipótese que autoriza ao Poder
que a conduta praticada por servidor público se Judiciário a anular o ato, se provocado, com
amoldava à hipótese de cassação de aposentadoria. fundamento na teoria dos motivos determinantes,
Nessa situação, a penalidade a ser imposta não tem pois o critério de idade para a aposentadoria
natureza vinculada, já que, à luz da legislação de compulsória não se aplica aos cargos em comissão.
regência e da jurisprudência, a administração pública
disporá de discricionariedade para aplicar a pena 20. (CESPE- TRT8- TECNICO JUDICIÁRIO- ÁREA
menos gravosa. ADMINISTRATIVA) No que diz respeito ao conceito e
c) De acordo com o posicionamento do STJ, o prazo à classificação dos atos administrativos, assinale a
decadencial de cinco anos previsto, na legislação de opção correta.
regência, para que a administração pública promova o a) Ato administrativo imperfeito é aquele que já
exercício da autotutela é aplicável apenas aos atos completou o seu ciclo de formação, mas está sujeito a
anuláveis, não aos atos nulos. condição ou termo para que comece a produzir
d) Quando a lei estabelece que o decurso do prazo sem a efeitos.
manifestação da administração pública implica b) O ato administrativo declaratório consiste naquele em
aprovação de determinada pretensão, o silêncio que a administração apenas reconhece um direito que
administrativo configura aceitação tácita, hipótese em já existia antes do ato, como é o caso da revogação.
que é desnecessária a apresentação de motivação pela c) Os atos de direito privado da administração são
administração pública para a referida aprovação. considerados atos administrativos.
e) Em algumas hipóteses, quando não contemplado o d) Quanto às prerrogativas com que atua a
atributo da autoexecutoriedade, a administração administração, os atos administrativos podem ser
pública é impedida de realizar a execução material de classificados como simples, complexos e compostos.
ato administrativo sem prévia autorização judicial, a e) Pelo critério formal, ato administrativo é o que ditam
exemplo do que ocorre com o fechamento de os órgãos administrativos, ficando excluídos dessa
restaurante pela vigilância sanitária. conceituação os atos provenientes dos órgãos
legislativo e judicial, ainda que tenham a mesma
19. (CESPE- TRT8- ANALISTA JUDICIÁRIO- ÁREA natureza daqueles.
JUDICIÁRIA- EXECUÇÃO DE MANDADOS) No que diz
respeito aos atos administrativos, assinale a opção
correta com base na legislação de regência e na
jurisprudência dos tribunais superiores.
a) O Poder Judiciário não pode examinar o mérito de ato
administrativo discricionário praticado pela
administração pública, não podendo analisar os
motivos e a finalidade de tais atos quando submetidos
a seu controle.

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
80
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

GABARITOS _________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
MODULO I – ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
_________________________________________________
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
_________________________________________________
B A E E C E E C E C
_________________________________________________
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 _________________________________________________
C E C C A A C A E E _________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
MODULO II – REGIME JURÍDICO E PRINCÍPIOS _________________________________________________
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 _________________________________________________
A C C A D C C C C C _________________________________________________
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 _________________________________________________
E A B A C C B A C C _______________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
MÓDULO III – PODERES E PROCESSO (LEI 9784/99) _________________________________________________
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 _________________________________________________
C C E A C E D E C C _________________________________________________
_________________________________________________
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
_________________________________________________
A C E C C E E C C C _________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
MÓDULO IV – ATOS ADMINISTRATIVOS _________________________________________________
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 _________________________________________________
E C E C C E E C C C _________________________________________________
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 _________________________________________________
_________________________________________________
C C E E B D A D E E
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_______________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
81
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS
| – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano
OS: 0083/9/17-Gil

_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________

CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
82
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220

You might also like