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CURSO DE DIREITO
FORTALEZA - CE
2014
BEATRIZ SOARES PINTO
Fortaleza - Ceará
2014
P659 Pinto, Beatriz Soares
A desconsideração da personalidade jurídica na justiça do
trabalho: um estudo baseado na sociedade empresária / Beatriz
Soares Pinto. – Fortaleza; 2014
41f.
Orientador: Profª. Mariana Vieira Lima Araújo.
Trabalho de Conclusão de curso (graduação) – Faculdade
Cearense, Curso de Direito, 2014.
CDU 349
Bibliotecário Marksuel Mariz de Lima CRB-3/1274
BEATRIZ SOARES PINTO
Monografia apresentada à
banca examinadora e à
Coordenação do Curso de
Direito da Faculdade Cearense,
adequada e aprovada para
suprir exigência parcial inerente
à obtenção do grau de bacharel
em Direito.
__________________________________________
Mariana Vieira Lima Araújo
Professora Orientadora da Faculdade Cearense
__________________________________________
Ana Mabel Barbosa Moreira
Professora Examinadora da Faculdade Cearense
__________________________________________
José Péricles Chaves
Professor Examinador da Faculdade Cearense
__________________________________________
José Júlio da Ponte Neto
Coordenação do Curso de Direito da Faculdade Cearense
Dedico a minha mãe pelas noites mal
dormidas que passamos em busca deste
sucesso, eu em meu canto estudando e
ela de lado sempre rezando por mim.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus pelo dom da vida e pela força que foi
primordial quando em certos momentos eu quis fraquejar.
Agradeço pelo incentivo em especial a minha mãe pela santa paciência, por
sempre acreditar até mesmo quando nem eu acreditava, ela sempre esteve ali.
Minha âncora, meu porto seguro sempre.
Agradeço ao meu pai pelo apoio financeiro e por nunca me proporcionar nada
de mão beijada fazendo com que eu adquirisse o bom hábito de sempre lutar por
aquilo que acredito que mereço e tanto almejo.
Agradeço aos meus tios Ary e Lúcia, ele por ter sido primordial na escolha do
meu tema e ela por sempre estar presente quando eu mais preciso em minha vida,
minha madrinha e segunda mãe.
Agradeço aos meus colegas de turma pela paciência e pelos bons anos de
convivência nos bancos de faculdade, alguns levarei para vida inteira.
Esse trabalho tem como intuito discutir algumas questões básicas a respeito da
desconsideração da personalidade jurídica no âmbito da justiça trabalhista, tomando
como base do estudo a sociedade empresária, com uma leve introdução ao ramo do
direito comercial, conceituando seus personagens de destaque, como as espécies
societárias e os diversos enfoques deste instituto dentro da sociedade, como a
conceituação e os efeitos da personalização e desconsideração da pessoa jurídica,
a aplicabilidade das teorias relativas a este tema (Teoria Menor e Teoria Maior ) e
suas divergências dentro dos órgão de jurisdição trabalhista. A sociedade
empresária está protegida diante do instituto da desconsideração da personalidade
jurídica quando a questão é relativa a Justiça do Trabalho?
O estudo teve complementação por meio da legislação pátria tendo uma pesquisa
bibliográfica centrada em vários autores que disponibilizaram suas obras por meio
de livros, artigos e revistas.
This work has the intention to discuss some basic questions about piercing the
corporate veil under the labor courts taking as study based on the business company
with a light introduction to the field of commercial law conceptualizing its prominent
characters as the corporate species and the various approaches this institute within
society as the concept and the effects of personalization and disregard of the legal
entity, the applicability of theories on this subject (Minor and Major Theory) and their
differences within the labor jurisdiction body. The business company is protected on
the disregard of the Institute of legal personality when the question concerns the
Labor Court?
The study completion through legislation homeland with a literature search focused
on a number of authors who publish their works through books, articles and
magazines.
Keywords: Disregard; legal personality; Theory Minor; Greater theory, Labor Justice.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10
2 EMPRESÁRIO ....................................................................................................... 11
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41
10
1 INTRODUÇÃO
2 EMPRESÁRIO
Como já foi visto o empresário pode ser uma pessoa física ou jurídica e para
tanto apenas deve preencher os requisitos constantes do conceito encontrado no
art. 966 do Código Civil.
1. Mamede, Gladston. Direito empresarial brasileiro: empresa e atuação empresarial, volume 1 / 4. ed. - São Paulo:
Atlas, 2010, p.88.
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falecimento de titular da ação também não pode ser negado o direito ao seu
sucessor de ingressar na sociedade.
Regidos pela lei 8934/94 que dispõe sobre o Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências sobre as diversas nuances
contidas no ato de registro.
17
2. Mamede, Gladston. Direito empresarial brasileiro: empresa e atuação empresarial, volume 1 / 4. ed. - São Paulo:
Atlas, 2010, p.70.
18
3. Curso de direito comercial, volume 2: direito de empresa / Fábio Ulhoa Coelho. — 17. ed. — São Paulo: Saraiva,
2013. (pág. 18)
4. Curso de direito comercial, volume 2: direito de empresa / Fábio Ulhoa Coelho. — 17. ed. — São Paulo: Saraiva,
2013. P.22.
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Dotados de tal ânsia em ganhar sempre mais alguma pessoas com o intuito
de apenas ludibriar terceiros formalizam empresas lhes dotando de personalidade
jurídica com o único fim de arrecadar lucro excessivo.
O Código Civil de 2002 prevê em caso de abuso por parte da pessoa jurídica
com relação à sociedade, seja por desvio de finalidade, que ocorre quando a
sociedade é constituída para explorar atividade econômica diversa, ou seja, a
empresa é somente de fachada, seja pela confusão patrimonial, que ocorre quando
os bens sociais e patrimoniais se confundem entre os administradores.
Como uma “espécie de chave”, o CDC abriu portas para que outras
legislações também relacionassem a desconsideração da personalidade jurídica
como meio de inibir os prejuízos causados a terceiros em nome da sociedade,
conforme prevê em seu parágrafo 5º, do art. 28 retro mencionado. “[...] § 5º -
Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
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O art. 50 do Código Civil de 2002 é a regra que deve ser utilizada como
parâmetro para todas as relações em que se evidenciar a desconsideração da
personalidade jurídica, sem, contudo, se tornar banal, e é neste sentido que se
manifesta o STJ.
No Código Civil de 2002, uma vez ocorrida as situações descritas no art. 50,
demonstradas e provadas, o credor, se vendo prejudicado, pode recorrer à justiça,
para frente a ausência ou insuficiência de patrimônio da sociedade, seja levantado o
véu que recobre a pessoa jurídica e a responsabilidade patrimonial, e recair tão
somente sobre os bens particulares dos sócios ou administradores, para eventual
quitação das dívidas com os credores.
Segundo o STJ o simples fato da empresa ter ficado inativa não significa que
a empresa se dissolveu de forma irregular, restando assim a autorização para a
desconsideração da personalidade jurídica.
Assim basta que a pessoa jurídica não consiga honrar seus compromissos
com o próprio patrimônio, que já fica estabelecido o requisito para pedir a
desconsideração da personalidade jurídica, a fim de alcançar, nos bens do sócios,
ou dos administradores, o necessário para sanar os débitos.
O TRT do RJ ainda vai mais além, desmistificando a tese de que o fato de não
se cobrar meios de prova no processo de conhecimento frustrem a garantia ao devido
processo legal.
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Esta manobra da CLT mais uma vez quis proteger o empregado de possíveis
ações fraudulentas dos empregadores e também deixou novamente o empregador
em situação desfavorável garantindo que em caso comprovado de fraude por parte
da empresa, sem requerer o dolo ou a culpa do empregador, seja aplicada a teoria
da despersonificação ou despersonalização da personalidade jurídica afetando de
forma direta os bens dos sócios ou administradores da empresa.
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Uma das mais importantes consta do art.8 parágrafo único da CLT que versa
o seguinte.
Com o que preleciona este artigo em seu parágrafo único fica salutar que é
possível a utilização de outros dispositivos do ordenamento jurídico, ainda que
subsidiariamente, a fim de suprir naquilo que couber as lacunas existentes no Direito
do Trabalho.
Com isso como não há na legislação trabalhista norma específica para tutelar
a questão da desconsideração da personalidade jurídica e este assunto não é
incompatível com os princípios regentes da legislação trabalhista, pelo contrário, a
utilização de outros dispositivos reforça o protecionismo ao trabalhador que é o
principal papel da CLT é totalmente aceitável a utilização de outros preceitos com o
intuito de preencher as lacunas que só se evidenciaram com o passar dos anos.
4.2 Princípios relacionados a natureza protecionista das leis trabalhistas com relação
ao empregado
Princípio da condição mais benéfica ao trabalhador é aquele que diz que toda
condição que for mais vantajosa para o empregado prevalecerá sobre condição
anterior menos benéfica independentemente de onde seja oriunda, lei ou contrato,
regimento interno ou norma coletiva. Assim se o empregado em sua relação de
emprego de forma habitual tiver benefícios incorporados ao seu metiê este proveito
deve ser incorporado ainda que tacitamente ao patrimônio do empregado.
5. Curso de direito do trabalho /Alice Monteiro de Barros – 7. Ed – São Paulo LTR 2011
6. Curso de direito do trabalho /Alice Monteiro de Barros – 7. Ed – São Paulo LTR 2011 p. 147.
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execução estão cada vez mais se utilizando deste instituto sem sequer buscar
esgotar outros meios de saldar as dívidas trabalhistas.
passa a girar com menos fluidez aumentando as perdas tanto de cunho sócio
econômico como a manutenção dos empregos dos trabalhadores.
jurídica e penetrando nos bens particulares dos sócios com cautela, sempre
aplicando a proporcionalidade e a razoabilidade.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Barros, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho – 7. Ed – São Paulo LTR
2011
Coelho, Fábio Ulhôa. Curso de direito comercial, volume 2: direito de empresa— 17.
ed. — São Paulo: Saraiva, 2013.
Coelho, Fábio Ulhôa. Manual de direito comercial: direito de empresa – 22 ed.- São
Paulo: Saraiva 2010
Martins, Fran. Curso de direito comercial / Atual. Carlos Henrique Abrão – 37. ed.
rev., atual. e ampliada. – Rio de Janeiro: Forense, 2014.
Negrão, Ricardo. Direito empresarial: estudo unificado — 5. ed. rev. — São PAULO:
Saraiva, 2014.
Ramos, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado – 4. ed. rev.,
atual. e ampliada. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.
Resende, Ricardo. Direito do trabalho esquematizado / 4. Ed. rev. atual. ampl. – Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014.