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Indiferença

“Eis que estou á porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta,
entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Ap 3:20)

Todos os homens são filhos de Deus, não importando o modo como nEle
creiam, pois todos os caminhos conduzem a Deus”. Esta posição leva a um completo
indiferentismo às realidades espirituais cristãs-bíblicas. É a posição ecumênica em que
tudo é válido em matéria de religião. Isto está contaminando o cristianismo
contemporâneo de tal modo que muitos de seus seguidores estão sendo levados a uma
indiferença a respeito das grandes doutrinas da fé cristã e o desejo de defendê-las.

Em Mateus 7;21 diz que “nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no
reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus”. Apesar de
professar que Deus é o Senhor, de usar a Bíblia, promover batismos, cultos, louvores e
outras atividades praticadas no cristianismo, o Senhor Jesus não está presente em igrejas
onde há indiferença à Sua Palavra. Como Saul, muitos cristãos de hoje ainda não
perceberam que o Senhor se retirou deles (Jz 16:20).

A igreja de Jesus encontra-se atualmente numa situação decisiva, pois


vivemos num tempo em que as heresias estão sendo infiltradas na igreja como doutrinas
opcionais. Estamos vivendo tempos de modismos, de justiça própria, de materialismo, de
indiferença para com o pecado, de indiferença para com o evangelismo e a obra
missionária. A igreja está vivendo tempos de auto-exaltação com a qual se adula a si
mesma (Ap 3:17).

O espírito de indiferença é o mais trágico que pode ocorrer numa igreja. Este
espírito de indiferença faz com que as pessoas não se preocupem em ouvir ensinos
heréticos e não se mostram vigorosos na defesa da fé. O Senhor Jesus não faz parte de
uma igreja indiferente, que não ouve a Sua voz. Ele está do lado de fora, mas está
querendo entrar desde que ouçam o que Ele tem a dizer (Is 55:3; Mt 13:15).

No inicio do cristianismo havia uma igreja que se comportava com


indiferença. No livro profético do Apocalipse há uma carta endereçada a igreja em
Laodicéia em que o Senhor Jesus se manifesta dizendo que esta igreja era morna na fé
(Ap 3:15), em conseqüência da abastança em que vivia (Ap 3:17), que a tornava orgulhosa
e soberba em si mesma (Pv 16:17-19), chegando ao extremo de que nada lhe fazia falta,
no entanto, espiritualmente, ela era “infeliz, miserável, pobre, cega e nua” . (Ap 3:17).
A carta é direcionada ao “anjo da igreja”, provavelmente seu líder, e ao
mesmo tempo a todos seus liderados, dizendo que conhece suas obras e que eles são
mornos na fé e não perceberam a sua pobreza espiritual. Diz, ainda, o Senhor, que
repreende e disciplina o seu povo porque o ama e faz um apelo para que se arrependam.
(Ap 3:19).

Dessa maneira, a igreja em Laodicéia, representa a igreja ecumênica


moderna. Uma igreja que se considera auto-suficiente, que não mais se interessa pela
evangelização nem por missões, porque para ela todas as religiões são boas e tem seu lado
positivo e o importante é viver em harmonia uns com os outros. Para este modelo de igreja
o ensino bíblico ficou para trás deixando lugar a novas “profecias”, a novos visionários,
a novos movimentos, a novas “unções” (Jo 17:17; II Tm 3:14-17; Mt 7: 15).

A mensagem de Cristo à Sua Igreja é de advertência para que os crentes que


estão espiritualmente mornos na fé, por causa da indiferença, se encontrem com Deus,
consigo mesmo e com sua missão. Por isso Ele diz: “Eis que estou á porta, e bato; se
alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele
comigo.” (Ap 3:20), pois Jesus quer assumir o lugar que é Seu por direito como autor da
salvação e cabeça da Igreja (Ef 1: 7, 22).

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” (Ap 3:22).

Chamada divina

"Ninguém te poderá resistir todos os dias de tua vida.Como fui com Moisés,
assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei.” (Js 1:5)

Todo o servo de Deus recebe uma chamada divina para executar a obra do
Senhor. Com Josué não foi diferente. Ele recebeu de Deus um chamado para manter a
continuidade do governo teocrático.

Antes da morte de Moisés, o nome de Josué é citado várias vezes em


acontecimentos importantes da história de Israel. Josué foi designado general no
momento em que o exército israelita necessitou de um chefe (Ex 17:8-9). Foi o ajudante
de Moisés quando Deus entregou a este os dez mandamentos no Monte Sinai (Ex 24:13;
32:17). Josué gastou grande parte de sua juventude na segurança do Tabernáculo, que foi
tirado do meio do acampamento, devido a idolatria do povo (Ex 33:11). Foi um dos espias
que não se intimidou com os obstáculos encontrados na terra prometida (Nm 14:6-12).
Por tudo isso Josué mereceu suceder Moisés na direção do povo de Deus.

A revelação do Senhor a Josué ocorreu quase imediatamente após a morte de


Moisés, a fim de que fosse mantida a continuidade do governo teocrático. Deus escolheu
este homem para dirigir o Seu povo, porque ele encontrava-se preparado, pela própria
convivência com o grande líder Moisés, para assumir essa importante missão. A mudança
do líder não pode interromper a continuidade da missão que Deus confiou à nação
israelita. Josué era a pessoa certa para conduzir o povo na conquista da terra prometida.

Ao ler o texto em Josué 1:3-6, pode-se constatar a promessa de Deus na


capacitação para vencer todos os obstáculos. Deus disse-lhe: “Não te deixarei” (v. 5). Era
toda a segurança que Josué necessitava para realizar sua tarefa na missão que Deus lhe
confiou. Mas para isso é necessário “esforço e bom ânimo” (v. 6) por parte do líder. Em
Sua exortação, Deus sugere a idéia de que Josué corria o perigo de esquecer os ensinos
da lei dizendo-lhe: “Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e
noite, para que tenhas o cuidado de fazer tudo quanto nele está escrito;... serás bem
sucedido" (v. 8) e propõe um serviço sem temor pois Ele estará com Josué “por onde quer
que andar” (v. 9).

O Senhor não se limita a traçar um plano e prescrever o método. Ele também


proporciona uma dinâmica que torna possível o plano e o método aos que decidirem
obedecer. Esse poder é a própria presença de Deus na vida de seus servos. Jesus Cristo
prometeu a seus seguidores: “eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos” (Mt 28:20).

A chamada de Josué nos ensina:

- que todo o servo de Deus é substituível (Js 1;1);


- que as promessas de Deus são conquistadas com esforço e perseverança (Js
1:3);
- que Deus não abandona nem desampara seus servos (Js 1:5);
- que a força e perseverança do líder são fatores decisivos para o sucesso dos
liderados (Js 1:6);
- que é necessário ter disposição para obedecer (Js 1:7-8);
- que a presença do Senhor na vida e nos planos humanos é a garantia do
sucesso (Js 1:9).
Muitos líderes de congregações religiosas acham que são insubstituíveis em
seus cargos. Com orgulho e prepotência oprimem seus liderados, intimidando-os com
uma chamada divina que os tornam intocáveis em suas determinações junto a
congregação, alienando o povo à suas convicções em detrimento a doutrina bíblica.

O líder deve concentrar-se prioritariamente no que ele foi chamado a fazer,


segundo a Palavra de Deus. O líder cristão foi chamado para: guiar e apascentar a Igreja
de acordo com a visão de Deus (At 20:28; I Tm 3:1-7); alimentar seus liderados com
programas de formação cristã fundamentadas na Bíblia; e, zelar pelo povo que lhe foi
confiado por Deus.

Aquele que recebe uma chamada divina de liderança deve fazer a vontade de
Deus, ouvir a sua voz e praticar o que Ele manda, colocando em prática tudo o que lhe
foi ensinado, meditando na Palavra de Deus.

Nenhum ser humano ocupa uma função na obra de Deus que o torna
insubstituível. Os líderes passam, mas os propósitos de Deus continuam.

A unção

“... e ungiam muitos enfermos com óleo, e os curavam.”(Marcos 6:13)

Temos ouvido diversas expressões como: "estou na unção", "fui ungido",


"ungi minha casa", etc. Esta prática da unção tem sido muito difundida em nossos dias, e
muitos tem se utilizado da unção com óleos, que se dizem ser consagrados, e que propõem
em si mesmos, bênçãos, curas, e até mesmo uma consagração especial do indivíduo a
Deus. Vemos a separação dos que "estão na unção", e os que não estão. Segundo os que
se utilizam desta prática, o costume é bíblico e está de acordo com os ensinamentos
bíblicos. Mas o que a Bíblia diz sobre esse assunto?

Quando olhamos para o Antigo Testamento, vemos a prática da unção com


óleos, como um costume entre o povo hebreu. Encontramos vários tipos de unção. Porém
nos deteremos na unção feita para a consagração de coisas ou indivíduos. No Antigo
Testamento, pessoas e coisas eram ungidas como significado de serem consagradas a
Deus (Ex 30:22-33). Vemos a unção de objetos (Gn 28:18), A unção de reis (Jz 9:8; II
Sm 2:4; I Rs 1:34), de sacerdotes (Ex 28:41), de profetas (I Rs 19:16). A unção era algo
considerado importante, e o ritual não podia ser usado em uma ocasião comum. O povo
tinha respeito pela cerimônia e por aquele ou aquilo que era ungido, sendo considerado
santo, separado para Deus (Êx 30:22-33; II Rs 9:11-13). A unção era um ato determinado
por Deus (I Sm 10;1), e era considerado um favor de Deus (Sl 23:5; 92:10), ou uma
nomeação para uma função especial do propósito de Deus (Sl 105:15).

Na unção era determinada a capacitação para o serviço ou função a se


desempenhar. Sempre estava ligada ao Espírito de Deus (I Sm 10:1-9; 16:13; Is 61:1; Zc
4:1-14). No Novo Testamento encontramos o enfraquecimento desta prática, limitando-
se a unção a uso medicinal (Lucas 10:34) e de purificação (Jo 11:55-12:7). Apenas em
um texto isolado de Tg 5:14, a unção com óleo representa ou simboliza a presença de
Deus no ambiente. Vemos porém que o uso da palavra "ungir" no grego é representada
pelo termo "aleípho" que quer dizer friccionar, esfregar. O que Tiago quer dizer é: “Use
o óleo como remédio e ore para que Deus, que está presente, abençoe com a cura”. O
próprio Tiago afirma no v. 15, que a "oração do justo salvará o doente", delegando a cura
à oração e não ao óleo.

Vemos contudo, que no N.T., o Espírito Santo de Deus é quem unge os


indivíduos, separando-os para obra do ministério. Paulo afirma que quem nos ungiu foi
Deus por intermédio do seu Espírito (II Co 1:21) e que recebemos a unção no dia em que
cremos em Jesus (Ef 1:13). Em João 14.17, esse mesmo Espírito, que nos ungiu, estará
conosco para sempre. Todos os crentes são sacerdotes, mediante a unção do Espírito
Santo (I Pe 2:9). João afirma que nós temos "a unção que vem do Santo" (I Jo 2:20). No
evangelho de Marcos, Jesus é reconhecido como o Santo de Deus (Marcos 1:24). João
afirma que o Espírito é a unção (I Jo 1:27), e que ele nos ensinaria a distinguir entre o
erro e a verdade (Jo 16:13).

Concluímos, pois, que essa prática da unção com óleo, pode até ser
relacionada com textos bíblicos do Antigo Testamento, porém nada tem a ver com o
conteúdo doutrinário do Novo Testamento, quando vemos que cada crente é ungido pelo
Espírito Santo de Deus, e se torna santo, separado, para a sua obra .

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