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Azenilto G.

Brito x JSBFerreira
Juízo Investigativo – Pré advento

Azenilton Adventista: Sobre o "Juízo Investigativo", na verdade todo tema escatológico tem suas
dificuldades, como os dispensacionalistas percebem nas suas detalhadas especulações do que se dará
nos tempos finais. Vimos acima como num breve vídeo o Rev. Nicodemus Lopes detona a escatologia
dispensacionalista apontando à posição protestante histórica sobre o Anticristo, que NÃO
CORRESPONDE ao que creem e ensinam o dispensacionalismo.

R. JSBFerreira:

Como você afirmou, toda corrente escatológica tem suas complexidades, (isto é fato!) parabéns por esse
parecer, de início, pelo menos nisso concordamos! Com relação ao Nicodemus “detonar a escatologia
dispensacionalista” isto também ele o faz por diversas vezes com várias das doutrinas adventistas, então
não creio que Augusto Nicodemos esteja investido de todos os predicados apologéticos nem da minha
ou da sua causa, então vamos deixa-lo fora disso. Mantenhamos o foco!! Pois citar o Rev. Nicodemus
Lopes como fonte “detonadora” não ajuda nenhuma das partes!

Mas pretendo mostrar-lhe algumas dificuldades dos que pretendem negar nossa interpretação de
Daniel 8 ('a ponta pequena'), mas nada de melhor têm a oferece no lugar daquilo que pretendem negar:

R. JSBFerreira:

Azenilto Brito! Quem lhe convenceu de que fora dos arraiais adventista não exista uma explicação bem
mais plausível que a do adventismo? (sobre a atuação do chifre pequeno).

* 10 RAZÕES POR QUE ANTÍOCO IV NÃO É A PONTA PEQUENA DE DANIEL 8 *

1a. - “De um dos chifres saiu um chifre pequeno, e se tornou muito forte.” Daniel 8:9

Esta tradução do texto nos levaria a identificar o chifre pequeno como parte do império Grego (ou mais
precisamente a dinastia Seleuco, como um dos sucessores do império Grego de Alexandre o Grande).

Acontece que se trata de uma tradução equivocada. Por quê? Porque “chifres” em hebraico é uma
palavra feminina (seria melhor falar em “pontas”). “Ventos” pode ser masculino ou feminino. “De um
deles” contém um pronome masculino.

Logo: A ponta pequena (ou: chifre pequeno) não pode proceder de uma das 4 pontas (dinastia selêucida)
e sim de um dos 4 ventos.

JSBFerreira:

Esta interpretação, embora seja possível se constitue um calcanhar de Aquiles para o adventismo, pelas
razões à seguir:

Daniel 8.9 (ARA) O bode se engrandeceu sobremaneira; e, na sua força, quebrou-se-lhe o grande chifre
[ALEXANDRE], e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do céu.

Se, a apalavra chifre não consta no original hebraico ou seria melhor traduzido por pontas, e pelo
contexto sabemos que a palavra “ventos ou pontas” se referem aos quatro generais de Alexandre ou a
divisão do Império grego e em Daniel 8.9 há afirmação que de um desses “ventos” ou pontas surgiria
uma ponta mui pequena mui pequena, é lógico que este “vento” ou chifre nunca que poderia ser Roma,
(imperial ou papal) pois esse vento está totalmente linkados ao vento maior [Alexandre] em suas quatro
vertentes: Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu, ou seja, ainda assim, era de se esperar que de um
Azenilto G. Brito x JSBFerreira
Juízo Investigativo – Pré advento

desses quatro “ventos” é surgiria o chifre pequeno a não de Roma, que nem faz parte do contexto
imediato nas afirmações! Interpretação mirabolante essa viu Azenilto!!! Pois, em todo o contexto a
palavra ventos se refere aos quatro generais de Alexandre, agora, de uma hora pra outra ventos se
refere aos quatro pontos cardeais!!! Me compre um bode bem gordinho!!! Você percebe o quanto estão
estuprando a interpretação escriturística com um peso e duas medidas??

https://www.youtube.com/watch?v=bVwUaCk4VE4

2a. - “No fim do ... reinado” Daniel 8:23.

Antíoco IV não surgiu no final da dinastia seleuca e sim mais ou menos no meio dela. Ele foi o 8º. dos 20
reis selêucidas. Depois a dinastia continuou por mais uns 100 anos.

JSBFerreira:

Por mais uma vez, a afirmação é tendenciosa, pois, pelo contexto, o sujeito ativo (QUE PROFANA O
SANTUÁRIO) da oração é Antioco Epifâneo e não a sua dinastia. E o sujeito passivo é o povo perseguido
por esse rei.

Dan 8:23 Mas, no fim do seu reinado, quando os prevaricadores acabarem, se levantará um rei, [NÃO
UM REINO] feroz de cara, e [será] entendido em adivinhações.

3a. - O chifre de uma besta nunca é símbolo de uma única pessoa: ele sempre significa um novo reino,
e o reino de Antíoco IV era velho. (Sir Isaac Newton em 1753)

JSBFerreira:

Ver resposta dois.

4a. - Antíoco IV não prosperou (verso 12) ou se tornou muito forte (verso 9).

Depois de invadir o Egito (o que representaria sua expansão para o sul) ele teve que se retirar
rapidamente, determinado pelo Senado Romano e comunicado pelo embaixador C. Popílio Laenas.

No leste (Mesopotânia) ele acabou morrendo numa batalha e para a “terra gloriosa” as ambições ruíram
ainda com ele vivo.

JSBFerreira:

Pelo contexto (DA PROFANAÇÃO DO SANTUÁRIO TERRESTRE DOS HEBREUS) ele prosperou sim em todas
as suas intenções, é nesse sentido que ele e se tornou forte entre os oprimidos, e nunca em caráter
universal como quer fazer o adventismo. É só focar nos objetivos de Antioco ao tamid judaico. 1º
Macabeus capítulo 1

5a. - As “2300 tardes e manhãs”, se fossem 1150 dias literais, não se encaixam matematicamen te com
os 3 anos e 10 dias de serviços interrompidos no templo. (1. Macabeus 1:54-59; 4:52-54).

JSBFerreira:

a) 3 anos e 10 dias (15 de Casleu (nono mês) de 145 à 25 de Casleu de 148) = 3 x (360) + 10 = 1090 dias.

b) 2 meses intercalados, um no início de 146 e outro em 148 = 2 x 30 = 60.

Segundo o relato dos Macabeus, a “Abominação da desolação” instaurada por Antíoco Epifânes, que
suspendeu os holocaustos em honra ao Senhor, durou do dia 15 do mês Casleu de 145 até o dia 25 do
mesmo mês do ano 148, portanto 3 anos e 10 dias.
Azenilto G. Brito x JSBFerreira
Juízo Investigativo – Pré advento

É ponto pacífico entre os especialistas que a cronologia bíblica das datas registradas nos livros dos
Macabeus está conforme o calendário Macedônio-Selêucida. Sobre isso vejamos o parecer de um dos
maiores especialistas em cronologia e história judaica, o Prof. Schurer:

“O calendário de Macedônio-Selêucida começa seu ano do mês que corresponde a Tishri [7o. mês do
calendário judaico ou Setembro/Outubro do calendário gregoriano] e, portanto, aparentemente em
torno do equinócio outonal do norte. Este calendário foi usado além ao sistema Babilônico para o cálculo
de alguns eventos do período Selêucida referente à história dos Judeus, durante a época do Macabeus
e posteriormente” (SCHURER, 1979).

Este calendário corresponde ao antigo calendário do mundo grego. É composto por 12 meses lunares
de 360 dias. A cada 2 anos, 30 dias são intercalados ao último mês para alinhar as datas às estações do
ano, que são regidas pelo Sol. Sobre isso nos informa Heródoto historiador grego (considerado o Pai da
História):

“Pegue setenta anos como a extensão da vida de um homem. Aqueles setenta anos contêm 25.200 dias
sem contar meses intercalados. Adicione um mês cada outro ano para fazer as estações correrem com
regularidade, e você terá 35 meses adicionais que serão 1050 dias. Assim os dias totais de seus setenta
anos são 26.250 e nenhum deles é igual ao que virá” (University of Chicago Press, 1988).

Segundo esta antiga regra, os anos que possuíam meses intercalados são os anos pares e 1 mês de 30
dias era intercalado no início do ano.

6a. - “Tardes e manhãs” também não é termo usado para os sacrifícios diários pela manhã e a tarde.
Este termo significa dias (literais)--ver Gên. 1:5, 8, 13, etc.--e aqui são dias/anos proféticos dentro de um
quadro (ou visão) profético.

JSBFerreira:

Nesse caso, nobre Azenilto, o contexto imediato (os versos 11 a 13) não deixam brechas para
interpretações fantasiosas. Ou seja, contexto imediato, creio que saibas muito bem de que esta é umas
das regras elementares na interpretação de textos. Sendo assim, não seja injusto com o que está escrito.

Dan 8:11 E se engrandeceu até ao príncipe do exército: e por ele foi tirado o contínuo [sacrifício], e o
lugar do seu santuário foi lançado por terra.

Dan 8:12 E o exército [lhe] foi entregue, com o [sacrifício] contínuo, por causa das transgressões; e
lançou a verdade por terra; fez isso, e prosperou.

Dan 8:13 Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a
visão do contínuo [sacrifício], e da transgressão assoladora para que seja entregue o santuário, e o
exército, a fim de serem pisados?

7a. - Jesus Cristo declarou que a “abominação desoladora” ainda se encontrava no futuro (Mateus
24:15). O império daquela época era Roma e não a Grécia (ou Selêucia).

JSBFerreira:

Sim, conheço o texto e interpretação adventista sobre a “abominação desoladora” de que falou o
profeta) Ou seja, tanto eu quanto você cremos que há uma dupla aplicabilidade (histórica e simbólico-
escatológica) na mesma, e majoritariamente os cristãos entendem que isso se deu entre os testamentos
nos período dos macabeus; para o adventísmo, isto teve seu cumprimento em 70 d.C. Agora vamos para
o segundo cumprimento: O posicionamento cristão em geral é que os eventos tipificados por Antioco
Epifâneo também apontam para um personagem futurístico denominado anticristo a ser manifesto, e a
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simbologia adotada pelo adventismo da “abominação desoladora” foi e ainda é o exercício sacerdotal
do papado, obliterando assim o sumo-sacerdócio de Cristo no santuário Celestial.

8a. - O chifre pequeno (a ponta pequena) arrasou o santuário até o solo (Daniel 8:11). Isto não aconteceu
sob Antíoco IV, pois ele deixou o santuário em pé. (Sir Isaac Newton em 1753).

JSBFerreira:

Pelo contexto, sabemos, que isto é uma figura de linguagem – hipérbole, relacionada não ao templo,
mas, à ausência dos sacrifícios diários no mesmo, bem como sua profanação em 168 a.C. Como sabemos
disso? A história mostra que Antioco literalmente não destruiu o templo judaico.

9a. - Daniel 9:24: “70 semanas (70x70=490 anos) estão determinadas (separadas ou cortadas dos 2300
dias/ano).” 490 anos não se pode “cortar” de 2300 dias literais (ou 1150 dias literais).

JSBFerreira:

Não há o que argumentar nesse particular, pois o adventismo adota uma das possíveis traduções (no
caso a que lhe é mais conveniente), preferimos determinadas, pois esta interpretação não trouxe
problemas relativos à especulação escatológica como aconteceu com o adventísmo. Até porque você
mesmo já respondeu que é impossível retirar “2300 anos” de 2300 tardes e manhãs ou 1150 dias literais.

10a. - Daniel 2:34, 35: “. . . uma pedra foi cortada, sem mão, a qual feriu a estátua . . . mas a pedra que
feriu a estátua se fez um monte e encheu toda a Terra”.

Daniel 7:11-14: “. . . estive olhando até que o animal foi morto . . . o seu domínio é um domínio eterno,
e o seu reino, o único que não será destruído”.

Interessante é, como reza a tradução “Ave Maria” o texto de Daniel 8:25: “. . . levantar-se-á contra o
príncipe dos príncipes, mas será aniquilado sem a intervenção de mão humana”. E o comentário deste
texto no rodapé remete corretamente para Daniel 2:34.

JSBFerreira:

Você está querendo reescrever a história de Roma Imperial com essa explicação é isso? Você realmente
quer me fazer crer que tanto Roma Imperial quanto a Roma Papal não foram “aniquiladas sem a
intervenção de mão humana” É isso mesmo?. O que nos diz a História sobre a queda de Roma em suas
duas vertentes (Imperial e papal) Sr. Azenilto?

Existe então um paralelismo de eventos nestes 3 capítulos de Daniel (caps.2,7, 8), que expressam, que
por último o Reino de Jesus Cristo será estabelecido.

JSBFerreira:

Concordo com esse paralelismo! mas de forma plena na segunda e última parte do alcance dessa
profecia, na pessoa do anticristo e a confederação ímpia que regem o mundo, quando do reinado de
Cristo”

Damos abaixo as principais razões para defendermos que a profecia passa de Antíoco para o Anticristo
precisamente no versículo 36 (do capítulo 11 de Daniel).

(1) O alcance da profecia (10:14) exige alguma referência escatológica, tornando assim possível esta
divisão.
Azenilto G. Brito x JSBFerreira
Juízo Investigativo – Pré advento

(2) Embora toda a profecia de Daniel até 11:35 possa ser facilmente relacionada com os acontecimentos
bem conhecidos da antiga história, essa correspondência não pode continuar além desse ponto.

(3) O versículo 36 menciona um rei cujo período é "a indignação", um termo técnico extraído da
literatura profética de Israel, geralmente referindo-as aos acontecimentos escatológicos (por exemplo,
Is. 26:20).

(4) As predições inclusas correspondem com bastante precisão às profecias reconhecidas do Anticristo
final (cons. II Ts. 2:4 e segs.; Ap. 13; 17).

(5) Uma brecha literária natural aparece antes de Dn. 11:36.

(6) O rei voluntarioso é um elemento novo, separado dos outros dois reinos cuja história está sendo
examinada até o versículo 35.

(7) De força decisiva é a ligação com a Grande Tribulação, a ressurreição dos mortos e as recompensas
finais, etc. (12:1-3), fornecida pelas palavras "nesse tempo" (heb. übe'et hahi, 12:1). O tempo desses
acontecimentos escatológicos é o tempo dos acontecimentos da parte final do capítulo 11. Daniel
(Comentário Bíblico Moody)

Isto se realizou logo após a morte de Antíoco IV?

JSBFerreira:

Sim” isto aconteceu após a morte dele, cerca de 198 anos depois!! Nada há no texto afirmando que este
reino deveria ser estabelecido de forma literal logo após a morte de Antíoco.

(Lucas 17:20-21 RC) E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o Reino de Deus, respondeu-
lhes e disse: O Reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque
eis que o Reino de Deus está entre vós.

- Obs.: Sobre a contagem dos 2.300 dias/anos. TODO o cálculo é feito com base no calendário cristão, e
nada do judaico. Não importa que o calendário judaico tenha 360 dias, e o Juliano/gregoriano 365. O
cálculo parte de uma data (457 A.C) computada SEGUNDO o calendário cristão, o que nada tem a ver
com o calendário judaico. E no calendário cristão HÁ o fato da não-existência do ano Zero.

JSBFerreira:

Muito digna essa sua observação e muito relevante, Azenilto, se os judeus são regidos pelo calendário
lunar, o que foi feito para conciliar os meses de 29 e 30 dias do calendário lunar? Se o calendário usado
foi outro? A quantidade exata de dias desde 457 a.C. até o ungido é de quantos dias literais de 24 horas?
As semanas proféticas de excluem a precisão dos dias literais?

Desculpe a demora (menos de 24 horas) pois desenvolvi cerca de 70% dos comentários, pouco control
C e control V.

Júlio Sérgio Baêta Ferreira – JSBFerreira é membro da igreja evangélica Assembleia de Deus - Área XV
em Cidade Operária - São Luis / MA, desde 21/06/1989, casado [Keilah], dois filhos (Lucas & Ana Júlia).

Graduado em teologia, Professor na Escola Bíblica Dominical, professor de teologia do IBPE – Instituto
Bíblico Pastor Estevam Ângelo de Sousa, Professor do CMT – Centro de Missões Transculturais da IADESL,
Palestrante de seminários voltados para defesa da fé (Apologética Cristã, Seitas e Heresias, seminários
voltados para docentes e discentes da EBD em todo o estado do Maranhão).

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