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HISTÓRIA DO PARLAMENTO
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Origens do parlamento: todas as formas de assembléias


existentes no interior das sociedades politicamente complexas.

Assembléias como meio eficiente para a definição das normas


às quais o grupo estaria sujeito, bem como para o julgamento
de eventuais transgressões e para a tomada de decisões que
afetariam a vida de todos.
Na Antigüidade Clássica, conselhos e assembléias foram
instituições proeminentes. Exerciam funções semelhantes às
que são exercidas pelos modernos Parlamentos.

Barbosa, Antonio J. Barbosa (Consultor Legislativo do Senado Federal e Professor do Departamento de História da Universidade de Brasília).
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Grécia

• Conselhos e assembléias representam grupos sociais com interesses a defender,


normalmente identificados com a propriedade da terra. Inicialmente sob o regime
monárquico, essas instituições dividem responsabilidades de governo e, no mais das
vezes, funcionam como uma espécie de freio ao poder dos monarcas.

• À medida que essas sociedades se transformam, pelo dinamismo da economia e pelo


aumento da população, as assembléias tendem a ser ampliadas, incorporando um
número crescente de novos participantes.

• Atenas:
• 1º cidade reduzida. Monarquia com um conselho de anciãos
(Areópago), com representantes das famílias mais poderosas
(eupátridas).

• 2º cidade cresceu, surgem os novos ricos. Surge a Eclésia, assembléia


com maior representatividade.
Barbosa, Antonio J. Barbosa (Consultor Legislativo do Senado Federal e Professor do Departamento de História da Universidade de Brasília).
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ROMA

• Mais próxima ao Parlamento europeu moderno.

• 1ª Fase – Monarquia com conselho de anciãos (Senado),


formado por representantes da aristocracia patrícia,
detentora da propriedade.

• 2ª Fase – República – Senado adquiriu a plenitude do poder.


Surge o tribuno da plebe e ampla legislação que garante
direitos sociais, políticos, econômicos e religiosos aos
plebeus.
Barbosa, Antonio J. Barbosa (Consultor Legislativo do Senado Federal e Professor do Departamento de História da Universidade de Brasília).
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Um taquígrafo romano, usando as Notas Tironianas (primeiro


sistema organizado de taquigrafia), registra, com o "estilo", na
"tabuleta encerada", um discurso durante uma sessão do Senado
Romano.

Tabuleta encerada e o estilo

Notas Tironianas (a taquigrafia dos romanos)

www.taquigrafia.emfoco.nom.br/historia.htm
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A fundação do parlamento moderno: João Sem-Terra, a


Carta Magna e o Conselho
• - Em 1215, nobres ingleses insatisfeitos com os
impostos abusivos do rei João Sem-Terra lhe impõem a
Magna Carta, marco fundador do sistema político
britânico, que limita o poder do monarca em benefício
dos senhores feudais. A partir dela, para tomar
decisões os reis têm de consultar um Grande Conselho
formado por representantes do clero e da nobreza que,
com a posterior adesão de membros da burguesia,
daria origem ao Parlamento britânico.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fc/Joao_sem_terra_assina_carta_Magna.jpg/428px-Joao_sem_terra_assina_carta_Magna.jpg John_of_England_(John_Lackland).jpg FONTE: VEJAONLINE


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Revolução Inglesa

• Em oposição ao absolutismo se desenvolveu em duas etapas. Na


primeira, a partir de 1640, sob a liderança de Oliver Cromwell, a
Inglaterra viveu uma rápida experiência republicana, estabelecendo a
• hegemonia política do Parlamento.
• Em 1868, vitorioso pelas armas, o Parlamento passa a controlar o
poder, com crescente influência da Câmara dos Comuns, onde está
presente a burguesia.
• Locke – Liberalismo: soberania dos cidadãos (com propriedade).

http://greenpeace.blogtvbrasil.com.br/img/Image/Greenpeace/2007/Abril/greenpeace_big_ben.jpg
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Independência Americana e Revolução Francesa

• Modelo liberal democrático de Estado

Jean Jacques Rousseau


Democracia - princípio da soberania popular
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Funções do Legislativo
• 1. Representação.
• 2. Legislativa (antonomásia - “poder legislativo”). Doutrina da
separação dos poderes.
• 3. Controle do Executivo
• 4. Legitimação.
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ORIGENS: DO CONSELHO À ASSEMBLÉIA PROVINCIAL

A Constituição de 1824 criou um Império unitário e


centralizado. As antigas Capitanias foram
transformadas em Províncias, unidades
administrativas governadas por um “presidente”
indicado pelo Governo Central. Ainda criou os
Conselhos Provinciais, formado por 36 membros,
eleitos nos mesmos moldes utilizados para a
escolha dos deputados gerais. A Carta Magna
atribuiu aos Conselhos funções consultivas:
preparar anualmente uma proposta de
orçamento, enviar projetos de leis e
determinações que fossem necessárias para a boa
• A INAUGURAÇÃO administração da Província. Porém, cabia à
• A Assembléia Legislativa Provincial Câmara Geral no Rio de Janeiro deliberar
de São Paulo foi instalada em 2 de soberanamente sobre as matérias. O Conselho
teve curta duração, começou a funcionar em 1826
fevereiro de 1835, junto ao Palácio do e foi extinto em 1834, quando foram criadas as
Governo, no Pátio do Colégio. Assembléias Provinciais. Essas ganharam
Naquele dia, houve uma grande parada autonomia para decidir sobre diversas matérias
militar, sessão solene, missa e muita de interesse provincial, sobretudo as
festa. Segundo os cronistas a cidade administrativas. Por isso eram chamadas de
Poder Provincial. As províncias continuaram a ser
parou para ver! (Esse texto vira unidades administrativas de um Império
legenda das fotos) centralizado.

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Ato Adicional de 1834


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O PODER PROVINCIAL
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ELEIÇÕES
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MENOS DE 1,5% DA POPULAÇÃO VOTAVA


•Segundos dados da Estatística publicada em 1836 por Daniel Pedro
Muller, pelo menos 16 mil homens livres tinham 21 anos e a renda
mínima exigida para exercer o direito de voto na Província de São Paulo.
Porém, o voto não era obrigatório e menos de quatro mil votaram na
eleição ocorrida dois anos antes. Representavam pouco mais de 1% da
população da Província. Ao longo do Império, o caráter aristocrático do
processo eleitoral foi reforçado em duas ocasiões. Em 1846, sob o
argumento de que a moeda tinha se desvalorizado, dobraram os valores
estipulados no critério censitário. Na época, a eleição era realizada em
dois turnos: os eleitores de 1º grau escolhiam os de 2º grau, esses
votavam em uma chapa com 36 deputados. Para os eleitores de primeiro
grau, a exigência de renda dobrou, pulou de 100 para 200 mil réis de
renda mínima anual. Os eleitores de 2o. grau, tinham que ter renda
mínima de 400:000$000 réis anuais. Maior impacto produziu a Lei
Saraiva e série de medidas complementares, de 1881. Introduziram o
título de eleitor e várias exigências burocráticas para a comprovação de
renda. Acabaram com a eleição em dois turnos, os eleitores de 1º grau
passava a escolher diretamente os deputado. E, a medida de maior
impacto, tiraram o direito de voto dos analfabetos.
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ELEIÇÃO EM DOIS TURNOS E ELEIÇÃO DIRETA

A COMPOSIÇ
COMPOSIÇÃO SOCIAL DA ASSEMBLÉ ASSEMBLÉIA
Nos primeiros 15 anos de sua histó
história, cerca de 20% dos deputados que foram eleitos para a Assemblé
Assembléia
eram padres, 30% eram militares, alguns poucos mémédicos ou funcioná
funcionários pú
públicos. A grande maioria era
formada por advogados, sempre mais de 40% do total. Sem exceç exceção, eram proprietá
proprietários de terras e
escravos.
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Parecer da Comissão de Justiça e O APRIMORAMENTO


Constituição sobre irregularidade na
eleição de 1886 na vila do Espírito DO SISTEMA
Santo do Pinhal
ELEITORAL
E AS FRAUDES
No século XIX, as fraudes faziam parte do jogo político. As burlas eram sistemáticas,
estavam presentes em todas as fases e deram origem a reformas no sistema eleitoral.
No princípio, as cédulas eram trazidas de casa em qualquer papel, mais tarde, elas
foram padronizadas e passaram a ser controladas pelos mesários. As apurações eram
grotescas: sem qualquer tipo de fiscalização, eram realizada por mesários escolhidos
por aclamação. Um membro lia os votos e outro copiava na ata, em seguida, as cédulas
eram queimadas! Um dos membros da mesa ficava encarregado de levar a ata da
eleição até a Assembléia em São Paulo. O credenciamento dos eleitores também foi
objeto de inovações. A principal delas foi realizada em 1881, quando se criou o
alistamento e o título de eleitor, que permitiram um maior controle sobre eleitores.
Esses eram obrigados a assinar o nome em uma lista, logo após terem votado. Foi
também em 1881 que a legislação começou a tratar de forma sistemática dos crimes
eleitorais. Criaram multas para diversas infrações: apresentar-se com título de outrem;
alistar-se com documento falso; votar mais de uma vez na mesma eleição; reter títulos
eleitorais; tumultuar o andamento das eleições; andar com armas no recinto eleitoral.
Segundo as crônicas do período, as burlas ainda contavam com a compra de votos, as
intimidações e coerções de diferentes tipos.
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O VOTO DISTRITAL
Ata da eleição 1856

Assembléia Legislativa Provincial funcionou regularmente durante 54


anos, período em que foram realizadas 27 eleições. Dessas, 15
foram sob o sistema de voto distrital. As eleições eram gerais até
1855, quando a “Lei dos Círculos” criou o voto distrital. Em São
Paulo, foram criados nove distritos, onde eram eleitos 4 deputados,
totalizando 36 membros: ( nominar distritosdecreto nº 842, de 19
de setembro de 1855.) Em 1875, a “Lei do Terço” adotou a eleição
geral. Por pouco tempo, em 1881, a Lei Saraiva reintroduziu o voto
distrital que foi mantido até o final do Império. No período da
República Velha, o sistema distrital voltou a ser adotado, a partir
de 1906, para a escolha dos deputados provinciais. A sistemática
distrital foi mantida até a Revolução de 1930, foi praticada por
mais de meio século, em São Paulo.
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SÃO PAULO PROVÍNCIA, EM 1836.

Quando a Assembléia foi inaugurada, São


Paulo era muito diferente do que é hoje.
Seu território incluía o Paraná, então a 5a.
Comarca, que alcançaria sua autonomia
em 1853. A população, de 326.000
habitantes, estava abaixo de um centésimo
da atual. Havia 45 municípios com status
de vila, incluindo 6 do Paraná, além de
São Paulo, a única com status de cidade. A
Província era a quarta em importância
A Calçada do Lorena, ainda econômica no País, abaixo do Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Bahia. A travessia
conserva o traçado e parte da
da Serra do Mar ainda era feita em lombo
edificação originais. Ver de burro, pela velha Calçada do Lorena.
Debret
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Mapa da Província de São Paulo, que incluía o Paraná


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SÃO PAULO ESTADO

Mapa de Daniel Pedro Müller – Publicado em 1837

Mapa inédito - Acervo Histórico da ALESP


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AS PRIMEIRAS SESSÕES: reuniões preparatórias, a


escolha dos dirigente da Assembléia e as Comissões
Legislativas
O período de trabalho legislativo na Assembléia Legislativa Provincial
de São Paulo durava cerca de três meses, começando no princípio de
janeiro. Findo esse período, eram necessário esperar o ano seguinte para
aprovar qualquer nova lei.
O início oficial dos trabalhos era precedido pelas “reuniões preparatórias”, sempre
muito agitadas, devido a “verificação dos diplomas”. Confirmada a eleição, o deputado
fazia o juramento e era diplomado.
Na primeira sessão, era realizada a eleição para a escolha dos membros que formariam
o grupo dirigente naquele ano: Presidente, Vice-Presidente, 1º e 2º Secretários.
Na sessão seguinte, eram escolhidos os membros e os dirigentes das Comissões. Além
de um núcleo básico formado pelas comissões que davam funcionalidade ao trâmite
legislativo – Constituição e Justiça, Fazenda, Redação e, mais tarde, Atos Legislativos –
criaram diversas comissões temáticas, de acordo com as determinações do Ato
Adicional de 1834, que estabeleceu sobre o que as Assembléias Provinciais deveriam
legislar: Comércio e Indústria; Instrução Pública; Tesouro; Eclesiástica; das Câmaras
Municipais; das Contas e Orçamentos de Câmaras; e de Poderes.
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Diplomação dos Deputados

Verificação da diplomação do Deputado José Pedro de Gouveia


Veiga - 1863
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O COTIDIANO NA ASSEMBLÉIA PROVINCIAL

1851 – Voto secreto para questões de interesse particular. A lei nº 417, de 15 de março de 1851,
determinou que “a votação em negócio de interesse particular” deveria ser realizada sempre por escrutínio secreto.

• Os trabalhos na Assembléia no Império guardam muitas


semelhanças com o que é praticado ainda hoje, 172 anos após. Os
parlamentares passavam parte da sua jornada nas comissões,
debatendo as proposições e elaborando relatórios. Depois
dedicavam-se ao trabalho de plenário, onde, após a leitura da ata dos
trabalhos do dia anterior, eram apresentados projetos, petições,
correspondência, relatórios de comissões e outros. Seguiam-se os
debates regimentais e as votações das diversas proposições.
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SEM ARMAS!
•A leitura do primeiro regimento interno da Assembléia
deixa claro que pouco mudou nos procedimentos
parlamentares. A estrutura liberal adotada mantém-se na
maior parte. As matérias eram distribuídas, analisadas e
apreciadas por comissões temáticas e depois seguiam para
o plenário. Anotamos uma manifestação pitoresca: no
plenário, os deputados deveriam manter o decoro público
e, de forma enfática, se apresentar sem armas. O público,
na galeria, deveria apresentar-se decentemente vestido e
também sem armas. .

Projeto de Regimento Interno de 1834


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O EQUILÍBRIO ENTRE OS “PODERES”

A divisão de poderes entre o Executivo e o Legislativo provincial foi


influenciada pela conhecida teoria sobre o equilíbrio dos poderes
de Montesquieu: legislar era tarefa da Assembléia. Não existia um
“Executivo” nos moldes federativo, o “Presidente” não tinha
iniciativa de lei. Nesse sentido, na abertura de cada ano
legislativo, apresentava a “Fala Presidencial”: um relatório com a
situação de cada área da administração provincial, onde indicava
suas prioridades legislativas e orçamentárias. A Assembléia podia
ou não acatar as propostas do presidente. No entanto, o
Presidente podia vetar as decisões das Assembléias, que, por sua
vez, poderia derrubar o veto, com o voto de 2/3 de seus membros,
salvo quando fosse alegado que se tratava de matéria exclusiva da
Câmara no Rio de Janeiro.
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O CONGRESSO LEGISLATIVO
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O FEDERALISMO
• O fim do Império foi acompanhado pela
descentralização do poder. A República
trouxe o federalismo e com ele os estados
passaram a elaborar a sua constituição e
adquiriram enorme autonomia: tinham uma
instância judiciária própria, forças policiais
organizadas até com algumas características
de exército, recolhiam os impostos sobre as
exportações e tributos interestaduais, além do
direito de contrair empréstimos externos, o
que lhes assegurava significativo poder
financeiro. O Executivo agora era exercido
por um presidente, eleito no Estado. Toda a
Primeira máquina estatal passou por uma grande
Constituição do reengenharia. Foi o período em que os
Estado de São Paulo. Estados tiveram maior autonomia, na história
Promulgada em 14 republicana do Brasil.
de julho de 1891.
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SÃO PAULO ESTADO

• Em princípios da República Velha, a população de São Paulo foi contabilizada em


1.384.753 habitantes. Quarenta anos depois, em 1930, tinha saltado para mais de 5
milhões. A capital do Estado já contava 1 milhão de habitantes. O número de
municípios passava de uma centena. O agora Estado de São Paulo tinha a agricultura
e também a indústria mais dinâmicas do País.
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AS REVISÕES CONSTITUCIONAIS
A Constituição de São Paulo de 1891 fixou
mecanismo prevendo revisões constitucionais a
cada seis anos. Na prática, o cronograma foi um
pouco diferente, ao longo da República Velha,
foram realizadas cinco reformas: 1905, 1909,
1911, 1921 e 1929.
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ELEIÇÕES
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A EXCLUSÃO DAS MASSAS E OS CURRAIS ELEITORAIS


As novas regras do processo eleitoral
Casemiro da Rocha: estabelecidas em 1891 pouco alteraram a
Só um parlamentar considerado negro composição social do Legislativo de São Paulo.
fez parte do Congresso Legislativo de O direito de voto era restrito aos homens,
São Paulo, o médico, Alfredo Cazemiro
da Rocha que fez longa carreira política:
maiores de 21 anos, alfabetizados. Na época,
deputado estadual, deputado federal, mais de 80% dos brasileiros eram analfabetos.
prefeito e senador. Também estavam excluídas as mulheres. O voto
não era obrigatório. Efetivamente, pouco mais
de três por cento da população votava, a massa
estava excluída.
O voto não era secreto, característica que
favorecia à coerção exercida pelos coronéis,
senhores dos votos de sua região, os chamados
currais eleitorais.

Também estavam excluídos do processo


eleitoral os mendigos, os praças de pré,
excetuando os alunos das escolas militares de
ensino superior, e os religiosos de ordens
Título de eleitor (1917) monásticas, companhias, congregações ou
comunidades.
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PARTIDO ÚNICO: O PARTIDO


REPUBLICANO PAULISTA

Durante o período da República Velha, não


existiram partidos nacionais, eles se organizavam
regionalmente. Em São Paulo, a hegemonia ficou a
cargo do Partido Republicano Paulista. Dominou
todos os cargos políticos institucionais de maneira
praticamente absoluta, inclusive os da Câmara e do
Senado. No período, não era exigido dos candidatos
vinculação partidária. Dentro do PRP surgiram
algumas dissidências que formavam blocos com
nomes partidários, como Partido Republicano
Conservador ou Partido Republicano Liberal, mas
as chapas lançadas pelo PRP mantiveram total
hegemonia até 1926, quando um grupo descontente
fundou o Partido Democrático Paulista. A nova
legenda conseguiu eleger quatro deputados de um
total de sessenta, na última eleição que antecedeu a
Revolução de 1930. Na prática, a aristocracia do
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A volta do voto distrital, a escolha dos suplentes e


Publicaç
Publicação da Acta da Apuraç
Geral da Eleiç
Eleição,
ão
Apuração a e a queima dos votos

A exemplo do que ocorreu ao longo de todo o Império, na República


Velha o processo eleitoral foi constantemente revisto. As
motivações eram as mesmas, as constantes denúncias de fraudes e
as manipulações realizadas pelos grupos hegemônicos. Entre as
principais reformas destacou-se a de 1905 que transformou a
eleição dos deputados à Câmara do Congresso Legislativo de
São Paulo em distrital.
A escolha dos suplentes era realizada de maneira peculiar, quando
vagava um cargo era realizada uma nova eleição. Assim, quase
todos os anos foram realizadas eleições para cobrir alguma vaga.
• Apuração era realizada pela mesa eleitoral. Quando terminava a
apuração, queimavam os votos. A ata geral de apuração era utilizada
como diploma dos eleitos.
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A CASSAÇÃO DO MANDATO

A Constituição Estadual de 1891 trazia um


mecanismo peculiar para controlar o desempenho
dos parlamentares. Havia uma espécie de moção de
desconfiança: os deputados e senadores poderiam
ser cassados pelos eleitores. Para tanto era
necessário que 1/3 dos eleitores do distrito
endossassem o pedido.
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O Congresso Legislativo
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O CONGRESSO LEGISLATIVO
• Durante a República Velha, o Poder
Legislativo de São Paulo tornou-se bicameral.
O Senado e a Câmara reunidos formavam o
Congresso Legislativo. Nas justificativas
apresentadas durante os trabalhos da
Constituinte de São Paulo de 1891, os
deputados destacavam que duas câmaras eram
fundamentais para evitar os excessos de uma
só!

• Nos primeiros anos, as sessões eram abertas


no dia 7 de abril e se prolongavam por três
meses. A partir de 1905, os trabalhos
passaram a ser iniciados em 14 de julho e
quatro meses de duração. Findo esse período
de trabalho, novas leis só seriam produzidas
no ano seguinte.
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A CÂMARA E O SENADO
O Senado era composto por 20 membros
com mandato de seis anos. A cada três anos
um terço era renovado. O número de
deputados era o dobro, 40. O mandato
também era de três anos. Em 1921, o número
de senadores aumentou para 30 e o de
deputados para 60.

Todos recebiam o mesmo salário. (uma folha


de salário de deputado)

Na Câmara, os Deputados tinham lugar


pré estabelecidos no Plenário
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LEGISLATIVO X
EXECUTIVO
Na República Velha, o Legislativo passou a
dividir a iniciativa legislativa com o Executivo.
Os presidentes apresentavam diferentes tipos
de proposições. Durante todo o período não foi
registrado conflitos mais significativos entre os
poderes, antes, houve uma sincronia fina entre
eles, com a aprovação dos projetos do
Executivo quase sempre com folgada maioria
no plenário do Congresso..

Autorização de abertura de crédito suplementar.


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Fiscalização Financeira e Orçamentária: o


Tribunal de Contas
• Entre as clássicas atribuições do Poder Legislativo está a
fiscalização dos atos do Poder Executivo. A tarefa é complexa
e já no século XIX surgem órgãos especializados. Em São
Paulo, foi só na revisão constitucional de 1921 que se aprovou
a criação de um órgão auxiliar ao Legislativo, o Tribunal de
Contas do Estado de São Paulo. Como desdobramento, foi
aprovada a Lei nº 1961/1923 implantando o Tribunal, que
passou a funcionar no ano seguinte. O órgão foi extinto pela
Revolução de 1930 e reorganizado em 1947, mais uma vez
como órgão técnico auxiliar da Assembléia Legislativa. Na
primeira fase, os então denominados Ministros eram
nomeados pelo presidente do Estado após aprovação do
Senado, os efetivados eram inamovíveis e permaneciam no
cargo de forma vitalícia. Na segunda fase, os agora
denominados Conselheiros passaram a ser nomeados pelo
Governador, após a prévia aprovação pelo plenário do
Legislativo, o cargo continuou a ser inamovível e vitalício.
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Os Anos 1930
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ANOS 1930
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O BREVE PERÍODO

Legislativo fechado é sinônimo de rompimento da ordem estabelecida. A


primeira vez foi em 1889, tratava-se da Proclamação da República.
Dois anos depois, em 1891, o Congresso Paulista já estava
funcionando. Em 1930, outra revolução veio fechar o Legislativo, por
quatro anos. Em 1935 a Assembléia voltou a funcionar, ano em que
foi elaborada uma nova Constituição Estadual. Três anos depois, em
10 de novembro de 1937, o jogo político parlamentar foi novamente
interrompido. Começava o Estado Novo. Dessa vez, o Legislativo
permaneceu fechado por dez anos.
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A NOVA COMPOSIÇÃO SOCIAL E POLÍTICA
• A Constituição Federal de 1934 trouxe grandes novidades
na área eleitoral. O voto tornou-se secreto, as eleições
deixaram de ser distritais e as mulheres tiveram o direito ao
voto. Por outro lado, a velha aristocracia do Partido
Republicano Paulista deixou de ser absoluta no Legislativo.
Havia novos personagens: industriais, operários,
camponeses, diversas categorias de trabalhadores urbanos.
O jogo político parlamentar ganhou nova dinâmica.
Diferentes ideologias encontraram canais nas novas siglas
que se apresentaram no plenário da Assembléia: Partido
Constitucionalista Paulista, Partido Integralista, Partido
Democrático, Partido Socialista e até o Partido Comunista
conseguiu eleger alguns representante por outra legenda.
Camargo e Maria Thereza Nogueira de Azevedo.
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Na foto, o registro dos trabalhos da Assembléia


Constituinte de 1935, no plenário, as duas
primeiras deputadas Estaduais: Maria Thereza
Silveira de Barros
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OS DEPUTADOS DO POVO E OS
DEPUTADOS SINDICAIS


• Em 1934, foram eleitos 75 deputados. Sessenta deles eram Deputados do Povo,
eleitos mediante sistema proporcional e sufrágio universal, igual e direto. Outros 15
eram deputados das organizações profissionais. Eleitos pelo sufrágio das respectivas
associações: 4 da lavoura e pecuária; 4 da indústria; 4 do comércio e transporte; um
dos funcionários públicos; 1 dos profissionais liberais e 1 da imprensa.
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AS DUAS THEREZAS

Em 1934, pela primeira vez, as


mulheres disputaram as
eleições para o cargo de
deputado estadual. Duas foram
eleitas: Maria Thereza
Nogueira de Azevedo e Maria
Thereza Silveira de Barros
Camargo. Uma terceira
Deputada Francisca Rodrigues,
eleita suplente, assumiu o
cargo no final de 1935.
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DEPUTADO RECUSOU-SE A
JURAR A CONSTITUIÇÃO
• Os integralistas, nome que
ganharam os seguidores do
fascismo no Brasil, eram
tradicionais adversários da
doutrina liberal. Assim, ao
tomar posse, em 1936, o
deputado Fairbanks não teve
dúvidas em recusar-se a fazer o
tradicional juramento de
compromisso à Constituição.
Para assumir o mandato, o
parlamentar teve que ceder.
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PERÍODO LIBERAL
DEMOCRÁTICO
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A ASSEMBLÉIA PLURIPARTIDÁRIA

No período, o embate político ideológico ganhou intensidade no


Legislativo. As siglas partidárias multiplicaram-se como nunca:
PDC - Partido Democrático Cristão; PR - Partido Radical; PAN
- Partido Agrário Nacional; PRP - Partido Republicano
Progressista - PPS - Partido Popular Sindicalista; PCB - Partido
Comunista Brasileiro; PTB - Partido Trabalhista Brasileiro; PSP
- Partido Social Progressista; UDN - União Democrática
Nacional; PSB - Partido Social Brasileiro. Também esteve
presente o PCB – Partido Comunista Brasileiro, mas o partido
foi considerado ilegal e seus representantes tiveram seu
mandato cassado em 1947, refletindo o início da Guerra Fria.
Na Assembléia formavam-se grandes blocos de esquerda e
direita, estimulados pela chamada “Guerra Fria”, que dava cores
especiais ao embate político parlamentar. O período foi
marcado por uma tensão política crescente, que culminou com a
quebra da legalidade constitucional, em 1964.
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O JOGO POLÍTICO PARLAMENTAR

Grande entusiasmo tomou conta do Estado após o fim do Estado Novo. O País
redemocratizava-se. As eleições em 1947 foram empolgantes. Pela primeira vez,
mais de um milhão de paulistas fizeram o alistamento eleitoral. Em 9 de Julho
daquele ano, em meio a uma grande festa, foi promulgada a nova Constituição
Estadual.
O jogo político parlamentar ganhou novos contornos. Nem sempre o governador tinha
maioria entre os deputados. Em maio de 1948, o Legislativo deu uma prova soberba
de sua autonomia. Foi eleito Presidente da Assembléia o candidato da oposição,
Francisco Álvares Florence. Dois meses depois, os deputados derrubaram os vetos
que o governador fizera no projeto que criava a Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, o projeto foi sancionado pelo Presidente da Assembléia.
No mesmo sentido, a discussão do orçamento do Estado tornou-se um momento
particular no cotidiano da Assembléia. Os deputados podiam fazer emendas que
tratassem da administração e que envolvessem gastos financeiros. Em 1950 houve
outro grande embate entre o Legislativo e o Executivo. O Orçamento apresentado
pelo Governador Ademar de Barros previa um crescimento substancial da dívida do
Estado: a receita prevista era de Cr$ 7.294.040.000,00, as despesas estimadas de Cr$
8.777.129.304,00, na época, a dívida externa e interna do Estado já era grande, mais
de duas vezes a receita, alcançava Cr$ 15.417.623.906,60.
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A QUESTÃO ADMINISTRATIVA NO PÓS-1950: A


URBANIZAÇÃO E A SOCIEDADE DE MASSAS
•Depois de 1950, tudo se agigantou em São Paulo. As questões
administrativas ganharam nova qualidade. As secretarias tradicionais
cresceram como nunca. A Educação é o melhor exemplo, cresceu
vertiginosamente. Como conseqüência, hoje, o número de
estabelecimentos ultrapassou as 6 mil unidades, os educadores são mais
de 180 mil, os alunos mais de 6 milhões. Fenômeno semelhante
verificou-se na área da segurança. Entre policiais civis e militares o
Estado possui 120 mil servidores. Número pouco superior aos mais de
100 mil funcionários da Saúde, responsáveis nas últimas décadas pela
erradicação de diversas epidemias que atormentaram a sociedade
paulista até o final da década de 1950. Na área dos transportes, em
1990, São Paulo contava com mais de 5 mil quilômetros de estradas
asfaltadas. Proporções enormes alcançaram também as redes de água e
esgotos, a geração e distribuição de energia, a construção de habitações
populares entre outras. Esse fantástico patrimônio público que São
Paulo adquiriu foi resultado de políticas públicas implantadas no
cotidiano político administrativo do Estado nos últimos 40 anos.
Vieram responder à rápida urbanização e a formação da sociedade de
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AS NOVAS FUNÇÕES DO ESTADO


Desde o princípio deste século, pôde-se observar um grande
desdobramento na máquina estatal. A sociedade ganhava grande
complexidade e passava a exigir novas funções do Estado. Diversas
secretarias foram subdivididas, surgiam novas, além de diversas
empresas públicas. Depois de 1950, essa tendência intensificou-se,
respaldada nas concepções do período, que entregavam múltiplas
funções ao Estado. Particularmente marcante eram as novas
atribuições sociais, que deram origem, ao longo das últimas quatro
décadas, a Secretarias de Estado como: Secretaria da Cultura, da
Promoção Social, do Menor, da Saúde, da Habitação, Defesa Civil,
além das dezenas de órgãos complementares. As “ obras públicas”
também responderam pela multiplicação dos órgãos públicos:
Secretaria de Obras, dos Transportes, Assuntos Metropolitanos.
Paralelamente, a indústria, o trabalho, e também o meio ambiente
tornaram-se questões de Secretaria do Estado.
Como desdobramento, hoje se governa legislando e se legisla
governando. A iniciativa legislativa do Executivo cresceu
constantemente.
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OS MOVIMENTOS POPULARES

• Após 1950, constantemente, movimentos


populares convergiram para a Assembléia.
As motivações eram as mais diversas: por
vezes buscavam sensibilizar os deputados
que votariam algum projeto de interesse.
Em outras ocasiões buscava-se a
intermediação dos deputados junto a
outros órgãos governamentais ou mesmo
empresariais. Nesse sentido, muitas vezes
eram os parlamentares que deslocavam-se
até os locais onde as manifestações
ocorriam. Houve também uma interação
funcional, depois de 1968, com a
Assembléia já instalada no prédio atual,
vários movimentos utilizaram o anfiteatro
Teotônio Vilela, os “plenarinhos”, e até o
vasto espaço do estacionamento, para
realizar reuniões ou assembléias de
categorias.
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Movimentos populares
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PERÍODO AUTORITÁRIO
1964 A 1989
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AS NOVAS REGRAS DO JOGO


POLÍTICO SOB O REGIME MILITAR

O Estado autoritário instalado em 1964, não fechou, a princípio, o Legislativo, porém


foram restringidas, progressivamente, as liberdades democráticas: bipartidarismo,
cassações de mandatos, prisões, Constituição Outorgada em 1967, eleição indireta para
Governador, censura e, finalmente, fechamento de diversas Assembléias Estaduais,
inclusive a paulista, em 2 de fevereiro de 1969. Um ano e sete meses depois, foi
reaberta, em junho de 1970. As regras do jogo foram alteradas constantemente. O
processo eleitoral sofreu sucessivas restrições; no limite, em meados da década de 1970,
os candidatos a deputado deveriam apresentar apenas uma foto e um currículo na TV.
Desde 1967, os governadores eram eleitos pela Assembléia. Em São Paulo, somente a
ARENA, partido que manteve folgada maioria, até 1974, apresentava candidato. O
MDB, então na oposição, defendia a volta das eleições diretas. Com as severas
restrições políticas, todo o cotidiano legislativo foi alterado. Por vezes, triviais decisões
administrativas ganhavam caráter político, ocasionavam grandes embates
parlamentares.
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As restrições à iniciativa legislativa dos deputados


Durante o Império, a iniciativa legislativa era exclusiva dos deputados. O
Executivo, então exercido pelo Presidente da Província, apresentava na
sua Fala, as suas indicações, que poderiam ou não ser acolhidas pelos
deputados. Na República Velha, os presidentes dos Estados passaram a
exercer a prerrogativa da iniciativa parlamentar. Na Constituição de
1947, algumas questões tornaram-se objeto de iniciativa exclusiva do
Governador. Em 1964, o Ato Intitucional nº 1 proibiu aos deputados de
apresentarem projetos que envolvessem aumento de despesas. Já na
Constituição de 1967, as restrições alcançaram o mais alto nível da
história do Legislativo: os deputados não podiam mais apresentar
projetos que tratassem de matéria administrativa ou financeira. Os
deputados que faziam oposição ao governo reagiram de forma criativa,
passaram a propor os chamados “projetos autorizativos”. Esses
tramitavam na Assembléia normalmente, eram submetidos a apreciação
das comissões e depois ao plenário e depois eram submetidos ao
Governador. Baseavam-se numa artimanha
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Aprovar sem votar

• Na década de 1970, foram adotados vários mecanismos para que a vontade do Executivo
prevalecesse nas casas legislativas, forjando a sua legitimação. Eram casuísmos que cerceavam
a Liberdade do Legislativo. O mais notório foi o “decurso de prazo”: os projetos de lei do
Executivo que não fossem votados em 30 dias eram aprovadas automaticamente, mesmo sem
ser discutido ou votado. Bastava um pequeno grupo de deputados situacionistas obstruírem os
trabalhos e o projeto estava aprovado!
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Desmaio

Uma deputada fazia um polêmico


discurso que produziu um
grande bate-boca no plenário,
subitamente a deputada
desmaiou. Foi um corre-corre.
Enquanto era carregada para o
sofá, um deputado a abanava e
outro recolhia os papéis do
discurso esparramados pelo
chão. Foi aí que se observou a
última palavra escrita no
discurso: desmaiar! A deputada
era uma conhecida atriz.
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A BOMBA

• Final da data de 1970. Um telefonema anônimo informava que o plenário


da Assembléia iria explodir. Logo, localizaram uma estranha caixa de
onde vinha um intermitente tic-tac. Imediatamente o prédio foi evacuado.
A polícia técnica desmontou a bomba e constatou: no invólucro do
explosivo havia uma bomba de chocolate!
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A ASSEMBLÉIA E A REDEMOCRATIZAÇÃO

Na década de 1970, o Poder Legislativo adquiriu características


peculiares. Como era o único poder que tinha representantes eleitos,
suas eleições foram transformadas em autêntico plebiscito do regime
vigente. Em São Paulo, a partir de 1974, a oposição obteve vitórias
marcantes. Os anos seguintes foram de abertura democrática. A
sociedade encontrava no Legislativo um dos poucos canais
institucionais por onde podia expressar a sua vontade política. A
Assembléia tornou-se um centro aglutinador, fundamental na
redemocratização do País.
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A REDEMOCRATIZAÇÃO NA ASSEMBLÉIA

Cada episódio no processo de redemocratização do País foi vivido


intensamente na Assembléia paulista. As fotos acima registram alguns desses
momentos: Dante de Oliveira foi o autor da emenda que propunha a volta das
eleições diretas no Congresso. Ao seu lado, Franco Montoro, primeiro
governador eleito em São Paulo, após a volta das eleições diretas para
governador do Estado, em 1982. Outro momento marcante foi a campanha
das Diretas-Já. A Assembléia foi palco de dezenas de reuniões preparatória
das manifestações. A Constituinte veio fechar o ciclo de redemocratização.
Na foto vemos o Presidente da Assembléia Tonico Ramos entregando a
Constituição ao então Governador Orestes Quércia. Abraços e papeis picados
jogados para o ar marcaram a confraternização dos deputados ao final dos
trabalhos da Constituinte Paulista.
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A ASSEMBLÉIA
CONSTITUINTE DE 1989
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Os novos limites dos Legislativos Estaduais


Os dezoito anos de convivência com a Constituição de 1988 não deixam
dúvidas de que os poderes estaduais se enfraqueceram, premidos pelas
amplas atribuições reservadas aos poderes federais e municipais. Esse fato
se refletiu de maneira particular sobre os Legislativos Estaduais, que ainda
tiveram suas atribuições legislativas restringidas diante do Executivo.
Essas transformações não são exclusivas dos Legislativos Estaduais no Brasil,
mas estão presentes em todos os países que adotam a estrutura
parlamentar de governo, onde o Legislativo é um Poder representativo de
múltiplos interesses na sociedade, autônomo, e, juntamente com o
Executivo, um permanente co-gestor das políticas públicas.
Essas transformações tem origem na nova dinâmica que a sociedade moderna
adquiriu, após o surgimento da sociedade de massas. No século XIX, os
deputados da Assembléia Provincial de São Paulo reuniam-se apenas três
meses por ano. Qualquer alteração legislativa tinha que aguardar o ano
seguinte. Com o crescimento das funções atribuídas ao Estado e da sua
interferência na sociedade, colocou-se a necessidade de estar legislando a
todo instante. Hoje se governa legislando. A rígida divisão de atribuições
proposta na doutrina da separação dos poderes sucumbiu. “A atividade
legislativa tornou-se, portanto, em todas as suas fases (iniciativa,
discussão, deliberação) resultado da intervenção conjunta do Parlamento e
dos órgãos do Governo”. (Conforme o verbete “Parlamento”, de Maurizio Cotta, in
Bobbio, Norberto e Mateucci , Dicinonário de Política. Local, editora, ano, p. 884. )
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Os novos limites dos Legislativos Estaduais II


Assim, o Governo tem que intervir decisivamente no processo
legislativo se quiser governar e cumprir o seu programa. Como
desdobramento, o grau de controle do Executivo sobre a
produção legislativa manteve-se grande mesmo após a
promulgação da Constituição Estadual. Mudou a forma de
exercer esse controle. Paralelamente, a margem de manobra
dos deputados no processo legislativo manteve-se restrita.
Exemplo notório é o critério que permite aos Executivos
manobrar livremente parcelas significativas do orçamento sem
a tradicional apreciação do Legislativo.
Como se verificou em vários países, os legislativos reagiram,
sobretudo intensificando a sua função fiscalizadora e criando
os modernos mecanismos de participação direta na elaboração
das políticas públicas.
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1834 1891 1935 1947 1967 1969 1989
CONSTIT CONSTITU CONSTITUIÇ CONSTITUIÇ CONSTITU EMENDA CONSTITUIÇÃ
UIÇÃO IÇÃO ÃO ÃO IÇÃO O
NÚMERO 36 SISTEMA 75 75 115 67 deputados 84 DEPUTADOS
DE DEPUTAD BICAMERA DEPUTADOS DEPUTADOS DEPUTADO
MEMBROS
OS

DEPUTAD
L.
40

OS
60 ELEITOS
POR
SUFRÁGIO
UNIVERSAL.
CARACTERÍSTI
(1 PARA CADA
100.000
HABITANTES)
S
(1 PARA
CADA
200.000
ALTERAÇÕES:

-1974 - 70
Deputados
ALTERAÇÕES:

-1994 -
DEPUTADOS
94

CAS DO
(1 PARA 15 ALTERAÇÕES: ELEITORES
CADA CLASSISTAS, , ATÉ 65 -1978 - 79
60.000 ELEITOS -1958 - 91 DEPUTADO deputados
HABITANT PELAS DEPUTADOS S. DEPOIS 1
DURAÇÃO 2 ANOS 3 ANOS 4 ANOS 4 ANOS 4 ANOS 4 anos 4 ANOS
ES. SEGUINTES PARA -1982 - 84
DO
MANDATO
PERÍODO 3 MESES
PARA
NUMERO
DEPUTAD
MÁXIMO
36DE
OS
MESES
ANOS
MEMBROS
60
CATEGORIAS
PROFISSIONAI

4
S:
5 MESES
DA
LEGISLATIVO
-1962 - 115
DEPUTADOS
9 MESES
CADA
500.000)
10 MESES
deputados

10 meses 10 MESES
DE JANEIRO 7 DE
PARA 9 DE JULHO 14 DE MARÇO 14 DE de 31 de março DE 1 DE
REUNIÕES
A
MARÇO
ABRIL
SENADOR
E
A
ES
)

7 20
SENADOR
DE
JULHO
LAVOURA
A
4 DA
31 DE
INDÚSTRIA
DEZEMBRO
4 DO
PAULISTA
A
14 DE
SETEMBRO
MARÇO
A
30 DE
JUNHO
a
30 de junho
e
1 de agosto
JANEIRO
A
30 DE JUNHO
E
1834 ES
1891 COMÉRCIO
1935 1947 1967 1969 DE1989

IMUNIDAD
CONSTIT
UIÇÃO
INVIOLÁV
(1
CADA
PARA
CONSTITU
IÇÃO
MIL
INVIOLÁV
140
1
1 FUNC.
CONSTITUIÇ
PÚBLICO
ÃO
PROFISS.
INVIOLÁVEIS
1834/1996
CONSTITUIÇ
ÃO
INVIOLÁVEIS
E
CONSTITU
1 DE
IÇÃO
AGOSTO
A
INVIOLÁVE
a
30EMENDA
de novembro

Invioláveis no
1 DE
CONSTITUIÇÃ
AGOSTO
O
A
15 DE
INVIOLÁVEIS
EIS PELAS HABITANT
EIS PELAS LIBERAL
PELAS PELAS 15POR
IS DE exercício do DEZEMBRO
PELAS
E ES) 1 DA
OPINIÕES OPINIÕES OPINIÕES OPINIÕES DEZEMBRO
SUAS mandato, por OPINIÕES
PARLAME EMITIDAS. EMITIDAS. IMPRENSA
EMITIDAS. EMITIDAS. OPINIÕES, suas opiniões, EMITIDAS. NÃO
NTAR PRISÃO PRISÃO PRISÃO NÃO PODE PALAVRAS palavras e votos, PODE SER
ADMITID ADMITIDA ADMITIDA SER PRESO, E VOTOS salvo nos casos PRESO, SALVO
A SÓ SÓ EM SÓ EM SALVO EM PROFERIDO de injúria, EM
EM FLAGRAN FLAGRANTE, FLAGRANTE S NO difamação FLAGRANDE
FLAGRAN TE, SALVO SALVO DE CRIME DESEMPEN calúnia, ou nos DE CRIME
TE, AUTORIZA AUTORIZAÇÃ INAFIANÇÁVE HO DO crimes previstos INAFIANÇÁVEL
SALVO ÇÃO DO O L, NEM MANDATO. na lei de , NEM
AUTORIZ LEGISLATI DO PROCESSADO DESDE A Segurança PROCESSADO
AÇÃO DO VO LEGISLATIVO SEM LICENÇA DIPLOMAÇ Nacional. SEM LICENÇA
LEGISLAT DA ÃO ATÉ O Durante as DA
IVO ASSEMBLÉIA TÉRMINO sessões e quando ASSEMBLÉIA
SEDE PATEO DO PRAÇA PRAÇA PARQUE PARQUE
DO Parque
para elasdo
se
COLÉGIO JOÃO JOÃO D. PEDRO II IBIRAPUER
MANDATO, Ibirapuera
dirigirem ou
MENDES MENDES A
O delas
DEPUTADO regressarem, os
NÃO deputados não

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