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19-7-1946
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Edição especial
Homenagem a
CATULO DA
PAIXÃO
CEARENSE
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\> crianças da vizinhança ><¦ reúnem.
curiosas-, oni tôrtio da placa ri*ccm«ctilocadn
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pela Prefpilura na rua Catulo Cearense.
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BI \ % X.3 ali, naquele tranqüilo recanto
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suburbano — a humilde rua Fran-
cisca Meyer, no nono distrito da ei-
I - ERAdade —
que vivia Catulo da Paixão
Cearense, o grande poeta do "Sertão em
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flor" e da "Mata Iluminada". Viveu numa
I \ \ casa pobríssima, que era menos uma casa
do que um barracão, e depois mudou-se para
outra habitação, um pouco melhor, mas mes-
mo assim ainda tosca. E foi nessa casa que
se finou, a 9 de maio, o grande poeta cuja
poesia maravilhosa tocou fundamente a alma
lÉ_ÉMàJB \ nnsàBn !¦ I«lf'llBlllllflalitl SBI^I^OaÍfl BNf!^ do povo, ao mesmo tempo que despertava
os louvores dos mais altos espíritos brasilei-
Mfc - __i_li KOr Sfc^^f^^—Ol BP"^ ros do nosso tempo. O prefeito do Distrito
Federal, Dr. Hiidebrando de Gõis, resolveu
dar o nome de Catulo à rua Francisca Meyer
— e com Isso ficaram contentes todos os mo-
'bst-tB ¦ -lasl radores que se habituaram a ver diariamen-
''¦¦¦¦¦¦'•' ¦'-¦'
___^B_flB'- íi-ialal | te o poeta e a se orgulharem da sua vizi-
fl ¦;'~'"-- ' i_BjpP_' fl ,A'fo BRn áfl['''B À nhança. Era Catulo quem fazia a rua se tor-
nar procurada e ilustre. De quando em quan-
Jvl gg;| fl fl BJ do, paravam automóveis à porta do poeta e
rfl fláfW ifl BR! K a'1 deles desembarcavam pintores, cantores, es-
fl Eflsswaa " mS^iJt^rW:*aBMSffiagMK^ftsi
'¦¦'•H^ÈS^M _" TsMpoI Lsrsf wflr''!' H' fl||É___| ^ critores, jornalistas de renome, que vinham
BaBJiBss^fl iPrliil'- SIO ___| S g> gozar o convívio de Catulo, entrevistar Ca-
tulo, ouvir versos de Catulo ou peças que o
____ LBBBàBf^B ^ Jl Br ^¦l-floBL^B l__il poeta executava ao violão, com uma mestria
LB BBk X tJbB LssV^BB_L__arIf j-Ba-BBo^Bom^B bSéboé-H oBI^LB^k^sbI Bb\ JaBBsfl que os anos não prejudicaram. Aqui estão
OsOr^OOMI OUs^fl /fSOO alguns aspectos dessa rua, que é hoje a Rua
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Catulo Cearense. As novas placa» foram fet-
flaxi \^^1 Vlfl_|^gBn| ÀJafl EamJtl P tas imediatamente, despertando a aposição
fl Lar i BIB i das mesmas o interesse da criançada, que vai
aprendendo desde cedo a admirar o poeta
através dos seus poemas magníficos, apren-
didos às vezes na escola e, outras vezes, no
próprio lar..
¦*
AaBflHfe >AG. 3 — 19-7-1946
3 •'-.".
José do Patrocínio foi amigo de Catülo — o Catulo
seresteiro do tempo da "Lira dos Salões". E Catulo
'--''-'''''-___! ámmmm ' ht ¦'¦¦¦' __c_P. _______ alegrou os últimos momentos do grande escritor
negro e campeão do abolicionismo, indo cantar ao
pé do seu leito de enfermo. . .
ent
das suas ^^
e sim para os que ficam. Comigo se perderá ___0 ''Yfscíã WF^ • ¦*-¦—• B___^_l __^__f*2
muito do meu tenipo, do tempo das serena- _P^___^8 B*^- ^^*B
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tas... Nós caminhávamos — lado a lado ~ ¦m^^^^—Wt-"'-"¦" -.-:W^^^ \ ~m1nl -: "^W ^BBflflflflP^-Eü-flk - ^a_.
A vida de Catulo da Paixão por uma rua deserta de subúrbio e, então,
enquanto êle se calava, eu comecei a pensar
Cearense foi objeto de numero- na profunda verdade de quanto êle me disse-
ra. O Catulo que ali estava a menos de um ^^M_ Ba /
sas reportagens literárias. Pou- ^P^^ ^™fc £¦ __F ^^^B iffT
passo d. mim não era apenas um homem.
cas, entretanto, teriam sido tao Era o remanescente de uma época que se
interessantes quanto o trabalho fora. Sim, ali estava o passado vivo ainda.
K aquele tempo sem dúvida dos mais belos
de Clovis de Gusmão, publicado ia morrer para as gerações que viessem. 0 úl-
no jornal "A Gazeta", de São timo trovador nio teria mais forças para
Paulo, a 9 de fevereiro de 1941. escrever as buss memórias.
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É esse trabalho, página viva e A GLÓRIA DE UM CASEBRE __J _F^'''9'"H__BB BB5 __*^ 'fl Bar I
brilhante de um repórter, que é,
Lembrei-me do pequeno casebre no meib do
também, um escritor, que a se- mato onde há anos me levaram. E vi em.pen-
guir transcrevemos. riamento esse mesmo Catulo ainda moço, m
rede armada entre duas árvores a tocar a can.
tar. Ah! o barracão de Catulo. No entrancei-
—• Nio; eu ji nío poderia escrever as ml- ro fala-se dele. Humberto de Campos imor-
tr.Ilzou-o numa página preciosa: "Fora do *-T_ _¦_________—_¦ '
nhas memórias, disse-me Catulo da Palxio caminho, no meio de um roçado, a casa de
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Cearense num desses últimos domingos. O Catulo passará i história. Feita outrora de
coração é o mesmo. Mas eu sinto que nio ¦ __r____________F__r f ^*_» ,,
um único compartimento, o poeta havia re- __¦_____[ B_r ^flflB__f_____! MMrJrf •**-•__'* b___S
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teria mais forcas para escrever tudo o que sorvido o problema da comodidade, dividia-
sp passou comigo nesses setenta anos de vida. do-a por meio de lençóis. Com quatro pre-
E é «ma pena Nio para mim que me von gos • alguns metros de pano de algodão dl-
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A edição comemorativa do Centenário das mWemvmT
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As lembranças de Catulo da Paixão Cearense — "Perdão Emí- ¦" BafojB bbkbbB HL Li?
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vem beber as águas frescas o violão que me levou até a poesia... Lem-
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de uma cacimba que é tua bro-me de Ignacio da Catlngueira, de Ma-
e onde i\ noite a luz
seus versos brancos
da lua
deixou".
noel do Riachão, de Jerônimo da Junqueira.
Aos 1Z anos, já no Rio, essa impressão do
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sertão inda não havia se apagado. Tornei-
Aquele apelo havia tido o seu eco. E ho- me boêmio, aprofundei-me no violão e na
modinha. Havia, então, as Repúblicas de Es-
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nrens de todas as posições lá iam aos do-
mingos para beber as águas frescas da ca- tudantes. E havia, sobretudo, para mim a fi
7(il=A Todo em pelica preta ou camurça 774 Em cromo marron, laranja ou pn i<
eom pelica preta, azul ou bordeaux.' com especial sola de peneu pintaõi
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Peçam catálogos coloridos grátis do 1.° semestre de 1 946, tambem com scecão de ancis, relógios,
pulseiras,
canetas, medalhas, erc. Acondicionamento em úteis/caixas de madeira. — Porte de chapéus e calçados de
homens: CrS 4,00; de senhoras, CrS 3,00. PEDIDOS ^S CASAS ROULIEN, Expedição: RUA SÃO LUIZ
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GONZAGA, 52. Envie a importância.registrada, com *^olor declarado
pelo correio ou cheques que sejam pa-
gaveis no Rio. MATRIZ: RUA SÃO LUIZ GONZAGA, 46 e 45 - S. CRISTÓVÃO - FONE 48-4546 - RIO, Fi-
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liai: Rua Carvalho'de Souza, 310-312 — Madurcira — Telefone 29-9058 — Rio de Janeiro. FaBRICA
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¦ — i '¦assa!
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PRÓPRIA: Rua São Luiz Gonzaga, 52 —- São Crstovão — Fone 28-8072 — Rio
A Catulo da Paixão Cearense, o maior poeta sertanejo, a homenagem das CASAS ROULIEN, as
casas que calcam meio mundo.
A.KflilE» PAG. 5— 19-7-1946 *
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Catnlo da Paixão Cearense e seu grande
amigo, Proeópio Ferreira, a quem dedicou
o livra "Fábulas e alegorias", fenja primeira
segando
edição foi financiada por Proeópio, "Gazeta
; declaração do poeta em artigo na
— de Notícias"
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E OS ARTISTAS
Grande amÍ£o de Procó-
pio e de Beatriz Costa,
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tros dos seus amigos. O volume "Fábulas "eu seime olhem assim", continuou o tal
que vocês são amigos dele, mas em
RUA BERGAMINI, 45-A e alegorias", de Catulo, dedicado a Procó-
pio Ferreira, só veio à lume, na sua pri-
questão de arte, me parece que a amizade
deve ceder ao bom senso "JE desenrolou um
meira edição, porque esse festejado ator fl- novelo de conceitos sobre a arte em geral,
FONE: 29-2789—RIO nanciou a publicação do volume, hoje reedi-
tado pela terceira vez. Proeópio, nas suas
e métodos de critica, derramando uma eru-
dlçáo velha cheia de frases feitas. Eu, Gas-
festas artísticas, sempre prestigiou o grande
poeta sertanejo, interpretando admirável- (CONCLUE NA PAGINA 34
A NniTt r» * r* IO 1 \C\AC
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CATÜLLO
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DA PAIXÃO
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CEARENSE
GLORIOSA TRADIÇÃO DO BRASIL
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mais civilizado é um
povo, mais respeito e orgulho
tem à obra dos seus grandes LMe0 7/
QUANTO
Artistas, pois é a estes que se
deve essa Civilização. Pouco
se fez, até hoje, pelas nossas gloriosas tra-
dições, .que permanecem ainda no mais
triste esquecimento. Faltava-nos, entre-
é°l
Bentammo Gigli, o grande , tanto, uma oportunidade para despertar
era um admirador de Casulo da Pa . ..... em nossos corações esse sentimento mag-
rense . (e Catulo tombem dele). Gigli deu nifico, transfonnando-nos em orgulhosos
ao autor de "Meu Sertão" esta foto autogra- admiradores dos legítimos representantes
fada da nossa Cultura. Se hoje nfio podemos
ajuizar o que muitos brasileiros fizeram
pelo nosso Pais, não nos cabe a culpa,
mas compete-nos fazer com que nossos
filhos possam sentir melhor por que o
Beatriz Cesta era uma das grandes admira- Brasil é digno de tanto amor e respeito.
eèes e das amizades de Catolo.
A obra grandiosa de CATULO DA PAIXÃO CEARENSE é? sem
dúvida, uma das mais belas e ricas contribuições à música e à Poesia.
Para que possa ser sempre admirada, re-
solveu o brilhante vespertino carioca
"A N OIT E". em colaboração com
"A NOITE Ilustrada", "Carioca". Vamos
H
Ler!" e a "Rádio Nacional", dar aò Bra-
sil "A CASA DE CATULO", adquirindo
para esse fim, a casa em que viveu o
Poeta, ao mesmo tempo que trata da
construção do seu mausoléu. A esse mo-
*" *
vimento vem se juntar, a "EDITORA
\ \ ^B '*/*V w& \ BEDESCHI", que tem a honra de pos-
suir, entre outras valiosas edições, qua-
¦- "¦ ^Én \ idÈk $ÊÈ- b9bbSbW
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* ÍI^SbbbT''
^íBwHí í?&a ¦ W''-";«|t r'-U-'r tro grandes livros do maravilhoso poe-
ÃwM t->\ >& u • \ ^v "^ •*-¥*- »>í^'";k*?
ta, músico e cantor. Numa delas, "MATA
ILUMINADA", encontrará o leitor a
mais bela canção da alma americana.
"Luar do Sertão";
e nas outras, "POEMAS
BRAVIOS", com prefácio de Ruy Bar-
bosa, "MEU SERTÃO", com prefácio de
José do Patrocínio Filho, e "SERTÃO
EM FLOR", com prefácio de Mario de
"nosso Catulo", na
*aV*r V Alencar, os inais opulentos e geniais Poemas do ex-
^Bfcl* 1üat^BH mm^t spA Ám t^^H
presão glorificadora de Ruy Barbosa.
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I ^SK'Jè. \ 10,00
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4. LIVRARIA EDITORA
Zi:UO V AL VER 1)1
TRAVESSA DO OUVIDOR, 27 CAIXA POSTAL 2.956
RIO DE JANEIRO BRASIL
7 — 19-7-1946
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OS MAIS BELOS
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CAÍU.LO
prú baxo do cabeção, Manué Joaquim era um cabra Prá riba de mim. Deus pode
Bebedô de madureba, tzimia. cumo a água fresca, naturá de Piancál... manda o que êlo quisél
pissuindo carne e caroço, quando o vento béja as água
eu nunca vi cabra macho Quando gimia no pinho,
das lagoa do sertãol... chorava, cumo um jaól O mundo é grande, marruéroI...
que me íizesse sobrôçol Grande é o amôl... Grande é a fél...
> Pruquê os dois peito alembrava Eu, marruéro, arrespundia
Nunca drumi uma noito dois maduro cajá-manga, nestas corda de quandú, Grande ó o pude de Maria,
imbaxo de tejupái... e a boca, toda vremeia,
Nací prá vive nas grota, e os acalanto se abria, ispôsa de São Josél...
parecia uma pitanga. cumo as frô do imbiruçú!
prá vivo nos mócósá. . O Diabo, o Anjo mardito,
prá drumi longe dos rancho. Chêrava as mão da cabôca, Foi despois do disafio, foi grande!... Cumo inda éll
prú-ríba duna gravata... cumo os verde maturll...
vendo a lua pulas íôia quando eu sal vencedô,
Era taliquá, marruéro, que os canto e os geme dos pinho Mas porém, nada é mais grande,
d'um férmoso iriribál dois ninho de jurutíi mais grande que Deus inté.
n'um turumbamba aabouli
que uma chifrada, marruéro.
Os pe-zinho da curumba, Imquanto nós dois cantava, dos óio duma muiéll!
quando dançava o baião, sem ninguém té dado ié,
Nos gaios da umarizéra, parecia dois pombinho, tinha fugido a cabôca VOCABULÁRIO
o canta do sanhassú; a marisca pulo chão
na boca triste da noite. cum o Pedro Cahitoréli!
Marruá — touro.
O gimido da inhabú... Eu me alembrol... A saia dela. Marroeiro — pastor do gado.
Tinha fugido a curumba
cô das pena da irerê, Tinguí — erva venenosa.
e as tuada da cabôca, cum aquele bode ronhêro, Piranha — peixe mordedor.
tinha a sedado dos mato. um tocado de pandéro
lavando n'água do rio. Sucuri — cobra.
quando vai anoiteceu e runiadô de zabumbai Pixuna — rato selvagem.
e os canto, prú via dela, Aqueles braço de fogo,
nos samba... nos disafio... Manduréba — cachaça.
(Deus não me castigue, não!!) Tinha fugido, marruéro, Campiá — andar a busca de gado, pelos
quêmava, cumo aa iuguéra aquela frô dos meus ai, campos.
nada disso, não, marruéro, das noite de São Joãol... Sobroço — medo.
me dava sastüação, cumo uma istrela que foge,
sem se sabe prá onde vailll Tejupá — cobertura de palha.
cumo o mugido bravio Marruéro!... Os cabelo dela Mócô"á — caverna.
dos valente barbatãol tinha o calo naturá Barbtitão — touro.
da pomba vüge dos mato, Alouvação — canto, louvando alguém.
Nada fazia, marruéro, Cabórge — feitiço.
quando cumeça a aninhai... Istrépe — espinho.
o coração me pula,
cumo uvi pulas varjóta, Caxinguelê — animal roedor.
Apois, os cabelo dela Baião — dança.
os berro dos marruál tão preto pré chão caia. • Irerê — ave
Na luz do Sá, que acordava, pattnipede.
que toda a frô que butava lá, no cará do Nacente, Japiacoca — ave ribeirinha.
Na pai de Deus eu vivia nos cabelo, a írô murchava» a máde que Deus, contente, Rojão — toque de viola.
nos brédo doa matagó, pensando que anoitecia li Zelação — estrela cadente.
cum a natureza sonhava!
tocando a minha viola Mucuim — parasita que se introduz na
só prá meu gado incuta. Afuieraado — raivoso. pele.
O suó que ela suava O canto alegre dos galo Puntiá — preludiar na viola.
no samba, chêrava tanto, nos capoerão amiudava!... Pinto cessa xerém — fazer bonito.
Lá, prós banda onde eu naci. que intó a gente sintia Nos taquara das lagoa Jaó — ave de canto melancólico.
Já ss falava do ama: um châro de ingreja nova. as sara cura cantava! . Maracanã — periquito.
todas as boca dizia um choro de dia tanto! Araponga — ave também chamada Ferreiro,
que era íarso e matado! Alegre, passava um bando de grito agudissimo.
As anca. as cadéra dela, das verde maracanãl Corpo fechado — aquele que meio de
Mas porém. íoi trazahtonte. surrupiando no coco. Formosa, cumo a cabôca, rezas e outras superstições, ficaporisento de
no aamba do Zé Benito. toda a se tamboriíá. vinha rompendo a minhãl mordeduras e feitiços.
Surúcucútinga — cobra venenosissima. A
raVCMlTF, PAG. 8 — 19-7-1946
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m_™^ _^*W8mwBBHI bmh Eu táva diseambimbado! (duas hora de.canoa...)
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prá hí vê a curumim,
Na hora que toda gente • e só quatro mês fartava
**' ¦ '^Hffi^rfüi ¦¦ B-flE-—-^^^^B*^^^^^B_--Í ~^___>- '¦¦' B__r ______8''- I já táva se adispidindo... prás coisa chega no fim.
^^H BJjBBH^H " _B_r
a muié táva chorando!
^^P^fl_*^^^^^^fl B__>. N___^_K__BE W_W__r_-BBH-f-Í" -wBH fl^^Bflfll Vendo a muié saluçando... Zé Pacú dava um pagode
fui assuntando... assuntando. no dia oito, im dezembro,
| ^v JW ,_r_l_K_BBkk
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—^__h_ '. PPf/{iJ|fj)|^^ ___^Ss_l
E_fM___r__fl . __W_-^_S_------^---- .
e... odespois, arresôrvi! que é o dia da Cunceição!
Wfl-B-r^ _fl__F
BB _#____i_P^__.b__i Pidí a mão de Maibí!
Cum rézão ou sem rézão,
Nos óio dos cunvidado João Capixaba, um caúchêro,
correu uma ispantação! das banda de Sairé,
me contou que a cabôquinha
A cara dos namorado numa festa, im Caetê,
de Maibf, naquele instante, no dia de S. João,
ficou taliqá se visse só cum caquêro dançou,
uma grande assombração! e prú via disso a festa
im tempo quente acabou!!!
Maibí ficou tão contente,
quando o pai, arrêzôrvido, Dei tempo ao tempo: isperei.
no meio de toda gente,
satisfez o meu pidido. O"Vamo
dia oito chegou!!!
vê", disse curnigo,
"se o cabra
Eu não quiria!.... E' verdade! não me inganou."
Mas porém, era mardade,
era mardade e perrice
não crê naquelas denguice
V____r_\ vCvBB^ -_B -_-P_-_-__^---Í' —-——-
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duma muié adorada, Naquele braço da costa,
nem nas coisa que jurava de todo lado se via,
cum a sua palavra honrada! atupetada de gente,
as canoa, as montaria.
Apois, ficou ajustado
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que, despois de mais dois ano Vinha decendo um Gaiola.
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de trabáio no roçado,
___P r ^b______ \ ^PVV /____F___flr tUfl. nós havéra de casa. Pequei na minha viola,
Despois da festa acaba, e decí pulo barranco!
a festa do seu Truamba,
uns prá aqui, outros prá lá, A lua, branca arupêma,
cada um siguiu viage. toda redonda e cheínha,
penêrava lá de riba!
A barraca do Paçú, E o rio táva tão branco,
do veio pai de Maibí, cumo um montão de farinha!
ficava lá da outra marge,
da outra banda do rio, Remando naquela hora
num bunito massapêz. prá barranca da outra marge,
Só de três mês im três mês, um bando de montaria,
eu fazia a travessia, carregando os cunvidado,
foi siguindo de viage.
O Pacú era quirido
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'.. i As vez, meu branco, o marvado, v das árve que ele torou, v ...
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Nacional". Visando adquirir a casa em intelectuais, vários inéditos e caricatu- Disgaiou a laranjêra
ras do Poeta, feitas pelos nossos me- da pobrezinha da vó, Qué vê se iabarra e discansá
que Catulo viveu e, também, construir uma veia laranjêra, e o ranchlnho, prú vingança,
o seu mausoléu, tem o grande vesper- lhores desenhistas. Foi tirada .uma edi- im riba d'ele caiu!
donde ela tirou as írâ
tino' carioca o apoio de todos os brasi* ção de 150 exemplares no formato prá leva no seu vistida,
leiros#que aliam a Cultura à Arte de 24 x 17, em papel especial,' numerada E foi correndo e gritando!
quando, virge, si casou E as árve. que ia topando,
saber distinguir entre os ArtiMas os e rubricada por CATULO. Custam os cum o veio, que tanto amou,
exemplares desta edição especial, os e que má pudia vê,
que mais dignos são da Admiração do cum o difunto... o falicidoU
Pais. A esses brasileiros, a "LIVRARIA
EDITORA ZELIO VALVERDE S. A."
vem se juntar, o que -az com o justo
seguintes preços:
— Brochura, Cr| lOtM»; encaderna-
ção comum, Crf 150,00; e encaderna-
E a vó, supricando im vão,
sêmpe, sêmpe ii dizia:
cumo se fosse arrancada
cum toda a raiz da torra,
n'uma grande adlsparada
ia atraz d'ele a corre l!
4
"Meu fio: tem dó-das árve, .
-ii: :.¦¦'¦
orgulho de quem é responsável pela ção de luxo, Crg 230,00.
magnífica edição de "POEMAS E8CO- que as árve tem coração \" Na boca da incrustada
-íúsico e vendo uma gruta fechada
LHIDOS". do imortal poeta, Do lado do caplnzá, de verde capuangá,
I
Acaba de sair a 2.* edição comum adonde pastava o gado, o hôme introu pulos mato,
de "POEMAS ESCOLHIDOS", aumen- táva um grande e veio ipê, que logo que viu o ingrato,
tada de novos poemas e caricaturas de , que o avô Unha prantado. de mato manso e macio,
ficou sendo um ispinhá!
Catulo, feitas por diferentes artistas ' Despois de leva na roça
f^^ \ c'uma taxada a iscavacá»
debaxo d'aquela sombra,
E foi outra vez correndo,
cansado, pulos caminho!...
A venda cm tôdat as boas livrarias. nas hora quente do dia,
Pedidos pelo Serviço dt ReembÔI- vinha o veio discansá. Toda a pranto que íncontrava,
so Postal ã o capim que ele pizava
*áfí__í táva crivado de íspinhoü!
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1 Catalo da Paixão Cearense
foi também
' prosador. Escreveu artigos, inclusive de po-
lêmica, tendo como contendores João Ribei- ,\
ro, Agrippino Grieco, etc. E também escre-
oeu contos, como "O Curandeiro", e "O olho
d'água", que estampamos em nossas páginas
nesta edição, como amostra dos dotes de
prosador do grande poeta do sertão. Os con-
tos regionais de Catulo, como muitos dos seus
poemas, eram seguidos de glosários, para
¦melhor facilitar aos leitores a exata com-
preensáó do texto.
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Antônio Cobra era, por esse tempo, o para que se efetuasse o ideal dos dois çom- tela mágica do cinematógrafo. Poupemos
mais reputado curandeiro do sertão. Ainda padres e de suas esposas, comadres tam- a suscetibilidade do coração do leitor. Dei-
não se tinha dado um caso letal em sua bem. Quando ò jovem futuro doutor saiu xemos os pormenores e, assim, fitemos a
clientela. Era, de fato, prodigioso. Âs ve- do sertão, já não levava o coração, que estrada real e veremos dois cavalos verti-
zes, mesmo de longe, se lhe era impossível pertencia a sua futura consorte — D. Vio- maçando a todo galope, em direção da casa
vir à casa da vítima, de longe mesmo, com leta, que o adorava também com toda a do Coronel. O ©r. Bento, galopando verti-
m os seus processos caba lis ticos, efetuava a fonmosura de sua alma. ginosamente, e mais t mais esporeando o
maravilha da cura. Antônio Cobra, em se Dentro de um mês, o casamento seria ce- seu Pégaso, esquecia-sç, talvez, de que o
tratando do tóxico segregado pelas suas ho- lebrado pelo capelão da Fazenda do coronel seu velho colega, setuagenário como era, já
mjõnimas, era um semi-deus daquelas para- e, segundo era corrente, com extraordinários não podia perpetrar aquelas brãvuras. Mas
gens. Quem deixaria de o respeitar e ad- deslumbramentos, para que permanecesse na o amor é violento nas ocasiões, supremos
mirar, se ele representava para aqueles ho- memória de todos os coévos, c, depois, na da desesperação. ,
mcns rudes o eminente Pasteur, imortali- tradição, a majestade daquela festa núpcial.
zado pelos seus trabalhos sobre a profila- Neste comenos, deu-se uma catástrofe de-
xia da raiva e de outras moléstias conta-' (CONCLUE NA PAGINA 36) ^f^vv
soladora.
giosas ?! Ninguém; e por uma simplissi- Um dia, pela manhã, D. Violeta borbo-
ana razão: — as provas irrefutáveis qne a leteava pelos matos, a colher flores silves-
todo momento via com seus olhos. Mil a- três, quando foi surpreendida pela presen-
gre, Magia, Feitiçaria ? O caboclo, que já ça de uma terribilissima Salamanta, que,
orçava pelos noventa, era digno de acurado avistando-a primeiro, formou-lhe o bote e
estudo dos homens de ciência. cravou-lhe os dentes na perna direita.
O coronel Chico Francisco de São Fran- D. Violeta esvaia-se em sangue, quando, por
cispo era o proprietário de uma Fazenda de
gado do sertão da minha terra natal. Ho-
¦níem rico, laborioso e fino cavalheiro, fa-
felicidade, passava pela estrada um boiadei-
ro, recolhendo ao curral um boi tresmalha-
do. 'E' desnecessário descrever ao leitor a
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zia-se estimado por todos os corações que
auscultassem o de sua alma, sempre dese-
josa de fazer bom. Sua mulher, D. Chica
Francisca de São Francisco, era o reflexo da
individualidade moral de seu esposo. O co-
revolução nas duas Fazendas com a noticia
daquela desgraça. Prefiro deixar à sua ima-
ginação, que, por menos fértil que seja,
bem pode com vantagem dispensar-se desse
trabalho*.
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ronel era homqnn de uns setenta invernos Que dizer da amargura do Coronel, da
primaveris e D. Francisca, de pouco me- aflição de sua esposa, do profundo abalo do *"
nos. Tinham apenas uma filha de 15 anos, outro casal e do desespero do noivo, o Dr.
D. Violeta, tão formosa e modesta, como a Bento Luiz ? 1 Quem, mesimo sem ser pai
sua irmlã floral c era, por sua vez, o re- nem noivo, não sofreria com aqueles pais e
flexo de sua progenitora. D. Violeta era aquele noivo, e, finalmente, com todos os
a estrela polar do coração daqueles dois corações que extremavam D. Violeta, diante
velhos felizes. daquela perspectiva funérea ? D. Violeta, a
 pouca distância da Fazenda do Coro- violeta de todas aquelas almas, estava com
nel, .havia outra, cujo dono, o Capitão Viei- o pó' no catirel do abismo da morte 1! I
ra Martins, seu amigo e compadre, não lhe O jovem recem-formado, médico, e, por
era inferior na riqueza nem na bondade. isso, conhecendo o perigo como ninguém e
/Casado também e quase da mesma idade do confiado na terapêutica provecta do sen co-
seu velho a&niigo, tinha um filho já forma- lega o Dr. Fortunato Bocayuva, o velho
do em medicina, o qual chegara há um mês clinico daquelas cercanias, sem perder um
do Rio de Janeiro. O Dr. Bento Luiz, o segundo, montou no seu Faisca, o cavalo Ws
filho do Sr. Martins, vinha realizar um mais corredor de todas as duas Fazendas,
contrato feito entre os dois fazendeiros, no e rumou, para a casa do antigo esculáipio.
dia do seu natal. E qual fora esse contrato ?
O Dr. Bento faria os seus estudos de hu-
manidades, completaria o seu curso aca-
dêmico na Capital e voltaria ao sertão,
Os episódios desta narrativa devem ser
rápidos comb os de uma representação na
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OLHO D'AGUA
rado no lugá que a gente iscuiè, à vontade.
!Um ano despois, à meia noite, vassuncê vai
vê. A nacente tá pipocando! A água tá ma-
dura, que o seu douto diz que a bacia do
ôio d'água tá .vazfia! Despois vassuncê vai vê
a outra, que foi rábada. Tá seca, cumo fu-
gão que não leva fogo a munto tempo!!
Apois foi ausim que róbei o briante do Car-
rapato, à meia noite, na véspera do santo
e interrei o coité debaxo da coitezêra, no
terreno do marido da mãe da minha cara
ametade, cum premissão de Vossa Senhoria.
Dendê o dia que se interro o coitê, ninguém
mais deve anda puTaquelcs lado. E' ansim
prú via disso que eu disse a vassuncê que Vassuncê sabe o que é a casa da gente, que se faz.
êle tá se cocando de contente. sem nada. Foi, cumo já falei prá vassuncê, Agora, seu douto, faca uma hpóte, e mági-
quando entra a izordre! na véspra de S. João. nc que já se passou um ano, despois doi;
Vassuncê me escute. Mas porém eu sempre uVi dos mais veio — A casa do mixiriquêro, ficava um tanti-
iHá munto tempo que o Carrapato, um be- roubo, e que hoje é vespra do santo mais
que mais vale quem Deos ajuda do quem nho longe. Mas porém, prá que é que eu pis- festejado aqui neste mundo. E* meia noite.
bedô de dismancha-samba, vivia rexando cedo madruga. suia o Pincé? AmunteS no pé de passarinho
cumigo. Saberá Vossa Senhoria que ou mm- A festa lá dentro, lá no terrêro, já tá ron-
O Antônio Carrapato era um cabra cafun- e abri prós lado do amardiçoado. Um dia in- cando. Venha oumigo inté lá prás banda da-
ca pude istruviá cum a rézãó daquela impi- goso cumo quê. E vêje agora, meu sinhô! têro não botei uma migáia de inhame nesta
licança do cabra. Nunca fiz má prá ninguém. Um gororóba daquele era dono d'um cha- quelas capoêra. Vassuncê tá vendo ali?!
boca. Cheguei à boca da noite. Marrei o ca- — E' o ôio d'água, cráro, cumo as noite de
Minha vó dizia a toda hora que eu samias- vasca, que nem bahuge tinha!! Agora, pul'- valo n'uma tabatinga, me mofumbeti na ma-
se o bem, sem çfiá prá quem. uma coisa que as terra pissuia, não tinha luá da minha terra! .Apois, quando o João
taria inté chega a hora di fazê o trabaio. Mucuim viu o bichinho correndo pulos mato,
Eu não ia preguntá a rézão daquela réxa, pul'aquelas parage terreno que valesse mafis Fiquei ali sem respiro! Vassuncê uáo se es-
prú via de eu não querê que o mardrto mar- na baxada do varjadão, entonce é que foi uma
que as terra daquele meganha. queça que era vespra de São João. Naquele alegria que fazia o veio se distròcê, que nem
dasse que eu tinha sobrôço dele! E sabe vassuncê onde táva a riqueza? N'um ano não quis sabe de festança. Minha Teíta
Agora é que foi o pió. Vassuncê tá me es- ôio d'água, que dava mais água que a ca- cabrito macho, quando a mãe não qué mais
era a vingança. dá de mama! O diabo do hôme não credi-
cutando? Apois bem. O diabo do ingaço não cimba do Totônho Barriga de Sapo! Vas-
mandou a sua muié me intriga cum a Ma- Quando um galo tambiscou uma rizada, sar- tva no que táva vendo! Fui pércizo chama sá
suncê se quisé vê que eu não tôu mentindo, vando o santo milagroso, quebrei pró rc-
ricota, dizendo que eu andava tirando linha cape pr'aqueles mato de Deos, e pregunte Maria Maracanã e a minha costela, pró seu
manso da nacente. Eu levava um coité que íoão crê naquela maravia!
cum a neta do Tio Chanca? àqueles monte e àquelas mataria virge, se tirei d'uma coitezêra, c que já táva aprepa-
E não é que a Maricotinha creditou na- não é verdade o que eu lhe tôu contando! Ah!... seu douto!!*Que festa! Nunca
rado prô serviço, que eu vou ixpricá prá
quela mixlda do fecha-bodega?! Foi um ba- Alouvndo sêje Nosso Sinhô Jesú Cristo, que vassuncê. guem festejou uma véspra de São João cum
fafá, que en nem lhe conto! Saberá Vossa eu nunca fui marombêro. tanta fuguéra e tamanha sastifação! A vim-
A gente fura um buraco em riba da cuia do nhança de 2, 3, 4 e 10 légua, táva ali, prá-
Senhoria que Sá Maria Maracanã me quis inté Apois, seu douto, um'dia eu me vinguei coité, pega n*um pauzinho, arremexe, arre-
^ijá c'nm qairim que o Pedro Gavião me daquele punga, sem fazê estrupiço, sem per- mexe inté tira toda a carne que tá dento, come os cabeca-báxa, as batata assada, a ca-'
a no dia que eu e a sua fia se casêmo! nambucana, sem bacamarte, sem garruncha... inté fica ôco, cum perdão da palavra. Ao
CONCLÜE NA PAGINA 37)
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ANflITF. 13 — 19-7-1946
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Catulo nos braços do povo, no dia da gran
de festa do jardim do Monroe.
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NHA DO TOSTÃO"
fins de 1939, A NOITE iniciou um rial. O escultor Honório Peçanha modelou o
movimento popular, no Rio de Janei- busto de Catulo, magistralmente, e esse tra-
ro, com o fim de erguer, em um dos balho foi passado para o granito pelos mcs-
EM
nossos logradouros públicos, um mo- três canteiros Ramalhão e Augusto de Almei-
numento da admiração dos cariocas -a Ca- da. E o prefeito de então, Sr. Henrique Dods-
tulo da Paixão Cearense. Ficou estabelecido, worth, despachando um requerimento de
desde logo, para dar um cunho realmente A NOITE, designou o Jardim do Monroe
pcpular ao movimento, que as -contribuições como o local em que devia ser plantada a
seriam apenas de um tostão. Caixas para re- herma de Catulo. No dia 11 de janeiro de
colher donativos foram colocadas no saguão 1940, foi inagurado o monumento ao grande
de A NOITE e pequenas barrlcas na Galeria cantor. Bandas de músicas tocaram no jar-
Cruzeiro. Ali, homens, senhoras e crianças, dim do Monroe o "Luar do Sertão'', sendo
de todas as condições sociais, iam depositan- calorosamente aplaudidas pela multidão que
do os seus níqueis, a fim de colaborar na ali se comprimia. A Rádio Nacional fez a to-
homenagem ao grande poeta. Logo, a "cam- cante cerimônia repercutir através de todo
panha do tostão" se tornou o caso do dia, o o Brasil e foi Castelar de Carvalho, o nota-
assunto de todas as conversas, a preocupação vel repórter da cidade, quem primeiro falou,
de toda gente. Pessoas ilustres e homens hu- exaltando a significação da homenagem e da
mildes davam a mesma contribuição, que "campanha do tostão". Disse,
então, o nosso
Catulo agradecendo a homenagem que lhe mais valia pelo testemunho de apreço ao saudoso companheiro:
'prestada "Dezenas de milhares
por iniciativa de A NOITE. poeta do que mesmo pelo seu alcance mate- de pessoas, entre hu-
mildes e ilustres, concorreram para que, nes-
te granito, se modelasse a Imagem do cantor
excelso, mestre da música popular, da rima
Sfl*iF -BBBBBBsBt'''*
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'^^flÊliSE' '* '" e da eloqüência, cujos poemas refletem a
AbBII'Af~' ' !í JUL ^¦flÉfcs/^^lêaflfl'^' :«JLw#~IJoto' _^^_Oflfls_ÉO_. paisagem do pais e ressoam as mais ricas
harmonias de sua natureza. Êle representa,
portanto, uma conjugação simbólica de lou-
vores: — nele se manifesta, pelo primor de
uma Intenção de arte, a alma brasileira. O
ato, que no momento se realiza, com tão ex-
pressivas presenças, assinala o termo de um
movimento nacional pela gloriflcação do
poeta que dobrou os anos cantando, para
graça e honra da pátria."
Terminou Castelar de Carvalho ofereeen-
_FJfcíS_3 18 í^^\í*!^^hbwb^BbbbH BB • SÉ^Í-^i'" do o monumento à cidade, em nome de
¦fl fl' "¦ £_fisflP LflHsflff ^^ A NOITE. Outros oradores se fizeram ouvir:
Herbert Moses, em nome da A.B.I.; Jordão
de Oliveira, em nome dos pintores; o Sr. Go-
dofredo Viana, em nome do governo do Ma-
ranhão; o poeta Murilo Araújo; o poeta Ar-
naldo Damasceno Vieira; o 8r. Melo e Silva,
em nome do Estado de Pernambuco; o Sr.
Thomaz Aivim, pelos portugueses admirado-
res de Catulo; o Sr. Salvador Caruso, em
nome dos auxiliares da imprensa; o estudan-
te Francisco Mendes Xavier, e ainda, Ran-
dolpho Medeiros dos Reis, servente da por-
taria da Alfândega, dando uma nota eminen-
temente popular à homenagem. Catulo, com
Hanório 1'eçanha trabalhando a voz embargada pela emoção, fez um to-
cante discurso de agradecimento. E a cada
no busto do poeta. frase verdadeiras ovaçóes se fizeram ouvir,
BMBflflBflsflflO
mostrando ao poeta o alto conceito em que
o povo o tinha.
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FARMÁCIA FREI GALVAO LTDA.
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Alfredo da Silva Mesquita
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Catulo do Paixão Cearense, ao lado do então ministro da Aeronáutica, RUA BERGAMINI, 73 . TEL: 29-3239 ENGENHO DE
Sr. Salgado Filho, oo batizar o avião civil de treinomento que DENTRO RIO DE JANEIRO
"Canção aue recebeu on
nome de Brasileira", na campanha dos "Diários Associados".
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fixado por dezenas de artistas do lápis. Para publicar todas essas caricatu-
rãs, seria necessária uma edição especial, dedicada apenas à contribuição I. ,
FLORIANO dos artistas do lápis. Na impossibilidade de publicar tão grande número de
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trabalhos, reunimos nestas páginas uma seleção que não representa, entre- '
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A.MPtTi; PAG. 16 - 19-7-1946
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A MOCIDAD
DA PAXAO CEARENSE
^K^ V ?V* '"* f\ ' \ í BBBBBB - ' ' A,''í T""* ! José de Almeida foi um dos grandes
amigos de Catulo da Paixão Cearense. Foi um Mario José de Almeida, a
quem Catulo dedicou ''Terra
MARIO dos amigos dos velhos tempos e não um dês-
se* que w ¦cercaram do poeta jã alquebrado
pelos anos, no período crepuscular de sua vida. Co- Caida", um dos seus maiores
nheceu o Catulo do pastado, o Catulo boêmio, o Ca-
tu Io seresteiro, o tocador de violão c autor de letras
de canções populares, antes da publicação dos seus poemas, evoca em Catulo o
primeiros livros de poemas. E, em conversa, Mario professor e o cultor das le-
José de Almeida nos mostra que Catulo não era ape- trás clássicas
nas um boêmio, mas igualmente, um homem de tra-
balho, sincero, honesto, cumpridor dos seus deveres.
E um homem que, mesmo naquela época,..já se dlo-
Especial para "A NOÍTE
tinguia como um cultor das letras clássicas. Escrivão Ilustrada" —
criminal, Mario José de Almeida S, também, um an-
* escritor vigoroso, cujo primeiro livro, Por R. Magalhães Júnior.
%rf».w>
Rodapés', - mereceu
--¦ — *«a honra de ser
¦ ..^-Ba.M vi« prefaciado
ovi fji ciawflcáuo pelo
mais ferox dos nossos críticos llterãrios, o terrível Peto
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B^^^HBI bwÍÉÍSI m\mW
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BBffl^HllBBaB^ESaWaBJi yaP^TBBWaftrSaílfe'^^!??^
jBjgBjB flHR^^I^^VkSBSafl HaV^^^^^^VWV^B^^fl
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H^^^^affiai
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ser 00,ocada
colocada à ^ente
frente da
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^ dos mais entusiastas, dos versos
mirador, magistrais foíuí<Lrã «ÍT
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nha de uma existência modesta, quaseTrancfsfana de n«í wf "6U, Sert?> * A>Ca8a de Catulo> testem°-
conhecia uma espécie de orgulho - o ortSTrtlfimSi ^^^&Colheáor' ^ só
mas em tudo o mais de uma excessiva humüdade - élrTJSÍ S *T*
fmos Ia'ores lpoétícos *»Ue Produzia, HB_H__£S^H -7 - 7 í " ¦
vada tal como era quando o seuTlorioso rnorador des Ja^ulS-T-^r sentimentaJ'/evendo ser preser- fl^H 7-1B;-
Cearense documentam a sua simplicidade, o seu ^ de .Catul° fc Paixâo
figuras ilustres do mundo artístico, literário c Juase Esmo^ AÍS'/0 £Tal vieram
científiSf Z* -â ^rbana, ter muitas
naturalíssímo, de conhecer a figura dominante d_ S ~^„SS*fí^, ^?. ^
í^ ao. desejo insopitável, mas ';
§0 _B_aP-'.,r"''*-'i''"' nome internacional, pintores e íti&_S^^ brasileira. Aqui vieram cantores de re- I -friBfi.1' -,%<s Bflsat-nnm,I fifi.f.;- ^,"'ifi
-., «&^fl^BP'^(MpW«flflB_|çp>" --.-^¦^•. ' 'f"tír ww 1
_H___S^B_ ¦Hg';V °'—M-_B ¦"¦"¦'¦—**-'-7 BBpprr-f liaAia, ,M-J
tolo recebia com deferência e apreço, »as^?í__,_^ diplomatas - aos quais Ca- éjaí'si* Ví&íãu^Mm*. .¦ ¦ - Jfll flUS
de vida boêmia, fossem estes simples tocadores de viS oí D8JWn?l^^m °8 *T .VeIhos camar^as «tdíTW ^"flj ll,,ill«ia«a_a_Sa_-l BB_U
Amando o subúrbio, nâo querendo, jamais ^trocá-lo pS cidade cltfn d» p»—' n°m° Ben>min d« Oliveira. ¦¦bj B«__H___Íy____
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Um dos papagaios de Catulo. flflflflflBB-» ^JTf -jj^ iípS->jIk Mki
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7.- __^fe'TBÍ: ¦'¦_^1 O autor do "Evangelho das
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.BE B Aves" adorava os seus louros. ,3__í_____^-uí 1
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A cadeira em que Catulo esta.
•a sentado quando teve o co- Detalhe da casa de í'atuiu.' vèndo.se Deitado ainda na «ma. ao amanhecer, rfl : W^m v" • *éÁ\
o Detalhe dn modesto interior
lapso Ta tal. ^t-u radio, os sciís Catulo arrancava, to-os «s dias. a pági-
quadros gref-Üdos t da residência de Catulo. Na fl ^B
um busto do poeta. na da folhinha. No dia H> de maio, o seu oarede. um quadro rom a imã-
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braço não mais t'^v *<*,?
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ais sf j f«Hiin! Item de São Jorge.
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sua evi.«tíns ia.
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PAG. 20 A SífiX-T. PAG 21 ^^™^^™^^^B^*^*^"1a^a______Bm
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,„ , Severa" •
de
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, dramaturoo
i; li.-." ¦ sé manifestar sobre a intelectualidade bras?-
í jOIio Dantas,
$'¦'•
leira,' citou depois dos nomes de Machado
"A Severa" não r!e Assis. Bilac, Afrftnio Peixoto. Coelho
poeta e dramaturgo de Neto, Alberto de Oliveira e Oliveira Lima
O perdia ensejo para louvar a poesia de o nome de Catulo da Paixão Cearense, acen-
Catulo da Paixão Cearense, a quem, num
'Virgílio tuando a impressão que os poemas do gran-
rasgo de entusiasmo, chamou de de bardo sertanejo haviam produzido em
caboclo. Isso, o escritor português) o fez sua sensibilidade, nos seguintes termos:
¦ff numa deliciosa crônica, incluída no seu li- — "E deixe-me agora que eu lhe fale, — ¦.
_^B_Oj& -!.': '^^ufwMMMwÈÊtSk W< ".^'.íflfl .'7__^__SJLji'' ? TmW jf£'
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1m\mm\m\mm\m^m\w^ _¦ '-'•al^B ^Swa^-i TmW- ^aflfef. ¦¦-. *5' '*í* ~i< ^^^B
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atividades vem alcançando uma proeressãn aua
realmente um i»d.dodb quanto i
podeTna^^es!
<LSeMJP*»*** «lementoà e recursos. A
?ZL3L fo-
toF&SPPlP™" nma tapresaao do movimento
da Agencia Carioca, que é o principal departamento mf ^•asal¦ ' Jí^wi." ¦ ^^ *Jp5ji*"* assai A assV " ' bbbbb BB ¦'• BaBa^aBOBV ¦&¦! fisrfc^^"^Ba BEZ^t^^íaHi.
ri
rí*5"*,d.e da Caixa Econômica
ÍLi d0. p01"»1*""****
de Jwie"-o
^° è o departamento que
Z*&* assistência ao funcionalismo
presta conce-
dendo-lhe empréstimos de acordo com apúblico,
Tabela Price
Na Bravura acima temos um aspecto da atividade
nessa Carteira.
m .f.s
Sn/iS. Federal
pI?M, T d„° ***** de S*"* d» Cai»
Econômica do o^l0
Rio de Janeiro, a cuja inspeção são
submetidos os pretendentes a empréstimos na
Consignações. • Carreira de
«¦¦¦a«sHBBtaBi PAG. 23
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Não houve até hoje poeta que, no Brasil, bicões nos cinemas, onde se pode ganhar •TlBll iülí IBMSi
ive&se tido a popularidade de Catulo, pro- sem pedir, e onde ganho, recebendo os vo- l|iy_âo___ii_ia
"Petit Trianon' o acadêmico tos de aplausos, que são as palmas ardoro-
Viriato Comia. sas que temos recebido, eu, o Porco Espi-
nho, e o meu companheiro, o Maracajá.
Catulo da Paixão Cearense poderia, pelo Ganhar alguns cobres num cinema, can-
seu alto merecimento como poeta, ter sido tando ou dizendo coisas brasileiras, que sem-
um dos membros da Academia Brasileira pre entusiasmam as nossas platéias, é nobre.
de Letras. A-NOITE, que tornou vitoriosa Miséria é bajular um Imortal, decheios joelhos,
de
a candidatura de Santos Dumont, liderando com as mãos postas, e os olhos I' 'rW&
um movimento em favor da "imortalidade" lágrimas, esmolando-lhe um voto 1
|do*"^Pai da Aviação", quis também patro- O que eu espero de A NOITE é que o
isinar a candidatura de Catulo. Mas o gran7 seu coração esteja sempre aberto ao Catulo
de poeta não quis aceitar o lançamento de trovador, ao Catulo boêmio, ao Catulo poe-
candidatura, apenas para não se colo- ta, e, principalmente, ao Catulo mendigo, se
sua dar-me-ei por fe-
car na situação de pedinte. E, nessa oca- Deus assim o quiaer, pois
sião, Catulo trabalhava no Cinema Central, liz se continuar a escrever as minhas obras
alias, a crônica de cantando e recitando nos palcos dos cine-
Pr-' fato que provocou, da imortalidade acadêmica
Rosalina Coelho Lisboa n'A NOITE e a de mas, esquecido a À NOITE e a imprensa bra-
Monteiro Lobato n,aA Manhã", publicadas desde
em outro local. Catulo escreveu, nessa
sião, a seguinte carta à A NOITE:
oca- sileira
que
não se esqueçam do
fl
ro", que tanto já lhe deve. — Catulo Cea-
velho "Marroei-
u^.^>'>u ir~ ^^^^ -1— 8
rense".
«A ilustrada redação de A NOITE — Pro-
fundamente comovido, agradeço & A NOITE Carlos, Coelho Netto, Humberto de Campos e Luiz
a honra de lembrar à Academia de Letras quizeram também induzir Catulo a *
se candidatar ã Academia de Letras, mas
a aceitação da minha candidatura, na su- em vão. O seu único orgulho, — o orgu-
posição de que um dia me candidatasse. ¦ I (_**! /¦
intelectual, — o impedia de pedir votos.
Essa honra muito me exalta, porque pro- lho
cede de um dos mais conceituados perió- HOMENAGENS DA ACADEMIA BRASI-
dicos da nossa imprensa e pela esponta- LEIRA DE LETEAS A CATULO
neidade do gesto, que tanto me dignifica.
Essa homenagem, que só o coração do ge- Na primeira quinta-feira, depois da morte
neroso órgão poderia prestar-me, tem um de Catulo, a Academia Brasileira de Le-
valor inestimável para mim.
£ Quantas zumba-as não faria um homem homenagem dereunião trás, em sua semanal, prestou uma
rico e poderoso para merecer de A NOITE poeta, de quem se ocuparam alguns dos mais
mereci. Mas
excepcional relevo ao grande
(jl^^j^ ^^ -¦¦" o cam. B^
a gloria e a vitória que ontem notáveis acadêmicos. Inicialmente, falou o
vnão nos iludamos. Deixemos em paz a ilustre dramaturgo Viriato Correia,
Academia, que nada tem que ver com os que pro-
feriu as seguintes palavras:
trovadores e poetas populares, como os poe- \s^~c*-* i
tas do sertão nada têm que ver com as Aca- "Sr. Presidente: na madrugada da ülti-
demias. Continuarei a escrever os meus nu- ma sexta-feira, o poeta Catulo Cearense fe-
mildes trabalhos, enquanto Deus me der ener chou para sempre os olhos. E fechou-os aos
gias para empunhar um violão, abrir a gar- 83 anos de idade, em plena pujança da sua
ganta num desafio com João Pernambuco, surpreendente inspiração poética. Não há,
num teatro ou num cinema, como o Central, nesta casa, quem desconheça o valor do
cuja platéia tão delicada e bondosa se mos- grande morto. Não foi êle uma figura de
tra para rr»i"\ aplaudindo-me todas as noi- grupinho, um fruto de coterie, uma inven-
tes com as risadas e as suas palmas ani- ção de panelinhas literárias, foi um legitimo
madoras. Benditas as barbas de bode com poeta, a mais exuberante floração do nosso
que me exibo no palco do Cinema Central, lirismo sertanejo, a verdadeira expressão
pois, por elas e com elas, já mereci da emi- cósmica da poesia popular. Catulo foi o
nentissima poetisa D. Rosalina Coelho Lis- mais incorrigivel dos boêmios que já houve
boa a crônica que foi publicada pela A NOI- no Brasil. Com a imensa carga de oitenta
TE, que é para mim um tesouro maior que e poucos janeiros sobre os ombros, na idade
todos os tesouros de todas as Academias do em que todos os homens se recolhem á vida
mundo. A divina poetisa, esquecendo-se, tal- pacata que a velhice exige, tinha ele ainda
vez, da alta responsabilidade que tem no um amor irreprimível pela vida solta de
mundo das nossas letras, exagerou. Mas que rapaz. Doente, alquebrado, gostava ainda de
importa ? Uma simples frase da sua pena ir para a rua, para as noitadas ao luar, en- ¦V e**>*. l>*~y
"CV *^-*^-
já me fora uma consagração. Mas não nos tre moços, cantando modinhas ao repinicado Cfh **"** 1j***- p.
iludamos, repito. Nem a Academia pensa em de violões. Foi o mais incorrigivel dos bar-
mim, nem eu nela. Tudo poderei fazer neste dos brasileiros. Poeta da ponta dos pés à
vale de lágrimas, menos uma coisa: apre- ponta dos cabelos, nunca foi outra coisa, não
sentar-me candidato á Academia Brasileira quis nunca ser outra coisa sina o poeta.
de Letras. Nunca os meus lábios se abri- Acreditou na poesia a vida inteira e acre-
riam para pedir um voto! Essa indigência ditou tanto que já octagenário e no fim dos
moral ultrajaria a riqueza das minhas exi- seus dias, tinha por ela o mesmo enlevo e
o mesmo entusiasmo dos tempos dá adoles-
cência. Nunca se incomodou com as galas
^M flk
do mundo, mas fez sempre questão fechada
de ser poeta. Nunca quis saber de riquezas, /¦-_»': l Jk*' \
mas não admitia que o deixassem de con- _____ÍH4l_f
siderar um nababo da inspiração. Nunca
entrou num banco para depositar ou para
¦
retirar dinheiro, mas teve sempre conta cor-
^ i^*^, ^ «>--—,
Éi-L ri___ ^Vr
rente com as Musas e delas sacava verda-
deiras fortunas poéticas.
Não houve até hoje no Brasil poeta que
B /
tivesse tido a sua popularidade. Ele era, de
fato, o poeta do povo. Sentiu, como nin-
guém, o povo, e o povo o sentiu, amando-o
até á ternura, até ao fetichismo. Catulo era
na verdade uma figura excepcional. Era êle,
sempre êle, não se parecendo com qualque:
outro poeta ou mesmo com qualquer outri
homem. Em Catulo tudo era singularidade.
Sigularidade nas maneiras, singularidade
no vestir-se, singularidade na condução de
M.y
sua vida, na concepção dos seus poemas, na
maneira de versejar, na vestimenta bizarra
de suas imagens. Singular até na modali-
dade poética, que escolheu para celebrizar-se
a modalidade sertaneja. Singular porque êle
'r~^^ii3JJJJH_____________j____________í_____J^_t_l^ ._* ¦ <l^B__f^; "-ÊmW' ^MmM*w^wS£ÈÈÊÊmm
não era um sertanejo. Nasceu numa das
o-v-
ruas mais centrais de São Luiz, no Mara- íV^u, v'^-> ^r° B
nhão, cidade plantada á beira mar. Na sua
CONCLUE NA PAGINA 37 fl ^ • 9o fl
l_1 —— "--ü-r^-Sl Carta do grande poeta Manuel Bandeira ao Px»^ ^H
A Academia Brasileira de Letras, onde foi grande poeta sertanejo, a quem dá o nome
prestada grande homenagem a Catai* de "Catulo da Paixão Brasileira"
«BgMJrÇTS
' _¦¦' SW8SII
r
Í,SS<VSr- Presidente, a Bancada Traba-
.,??r declara °*?RbÒI??^N - (Pela ordem)
Ihiste ¦- z>t. Presidente, S0ARES
ÍA Assembléia Consti- on SIk.508
que Catulo da Paixão Cearen-
rL^°in0ríeu r\-contfauarf
^deu-os,
cantando ao co-
desde a choupana até
palácio; continuará a cantar,
seu povo, para glória de sua para glória de
te, ou, pelo menos,
no nosso meio indiferen--
coisas do espínto, a pouco
interessado
obra de Catulo da pelas
xão Cearense constitui um exemplo de Pai-
voto de
mento do poeta Catulo da Pesar
mR«fquSrem0SxUm
uLdM W «*•~ em 10 de maio de 1946
mingos v.aChad°'
min™.
Pelo faleci-
Paixão Cearense
Adc|mar Rocha. _ d0.
Velasco, — Plínio Pompeu.
bem.)
terra! (Multo deza moral, de persistência invencível,gran- de Gomes. - Aureliano L^ite. - Aiarico — Stênio
^.J
"°r
HuaAntcCarneiro-
J0
Roy Almeida.
,B°sêa-
- Benjami^Farah
— Guaracy
Amí
-
O SR. PRESIDENTE Tem a palavra o e& máximo representante no A impri-
íl,!ra Vei!
a memória de Catulo nobre Representante.
O SD. OTÁVIO MANGABEERA -
ordem) — Sr. Presidente, no meio de (Pela
tanta
cenário literário! Desde o ano transato, a
mocidade do Maranhão vem desenvolvendo
uma campanha, cada vez
ma pelo numeroquedas adesões, mais em
se àvolu-
Nós, abaixo assinados, membros da Banca-
da Maranhense, requeremos à Egrégia Mesa
da Assembléia Constituinte seja lançado na
aridez em que vivemos cercados, é simpáti- um monumento que lhe perpetue favor de
o nome.
Ata dos nossos trabalhos de hoje um voto
co que a Assembléia Constituinte se curve de pesar pelo falecimento do grande poeta
(Conclusão da página 15) respeitosamente diante do túmulo de Catu- Mas pergunto, Sr. Presidente; a obra maranhense Catulo da Paixão Cearense
Io da Paixão Cearense, esse pobre homem ae Catulo não será mais pereneprópria do ocorrido na madrugada de hoje.
'únicas do povo que honrou a poesia brasileira e bronze — aeres perenius, como diria Ovídio.o
que Sala das Sessões, 10 de maio de 1946 —
que tenho a esta altura da vida- a compôs tão lindas trovas que toda a nação Odilon Soares. — Pereira Júnior. — José
amanhã, a tarde, a noite e aTaudáde'' Tenho para mim a obra ainda não foi Neiva. — Crepory Franco. — Luís Carvalho.
repete. avaliada no devido que A imprimir.
| Foj assim que morreu Catulo, recordando nos consola_ do pouco
apreço. E esta convicção
bÍ'êmÍ0 e da Voe**- a cantar as Não costumo freqüentar a tribuna em ma- lhe fêz o Estado Tendo ocorido, na madrugada de hoje o
WtaS.
saudades, ísaudades evocadas teria de votos de pesar. Abro, hoje, uma ex- do Maranhão durante que a sua vida, entrecor- falecimento do. grande poeta brasileiro Ca-
tantas vezes tada por tantas vicissitudes!
jppr outros representantes daquele berço P ceção, associando meu voto pessoal e o da tulo da Paixão Cearense, requeiro a inser-
vilegiado que é o Maranhão. S ori- União Democrática Nacional às homenagens Agora, porém, Sr. Presidente, ção na ata de nossos trabalhos de hoje um
que a Assembléia Constituinte presta ao ho- morto esse espírito, verdadeiramenteque já é Voto de profundo pesar, pela perda que so-
EnSlL^t í0raumeminstante,
.quero pedir
que nos «unimos aqui,
mem que melhor cantou as coisas de nossa atenien- fre a poesia brasileira com o desaparecimen-
um minuto de sau- se, e nao pulsa mais esse coração magnâni-
mha? dos Poetas, ^los verda- terra, sobretudo o nosso luar. mo, resta-nos chorarmos sobre o seu cada- to do maior cantor das belezas de nossa ter-
nS?rLPara*° ra e dos sentimentos puríssimos da gente
Ç°pulares> Que tombou na ma- e aqui estamos, não só,
affiS?^^
drogada de.hoje, e um voto de pesar da As- Era o que tinha a dizer. (Muito bem.) nossa bancada, mas de todo o em
Xer' nome da
Maranhão, a
sertaneja.
ásembléfci Constituinte de 46. (Multo bem- , O SR. ODILON SOARES — Senhor Pre- v,°t0 de pesar Pel° seu falecimen- Sala das Sessões da Assembléia Nacional
I muito bem. Palmas.) ""' sidente, peço a palavra, pela ordem. fto. Ím"™ Constituinte aos 10 de maio de 1946 — Fran-
' » (Muito bem.) cisco Pereira da Silva.
lúS -JF*; BENJAMIM FARAH - Senhor
~ O SR. PRESIDENTE - Tem a palavra o O SR. PRESIDENTE - Os Senhores que
; íRnTRRCTICH
era eu ser a sepultura
onde fosses enterrada.
anecléticos na vida de
Oh t rapaz traze uma garrafa do melhor
vinho que tiver na casa.
Ao defspedir-sç, Catulo bateu nas costas
do Juvenal, dizendo-lhe:
-—Juvenal, paga a conta, e dá uma bôa
gorjeta ao "garçon", que êle é "nosso" ad-
Catulo êã Paixão Cearense mirador...
mmmdUmWy
^B bb^Z"'"bbt-» tàmo./r/í//i/arffá iz/do
Bg^-gft Todos lutamos a procura do êxito. Todos desejamos
triunfar na vida. A maioria dos homens, entretanto, esbar-
ram no meio de sua carreira profissional, sem conhe-
cer os motivos de seu insucesso, simplesmente porque des-
conhecem os métodos modernos que conduzem ao cami-
nho do êxito. Caro Leitor! Quereis conhecer um original
método de comércio e industria? Adquira então um exera-
plar deste livro.
Vi O COMERCIO MODERNO E INDUSTRIAS
m
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— CATULO
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w f
lher? Enchei-lhe a cabeça
de ilusões! 0 conquistador
1 /#5 •'•*•» • precisa mentir desbragada-
y:1 *o *
mente. Elogiai-lhe a beleza!
Os olhos, os cabelos, a boca, o corpo, o vestido...
tudo o que ela não possuir. Nunca lhe deveis
confessar a verdade".
111 '' ¦'¦ >f--S
— GRANFINO — Não, meu caro Catulo, você
llt J'/' que compreendeu tão bem e soube traduzir em
versos magistrais a alma f as belezas do sertão,
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não conhece a mulher.
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trato. Loção, óleo perfumado, Pó
de Arroz, Sabonete e Talco.
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AMIZADE
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epois da morte de Catulo, Ortiz
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uefoi èle surpreendido pelo ataque
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— UMA EXTRAORDINÁRIA COINCIDÊNCIA
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Catulo apresenta o seu papagaio de-estima-
ção a Ortiz Tirado.
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CATULO
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Paixão Cearense,
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tiairr*— BNO -•
^S.ld.Fr.U
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Flagrante expressivo de Ortiz Tirado e Ca-
tulò, autografado pelo artista mexicano e
por èle ofertado a Alberto Nunes Filho.
Vista' parcial''
' _©' ^.-Hospital' SÜo ¦ _
. construído pela Companhia Nacional de teMcia, dirurgi%:.1^»^^ÍbT|_|^SppwBp:
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Estamparia, para atender aos operários das 'gks, otorrinolaringologia, ¦;. pediatria* pré-.
Fábricas Santo Antônio, Santa Rosália nupcial, pre-iatal é maternidade, laborará*
São Paulo. Dotado de modernos aparelhos, rio de análises médicas e serviço fisio*;
com médicos especialistas e clínicos, é terápico.
moderna instituição hospitalar dotada de ¦'-__
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¦^ST?*-^*--» Este prédio de aspecto tão agradável é a dietética, gabinete médico, lactário, sala de
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ciais são imagináveis
Outro aspecto da Creche da Fábrica Santa Rosália.
OROCABA ê o maior centro Indus- AS FÁBRICAS SANTO ANTÔNIO, posto de gêneros alimentícios e outras pe-
S trial do interior paulista, além de
ser, também, município de grandes
possibilidades agro-pecuárias.
8ANTA ROSÁLIA E SAO PAULO
Sáo elas pertencentes ã Companhia Na-
cional de Estamparia, magnífica organiza-,
quenas coisas que seriam difíceis enume-
rar. Eis a síntese magnífica das maravilhas
que o Sr. Severino Pereira da Silva criou
das do Hospital Sáo Seyérino 153 crianças;
188 passaram pelo serviço radiológico, 167
pelo serviço fisiotorápico e 90 pelo laboratõ-
rio.
Cognominada a "Manchester Paulista", a para os seus obrelros, para a sua cidade, para
ção industrial que obedece ao comando do orgulho maior do Estado bandeirante e do
próspera cidade ê um verdadeiro ninho de gerente industrial, Sr. Severino Pereira da Brasil. São obras assim, tio expressivamente Entregues aos cuidados de onze médicos,
chaminés fumegantes, centro de operários Silva. Têm oito mil operários.. Verdadeira reveladoras do sentido humano que as ins- clínicos gerais e especialistas, foram interna- krY*^i ¦'_*__1t ' _9H BB—B •- ^4M_fl eV ________¦ jBH Bb At flBK-_____¦ * . «_BJ _MBJ£s>m___í ¦ B_L' y_. ___r~_BB__T^B_
trabalhadores e ordeiros. colmeia de abelhas humanas que trabalham dos no Hospital São Severino 742 emprega- *5^ ¦^*B_r'C jiflL T_B '-_B____6r^_i BB^tt^^^ \--OT-^j B—T*!—B*___rN
sem agitações estéreis. Vivem satisfeitos com pira, que consagram a vida de um adminis- dos, tendo se verificado ainda 43_S3 cônsul-
Poucas cidades brasileiras têm, como So- trador. Daí, também, 6 que se originam a
~"_______t_B 11" "r* ^w_r^___r'' rocaba, tão perfeito aparelhamento de assis- o que ganham, reconhecem o desvelo, o ca- °P«rárlos das fábricas Santo An- tas, sendo aplicadas 47444 injeções e feitos
B__^_7_M__3_rr' __fl__t "*~__l ':'_J«PtJB __Bt_B_l rinho com que a direção da Companhia Na- ?_c_rl|,.-Joi
tônio, Santa Rosália e Sao Paulo, a harmo- 56-861 curativos e 341 intervenções cirúrgi-
tência social aos operários e suas famílias. cional de Estamparia cuida dos problemas cas. Na Maternidade foram internadas 83
Magníficos hospitais, de construção sólida e nl» entre os pontos de vista entre o empre-
higiênica, com aparelhos de alto custo, e nu- da sua assistência, da assistência às suas es- gador e o empregado. Nestas organizações gestantes, tendo-se registrado 67 partos nor-
meroso corpo clinico, prestam inestimáveis posas, aos seus filhos. Neste ligeiro comen- Industriais, não há luta de classes. Capltale mais e 13 intervenções obstétrieas. Os ser-
tário, faremos uma resenha do que é a as- viços de radiologia prepararam 486 chapas
serviços aos trabalhadores. As creches, as sistência médica que as fábricas Santo Antô- | trabalho se juntam para melhor servir à radiográficas e _389 radioseoplas. Fizeram-
" maternidade» e outras iniciativas de amparo grande Pátria que firma os seus alicerces '
^^^_Sífi/J S_BJ_ |fô__!_i___H ____^^- ^V| Mr ' _L <__§!___-_•,f ___a _______ V___k.__! i
à infância são outros tantos documentos con-
nio, Santa Rosália e Sáo Paulo proporcio- de uma grande nação industrial. se 1.873 aplicações de ralos infra-vermelho, \ *'bS BeeB ___¦[¦ *' í *j'' _f*-i' •¦'S
nam ao seu pessoal. As ilustrações sáo bem ultra-violeta e de dlatermla. ¦ ¦ ' "
soladores para os que muito justamente se
preocupam com o Brasil de amanha.
eloqüentes. Mostram aspectos do Hospital 8. • s_ : _h^5
li _B . ?.-9/¦ fl——. m\ fl_1 V I " ' i _i __
Severino, verdadeira obra prima de arqui- Orientados por três assistentes sociais
81NTESE DOS SERVIÇOS DE
Sorocaba é, sobretudo, uma cidade trepl- tetura, onde os mínimos detalhes foram con-
ASSISTÊNCIA SOCIAL cionam grêmios literários e dramáticos, fun-as-
dante. O rumor dos mancais insaciáveis por siderados pára melhor aproveitamento ao nociações desportivas e cursos de educaçàc
Óleo, os apitos das sirenes das fábricas, o vai- fim a que se destina. é a harmonia da ciên- doméstica que reúnem numerosos operários. i
e-vem constante dos caminhões que trans- cia do engenheiro com a ciência do médico
portam para a boca das grandes indústrias a ditar o conforto humano, o conforto dos Para se ter uma idéia da extensão dos be-
a matéria prima, e dessas para as estações que buscam repouso, dos que necessitam de J nefíclos gratuitamente prestados, basta aflr- Isto é um pouco da vida das fábricas per- _HB «rã__M_
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ferroviárias e rodoviárias a matéria já ma- fazer cessar as suas dores. A moderna vila 1 mer-se que, em 1945, foram matriculadas, tenceptes ft Companhia Nacional de Estam- __¦_
nufacturada, a onda humana vestida de ma- operária, com residências confortáveis, tô- *; nas creches e Escola Maternal, 722 crianças paria, onde o gênio administrativo de um - BBr^H :v BflH__r "^J_B
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cacóes que entra e sal para o trabalho en- das com Instalações sanitárias e higiênicas; que receberam cerca de 245.0&0 refeições. O homem nio foi perturbado pelo seu coração 1
chem os olhos e os sentidos do visitante de serviço médico aplicou, nestas crianças, estuante de bondade, de amor ao próximo.
duas creches; estádio para aporta, cinema, _ _. ~"***™""*"' — BB______HB _t^íh . *_____... w/ . *i .^_jP*
justificado orgulho. Sorocaba é um símbolo maternidade, Grupo Escolar, Escola Senai, 4.580 injeções e 7.933 curativos, dando-lhes As assistentes sociais da Companhia Na-
ainda 5.112 consultas. Isto é a obra do Sr. Severino Pereira da crianças matriculadas na Creche Santa Ro-
Mantida pela Companhia e fiscalizada pelo nos. prepara a juventude de Sorocaba para do progresso paulista e da capacidade dos serviço médico de assistência domiciliar, ser- cional de Estamparia, orientadas pelo ser-
Indus- nossos operários e administradores. viço de visitadoras sociais e nutricionistas. Silva, É orgulho de Sorocaba, a "Manches. viço médico especializado do Hospital São
sália. O flagrante acima documenta elo-
SEN AI, a Escola de Aprendizagem o trabalho do Brasil-industrial de amanhã. Foram internadas nas clínicas especializa- ter Paulista". fluentemente os inestimáveis serviços que a
trial, com a matrícula de mais de 200 alu- Severino, organizaram um concurso de ro- Companhia presta com a sua assistência à
bastes infantil no Natal de 1945, entre as infância.
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tal pizo de tacos, instalações sanitárias, mensais. ;';_r",,We Natais felizes. &_ 1945, como nos t„ iafaatfl.
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Repercute, ainda, em todas as carhaaâs so- campanhas políticas atingem aô auge do,en-f
ciais a morte de Catulo da Paixão Cearense, tusiasmo. Patrocínio eletrlza multidões com'
o grande bardo sertanejo. As manifestações a arrogância das suas palavras. Rui Barbosa
TULO
de reverência à memória do cantor do "Luar enche de orgulho a nacionalidade com o fui-
do Sertão" continuam a se fazer sentir. Jus-
to, portanto, que se rememore, em pincela- _____r ' gor da sua inteligência e com o fascínio da
sua cultura.
das largas, o fim do século XIX e o alvore-
Que é isso se não o Rio de Janeiro, centro
cer do século dos nossos dias, quando Catulo, irradiador da cultura nacional, de braços
integrando a notável equipe de boêmios, de abertos para o progresso, para as maravilhas
menestréis que escreviam os seu» poemas de do conhecimento humano, berço de um pais
angústia, de amor, de esperança e vida nas
MODERNIZAÇÃO
em marcha para as conquistas universais?
noites trepidantes de boêmia, sentia, como
todos da roda alegre, as vestes e as fronte
banhadas pelo orvalho da madrugada.
O Rio de Janeiro, então, com os seus ca- Hoje, o, Rio de Janeiro é a cidade mara-
fés repletos, povoados de mocidade, com or- vilhosa. Suas avenidas bem traçadas, a ma-
questras animadas, refletia perfeitamente a jestade arquitetônica dos seus prédios, o ren-
agitação de uma cidade que se fixava nos dilhado das suas praias, seus pontos pitores-
DO RIO DE JANEIRO
alicerces de um grande futuro. Os últimos cos arrancam exclamações embevecidas dos
dias do século dezenove e os primeiros do visitantes.
século XX estabeleceram o meridiano que Cultua-se a memória dos seus líderes do
separaria o Rio de Janeiro — cidade antiga, pasado, dos construtores da nossa cultura,
dos quiosques, das ruas estreitas e pouco dos menestréis boêmios que dissipavam a sua
ventiladas; para o. Rio — cidade moderna, inteligência nas noitadas alegres.
estuante de iluminação, de largas avenidas, Desapareceram os quiosques, os bondinhos
enfim, o Rio — cidade maravilhosa. E foi de burros, os armazéns iluminados peto can-
nesse período de transição, quando as picare- •subalimentados, dieiro fumegante onde os caixeiros esquãli-
tas do progresso enchiam de poeira sufocan- de mau humor permanente vorecer do século vinte vinham as esperanças
dos sentiam a apavorante aproximação da
te os gritos dos conservadores epicamente e doentio, corriam de um lado para outro sob do progresso, das conquistas da sabedoria tuberculose.
retrõgados, ê que Emilio de Menezes. Olavo o comando vigilante e inamistoso de patrões humana. Resta uma pergunta. Quem sabe se O Rio é, atualmente, uma grande cidade.
Bilac, Patrocínio, Pardal Mallet, Paula Ney, suarentos e bem nutridos.que aconchegavam não foram nas calçadas das ruas do Ouvidor Que diferente é o seu comércio de hoje da-
Coelho Neto, Catulo e outros cantavam os ao peito, com requintes maternais, o peso e Gonçalves Dias que os reformadores se ins- "onça"! Tem organiza-
quele do tempo do
seus poemas maravilhosos, ostentando a púr- fraudulento, o amigo maior da sua prosperi- piraram, ou melhor, se imbuíram da necessi- de trabalho, atenção para com o público,
dade. Não havia horário certo para o fun- dade de rasgar novas ruas, de decretar guer- ção
pura divina da inteligência cintilante, sob as ra aos lampeões, ao comércio imundo dos honestidade nas transações. Quem nâo se em-
aclamações dos admiradores que os cerca- cionamento do comércio. Altas horas da noi- bevece, por exemplo, com a ordem e a aten-
vam. E quase sempre a madrugada tranqüila te, sob a luz bruxoleante de lampeões fuma- quiosques, etc?
rentos, o pobre caixeiro ainda se desdobrava ção das graciosas vendedoras das Lojas Ame-
e sangrenta de luz os vinha surpreender nas
ricanas, que foram, praticamente, as pionei-
mesas dos cafés transformados em berços da em energias na arrumação das prateleiras,
ras do trabalho feminino, entre nõs, propor-
inspiração poética. Alguns deles mais vividos, atendendo fregueses retardatários. Nos salões de Botafogo, nas grandes man-
Naquela época não se admitia ó trabalho cionando à mulher vencer as barreiras dos
outros ainda iniciados na longa carreira das soes de São Cristóvão e Laranjeiras o piano
letras e na fugaz aventura da boêmia,' porém feminino no comércio. Mormente no balcão. mantinha o seu preconceitos sociais e conquistar mesmo, em
Dentro da noite vários pontos, a preferência para certos, car-
todos irmanados num só desejo: viver, viver Devia dedicar-se, exclusivamente, aos miste- calma os acordes prestígio. do "minueto", da "polka"
res do lar. Esgrimindo as suas agulhas de
boemiamente, construir algo de belo tomando "tricot" gcs. Sempre amáveis, prontas a sugerir e a
como tema a própria vida que eles dissipa- das vidraças passava a carioca a espiar através ecoavam. Já nesse período o violão, instru- esclarecer as conveniências da compra da
a agitação de uma cidade atra- mento considerado violador dos princípios freguesia, são verdadeiras sentinelas em de-
vam ao sabor das noitadas alegres. sada e onde o comércio era o seu melhor da boa ética familiar, tangido dos meios da
alta sociedade, era dedilhado nos bailes pú-
fesa da boa ordem, do conceito do nosno co- 4
reflexo. mércio. Assim como nas Lojas Americanas,
Afora as casas de modas das ruas do Ou- blicos, nos bares, etc. Foi aí que surgiu Ca- outras casas também mantém uma equipe de
vidor e Gonçalves Dias, nas confeitarias, ca- tulo da Paixão Cearense. Cantando modi- jovens alegres e graciosas para atender o pú-
Enquanto o pequeno grupo traçava diretri- fés, livrarias ali também localizadas,
tudo o nhas, rimando com perfeição, trouxe até o blico. Nas formosas e ricas vitrinas do cen-
zes para a literatura nacional, enchendo as mais era
i a verdadeira antítese do que hoje Rio de Janeiro a poesia dos nossos irmãos tro da cidade o transeunte percebe o dedo
I
prateleiras das livrarias, povoando de ane- se compreende por comércio. Aquelas vias sertanejos. Seu nome foi se tornando conhe- mágico e feminino do bom gosto na arruma-
s! dotas e trocadilhos magníficos a cidade, os e mais os largos de São Francisco e ei do e pouco a pouco conseguiu penetrar,
públicas ção, na apresentação da mercadoria exposta
centros do mundanismo, havia, desgraçada- Carioca, eram os
mente a se firmar no atraso, a modalidade pontos preferidos para o com o seu amigo violão, os umbrais das gran- à venda.
des casas residenciais. Há exceções, sem dúvida, que são anoma-
de comércio. desfile da elegância feminina. Senhoras e se- O Rio de Janeiro vive essa época o mo- lias que o tempo há de corrigir.
A cidade era suja e monótona. As rodas nhoritas, de saias rodadas e leques pompo- mento decisivo da sua evolução. Água em
das vitorias, dos "tilburys" e dos "troleys" sos, de gigantescos e complicados chapéus, abundância é colocada ã disposição da
popula-
riscavam as lages que constituíam o calça- faziam o "footihg" durante a tarde, enchen- ção. Cientistas incompreendidos traçam os
mento das ruas. O bondezinho puxado a bur- do o ar daquelas ruas do aroma inebriante rumos da higiene da cidade. As co- Catulo, autor do "Marrueiro", poema en-
ros era um convite ao sono. Nas sinuosas de essências raras. A porta das confeitarias, meçam a tarefa da demolição daspicaretas casas anti- cantador de ternura cabocla; cantor do "Luar
vielas, nas ladeiras imundas, os indolentes dos cafés, ao longo das calçadas os rapazes higiênicas e sombrias. Rasgam-se novas do Sertão", síntese maravilhosa das belezas
ave-
e alcoólatras inveterados estabeleciam as da época, e também os senhores de atitudes nidas. Os trilhos dos bondes elétricos são da nossa terra, foi um grande amigo da ei-
as-
bancas do baralho onde tinham começo e graves, de cabelos grisalhos e colarinhos sentados. O asfalto cobre de negro o calça- dade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
fim o vício, a deliquência, a honra... "guilhotinescos", assistiam ao desfile mun- mento de paralelepípedos. Os teatros anun- Aqui repousam os seus restos mortais. Por
O comércio daquela época... Com raríssi- dano da alta sociedade. ciam grandes companhias. O "Lírico" recebe isso, pelo grande amor que devotou a esta
mas exceções, era profunda e paradoxalmen- Estava o Rio de Janeiro vivendo os últimos a visita dos mais famosos cantores do mun- cidade, é que seus filhos cultuarão através
te pouco comerciável. Atrás dos balcões in- lances do século dezenove. O calendário des- do. Claudia Muzzio, Caruso, Titã Ruffo dos tempos a sua memória, a memória do
e ou-
diferentes à higiene, rapazolas esquálidos, folhava-se monotonamente, porém, com o ai- tros arrancam aclamações frenéticas. As grande bardo sertanejo.
Catulo que fugisse dali enquanto era tempo, cantando a "Ave-Maria" de.Tosti, por êle Bem, Sr. ministro I Eu
concorreria
(Continuação da página 26) pois senão seria preso com aquela bomba. traduzida. com uma "Singer".
O homuem tremia e só se acalmou quando Algumas senhoras não compreenderam ...O ministro, recuperando a calmja, per-
O cantor insigne já ia avançando na Catulo, abrindo a misteriosa caixa, mostrou bem a intenção do autor de "Ote olhos guntou:
idade e naturalmente via suas energias de- o seu inocente e glorioso violão. dela" mas, o Dr. Hermenegildo chorava de Mas a "Singer" não é
de costura?
crescerem.-. Os dois amigos combinaram en- Catulo foi recebido em Palácio pelo pre- emoção. Catulo de joelhos, só se levantou E Catulo, rapidamente, senhor de si:
tão ajudá-lo e de fato conseguira,!., a no- sidente, pelos ministros, chefe de Policia, quando a procissão já ia ao longe. •— Mas eu não disse
a V. Excia. que não
meação de Catulo da Paixão Cearense para presidentes da Câmara e do Senado e ou- tenho preferência ? I...
o lugar de dactilógrafo daquele Ministério. trás autoridades. Meia hora depois, com a
O autor da "Caboca de Caxangá" atra- sua arte prodigiosa, Catulo transformava
vessou o governo Epitácio Pessoa, o do aquele ambiente solene c convencional nu- POETA, ETERNAMENTE l
presidente Arrhur Bernardes, e continuou ma verdadeira festa do espirito, alegre, es- O ministro
conservado pelos ddmais. O Sr. Arfhur pontânea, intima. Dactilógrafo, para escrever seu liuro de ^"Terra caida" Pedro Lassa considerava a
Terminada a tertúlia, o Dr. Bernardes "Memórias" ! como um dos trabalhos mais
Bernardes quis, porém, saber do próprio Ca- \ belos saído da inteligência humana. E disse,
tulo há quanto tdmlpo era dactilógrafo,. sen- disse ao ministro Francisco Sá: "Catulo, também, que a divina canção de Catulo,
do de admirar que exercesse essa função um — Nunca pensei que esse homem fosse genialmente, Luar do Sertão", era o hino nacional do
grande poeta, Catulo não teve dúvidas e tão aciodcsto. Quanto à bebida, penso ser procura uma rima eimi "inger" sentimento brasileiro. Quando no Supremo
uma das cabeças unais fortes do mundo ! "rimar" suas "Memórias"
informou: pra Tribunal Federall foi relator contra uma
— Sr. presidente, sou dactilógrafo, mas na sua máquina "Singer" l oçao de terra caida disse terminando a
sem máquina 1... (Do Folc-lore carioca). leitura:
r— "Se fosse a "Terra caida", de Catulo,
Um dos violinistas que durante alguns
anos acompanharam ao violão o genial autor .eu dava o meu voto a favor".
A MODÉSTIA DE CATULO do "Luar do Sertão", organizou, certa vez, O caso é verídico e aconteceu ai pelas ai-
uma festa em seu beneficio, em um cinema turas de 1930, depois que o Sr. Getulio
"Vargas
Convidado pelo presidente Epitácio Pes- alssumiu o governo da 'República.
-soa para cantar e recitar no Palácio Rio de Niterói, na qual seria figura principal
o cantor da natureza do Brasil. Todos se ltiiubram daquele período de Catulo cantando e recitando am casa t?»
Negro, cm Petrópolis, Catulo, encontrando transição entre os dois regimes, quando Dr. Silva Mello, médico notável, o qual
o Palácio todo iluminado, não entrou, pen- Erma 20 horas c o bencficiadS saiu como
louco à iprocura de Catulo. Foi encontrá-lo ainda não podiam estar bem definidas as promoveu uma festa em homenagem ao
sando haver alguma reunião solene. tendências da revolução de outubro. Em grande sábio francês "O Ceorgcs Dumas, reci-
Depois, foi informado de que o presi- em casa de i_in_ amigo. Fez-lhe ver, aflito,
que a caísa estava cheia e não havia' teimpo todos os Ministérios notava-se uma ativi- tando o seu poema sol e a lua" des-
dente, nessa noite, o esperava no salão dade febril no estudo da situação de cada pertou desse ilustre intelectual esta frase:
a perder, pois o espetáculo começaria às 20 — "Este
principal, dm companhia de aimigos. O au- horas. Catulo bateu o pé e disse que não funcionário. Revendo a lista de dactiló- poema é uma obra-prima c vai
tor do "Talento e Formosura" caiu das nu- do seu departamento, fazer com que eu leia toda a obra de
vens e no outro dia aparecia em Palácio iria porque estava comprometido para uma grafos o então mi- '"
serenata. Repetindo-lhe o recitalista que o nistro da Viação, José Américo, encontrou Catulo". "
.de violão em punho. • um nome que lhe despertou todo o inte-
íà
O Dr. Epitácio riu-se muito da encan- poeta era a única figura de real interesse
e o motivo único da grande enchente do rêsse:
tadora modéstia do aédo maranhense, pois ¦— Catulo da Paixão Cearense l
havia mandado iluminar o Rio Negro espe- cinema, Catulo deu-lhe esta resposta que
cialmente para recebê-lo. define a sua incomparável vocação artls- S. 'lixeia. admirou-se e perguntou ao Passando às duas ihoras da madrugada
tica: seu diretor geral: pelo largo de São Francisco, Catulo viu
— Senhor, se a "Sua" casa está cheia, Êstc Catulo será o nosso grande Ca- um hdmem na sua frente dar um enorme
a "Minha" lua, esta noite, também está tulo, o nosso grande poeta nacional, o ma- pontiiipé num cachorrinho que passava. O
Catulo foi convidado para uma grande cheia... E entre a "Sua" casa cheia e a ravilhoso violonista e cantor ? I bêbedo, vendo Catulo, tirou chapéu, di-
lua... eu prefiro a lua, que é a minha Ouvindo a reisposta afirmativa, o minis- f. endo-ühe:
festb, mas às tantas da noite disseram-lhe tro (mandou chamar Catulo, que não se fez — "Mestre, perdão".
suprema inspiradora !
que o dono da casa, Um médico cujo noWe O beneficiado saiu pegando fogo 1 As 22 esperar.
silenciamos, havia esbofeteado a própria Então — indagou S. Excia. — o Sr.
esposa. horas, cansada de esperar, a platéia rompeu
nufreia vaia estrondosa a êle enquanto Ca- é mesmo dactilógrafo ?
Catulo improvisou um lundu alusivo ao tulo cantava numa serenata, à rua da Ca- Sim, Sr. ministro. Estando Catulo na Estação da Piedade,
caso e acabou partindo sumariamente o vio- Qual a imáquina da sua
lão na cabeça do médico valentaço. Ca- pela, na Piedade, tecendo elogios à beleza preferência ? entre vários amigos, dentre os quais se
da lua cheia I... Não tenho preferência. destacavam o jornalista fluminense Mario
tulo era mesmo valente e mestre na ca- Mas, — insistiu o ministro, com bom José de Almeida, o tenente José Tiburcio
poeira I... humor, antegozando as dificuldades dacti- Gonçalves Ca|moz e o Sr. José Bandeira
lográficas do imortal autor do "Luar do Brandão, recebeu um do general
. Boêmia ? Sim I Mas boêmia que, às vê- Sertão'? — todo dactilógrafo tem preferên- Pinheiro Machado, que portadorlhe disse:
zes, era um surto religioso da' alma pura cia por tipo de máquina. "Seu Catulo, o general mandou cha-
i-j-ti plena revolução, o presidente Arthur —i Mas eu sou mestre cm uma I má-lo".
Bernardes mandou convidar Catulo para re- do grande trovador maranhense. '— Diga-me, então, o nomequalquer
da máquina Catulo perguntou:
citar e cantar no Palácio do Catete. Mas foi Mssim que êle me mandou
O afalnadissimo e popuiarissimo violo- Querem a prova ? qm| que concorreria a um campeonato dactl-
Na tarde de uma sexta-feira santa, ao lográfico, universal. chamar ?
nista, músico e cantor, tomando um au- passar a procissão do Senhor Morto, em Catulo pensou, cismou, rememorou Foi, sim. Sr, disse-lhe o portador.
tomovel no largo da Lapa, com o seu inse- Jacarepa*uá, r_umo à igrejinha da Pena, Ca- to- Catulo retirando-se com seus amigos para
dofs os nomes de máquinas de todas as "farra" artística,
parávcl violão na caixa, dirigiu-se ao Ca- tulo que estava cantando em casa do Dr. espécies, deste (planeta e fora dele e, se- uma Diga respondeu-lhe:
tete. Somente no largo da Glória é que Hermenegildo de Morais, na Porta d*Agua, reno e impávido, ajeitou os óculos, firmou ao general que não vou porque
o "chauffcur" notou a caixa do violão. O saiu à rua, empunhando o seu -maravilhoso o olhar penetrante e respondeu; pensando não soa soldado.
bom rapaz assustou-se deveras e suplicou a violão e, alma em prece, soltou a voz, até c/m locomotivas : (Conclui na pagina seguinte)
M Do lado da caiçara, m *9 *^
¦U •% éW-Ti
*M â â - 111 1 mJ%Jv*
na quina da ribancêra, Vu\ _v ¦ A U m}m^s*m'
_lá áfú mmJm\j\/WMrmr
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me iscundi atrás do tronco ^bbb—^^-f^bíA^'
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| /MàfuM Ê M MWV^ ^_sb___I
duma veia piranhêra. ^*««asat»»^
li^íf W\JwWW _^__«__ií»^^^í
Quando avistei a cabôca, Q ^^
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Ai, meu Deus, cumo é bunita ^^«sã_i ^^^^^
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„gr
a morte duma sôdadeü ^^^^^ '0*^ ~~
dia ofereceu-me um livro com uma dedica- ppmüaiSssima da vida circense brasileira, demo espirito da dramaturgia, que é numa-
CARDOSO & SOUZA lado de outras impressões, figuram na in- de hoje em diante, se sentirem melhor pe-
tradução dessa obra de Catulo: rante os homens''.
IMPORTADORES
FRÉZAS, MAQUINAS, ESMFRILHADORES
CAMERINO N. 20 TEL. 43-0550
0 LENHADOR
(CONCLUSÃO DA PAGINA 10 e ás vez, inté artas libra,
ficava, ali na jinela,
Era um rio que passava,
FARMÁCIA ALMAIA
uvindo o sonho das frôí
ali, n'aquele lugá!!
O rio tinha uma ponte, De minha, de minha ceda,
que nós chamemo — pinguela. lá ia sabe das rosa,
dos cravo das sêmpe-viva,
O hôme foi travessa! das manguinolla chêrosa,
Poz ò pé... Ia passando... se tinha drumido bem!
E a ponte rangeu, quebrando.,
e toca o bicho a nadáü! Tinha cuidado cum as rosa
:«...
DROGARIA — O bruto tava afogando,
que munta vó carinhosa
cum os seus netinho não tem!
v. ¦•
mas porém, sêmpe gritando:
"Socorro,
PERFUMARIA "Soccorro, meu
que
Deus, soecorro!
eu vou morre!!
Dizia a uma frô: "Bom dia!
"Cumo tá hoje vram*»!...**
<•]
"Eu juro a Deus, supricando, Dizia a outra: "Coitada!
"nunca mais na minha Tida
-• \ "Perdeu
m. "uma só árve ofende !!!
"Já sei seu foi!...
méí... Foi róbadaí
Foi a abêia!"
V Entonce, um verde ingazêro /
quem
Rua Bergamini, 104 - Tel. 29-3219 que táva im riba das água..,
isticou um braço verde,
dando ao hôme a sarvação!
Despois, cum pena das rosa,
que parece que chorava,
batia leve no gaio,
e as rosa dlsavexava
O hôme garrou no gaio, daqueles pingo de orvaio!
Engenho de Dentro Rio de Janeiro no gaio cum os .dente aterra.
foi assubindo... assubindo... Ia apanhando do chão,
_?D
e quando firmou im terra, as frô que no chão cala!
chorava, cumo um jobão!
Despois, cum as costa da mão,
Bêjando o gaio e chorando, alimpandç os pingo d'agua
dizia: "Munto
"Deus te faça, obrigado!' que vinha do coração,
¦BB^BBBU BBBBB^BBBBb! í'<í$Sk*SC»Í aKB^I Jf ^'^t ''.'^Bfl '¦' '':¦¦.¦' .KHsr '"fE IMS' Ba. "' ¦ "¦' ff - '¦¦'
dos episódios mais curiosos da vida dos bardos deste país habituado ao embalo de Rosalina Coelho Lisboa, a
de. Catulo foi a sua aparição, no palco, cantos esplêndidos. poetisa de "Rito
Pagão": — «o lugar de Catulo é na Acade-
UMno antigo cinema Central, vestido de
Nós dizemos dos adornos da pátria magni- mia".
vaqueiro, declamando e cantando os
seus prórrios versos,
"de três e quatro vezes' ao dia,, fica, de seu pujante esplendor, do heroísmo de DR. AUGUSTO LINHARES
num programa variedades que servia de seus filhos, da valia de sua gleba fecunda... sob o pseudônimo de "João, apenas", se ocu-
file quis mais. Desvendou-lhe os segredos do pou do caso no "Meu Bilhete", do extinto Jor-
complemento a um film. Catulo, quê era po-
bre, precisava ganhar a vida. Foi-lhe' ofereci- coração virgem e a pátria inteira estremeceu nal "A Pátria". E Monteiro Lobato escreveu, OUVIDOS — NARIZ
do um contrato, naquela casa de diversões, mas à salvagem magnificência, de vozes vitoriosas, na "a Manhã":
o empresário fazia questão de apresentá-lo libertadas por esse feiticeiro do verso e da E GARGANTA
vestido de couro, como um autêntico "cabra" imagem. Raros, dentre os capazes de sentir a CATULO — VOZ DA TERRA
harmonia e compreender a beleza, os que lhe
do Nordeste. Catulo capitulou. E sua apari-
ção como cantador, encourado e de barbas não sabem, nesta terra esplêndida, versos de O Brasil existe e insiste. Tem uma alma R. México, 98, 8.° —
postiças, despertou muitos comentários, entre cór... Por que não lhe buscam defender a caótica, Isto é, em formação, caos não signifi-
os quais os de Rosalina Coelho Lisboa, na quase velhice da necessidade de trabalhar para ca apenas desordem. Tem a carne sensível, Tel. 22-0515
A NOITE, e o de Monteiro Lobato, na "A Ma- viver?... O mais belo trabalho das cigarras é apesar dum sistema nervoso rudimentar, como
nhã", (incluído, mais tarde, no seu livro "Na o canto... O lugar de Catulo Cearense, um o das baleias. O Brasil é imenso. Desdobra-
Antevéspera'*). dos poetas máximos do Brasil, é na Academia se por 8.525.000 quilômetros perfeitamente RIO DE JANEIRO
Brasileira de Letras e não num palco de cine- quadrados, e até já passa disso, em virtude do
ma. aplastamento do morro do Castelo. Possui ter-
ras feracíssimas, como as roxas de S. Paulo,
e carrascals piores que os desertos da Líbia.
Foi este o comentário de Rosalina Coelho Zonas onde tudo são águas, pirarucus e Jaca-
Lisboa, então redatora da "Vida que pas- Esse comentário da poetisa de "Rito pa- rés truculentos, ao lado de zonas onde a seca Dr. Rizzo Assunção
sa...", na seção mundana de A NOITE: gâo" despertou vários outros. Diniz Júnior, periódica "Nesta sóterra
poupa as cactáceas.
se dá tudo", disse Vaz Cami-
Quando êle chegou á cidade orgulhosa, a cl- nha; "mas a formiga come tudo que se plan-
TRATAMENTO MODERNO. SEM
dade orgulhosa prostrou-se, rendida a seus OPERAÇÃO, DAS DOENÇAS DOS
pés, enamorada de sua arte, da voz estranha ta", acrescenta o Jeca, de cócoras na filoso-
fia da sua velha experiência. Talvez seja por OLHOS
que lhe dizia de estranhos prodígios... isso que na terra que dá tudo quem quer uma
Se Euclides da Cunha trouxe o sertão até
nós e nos fez sofrer a epopéica evocação de fruta adquire, a peso de ouro, nas joalherias, POLICLÍNICA
Canudos, esse cantor sertanejo nos levou em pêssegos da Califórnia, maçãs da Argentina,
uvas de Alicante.
sonho, até o sertão, levou os brasileiros arro-
gantes da civilização e do progresso ao como- Mas que dá tudo. dá. Dá café, cacau, coco R. Buenos Aires. 140.
vido orgulho dos brasileiros, filhos das selvas
bravias, das regiões de esplendor fabuloso on-
babaçu, mandioca, besouros enormes, coronéis
ainda maiores; dá papo, maleita, revoltosos. 3." andar — Das 8 às 12
legalistas, doutores, anofelinas, casebres de so-
de fremem, na glória da opulência e no tor-
mento da seca, o valor da gleba e o valor das papo e arranha-céus, academias de letras e e das 14 às 18 horas
gentes. reformas de ensino; dá Impostos e c ar rapa tos
Os poetas e escritores consagrados pela ma- devoradores de impostos; dá o algodão, com o
gia de arte abrolhando em renome, reuniram-
bbbbbI LbbbbbV --"* ^^HbBPSbH^¦¦'*f*: Jb^.*^l£ljBb2B-^Bb^B Bbk curuquerê ao lado; dá sempre o pró rente ao
se, entre euges e louvores, para exaltar seu
irmão de ideal. E ás mais longínquas cidades
contra, um pró magro e um gordo contra aue
o inutiliza. Músicas? Cordas?
desta pátria imensa chegou seu nome, aos Só não dá justiça.
mais tímidos espíritos como aos espíritos mais Desse, e o grande poeta nacional, esse Ca-
vaidosos falou a doçura dos seus versos e com tulo que ninguém ouve sem sentir dentro de CASA MOZART
êle chegava um pouco do encantamento ser- si o arrepio da raça, não estaria de barbas pos- 7 8et 65 (Em frente à Trav. Ouvidor)
ttnejo, e neles cantava, radiosamente, o mil a- tiças, num teatro, a trocar o arrepio de seus
gre do Brasil desconhecido. versos pela magra subsistência.
Catulo da Paixão Cearense... Rosalina Coelho Lisboa, voz harmoniosa
Vimo-lo ontem, de barbas postiças á face desse algo superior que paira sobre os homens, AOS TRÊS BRAÇOS
envelhecida, á meia-luz de um palco de cine- denunciou a profanação e apontou para o Estabelecimento fundado em 1895
^mw*^ Bl* ' ' *¦*¦*--*—^»>^^ ''-"•'' JbbP- ai- -^ Trianon:
ma, cantando, cigarra extraordinária num — É na Academia de Letras CASA DE ARTIGOS DE ILUMINAÇÃO
triste mister de formiga... que êle deve TRE8 BRAÇOS LTOA.
E pensamos na sorte dolorosa desse alto -. ¦tnMHBnsjag BJS^^Cg^^>''*?r
estar. Sucessores de
poeta.
iBí^ Não sei. As Academias têm mergoe e Catu- GOMES NEVES & CIA
De nossos grandes poetas nenhum cuja poe- Io é o que há de mais livre e boêmio. Só mes- GRANDE OFICINA para concertos de
sia reflita melhor o fausto dessa natureza de- Saí--'-'' »•"*•¦ ^SL. ^*& ^¦l\'Si -^BbW mo onde deve estar estará bem: no coração Fogarelros, Lampeoet, Ferro» de engomar
Urando em prodígios do que um poema de seus
BaaaaaU-» a ¦ i m. iiaJaJjBalfciBBW—-—¦¦ -rir- ¦—JBBbEBbW—-.—».
dum povo.
^^^"^^^^""'¦""T^n^tiMTilrllJ
e aparelhos elétricos.
primeiros livros. Monteiro Lobato, contista de "Unipôs* Catulo é o grande poeta nacional. RUA SETE DE SETEMBRO, 161
Esse bardo simples é o mais representativo "Casulo é o grande poeta nacional". TEL. 43-2680 — RIO DE JANEIRO
(CONCLUE NA PAGINA 38
?5^K§S1bS
pesarosamente, que a sua ciência tinha em- à Virgem Maria, é foi tirando de dentro, teria vitimado, fatalmente- àquele anjo de
botado ás armas nas arestas impenetráveis primeiro —uma Jararacuçú, depois uma candura. •
do grande mal ! Nada mais tinha a fazer! Cobra-Raiima, uma Malha de Fogo, uma Agora é que eu juro ao. leitor que nunca '
Dito isso, abraçou o seu jovem colega, imoii- Cobra de Oco, uma Corre-Campo, uma Su- atfi afoitaria a descrever esta cena, porque
tou na eguinha e com um — "Paciência, seria debalde. Duas palavras apenas. j
Curanoeiro
fl I I . meti amligo" — volatizou-«e na recurva do
rucucutiuga, e, ipor último, uma Salamanta.
¦Depois de "trocar língua" cóm elas, di- Quando se, enfrentaram os dois, lado a
caminho, aureolado por uma tremenda nu- zendo-lhes' qualquer coisa apocalíptica, or- lado, ao transporem a primeira portçira da
vem de poeira. denou-lhes que se retirassem para o mato, Fazenda, Antônio Cobra, o Hipócrates da
O Dr. Bento Luiz vagava pelo terreiro, o que todas fizeram, sem a menor vacilação. natureza, tirou, respeitosamente, o seu cha-
como um alucinado, quando foi solicitado Uma para aqui; outra para ali; outra para péu encourado e, com a serpente anelada em
para dar uma palavra à tia SanfAna, uma lá; outra para acolá, cada uma tomava a seu pescoço, seguiu em caminho da sua .
sua ama
preta centenária, que tinha sido a"vovó" direção que o curador lhe determinava. guarapeira. ¦
de leite, e que era chamada a de Daí a poucos momentos, saiu do mata- O Dr. Bento Luiz empalideceu e, não
todo aquele' sertão. No auge do seu des- gal a primeira das que soltou. Vinha só. tendo âniimo de corresponder àquele cum-
vario, relutou; mas, assediado pelos rogos É ele, persignando-se, dizia baixinho: não él priinento, tocou de leve com o chicote na
CONCLUSÃO DA PAGINA _-}• de seu pai, consentiu. Veio a 2.", a 3.', e as outras, até que apare- anca do seu cavalo, prosseguindo, nervoso
Tia SanfAna, que achava de vir do ceu a Salamanta, acompanhada de outra pela ansiedade de ver o seu arcanjo, a sua
quarto da infeliz D. Violeta, varou a por- Salamanta. Violeta reflorescida e também pelo prenún-
Passemos, eu e o leitor, um rapidíssimo teira e atirou-se súlplice aos cio da tempestade, que ia desabar. .
volver de olhos na chegada dos dois galopa- pés do moço, Então, o curador, voltando-se para a mui-
pedindo-lhe que mandasse chamar, sem tidão, que ^presenciava aquele espetáculo, De há mluito que a tarde plumbeava-sc,
dores, na ansiedade de todos do lugar, no disse, vitoriosamente: "Foi esta!" na iminência do aguaceiro. A poucos me-
reboliço labirintieo da casa, na amargura única perda de ura! minuto, o velho Totonho, a ,
que podia arrancar das ga- Mas, quando alguns homens, novos no tros do pátio da Fazenda, estrondou um fu-
dos dois casais, na angústia do noivo, e danhas pessoa da morte aquela adorada criatura. sertão, levantaram os seus cacetes de mas- rioso trovão e uma salamanta esbrascada,
no exame da enferma, feito pelo sapientis- A resposta foi um grito doloroso, que saranduba para matar o horrendo rdfpfil, saindo do veludo de um cúmulos, atirou-se
simo Dr. Fortunato Bocayuvà. repercutiu pelas, hocâinas daquelas inata- Antônio Cobra, solenemente, gritou que, se nervosa pela vastidão do espaço, como se
Concluído o exaliwe e receitados os me- rias enflorescidas. A tia, porém, não de- "nectar"
o fizessem, com um pequeno gesto enfurece- tivesse perdido o precioso da sua
dicamentos para o veneno da mordidela ofi- sanimou. Atirou-se de novo aos pés do seu riam! todas aquelas "inocentes" criminosas, •crueldade, o veneno matador.
dica, retirou-se o Dr. Fortunato Bocayuvà, filho de leite, chorando como uma criança não se responsabilizando pela morte da fi- O Dr. Bento Luiz, que trazia impressas
comunicando aó seu colega que o caso era de três anos. Ouvindo todo aquele berreiro, — a
lha do bravo Coronel Chico Francisco de na retina a imagem das duas serpentes /'_
sério, mas muito longe de 6er desesperador. acudiram todos, na previsão da morte da São Francisco e pelo resultado daquela im- natural, que o curador levava enrodilhada
A ciência já era possuidora de armas pos- filha do Coronel. em seu pescoço, e a celeste, que acabava de
prudência.
santes para destruir a virulência do tóxico Pedidos, rogos, súplicas, iinplorações dos Obedecido, c pronunciado o nome de cada riscar a nuvem do céu, — fitou a serpente
das sala mantas e outras que tais. Que fi- pais, dos futuros sogros, do capelão e, final- uma, ia ordenando que, uma por uma, fos- de ouro que se quedava imóvel c inofensi-
casse, pois, descansado e que uo outro dia mente, de todos, fizer.ilm com que ele con- sem as serpentes entrando no saco, que va em seu anel simbólico, e, com um sorriso
voltaria, pois não julgava que sobreviesse sentisse no pedido de Tia SafAna, di- abria com as suas imãos. Todas cntra"ram, de descrença, galopou, em caminho do san-
algum acidente que obrigasse a um chama- zendo, porém, que, além daquilo ser uma co- ficando apenas a nova Salamanta, a ofen- tuário dos seus amores.
do, antes do dia seguinte. mjêdia, e, no seu caso — um desrespeito à sora de D. Violeta, esperando as ordens do Pouco depois, surgia a noite, como se fos-
Previno ao leitor, mais uma vez, que ga- ciência, retirava-se da' Fazenda, indo para curador. se um dilúvio de cobras pretas, se destor-
lopo nesta história, sem fazer caso da suas longe, para não presenciar aquela patacoa- Antônio Cobra, penetrando no aposento cendo pelo espaço a fora e envenenando, de
minudèncias, que, talvez, fosse o mais inte- da e esperar o golpe da fatalidade sobre o da enferma por uma porta que dava para negro, os últimos soluços da agonia lu-
ressante. Além disso, insisto: — nunca po- seu coração de amante e desgraçado. o terreiro, retirou o paletó da ferida, sobre minar !...
deria ser um "conteur", porque fujo de Meia hora depois da retirada do Dr. ela verteu ura líquido verdoso que trazia
toda a descrição, am que o sofrimento é o Bento Luiz para a outra Fazenda, chegava nuin frasquinho, rezou, dqpois fez-a doente VOCABULÁRIO:
protagonista. Continuemos, pois, a fazer" o portador do chamado ao Antônio Cobra, jurar que não mataria nem consentiria que
vista grossa às particularidades que esta trazendo o paletó do curador, o qual, segundo outra pessoa matasse uma cobra, fosse qual Jararacuçú: — cobra venenosa, que perse-
narrativa devia conter, se fosse traçada por as suas ordens infalíveis e imperiosas, tinha fosse. Por fim, persignando-se outra vez, guc a presa, até alcançá-la.
pena de mestre. de ser, imediatamente, envolvido em toda a saiu do quarto, atravessou o terreiro, de Cobra-Rainha: — cobra muito venenosa,
- não obstante ser
Conquanto os medicamentos do Dr. Bo- perna, vitimada pela serpente. E, ao enca- extremo ja extremo, proferindo, a todos que pequeiia. E' encarna-
cayuva lhe houvessem atenuado as dores, o minhar-se para o quarto da enferma, ia lhe perguntavam pelo estado da enferma, da, com a cabeça preta. Dizem os ser-
estado geral da enferma agravou-se ao anoi- afirmando a todos que o curandeiro lhe esta frase redentora: "Está salva". tanejos que, quando morde, esconde-se
tecer. Novo chamado ao Dr. Fortunato; havia assegurado que as dores haviam* de E de fato. D. Violeta estava salva ! debaixo da cama de suâ vitima, só sain-
novo exame; novas prescrições, nova des- cessar dentro de poucos minutos, depois do A tarde caminhava cotm pressa de quem do dali depois de sair o corpo da mes-
(o que é pior!...) que ordenara que fizessem com o paletó
pedida, e, infelizmente,"... se quer ir embora. ma, no enterro.
sem aquela frase: — longe de ser de- enquanto ele, ô curandeiro, se ia preparar Como já havia partido um portador para Cobra de ôco; — venenosa tamibein. Dizem
sesperador". e se pôr em caminho da casa da sua nova comunicar ao Dr. Bento Luiz aquela notí- que só ataca c morde nas encruzilhadas.
, Quem fosse do sertão, já perceberia, cliente. cia imprevista e decisiva, pois durante todo Malha de fogo: — E' cor de fogo e venenosa.
àquela hora, que a Natureza, tinha ânsias de E assim, sucedeu. Em menos de 20 mi nu- o dia não tinham' cessado as viagens de vai Apaga uma luz, um facho que o cami-
amanhecer..-- Eram. três e meia da madru- tos, o alivio era considerável. Tinham de- e vem para levar-lhe novas de D. Violeta, nhante levar aceso.
gada. As prescrições do esculápio tinham saparecido as dores cruciantes. A doente já (naturalmente, tomo esperava o doutor, a Corre Campo: — igualmente venenosa, ç
sido observadas rigorosamente, e, mais, re- sentia menos a adustão do esôfago e as do- do seu falecimento), — naqiiple momento, também corre atrás da sua presa até
ligiosamente observadas. Mas... nada de res do epigastro, quando, pela tarde, chegou no limiar da porteira da Fazenda, eucon- alcançá-la, como a jararacuçú.
melhoras l Bem ao contrário !... o Antônio Cobra na Fazenda do Coronel, traram-se òs dois: — o jovem clinico, que Surucucutinga — cobra venenosissima, para
Novo chamado às 6 horas da manhã. tranqüilo e calmo, trazendo sobre os om- vinha açodado, na impaciência de ver a cujo veneno não existia antidoto. Tam-
Nova vinda. Novo exame. Novas cerimô- bros um grande saco, onde se aninhava mis-' realidade, — c Antônio Cobra, o Pasteur do bem se chama — surucúpico-de-jaca.
nias, novas torturas de saber o estado da teriosamente ujmia multidão de cobras de sertão. O curandeiro, com o saco cheio dos Salamanta: .— cobra muito venenosa. E'
enferma e... (maldição!!...) o desen- várias espécies. Antes de entrar no casa- terríveis reptis sobre os ombros possantes, branca, preta e amarela. O seu veneno
gano ! rão, pousou- o saco no empedrado do ter- levava enrolada no pescoço a nova Sala- faz a vitima deitar sangue por todo o
O Dr. Fortunato acabava de confessar, reiro, descobriU-se, fez uma pequena prece manta, que, sem a sua terapêutica sibilina. corpo.
convidou-o para lecionar a seus filhos, Car- preconizado pelos novos métodos de ensino.
A MOCIDADE DE CATULO tos e José Júlio da Silveira Martins. Certa Teve Catulo alunos que se distingui--
vez, Silveira Martins, com os óculos na tes- sem na vida prática?
ta — Catulo repetia muito este pormenoc — v — Em todos os círculos sociais —, respon
ficou na biblioteca, percorrendo com o olhar de (Mario José de Almeida — aparecem de
a lombada dos livros, como se estivesse ab- vez em quando ssus antigos «ilunps, èm posi-
I1
como raros.
__»/ __r^^^€_LÍ^V-___r/ mwr^ _____*/ JMWt^S ^^^^/ ___r/
~4-
desse fato, que, de resto, é apenas um epi-
sódio da adolescência de Catulo.
Mario José de Almeida nos adverte de que,
se continuasse a desfiar recordações de Ca- m
¦/ rkL
¦/ mmmw
J Wm^mm^^~^
^i-^v' ^^M^/
_____________^ -O*33 Falando sobre o colégio do poeta, em Pie-
dade, Mario José de Almeida faz o elogio de
tulo, levaria horas e horas, talvez dias intei-
ros a falar... E acrescenta:
¦ / Y^V' ^~^ _^^mMmmMm\
^ Catulo como professor:
Para mim, é êle o verdadeiro criador
É natural... Através dessas reminlscên-
F-. ,1
WÊ1 , i ¦¦ 11 ir ITTvTir da escola ativa, mesmo antes do famoso pe-
cias falam uma amizade e uma convivência
de 37 anos. Conheci Catulo quando eu era
^üAÍ?ezende(osta>6
R/O dagogo Decroly. Catulo, nesse terreno, foi revisor do "Correio da Manhã" e trabalhava
DEjANEJRO um precursor. Lecionava ora no interior da cqm Cravo Júnior, Azambuja Costa, Costa
O L.ITTA.IN O casa, ora sob um laranjal. Recortava caixas
de papelão. Escrevia ai letras do alfabeto e,
Ramos, Raymundo Silva e o fino poeta Al-
berico Lobo, autor do "Ex-Cortic" e também
também, a composição sintática das frases. amigo e admirador de Catulo. Por «3e tem-
E, em plena eufora — dele e dos alunos, ar-
COMPRAM-SE LIVROS
po, Catulo »ó escrevia poesias musicadas. E
remessava os cartões no meio deles, pedin- foi a pedido de Alberto de Oliveira que ini-
do-lhes que compusessem vocábulos e fra- ciou a sua nova fase literária, que viria a
ses. Muitas vezes a aula começava pelo re- culminar bem depois, com a publicação dés-
creio e, então, os seus discípulos, cansados se livro bem marcado (na frase de Agfiplno
de brincar, estudavam com maior interesse Griecco) que é "Meu Sertão".
compro todo e
A Tfkl/- X /"M I I A UVRARIA QUARESMA e atenção. Lecionava à noite francês a alu- Aí estão algumas das notas por mim colhi-
das com Mirlo José de Almeida. A Impres-
Al lNLAU quolqufr quantidade de livros, por maior nos mais adiantados e a adultos até então
são que eu tenho I a de que êle é o homem
M,W ou menor que Mjo: BIBLIOTECAS DE Dl-
auto-ditadas, que procuravam tardiamente o
mais indicado para escrever uma história
modesto colégio da rua Martins Costa. Gos-
bem rica de informações sobre a vida de Ca-
REITO, 1ITERATURA BRASILEIRA, PORTUGUESA, FRANCESA, IN- tava muito de lecionar lições de coisas. Nes-
se setor, dava preferência a um livro de Cal- tulo. Mas, quem quer que tente fazer a blo-
GLESA, etc; livro» antigos ou moderno» — OBRAS SOBRE O BRASIL, kins, traduzido por Ruy Barbosa. Aritmética grafia do grande poeta do sertão, não poderá
deixar de ouvir o autor de "Jorr.sf de Sher-
enfim, qualquer livro, qualquer quantidade, qualquer assunto. Paga-se e geometria experimental -eram, também, ca-
deiras da predileção de Catulo. Unia a geo- lock Holmes", sob pena de cair em omissão
bem. RUA S. JOSt, 71 E 73 — RIO. Telefone: 22-6946. metria ã aritmética multo antes de ter itso e de reallwr obra Incompleta e vacilante.
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A.KflllE. PAG. 36 — 19-7-Í946
õBnmmmSjimskte ^^tíSSSSm^38&mSi
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^&£Ê*^ es^aihàriao
sí em volta de
CATULO
f
imagens. Nesse ponto, então, ninguém o e»
n^Q a ^«S&í
cedeu. Foi um perdulário, o maior esban-
^jftsadT^
ja passaaa de madura, jador de imagens que houve no Brasil.
que é quandor-á Criou-se e espalhou-se pela poesia sertaneja
CATULO
com a mesma abundância que a Natureza
^naní °o ad0Tle,fente figureta de Myrina, espalhou constelações no céu.
cneiro
chefro ouenfi^?"6 6Xala na *»** "um
quente de fogo e um gosto fresco de
es?fs morenas inspiradoras
EA Faltou à sua poesia a forma erudita. Mas
era tal a força do seu estro que a beleza
se conservava intacta, sem que a falta a pre-
da 'V^aiiwas rusticana"
^i~?aval!na dos cangaceiros
S ^j^-atuio, como a graciosa MaiáH ni,
ACADEMIA Judicasse. E a beleza era tanta que os ho-
mens mais eruditps (o exemplo de Rui Bar-
bosa é edificante) se sentiam tocados pelo
OLHO
últi- fiada nos cabelos. E cantou tudo isso com roso, Mucio Leão e Manuel Bandeira refe-
mo pé de verso; um fogo que parecia um verdadeiro incên-
"óo canan riram-se também à personalidade e poesia
da serrania, dio. E cantou tudo isso com uma exalação de de Catulo, relembrando fatos da vida do
("prú ditraz da mataria, seiva que, às vezes, deixava a gente sur--
batendo as asa, cm papgo poeta, recitando versos e citando imagens
'jante preendida pela profusão e originalidade das do autor de Meu Sertão.
d'êlc aparece,
Sô' ° gal° de foSo'
u?jl
lá no céu já tá cantando
prá Deos, que já tá rezando,
"prô dia r
D'A<5UA
pude nasce!!
(Sou douto! O Só nacendo entre os
d Km fermoso frôbauáan, era taliquá gaio
ranja madura, que, em lugá de cai umachão, la-
ia assubindo prá riba!!!
Desci pula baxada, toqueii
dos mato, rasgando a mataria, pulas
pé da coitêzêra.
prô
rebotêra
inté chega ao
CATULO DA PAIXÜO CEARENSE
O ôio d'água táva tão cráro, que parecia COMPOSITOR, MÚSICO, POETA E CANTOR DA ALMA BRASILEIRA
que tinha tomado banho!!!
CONCLUSÃO DA PAGINA ia VOCABULÁRIO: ;
Apuiando — enganando. A "CONSTRUTORA SU-
Soca — a colheira do fumo op cana. PERLAR DE SAO PAULO
Perder o ferro — perder o
ninha ao.c<?. os inhame e bebê o alua cheroso demia. gado pelar epi-
e /resqumho no pote de barro, feito Salvar —
. S. A." não poderia ficar indi-
pulas a semente salvar algumas cabeças
mao sagrada da minha muié,
que Deos con- do mesmo. - ferente à justa homenagem
serve prú muntos ano! Bredo — mato.
iíí''
O samba táva arriliado! Abasta eu di- Cacumbú — enxada. mhmt-tm&Q&^Ê que o grande vespertino
: zê que 0> ca^rj, que táva charaudo na lhe ^^q. Gajíaúba — árvore urticacca. mAsYéW^wwÊÊÊM "A NOITE", em colaboração
| na era o Chico Taquaratinga! Hacacôa — doença nervosa. "A
K> que távn
— era o fio dogemendo nas cordas da viola Morunhanha — mosca qiue persegue os bois com a NOITE Ilustrada",
Manoé do Riachão!... E o e cavalos. m\ H*mw!* WkÚÉ "C A RI O C A", "VAMOS
que saluçava na rébeca cra o guriatã mais Eatalicida — névralg(ia.
famanado de todo aquele sertão, esse ne- Mapiage — falação. LER'» e a "RADIO
gro safado, cum perdão de seu douto, esse
disgraçado que disgraça o coração das mo-
rena, quando grojêa naquele instrumento —-
o Bcnedicto Antônio de Aguapabd!!!
Mocambo — choça.
Cai na roadêra — meter-sc nos matos.
Abro or pano — vou-me embora.
Deu na quarta — deu á luz.
m\SmW?*M
M ^*»>^\>>x Jmm
NACIO-
NAL", rende à memória do
maravilhoso Artista, concor-
E o samba cada vez borbuiava mais! Tinhoso — diabo. rendo, assim, para a cons-
Pula madrugada, quando o galo sortou um Corre-campo — cobra.
gemido, cumo que arrespondendo à rébeca Prüa — algodão descaroçado. trução do seu mausoléu e a
do marvado, que saluçava no terréro Guiné — galinha d'Angola.
Cniquinha-Côme-Frô so discunjuutá n'um prá
Miunça — creação miúda.
aquisição da casa em que re-
miudinho, a lua ficou tão crára, seu douto,
que parecia uma patinha toda branca, nadan-
Na inibira — magra. sidiu o grande Poeta mara-
Maiincunia — melancia.
do Já em nba, no meio dos patinho cô de Discumê — defeear. nhense.
ouro, que era as estrela, esparramada
toda a lagâa azú do céu!!! pru Coitêzêra —árvore, cujo fruto é o coitê. A "Casa de Catulo" será transformada em Monumento Na-
Fogo-paa-ou — rola.
E a festa cada vez frevia maisl! Dismanchaaamba — parati — desordeiro. cional e nela as gerações futuras poderão conhecer toda a obra
O Riachão tava roendo coiraraa, Sobroço — medo.
.tf; Taquaratinga prú via do
anda cum uns caprixamento Ingaço — bagaço, coisa ruim.
daquele que tanto amou o Sertão, imortalizando-o nos seus
com a Luiza Bemtevi, a xibança d'aqueles
mato!
Tirando linha — namorando. versos geniais.
Fecha-bodega — desordeiro.
A cabôca, quando passava
abria aqueles dente de cachorropulonovo Riachão, Bafará — barulho, confusão de vozes A "CONSTRUTORA SUPERLAR DE SÃO PAULO S. A.",
e ria Faxiá — bater.
pró violêro, fazendo babuagcl! A viola pa- Quirim — cacete.' cooperando em grande parte para a construção de um Rio de
recia o coração do cabra, se dispenando Cafangoso — cheio de defeitos.
tanto gemo! A Luizinha táva c'uma saia cô de
Gororóba — sujeito.
Janeiro inteiramente novo e moderno, sente-se profundamen-
de fôia seca o chorava a barboleta! O Água- Chavasca — terra estéril. te sensibilizada em poder, deste modo, concorrer, também,
paba táva frio, mas porém tinha uma fu- Babuge — primeira vegetação depois das
. gufira quômando dento da rébeca! Tudo
ôioda Bemtevi, que parecia os caminhopulos
chuvas. para um Rio de Janeiro cheio de tradições, dentre as quais a
"Casa
do Morombêro — mentiroso, rmbromador. de Catulo", pelo seu cunho eminentemente sertanista,
sertão, cheio de cruz, morte que já Estrupiço — desordem, barulho.
pulas
tinha feito!! A sanfona gemia!... A viola Pernambucana — faca. será, sem dúvida, a maior de todas.
tf norava!... E a rébeca ealucavaU
Foi pntonce que o violêro cantou ansim: —
Inhame — planta de raiz farinhenta.
Sem respiro — sem movimento.
Tu véve akgre, marvada,
m
e eu, triste, me consumindo!
^— Enquanto o céu tá chorando
—- a prantação tá se rindo!! —
Mofumbei — ocultei.
Pipocando — saltando ou estalando como
pipoca.
Tabatinga — árvore silvestre.
CONSTRUTORA SÜPfRLAR Df SÃO PAUtOs.A.
O Taquaraünga dôxando
de samba cum
isuntcvi, passarinhou as mão no tecrádo
Hypothe — hipótese.
Cabeca-baxa — porco.
RUA DO ROSÁRIO, 77 — LOJA
da
ufoiia e cantou: Alua — refresco de milho.
"Eu vou
"E levo me embora, cabôca! Guriatã — gaturamo. TeL: 43-1660 — Rio de Janeiro
"Aqui, pena de ti... Roendo coiraraa — com ciúme.
dento de minh'arma, Canan —
tá cantando um bemtevi 1'» "rôhanán cume.— flamboiant.
PAG. 37 — 19-7-1946
•:•'-.'• «i?::;.. V:-.
-«."i:.'->>¦- s>jv- í,*:-:;-x;i;;sr,*-w;|«íi
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ROMANCES
^V\^
O TEMPO DAS coTismo pagão. Depois, uma outra na qual se
acentua a doce e esquisita originalidade da
musa anônima e, boêmia. A assistência está
entre o espanto e uma curiosidade ansiosa,
dir-se-ia pungente. Há nos olhares como uma
interrogação de mistério. O homem levanta-
f CHEIOS DE EMOÇÃO
SERENATAS
se e vem para o melo do salão. E deade aque-
le Instante, — digam oa que tiveram a ven-
I
E ENCANTAMENTO I
1
lura de catar ali — foi senhor daquelas ai.
• mas como se fosse a alma de todos nós. E
quando o vulto do cantor minguou na sala,
Em todo «i livraria» ou deixando escapar-se dos lábios o último ver-
pelo reembolso postal.
£0, houve uma verdadeira explosão de de-
lírio, cão espontânea, tio vibrante como se
(Conclusão da página 5) E não houve santo que desse Jeito, até que um formidável tufão barafustassé por aquele
«-Jõ me procurou: Catulo, só voe*- é qué pode ambiente".
Praia Vermelha. Eu era estudante nesse dar um jeito . ".
tempo; e o meu grupo natural era aquele. -• Você era amigo do Prefeito? JOSÉ' DO PATROCÍNIO
Bastava que se visse nm carregador passar Não; mas mandei-o no Pedro de Car-
com um peru. Ia saber-se a casa para onde valho com uma carta. È o Pedro disse ao A modinha havia vencido..'.
ia. De noite, lá estávamos todos. Matos apenas Isso: —i "86* admirador do Sim, a modinha havia vencido nos mei>?
E as modinhas desse tempo? Catulo e, se fôr humanflttsnta possível, eu intelectuais. Não ainda na sociedade.inteira.
Ah!.O tempo áureo das modinhas ainda o farei para êle". E lá está * Livraria Qua- As moças cantavam em segredo as minhas
não chegara. Cantava.se **A Princesa do Im- resma de pé. E de pé continuará por mui- modinhas; mas não tinham a coragem de
"Um dia louco". "A Prima- tos anos...
pério Chinês"; repetir na frente' dos paio. Também ensaia-
vera" e "Perdão Emllia". vam em segredo o "passo do jocotó" e o
HERCULANO EM VEZ DE CAMÕES "balão caldo" e não tinham coragem de dan-
#;-;¦ E tomando o violão enquanto se sentava var em público... A vitória da modinha, vi-
na velha rede de fibra: De que vivia V. então Catulo? De suas tória mesmo, foi no Instituto Nacional de
modinhas? De seus livros? Música em 1907. A sala estava cheia do que
"A Não. A glória, toda essa glória que V. havia de melhor. Diplomatas, escritores, ml,
EDITORA DO BRASIL»S/A primavera é uma estação florida vê nunca me deu nada. -Tenho é verdade,, nistros, poetas... Propôs o grande tradutor
»VM C*«MftWttaO HÍBlJl »•' CAI** POliat. I«M
cheia de imenso, divinal fulgôr, uma estátua em praça pública. E construi-' de Ibsen, Francisco Braga, Alberto Nepomu-
l. PAULO
de flores enche o coração da vida da mediante uma contribuição popular de ceno, ao ceder a casa e quando soube qu •
m\&\i&T'¦'¦¦?**' ¦'¦ ví'".'1'""" i íí enche de vida o coração de flor". to?tão por indivíduo. Mas das minhas 300 mo- eu ia cantar teve um peso sobre o coração
. . «¦rr*^-' -'^-^.:<-^———7 dinhas famosas eu nunca tirei mais ftue E ec eu fracassasse? Que vergonha para o
O tempo dos lundus ainda se arrastava. E uma verdadeira miséria. Eu era professor Conservatório... Mas eu não fracassei. Foi
apenas o Bente-vi, de Melo Morais, preconiza- na Piedade. E o meu Colégio se tornou cé- essa a primeira grande vitória da minha vida.
va um novo rumo .para a música popular. lebre porque lá os jovens analisavam Her- Daí por diante foi o sucesso social. Agora
Em 1890 eu comecei escrever e a cantar. culano em lugar de Camões... Meus diccl- a modinha entrava no salão das famílias e
DR. MATTOS FILHO Meu pai porém era, contra aquela vida, uma pulos aí estão. No Colégio da Piedade eu eu era convidado para cantar nas casas mais
vez que ela estava fortemente vinculada à conciliava o boêmio que era com o homem ilustres do Rio. Casas de Pinheiro Macha-
bebida e ao desemprego. Um dia, meu pai que precisava ganhar o seu pão. Éramos um do, de Ruy, de Pedro Lessa, de Coelho Neto.
Clínico médica — Doenças internai me viu cantar em Real Grandeza. Eu es- grupo homogêneo. Eu, ò Irineu, o Gonzaga, Em 1908, cantei na Exposição, apresentado
tava com Cantalicio, que fora companheiro o Severino Lopes. Um dia a morte levou um por João do Rio...
Horário: 2.as, 4.as, e 6.as, das 8 de Pereira da Costa, antigo violinista da do grupo: o Lopes. Nós havíamos combi. . E as suas relações com José do Patro-
Corte. Foi a primeira sova que apanhei.. nado que, quando um morresse, os outros einio Conheci ?
às 10, e dos 18 às 20 horas; 3 .as, Hoje, porém, eu compreendo meu pai. Na. iriam í casa dele e sobre o pranto dos pa- Patrocínio na casa de Goulart,
5.as e sábados, das 14 às 16 horas. rentes, em cima do cadáver romperiam a se- nm compadre dele. No tempo em que o co-
quele tempo, o violão era um instrumento renata. E assim fizemos com o Lopes. En- nheci êle inda tinha "A Cidade do Rio".
• maldito...
tramos em casa dele com os instrumentos Lembro-me que lhe perguntei antes de can-
Consultório : escondidos. Aproxlmamo.noa do corpo e en- tar:
RUA DIAS DA CRUZ, 818 LIRA DOS SALÕES tão os violões romperam em aurdlnn, pri- De qúé gênero mala
Do belo, êle me respondeu. gosta?
meiro; depois mais alto, cada vez mais alto.
Fone: 29-2876 A sova foi tamanha que me escondi du- Passamos por heregeB e por bárbaros. Mas Mais tarde acompanhei-o nos momentos de
rante semanas em Copacabana em casa de nós havíamos prometido; e cumprimos a desgraça. E não sou eu quem o diz. Veja
Engenho de Dentro — Rio nm velho preto de nome Oliveira, reforma- nossa promessa... Outro episódio que se esse depoimento do Zéca:
do do Paraguai. Naquele tempo, Copacaba- tornou falado nesse tempo, foi quando eu —¦"Ouvi-o durante dois anos à cabeceira
na era um areai sem fim E dizer alguém, toquei, a "Ave Maria" de Tosti na Procissão da cama em que papai agonizou, Catulo foi
como eu digo, escondi-me em Copacabana do Senhor, em Jacarepaguá. o sibiá desse ocaso. Quase todas as noites
BAZAR SÃO JORGE era o mesmo que falar: ninguém me encon-
traria. Meu pai queria nu>ter-me na ma.
Você tocou violão numa procissão? vinha ele ao casebre em que, — vanitas va
Sim, e como poderia alguém dizer que nitatun, — o Herói da Abolição Ia morren-
Sedas* perfumaria», novidades, linha para curar-me do violão. Mas minha eu era um ateu, quando eu cantei uma mú- » ™°«8 P00*08» esquecido, apagado, sozinho.
mãe me defendia. Antes de morrer, porém, pica especialmente traduzida por mim o to- Acolitavam-ao mala dois ou três boêmios,
brinquedos, linhas, etc. êle me pediu: quei cheio de fé e terminei de tocar de joe- irmãos da opa", corações de ouro, como
E. MIGUEL MARTINS lhos? rrtistas: o Irineu, Ophelyde, um mulato êle,
Vem cantar para eu ouvir, filho. E o violão? do qne quando tocava fechava oa olhos gor-
Tomei do violão e comecei a cantar. Quan. Bem, o violão eBtava subindo comigo. em
RUA BERGAMINI, 361 do terminei, êle estava com os olhos cheios Onde eu entrava, êle entrava também. Nos emoção; o Lulaque
papuçadoa de lhe escoriam lágrimas de
Sousa, piaton, que do
esquina da rua Dias da Cruz - Rio de lágrimas. E todos em volta dele chora— niflos mais cultos do Rio, como na casa do agudo instrumentode tirava sou
vamos também... A êsae tempo, eu morava Lúcio de Mendonça e de flauta e
"Talento e a de Melo Morais Filho violino e o famoso Mario Cavaquinho. E Ca
na Piedade. Você conhece o •»u era recebido. Veja essa página de Rocha tulo cantava! Catulo cantava... Era uma
Formosura"? Pombo, sobre a minha visita a casa de Melo clearra embalando outra cigarra "na tormen-
CAFÉ E LE1TERIA Se eu conhecia o "Talento e, a For- Morais Filho: "Tínhamos ouvido, — diz o
mosura"... Quem não conhece essa Jóia da rutor da História do Brasil, — estrofes deli- com os olhos rasos dágua*.
tosa estação. A noite passava, papai ouvia
BELO HORIZONTE poesia brasileira: ciosas, macmfficas, borbulhantes. como cata-
Eles iam Be
bora, continuando a cantar e a tocar aa em-
rua
Refeições ligeiro*. Bebidas finas, "Tu «'nnap de lava vindas da alma de Alberto de deserta".
podes bem guardar os dons da formosura
nacionais e estrangeiras que o tempo, um dia. há de implacável iru-
[cidar.
Manoel F. Corrêa Tu podes bem viver ufana da ventura deiros de 'açúcar, bandeirantes tropeiros que
RUA BERGAMINI, 361 que a natureza cegamente quis te dar...". acabaram barões do império, açodem homens
Fone: 29-3986
Engenho de Dentro — Rio
A esse tempo eu morava na Piedade, e
"O Talento e Formosura" foi cantado pela
primeira vez numa daquelas serenitas.
btiquei o meu primeiro
ro Popular". Velo depois a
livro:
"Lira
Pu-
"Cancionei-
dos Sa.
CATULO de garimpo, caçadores de onça, senhores de
escravos, sinhás-meças e sinhás-velhas — tô-
da essa gente passada que viveu, amou, cho-
rou e com as armas que pôde foi tirando da
floresta imensa um pais.
NO
famoso. Todos ¦¦/'.¦¦ Açodem em tumulto para ouvir a língua que
lões", que se tornaria o mais "Novos foi a deles e ouvir as imagens, únicas que lhes
esses nomes, — e mais cíntares", t-
PALCO
VITROLAS E INSTRUMENTOS o abstêmio e o homem sério de hoje. A Qua- avós.
resma, se está em pé, deve a este seu criado. O Brasil dá tudo, menos justiça. O Brasil
ELÉTRICOS K note-se nio sou su quem o digo. E" o recompensa tudo, menos o mérito. Que há de
esperar Catulo da sua pátria senão umas bar-
RUA BERGAMINI, 163 Jn«é Fernandes de Matos.
E como lhe perguntássemos o começo da- bas postiças?
a contar: Há dele um poema lindo onde se narra o
Fone : 49-0111 - E. de Dentro quela histeria, pôs-a*
Foi no tempo do Passos e da transfor- amor dum papagaio de estimação pela cachar-
nvção do Rio. Um dos projetos do dita- CONCLUSÃO DA PAGINA 35 rinha Sauna, "Mártir, velha, escorraçada,
Rio no extremo da vida, andava sempre es-
dor atingira em cheio a Livraria Quaresma. O Brasil possui poetas em barda e alguns quase condida e não morria esfomeada porque às ve-
magníficos; mas são poetas universais, que zes lhe tocava um frangalho de comida que a
jogam com imagens vindas de Anacreonte a outro cão sobejava". Seus olhos, salva a hc-
Veriaine. Poetas que tanto seriam brasileiros resia, lembrava os olhos da Virgem. Maria. A
Padaria e Confeitaria Ghave de Ouro como mexicanos, franceses ou russos. sim melancolia era saudosa e macia como a
Catulo, porém, é o poeta da. terra, a harpa sombra do luar.
Quanta dor, quanta poesia,
COMPLETO SORTIMENTO DE DOCES, EMPADAS, BISCOITOS, ETC. — cólea que ressoa ao menor arfar da terra.
quanta filosofia chorava naquele olhar I"
Amores, anseios, sofrimentos humildes, eis-
PÃES DE TODAS AS QUALIDADES — BEBIDAS NACIONAIS Desprezada por todos, só o papagaio a cs ti-
mas vagas, o vedadelro sentir da nossa gente mava. "Quando lhe faltava um osso para o
E ESTRANGEIRAS só nele encontra voz. E que vozl Com que
vigor se exprime! Com que inaudita riqueza jantar era belo, era sublime ver aquele papa-
ÁLVARO EUGÊNIO de imagens novas, sem eiva de reflexo euro- lhe
I
galo, como quem comete um crime,
ofertar alguns bocados gostosos do seu gos-
às ocultas
peu
RUA BERGAMINI, 349 — ENGENHO DE DENTRO Catulo é bem a voz da terra brasMca. Vos toso manjar". E repetiadebaixo vinte vezes o nome de
— Sauna, só porque ela, do seu poleiro,
FONE : 29-3270 RIO DE JANEIRO das coisas e voz das gentes. Tanto fala nele
o amor do vaqueiro como a angustia brace- se quedava extática a ouvi-lo.
Um dia Sauna . morreu. Encontraram-na
Jante da peroba que a queima da floresta dei- com a barriga inchada à porta do curral, rigi-
xou semi-carbonizada no viso do espigão. da e fria, mas nos seus olhos inda "se lia
Aos demais poetas ouvimo-los com o cérebro. aquela filosofia da dor irracional. E só porque
São filhos da cultura geral, sáo traduziveis.
OFICINA MECÂNICA já fedia foi que o vaqueiro Zé Marco enterrou
A Catulo ouvimos com o coração, e ouvimo- a pobrezinha ao pé dum velho pau d'arco".
Io tomados dum estranho transtorno interno. Quando o soube da morte da tris-
DE Uma coisa grande, uma coisa vagr., informe, te sarnenta, papagaio emudeceu e nunca mais repetiu
monstruosa cresce dentro de nós, expulsa o o nome de Sauna.
M. SANTOS MARTINS moderno de importação que está ali e nos dei- Catulo conclui o poema com um grito d'alma
xa sozinhos com a raça. Nosso peito Be enche verdadeiramente sublime.
Materiais para construção em geral de avós, como um albergue tomado de assalto
por sombras ambientes.
Meu Deus!... Por que n&o fizeste os homens
irracionais?
Escritório e depósito: RUA BERGAMINI, 168, fundos Açodem tupinambás de pedras verdes nos Quem grita assim, quem atinge tais alturas,
lábios dos que comiam portugueses com tripas merece castigo. Merece como ganha-pfto no
Engenho de Dentro—Fone: 29-4234 — Rio de Janeiro e tudo; açodem velhos lusos de barba em co- fim da vida, não uma, mas duas barbas postl-
lar; açodem iracemas que se cruzaram com ças.
"wr, barbadões iniciais; açodem avós fazen- MONTEIRO LOBATO
..-
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mm >0 FALAVA
,'IRIATO CORREIA.
«**$WÍ[*
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s$s?^i
' II '" fí
W3 ^MMm\\ ' BN
O ENTERRO DE CATULO
i acontecimento
de excepcional significação. Serviu, antes de mais nada,
para mos-
trar quanto o grande poeta era
querido e quanto a sua poesia tinha
penetrado na alma popular. Escritores, músicos, artistas, deputados, mem-
bros da Acaderjiia Brasileira de Letras,
Jornalistas — e sobretudo gente do
povo, acompan|iou-o à sua última morada, no cemitério de Catumbi. Foi
comovente a dèspedidç a Catulo, quando o
grande cantor mexicano Ortiz
Tirado entoou o "Luar do Sertão':, acompanhado, no estribilho,
por todos
os presentes. "Adjripino Griecco, o apreciado critico literário,
e o acadêmico
Viriato Correia,|tor'oferiram sentidas de adeus aonórável poeta ser-
palavras
ranejo. Foi tão Wensa a emoção dos muitas
presentes que pessoas não pu-
deram conter asjsuas lágrimas, ao ouvir a melodia do "Luar
do Sertão" e os
palavras de saudade, proferidas à beira do túmulo de Catulo. As fotografias
reunidas nesta página dizem mais do ORTIZ TIRADO, GRANDE AMIGO DE
que meras palavras o que foi a verda- H.HI
C 1J "tíÉ "tERrTcaíD.
deira apoteose ao grande cantor
popular, que encheu o Brdsifcom as divi-
HOMENAGEM PRESTADA AO AUTOR
rias harmonias do seu verso.
BOB."'*.'!.-1.'.''.' -..ts* vl^p^PBOEX ' -j hí.^, »asrua—¦jij__ ^^^^^^^^^^^^^oH ¦-' ••¦ BBsi^^
TI
BÉÉ-k BBssfl flw^D ''«BB_í7iIaÍBB tFr*> t .-ÍM-t;.-!. I
ÍO\ OBBBO -—aXHX -ZmwmBnjF BPfir'—in BBbJOB^sssmT' ¦ ímSftm \\V I Í*fJ
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